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6 de fevereiro de 2012

Pesquisadores desenvolvem técnica para rastrear células-tronco

Revolucionária, eficaz, polêmica. Essas são algumas das características que uma quantidade incansável de críticos já escolheu para definir a terapia feita por célula-tronco.

Controvérsias à parte, embora esteja se mostrando eficiente (mesmo tendo seu custo elevado), o tratamento com célula-tronco apresenta seus riscos: alojadas em regiões “impróprias”, as células podem causar tumores (benignos ou malignos).

A solução para isso já vem sendo estudada por uma tríade de pesquisadores da Faculdade de Medicina (FM-USP), Instituto de Física (IF-USP) e Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP). “A medicina traz o problema, que é o monitoramento de células-tronco depois do implante. A física traz a técnica de visualização, com a ressonância magnética, e a nanotecnologia produz o material que possibilita essa visualização, que são as nanopartículas superparamagnéticas”, explica o responsável pelo Laboratório de Nanomedicina e Nanotoxicologia do Grupo de Biofísica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Valtencir Zucolotto.

A pesquisa, perfil da nanomedicina atual, é recente. E, junto à terapia com células-tronco, tem revolucionado a medicina e, consequentemente, a maneira de tratar pacientes.

No que se refere à parte médica, a terapia celular já teve grandes avanços. “Muitas coisas já são compreendidas, hoje. A parte de bioquímica das células, por exemplo, que possibilita que uma célula-tronco transforme-se em uma célula de outro tecido, ou a biotecnologia, que possibilita o implante dessas células no corpo humano, já estão praticamente bem conhecidas e estabelecidas”, afirma o docente.

O problema

Celula-troncoPorém, enquanto as técnicas citadas acima já são de conhecimento da grande maioria dos estudiosos e profissionais que lidam com ela, aparece um novo- velho- desafio: embora tenham destino certo, quando injetadas no corpo, as células-tronco podem seguir qualquer direção. E é, justamente, quando podem gerar uma série de problemas, incluindo o aparecimento de tumores pelo corpo.

É aí que entra a pesquisa da tríade citada no começo da matéria: ela será responsável por desenvolver técnicas capazes de monitorar as células, depois que o implante é feito, para saber, tanto se estão percorrendo o caminho que deveriam, como se estão se transformando no tecido para o qual foram designadas.

A tarefa não é fácil. Se rastrear telefones móveis, por exemplo, já é difícil, imagine uma célula! Mas, a tecnologia, voltada à saúde, tem feito mais do que isso: as nanopartículas superparamagnéticas, produzidos no laboratório de Zucolotto, terão como fim alojarem-se nas células-tronco. Depois disso, o imageamento por ressonância magnética será capaz de rastreá-las.

Nesse estudo específico, onde a parceria foi feita junto ao Instituto do Coração, ligado ao Hospital das Clínicas (HC-USP) da FM-USP, o monitoramento será das células-tronco implantadas no coração. “Quando uma pessoa tem um enfarto, parte das células coronarianas morre. A ideia é que as células-tronco injetadas ali possam criar novos tecidos coronarianos saudáveis. O problema, em princípio, é como monitorar se essas células estão desenvolvendo novos tecidos do coração. Essa é a problemática chave”, explica Zucolotto.

O papel de cada um

Box-celulas-troncoDepois que a equipe de Zucolotto produz e caracteriza (entende como funciona o sistema) as nanopartículas em questão, estas são enviadas ao Incor, onde o docente José Eduardo Krieg, responsável pela pesquisa na FM-USP, injeta-as em células-tronco in vitro. A próxima etapa é o envio ao IF-USP, onde o docente responsável por essa parte, Said Rabbani, tenta encontrar as nanopartículas por ressonância magnética. “O grande problema é que as células são muito pequenas, com 10-6m. Não era possível vê-las sozinhas, pela ressonância. Mas, o sinal emitido pelas nanopartículas, sim”, conta Zucolotto.

Depois dos muito bem-sucedidos testes in vitro, o próximo passo é injetar células-tronco com nanopartículas no coração de um porco isquêmico. Depois disso, o animal será levado ao equipamento de ressonância, para que se tente visualizar as nanopartículas. Com o monitoramento sendo bem-sucedido em porcos, o próximo teste será feito em ratos. Tendo sucesso nas duas cobaias, o experimento já poderá ser aplicado em humanos. “Só injetaremos essas nanopartículas nos humanos quando soubermos muito bem para onde elas vão”, afirma Zucolotto.

Sabendo o caminho que elas percorrem, as nanopartículas podem, no futuro, ser induzidas. Elas serão revestidas com uma molécula específica, para ser ligada a um órgão específico. “Já estamos desenhando uma cobertura para nanopartícula. Pode ser um receptor, um anticorpo, que se ligue a uma proteína que só tem no coração, por exemplo”, explica.

O grande risco atual

Embora a pesquisa esteja caminhando com rapidez, os passos são cautelosos.

Supondo que uma nanopartícula seja utilizada para levar uma droga para dentro de um tumor. Mesmo que ela não fique totalmente alojada naquela região, não há grandes riscos ao paciente, pois a droga será eliminada. “O problema da quimioterapia, hoje, é que o remédio vai para o corpo todo, por isso as quedas de cabelo, baixa imunidade, ânsia de vômito naqueles que recebem o tratamento. O remédio é muito tóxico. No caso de célula-tronco, o cuidado deve ser redobrado, pois se não houver garantias de que ela está no local correto, ela não será eliminada pelo corpo, como um remédio, e ainda pode causar mais tumores”, reforça Zucolotto.

O trabalho em conjunto já trouxe diversos experimentos bem-sucedidos. A parceria entre medicina e física, nesse caso específico, teve início em 2011. O próximo passo- teste com porcos- está previsto este ano.

Depois disso, é só aguardar mais resultados. E, por eles, não estarão ansiosos somente os pesquisadores, mas os milhares de brasileiros que veem nesse espantoso avanço da tecnologia sua única possibilidade de cura.

Assessoria de Comunicação

3 de fevereiro de 2012

Pesquisadores internacionais falam sobre a ciência no Brasil e vislumbram parcerias

Durante as duas últimas semanas, o IFSC sediou a 13ª edição da Escola de Verão José Swieca de Ótica Quântica e Ótica Não Linear, recebendo cerca de vinte pesquisadores de várias partes do mundo para integrar sua programação que envolveu mini-cursos, seminários e aulas experimentais. Os participantes inscritos, que ultrapassaram uma centena, tiveram a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos nas áreas em questão através do contato com pesquisadores de instituições renomadas internacionalmente, como a Harvard University (EUA), o Georgia Institute of Technology (EUA), Max Planck Society (Alemanha), National Institute of Standards and Technology (EUA), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a própria Universidade de São Paulo (USP).

Na manhã de sexta-feira (3), a programação foi encerrada de uma maneira bastante caseira e local, com a apresentação de dois seminários ministrados por docentes do próprio IFSC: Paulo Barbeitas Miranda, do Grupo de Polímeros, e Phillipe W. Corteille, do Grupo de Fotônica.

Internacional

Entre os convidados internacionais da Escola de Verão, estavam alguns pesquisadores que já têm, há alguns anos, um vínculo especial com o IFSC, como os estadunidenses, Paul Lett e Eric Mazur, pesquisadores do NIST e da Universidade de Harvard, respectivamente. Ambos têm relações profissionais e pessoais com pesquisadores de São Carlos, mais especificamente no que diz respeito ao intercâmbio de alunos de pós-graduação, que são enviados pelos seus orientadores para desenvolver pesquisas nos laboratórios internacionais. Eles relataram a experiência do contato científico com brasileiros e suas impressões sobre o IFSC.

Segundo Paul Lett, a ideia das Escolas de Verão não é uma tendência nos EUA, especialmente no tipo de instituição em que ele trabalha – um laboratório federal de pesquisa –, onde não há muitos estudantes, de fato. “Normalmente nós temos um tipo de curso voltado para pesquisadores teóricos ao invés de estudantes, algo mais específico e avançado, desenvolvido por institutos especializados em ensino”, conta ele, afirmando que as únicas escolas das quais participou foram sediadas no Brasil ou na Europa. “Mas certamente é uma ótima oportunidade para os estudantes e para o resto de nós, para que possamos conversar e trocar ideias sobre nossas pesquisas recentes, e este é o protocolo do avanço”, completa.

