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18 de março de 2024

Na Academia de Ciências do Vaticano – Pesquisador do IFSC/USP discute educação, ciências e cooperação com povos indígenas de todo mundo

Vanderlei Bagnato com o especialista em Amazonas, Virginio Viana, e a Ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara

Povos indígenas não são especificidades do Brasil e da Amazônia Legal.  Em todos os lugares, como África, Índia, México, Estados Unidos, Canadá e assim por diante, povos indígenas sofrem em manter seus hábitos de sobrevivência. Este foi um dos motes do encontro da Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano que ocorreu neste mês de março e na qual participou um dos cientistas do Brasil, membro da citada Academia, docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Vanderlei Salvador Bagnato.

As mudanças climáticas que têm ocorrido, tornam os hábitos de sobrevivência dos povos indígenas cada vez mais difíceis. Com as inconstâncias do clima e o aquecimento global, a forma tradicional de viver dentro da Natureza sofre sérios riscos de não funcionar.

Por outro lado, a sabedoria natural dos povos indígenas é, sem dúvida, muito rica. Ao longo de séculos aprenderam a fazer não apenas uso das plantas, mas a melhor utilização delas para fins medicinais. Além disto, observando a Natureza, eles conseguem ter ideias bastante precisas das mudanças clínicas. Todo este conhecimento acumulado de gerações em gerações, certamente pode ser de grande utilidade para a humanidade em geral.

Para isto tudo ocorrer é preciso intensificar a cooperação entre as culturas. Esta cooperação, no entanto, deve ser de forma a valorizar a interação e não a interferência. A interação é baseada na troca mútua, enquanto a interferência pode ser construtiva ou destrutiva. A interação é a forma de cooperação que movimenta os seres vivos sempre levando a produtos que se encontram ao seu redor, sendo, de fato, a base do seus metabolismos.

A interferência, por outro lado, depende de diversas condições para ser positiva ou negativa. Temos que lembrar que a interação da luz com as plantas é que torna a vida possível, mas a interferência da luz com luz pode tornar a adição de duas porções de luzes gerar a escuridão.

A receber cumprimentos do Papa Francisco, Bagnato reforça seu compromisso com o uso da ciência com grande responsabilidade social

Um dos questionamentos colocados no encontro foi: De que forma se pode intensificar esta interação? Uma das bases, é ensinar melhor os povos não-indígenas a entenderem a cultura indígena, mas o outro elemento importante é educar os jovens das populações indígenas através de conceitos científicos mais sólidos. Levar para os povos indígenas formas de educação científica mais consolidada é importante e necessário. Se conseguirmos conjugar o conhecimento científico com o conhecimento prático, não apenas teremos povos indígenas mais preparados, como também, ao utilizarem melhor os recursos naturais, conseguirem ser capazes de se adaptarem para a nova realidade das condições clínicas e de sua sobrevivência.

Neste ponto, iniciativas que levem leis básicas das ciências naturais para estes povos, através de kits educativos e exposições itinerantes de ciências, é certamente uma forma de mudar estas condições, sublinha o Prof. Vanderlei Bagnato, salientando que “(…) os kits educativos produzidos pela USP podem vir a ser um elemento importante em todo esse contexto (…)”. Em sua participação, o cientista brasileiro foi bastante elogiado pelas iniciativas desenvolvidas pelo IFSC/USP, sob a sua coordenação, e como elas poderão ajudar essas comunidades. Além dos kits educativos, foram também discutidas diferentes formas tecnológicas para a melhoria da extração de óleos essenciais e substâncias da floresta, que poderão ajudar na evolução desses povos.

A presença da ministra dos povos indígenas, Sonia Guajajara, e do embaixador do Brasil, Everton Vieira Vargas, reforçaram a importância e a necessidade de uma atuação conjunta da ciência para com os povos indígenas do mundo, em especial os brasileiros.

“Como salientado pelo Papa, a união das experiências positivas e seu compartilhamento, de forma coordenada, que poderão ser os elementos principais na condução dos problemas atuais existentes. Como fruto desta reunião de dois dias, teremos um documento que será publicado em termos internacionais. Certamente, nossa preocupação como instituição científica é estar sempre à disposição de qualquer cidadão brasileiro, inclusive para adaptar e melhorar nossas tecnologias educacionais e para o tratamento de saúde, que possam ajudar a vida de todos, inclusive de nossos povos indígenas”, pontuou o Prof. Bagnato, que atualmente se considera preocupado com as melhorias no tratamento para as bactérias resistentes aos antibióticos, e que já estão, inclusive, atingindo os povos indígenas em todo o mundo.

Rui Sintra / Prof. Vanderlei Salvador Bagnato – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

18 de março de 2024

Pós-Graduação – Processo seletivo 2º semestre de 2024

Os editais para os processos seletivos de ingresso no 2º semestre de 2024, nas áreas Física Teórica e Experimental, Física Biomolecular e Física Computacional estão disponíveis em: www.ifsc.usp.br/posgraduacao na aba Processo Seletivo.

É importante que todos leiam os Editais e antecipem suas dúvidas.

Lembramos que os(as) candidatos(as) para a área de Física Teórica e Experimental devem apresentar nota do EUF (AQUI).

Os candidatos para as áreas de Física Biomolecular (AQUI) e Física Computacional (AQUI) devem apresentar nota de exame realizado pela CPG cuja inscrição estará aberta no período de 18/03 até 12/04/2024.

Informações detalhadas nos editais.

Em caso de dúvidas, entrem em contato com o serviço de pós-graduação do IFSC/USP (svposgrad@ifsc.usp.br).

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

13 de março de 2024

Edital nº 02/2024 (PAME) – Programa de Apoio a Missões Acadêmico-Científicas no Exterior (saídas de 01/05/2024 a 30/09/2024)

Estão abertas as inscrições para o Edital nº 02/2024 (PAME) – Programa de Apoio a Missões Acadêmico-Científicas no Exterior (saídas de 01/05/2024 a 30/09/2024).

O Programa de Apoio a Missões Acadêmico-Científicas no Exterior – PAME – tem o foco de promover interações acadêmico-científicas com grupos de excelência no exterior, visando o aumento da internacionalização da pós-graduação na USP a partir do estímulo ao desenvolvimento de pesquisas em conjunto, discussão sobre convênios de dupla-titulação, parcerias acadêmico/científicas, estabelecimento, fortalecimento e prospecção de redes de colaboração e financiamentos externos em áreas definidas pelo Programa PrInt USP/CAPES.

Para obter mais informações, acesse a  página da pós-graduação (AQUI).

 

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

12 de março de 2024

Abertas as inscrições para o “Prêmio CAPES de Tese -2024”

Informam-se todos os interessados que estão abertas as inscrições para o “ Prêmio Capes de Tese-2024”.

O Edital nº 4/2024 do ”Prêmio Capes de Tese – Edição 2024”, que contempla as teses defendidas em 2023, bem como as Orientações da CPG sobre à abertura das inscrições, estão disponíveis na página do programa, no menu “Processo Seletivo” (VER AQUI).

Os interessados deverão encaminhar a documentação necessária para análise da CPG até às 17:00h do dia 12 de abril do corrente ano, impreterivelmente.

Dúvidas sobre o Edital CAPES deverão ser esclarecidas por meio do e-mail: premiocapes@capes.gov.br

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

11 de março de 2024

Livro homenageia Prof. Bernhard Gross e comemora os 90 anos de sua chegada ao Brasil

Foi lançado oficialmente no dia 06 do corrente mês, sob os auspícios do Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST) e do Instituto Nacional de Tecnologia (INT), o livro “Bernhard Gross – entrevista e outros escritos”, uma publicação organizada por Alfredo Tiomno Tolmasquim*, Antonio Augusto Passos Videira* e Cássio Leite Vieira*, que aborda, ao longo das suas 106 páginas, a última entrevista dada em 2001 por aquele que, para muitos, é o “pai” da física moderna no Brasil. Comemorando o 90º aniversário da chegada deste cientista ao Brasil, a publicação apresenta, ainda, a carreira do Prof. Bernhard Gross, diversos textos sobre o início da física no Brasil e a disseminação internacional dessa área do conhecimento desenvolvida no nosso país.

O lançamento do livro ocorreu nas instalações do MAST e igualmente de forma online, com as presenças do diretor do órgão, Prof. Marcio Pereira Rangel, da diretora do INT, Profª Iêda Maria Vieira Caminha, e dos autores da publicação. De forma remota, o diretor do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Prof. Osvaldo Novais de Oliveira Junior, marcou presença e agradeceu a realização do evento, bem como a forma como os autores do livro souberam relatar a vida científica do Prof. Bernhard Gross, tendo ressaltado a importância do homenageado para a pesquisa em física da matéria condensada, principalmente nos eletretos, que teve um grande impacto no então denominado Instituto de Física e Química de São Carlos (IFQSC/USP).

