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30 de janeiro de 2012

A (r)evolução da informática

O computador, como conhecemos hoje, nada tinha a ver com o primeiro criado, há quase dois séculos. Em 1837, o cientista e matemático, Charles Babbage, inventou uma máquina, de funcionamento mecânico, que realizava as quatro operações matemáticas fundamentais (adição, subtração, multiplicação e divisão) com rapidez, sendo ela considerada o primeiro computador da história.

Passados 108 anos, o esforço de guerra aliado durante a 2º Guerra Mundial, que buscava quebrar a criptografia nazista e fazer cálculos balísticos sofisticados, deu origem aos computadores eletrônicos. “O primeiro deles, o americano ENIAC, uma grande calculadora, começou a operar logo após o final da Guerra em 1946”, conta Guilherme Matos Sipahi, coordenador do curso de Física Computacional do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP).

No entanto, o real marco foi o computador proposto por von Neumann. Na década de 50, somente governos e grandes empresas utilizavam computadores. “Desde o surgimento das primeiras máquinas, as universidades já tinham acesso, pois elas eram criadas lá. E, como resultado do esforço de guerra, a máquina de von Neumann foi construída na Princeton University, e entrou em operação 1951″, explica o docente. Pouco tempo depois, a segunda geração de computadores apresentava máquinas que funcionavam com materiais semicondutores para, finalmente, chegar aos circuitos integrados- no modelo que conhecemos hoje.

Revolucao-3_falaSe no começo, os estímulos para criação de computadores eram as guerras, atualmente a realidade é outra. O entretenimento tomou conta e a criação de jogos de computador tornou-se a prioridade e o principal mote da indústria da informática. “Há vinte anos, o cenário não era esse. Hoje, quase tudo é voltado para a produção de games. Pela primeira vez, o foco é o próprio consumidor, e não mais as universidades ou o governo, como no começo”, explica Guilherme.

Ainda no mundo do entretenimento, nas décadas de 50 e 60, os computadores tornaram-se “personagens” principais nas ficções científicas. Muitos filmes dessa época tinham como tema principal o computador, envolto de mistério e até de um certo sensacionalismo. Um exemplo é “2001: uma odisseia no espaço”. “Dos seriados da década de 60, muitos mostravam máquinas do tempo ou submarinos sendo operados por computadores do tamanho de uma sala”, elucida o docente.

Na década de 70, os primeiros computadores pessoais começaram a ser comercializados, “Era, em princípio, um brinquedo. Os componentes vinham soltos e o próprio comprador tinha que montar a máquina”, conta Guilherme. No início da década de 80, apareceram os primeiros computadores pessoais, como o “ZX Sinclair”, que apresentava a CPU integrada a um teclado e usava a TV como monitor e aparelhos cassete como discos. O final da década de 80, quando a IBM lança o PC (personal computer), foi um momento de destaque no mundo da informática. Mas, somente no início da década de 90 é que os computadores passam a ser amplamente comercializados.

Criada pelo governo estadunidense, nos tempos incertos da Guerra Fria, a internet, a qual muitos consideram o grande advento da informática, foi precedida de importantes fatos. Guilherme conta que, na década de 80, precursores da internet já se faziam presentes. Na França havia um sistema, funcionando como um computador, onde as pessoas podiam consultar telefones e endereços. A primeira manifestação do que seria a rede começou desta forma, até chegar ao formato atual e ser, continuamente, aperfeiçoada. “A internet surgiu para ser um instrumento de troca de dados, e não de comunicação. Depois foi sendo aprimorada e chegou comercialmente ao Brasil só em 1995. Antes disso, ela era puramente acadêmica”.

O mundo depois dos computadores

Revolucao-2Seja nas empresas, na indústria do entretenimento ou na educação, os computadores, a partir do momento em que passaram a fazer parte de nosso cotidiano, trouxeram mudanças que afetam a vida de todas as pessoas- inclusive daquelas que não tem acesso às máquinas.

Nas empresas, a facilidade para troca de documentos e a comunicação entre funcionários, fornecedores e clientes foi modificada e aprimorada.

Os editores de texto e planilhas também passaram a ter papel fundamental. “Tudo isso facilitou o trabalho. Esses softwares, relativamente simples, trouxeram uma melhora significativa no cotidiano de todos”, afirma o docente.

Dos estúdios de animação até as grandes produções, como Titanic, a computação também teve sua importância fundamental. Quando George Lucas começou a fazer os gráficos que dariam vida à notória produção, Guerra nas estrelas, começou a pensar-se fortemente em efeitos visuais, feitos nos computadores. “Todos os grandes efeitos de Titanic foram feitos em máquinas Linux e Alfa. Eram clusters** gigantescos, fazendo muitas imagens, em máquinas diferentes”, conta o docente.

Revolucao-4Steve Jobs fundou a Pixar (hoje pertencente a Walt Disney Company), estúdio de animação que produziu Toy Story, Carros, Vida de Inseto, entre outras famosas animações, e tornou-se um dos melhores exemplos do relacionamento bem-sucedido entre computação e entretenimento.

Um atalho para o sucesso financeiro

Um caminho para que países emergentes obtenham um avanço efetivo, no caso da informática, é o desenvolvimento de softwares. “Temos que aprender a fazer programas de computador, pois gastamos muito dinheiro pagando licenças de uso”, lamenta Guilherme. “Perdemos a corrida da tecnologia do silício e replicamos tecnologia, não temos um número expressivo de patentes ou tecnologia exclusivamente brasileira na área de chips ou dispositivos eletrônicos no Brasil”.

Biossensores e computadores orgânicos, de acordo com o docente, podem ser a nova aposta nessa corrida tecnológica, da qual o Brasil pode- e deve- participar.

Outra aposta em que o Brasil deve se envolver é para o desenvolvimento de jogos e aplicativos para computador. “A Índia faz isso muito bem, atualmente, e já participa ativamente do mercado dos EUA, e o Brasil poderia estar nesse patamar”, afirma o docente. “Sempre se teve pouco desenvolvimento de tecnologia no Brasil. Mesmo sendo país em desenvolvimento, a indústria brasileira sempre foi de montagem, e raramente desenvolveu produtos”, lamenta.

A escolha com a qual o Brasil pode se deparar, nesse sentido, é se caminha para o desenvolvimento de softwares livres (que não exigem o pagamento de licença de uso, por parte dos usuários) ou na direção “capitalista”, desenvolvendo programas onde os usuários tenham que pagar por seu uso. “Com softwares livres, as pessoas aprendem mais, então, no caso brasileiro, talvez fosse melhor caminhar nessa direção e dar liberdade aos programadores. Quando as pessoas se veem obrigadas a aprender por conta própria, podem aprender mais, e os brasileiros são muito criativos”, diz Guilherme.

O futuro tecnológico para o Brasil

Grandes empresas, como Google ou Yahoo, trabalham, constantemente, no desenvolvimento de novas tecnologias. Em um futuro próximo, teremos diversas máquinas em uma só, fazendo a “computação nas nuvens”, com uma velocidade de transmissão de dados surreal. Quanto ao tamanho dos computadores, se caminharmos do desktop ao iPad, poderemos perceber que a tendência é que “encolham” cada vez mais.

Revolucao-5A computação em nuvens, de acordo com Guilherme, já é uma realidade atuante. Funciona da seguinte forma: qualquer documento, dado ou informação armazenados em uma máquina, poderão ser acessados de qualquer outra, em qualquer lugar do planeta. Ou seja, qualquer suporte físico terá acesso à informação virtual.

As evoluções e facilidades que, em um futuro próximo, teremos em áreas de saúde e educação, também são significativas. “A Google comprou uma empresa de DNA e utilizará as técnicas de banco de dados para sequenciar o DNA”, conta Guilherme. “Por trás disso tudo, está o desenvolvimento de bons softwares“, diz.

Independente de qualquer coisa, antes de avançar muitos passos, seja na informática, seja em qualquer tipo de tecnologia, é preciso recuar e perceber se o bom- e racional- uso está sendo feito disso tudo, para que seu aproveitamento seja autêntico. “As pessoas andam na rua e mexem no celular o tempo todo, e isso só irá se expandir. De certa maneira, já nos tornamos cyborgs“, finaliza o docente.