E, neste sentido, os pesquisadores concordam. Ambos afirmaram estar impressionados, principalmente Eric Mazur, que costuma viajar ao redor do mundo a trabalho, o que lhe oferece uma boa panorâmica do desenvolvimento global da ciência e da academia. E, segundo ele, que o Brasil está no topo. “Se você viaja pela América Latina, você vê que a maioria dos países não possuem doutores e, os países que os têm, como a Argentina, o Chile e a Colômbia, não têm, por outro lado, o nível de atividade de pesquisa que vemos por aqui”, explica ele.

Paul Lett, por sua vez, já esteve no Brasil, há aproximadamente uma década, e conta que o crescimento do Instituto durante este período é exemplar, o que ele acredita ser fruto do aumento que os investimentos em Física sofreram nos últimos cinco anos.

“A quantidade de equipamentos e atividades de pesquisa cresceu muito. Não vejo tanto as pessoas lutando em busca de dinheiro, o que torna as coisas mais possíveis e deixa as pessoas trabalharem sem grandes preocupações. Os pesquisadores estão mais ativos e mais envolvidos, e isso significa que os tipos de experimentos que podem ser desenvolvidos aqui já não são tão limitados. Logo, teremos mais competição”, brinca o pesquisador.

emazurEm concordância com o colega, Eric Mazur faz uma comparação do IFSC com sua própria instituição, a onipotente Harvard: “Pense nas dimensões desta instituição brasileira. Quero dizer, oitenta físicos? Em Harvard nós temos vinte e sete! E nem chegamos perto do número de conexões interdisciplinares, algo que me surpreendeu quando cheguei”, constata ele, assegurando sua ansiedade em conhecer os laboratórios e entender como estas conexões se dão na prática.

Colaborações

Quanto aos trabalhos de colaborações entre laboratórios, os norte-americanos dizem que pretendem dar prosseguimento às parcerias já existentes, especialmente ao sólido intercâmbio de alunos entre as instituições.

“Nós sempre ficamos muito satisfeitos com os pós-doutorandos que chegam até nós, pois eles vêm estudar por um curto prazo, e mesmo assim apresentam bons resultados”, confirma Lett.

Ele também conta que, atualmente, não há um contrato oficial de colaboração, no sentido de haver recursos financeiros liberados para o desenvolvimento de algum projeto científico, mas que a relação entre laboratórios será uma das prioridades nos próximos anos. “É certo que continuemos a receber os pós-docs daqui e muito provável que esta troca se intensifique em breve”, conta ele. Já Eric Mazur diz que, além de receber estudantes brasileiros da USP e de outras universidades, também tem a ambição de levar docentes do IFSC para uma temporada de trabalhos na Universidade de Harvard. “Meu primeiro contato daqui foi com o professor [Roberto Mendonça] Faria, e tivemos uma parceria muito produtiva por lá. Agora o plano é convencer o professor Cléber [Renato Mendonça], estou realmente interessado nisso e já pesquisei algumas maneiras de conseguir financiamento para isso”, revela.

plettNeste clima de grande disposição e dedicação, os pesquisadores deixam o Brasil com a certeza de que estarão a trabalhar em parcerias contínuas com o IFSC por um bom tempo. “Vamos nos ajudar como pudermos”, conclui Mazur e, sem destoar muito de seu colega, Lett finaliza: “Sei que vou embora com uma visão restrita pois conheço apenas uma pequena parte daquilo que realmente ocorre nessa Universidade, mas sei também que há um grande número de pessoas com quem eu poderia conversar e interagir profissionalmente, o que me dá a certeza de que voltarei em breve”.

 

 

Assessoria de Comunicação

3 de fevereiro de 2012

Criptografia baseada no caos é promessa de segurança online

Uma equipe de pesquisadores do IFSC trabalha no desenvolvimento e aprimoramento de um novo sistema de criptografia baseado na teoria do caos, mais eficiente que os métodos convencionais e que pode oferecer maior segurança a transações financeiras online, por exemplo, com a vantagem de operar em alta velocidade até mesmo em aparelhos que têm hardwares limitados e pouca capacidade de processamento.

Um pouco de história

Alan Turing, um matemático inglês e cientista da computação, considerado atualmente um dos pais da computação moderna, marca a primeira brecha histórica para o desenvolvimento de sistemas de criptografia e da inteligência artificial. Pioneiro na exploração de sistemas de dinâmica não-linear já nas primeiras décadas do século XX, Turing pensou uma metodologia matemática chamada autômato celular – um conjunto de entidades isoladas que, interagindo entre si, realizam alguma tarefa específica. Desta forma, este método é bastante vinculado à natureza, mas também pode ser abordado do ponto de vista da matemática pura (conforme as duas abordagens propostas por Turing).

Já na década de 80, um renomado matemático chamado Stephen Wolfram

criptografia

, empresário que atua no desenvolvimento de softwares para resolução de problemas das mais diversas áreas do conhecimento, que dedicou grande parte de sua vida à pesquisa da metodologia proposta por Turing, abriu espaço para a possibilidade de que todos os processos aleatórios do Universo possam ser gerados pelos autômatos celulares.

Criptografia

Ocorre que a geração de números aleatórios, por exemplo, tem inúmeras aplicações na ciência, desde soluções para experimentos em Física até a segurança tecnológica – a criptografia. A proposta do projeto de pesquisa é uma nova utilização dos autômatos celulares, que serviriam para gerar números pseudo-aleatórios muito fortes e, assim, uma criptografia forte. A vantagem deste sistema de criptografia é a velocidade em que opera, além da facilidade de ser implementado em celulares ou equipamentos que não possuem hardware de grande capacidade. “Nós temos um sistema que pode ser implementado por hardware porque não é um algoritmo pesado”, explica Odemir Bruno, docente do Grupo de Computação Interdisciplinar do IFSC e responsável pelo desenvolvimento do projeto.

De uma forma geral, o principal benefício deste desenvolvimento é a promessa de maior segurança em transações bancárias e comércio via internet, o que nos traz à memória um projeto semelhante dos mesmos pesquisadores, divulgado em 2010, que ganhou notoriedade por aliar de maneira inovadora o método tradicional de criptografia à teoria do caos. “De alguma forma, vemos uma contínua batalha entre pessoas que geram criptografia e pessoas que quebram essa criptografia, por isso precisamos estar à frente no desenvolvimento constante de novos métodos”, explica Odemir.

Mas desta vez os hackers e espiões virtuais terão menos chances contra o dispositivo de segurança. De acordo com o pesquisador, para decodificar a mensagem gerada pelo dispositivo, seria necessário utilizar um sistema caótico idêntico àquele do qual o dispositivo se utilizou para codificá-la em primeiro lugar. “A chance deste sistema ser quebrado é infinitamente menor do que a chance de quebrar senhas convencionais que utilizamos hoje em dia na internet, porque o número de combinações utilizadas para gerar aquele padrão específico de codificação é muito maior do que as combinações possíveis nos métodos atuais, que são baseados em aritmética e em uma matemática mais básica”, comenta ele. De fato, muitos pesquisadores da área afirmam que, ao enviar uma mensagem sobreposta por um sinal caótico e por ele criptografada, a codificação é aleatória e essencialmente impossível de ser diferenciada da aleatoriedade natural.

fractalnature

O método desenvolvido pela equipe do IFSC é uma maneira potencial de tornar ilegível essencialmente qualquer tipo de dados na computação. “Nós podemos criptografar uma fotografia, um filme, um texto, um HD… na verdade, podemos criptografar qualquer coisa”, conclui Odemir. Veja abaixo um exemplo de fotografia codificada:

criptografada

O artigo, de autoria de Marina Jeaneth Machicao, Anderson G. Marco e Odemir Bruno, pode ser acessado na íntegra aqui.

Você também pode entender melhor o projeto de reconhecimento de plantas aqui.