“Nos anos 1980, o Grupo de Eletretos desenvolveu microfones de eletreto num projeto para a Telebras, a partir dos conhecimentos gerados pelo Prof. Gross. Um projeto de cooperação para transferir tecnologia para a sociedade, como esse da Telebras, era uma marca do trabalho do Prof. Gross que teve contribuições importantes tanto para a física fundamental quanto para a tecnologia”, pontuou o docente na sua participação online, tendo igualmente sublinhado que, além de ter sido um cientista de renome internacional, o Prof. Bernhard Gross deixou uma marca indelével no IFSC/USP. “Essa marca está devidamente perpetuada no reconhecimento que o IFSC/USP prestou ao Prof. Gross, atribuindo o seu nome ao nosso Grupo de Polímeros, bem como na Biblioteca e no “Prêmio Bernhard Gross”, atribuído todos os anos aos estudantes com alto desempenho acadêmico. O Prof. Gross era um ser humano de grandes qualidades, cujas humildade e generosidade eram faces marcantes em sua personalidade”, sublinhou o diretor do IFSC/USP, que agradeceu a oportunidade por estar representando, no evento, toda a comunidade de sua Unidade, especialmente os colegas do “Grupo de Polímeros Bernhard Gross”.

*Alfredo Tiomno Tolmasquim – Pesquisador Titular do Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST);

*Antonio Augusto Passos Videira – Professor Titular da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e pesquisador visitante no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF);

*Cássio Leite Vieira – Jornalista especializado em ciências exatas e historiador de Física;

Acesse o PDF do livro, clicando AQUI.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

10 de março de 2024

Atualização da produção científica do IFSC/USP em Fevereiro 2024

Para ter acesso às atualizações da Produção Científica cadastradas no mês de fevereiro de 2024, clique AQUI, ou acesse o ”Repositório da Produção USP”  (AQUI).

As atualizações também podem ser conferidas no Totem “Conecta Biblio” em frente à biblioteca.

A figura ilustrativa foi extraída do artigo publicado recentemente, por pesquisador do IFSC, no periódico “NPJ Vaccines” (VER AQUI).

 

 

 

 

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

7 de março de 2024

Programas da USP São Carlos dirigidos aos alunos do ensino médio do Estado de São Paulo atingem números expressivos

 

Sala do Conhecimento

 

“Programa Vem Saber” – “Competição USP de Conhecimentos e Oportunidades (CUCO)”  e “Cientistas do Amanhã”. Três programas inteiramente dedicados aos jovens alunos do ensino médio do Estado de São Paulo atingiram, em 2023, resultados expressivos segundo o balanço agora divulgado.

Dessa forma, em relação ao “Programa Vem Saber”, que sempre ocorre no “Conjunto Didático” localizado na Área-2 do Campus USP de São Carlos, participaram de atividades na “Sala do Conhecimento”, 3.470 alunos provenientes de 103 escolas e localizadas em 75 cidades distintas do Estado de São Paulo, o que constituiu, em termos de abrangência, um recorde.

No que concerne à CUCO-2023, foi atingido o maior número de participantes dentre as sete edições já realizadas, o que também constitui um recorde, sublinhando-se a importante participação de 100% das Diretorias Regionais de Ensino e a participação ativa da direção central do Centro Paula Souza. A CUCO consolidou-se com um processo formativo aos estudantes da rede pública, especialmente aqueles com maior vulnerabilidade social. Foram 117.653 estudantes de 606 cidades, oriundos de 3 mil escolas, que participaram da CUCO em 2023.

Quanto ao projeto “Cientistas do Amanhã”, o programa registrou o ingresso de 5 estudantes na USP em São Carlos e 1 aluna na UFSCar. Do total que participaram na “Sala do Conhecimento” e na “CUCO”, mais de 3.500 jovens ingressaram nos cursos da Universidade de São Paulo.

Para o coordenador dos projetos inseridos no programa “Vem Saber”, o docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Antonio Carlos Hernandes, cujo sucesso das iniciativas está demonstrado nos números expressivos apresentados a cada ano, a grande dificuldade apontada ainda é a falta de recursos financeiros. “Certamente que para ampliar ainda mais estas iniciativas, expandindo o número de propostas em prol da Educação, a contratação de pessoas para que possam nos ajudar é essencial. São necessários mais recursos. Essa é a principal dificuldade, vamos dizer assim,  que tivemos, associada a todos os projetos que  acontecem aqui no programa “Vem Saber””.

Prof. Dr. Antonio Carlos Hernandes

Com a 8ª edição da CUCO 2024 a seguir o mesmo cronograma das edições anteriores, com as inscrições se iniciando no próximo mês de maio e a prova acontecendo em agosto, a equipe liderada pelo Prof. Antonio Carlos Hernandes já iniciou o processo para efetivar os convênios no sentido de se apurar quais prêmios serão entregues a professores e alunos. Quantos às restantes iniciativas, todas elas se iniciam no dia 04 deste mês de março.

Por outro lado, algumas atividades adicionais do programa irão ser instituídas neste ano. “Dentre as  atividades adicionais do programa, iremos desenvolver um projeto, uma vez por mês, às quintas-feiras, no Instituto de Estudos Avançados (IEA) Polo de São Carlos, na Área-1 do campus da USP de São Carlos, do qual a Profª Yvonne Mascarenhas é vice-coordenadora, e que é um Ciclo de Conferências em Ciência e Educação. Essas atividades iniciam-se no dia 14 de março, e todas as quintas-feiras – com exceção das férias de julho – teremos uma conferência voltada para os professores da rede estadual e a comunidade”, pontua o Prof. Antonio Carlos Hernandes.

As novidades não param por aí, já que programa “Vem Saber” também irá iniciar uma outra atividade, na cidade de Descalvado (SP), que será anunciada em breve.

Rui Sintra & Adão Geraldo – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

5 de março de 2024

Calouros do IFSC/USP se integram à Unidade – Familiares de ingressantes visitam o Instituto e dialogam com coordenadores dos cursos

O dia 26 de fevereiro de 2024 foi completamente preenchido por eventos que assinalaram a abertura oficial da “XXVI Semana de Recepção aos Calouros do Campus USP de São Carlos”, que se iniciou com a recepção conjunta aos 1.010 novos alunos, conforme tivemos a oportunidade de noticiar.

A partir desse momento, cada Instituto da USP de São Carlos realizou as suas próprias iniciativas, tendo o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) organizado, conforme estava já agendado, um encontro com os seus ingressos e com seus familiares, uma iniciativa que abriu uma programação intensa desse dia, e que ocorreu a partir das 14h00 no Auditório “Prof. Sérgio Mascarenhas”.

Coube ao Diretor do IFSC/USP, Prof. Osvaldo Novais de Oliveira Junior, que esteve acompanhado pela Vice-Diretora do Instituto, Profª Ana Paula Ulian de Araújo, e da Presidente da Comissão de Graduação, Profª Tereza Cristina da Rocha Mendes, dar as boas-vindas aos alunos e seus familiares, tendo começado por resumir a história da criação do IFSC/USP, que este ano comemora o seu 30º aniversário. Em sua alocução, o Diretor do IFSC/USP destacou a importância do ensino e da pesquisa que se desenvolvem no Instituto, tendo igualmente destacado as inúmeras iniciativas que acontecem no âmbito da Cultura e Extensão e que, segundo o orador, são igualmente importantes no contexto da vida universitária. As dúvidas dos alunos sobre os seus cursos foram devidamente respondidas no coffee-break que reuniu professores, ingressantes e familiares: a vida acadêmica no primeiro semestre, iniciação científica, internacionalização, os cursos de verão e as grades curriculares foram alguns dos questionamentos feitos e transformados em várias rodas de conversa.

Já no meio da tarde, enquanto os ingressantes recebiam as principais orientações sobre o início de sua vida acadêmica, os familiares foram convidados a visitar algumas instalações do IFSC/USP, como a Biblioteca e alguns laboratórios. Coube aos Coordenadores dos Cursos de Bacharelado acompanhar os familiares dos ingressantes e sanar suas dúvidas em relação à permanência dos jovens no Instituto. Nesta ação, estiveram envolvidos o Vice-Coordenador do Curso de Graduação – Bacharelado em Física, Prof. José Fabian Schneider, representando o Coordenador, Prof. Paulo Barbeitas Miranda, ausente por motivos de saúde; o Coordenador do Curso de Graduação – Bacharelado em Física Computacional, Prof. Gonzalo Travieso; e o Coordenador do Curso de Graduação – Bacharelado em Ciências Físicas e Biomoleculares, Prof. João Renato Muniz.