*Eletronic Numerical Integrator and Computer

** Traduz-se “aglomerado” e, na prática, significa o trabalho de vários computadores juntos.

25 de janeiro de 2012

IFSC é referência em reconhecimento de padrões em plantas

Pesquisadores do IFSC ficam em primeiro lugar em desafio francês promovido pela Sociedade Francesa de Botânica, relacionado à análise e reconhecimento de padrões, mais especificamente na categoria “identificação de plantas”. A idéia é aplicar o princípio em um levantamento da flora brasileira

O Imageclef é um evento internacional, criado em 2003, que lança desafios anualmente para a comunidade mundial envolvida com a área de reconhecimento de padrões. Normalmente, dois tipos de desafios são lançados a cada edição: uma é relacionada ao problema de identificação de imagens médicas, ou seja, localização de tumores ou análise de patologias, por exemplo, e outra relacionada a imagens em geral. Tente imaginar como seria se o Google conseguisse fazer buscas de imagens a partir de outras imagens. Por exemplo, você insere a foto de um carro e o Google te retorna imagens de carros muito similares. Não seria ótimo? Bom, este sistema não existe ainda, mas o trabalho dos pesquisadores do IFSC é identificar características únicas de determinados objetos de modo que, com uma fotografia, se consiga acessar suas informações – o mesmo princípio que faria funcionar um sistema de buscas.

filosfera2Em 2010, uma nova categoria do desafio foi inaugurada: o reconhecimento de plantas. As plantas constituem uma dificuldade para a ciência devido à variabilidade de sua forma, muito maior do que a biologia animal, por exemplo. “Foi aí que nos veio a pergunta”, conta o professor Odemir Bruno, orientador dos doutorandos Dalcimar Casanova e João Florindo, que integraram a equipe do Imageclef 2011. “Será que podemos desenvolver um sistema computacional que reconheça todas as espécies de plantas da Europa?”, completa o docente.

O banco de dados disponibilizado pelo Imageclef na internet continha diversas fotografias de inúmeras espécies nativas da Europa. Segundo Odemir, este é um tema que seus colaboradores vêm tentando investigar há mais de dez anos: “A idéia é justamente unir Física, Matemática e Computação pra analisar biodiversidade através de imagens, talvez por este motivo tenhamos saído com vantagem”. Em uma parceria com o Instituto Agronômico de Campinas (IAC), com a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq – USP) e a UNESP de Assis, os pesquisadores se preocuparam, principalmente, com a forma, a enervação e a textura (padrão dos pigmentos da folha) das plantas para estabelecer um banco de dados que servisse como pontos de reconhecimento na imagem para o reconhecimento da espécie. Com isso, a equipe conseguiu uma taxa de acertos de quase cinquenta por cento, muito acima das outras instituições competidoras.

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No entanto, a flora europeia é muito simples quando comparada à flora brasileira, uma das mais ricas do mundo, o que tornaria menos dificultosa a proposta de um método matemático para a identificação das plantas disponíveis.

odemirnoticia“O nosso objetivo é identificar a biodiversidade brasileira, o que é muito mais desafiador do que a biodiversidade européia”, reflete o docente. De maneira mais específica, o pensamento do pesquisador é o de que, sendo São Paulo um Estado tão devastado ecologicamente, não há, ainda, um levantamento das espécies que aqui existem. “A Mata Atlântica é desconhecida para nós no Estado, então imagine a Amazônia”, compara ele. “Estamos destruindo sem nem saber o que pode existir lá, não sabemos se pode haver uma potencial cura para o câncer, para citar um exemplo”. Por essa razão, a idéia é descobrir uma maneira de fazer um levantamento florestal rápido, além de catalogar também certas determinações fisiológicas e fenômenos evolutivos que podem ditar o melhor clima, melhor solo, melhor ambiente para o crescimento da espécie. “A modelagem matemática das plantas pode nos fazer entendê-las de maneira muito mais desenvolvida”, explica. Um exemplo disso é um projeto de pesquisa que deu origem a um sistema que verifica as deficiências nutricionais do milho, intitulado Visão Artificial do Milho: com um scanner de mão e um computador, o agricultor pode acessar todas as informações do produto que está cultivando.

O docente conta que, para se ter uma idéia de uma versão mais high tech do projeto de pesquisa, podemos pensar em um biólogo em campo, com seu celular. Ao tirar uma fotografia e enviar para um software, ou um endereço online, ele pode obter informações sobre as prováveis espécies às quais pode pertencer a folha, de maneira muito mais prática e rápida. Hoje em dia, para identificar uma espécie de planta encontrada em campo, um biólogo deve consultar um herbário, onde plantas são catalogadas secas por muitos anos – um processo que pode levar muitos dias. Neste sentido, o projeto de pesquisa é um grande facilitador e uma grande necessidade do mercado internacional, e, graças à criatividade e dedicação de uma equipe de pesquisadores, o Brasil está na frente, apresentando resultados mais significativos que centros de pesquisa de muito renome e tradição, como o Massachusetts Institute of Technology (MIT) e o Institut National de Recherche en Informatique et en Automatique (INRIA, França).

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Contudo, Odemir afirma que o problema encontrado na Biologia é extremamente difícil e sofisticado: “Estamos trabalhando nisso há dez anos, mas é possível que daqui a mais dez anos ainda estejamos aprimorando nossa solução para esta problemática, porque atualmente nem a Matemática, nem a Física e nem a Computação têm ferramentas prontas para solucioná-la”. Por isso, a equipe usa este problema para tentar desenvolver algoritmos relacionados a estas áreas de pesquisa, ou seja, cada passo em direção à solução do problema é um passo à frente na Matemática, na Física e na Computação também. Com estas perspectivas e estes desafios, um pensamento segue guiando a equipe de pesquisadores do IFSC: será possível, um dia, fazer o levantamento de uma floresta através de um notebook?

Assessoria de Comunicação

25 de janeiro de 2012

Designação de nova Chefe Técnica

Comunicamos que, a partir de 25 de fevereiro, a servidora, Ana Mara Marque da Cunha Prado, é a nova Chefe Técnica do Serviço de Biblioteca e Informação do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), em substituição à servidora, Maria Helena Di Francisco (desligada a pedido).

Também foram designados novos membros para compor a Comissão do Serviço de Biblioteca e Informação do IFSC, a partir da mesma data mencionada acima:

-Prof. Francisco Castilho Alcaraz- presidente da Comissão, em substituição ao Prof. José Fernando Fontanari (desligado a pedido);

-Prof. Cleber Renato Mendonça- representante do Departamento de Física e Ciência dos Materiais;

-Prof. Leonardo Paulo Maia- representante do Departamento de Física e Informática.

A Comissão é composta, ainda, pela Chefe Técnica do Serviço e pelo representante discente, Fabiano Rogério Ramos.

Assessoria de Comunicação

24 de janeiro de 2012

Inscrições abertas

Já estão abertas as inscrições para o “Programa de Aperfeiçoamento da Pós-graduação 2012”, que tem como objetivo o apoio a programas de pós-graduação da Universidade de São Paulo (USP), incluindo ações de ida de pesquisadores ao exterior, bem como da vinda de assessores e consultores externos, nacionais ou internacionais.

As inscrições para participação no referido Programa vão até o dia 2 de abril, com resultados preliminares a serem divulgados em 7 de maio.

Para acessar o edital, na íntegra, clique aqui.

Em caso de dúvidas ou informações adicionais, enviar e-mail para o endereço lmspinelli@usp.br ou ligar para (11)3091-1097.

Assessoria de Comunicação

23 de janeiro de 2012

Novas chamadas já estão abertas

Já estão publicadas as chamadas para os programas de intercâmbio em doutorado sanduíche, doutorado pleno, pós-doutorado e chamadas específicas no âmbito do “Ciência sem Fronteiras”, programa criado pelo Governo Federal, lançado em 2011.

-para informações referentes ao doutorado sanduíche, clique aqui;

-para informações referentes ao doutorado pleno, clique aqui;

-para informações referentes ao pós-doutorado, clique aqui;

– para informações referentes a chamadas específicas, clique aqui.