Assessoria de Comunicação

2 de fevereiro de 2012

USP é considerada “bastião do ensino superior internacional”

 

Segundo reportagem publicada pela revista internacional Foreign Policy, edição de referente a 01 de fevereiro do corrente ano, a USP – Universidade de São Paulo está entre as oito instituições de ensino superior localizadas fora dos Estados Unidos e consideradas como “bastiões do ensino superior internacional”.


Segundo informações da Exame (edição de dia 02 de fevereiro), a USP aparece como única representante do Brasil e da América-Latina, de entre outras sete instituições de quatro continentes.


Ainda segundo a Exame, os valores apresentados para se estudar nessas oito instituições superiores são bem menores, quando comparados aos preços praticados pelas faculdades norte-americanas.


Clique no link abaixo para ter acesso à matéria original publicada pela Foreign Policy.

http://www.foreignpolicy.com/articles/2012/01/31/the_harvard_of_hong_kong_and_8_other_great_international_schools?page=0,0


Assessoria de Comunicação


30 de janeiro de 2012

A representação do IFSC em materiais e nanotecnologia a nível internacional

A sétima edição do Simpósio Internacional em Materiais Avançados e Nanoestruturas acontecerá em Sorocaba, localizada a 87 km da capital paulista. Entre os dias 20 e 23 de maio deste ano, pesquisadores de todo o mundo discutirão as tendências mais fortes na área, desde nanoestruturas e biossensores até computação quântica. E, mesmo quatro meses antes do encontro, os trabalhos já começam para os comitês organizacionais e científicos, e o Instituto de Física de São Carlos tem grande participação nesta edição, mantendo a tradição dos eventos anteriores.

Desde a primeira edição do evento, realizada em 2006, o IFSC exerce um papel de significativa importância na coordenação do evento, tendo presenciado seu nascimento em Santiago, na Universidade do Chile. Segundo o Prof. Dr. Osvaldo Novais de Oliveira Junior, integrante do comitê de organização e, em outras edições, do comitê científico, o Simpósio surgiu a partir de uma ideia conjunta entre o Brasil, o Chile, o Canadá e a Espanha, que já tinham alguns projetos em colaboração e buscavam uma maneira de estreitar os laços da cooperação internacional na área de materiais e nanotecnologia entre si e com outros países do globo. “Isso porque esta área de pesquisa é extremamente multidisciplinar, e exige que tenhamos grandes equipes de trabalho; tanto em pesquisa básica quanto aplicada, temos participação de físicos, químicos, engenheiros, biólogos, entre outros”, explica o docente.

Devido a esta grande necessidade, unir profissionais com as mais diversas formações e, sobretudo, vindos dos quatro cantos do mundo se tornou uma prioridade. Dentre os dezoito palestrantes convidados para a semana do Simpósio, onze são estrangeiros, o que significa mais de sessenta por cento do número geral. Além dos brasileiros, Sorocaba receberá visitantes de países como Japão, Canadá, Estados Unidos, Espanha, China, França e Reino Unido. E, para aqueles que podem se enganar com a falsa idéia de que o Brasil não pode competir com os movimentos científicos mundiais, Osvaldo conta que o IFSC tem, atualmente, uma grande vantagem na liderança nacional na área de materiais. “Nosso instituto é reconhecido principalmente pela abordagem da pesquisa básica, pela exploração de novos modelos teóricos, alem de possuir laboratórios muito preparados para o trabalho prático da pesquisa”, conta.

No entanto, nesta edição do evento, os representantes do IFSC apresentarão desenvolvimentos e resultados de suas pesquisas aplicadas, mostrando a força que o instituto tem adquirido em inovação e tecnologia. O Prof. Tito J. Bonagamba, do Grupo de Ressonância Magnética, apresentará o projeto de pesquisa que desenvolve em parceria com a Petrobrás, tratando de novas aplicações da Ressonância Magnética Nuclear e da informação quântica. Já o professor Cleber R. Mendonça, do Grupo de Fotônica, falará sobre os diversos usos de lasers de alta potência no trabalho com materiais.

Ainda segundo o Prof. Osvaldo, essas apresentações demonstram que o IFSC desenvolve trabalhos muito alinhados com as maiores tendências mundiais na área de materiais e nanotecnologia: a primeira, relacionada à união de projetos experimentais com projetos teóricos; a segunda seria o trabalho com materiais biológicos, já que a ciência tende a buscar modelos de estrutura e funcionamento na natureza; e a terceira, no que diz respeito à nanotecnologia, o trabalho com sistemas complexos (sistemas cujas partes estabelecem uma relação não-linear entre si). “O Brasil tem avançado muito neste sentido, ganhando cada vez mais reconhecimento, e o IFSC é exemplo disso. Nossa preocupação, agora, é que o Brasil precisa produzir mais tecnologia”, comenta Osvaldo.

chu2Dentre as atividades de palestra, o docente destaca, em especial, a participação do pesquisador José Nelson Onuchic , graduado em Física pela USP, onde também completou um mestrado em Física Aplicada. Hoje, Onuchic é professor de Física na Universidade da Califórnia, em San Diego (EUA), e co-diretor do renomado Center for Theoretical Biological Physics (CTBP). Os interesses de pesquisa do físico envolvem, principalmente, modelos teóricos e computacionais para a biofísica molecular e reações químicas em matéria condensada, temas que mesclam muito a pesquisa básica com a experimental e que, com certeza, empolgará os participantes do evento.

Além das sessões de palestras, a sessão de pôsteres servirá como uma forma de estabelecer novos vínculos entre os novos pesquisadores, fortalecendo os projetos de colaboração e enriquecendo a perspectiva sobre os objetos de pesquisa emergentes. Podem participar pesquisadores de todos os níveis de formação. Para maiores informações sobre o envio de resumos, clique aqui. O prazo final para o envio é 31 de janeiro.

Além do IFSC, o evento é organizado também pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Materiais (POSMAT) da UNESP de Bauru, juntamente com o campus Sorocaba da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

Para maiores informações, acesse o link http://samba-df.fc.unesp.br/isamn/.

Assessoria de Comunicação

30 de janeiro de 2012

Novo centro de excelência para pesquisa em física teórica será inaugurado no próximo mês

No próximo dia 6, São Paulo contará com um novo Instituto sul-americano de Pesquisa Fundamental (SAIFR, em inglês) em física teórica.

O Instituto, que será sediado no campus de São Paulo da Universidade Estadual Paulista (Unesp), será a primeira Unidade da América do sul do Centro Internacional de Física Teórica (ICTP, em inglês), vinculado à Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), localizado em Trieste (Itália).

De acordo com o diretor do novo Instituto, Nathan Berkovits (professor do Instituto de Física Teórica (IFT) da Unesp), o objetivo principal é tornar a Unidade um centro de excelência em física teórica do continente.

Além da pesquisa, em si, o Centro- que conta com o apoio da FAPESP para sua instalação- organizará Escolas Avançadas e workshops internacionais, receberá pesquisadores visitantes e pós-doutores, além de promover um intenso intercâmbio entre alunos e pesquisadores do Brasil e exterior.

Entre os eventos programados no novo Centro, está a Escola Avançada sobre Relatividade Geral: Astrofísica e Cosmologia Relativísticas, que será coordenado pelo docente do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Daniel A. Vanzella, e realizado entre 16 e 27 de junho de 2012.

Em 5 de fevereiro, véspera do lançamento oficial do ICTP-SAIFR, haverá uma palestra de divulgação científica, às 16 horas, intitulada “Explicando as origens do Universo”, que será ministrada em espanhol pelo professor argentino, Matias Zaldarriaga, do Instituto de Estudos Avançados de Princeton (Estados Unidos).

Já a abertura oficial do Instituto será no dia seguinte (6/2), às 16 horas.

Para maiores informações, basta acessar o endereço http://www.ictp-saifr.org/

(Com informações da agência FAPESP)

Assessoria de Comunicação

30 de janeiro de 2012

A (r)evolução da informática

O computador, como conhecemos hoje, nada tinha a ver com o primeiro criado, há quase dois séculos. Em 1837, o cientista e matemático, Charles Babbage, inventou uma máquina, de funcionamento mecânico, que realizava as quatro operações matemáticas fundamentais (adição, subtração, multiplicação e divisão) com rapidez, sendo ela considerada o primeiro computador da história.