Entrega dos prêmios “Prof. Horacio Panepucci”, “Paulo Freire” e “Bernhard Gross”

Nesse mesmo dia, mais tarde, por volta das 19h00, o Auditório “Prof. Sérgio Mascarenhas” voltou a ser o palco de mais uma iniciativa, desta vez promovida e organizada conjuntamente pelos alunos do Centro de Estudos da Física de São Carlos (CEFISC), pela Secretaria Acadêmica da Licenciatura em Ciências Exatas (SACEX), e pelo próprio IFSC/USP, com a entrega dos prêmios “Prof. Horacio Panepucci”, “Paulo Freire”, destinados a docentes, e o prêmio “Bernhard Gross” destinado a alunos.

O “Prêmio Horacio Panepucci”, atribuído pelos alunos, é dedicado aos professores do IFSC/USP que mais se destacaram nos cursos de Bacharelado, tendo no seu nome um dos cientistas mais destacados do IFSC/USP, que deixou um grande legado não só para o próprio Instituto, como para a cidade de São Carlos e para o Brasil.

Este prêmio foi atribuído a:

Prof. Paulo Barbeitas Miranda, pelos ingressantes do Bacharelado em Física do ano 2000;

Prof. Diogo de Oliveira Soares Pinto, pelos ingressantes do Bacharelado em Física Computacional do ano 2000;

Prof. Adriano Defini Andricopulo, pelos ingressantes do Bacharelado em Ciências Físicas e Biomoleculares do ano 2000;

Prof. Reginaldo de Jesus Napolitano, pelos ingressantes do Bacharelado em Física do ano 2021;

Prof. Valter Luiz Libero, pelos ingressantes do Bacharelado em Física Computacional do ano 2021;

Prof. Alessandro Silva Nascimento, pelos ingressantes do Bacharelado em Ciências Físicas e Biomoleculares do ano 2021;

Prof. Emanuel Alves de Lima Henn, pelos ingressantes do Bacharelado de Física do ano 2022;

Prof. Iouri Poussep, pelos ingressantes do Bacharelado de Física Computacional do ano 2022;

Prof. Luis Felipe Santos Mendes, pelos ingressantes do Bacharelado em Ciências Físicas e Biomoleculares do ano 2022;

Prof. Leandro Fiorini Aurichi (ICMC), pelos ingressantes nos Bacharelados do IFSC no ano 2023;

Prof. Alex Freitas de Campos (ICMC), pelos ingressantes dos Bacharelados do IFSC no ano 2023;

Rodrigo Fabiano Coppi (Servidor da Assistência Acadêmica do IFSC), pelos estudantes do IFSC no ano de 2022.

O “Prêmio Paulo Freire” foi igualmente atribuído pelos alunos do IFSC/USP em homenagem aos professores do Curso de Licenciatura em Ciências Exatas, pela excelência em sua prática docente no ano de 2023.

Este prêmio foi atribuído a:

Profª Cibelle Celestino Silva, pela Turma do 4º ano do Curso de Licenciatura em Ciências Exatas;

Prof. Aion da Escossia Melo Viana, pela Turma do 3º ano do Curso de Licenciatura em Ciências Exatas;

Profª Kate Cristina Blanco, pela Turma do 2º ano do Curso de Licenciatura em Ciências Exatas;

Profª Ana Paula Ulian de Araújo (Vice-Diretora do IFSC/USP), pela Turma do 1º ano do Curso de Licenciatura em Ciências Exatas;

Quanto ao “Prêmio Bernhard Gross”, ele é um tributo ao cientista que dá o nome a este prêmio e que em 1971, vindo da Alemanha (Universidade Técnica de Darmstadt), aceitou um convite feito pelo Prof. Sérgio Mascarenhas para associar-se ao então Instituto de Física e Química da USP, em São Carlos, Unidade que viria a tornar-se, mais tarde, no Instituto de Física de São Carlos. Este prêmio destina-se a homenagear os alunos que conseguiram o melhor desempenho acadêmico em seus respectivos cursos no ano anterior, neste caso relativo ao ano de 2023.

Este prêmio foi atribuído a:

Mariana de Jesus Boscolo – Melhor desempenho acadêmico do ano 2023 – Bacharelado em Física;

Andressa Colaço – Melhor desempenho acadêmico do ano 2023 – Bacharelado em Física Computacional;

João Pedro Salazar Martins – Melhor desempenho acadêmico do ano 2023 – Bacharelado em Ciências Físicas e Biomoleculares;

Felipe Telles de Sousa – Melhor desempenho acadêmico do ano 2023 – Curso de Licenciatura em Ciências Exatas.

A programação do IFSC/USP relativa a esta “XXVI Semana de Recepção aos Calouros do Campus USP de São Carlos”, vai até dia 01 de março.

Confira o vídeo relativo à entrega destes prêmios, clicando na imagem abaixo.

Rui Sintra & Adão Geraldo – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

4 de março de 2024

Combinação de Nano e Biotecnologia traz avanços para controle biológico na agricultura – Potencial agrícola de bioconjugados de endolisina e nanopartículas de prata reduzem uso de antibióticos

Bacillus cereus (Créditos – ILVO)

Uma pesquisa realizada por pesquisadores do Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia do Instituto de Física de São Carlos (GNano-IFSC/USP) está desenvolvendo um processo de controle biológico contra uma bactéria gram-positiva denominada Bacillus cereus, que se encontra muito presente em vegetais de folhas verdes, como também nas indústrias de lacticínios, um trabalho que visa, sobretudo, diminuir o uso de antibióticos na agricultura.

Fernanda Coelho (31), pós-doutoranda do GNano-IFSC/USP e primeira autora do trabalho publicado recentemente na revista científica “Biocatalysis and Agricultural Biotechnology”, sob a supervisão do pesquisador Prof. Valtencir Zucolotto, explica que todo o trabalho envolveu o conhecimento da denominada terapia fágica (vírus que infectam e destroem bactérias), e que nada mais é do que a utilização de bacteriófagos – conhecidos como fagos -, que são vírus que têm a propriedade de tratar infecções bacterianas em seres humanos, animais ou plantas.

Esses fagos produzem a endolisina, uma enzima capaz de reconhecer e romper a parede celular das bactérias. O foco do estudo foi a utilização de uma endolisina específica que foi produzida utilizando a biotecnologia e posteriormente associada com nanopartículas de prata, que já por si têm um efeito antimicrobiano. Esse sistema mostrou uma atividade contra as cepas do Bacillus cereus, algo que foi verificado tanto através de ensaios de atividade antibacteriana, como também através de imagens de microscopia eletrônica de transmissão e de varredura.

Entendendo o conceito

Fernanda Coelho

As endolisinas de fago têm uma estrutura modular composta de domínios enzimaticamente ativos (EADs) e um domínio de ligação à parede celular (CWBD). O CWBD reconhece e leva a endolisina às moléculas de ligante associadas à parede celular específica com alta especificidade, enquanto os EADs fornecem a atividade enzimática real que cliva a estrutura do peptidoglicano. “Ao trabalhar com endolisinas, desenvolvemos um sistema altamente direcionado para combater uma bactéria específica. Neste estudo, a associação com nanopartículas de prata amplifica a eficácia do complexo. Dessa forma, conseguimos propor um sistema de controle biológico representando uma alternativa viável, eficiente e ambientalmente mais apropriada que os antibióticos utilizados na agricultura. Essa abordagem é de particular importância para promover uma agricultura sustentável”, explica Fernanda Coelho;

A Terapia Fágica já é muito utilizada nos Estados Unidos e na Europa, tanto para a área da saúde como para a área da agricultura. Apesar do uso seguro destes fagos, a opinião pública prefere a utilização apenas da endolisina. Segundo a pesquisadora do GNano, há vários estudos que comprovam que há vírus altamente seletivos para bactérias específicas, justamente por causa dessa proteína chamada endolisina. “Mas, por que motivo, durante a sua produção, o vírus utiliza a endolisina? Ele utiliza-a para a reprodução do seu ciclo viral. Então, a partir daí, ele utiliza essa endolisina para entrar na bactéria, lisando a parede celular bacteriana e causando sua morte”, pontua a pesquisadora.

Como foi feita a pesquisa

(Créditos – AGRILIFE TODAY)

A pesquisa de Fernanda Coelho faz parte do seu pós-doutorado, um projeto que foi escrito em 2022, antes da pesquisadora ter defendido seu doutorado e que se iniciou, na prática, em janeiro de 2023, com a atribuição de uma bolsa da FAPESP (2021/11081-8). “O projeto consistiu na expressão de uma proteína recombinante em sistemas bacterianos e posteriormente em sua purificação. Em paralelo, já estava trabalhando com a síntese de nanopartículas de prata. Após a obtenção da proteína purificada, ela foi combinada com nanopartículas de prata, criando um composto bioativo. Análises de microscopia comprovaram que o composto produzido foi eficiente para causar o rompimento da parede celular, causando a eliminação do Bacillus cereus.