Para mais informações a respeito do programa, acesse o site oficial do Ciência sem Fronteiras.

Assessoria de Comunicação

23 de janeiro de 2012

Abertura foi seguida por curso ministrado por pesquisador internacional

Escola_de_veraoTeve início na manhã desta segunda-feira, 23 de janeiro, a XIII Escola de Verão Jorge André Swieca de Ótica Quântica e Ótica Não Linear.

A abertura, realizada próximo às 9 horas, foi feita pelo docente do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Cleber Renato Mendonça, que também é um dos coordenadores da Escola.

Logo após uma breve apresentação do evento, em inglês, teve início o curso Nonlinear optics and squeezed light with four-wave mixing, realizado pelo pesquisador, Paul D. Lett, da University of Maryland e do National Institute of Standards and Technology (NIST-EUA).

Outros pesquisadores internacionais ministrarão cursos, durante as duas semanas nas quais a Escola será realizada. Além de cursos, aulas experimentais também serão realizadas no decorrer do evento.

Ainda no dia 23, outros cursos serão ministrados. Abaixo, segue a programação desta segunda-feira:

Horário

Evento

Cursista

11 h

A Single-Atom Quantum Memory

Prof. Dr. Gerhard Rempe

14 h

An introduction to femtosecond laser techniques

Prof. Dr. Eric Mazur

16h10 Seminário

Prof. Dr. Eric Mazur

17 h Seminário

Celso Jorge Villas Boas

Para acessar a programação completa do evento, clique aqui.

Assessoria de Comunicação

23 de janeiro de 2012

Alunas que cruzaram as fronteiras

CsF-3

No início deste mês,as estudantes de graduação, Laís Brazaca e MoniqueFreitas, embarcaram para uma viagem que, certamente, será um importante marco em sua vidas acadêmicas e pessoais.

As duas alunas, ambas no 3º ano do curso de Ciências Físicas e Biomoleculares e pesquisadoras do Grupo de Biofísica Molecular do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), foram selecionadas (entre uma média de 7 mil inscritos) para participar do “Ciência sem Fronteiras”, programa lançado em 2011 pelo Governo Federal, com o objetivo de estimular o intercâmbio científico e tecnológico entre países do globo, estando entre eles Estados Unidos, Reino Unido, Itália, França e Alemanha.

Monique (20) teve conhecimento do programa em sua cidade natal, Brasília. “Ouvi os primeiros rumores através de amigos da UnB [Universidade de Brasília] e recebemos um e-mail da USP, em outubro, com mais informações”, relembra a estudante.

CsF-1Enquanto isso, Laís (20) também recebia o e-mail do Serviço de Graduação do IFSC, tendo sido informada sobre o” Ciência sem Fronteiras”. Ao ler o edital, ficou imediatamente interessada. “Nunca achei que seria selecionada, pois estudantes do Brasil inteiro concorreram”, conta.

Depois da devida – e merecida – euforia em serem selecionadas, após passarem por análises de histórico escolar e apresentação do teste TOELF (Test of English as Foreign Language), as alunas tiveram pouco tempo para arrumar as malas e preparar-se para ficarem um ano nos Estados Unidos (único país participante do primeiro edital aberto pelo Programa). Monique na Boston University (localizada na mesma cidade do Massachussets Instituto of Technology (MIT) e Harvard University) e Laís na University at Albany. “Não selecionamos o curso que iríamos fazer, somente a área de atuação e matérias que serão cursadas”, explica Laís, que optou por Nanotecnologia e Novos Materiais, enquanto a colega preferiu a área de Biotecnologia.

Além de ter a oportunidade de estudar em Centros de Excelência, as alunas terão todas as despesas pagas pelo governo brasileiro, através do Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Conselho Nacional Científico e Tecnológico (CNPq) e empresas parceiras: passagem, moradia, refeições, seguro-saúde e, ainda, dinheiro extra, para gastos adicionais. “A CAPES contratou um órgão americano, o IEE [Institute of International Education], que cuidou da distribuição, nas Universidades estadunidenses, dos alunos selecionados. Tivemos que preencher um formulário padrão dos EUA, cartas de motivação e recomendação escritas por nossos professores. E, de acordo com nosso perfil e notas, fomos direcionadas”, explica Monique.

O Programa, apesar de muito se parecer com um intercâmbio, tem alguns diferenciais, sendo o principal deles todas as despesas pagas, possibilitando que qualquer aluno tenha a chance de participar dessa experiência no exterior. “Ganhamos até um ‘auxílio-instalação’, para poder arcar com as primeiras providências logo que chegarmos “, conta Monique. “Lá, as Universidades são, em sua maioria, pagas, e o governo brasileiro também arcou com esse gasto. Temos um período previsto para realização de estágios, e eles podem ser remunerados ou não, dependendo do caso”.

A aluna diz que, durante todo o processo, contou com a ajuda de órgãos governamentais do Brasil. Até mesmo para emissão do visto, as embaixadas foram fechadas somente para os participantes do Programa, tornando o processo muito mais ágil. “Inclusive no IFSC, quando precisamos de documentos, como histórico escolar, autorização e assinaturas, bem como da ajuda dos docentes para escrever as cartas de recomendação, tudo foi muito rápido e todos foram muito prestativos”.

CsFDepois de tudo isso, as expectativas das graduandas são grandes. Elas contam que ter a oportunidade de estudar em Instituições de ótima reputação e o contato com pesquisadores e estudantes de outros países de diferentes culturas são seus principais anseios. “A área que escolhi é muito pouco estudada aqui no Brasil e nos EUA existem mais grupos pesquisando esse assunto, então tenho mais coisas para aprender e trazer de volta para cá”, conta Laís. “Vivenciar esse novo ambiente será muito importante, além de termos a oportunidade de dar um upgrade em nosso currículo”, complementa Monique.

Fora as inúmeras vantagens já mencionadas, as alunas poderão ter um contato direto com pesquisadores de diversos países, além da chance de participar da enorme quantidade de congressos, palestras e seminários.

Sobre os motivos de terem sido escolhidas, entre uma infinidade de inscritos, elas não hesitam e têm a mesma opinião: a Universidade da qual fazem parte contou muitos pontos.

Assessoria de Comunicação

20 de janeiro de 2012

Por unanimidade, IFSC recebe prêmio de Melhor Semana de Recepção 2011

Semana_de_recepo

Embora a boa educação comece em casa, a Escola também tem papel fundamental. Com essa filosofia em mente, alunos do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), logo no início da vida acadêmica de seus calouros, fazem questão de divulgar boas práticas e espalhar atos exemplares e solidários.

O bom exemplo recebeu, este ano, o prêmio “Melhor Semana de Recepção 2011”, que se encontra em sua 13ª edição. “Hoje em dia, a maioria das Unidades da USP não tem nada de violento durante a recepção aos calouros. As atividades que programamos se diferenciam, pois prezam bastante pela integração, não somente com o curso, mas com a cidade de São Carlos, também”, conta o docente do IFSC e presidente da Comissão de Graduação, Valmor Roberto Mastelaro.

Na organização da “Semana de Recepção aos Calouros” do IFSC, muitas pessoas estão envolvidas, representadas pelas seguintes entidades: Comissão de Graduação (CG), Secretaria Acadêmica da Licenciatura em Ciências Exatas (SACEx) e Centro de Estudos da Física de São Carlos (CEFiSC). “A maioria dos estudantes deixa suas casas para estudar em uma cidade desconhecida, longe de seus pais, de seus amigos. O mínimo que podemos fazer é oferecer uma boa recepção para que eles saibam que não estão sozinhos e, se precisarem de alguma coisa, podem contar com alguém”, afirma Rafael Campelo, presidente da SACEx.