Passados 108 anos, o esforço de guerra aliado durante a 2º Guerra Mundial, que buscava quebrar a criptografia nazista e fazer cálculos balísticos sofisticados, deu origem aos computadores eletrônicos. “O primeiro deles, o americano ENIAC, uma grande calculadora, começou a operar logo após o final da Guerra em 1946”, conta Guilherme Matos Sipahi, coordenador do curso de Física Computacional do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP).

No entanto, o real marco foi o computador proposto por von Neumann. Na década de 50, somente governos e grandes empresas utilizavam computadores. “Desde o surgimento das primeiras máquinas, as universidades já tinham acesso, pois elas eram criadas lá. E, como resultado do esforço de guerra, a máquina de von Neumann foi construída na Princeton University, e entrou em operação 1951″, explica o docente. Pouco tempo depois, a segunda geração de computadores apresentava máquinas que funcionavam com materiais semicondutores para, finalmente, chegar aos circuitos integrados- no modelo que conhecemos hoje.

Revolucao-3_falaSe no começo, os estímulos para criação de computadores eram as guerras, atualmente a realidade é outra. O entretenimento tomou conta e a criação de jogos de computador tornou-se a prioridade e o principal mote da indústria da informática. “Há vinte anos, o cenário não era esse. Hoje, quase tudo é voltado para a produção de games. Pela primeira vez, o foco é o próprio consumidor, e não mais as universidades ou o governo, como no começo”, explica Guilherme.

Ainda no mundo do entretenimento, nas décadas de 50 e 60, os computadores tornaram-se “personagens” principais nas ficções científicas. Muitos filmes dessa época tinham como tema principal o computador, envolto de mistério e até de um certo sensacionalismo. Um exemplo é “2001: uma odisseia no espaço”. “Dos seriados da década de 60, muitos mostravam máquinas do tempo ou submarinos sendo operados por computadores do tamanho de uma sala”, elucida o docente.

Na década de 70, os primeiros computadores pessoais começaram a ser comercializados, “Era, em princípio, um brinquedo. Os componentes vinham soltos e o próprio comprador tinha que montar a máquina”, conta Guilherme. No início da década de 80, apareceram os primeiros computadores pessoais, como o “ZX Sinclair”, que apresentava a CPU integrada a um teclado e usava a TV como monitor e aparelhos cassete como discos. O final da década de 80, quando a IBM lança o PC (personal computer), foi um momento de destaque no mundo da informática. Mas, somente no início da década de 90 é que os computadores passam a ser amplamente comercializados.

Criada pelo governo estadunidense, nos tempos incertos da Guerra Fria, a internet, a qual muitos consideram o grande advento da informática, foi precedida de importantes fatos. Guilherme conta que, na década de 80, precursores da internet já se faziam presentes. Na França havia um sistema, funcionando como um computador, onde as pessoas podiam consultar telefones e endereços. A primeira manifestação do que seria a rede começou desta forma, até chegar ao formato atual e ser, continuamente, aperfeiçoada. “A internet surgiu para ser um instrumento de troca de dados, e não de comunicação. Depois foi sendo aprimorada e chegou comercialmente ao Brasil só em 1995. Antes disso, ela era puramente acadêmica”.

O mundo depois dos computadores

Revolucao-2Seja nas empresas, na indústria do entretenimento ou na educação, os computadores, a partir do momento em que passaram a fazer parte de nosso cotidiano, trouxeram mudanças que afetam a vida de todas as pessoas- inclusive daquelas que não tem acesso às máquinas.

Nas empresas, a facilidade para troca de documentos e a comunicação entre funcionários, fornecedores e clientes foi modificada e aprimorada.

Os editores de texto e planilhas também passaram a ter papel fundamental. “Tudo isso facilitou o trabalho. Esses softwares, relativamente simples, trouxeram uma melhora significativa no cotidiano de todos”, afirma o docente.

Dos estúdios de animação até as grandes produções, como Titanic, a computação também teve sua importância fundamental. Quando George Lucas começou a fazer os gráficos que dariam vida à notória produção, Guerra nas estrelas, começou a pensar-se fortemente em efeitos visuais, feitos nos computadores. “Todos os grandes efeitos de Titanic foram feitos em máquinas Linux e Alfa. Eram clusters** gigantescos, fazendo muitas imagens, em máquinas diferentes”, conta o docente.

Revolucao-4Steve Jobs fundou a Pixar (hoje pertencente a Walt Disney Company), estúdio de animação que produziu Toy Story, Carros, Vida de Inseto, entre outras famosas animações, e tornou-se um dos melhores exemplos do relacionamento bem-sucedido entre computação e entretenimento.

Um atalho para o sucesso financeiro

Um caminho para que países emergentes obtenham um avanço efetivo, no caso da informática, é o desenvolvimento de softwares. “Temos que aprender a fazer programas de computador, pois gastamos muito dinheiro pagando licenças de uso”, lamenta Guilherme. “Perdemos a corrida da tecnologia do silício e replicamos tecnologia, não temos um número expressivo de patentes ou tecnologia exclusivamente brasileira na área de chips ou dispositivos eletrônicos no Brasil”.

Biossensores e computadores orgânicos, de acordo com o docente, podem ser a nova aposta nessa corrida tecnológica, da qual o Brasil pode- e deve- participar.

Outra aposta em que o Brasil deve se envolver é para o desenvolvimento de jogos e aplicativos para computador. “A Índia faz isso muito bem, atualmente, e já participa ativamente do mercado dos EUA, e o Brasil poderia estar nesse patamar”, afirma o docente. “Sempre se teve pouco desenvolvimento de tecnologia no Brasil. Mesmo sendo país em desenvolvimento, a indústria brasileira sempre foi de montagem, e raramente desenvolveu produtos”, lamenta.

A escolha com a qual o Brasil pode se deparar, nesse sentido, é se caminha para o desenvolvimento de softwares livres (que não exigem o pagamento de licença de uso, por parte dos usuários) ou na direção “capitalista”, desenvolvendo programas onde os usuários tenham que pagar por seu uso. “Com softwares livres, as pessoas aprendem mais, então, no caso brasileiro, talvez fosse melhor caminhar nessa direção e dar liberdade aos programadores. Quando as pessoas se veem obrigadas a aprender por conta própria, podem aprender mais, e os brasileiros são muito criativos”, diz Guilherme.

O futuro tecnológico para o Brasil

Grandes empresas, como Google ou Yahoo, trabalham, constantemente, no desenvolvimento de novas tecnologias. Em um futuro próximo, teremos diversas máquinas em uma só, fazendo a “computação nas nuvens”, com uma velocidade de transmissão de dados surreal. Quanto ao tamanho dos computadores, se caminharmos do desktop ao iPad, poderemos perceber que a tendência é que “encolham” cada vez mais.

Revolucao-5A computação em nuvens, de acordo com Guilherme, já é uma realidade atuante. Funciona da seguinte forma: qualquer documento, dado ou informação armazenados em uma máquina, poderão ser acessados de qualquer outra, em qualquer lugar do planeta. Ou seja, qualquer suporte físico terá acesso à informação virtual.

As evoluções e facilidades que, em um futuro próximo, teremos em áreas de saúde e educação, também são significativas. “A Google comprou uma empresa de DNA e utilizará as técnicas de banco de dados para sequenciar o DNA”, conta Guilherme. “Por trás disso tudo, está o desenvolvimento de bons softwares“, diz.

Independente de qualquer coisa, antes de avançar muitos passos, seja na informática, seja em qualquer tipo de tecnologia, é preciso recuar e perceber se o bom- e racional- uso está sendo feito disso tudo, para que seu aproveitamento seja autêntico. “As pessoas andam na rua e mexem no celular o tempo todo, e isso só irá se expandir. De certa maneira, já nos tornamos cyborgs“, finaliza o docente.