Com o pedido de patente já encaminhado, Fernanda Coelho e sua equipe acreditam que esse é um sistema que pode ser utilizado pela agricultura, pelos produtores rurais, através de um processo de pulverização tanto em hortaliças, para eliminar essa bactéria, como também para ser adicionado em amostras de leite durante o processo de pasteurização, com o intuito de reduzir a contaminação por essa bactéria. A pesquisa, pioneira, traz uma importante abordagem na área da agricultura sustentável.

Para o Coordenador do GNano, Prof. Valtencir Zucolotto, responsável pela pesquisa, “O trabalho mostra a importância dessa área de interface entre a Nanotecnologia e Biotecnologia, que já traz e certamente trará ainda mais avanços importantíssimos para as áreas médicas e do agronegócio”.

Além de Fernanda Coelho e do Prof. Valtencir Zucolotto, assinam este artigo científico os pesquisadores Angelica Maria Mazuera Zapata e Thales Rafael Machado (todos do GNano-IFSC/USP) e a Profª. Fernanda Canduri (IQSC/USP).

Para conferir o artigo científico desta pesquisa, clique AQUI.

(Créditos da imagem na Home – AGRIVI)

Rui Sintra & Adão Geraldo – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

1 de março de 2024

TV Cultura estreia a série “A USP faz o Brasil melhor”, alusiva aos 90 anos da Universidade

A série aborda as principais contribuições que a USP tem feito à sociedade ao longo de sua história em várias áreas do conhecimento

A TV Cultura estreou no dia 28 de fevereiro a série A USP faz o Brasil melhor, alusiva aos 90 anos da Universidade. A série, composta por cerca de 30 matérias, tem a forma de interprogramas (minidocumentários), e aborda as principais contribuições que a USP tem feito à sociedade ao longo de sua história em várias áreas do conhecimento.

Os interprogramas, com duração média de 2min30s cada um, estão sendo veiculados na programação da emissora entre 18h20 e 18h40, às segundas, quartas e sextas, com reprises, no mesmo intervalo, às terças e quintas-feiras e aos sábados.

A primeira reportagem exibida foi sobre a importância da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) para os projetos arquitetônicos do Estado de São Paulo, como os prédios do Sesc 24 de Maio e dos Centros Educacionais Unificados (CEU), e do Brasil.

A realização da série contou com o apoio da Superintendência de Comunicação Social (SCS) da USP e das áreas de Comunicação das Unidades de Ensino e Pesquisa.

Confira AQUI a primeira reportagem.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

29 de fevereiro de 2024

American Physical Society destaca trabalho do IFSC/USP no combate a bactérias resistentes

Assinada pela jornalista Rachel Berkowitz, da American Physical Society, a revista “Physics”, de âmbito mundial, destacou em sua edição do dia 22 do corrente mês a técnica desenvolvida no IFSC/USP para combater, através da luz,  as designadas bactérias resistentes.

Enfatizando que a resistência aos antibióticos das bactérias causadoras de doenças se transformou em um problema mundial, com as bactérias desenvolvendo continuamente mecanismos que impedem que os antibióticos sejam eficientes, a publicação destaca o trabalho dos pesquisadores do Grupo de Óptica do IFSC/USP, liderados pelo Prof. Vanderlei Bagnato, com o desenvolvimento de uma abordagem baseada em emissão de luz especialmente dedicada a combater a bactéria Staphylococcus, grande responsável por infecções de pele e pneumonias graves, um trabalho que foi recentemente apresentado no congresso mundial “SPIE Photonics West 2024″, realizado em San Francisco (EUA).

Para acessar a matéria, clique AQUI.

 

 

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

28 de fevereiro de 2024

Novas presidências das comissões estatutárias eleitas pela Congregação do IFSC/USP

Em sessão realizada no dia 21 de fevereiro do corrente ano da Congregação do IFSC/USP, foram eleitas para os mandatos de 21/02/2024 a 19/02/2025 as novas presidências das comissões estatutárias, a saber:

Comissão de Inclusão e Pertencimento – Prof. Fernando Fernandes Paiva (presidente) e Prof. Diogo de Oliveira Soares Pinto (vice-presidente);

Comissão de Cultura e Extensão – Prof. Guilherme Matos Sipahi (presidente e Profª Debora Gonçalves (vice-presidente);

Comissão de Pesquisa e Inovação – Prof. Luiz Vitor de Souza Filho (presidente) e Prof. Daniel Varela Magalhães;

Comissão de Graduação – Profª Tereza Cristina da Rocha Mendes (presidente) e Prof. José Abel de Hoyos Neto (vice-presidente);

Comissão de Pós-Graduação – Prof. Cleber Renato Mendonça (presidente) e Prof. Luis Gustavo Marcassa (vice-presidente).

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

28 de fevereiro de 2024

Grupo do IFSC/USP conquista 2º lugar no “Vesuvius Challenge 2023 Grand Prize” – IA detecta texto em papiro romano carbonizado há quase 2 mil anos

(Créditos – @Vesuvius Challenge)

Equipe composta por pesquisadores do IFSC/USP conquistou no início deste mês o 2º lugar ex aequo com mais duas equipes internacionais no “Vesuvius Challenge 2023 Grand Prize”, um desafio cuja missão é utilizar a Inteligência Artificial (IA) na leitura de pergaminhos romanos carbonizados em uma biblioteca da cidade “Herculano”, após a erupção do Vesúvio em 79 d.C.

Compuseram a equipe o Prof. Odemir Martinez Bruno do IFSC/USP, o Mestrando em Física Computacional no IFSC/USP, Elian Rafael Dal Prá, o Pós-Doutorando no IFSC/USP, Leonardo Scabini, o administrador de sistemas, Sean Johnson, o graduando de Ciências de Computação no ICMC/USP, Raí Fernando Dal Prá, o graduando de Física no IFSC/USP, João Vitor Brentigani Torezan, o mestrando em Engenharia Química no GIMSCOP/UFRGS, Daniel Baldin Franceschini, o graduando de Enfermagem na UNOPAR, Bruno Pereira Kellm e o empreendedor Marcelo Soccol Gris. Saliente-se que o Prof. Odemir Bruno, o Mestrando Elian Rafael Dal Prá e o Pós-Doutorando Leonardo Scabini, pertencem ao Grupo de Computação Científica do IFSC/USP.

O “Desafio do Vesúvio”, mais do que uma competição de aprendizado de máquina e visão computacional que no final do ano de 2023 explorou o enigma dos “Papiros de Herculano” e concedeu mais de US$ 1 mi em prêmios, é considerada, acima de tudo, uma grande colaboração internacional onde a ciência saiu grandemente beneficiada. A etapa que se encerrou no final de 2023 desafiava pesquisadores a decifrar, pela primeira vez,  algumas passagens completas de um dos pergaminhos. Os cientistas deveriam desenvolver algoritmos que pudessem detectar tinta em imagens de tomografia computadorizada obtidas dos papiros carbonizados, que consequentemente revelariam o texto neles contido. A equipe vencedora deste desafio, que faturou US$ 700 mil, foi constituída pelos jovens pesquisadores Youssef Nader (Alemanha), Luke Farritor (Estados Unidos) e Julian Schillinger (Suíça). Às outras três equipes, incluindo a equipe de brasileiros, foi concedido o posto de segundos colocados e dividiram um prêmio de US$ 150 mil.

Contextualizando

“Herculano” foi uma cidade localizada na comuna moderna de Ercolano, Campânia, Itália, tendo sido enterrada sob as cinzas provocadas pela erupção do vulcão do Monte Vesúvio. Como a cidade vizinha de Pompeia, “Herculano” é famosa por ser uma das poucas cidades antigas que ficou preservada – mais ou menos intacta – após a ação do vulcão, pois as cinzas que cobriram a cidade também a protegeram contra saques e intempéries. Embora hoje seja menos conhecida do que Pompeia, ela foi a primeira – e por muito tempo a única – cidade enterrada pelo vulcão Vesúvio a ser encontrada (em 1709), enquanto Pompeia só foi revelada a partir de 1748 e identificada em 1763.

Ao contrário do que aconteceu em Pompeia, o material que cobriu “Herculano” – principalmente piroclástico – carbonizou e ao mesmo tempo preservou as madeiras e diversos objetos, como telhados, camas e portas, além de outros materiais de base orgânica, como alimentos e papiros.

Para entender a história

No ano de 79, o Monte Vesúvio entrou em erupção e, na cidade de “Herculano”, vinte metros de lama quente e cinzas enterraram uma enorme villa que pertencia ao sogro daquele que muitos consideram ter sido o primeiro Imperador de Roma –  Júlio César. No interior, havia uma vasta biblioteca com rolos de papiro. Os pergaminhos foram carbonizados pelo calor dos detritos vulcânicos, mas, curiosamente, essa ação também provocou a sua preservação. Durante séculos, enquanto praticamente todos os textos antigos expostos ao ar se deterioravam e desapareciam, a biblioteca da “Vila dos Papiros” (assim se chamava) subsistia no subsolo, intacta.