Dentre as atividades realizadas e elaboradas, têm-se palestras de temas variados, almoço, apresentação de peça teatral, gincanas e atividades físicas, todas contando com a participação de calouros e veteranos. Ainda, num gesto simbólico, para marcar a passagem dos alunos pela Unidade, estes plantam uma árvore, no campus II da USP, representando, também, um ato de respeito e consciência para com o meio ambiente. “Nessa semana, queremos que os calouros entendam como funciona a vida acadêmica, seu curso, conheçam os grupos de incentivo à pesquisa, o Centro Acadêmico, interajam com os demais alunos do campus e com a própria cidade. Para isso, contamos com conversas com as secretárias acadêmicas, IFSC Jr., Programa ‘USP Recicla’, coordenadores dos cursos, visita aos laboratórios do IFSC, arrecadação de donativos, trote solidário, palestras e outras atividades”, conta Fernando José L. Monteiro, presidente do CEFiSC.

Para o próximo ano, a recepção já começou a ser pensada, mantendo-se a filosofia de integração e solidariedade, que a tem guiado, desde que foi criada. “Algumas atividades serão reformuladas e temos alguns projetos em mente, mas ainda precisamos conversar e organizar melhor as ideias novas”, conta Rafael. “Temos um formato da Semana que seguimos, mas sempre buscamos novidades que a melhorem, ainda mais”, complementa Fernando.

Sobre o prêmio

Das 25 Unidades da USP inscritas para concorrer ao prêmio, o júri, composto por seis integrantes do Grupo de Trabalho Pró-calouro da Pró-Reitoria, destacou o relatório apresentado pelo IFSC, bem efetuado em sua forma e conteúdo, elegendo o IFSC, por unanimidade, para receber o referido prêmio. “O prêmio foi o resultado de um trabalho muito bem feito por uma equipe comprometida com a recepção de nossos alunos no IFSC. Integração é a palavra-chave e procuramos destacar esse fato na cerimônia em que o IFSC, a SACex e o CEFiSC se fizeram presentes. Nossa meta é ganhar o prêmio no próximo ano”, declara Antonio Carlos Hernandes, diretor do IFSC.

Um diploma foi dado aos organizadores e uma escultura, relacionada ao prêmio, ficará exposta na Unidade pelo período de um ano para lembrar e, sobretudo, manter e espalhar o bom exemplo que tem sido dado pelo IFSC na recepção aos físicos recém-chegados.

Assessoria de Comunicação

20 de janeiro de 2012

Comissão de Relações Internacionais do IFSC completa um ano

Há pouco mais de um ano, em dezembro de 2010, foi organizada a criação de uma Comissão de Relações Internacionais, considerando a necessidade de fortalecer os laços internacionais com centros de pesquisa e universidades de referência, e também como uma forma de posicionar-se entre estes centros.

Hoje,passado este período, é possível fazer uma recapitulação e analisar as principais medidas tomadas pela equipe da Comissão para formar e fortalecer laços internacionais e para sistematizar o apoio e orientação para estrangeiros na unidade e para alunos que desejam estudar no exterior.

O interessante da CRInt do IFSC é que a equipe, que conta com três docentes, é inteiramente composta por estrangeiros: José Pedro Donoso Gonzalez, que é chileno, Philippe Wilhelm Courteille, alemão, e Richard Garratt, inglês. Todos eles têm a experiência de morar em solo estrangeiro e conhecem, de maneira íntima, a necessidade de orientação, desde tarefas mais básicas como encontrar uma moradia e obter documentos brasileirosrel_int até matricular-se em cursos de línguas. O professor Donoso, presidente da CRInt, conta que, ao chegar no Brasil, teve a sorte de encontrar um professor na Unicamp que o auxiliou muito nesta empreitada. “Por isso é que eu sei o quanto fazia falta ter este auxílio aqui no Instituto”, reflete.

Pensando nisso, a primeira realização da CRInt foi traçar um guia para pesquisadores ou alunos estrangeiros, com orientações sobre obtenção de documentos e abertura de contas bancárias, contendo endereços, horários de funcionamento, documentos necessários e outras dicas. O guia foi disponibilizado no website do IFSC (acesse aqui) em português, inglês, francês, alemão e espanhol.

Além disso, para sistematizar o trabalho, foi feito um levantamento das universidades latino-americanas conveniadas com a USP, de modo a fortalecer estes convênios e estimular o intercâmbio de docentes e discentes da graduação e da pós-graduação, firmando colaborações internacionais no bloco e unindo forças no desenvolvimento de pesquisa básica e aplicada. Outro levantamento também foi feito dos alunos estrangeiros que estão atualmente envolvidos em cursos de graduação e pós-graduação no IFSC. Segundo as estatísticas, cerca de 17 alunos não brasileiros se encontram matriculados nos cursos do Instituto. “Rastrear estes alunos nos ajuda a analisar mais de perto as suas necessidades, e facilitando a vida destes alunos podemos também abrir mais portas para receber mais alunos ainda”, comenta Donoso.

Pensando na ampliação deste número de alunos beneficiados, foi elaborado um panfleto de apresentação do IFSC para a Comissão de Cooperação Internacional da Universidade de São Paulo, em língua inglesa, com o objetivo de divulgar amplamente as portas abertas do Instituto para estudantes estrangeiros. A lâmina fará parte de um material elaborado pela Comissão de Cooperação Internacional, que apresentará todas as unidades da USP para instituições que tenham interesse em firmar acordos de colaboração.

Dentro da proposta da comissão de abrir espaço para novas parcerias internacionais, a comissão tem uma função muito especial: receber os parceiros em potencial em suas visitas ao Instituto, apresentá-los as dependências e a infraestrutura disponível, e mostrar como os trabalhos de pesquisa e extensão são desenvolvidos no dia-a-dia. “Neste ano, tivemos duas importantes visitas”, conta o presidente da comissão, “Recebemos técnicos da Agência de Ciência e Tecnologia do Japão, em maio, e o Professor Duncan Craig, da University East Anglia (Reino Unido), em novembro, e em ambas as visitas conseguimos passar boas impressões e podemos dizer que temos boas expectativas”, confirma Donoso. “Mas ainda temos muito trabalho”, completa.

crintSegundo ele, que liderou um levantamento das maiores necessidades do Instituto no que diz respeito às relações internacionais, o IFSC precisa de recursos humanos com domínio em língua estrangeira para o atendimento dos estrangeiros, além de um alojamento institucional para hospedá-los por períodos curtos de tempo, a modelo da moradia que a Unicamp já possui e que a USP está providenciando. “Este levantamento que elaboramos já foi enviado para Reitoria da USP, para que avaliem quais são os recursos que podem ser liberados para estas medidas”, conta o docente. “Hoje, cada vez mais, recebemos contatos de visitantes estrangeiros em potencial, ou pesquisadores em busca de colaborações em pesquisas, e precisamos estar preparados para bem recebê-los”, finaliza Gonzalez, enfatizando a importância do apoio sistemático aos colaboradores e às iniciativas de colaboração internacional.

Assessoria de Comunicação

19 de janeiro de 2012

Abertura já acontece no início da próxima semana

Na próxima segunda-feira, 23 de janeiro, tem início, no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), a Escola de Verão Jorge André Swieca de Ótica Quântica e Ótica Não Linear.

O evento, que se encontra em sua 13ª edição, objetiva prover cursos introdutórios nas áreas mencionadas no título (óptica quântica e não-linear), tendo como público-alvo estudantes em final de graduação, que estudem ou se interessem pelas respectivas áreas.

Com duração de duas semanas (de 23 a 27/1 e 30/1 a 03/02), diversos cursos, palestras e, inclusive, aulas experimentais serão ministrados por pesquisadores nacionais e estrangeiros, incluindo-se nestes últimos Eric Mazur, da Harvard University e Paul D. Lett, do National Institute of Standards and Technology (NIST/USA).

Os cursos e palestras serão realizados no anfiteatro azul, do prédio dos Laboratórios de Ensino de Física (LEF).

Para ter acesso à programação do evento, clique aqui.

Em caso de dúvidas ou informações adicionais, acesse o site da Escola e clique no link Contato.

Assessoria de Comunicação

18 de janeiro de 2012

Reforma do LEF deve ser finalizada antes do início das aulas

LEF-1Aproveitando as férias dos alunos do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), deu-se sequência às obras no prédio dos Laboratórios de Ensino de Física (LEF).