*Eletronic Numerical Integrator and Computer

** Traduz-se “aglomerado” e, na prática, significa o trabalho de vários computadores juntos.

25 de janeiro de 2012

IFSC é referência em reconhecimento de padrões em plantas

Pesquisadores do IFSC ficam em primeiro lugar em desafio francês promovido pela Sociedade Francesa de Botânica, relacionado à análise e reconhecimento de padrões, mais especificamente na categoria “identificação de plantas”. A idéia é aplicar o princípio em um levantamento da flora brasileira

O Imageclef é um evento internacional, criado em 2003, que lança desafios anualmente para a comunidade mundial envolvida com a área de reconhecimento de padrões. Normalmente, dois tipos de desafios são lançados a cada edição: uma é relacionada ao problema de identificação de imagens médicas, ou seja, localização de tumores ou análise de patologias, por exemplo, e outra relacionada a imagens em geral. Tente imaginar como seria se o Google conseguisse fazer buscas de imagens a partir de outras imagens. Por exemplo, você insere a foto de um carro e o Google te retorna imagens de carros muito similares. Não seria ótimo? Bom, este sistema não existe ainda, mas o trabalho dos pesquisadores do IFSC é identificar características únicas de determinados objetos de modo que, com uma fotografia, se consiga acessar suas informações – o mesmo princípio que faria funcionar um sistema de buscas.

filosfera2Em 2010, uma nova categoria do desafio foi inaugurada: o reconhecimento de plantas. As plantas constituem uma dificuldade para a ciência devido à variabilidade de sua forma, muito maior do que a biologia animal, por exemplo. “Foi aí que nos veio a pergunta”, conta o professor Odemir Bruno, orientador dos doutorandos Dalcimar Casanova e João Florindo, que integraram a equipe do Imageclef 2011. “Será que podemos desenvolver um sistema computacional que reconheça todas as espécies de plantas da Europa?”, completa o docente.

O banco de dados disponibilizado pelo Imageclef na internet continha diversas fotografias de inúmeras espécies nativas da Europa. Segundo Odemir, este é um tema que seus colaboradores vêm tentando investigar há mais de dez anos: “A idéia é justamente unir Física, Matemática e Computação pra analisar biodiversidade através de imagens, talvez por este motivo tenhamos saído com vantagem”. Em uma parceria com o Instituto Agronômico de Campinas (IAC), com a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq – USP) e a UNESP de Assis, os pesquisadores se preocuparam, principalmente, com a forma, a enervação e a textura (padrão dos pigmentos da folha) das plantas para estabelecer um banco de dados que servisse como pontos de reconhecimento na imagem para o reconhecimento da espécie. Com isso, a equipe conseguiu uma taxa de acertos de quase cinquenta por cento, muito acima das outras instituições competidoras.

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No entanto, a flora europeia é muito simples quando comparada à flora brasileira, uma das mais ricas do mundo, o que tornaria menos dificultosa a proposta de um método matemático para a identificação das plantas disponíveis.

odemirnoticia“O nosso objetivo é identificar a biodiversidade brasileira, o que é muito mais desafiador do que a biodiversidade européia”, reflete o docente. De maneira mais específica, o pensamento do pesquisador é o de que, sendo São Paulo um Estado tão devastado ecologicamente, não há, ainda, um levantamento das espécies que aqui existem. “A Mata Atlântica é desconhecida para nós no Estado, então imagine a Amazônia”, compara ele. “Estamos destruindo sem nem saber o que pode existir lá, não sabemos se pode haver uma potencial cura para o câncer, para citar um exemplo”. Por essa razão, a idéia é descobrir uma maneira de fazer um levantamento florestal rápido, além de catalogar também certas determinações fisiológicas e fenômenos evolutivos que podem ditar o melhor clima, melhor solo, melhor ambiente para o crescimento da espécie. “A modelagem matemática das plantas pode nos fazer entendê-las de maneira muito mais desenvolvida”, explica. Um exemplo disso é um projeto de pesquisa que deu origem a um sistema que verifica as deficiências nutricionais do milho, intitulado Visão Artificial do Milho: com um scanner de mão e um computador, o agricultor pode acessar todas as informações do produto que está cultivando.

O docente conta que, para se ter uma idéia de uma versão mais high tech do projeto de pesquisa, podemos pensar em um biólogo em campo, com seu celular. Ao tirar uma fotografia e enviar para um software, ou um endereço online, ele pode obter informações sobre as prováveis espécies às quais pode pertencer a folha, de maneira muito mais prática e rápida. Hoje em dia, para identificar uma espécie de planta encontrada em campo, um biólogo deve consultar um herbário, onde plantas são catalogadas secas por muitos anos – um processo que pode levar muitos dias. Neste sentido, o projeto de pesquisa é um grande facilitador e uma grande necessidade do mercado internacional, e, graças à criatividade e dedicação de uma equipe de pesquisadores, o Brasil está na frente, apresentando resultados mais significativos que centros de pesquisa de muito renome e tradição, como o Massachusetts Institute of Technology (MIT) e o Institut National de Recherche en Informatique et en Automatique (INRIA, França).

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Contudo, Odemir afirma que o problema encontrado na Biologia é extremamente difícil e sofisticado: “Estamos trabalhando nisso há dez anos, mas é possível que daqui a mais dez anos ainda estejamos aprimorando nossa solução para esta problemática, porque atualmente nem a Matemática, nem a Física e nem a Computação têm ferramentas prontas para solucioná-la”. Por isso, a equipe usa este problema para tentar desenvolver algoritmos relacionados a estas áreas de pesquisa, ou seja, cada passo em direção à solução do problema é um passo à frente na Matemática, na Física e na Computação também. Com estas perspectivas e estes desafios, um pensamento segue guiando a equipe de pesquisadores do IFSC: será possível, um dia, fazer o levantamento de uma floresta através de um notebook?

Assessoria de Comunicação

25 de janeiro de 2012

Designação de nova Chefe Técnica

Comunicamos que, a partir de 25 de fevereiro, a servidora, Ana Mara Marque da Cunha Prado, é a nova Chefe Técnica do Serviço de Biblioteca e Informação do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), em substituição à servidora, Maria Helena Di Francisco (desligada a pedido).

Também foram designados novos membros para compor a Comissão do Serviço de Biblioteca e Informação do IFSC, a partir da mesma data mencionada acima:

-Prof. Francisco Castilho Alcaraz- presidente da Comissão, em substituição ao Prof. José Fernando Fontanari (desligado a pedido);

-Prof. Cleber Renato Mendonça- representante do Departamento de Física e Ciência dos Materiais;

-Prof. Leonardo Paulo Maia- representante do Departamento de Física e Informática.

A Comissão é composta, ainda, pela Chefe Técnica do Serviço e pelo representante discente, Fabiano Rogério Ramos.

Assessoria de Comunicação

24 de janeiro de 2012

Inscrições abertas

Já estão abertas as inscrições para o “Programa de Aperfeiçoamento da Pós-graduação 2012”, que tem como objetivo o apoio a programas de pós-graduação da Universidade de São Paulo (USP), incluindo ações de ida de pesquisadores ao exterior, bem como da vinda de assessores e consultores externos, nacionais ou internacionais.

As inscrições para participação no referido Programa vão até o dia 2 de abril, com resultados preliminares a serem divulgados em 7 de maio.

Para acessar o edital, na íntegra, clique aqui.

Em caso de dúvidas ou informações adicionais, enviar e-mail para o endereço lmspinelli@usp.br ou ligar para (11)3091-1097.

Assessoria de Comunicação

23 de janeiro de 2012

Novas chamadas já estão abertas

Já estão publicadas as chamadas para os programas de intercâmbio em doutorado sanduíche, doutorado pleno, pós-doutorado e chamadas específicas no âmbito do “Ciência sem Fronteiras”, programa criado pelo Governo Federal, lançado em 2011.

-para informações referentes ao doutorado sanduíche, clique aqui;

-para informações referentes ao doutorado pleno, clique aqui;

-para informações referentes ao pós-doutorado, clique aqui;

– para informações referentes a chamadas específicas, clique aqui.

Para mais informações a respeito do programa, acesse o site oficial do Ciência sem Fronteiras.

Assessoria de Comunicação

23 de janeiro de 2012

Abertura foi seguida por curso ministrado por pesquisador internacional

Escola_de_veraoTeve início na manhã desta segunda-feira, 23 de janeiro, a XIII Escola de Verão Jorge André Swieca de Ótica Quântica e Ótica Não Linear.