Ilustração recriando a possível forma que teria a “Vila dos Papiros” – Créditos @Vesuvius Challenge

No ano de 1750, um fazendeiro descobriu a vila enterrada e um de seus funcionários, ao cavar um poço, encontrou um pavimento de mármore. As escavações revelaram belas estátuas e afrescos, bem como centenas de pergaminhos carbonizados e acinzentados, apresentando-se extremamente frágeis. Mas, a tentação de abri-los era grande, já que, se lidos, isso mais do que duplicaria o corpus de literatura que existe desde a antiguidade.  Infelizmente, as primeiras tentativas de abrir os pergaminhos provocaram a destruição de grande parte deles. Entretanto, alguns foram cuidadosamente desenrolados por um monge ao longo de várias décadas, tendo-se descoberto que continham textos filosóficos escritos em grego. Mais de seiscentos pergaminhos permanecem ainda hoje fechados e ilegíveis.

Elian Rafael Dal Prá

Em 2015, o pesquisador, Dr. Brent Seales, da Universidade de Kentucky (EUA), junto com sua equipe, foi pioneiro no designado “desembrulhamento virtual”, ao conseguir ler o pergaminho de En-Gedi (um oásis localizado a Oeste do Mar Morto, perto de Massada, e que é mencionado diversas vezes nos escritos bíblicos) sem abri-lo, utilizando para isso a tomografia de raios X e visão computacional. Descoberto na região do Mar Morto, em Israel, o pergaminho contém um texto do livro de Levítico – o terceiro livro da Bíblia hebraica.

Desde então, a técnica de “desembrulhamento virtual” emergiu como um campo em crescimento com múltiplos sucessos. O trabalho de Brent Seales e de sua equipe mostrou que a indescritível tinta de carbono dos pergaminhos de “Herculano” também pode ser detectada através de tomografia de raios X, estabelecendo as bases para o citado “Desafio do Vesúvio”.

IFSC/USP entre os melhores

O “Desafio do Vesúvio” – ou “Vesuvius Challenge” – foi lançado em março de 2023 para reunir os pesquisadores de todo o mundo para lerem os pergaminhos de “Herculano”. Junto com outros prêmios, foi estipulado um Grande Prêmio destinado à primeira equipe que recuperasse 4 passagens de 140 caracteres de um pergaminho, dando-se início à descoberta do quebra-cabeça dos papiros de “Herculano”, após 275 anos.

Mas, a busca para descobrir os segredos dos pergaminhos está apenas começando. A edição de 2023 do “Desafio do Vesúvio” foi marcante, já que abriu as portas para algo sem precedentes: o acesso a pergaminhos que não são lidos há cerca de dois milênios, com a participação de equipes de pesquisadores. Nesta edição de 2023 do “Vesuvius Challenge – Grand Prize”, a grande vitória do IFSC/USP, que participou da “competição”, não foi apenas alcançar o 2º Prêmio, em igual posição com outras duas equipes internacionais, mas sim integrar um grupo extraordinário de pesquisadores que empreenderam um enorme trabalho para atingirem essa extraordinária meta.

Leonardo Scabini

A metodologia utilizada pela equipe do IFSC/USP para fazer a leitura dos pergaminhos consistiu em escanear um papiro carbonizado, tendo sido feita uma tomografia utilizando um acelerador de partículas e, com essa geometria do papiro, ele precisou ser “desenrolado”. A partir dessa ação, a equipe precisou obter algum sinal da tinta desse papiro, ou seja, algo que começasse a formar letras. Conforme explica Elian Rafael Dal Prá, cujo sua participação teve origem em seu trabalho de Iniciação Científica, a parte de pegar, escanear e desenrolar o papiro foi realizada pelo próprio pessoal do “Desafio do Vesúvio” e, a partir daí, esse resultado foi enviado para todos os que estavam participando dos estudos desses dados, sendo que a proposta foi exatamente tentar achar o sinal de tinta.

Contudo, houve uma pessoa – Casey Handmer -, que descobriu que havia um sinal de rachadura nesses dados – designado “crackle”- que sinalizava a tinta da escrita. “Dessa forma, foi possível descobrir muitas  letras nesses papiros que já estavam escaneados e planificados. ”Basicamente, o que fizemos foi aplicar um método de Inteligência Artificial (IA), um método de aprendizado de máquina que buscasse esses padrões de “crackles”, pontua Elian. Para essa ação, ele pediu ajuda a alguns amigos, que compuseram a equipe, para tentar encontrar esses “crackles”, algo que se concretizou através da criação de um banco de dados para fazer com que o algoritmo de aprendizagem de máquina aprendesse isso. “A partir daí, o que fizemos foi jogar na IA repetidamente os dados que criamos, que aprendemos, até formarmos os textos”, sublinha Elian.

Quando as dificuldades de sua  iniciação científica aumentaram e o prazo para o desafio ficava mais curto, por sugestão de seu orientador, Elian entrou em contato com Leonardo Scabini, Pós-Doutorando do grupo de computação interdisciplinar  do IFSC-USP, para fazer parte do time. “Leonardo contribuiu positivamente desde a nossa primeira conversa. O impacto de cada bate-papo era notável no treinamento dos modelos. Sua ajuda foi essencial para que conseguíssemos fazer esse projeto a tempo”, afirma Elian. Na sequência, Elian também contactou com um administrador de sistemas – o norte americano Sean Johnson – que igualmente teve um importante papel na resolução desse problema. “Sean possuía uma grande intimidade com os dados. Ele nos ajudou muito e teve papel fundamental para conseguirmos um resultado mais legível no final da competição”, relata o mestrando do grupo de computação interdisciplinar. “Foi um processo muito interativo”, destaca Elian.

Em relação à “competição” propriamente dita e no que diz respeito ao primeiro colocado, Elian afirma que a disponibilidade de recursos e o tempo para a concretização do projeto foram um desafio. O time que iria vencer o desafio já tinha vencido etapas anteriores, como detectar as primeiras letras no pergaminho, em agosto, levando-os a alcançar resultados muito bons na etapa final de 2023. “Eles já tinham resultados bons. Em novembro nós não tínhamos quaisquer resultados próprios e foi basicamente o resultado deles que fez com que iniciássemos todo o nosso processo; foi uma corrida contra o tempo”, destaca Elian.

Próximos passos – Abrindo novas fronteiras

Prof. Odemir Martinez Bruno

Para Leonardo Scabini, a partir do momento em que foi divulgado o prêmio dessa etapa da competição, todo o código, modelo e os resultados obtidos pelos participantes ficaram públicos, sendo que a próxima etapa será bem mais complexa. “O que eles conseguiram fazer foi ler em torno de 5% apenas de um pergaminho. Agora, a próxima etapa é a restante leitura e já tem gente trabalhando nisso, sendo que estamos nos organizando para o próximo passo. Contudo, já vi gente usando os resultados não só da equipe que venceu o “Desafio do Vesúvio”, como os nossos também. Então, apesar de ter existido uma classificação, com um primeiro lugar e  três equipes colocadas em segundo lugar, as contribuições de todos se somaram e quem ganha é a ciência e a humanidade. Para a próxima etapa estamos nos organizando para continuar ativamente pensando em como melhorar o nosso time e como melhorar a nossa IA”, esclarece Leonardo.

Em relação ao desafio propriamente dito, o Prof. Odemir Bruno destaca que a contribuição científica é muito mais valiosa do que o prêmio financeiro da competição. O desafio de ser revelado um pergaminho carbonizado há 2000 anos e praticamente considerado no passado como impossível de ser lido, demonstra o grande potencial da inteligência artificial. “Muito se fala sobre a Inteligência Artificial na mídia, na maioria das vezes posicionando-a como uma ameaça. Entretanto, ao revelar um conteúdo histórico de valor inestimado, a área da inteligência artificial, se revela com uma nova revolução na Ciência, com potencial para trazer grandes benefícios para a humanidade. Não devemos temer o conhecimento, devemos compreende-lo e usá-lo para nossa continua evolução.

Ainda em relação ao desafio, o cientista destaca que as 4 equipes vencedoras conseguiram resolver o problema seguindo caminhos diferentes.  “Na Ciência, as contribuições se somam, agora que os códigos das 4 equipes foram publicados, com eles podem ser desenvolvidos métodos ainda mais eficientes. Os novos métodos, baseados nos 4 vencedores podem ser usados  tanto na continuidade do problema dos pergaminhos como em outras áreas.

E, se os cientistas conseguiram ler um pergaminho que se carbonizou há dois mil anos, existe a firme convicção de que eles poderão olhar para a lâmina de um microscópio e detectar uma célula tumoral, ou olhar uma nanoestrutura e descobrir um material novo. “Certamente que sim. Futuramente, seremos capazes de olhar para a estrutura de uma máquina, de um avião, e detectar falhas com uma razoável antecedência, prevenindo dessa forma possíveis catástrofes. A IA pode realizar coisas que hoje parecem impossíveis – por exemplo, descobrir a cura para uma doença ou detectar o surgimento de um tumor em tempo hábil. Isso demonstra que estamos vivendo uma revolução na ciência, tudo por conta da IA e com certeza a humanidade vai ser beneficiada. O que é importante é que na ciência tudo se soma”, conclui o pesquisador.