O prédio, que já conta com novo telhado, brises e condicionadores de ar (substituídos em outubro e novembro do ano passado), também computará banheiros integralmente reformados, pintura e troca de pisos dos corredores e escadarias LEF-2(incluindo a colocação de medalhões antiderrapantes nesta última) até o início das aulas (27 de fevereiro), segundo informações do técnico de manutenção e obras, Adail Santarpio.

Os investimentos no prédio, desde o início da última reforma até o presente momento, já alcançam a casa dos R$300 mil.

Estão previstas, também, as instalações de um elevador panorâmico e de uma plataforma elevatória- para melhora do acesso de portadores de necessidades especiais.

LEF-3De acordo com o chefe da área financeira, Maurício Schiabel, os trâmites de licitação estão sendo providenciados pela Coordenadoria de Espaço Físico da USP, que fará a contratação da empresa licitada. As instalações terão início em 2012.

 

 

 

 

 

Assessoria de Comunicação

18 de janeiro de 2012

Tratamento para micose de unha através de terapia fotodinâmica

Pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos utilizam a técnica de inativação de microorganismos por terapia fotodinâmica para combater fungos causadores da onicomicose – a temida micose de unha. A expectativa é produzir um aparelho prático e disponibilizar a técnica de maneira acessível a toda população.

A terapia fotodinâmica, técnica baseada na utilização de luz para ativação de compostos medicamentosos, tem sido presença cada vez mais forte no tratamento de enfermidades, principalmente na área da dermatologia. Recentemente, presenciamos a explosão midiática referente ao desenvolvimento e distribuição, no Sistema Único de Saúde (SUS), de um aparelho para diagnóstico e tratamento do câncer de pele, baseado na mesma técnica. Além do descarte da intervenção cirúrgica, o que diminui riscos e garante um melhor resultado estético, a promessa é de que a técnica apresente resultados significativos em até dez dias, destruindo de maneira seletiva células cancerosas e pré-cancerosas. Mas este tratamento tem aplicações que vão muito além de tecidos e combate a tumores. Uma equipe do Instituto de Física de São Carlos aplica a técnica para combater fungos e bactérias – a chamada inativação fotodinâmica -, através de um protótipo, em pacientes em estágios avançados de onicomicose.

IMG_8329A onicomicose, mais conhecida como micose de unha, é uma infecção muito recorrente, causada basicamente por fungos que podem ser adquiridos de várias formas, desde o contato com o solo até a utilização de alicates ou lixas contaminadas. Algumas pessoas acabam por sofrer deste mal por muitos anos sem sucesso em tratamentos, sentindo muita dor e sofrendo de outras infecções bacterianas que podem se alojar no local. Isso ocorre porque os tratamentos convencionais são mais paliativos do que uma solução definitiva, e são associados a altas taxas de falha e recorrência.

O Grupo de Óptica do IFSC, por iniciativa do professor Vanderlei Bagnato, tem trabalhado há alguns anos com a técnica de inativação fotodinâmica de microorganismos causadores de doenças. Sabendo deste potencial da técnica na inativação de fungos e bactérias, e considerando o quadro atual do tratamento da micose de unha, foi pensado um projeto de pesquisa nesta área e um protótipo do equipamento foi desenhado. Rapidamente uma colaboração teve início com Ana Paula da Silva, uma farmacêutica em formação, na época, que já trabalhava com a técnica, mais especificamente com medicamentos fotossensibilizadores em shampoos para o tratamento da caspa. Logo foi firmada uma parceria com a faculdade Anhembi Morumbi, em São Paulo, através do professor Armando Bega, do Curso de Podologia, o que avançou muito a pesquisa devido à infraestrutura disponível na faculdade paulistana. Atualmente, a mestranda Ana Paula viaja semanalmente para a capital, onde trata cerca de quarenta pacientes – entre casos finalizados e em processo de finalização.

Funcionamento

Para o diagnótisco da onicomicose, a mestranda Ana Paula faz uso de um equipamento de fluorescência, já disponível no mercado para o diagnóstico de cáries e placas bacterianas. O equipamento permite uma localização mais exata dos fungos causadores da infecção através da fluorescência característica do próprio microorganismo.

Hoje, a pesquisa baseia-se na utilização de dois protótipos diferentes para o trato da unha, sendo que cada protótipo trabalha com um comprimento de onda diferente, a fim de ativar diferentes substâncias nos medicamentos, que se diferenciam tanto em estrutura química quanto em espectro de absorção. São compostos fotossensíveis bem diferentes, comenta Natalia Mayumi Inada, especialista em laboratório do Grupo de Óptica e orientadora do projeto. O intuito é comparar a eficácia de cada composto, e para isso utilizamos, para cada um, uma fonte de luz específica: uma na região do vermelho e outra na região do azul, completa.

Assim, o equipamento, liberando a luz em um comprimento de onda específico, tem a função de ativar o composto fotossensível que, já em contato com a unha danificada, gera espécies reativas de oxigênio que são prejudiciais aos microorganismos. Estas espécies reativas de oxigênio são tóxicas para o fungo ou para a bactéria e acabam por eliminá-los, esclarece Natalia. A medicação fica em contato direto com a lesão durante apenas uma hora, iluminada por vinte minutos. Com a rapidez da ação, Ana Paula conta que consegue tratar de dez a quinze pacientes por dia.

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Tanto o protótipo do equipamento quanto a técnica da inativação fotodinâmica já estão patenteadas. As medicações utilizadas são comerciais, já aprovadas para estudos clínicos experimentais – uma de origem russa e outra nacional, sintetizada por uma indústria farmacêutica de Ribeirão Preto.

Próximos passos

Na próxima etapa desta pesquisa, após a finalização do tratamento dos pacientes em São Paulo, a equipe pretende montar uma infraestrutura em Ribeirão Preto. Isso porque uma empresa especializada na área médica e odontológica, sediada em Ribeirão Preto, manifestou interesse em transformar o protótipo em equipamento e produzi-lo. Assim, haveria uma colaboração com uma podóloga para o tratamento de um grupo de pacientes, grupo do qual sairiam resultados que seriam enviados à Agência Nacional de Vigilância Sanitária para a aprovação do equipamento e desenvolvimento do produto final. A empresa tem avançado muito na área de Podologia, disponibilizando infraestrutura moderna para clínicas de podologia, e por isso demonstrou interesse em oferecer aos podólogos um equipamento para o tratamento da onicomicose em seu próprio consultório.

Uma outra parceira em potencial é uma indústria de cosméticos localizada em São Paulo, que pretende fechar mais um grupo de pacientes na capital e também desenvolver o equipamento de maneira comercial. Para nós, essa parceria com indústrias é muito importante para tornar a técnica acessível na comunidade, porque sabemos que o projeto de pesquisa vai chegar ao fim, ao contrário do número de pacientes sofrendo desta doença. Estamos trabalhando a todo vapor para que a técnica seja difundida, sobretudo de maneira economicamente acessível, comenta Natalia. Pelas experiências anteriores, sabe-se que isto é uma realidade muito possível – a mídia divulgou amplamente a distribuição de um equipamento para diagnóstico e tratamento do câncer de pele no Sistema Único de Saúde (SUS), um projeto desenvolvido pelo mesmo grupo de pesquisa no IFSC e que também funciona com base na terapia fotodinâmica.

Panorama atual

O tratamento da onicomicose por terapia fotodinâmica já existe, mas custa muito caro e poucos conseguem usufruir das vantagens da técnica. Por isso, atualmente, o tratamento da onicomicose se dá de duas formas: via oral ou tratamento tópico. Em ambos os casos, a resposta não é tão eficaz, razão pela qual a maioria dos pacientes tratados por Ana Paula sofre desse mal há anos. Além disso, quem toma medicamento tem efeitos colaterais, e a terapia que utilizamos tem aplicação local e se utiliza de medicação tópica, o que também contribui para impedir que os microorganismos criem resistência, explica Ana Paula. Já foi provado que alguns microorganismos específicos desenvolveram resistência a alguns medicamentos, completa Natalia. No caso da inativação fotodinâmica, os pacientes podem ser submetidos a quantas sessões do tratamento forem necessárias. “Nossa única recomendação, neste sentido, é que haja um intervalo de uma semana entre cada aplicação“, observa Natalia.