A abertura, realizada próximo às 9 horas, foi feita pelo docente do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Cleber Renato Mendonça, que também é um dos coordenadores da Escola.

Logo após uma breve apresentação do evento, em inglês, teve início o curso Nonlinear optics and squeezed light with four-wave mixing, realizado pelo pesquisador, Paul D. Lett, da University of Maryland e do National Institute of Standards and Technology (NIST-EUA).

Outros pesquisadores internacionais ministrarão cursos, durante as duas semanas nas quais a Escola será realizada. Além de cursos, aulas experimentais também serão realizadas no decorrer do evento.

Ainda no dia 23, outros cursos serão ministrados. Abaixo, segue a programação desta segunda-feira:

Horário

Evento

Cursista

11 h

A Single-Atom Quantum Memory

Prof. Dr. Gerhard Rempe

14 h

An introduction to femtosecond laser techniques

Prof. Dr. Eric Mazur

16h10 Seminário

Prof. Dr. Eric Mazur

17 h Seminário

Celso Jorge Villas Boas

Para acessar a programação completa do evento, clique aqui.

Assessoria de Comunicação

23 de janeiro de 2012

Alunas que cruzaram as fronteiras

CsF-3

No início deste mês,as estudantes de graduação, Laís Brazaca e MoniqueFreitas, embarcaram para uma viagem que, certamente, será um importante marco em sua vidas acadêmicas e pessoais.

As duas alunas, ambas no 3º ano do curso de Ciências Físicas e Biomoleculares e pesquisadoras do Grupo de Biofísica Molecular do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), foram selecionadas (entre uma média de 7 mil inscritos) para participar do “Ciência sem Fronteiras”, programa lançado em 2011 pelo Governo Federal, com o objetivo de estimular o intercâmbio científico e tecnológico entre países do globo, estando entre eles Estados Unidos, Reino Unido, Itália, França e Alemanha.

Monique (20) teve conhecimento do programa em sua cidade natal, Brasília. “Ouvi os primeiros rumores através de amigos da UnB [Universidade de Brasília] e recebemos um e-mail da USP, em outubro, com mais informações”, relembra a estudante.

CsF-1Enquanto isso, Laís (20) também recebia o e-mail do Serviço de Graduação do IFSC, tendo sido informada sobre o” Ciência sem Fronteiras”. Ao ler o edital, ficou imediatamente interessada. “Nunca achei que seria selecionada, pois estudantes do Brasil inteiro concorreram”, conta.

Depois da devida – e merecida – euforia em serem selecionadas, após passarem por análises de histórico escolar e apresentação do teste TOELF (Test of English as Foreign Language), as alunas tiveram pouco tempo para arrumar as malas e preparar-se para ficarem um ano nos Estados Unidos (único país participante do primeiro edital aberto pelo Programa). Monique na Boston University (localizada na mesma cidade do Massachussets Instituto of Technology (MIT) e Harvard University) e Laís na University at Albany. “Não selecionamos o curso que iríamos fazer, somente a área de atuação e matérias que serão cursadas”, explica Laís, que optou por Nanotecnologia e Novos Materiais, enquanto a colega preferiu a área de Biotecnologia.

Além de ter a oportunidade de estudar em Centros de Excelência, as alunas terão todas as despesas pagas pelo governo brasileiro, através do Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Conselho Nacional Científico e Tecnológico (CNPq) e empresas parceiras: passagem, moradia, refeições, seguro-saúde e, ainda, dinheiro extra, para gastos adicionais. “A CAPES contratou um órgão americano, o IEE [Institute of International Education], que cuidou da distribuição, nas Universidades estadunidenses, dos alunos selecionados. Tivemos que preencher um formulário padrão dos EUA, cartas de motivação e recomendação escritas por nossos professores. E, de acordo com nosso perfil e notas, fomos direcionadas”, explica Monique.

O Programa, apesar de muito se parecer com um intercâmbio, tem alguns diferenciais, sendo o principal deles todas as despesas pagas, possibilitando que qualquer aluno tenha a chance de participar dessa experiência no exterior. “Ganhamos até um ‘auxílio-instalação’, para poder arcar com as primeiras providências logo que chegarmos “, conta Monique. “Lá, as Universidades são, em sua maioria, pagas, e o governo brasileiro também arcou com esse gasto. Temos um período previsto para realização de estágios, e eles podem ser remunerados ou não, dependendo do caso”.

A aluna diz que, durante todo o processo, contou com a ajuda de órgãos governamentais do Brasil. Até mesmo para emissão do visto, as embaixadas foram fechadas somente para os participantes do Programa, tornando o processo muito mais ágil. “Inclusive no IFSC, quando precisamos de documentos, como histórico escolar, autorização e assinaturas, bem como da ajuda dos docentes para escrever as cartas de recomendação, tudo foi muito rápido e todos foram muito prestativos”.

CsFDepois de tudo isso, as expectativas das graduandas são grandes. Elas contam que ter a oportunidade de estudar em Instituições de ótima reputação e o contato com pesquisadores e estudantes de outros países de diferentes culturas são seus principais anseios. “A área que escolhi é muito pouco estudada aqui no Brasil e nos EUA existem mais grupos pesquisando esse assunto, então tenho mais coisas para aprender e trazer de volta para cá”, conta Laís. “Vivenciar esse novo ambiente será muito importante, além de termos a oportunidade de dar um upgrade em nosso currículo”, complementa Monique.

Fora as inúmeras vantagens já mencionadas, as alunas poderão ter um contato direto com pesquisadores de diversos países, além da chance de participar da enorme quantidade de congressos, palestras e seminários.

Sobre os motivos de terem sido escolhidas, entre uma infinidade de inscritos, elas não hesitam e têm a mesma opinião: a Universidade da qual fazem parte contou muitos pontos.

Assessoria de Comunicação

20 de janeiro de 2012

Por unanimidade, IFSC recebe prêmio de Melhor Semana de Recepção 2011

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Embora a boa educação comece em casa, a Escola também tem papel fundamental. Com essa filosofia em mente, alunos do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), logo no início da vida acadêmica de seus calouros, fazem questão de divulgar boas práticas e espalhar atos exemplares e solidários.

O bom exemplo recebeu, este ano, o prêmio “Melhor Semana de Recepção 2011”, que se encontra em sua 13ª edição. “Hoje em dia, a maioria das Unidades da USP não tem nada de violento durante a recepção aos calouros. As atividades que programamos se diferenciam, pois prezam bastante pela integração, não somente com o curso, mas com a cidade de São Carlos, também”, conta o docente do IFSC e presidente da Comissão de Graduação, Valmor Roberto Mastelaro.

Na organização da “Semana de Recepção aos Calouros” do IFSC, muitas pessoas estão envolvidas, representadas pelas seguintes entidades: Comissão de Graduação (CG), Secretaria Acadêmica da Licenciatura em Ciências Exatas (SACEx) e Centro de Estudos da Física de São Carlos (CEFiSC). “A maioria dos estudantes deixa suas casas para estudar em uma cidade desconhecida, longe de seus pais, de seus amigos. O mínimo que podemos fazer é oferecer uma boa recepção para que eles saibam que não estão sozinhos e, se precisarem de alguma coisa, podem contar com alguém”, afirma Rafael Campelo, presidente da SACEx.

Dentre as atividades realizadas e elaboradas, têm-se palestras de temas variados, almoço, apresentação de peça teatral, gincanas e atividades físicas, todas contando com a participação de calouros e veteranos. Ainda, num gesto simbólico, para marcar a passagem dos alunos pela Unidade, estes plantam uma árvore, no campus II da USP, representando, também, um ato de respeito e consciência para com o meio ambiente. “Nessa semana, queremos que os calouros entendam como funciona a vida acadêmica, seu curso, conheçam os grupos de incentivo à pesquisa, o Centro Acadêmico, interajam com os demais alunos do campus e com a própria cidade. Para isso, contamos com conversas com as secretárias acadêmicas, IFSC Jr., Programa ‘USP Recicla’, coordenadores dos cursos, visita aos laboratórios do IFSC, arrecadação de donativos, trote solidário, palestras e outras atividades”, conta Fernando José L. Monteiro, presidente do CEFiSC.