O conteúdo desvendado no pergaminho

Os fragmentos revelados no pergaminho – provavelmente escritos pelo filósofo Filodemo de Gádara -, discutem conceitos da filosofia epicurista sobre a busca pelos prazeres da vida, enfatizando a importância da música, da alimentação e de como desfrutar dos prazeres cotidianos de forma equilibrada. Ele explora a filosofia de que o prazer é o bem supremo, mas destaca a necessidade de entender corretamente o que constitui um prazer verdadeiro, sugerindo uma reflexão sobre a moderação e o valor dos prazeres simples. Finalmente, o pergaminho conclui, em tradução direta: “…pois [não] nos abstemos de questionar algumas coisas, mas de compreender/lembrar outras. E que seja evidente para nós dizer coisas verdadeiras, como muitas vezes poderiam ter parecido evidentes!”

A participação do IFSC/USP neste desafio – que tem sua continuação mais para a frente –  mostra que a ciência brasileira é muito competitiva internacionalmente, mesmo com recursos e verbas bem inferiores aos que os países desenvolvidos possuem. Será uma questão de criatividade que supera tudo e todos? Talvez!!! O certo é que a ciência brasileira está forte, consolidada e competitiva.

Para conferir o artigo submetido pela equipe do IFSC/USP ao “Vesuvius Challenge”, clique AQUI.

Rui Sintra & Adão Geraldo – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

26 de fevereiro de 2024

XXVI Semana de Recepção aos Calouros do Campus USP São Carlos – No IFSC/USP: Desafios para o futuro – mudanças climáticas e IA

O “Salão de Eventos” do Campus USP de São Carlos (Área-1) vestiu-se de gala para receber a cerimônia de abertura conjunta da XXVI Semana de “Recepção aos Calouros do Campus USP de São Carlos”, um evento que ocorreu na manhã do dia 26 de fevereiro do corrente ano. E, a palavra “gala” justifica-se pois neste ano ingressaram na USP de São Carlos 1.010 alunos, o que é um número realmente impressionante.

A mesa de honra deste evento foi composta pelos Profs. Drs. Fernando Martini Catalano (Diretor da Escola de Engenharia de São Carlos), Hamilton Varela (Diretor do Instituto de Química de São Carlos), André Carlos Ponce de Leon Ferreira de Carvalho (Diretor do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação de São Carlos), Osvaldo Novais de Oliveira Junior (Diretor do Instituto de Física de São Carlos), Joubert José Lancha (Diretor do Instituto de Arquitetura e Urbanismo de São Carlos) e Luís Fernando Costa Alberto (Prefeito do Campus USP de São Carlos).

Todos os discursos dos diretores das Unidades e Prefeito do Campus manifestaram júbilo por a USP de São Carlos estar recebendo os novos estudantes, tendo não só parabenizado os ingressantes, como, também, os seus familiares, que estiveram presentes em elevado número nessa cerimônia, permitindo-nos destacar nesta matéria as palavras que foram proferidas pelo Diretor do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP).

Tomando como base o tema escolhido como mote deste ano “Viver a USP é Melhor que Sonhar”, o Prof. Osvaldo Novais de Oliveira Junior começou por lembrar a todos os ingressantes que a partir daquele momento a USP seria a casa de todos eles, tendo sublinhado que os calouros estavam no lugar certo – a USP de São Carlos. Essa afirmação veio na senda das grandes transformações por que passa a sociedade, sendo que, para o docente, a transmissão do conhecimento é uma prioridade e a melhor coisa que se pode fazer, sendo que no Brasil não existe melhor lugar para um jovem se formar do que na Universidade de São Paulo.

O Prof. Osvaldo Novais de Oliveira Junior teve igualmente a oportunidade de salientar os diversos atrativos da cidade de São Carlos, principalmente no quesito relativo aos transportes. “Vocês não vão gastar muito tempo para virem para a USP ou para cumprirem qualquer obrigação na cidade, pois os transportes são frequentes, tendo assim mais tempo para se dedicarem à sua formação, que vai ser um fator importante para o resto de suas vidas”, slientou o Diretor do IFSC/USP.

Desafios para o futuro – Mudanças climáticas e IA

Ao pontuar que os novos ingressantes terão certamente muitas dúvidas sobre o que vai acontecer nos próximos anos – e mesmo nas próximas décadas -, o Diretor do IFSC/USP salientou que é necessário fazer uma pequena retrospectiva histórica, atendendo a que a humanidade já assistiu e continua a assistir a grandes revoluções. “Uma dessas revoluções foi – e continua a ser – as mudanças climáticas que geram preocupações enormes e interrogações relativas ao que vai acontecer no futuro. É nossa responsabilidade tomar atitudes e empreender ações que possam mitigar os efeitos dessas mudanças climáticas”, destacou o Prof. Osvaldo Novais de Oliveira Junior.

Na opinião do docente, outra grande revolução que já está em curso e que já marca a atualidade é a Inteligência Artificial (IA), que começa a ter impactos na sociedade, obviamente benéficos, mas com algumas interrogações. “A IA está aí e poderá ter também impactos negativos, pois eles irão certamente afetar principalmente os empregos, entre outros fatores. A pergunta que se coloca é se, dentro breve, as máquinas irão substituir os humanos, inclusive na área intelectual. E aí, qual deverá ser a melhor formação para que isso não aconteça? A melhor preparação que se pode ter é a formação sólida onde o ensino seja indissociável da pesquisa. E isso, essa indissociabilidade entre ensino e pesquisa, é o que temos aqui no Campus USP de São Carlos e só assim estaremos preparados para atender ao desafio e à versatilidade que será necessária para mudar os rumos, mudar as rotas, conforme vocês progridem na carreira profissional”, destacou o orador.

Ao antever que a sociedade poderá, eventualmente, estar completamente diferente daqui a dez anos, com tecnologias completamente diferentes das atuais, o Diretor do IFSC/USP sublinhou que os novos alunos da USP de São Carlos precisam estar devidamente formados e preparados por uma Universidade que tenha o gabarito da USP. “Esse privilégio de estar na USP vem também acompanhado por uma grande responsabilidade, porque a educação é a única maneira de vocês passarem por uma transformação não só nas suas vidas, como nas vidas das outras pessoas. Por outro lado, para vocês gerarem riqueza e bem-estar, precisam gerar e transmitir o conhecimento. Agora, a partir deste momento, a USP é sua nova casa e vocês irão compartilhar conosco essa obrigação de ter ensino de qualidade que depende de todos quantos convivem nesta casa, bem como trabalhar para a geração e transmissão do conhecimento para a sociedade; só dessa forma poderemos atacar os inúmeros problemas que afligem a sociedade brasileira. A partir de agora, vocês são corresponsáveis nessa batalha que temos para melhorar a vida da sociedade brasileira”, concluiu o Diretor do IFSC/USP.

Na sequência desta cerimônia houve um momento cultural com as participações do Coral da USP de São Carlos e da Bateria do CAASO.

Clique na imagem abaixo para assistir ao vídeo da abertura da “XXVI Semana de Recepção aos Calouros do Campus USP de São Carlos”.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

25 de fevereiro de 2024

Chegam ao IFSC/USP microscópios eletrônicos de última geração

Da esquerda para a direita: Richard Garratt, Glaucius Oliva, Andre Ambrosio, Humberto Pereira e José Augusto Rocha recebem as caixas que abrigam o Tundra e o Aquilos 2, que em breve estarão operacionais no CIERMag.

Chegaram ao IFSC/USP, em seu prédio localizado na Área-2 do Campus USP de São Carlos, os novos crio-microscópios eletrônicos, equipamentos que irão proporcionar um salto significativo nas pesquisas na área de biologia estrutural, e que irão oferecer informações de alta resolução, sem precedentes, quer sobre as proteínas isoladas, quer, ainda, diretamente dentro das células, um avanço possibilitado pelo Programa de Equipamentos Multiusuários Científicos da FAPESP de 2022.

Os novos equipamentos – Tundra Cryo-TEM e o Aquilos 2 Cryo-FIB-SEM-iFLM, ambos da Thermo Fisher Scientific -, que irão revolucionar as capacidades de pesquisa que se realizam no IFSC/USP,  irão complementar uma rede de infraestrutura de acesso aberto em toda a América do Sul dedicada ao cryo-EM biológico, juntamente com o LNNano, CENABio, CEBEM e outros.

Enquanto os pesquisadores e técnicos do IFSC/USP desempacotam as dezessete caixas, correspondentes a cerca de seis toneladas de tecnologia de ponta, procede-se neste momento à adaptação do prédio que irá acolher os equipamentos antes do início da instalação.