O tratamento está sendo oferecido gratuitamente, de maneira experimental, nesta etapa do desenvolvimento da pesquisa. Segundo as pesquisadoras, a maioria dos pacientes já se mostra muito desacreditada com os tratamentos convencionais e não vê mais solução para seus casos, mas esta terapia têm mudado suas perspectivas de saúde e bem-estar, até porque basta comparecer ao local e não faltar às sessões, conta Natalia.

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Pesquisa básica

O interessante deste projeto de pesquisa é que, além da aplicação prática do tratamento, Ana Paula desenvolve uma cultura dos microorganismos em laboratório – o chamado processo in vitro, maneira pela qual se investiga processos biológicos fora de sistemas vivos. Ana Paula cultiva, em placas, uma grande parte da linhagem dos fungos causadores da onicomicose e aplica a terapia fotodinâmica para avaliar sua reação. É a associação da pesquisa básica, que é a parte laboratorial, com a pesquisa aplicada, que é a parte clínica em si, envolvendo pacientes. Isto desperta muito o interesse da comunidade, desde pacientes em potencial até outras universidades e empresas que pretendem colaborar e difundir a técnica“, finaliza Natalia.

Assessoria de Comunicação

17 de janeiro de 2012

Seletiva final dos competidores brasileiros será realizada no IFSC

Entre os dias 25 e 28 de março, o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) receberá os estudantes da 2ª série do ensino médio, participantes da seletiva final para as Olimpíadas Internacionais de Física (OIF´s) de 2012, de acordo com informações postadas no blog Oficial da Olimpíada Brasileira de Física (OBF).

Até o final de janeiro/2012, os convocados receberão comunicação oficial e, aos indicados no comunicado anterior, serão somados mais dois alunos a serem selecionados (clique aqui para acessar a lista dos outros candidatos).

Neste ano, serão duas OIF´s internacionais: a 43ª International Physics Olympiad (IPhO), a ser realizada na Estônia e a XVI Olimpíada Ibero-Americana (OIbF) , que será sediada na Espanha.

Sobre a OIF

IPhOA Olimpíada Internacional de Física é uma competição anual, que envolve alunos do ensino médio. A primeira delas foi realizada em 1967, na Polônia. A competição consiste em duas provas: uma teórica e uma experimental.

A delegação que representa o Brasil na Olimpíada é selecionada a partir da Olimpíada Brasileira de Física.

O docente do IFSC, Euclydes Marega Júnior, é o atual coordenador da comissão organizadora da OBF.

Assessoria de Comunicação

15 de janeiro de 2012

Curso Licenciatura em Ciências Exatas

No âmbito da cerimônia da Formatura de 2011, realizada na manhã do dia 14 de janeiro, referente aos cursos de Bacharelado em Ciências Físicas e Biomoleculares, Física e Física Computacional, que damos destaque na noticia anterior, decorreu também a cerimônia de formatura do Curso Licenciatura em Ciências Exatas, com a mesa de honra composta pelo Diretor do IFSC, Prof. Antonio Carlos Hernandes, Diretor do ICMC, Prof. José Carlos Maldonado, a Coordenadora do Curso Licenciatura em Ciências Exatas e representante do IQSC, Profa. Salete Linhares Queiroz, a Paraninfa da turma de formandos do Curso Licenciatura em Ciências Exatas, Profa. Esther Pacheco de Almeida Prado, e as personalidades homenageadas pelos formandos – Professores Hermano Souza Ribeiro e André Luiz Porto -, e a servidora do IFSC, Senhora Edvane Mariza Cavallaro.

No seu discurso, a Paraninfa, Profa. Esther Prado, salientou a importância do momento e endereçou aos recém-formados mensagens simples mas significativas:

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Nunca se conformem com o senso comum, apostem sempre na pesquisa e no desenvolvimento ao longo de suas vidas profissionais. Façam a diferença, pois vocês estão saindo da melhor universidade do país e da América do Sul. Ser professor é muito bom, salientou.

Dois dos momentos mais importantes desta cerimônia, foram: as recordações transmitidas pelos formandos, referentes aos seus melhores momentos vividos em grupo, a imagem que ficou de cada um de seus colegas, e a homenagem que todos eles fizeram a seus pais e familiares, presentes no auditório Prof. Sérgio Mascarenhas, um período onde a emoção correu solta, como demonstram as fotos abaixo publicadas.

O encerramento da cerimônia esteve sob a responsabilidade do Diretor do IFSC, Prof. Antonio Carlos Hernandes, que em nome do ICMC e do IQSC parabenizou todos os recém-formados, tendo deixado algumas mensagens importantes:

Estou certo de que a partir deste ano podemos iniciar uma mudança forte na educação no Brasil, já que esta turma se junta a muitas outras formadas nesta casa, cuja luta é a mesma: uma educação de qualidade e para todos no Brasil. Sem educação forte não somos uma nação. Não existe uma ação concreta no nosso país, em termos de educação: o que vemos são apenas palavras e, por isso, temos cada vez mais a responsabilidade de apostar nos nossos jovens – nestes jovens aqui presentes, hoje -, para que eles possam ser os multiplicadores de uma educação de qualidade que desejamos para o Brasil: e eles vão, com certeza, cumprir essa missão.

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Estes jovens já produziram uma transformação profunda no seio de suas famílias e agora vão tentar transformar suas cidades, seus estados e seu país, através de inovação, educação de qualidade e de criatividade. Vocês, jovens formados, saem da USP – que é uma universidade de primeira linha nacional e internacional – carregando em suas malas tudo o que aqui aprenderam, mas, acima de tudo, estão levando algo adicional muito importante e que o país precisa com urgência – vocês estão levando a ética. A educação não é para uma elite: ela é para todos, a partir do ensino pré-escolar. A USP orgulha-se de formar líderes e vocês são isso mesmo – líderes. O que esperamos é que vocês se juntem a outros que já estão formados e que, todos juntos, possam transformar o país. Por último, gostaria de agradecer aos pais aqui presentes a confiança que depositaram na USP de São Carlos para a formação de seus filhos: sei que vocês estão extremamente orgulhosos deles, e nós também. Longa vida e muito sucesso para todos vocês, concluiu Hernandes.

Confira, abaixo, alguns dos momentos mais importantes desta cerimônia.

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Assessoria de Comunicação

15 de janeiro de 2012

Bacharelados em festa

O IFSC esteve em festa no dia 14 de janeiro, durante todo o período da manhã, com a realização da Formatura de 2011, iniciando com as cerimônias relativas à Formatura dos Cursos de Bacharelado em Ciências Físicas e Biomoleculares, Física e Física Computacional. Com o Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas completamente lotado de familiares e amigos dos recém formados, a mesa de honra foi presidida pelo Diretor do Instituto de Física de São Carlos, Prof. Antonio Carlos Hernandes, e pelos professores Luiz Nunes de Oliveira, Ana Paula Ulian de Araújo, Otávio Thiemann, Rafael Guido, Antonio José da Costa Filho (Paraninfo) e o servidor Antenor Fabbri Petrilli Filho, uma das personalidades homenageadas pelos alunos.

O discurso mais aguardado foi, sem dúvida, o do Prof. Antonio José da Costa Filho, que, com a boa disposição que lhe é peculiar, lembrou os seus tempos de formatura e todos os projetos que conseguiu concretizar na sua vida profissional e acadêmica, tendo incentivado os recém-formados a prosseguirem os seus objetivos, sempre tendo como foco a excelência no trabalho em prol de um Brasil mais moderno:

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Embora cada um de vocês escolha, a partir de agora, um determinado rumo profissional – uns dedicando-se ao ensino e outros à ciência ou  indústria – o certo é que o IFSC estará sempre de portas abertas para os receber: serão sempre bem vindos a esta casa que os viu crescer, que viu transformarem-se nos cidadãos que são atualmente. Parabéns a todos vocês e muito obrigado, referiu o Paraninfo.

Estas cerimônias incluiram, também, diversas homenagens que os recém-formados fizeram a seus mestres, conforme ilustramos abaixo.