Para o próximo ano, a recepção já começou a ser pensada, mantendo-se a filosofia de integração e solidariedade, que a tem guiado, desde que foi criada. “Algumas atividades serão reformuladas e temos alguns projetos em mente, mas ainda precisamos conversar e organizar melhor as ideias novas”, conta Rafael. “Temos um formato da Semana que seguimos, mas sempre buscamos novidades que a melhorem, ainda mais”, complementa Fernando.

Sobre o prêmio

Das 25 Unidades da USP inscritas para concorrer ao prêmio, o júri, composto por seis integrantes do Grupo de Trabalho Pró-calouro da Pró-Reitoria, destacou o relatório apresentado pelo IFSC, bem efetuado em sua forma e conteúdo, elegendo o IFSC, por unanimidade, para receber o referido prêmio. “O prêmio foi o resultado de um trabalho muito bem feito por uma equipe comprometida com a recepção de nossos alunos no IFSC. Integração é a palavra-chave e procuramos destacar esse fato na cerimônia em que o IFSC, a SACex e o CEFiSC se fizeram presentes. Nossa meta é ganhar o prêmio no próximo ano”, declara Antonio Carlos Hernandes, diretor do IFSC.

Um diploma foi dado aos organizadores e uma escultura, relacionada ao prêmio, ficará exposta na Unidade pelo período de um ano para lembrar e, sobretudo, manter e espalhar o bom exemplo que tem sido dado pelo IFSC na recepção aos físicos recém-chegados.

Assessoria de Comunicação

20 de janeiro de 2012

Comissão de Relações Internacionais do IFSC completa um ano

Há pouco mais de um ano, em dezembro de 2010, foi organizada a criação de uma Comissão de Relações Internacionais, considerando a necessidade de fortalecer os laços internacionais com centros de pesquisa e universidades de referência, e também como uma forma de posicionar-se entre estes centros.

Hoje,passado este período, é possível fazer uma recapitulação e analisar as principais medidas tomadas pela equipe da Comissão para formar e fortalecer laços internacionais e para sistematizar o apoio e orientação para estrangeiros na unidade e para alunos que desejam estudar no exterior.

O interessante da CRInt do IFSC é que a equipe, que conta com três docentes, é inteiramente composta por estrangeiros: José Pedro Donoso Gonzalez, que é chileno, Philippe Wilhelm Courteille, alemão, e Richard Garratt, inglês. Todos eles têm a experiência de morar em solo estrangeiro e conhecem, de maneira íntima, a necessidade de orientação, desde tarefas mais básicas como encontrar uma moradia e obter documentos brasileirosrel_int até matricular-se em cursos de línguas. O professor Donoso, presidente da CRInt, conta que, ao chegar no Brasil, teve a sorte de encontrar um professor na Unicamp que o auxiliou muito nesta empreitada. “Por isso é que eu sei o quanto fazia falta ter este auxílio aqui no Instituto”, reflete.

Pensando nisso, a primeira realização da CRInt foi traçar um guia para pesquisadores ou alunos estrangeiros, com orientações sobre obtenção de documentos e abertura de contas bancárias, contendo endereços, horários de funcionamento, documentos necessários e outras dicas. O guia foi disponibilizado no website do IFSC (acesse aqui) em português, inglês, francês, alemão e espanhol.

Além disso, para sistematizar o trabalho, foi feito um levantamento das universidades latino-americanas conveniadas com a USP, de modo a fortalecer estes convênios e estimular o intercâmbio de docentes e discentes da graduação e da pós-graduação, firmando colaborações internacionais no bloco e unindo forças no desenvolvimento de pesquisa básica e aplicada. Outro levantamento também foi feito dos alunos estrangeiros que estão atualmente envolvidos em cursos de graduação e pós-graduação no IFSC. Segundo as estatísticas, cerca de 17 alunos não brasileiros se encontram matriculados nos cursos do Instituto. “Rastrear estes alunos nos ajuda a analisar mais de perto as suas necessidades, e facilitando a vida destes alunos podemos também abrir mais portas para receber mais alunos ainda”, comenta Donoso.

Pensando na ampliação deste número de alunos beneficiados, foi elaborado um panfleto de apresentação do IFSC para a Comissão de Cooperação Internacional da Universidade de São Paulo, em língua inglesa, com o objetivo de divulgar amplamente as portas abertas do Instituto para estudantes estrangeiros. A lâmina fará parte de um material elaborado pela Comissão de Cooperação Internacional, que apresentará todas as unidades da USP para instituições que tenham interesse em firmar acordos de colaboração.

Dentro da proposta da comissão de abrir espaço para novas parcerias internacionais, a comissão tem uma função muito especial: receber os parceiros em potencial em suas visitas ao Instituto, apresentá-los as dependências e a infraestrutura disponível, e mostrar como os trabalhos de pesquisa e extensão são desenvolvidos no dia-a-dia. “Neste ano, tivemos duas importantes visitas”, conta o presidente da comissão, “Recebemos técnicos da Agência de Ciência e Tecnologia do Japão, em maio, e o Professor Duncan Craig, da University East Anglia (Reino Unido), em novembro, e em ambas as visitas conseguimos passar boas impressões e podemos dizer que temos boas expectativas”, confirma Donoso. “Mas ainda temos muito trabalho”, completa.

crintSegundo ele, que liderou um levantamento das maiores necessidades do Instituto no que diz respeito às relações internacionais, o IFSC precisa de recursos humanos com domínio em língua estrangeira para o atendimento dos estrangeiros, além de um alojamento institucional para hospedá-los por períodos curtos de tempo, a modelo da moradia que a Unicamp já possui e que a USP está providenciando. “Este levantamento que elaboramos já foi enviado para Reitoria da USP, para que avaliem quais são os recursos que podem ser liberados para estas medidas”, conta o docente. “Hoje, cada vez mais, recebemos contatos de visitantes estrangeiros em potencial, ou pesquisadores em busca de colaborações em pesquisas, e precisamos estar preparados para bem recebê-los”, finaliza Gonzalez, enfatizando a importância do apoio sistemático aos colaboradores e às iniciativas de colaboração internacional.

Assessoria de Comunicação

19 de janeiro de 2012

Abertura já acontece no início da próxima semana

Na próxima segunda-feira, 23 de janeiro, tem início, no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), a Escola de Verão Jorge André Swieca de Ótica Quântica e Ótica Não Linear.

O evento, que se encontra em sua 13ª edição, objetiva prover cursos introdutórios nas áreas mencionadas no título (óptica quântica e não-linear), tendo como público-alvo estudantes em final de graduação, que estudem ou se interessem pelas respectivas áreas.

Com duração de duas semanas (de 23 a 27/1 e 30/1 a 03/02), diversos cursos, palestras e, inclusive, aulas experimentais serão ministrados por pesquisadores nacionais e estrangeiros, incluindo-se nestes últimos Eric Mazur, da Harvard University e Paul D. Lett, do National Institute of Standards and Technology (NIST/USA).

Os cursos e palestras serão realizados no anfiteatro azul, do prédio dos Laboratórios de Ensino de Física (LEF).

Para ter acesso à programação do evento, clique aqui.

Em caso de dúvidas ou informações adicionais, acesse o site da Escola e clique no link Contato.

Assessoria de Comunicação

18 de janeiro de 2012

Reforma do LEF deve ser finalizada antes do início das aulas

LEF-1Aproveitando as férias dos alunos do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), deu-se sequência às obras no prédio dos Laboratórios de Ensino de Física (LEF).

O prédio, que já conta com novo telhado, brises e condicionadores de ar (substituídos em outubro e novembro do ano passado), também computará banheiros integralmente reformados, pintura e troca de pisos dos corredores e escadarias LEF-2(incluindo a colocação de medalhões antiderrapantes nesta última) até o início das aulas (27 de fevereiro), segundo informações do técnico de manutenção e obras, Adail Santarpio.

Os investimentos no prédio, desde o início da última reforma até o presente momento, já alcançam a casa dos R$300 mil.