Os cientistas preparam-se, assim, para explorar novas fronteiras em biologia estrutural e as equipes não poderiam estar mais entusiasmadas para embarcar nesta jornada, com uma comunidade científica tão motivada, obviamente com os devidos agradecimentos à FAPESP, ao IFSC/USP e ao CIERMag pelo apoio contínuo que tem sido dado.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

20 de fevereiro de 2024

No IFSC/USP – Inicia-se a “1ª Escola de Verão de Neurobiofísica”

Prof. Reynaldo Daniel Pinto dá início à “Escola de Verão de Neurobiofísica”

O Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) organiza entre os dias 19 e 23 do corrente mês a “1ª Escola de Verão de Neurobiofísica”, um evento dedicado a alunos de graduação e coordenado pelo Prof. Dr. Reynaldo Daniel Pinto, docente e pesquisador do Grupo de Física Computacional e Instrumentação Aplicada de nosso Instituto

Cerca de vinte alunos inscritos nesta Escola, pertencentes aos três cursos de bacharelado do IFSC/USP, trocaram parte de suas férias para participar neste evento que tem como principal objetivo atrair os jovens estudantes para uma área extraordinariamente importante na área de física aplicada à eletrofisiologia do sistema nervoso – neurodinâmica e biofísica. Para o Prof. Reynaldo Daniel Pinto “É extremamente importante que os alunos aprendam o universo desta área de conhecimento, principalmente no que diz respeito às características do nosso sistema nervoso e entender a forma como nosso cérebro funciona, algo que é um dos maiores desafios da ciência”.

A abertura oficial desta “1ª Escola de Verão de Neurobiofísica” contou com as presenças do Diretor do IFSC/USP, Prof. Dr. Osvaldo Novais de Oliveira Junior e do Chefe do Departamento de Física e Ciência Interdisplinar do IFSC/USP, e Presidente da Academia Brasileira de Ciências do Estado de São Paulo (ACIESP), Prof. Dr. Adriano Andricopulo.

Ao dar as boas-vindas aos alunos e congratulando-os por participarem neste evento, que ocorre ainda em período de férias, o Diretor do Instituto teve a oportunidade de agradecer ao organizador da Escola por sua iniciativa, tendo convidado os jovens a participarem nas iniciativas que ocorrerão dentro de poucos dias, durante a “Semana de Recepção aos Calouros-2024”. “É um orgulho muito grande para o IFSC/USP organizar esta Escola, por intermédio do Prof. Reynaldo e poder enfatizar o fato de, pela temática apresentada, ela abranger todos os cursos de bacharelado que são oferecidos no nosso Instituto, confirmando o fato de nossa Instituição ser a única, no mundo, que oferece cursos de física de forma multidisciplinar”, sublinhou o Prof. Osvaldo Novais de Oliveira Junior.

Por sua vez, e igualmente dando as boas-vindas aos participantes da Escola, o Prof. Adriano Andricopulo salientou o fato de como se torna importante iniciar um ano letivo participando de um evento como essa Escola, e de reunir um grupo de alunos tão entusiastas. “Como é importante vermos aqui tantos jovens interessados em educação e em ciência, temas que são capazes de transformar o nosso mundo e que estão agora nas mãos de vocês. E, vejam como é importante o papel da Física e como ela se envolve com tudo aquilo que se encontra ao nosso redor, com suas interfaces multidisciplinares que acabam contribuindo para os sucessos das pesquisas, tendo em vistas a resolução dos mais diversos problemas”, enfatizou o Prof. Adriano Andricopulo, que igualmente parabenizou o coordenador da Escola, Prof. Reynaldo Daniel Pinto, por sua iniciativa.

Profs. Reynaldo Daniel Pinto, Osvaldo Novais de Oliveira Junior e Adriano Andricopulo

Ao afirmar que ele próprio é Químico de formação, sendo pesquisador e professor no IFSC/USP, o Prof. Adriano Andricopulo subscreveu as palavras do Diretor do IFSC/USP e enalteceu o fato do Instituto ter essa forte característica de multidisciplinaridade, bem marcada através da realização da “Escola de Verão de Neurobiofísica”.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

20 de fevereiro de 2024

A Física a serviço da sociedade – Artigo assinado por Osvaldo Novais de Oliveira Junior e Ana Paula Ulian de Araújo

O Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP tem impactado a sociedade em setores diversos da ciência, inovação, educação e difusão científica. É um impacto típico de um centro de ensino e pesquisa reconhecido como dos mais produtivos da Universidade em termos de publicações científicas internacionais e inovação. Realizar pesquisa em física competitiva internacionalmente tem sido essencial para gerar o conhecimento necessário para aplicações que impactam a sociedade.

Não é possível, num curto espaço, discorrer sobre as conquistas científicas do IFSC, consolidadas em centenas de artigos em revistas especializadas a cada ano. Pode-se, todavia, destacar a variedade de contribuições recentes. Podem ser em física fundamental, como a inclusão de um parâmetro universal num compêndio de física de partículas, e experimentos para simular emaranhamento quântico. Podem ser aplicações da física, como no uso de ressonância magnética nuclear para compreender a formação de vidros, na combinação de física estatística e computação para análise de imagens, e na identificação de enzimas relevantes para o vírus SARS-CoV-2 escapar do sistema imunológico.

A despeito de ser um instituto de física, o IFSC tem gerado tecnologias para a saúde. Em anos recentes, desenvolvemos terapias com lasers e outras fontes de luz para terapia fotodinâmica, tratamento de câncer, doenças dermatológicas, úlceras vasculares e doenças bucais. O laser também foi explorado para tratar sintomas da covid-19 longa, na recuperação de olfato e paladar, no combate ao câncer de pele por meio da liberação controlada de fármacos com microagulhas dissolvíveis, e no tratamento de fibromialgia e artrite reumatoide com o uso combinado de ultrassom e laser.

É motivo de orgulho a adoção da tecnologia de terapia fotodinâmica desenvolvida no IFSC para tratamento de câncer de pele pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de 2023, hoje disponível em todo o Brasil. Em São Carlos, criou-se uma Unidade de Terapia Fotodinâmica na Santa Casa de Misericórdia, que já atendeu cerca de 5 mil pacientes desde 2021.

Ainda na área da saúde, tem sido objeto de pesquisas o desenvolvimento e reposicionamento de fármacos, para doenças tropicais como esquistossomose, doença de Chagas, dengue, leishmaniose, e hanseníase, bem como antibióticos para bactérias super-resistentes e moléculas antivirais para covid-19. Somos atuantes no setor de diagnóstico, com a produção de sensores e biossensores para muitas doenças, como câncer, doença de Alzheimer, zika, dengue, covid-19, e detecção de marcadores, como glicose, ureia e ácido úrico. Em algumas dessas pesquisas é comum combinar conceitos da física e da inteligência artificial para criar estratégias de medicina e agricultura de precisão.

Ao longo de décadas, o IFSC gerou tecnologias para diferentes tipos de empresas e indústrias. Uma empresa originada do IFSC, a Opto, foi precursora em tecnologias nacionais para instrumentos ópticos. A Santa Casa de São Carlos foi uma das primeiras no Brasil a disponibilizar exames de imagens de ressonância, utilizando um equipamento construído no IFSC.

Outros exemplos recentes de instrumentos fabricados em parceria com o IFSC incluem um analisador de impedância portátil, e um equipamento de ressonância magnética nuclear para o estudo de meios porosos, com aplicações nas indústrias do petróleo, cimento e de compostos poliméricos.

Foram também desenvolvidos equipamentos para exame ocular, para monitoramento de sinais vitais em doentes acamados, para descontaminação de alimentos e superfícies, de máscaras e meio ambiente, utilizados na pandemia da covid-19, e para descontaminação do ar em aeronaves. Em virtude dessa atuação, o IFSC é credenciado como unidade Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), e firmamos convênios com diversas empresas que hoje somam cerca de R$ 100 milhões em mais de 50 convênios.

Membros e egressos do IFSC também impactam outras instituições no Brasil. Para citar alguns exemplos, tivemos envolvimento na implantação da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e do seu curso de Engenharia de Materiais; na criação de um dos primeiros parques tecnológicos do Brasil, o ParcTec, na criação da Embrapa Instrumentação em São Carlos, além da nucleação de centros de física e materiais no Brasil.

Em ações para a educação, difusão científica e extensão universitária, é impossível não mencionar o Centro de Divulgação Científica e Cultural (CDCC), fundado em 1980 pelo então Instituto de Física e Química de São Carlos (IFQSC) e atualmente gerido por docentes do IFSC e do Instituto de Química de São Carlos (IQSC).