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Assessoria de Comunicação

12 de janeiro de 2012

Inscrições dos candidatos começam em fevereiro

Entre 6 de fevereiro e 30 de março de 2012 poderão ser feitas inscrições para seleção de candidatos às bolsas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica, através da Pró-Reitoria de Pesquisa e o Comitê Institucional do Programa de Iniciação Científica da USP.

As bolsas terão duração de 12 meses, podendo ser renovadas, exceto para as bolsas da modalidade RUSP (Institucional) e Santander, para as quais será permitida somente uma (1) renovação.

As bolsas das modalidades RUSP e Santander serão atribuídas, exclusivamente, para alunos da USP.

O bolsista deve estar regularmente matriculado em curso de graduação, não ter vínculo empregatício e dedicar-se, integralmente, às atividades acadêmicas e de pesquisa.

As inscrições também serão realizadas através do sistema Atena.

Para acessar este edital, na íntegra, clique aqui.

Para dúvidas ou esclarecimentos, basta entrar em contato com a Assistência Técnica Acadêmica do IFSC/USP pelo telefone (16) 3373-8669 ou pelo e-mail atac@ifsc.usp.br

Assessoria de Comunicação

12 de janeiro de 2012

Desafios e inovação: a Seção Técnica de Informática em 2011

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Em 2011, com a rápida expansão e melhoria da estrutura física dos prédios do Instituto de Física de São Carlos, a Seção Técnica de Informática também não tirou folga. Isso porque hoje em dia, além da estrutura de alvenaria, os prédios também têm de dispor de, digamos, uma estrutura tecnológica – cabeamento para telefonia, internet, computadores em rede, etc –, que precisa ser instalada por profissionais especializados e exige manutenção esporádica. Acompanhando o crescimento do IFSC, tanto em estrutura física como em recursos humanos, há a necessidade de ampliar, reparar ou substituir o suporte tecnológico do Instituto também.

Segundo as estatísticas da ScInfor, no ano passado, a expansão e reestruturação do cabeamento estruturado nos blocos A e B – uma reforma que já havia sido realizada no prédio dos departamentos –, aumentou em 50% os pontos de rede existentes no local, ou seja, o número de computadores que podem conectar-se à rede do IFSC é muito maior. Além disso, a cobertura da rede sem fio também sofreu significativa expansão. No bloco G, novo prédio inaugurado no começo do ano passado, foram realizadas obras de finalização do cabeamento estruturado para telefonia e internet. Para dar conta desta carga de transmissão de dados, foi necessário adquirir 20 switchs gigabits para suportar o novo cabeamento CAT 6, e três novos servidores.

Um destes servidores tem uma função muito especial: armazenar os dados da página online do IFSC, lançada em agosto pelos profissionais da seção. Durante alguns meses, o setor trabalhou na reformulação da página antiga, que recebeu um design novo, mais dinâmico e mais acessível à comunidade externa, e teve todos os dados atualizados. Ao reformularmos o site do IFSC, ainda temos uma série de outras páginas para refazer: a página dos Recursos Humanos, da Graduação e Pós-Graduação, a nossa própria página, todas baseadas neste mesmo layout, para deixar tudo com a mesma identidade visual, conta Aparecido Luciano Joioso, chefe da ScInfor.

No quesito comunicação – e também inovação –, o ScInfor trabalhou na programação e instalação das “telas sociais”: três aparelhos de tevê espalhados pelas dependências do IFSC que, conectadas ao site do Instituto, exibem notícias sobre pesquisas, eventos, oportunidades etc. Esta foi uma ideia inovadora, emprestada do ICMC-USP, que funcionou graças à pronta colaboração do setor do IFSC com o fornecimento das informações necessárias ao rastreamento dos dados pelo sistema das tevês. A manutenção, atualmente, é feita pelo ScInfor e tem recebido ótimo retorno da comunidade. 

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O mesmo servidor também armazena informações dos sistemas do IFSC, já são reconhecidos pela sua estabilidade. De fato, os sistemas desenvolvidos pelos profissionais do setor de Informática do IFSC são muito valorizados e até requisitados por outras unidades da USP, como por exemplo o sistema de requisição de serviços, ou o sistema Columba, que já funcionam em três outras unidades nos campi de São Carlos, Bauru e São Paulo. Sempre nos deparamos com este tipo de pedido e nós disponibilizamos sem o menor problema, afirma Joioso. E sempre estamos pensando no desenvolvimento de novos sistemas ou no aprimoramento dos sistemas que já temos, completa.

Os outros dois servidores ainda devem ser instalados para hospedar o sistema de e-mails do IFSC, substituindo os servidores antigos.

Para este ano de 2012, a equipe terá ainda menos sossego. Com as obras do Campus II, muita movimentação será necessária, tanto para adequar o novo prédio, quanto para reformar as salas antigas dos profissionais que se mudarem para as novas dependências. Não teremos trabalho só por lá, aqui também teremos muitos reflexos, reflete Joioso. A participação da ScInfor no Campus II deverá ter início em fevereiro, quando as obras serão finalizadas e o trabalho de instalação do cabeamento estruturado começa. Nós já levantamos quase 600 pontos de rede por lá, o que significa 35km de cabos, constata ele.

Além disso, uma reforma será realizada no prédio dos departamentos, na região do Grupo de Polímeros, semelhante à reforma já concluída no Grupo de Cristalografia, ou seja, os pontos de rede serão devidamente ampliados. Hoje, nas salas do Grupo de Polímeros, há apenas um ponto por sala e a Coordenadoria de Tecnologia da Informação da USP postula que deve haver um ponto de rede em cada parede da Universidade, o que significa dizer que o Grupo de Polímeros verá o número de seus pontos de rede ser triplicados. Desta forma, a equipe conseguiu definir um espaço para hospedar um novo rack – local onde se concentram todos os cabos de rede –, facilitando o trabalho de suporte para o cabeamento da rede e adequação do sistema de telefonia. Outras partes deste prédio também serão reformadas de alguma forma, como o Grupo de Óptica e Fotônica e os Laboratórios de Ensino de Física.

O IFSC tem instalado um grande número destes racks, que são interligados através de fibra óptica até o ponto central de rede – o Rack Sarajevo. Agora, prevê-se que algumas fibras de backup sejam relançadas, para que haja uma redundância entre este prédio e aquele rack e entre os racks e o próprio Sarajevo.

No quesito segurança, a equipe ScInfor também fica atenta. As câmeras de vigilância serão ampliadas neste ano: hoje existem cerca de sessenta, e mais cem serão instaladas, de forma a cobrir todos os corredores e instalar câmeras de alta resolução. Também passará a existir todo um novo sistema de catracas, que deverão funcionar através do uso de um cartão de aproximação, o que é mais simples e seguro. As imagens das câmeras também poderão ser salvas em um storage, equipamento com grande capacidade de armazenamento (30 terabytes), que será adquirido neste ano para ser utilizado como backup e armazenar dados dos servidores.

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Todas essas atividades devem estar finalizadas até o término do primeiro semestre, prevê Joioso, que já consegue visualizar o aumento de sua equipe neste ano, para dar conta da demanda de serviços. Além de todas esses grandes serviços, ainda temos as requisições, os trabalhos cotidianos, temos uma rotina para cumprir, explica. Com este espírito, valorizando a rotina mas prezando também pela inovação, o ano de 2012 promete ser tão cheio de realizações quanto foi 2011, ou mais.

Assessoria de Comunicação

12 de janeiro de 2012

A alta tecnologia na Universidade

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Há mais de 70 anos, quando você, leitor, nem sonhava com a internet e muito menos com sua popularização e uso comercial, o físico indiano Narinder Singh Kanpany trabalhava com uma tecnologia que revolucionaria a maneira como as informações são transmitidas pela rede.

Narinder foi o inventor da fibra óptica (1930), tecnologia, hoje amplamente utilizada para transmissão de informações digitais, por longas distâncias. Para aqueles que se recordam da ineficiência da internet discada, a fibra óptica pode ser considerada o objeto de maior admiração – e inveja – da prototípica e ineficiente conexão por linha comutada.

A comunidade científica, que desde o início teve muito a ver com esse achado (prova disso é ele ter sido inventado por um físico), sempre buscou maneiras eficientes não só de transmitir a informação, mas torná-la acessível ao maior número de pessoas. E, embora a fibra óptica ainda esteja um pouco distante de sua popularização, muitos estudiosos brasileiros – através do financiamento de agências de fomento – têm trabalhado para que esse fato ocorra rapidamente.

Uma dessas agências – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) -, criou, em 2001, a Tecnologia da Informação no Desenvolvimento da Internet Avançada (TIDIA), programa lançado com o objetivo principal de transformar a internet em objeto de pesquisa.

Dessa forma, muitos estudiosos se interessaram pelo programa e passaram a fazer parte dele. Um deles, Carlos Antonio Ruggiero, docente do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), abraçou a causa e integrou-se ao Kyatera – um dos subprojetos contemplados pelo TIDIA. A FAPESP tem um papel muito importante em relação à internet, pois foi graças à sua atuação que houve a primeira conexão da internet do Brasil com os Estados Unidos. Isso em 1991, relembra Ruggiero. Nessa época, eu era licenciado pelo IFSC, para coordenar o CCE [Centro de Computação Eletrônica da USP], e ligamos a USP à internet duas semanas após a FAPESP ter feito o mesmo, ou seja, a USP foi a segunda instituição do Brasil a se conectar na internet.

Dois anos após o lançamento do TIDIA, vários projetos de pesquisa (incluindo o Kyatera) receberam as verbas para serem concretizados. A FAPESP financiou nosso projeto com R$1 milhão, mas o total de investimentos foi muito maior, no valor de R$8 milhões, conta o docente.

A tecnologia moderna no interior

TotAtravés do Kyatera, uma rede de fibra óptica foi disponibilizada para ser instalada em todo Estado de São Paulo. Assim, foram definidos três polos principais, para serem as “espinhas dorsais” da poderosa rede. São Paulo, Campinas e São Carlos foram as cidades escolhidas, por concentrarem maior volume de tráfego. Pelo fato de os cursos de ciências exatas da USP, fora de São Paulo, estarem em São Carlos, o tráfego, aqui, sempre foi muito alto, quase igual ao de Campinas, explica Carlos Antonio.

Dessa forma, a velocidade da internet nas três cidades, através dessa rede, chegava a 10 Gigabites por segundo, com o plus de 10 Gigabites (previstos pela redundância), somando uma velocidade de conexão impensável para grande parte dos usuários comuns. Essa é uma rede voltada a pesquisadores, especialmente àqueles ligados com pesquisa em rede de computadores, conta Ruggiero.

A consequência disso, especificamente para São Carlos, foi a construção de três redes de fibra óptica, tanto no campus da USP, quanto na cidade de São Carlos, onde qualquer usuário interessado em trabalhar com redes também pode usufruir. Essa rede liga profissionais da Física, Engenharia Elétrica e Computação da USP, além do Departamento de Computação da UFSCar [Universidade Federal de São Carlos], acrescenta Ruggiero.

Assim, o número de fibras ópticas, no campus, foi significativamente ampliado. Temos, aqui, no campus, cabos com 144 fibras passando, e o CISC [Centro de Informática da USP de São Carlos] toma conta de algumas dessas fibras, complementa o docente.

Do campus à cidade

De acordo com Carlos Antonio, o TIDIA, desde seu projeto inicial, objetiva chegar a toda comunidade – embora, até o presente momento, seja somente utilizado por pesquisadores. Inicialmente, o TIDIA foi projetado para o uso daqueles que trabalham com redes e é óbvio que isso será repassado a todos, mas esse processo atrasou, conta.

Ele afirma que, em 2012, há grandes chances de que o projeto tenha um rápido andamento e todos possam usufruir da (praticamente) inédita velocidade de transmissão de informações, através das fibras ópticas. A infraestrutura está pronta, mas para fazer essa transferência à comunidade é preciso que ela esteja funcionando perfeitamente, conclui o docente.

Assessoria de Comunicação

9 de janeiro de 2012

Experimento de docente do IFSC rende publicação na revista Nature Photonics

Poucos sabem o que é uma “amplificação da luz por emissão estimulada de radiação”. Paralelamente, a palavra laser já é comum em nosso vocabulário e é, justamente, uma sigla inglesa, que significa Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation, traduzida na primeira sentença deste parágrafo.

Philippe-1De uma maneira mais compreensível, um laser é um dispositivo que produz uma radiação eletromagnética, com um comprimento de onda muito bem definido e que se propaga de forma paralela. Os mais comuns podem ser definidos como amplificadores de luz e conjuntos de espelhos, que trazem a luz ampliada de um lado para o outro, num processo contínuo de feedback. Se esse retorno for eficiente, um feixe de luz será formado espontaneamente.

Um estudo, iniciado em 2005 e retomado em 2009 – depois de dois anos parado -, envolvendo pesquisadores alemães, conseguiu produzir uma grande reflexão, utilizando-se de um gás de rubídio (elemento químico) aprisionado, e periodicamente estruturado por uma onda estacionária de luz. O gás, ao mesmo tempo, serviu de amplificador óptico (que veio a ser chamado “Optical Parametric Amplifier”- OPA) e criou um novo tipo de laser, formado, fundamentalmente, por gás e luz, mas sem espelhos – uma novidade no mundo científico-acadêmico.

A pesquisa, uma colaboração entre o docente do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Philippe Wilhelm Courteille, e pesquisadores da Universität Tübingen (Alemanha), rendeu a publicação de um paper* na notória revista científica Nature Photonics. “O objetivo inicial foi melhorar a reflexão de um gás rubídio, aprisionado em uma rede óptica, formando, dessa maneira, um cristal fotônico”, explica Philippe.

Traduzindo para uma linguagem mais simples, em ondas “estacionadas”, geradas durante o feedback – citado no 2º parágrafo dessa matéria -, é possível aprisionar átomos, colocá-los de maneira estruturada no feixe de luz e possibilitar o fenômeno de reflexão. “Isso gera um meio para organizar a matéria e esse meio tem propriedades interessantes. A luz pode ser refletida como se fosse um espelho. Essa é a novidade”, explica Courteille.

A partir da experiência acima, Philippe fala de projeções: o espelho, formado pela luz refletida, pode ser interessante para o desenvolvimento de lasers em regime de frequência ultravioleta que, diferente dos lasers comuns, não é composto por espelhos convencionais. “No regime ultravioleta, é muito difícil de trabalhar com espelhos convencionais, mas, com a presença de redes ópticas, pode haver reflexão, fazendo surgir um laser“.

Cristais fotônicos e uma nova forma de transportar informações

PhilippeAs conhecidas redes ópticas – as mais modernas redes de telecomunicação, que possibilitam o funcionamento da internet -, têm muito em comum com cristais fotônicos. Mas, em comparação aos cristais, redes ópticas têm a vantagem de uma periodicidade intrinsecamente perfeita e podem ser manipuladas in vivo.

Os cristais fotônicos (nanoestruturas ópticas), geralmente, são feitos de materiais dielétricos sólidos (materiais isolantes, que não permitem a passagem de corrente elétrica). Estes materiais, por sua vez, são capazes de moldar o fluxo da luz de maneira determinada, e de localizar radiação, isto é, armazenar fótons.

Philippe faz uma importante ressalva: “Precisamos entender melhor essa novidade e melhorar as propriedades, pois ainda não temos o entendimento completo sobre elas”.

Embora, no presente momento, sua pesquisa esteja com forte viés acadêmico, com a publicação do paper na Nature, muitos interessados começarão a se manifestar e, com isso, as chances de aplicação são aceleradas, especialmente no aspecto temporal. “Com a publicação deste paper, várias pessoas, talvez, verão nisso um sistema muito interessante, e começarão a trabalhar nessa nova direção”, conclui o docente.

*O paper, citado na matéria, foi publicado na revista Nature Photonics, edição de 18 de dezembro de 2011. Para acessá-lo, na íntegra, clique aqui.

Assessoria de Comunicação

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