O CDCC tem sido palco de iniciativas transformadoras da sociedade local, regional e mesmo nacional, com programas especiais como as Feiras de Ciências e a Experimentoteca. O programa Vem Saber do IFSC é uma iniciativa de pesquisa e extensão universitária envolvendo a rede estadual de ensino do estado de São Paulo, cuja missão é transformar jovens pela educação. Entre os destaques do programa Vem Saber estão um projeto para estudantes jovens cientistas negros, o projeto Universitário por um Dia, que trouxe mais de 3.700 estudantes de 52 cidades do Estado ao campus de São Carlos em 2023, e a Competição USP de Conhecimentos e Oportunidades (Cuco), na qual se inscreveram 141.254 estudantes de 2.998 escolas públicas de 605 cidades do Estado.

No âmbito dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão Científica (Cepids) sediados no IFSC, são frequentes as atividades de difusão científica orientadas a públicos que vão de crianças a seniores, com exposições públicas, cursos on-line, planetário móvel e clubes de ciências. O IFSC também conta com um Canal de TV, 24 horas no ar difundindo ciência e tecnologia.

Com uma história que é motivo de orgulho, desejamos continuar formando pessoas com excelência, sem perder o propósito de atuar na fronteira do conhecimento e de usá-lo na transformação positiva da sociedade.

(In: Jornal da USP / Imagem de destaque na home “Innovation News Network” / Imagem inserida no artigo “Cecília Bastos – Jornal da USP / “IFSC/USP”)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

19 de fevereiro de 2024

IFSC/USP presente no maior evento mundial de óptica e fotônica – “SPIE Photonics West 2024” – San Francisco (EUA)

“Moscone Center” – (Créditos – “SPIE Photonics West 2024”)

O “Moscone Center”, localizado na cidade de San Francisco, no Estado da Califórnia (EUA), recebeu entre os dias 27 de janeiro e 01 de fevereiro do corrente ano o “SPIE Photonics West 2024”, o maior evento nas áreas de óptica e fotônica, com a presença de mais de 24 mil inscritos, oriundos de 70 países, entre os quais uma grande delegação do IFSC/USP constituída por 18 componentes – pesquisadores e alunos de pós-graduação – pertencentes aos Grupos de Óptica e de Fotônica, bem como do Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CEPOF), alocado neste Instituto, e que levaram para este evento um elevado número de contribuições através de palestras e apresentações, mostrando a pujança do IFSC/USP nestas áreas de conhecimento.

O Grupo de Óptica, que foi liderado pelo Prof. Vanderlei Bagnato, levou uma equipe das áreas de ciência básica e aplicada, correspondente à área de biofotônica com aplicações na área de saúde, enquanto o Grupo de Fotônica, liderado pelos Profs. Cleber Renato Mendonça e Lino Misoguti, levou pesquisadores e alunos especializados nessa mesma área de conhecimento, com destaque para as técnicas de pulsos curtos, cujo tema dominou as apresentações.

Com a participação de 1.500 expositores, este grandioso evento científico, promovido pela SPIE – Sociedade Internacional de Óptica e Fotônica (International Society for Optics and Photonics), reuniu pesquisadores, engenheiros, empreendedores e líderes empresariais de todo o mundo, que se dividiram nas cerca de 5 mil apresentações técnicas e conferências realizadas, com o objetivo de aprofundar a ciência, a tecnologia e as aplicações nas áreas de óptica e fotônica. O evento também incluiu uma ampla variedade de demonstrações de produtos nas áreas de exposição, feiras de negócios, fóruns, bem como uma feira de empregos, entre inúmeros eventos paralelos.

Alunos de Pós-Graduação do Grupo de Fotônica do IFSC/USP com os Profs. Lino Misoguti, Vanderlei Bagnato e Cleber Renato Mendonça

A palestra proferida pelo Prof. Vanderlei Bagnato, que incidiu sobre a técnica desenvolvida no IFSC/USP no uso de técnicas ópticas e fotônicas dedicadas à quebra das bactérias resistentes, suscitou um grande interesse por parte de toda a comunidade científica reunida no evento, tendo sido, inclusive, tema para uma extensa reportagem que será publicada em breve na “Photonics West”, a nível mundial. A aplicação das técnicas na área da saúde, bem como o desenvolvimento instrumental, também foram temas de destaque abordados pela equipe de pesquisadores do CEPOF.

Palestra do Prof. Vanderlei Bagnato

Além das delegações do IFSC/USP e do CEPOF, também estiveram presentes, representando a cidade de São Carlos, técnicos portadores de projetos que, em parceria com empresas, apresentaram resultados e a relevância dessas ações para a agricultura brasileira.

Para o Prof. Bagnato “O encontro serviu para mostrar os novos caminhos que estão sendo percorridos pelas áreas de óptica e fotônica, dedicados a resolver os problemas mais prementes da sociedade. A relevância comprovada através do grande número de participantes do Instituto de Física de São Carlos mostra que estas áreas estão destinadas a contribuir para o desenvolvimento do conhecimento e das aplicações que trarão soluções para problemas sérios enfrentados pela sociedade, nos dias atuais”.

A delegação, liderada pelo Prof. Vanderlei Salvador Bagnato, constituída por alunos de pós-graduação que apresentaram trabalhos neste evento, foram: Michele Requena (A&M Texas), Natasha Mezzacappo (IFSC/USP – A&M Texas), Erika Ayala (IFSC/USP –  A&M Texas), Amanda Zangirolami (A&M Texas), Fernanda Alves (IFSC/USP), Bruno Oliveira (IFSC/USP), e Antônio Eduardo de Aquino Junior (IFSC/USP). Na circunstância, parte da delegação do IFSC/USP teve a oportunidade de visitar a Universidade de Stanford, onde conheceu os departamentos de bioengenharia e de engenharia química, tendo em vistas futuras colaborações.

A “SPIE Photonics West 2025” acontecerá de 25 a 30 de janeiro, igualmente no “Moscone Center” em São Francisco (EUA), sendo que a chamada de trabalhos para o evento será aberta na primavera deste ano. A SPIE reúne engenheiros, cientistas, estudantes e profissionais de negócios para promover a ciência e a tecnologia baseadas na luz. Fundada em 1955, a SPIE conecta-se e interage com o seu  público global através de conferências e exposições.

Prof. Vanderlei Bagnato e os pesquisadores/alunos de pós-graduação Michele Requena (A&M Texas), Natasha Mezzacappo (IFSC/USP – A&M Texas), Erika Ayala (IFSC/USP –  A&M Texas), Amanda Zangirolami (A&M Texas), Fernanda Alves (IFSC/USP), Bruno Oliveira (IFSC/USP), e Antônio Eduardo de Aquino Junior (IFSC/USP)

O IFSC/USP parabeniza o esforço que foi feito pelos líderes dos laboratórios e grupos, no sentido de levarem seus alunos de pós-graduação e pesquisadores a tão importante evento mundial.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

18 de fevereiro de 2024

Prof. Vanderlei Bagnato (IFSC/USP) é eleito membro da Academia de Ciências, Engenharia e Medicina do Texas (TAMEST)

O docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Vanderlei Salvador Bagnato, foi eleito membro efetivo da Academia de Ciências, Engenharia e Medicina  do Texas (TAMEST), em uma cerimônia realizada na cidade de Austin – Texas (EUA) no último dia 05 do corrente mês. A academia do Texas vem procurando, junto com instituições governamentais, impulsionar a ciência do estado nos temas de grande interesse, como câncer e modernas aplicações tecnológicas.

Dividindo sua atividade científica entre a USP de São Carlos e a Texas A&M University, o Prof. Bagnato está empenhado em criar e montar nesta universidade norte-americana um centro de pesquisa em biofotônica equivalente ao que existe no IFSC/USP, por forma a que o Instituto possa estabelecer uma extensão no exterior, uma ponte científica.

Nos EUA e em São Carlos, o foco do trabalho do Prof. Vanderlei Bagnato, é o desenvolvimento de pesquisas para a melhoria do tratamento do câncer e o combate às infecções resistentes aos antibióticos. “O projeto em realização no Texas é, na verdade,. uma extensão de São Carlos, que conta com a participação de todos os elementos do Instituto de Física de São Carlos. Será um grande empreendimento científico multinacional”, comenta o pesquisador.

Na cerimônia de posse como membro da TAMEST, o Prof. Bagnato contou com as presenças de diversas individualidades da ciência brasileira, como foram os casos dos Profs. Luiz Davidovich (ex-presidente da Academia Brasileira de Ciências) e Jose Nelson Onuchic ( Professor da Rice University – Texas).

Feliz por ter sido eleito membro de uma das mais prestigiadas universidades do mundo, o pesquisador do IFSC/USP afirmou que “(…) não se trata de um reconhecimento apenas para mim, mas sim para os cerca de cem de alunos de pós-graduação que orientei ao longo de minha vida e para os meus inúmeros colaboradores que até hoje realizam trabalhos em parceria (…).

(Foto de chamada na home: Léo Ramos Chaves / Revista Pesquisa FAPESP)

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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