Estão previstas, também, as instalações de um elevador panorâmico e de uma plataforma elevatória- para melhora do acesso de portadores de necessidades especiais.

LEF-3De acordo com o chefe da área financeira, Maurício Schiabel, os trâmites de licitação estão sendo providenciados pela Coordenadoria de Espaço Físico da USP, que fará a contratação da empresa licitada. As instalações terão início em 2012.

 

 

 

 

 

Assessoria de Comunicação

18 de janeiro de 2012

Tratamento para micose de unha através de terapia fotodinâmica

Pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos utilizam a técnica de inativação de microorganismos por terapia fotodinâmica para combater fungos causadores da onicomicose – a temida micose de unha. A expectativa é produzir um aparelho prático e disponibilizar a técnica de maneira acessível a toda população.

A terapia fotodinâmica, técnica baseada na utilização de luz para ativação de compostos medicamentosos, tem sido presença cada vez mais forte no tratamento de enfermidades, principalmente na área da dermatologia. Recentemente, presenciamos a explosão midiática referente ao desenvolvimento e distribuição, no Sistema Único de Saúde (SUS), de um aparelho para diagnóstico e tratamento do câncer de pele, baseado na mesma técnica. Além do descarte da intervenção cirúrgica, o que diminui riscos e garante um melhor resultado estético, a promessa é de que a técnica apresente resultados significativos em até dez dias, destruindo de maneira seletiva células cancerosas e pré-cancerosas. Mas este tratamento tem aplicações que vão muito além de tecidos e combate a tumores. Uma equipe do Instituto de Física de São Carlos aplica a técnica para combater fungos e bactérias – a chamada inativação fotodinâmica -, através de um protótipo, em pacientes em estágios avançados de onicomicose.

IMG_8329A onicomicose, mais conhecida como micose de unha, é uma infecção muito recorrente, causada basicamente por fungos que podem ser adquiridos de várias formas, desde o contato com o solo até a utilização de alicates ou lixas contaminadas. Algumas pessoas acabam por sofrer deste mal por muitos anos sem sucesso em tratamentos, sentindo muita dor e sofrendo de outras infecções bacterianas que podem se alojar no local. Isso ocorre porque os tratamentos convencionais são mais paliativos do que uma solução definitiva, e são associados a altas taxas de falha e recorrência.

O Grupo de Óptica do IFSC, por iniciativa do professor Vanderlei Bagnato, tem trabalhado há alguns anos com a técnica de inativação fotodinâmica de microorganismos causadores de doenças. Sabendo deste potencial da técnica na inativação de fungos e bactérias, e considerando o quadro atual do tratamento da micose de unha, foi pensado um projeto de pesquisa nesta área e um protótipo do equipamento foi desenhado. Rapidamente uma colaboração teve início com Ana Paula da Silva, uma farmacêutica em formação, na época, que já trabalhava com a técnica, mais especificamente com medicamentos fotossensibilizadores em shampoos para o tratamento da caspa. Logo foi firmada uma parceria com a faculdade Anhembi Morumbi, em São Paulo, através do professor Armando Bega, do Curso de Podologia, o que avançou muito a pesquisa devido à infraestrutura disponível na faculdade paulistana. Atualmente, a mestranda Ana Paula viaja semanalmente para a capital, onde trata cerca de quarenta pacientes – entre casos finalizados e em processo de finalização.

Funcionamento

Para o diagnótisco da onicomicose, a mestranda Ana Paula faz uso de um equipamento de fluorescência, já disponível no mercado para o diagnóstico de cáries e placas bacterianas. O equipamento permite uma localização mais exata dos fungos causadores da infecção através da fluorescência característica do próprio microorganismo.

Hoje, a pesquisa baseia-se na utilização de dois protótipos diferentes para o trato da unha, sendo que cada protótipo trabalha com um comprimento de onda diferente, a fim de ativar diferentes substâncias nos medicamentos, que se diferenciam tanto em estrutura química quanto em espectro de absorção. São compostos fotossensíveis bem diferentes, comenta Natalia Mayumi Inada, especialista em laboratório do Grupo de Óptica e orientadora do projeto. O intuito é comparar a eficácia de cada composto, e para isso utilizamos, para cada um, uma fonte de luz específica: uma na região do vermelho e outra na região do azul, completa.

Assim, o equipamento, liberando a luz em um comprimento de onda específico, tem a função de ativar o composto fotossensível que, já em contato com a unha danificada, gera espécies reativas de oxigênio que são prejudiciais aos microorganismos. Estas espécies reativas de oxigênio são tóxicas para o fungo ou para a bactéria e acabam por eliminá-los, esclarece Natalia. A medicação fica em contato direto com a lesão durante apenas uma hora, iluminada por vinte minutos. Com a rapidez da ação, Ana Paula conta que consegue tratar de dez a quinze pacientes por dia.

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Tanto o protótipo do equipamento quanto a técnica da inativação fotodinâmica já estão patenteadas. As medicações utilizadas são comerciais, já aprovadas para estudos clínicos experimentais – uma de origem russa e outra nacional, sintetizada por uma indústria farmacêutica de Ribeirão Preto.

Próximos passos

Na próxima etapa desta pesquisa, após a finalização do tratamento dos pacientes em São Paulo, a equipe pretende montar uma infraestrutura em Ribeirão Preto. Isso porque uma empresa especializada na área médica e odontológica, sediada em Ribeirão Preto, manifestou interesse em transformar o protótipo em equipamento e produzi-lo. Assim, haveria uma colaboração com uma podóloga para o tratamento de um grupo de pacientes, grupo do qual sairiam resultados que seriam enviados à Agência Nacional de Vigilância Sanitária para a aprovação do equipamento e desenvolvimento do produto final. A empresa tem avançado muito na área de Podologia, disponibilizando infraestrutura moderna para clínicas de podologia, e por isso demonstrou interesse em oferecer aos podólogos um equipamento para o tratamento da onicomicose em seu próprio consultório.

Uma outra parceira em potencial é uma indústria de cosméticos localizada em São Paulo, que pretende fechar mais um grupo de pacientes na capital e também desenvolver o equipamento de maneira comercial. Para nós, essa parceria com indústrias é muito importante para tornar a técnica acessível na comunidade, porque sabemos que o projeto de pesquisa vai chegar ao fim, ao contrário do número de pacientes sofrendo desta doença. Estamos trabalhando a todo vapor para que a técnica seja difundida, sobretudo de maneira economicamente acessível, comenta Natalia. Pelas experiências anteriores, sabe-se que isto é uma realidade muito possível – a mídia divulgou amplamente a distribuição de um equipamento para diagnóstico e tratamento do câncer de pele no Sistema Único de Saúde (SUS), um projeto desenvolvido pelo mesmo grupo de pesquisa no IFSC e que também funciona com base na terapia fotodinâmica.

Panorama atual

O tratamento da onicomicose por terapia fotodinâmica já existe, mas custa muito caro e poucos conseguem usufruir das vantagens da técnica. Por isso, atualmente, o tratamento da onicomicose se dá de duas formas: via oral ou tratamento tópico. Em ambos os casos, a resposta não é tão eficaz, razão pela qual a maioria dos pacientes tratados por Ana Paula sofre desse mal há anos. Além disso, quem toma medicamento tem efeitos colaterais, e a terapia que utilizamos tem aplicação local e se utiliza de medicação tópica, o que também contribui para impedir que os microorganismos criem resistência, explica Ana Paula. Já foi provado que alguns microorganismos específicos desenvolveram resistência a alguns medicamentos, completa Natalia. No caso da inativação fotodinâmica, os pacientes podem ser submetidos a quantas sessões do tratamento forem necessárias. “Nossa única recomendação, neste sentido, é que haja um intervalo de uma semana entre cada aplicação“, observa Natalia.

O tratamento está sendo oferecido gratuitamente, de maneira experimental, nesta etapa do desenvolvimento da pesquisa. Segundo as pesquisadoras, a maioria dos pacientes já se mostra muito desacreditada com os tratamentos convencionais e não vê mais solução para seus casos, mas esta terapia têm mudado suas perspectivas de saúde e bem-estar, até porque basta comparecer ao local e não faltar às sessões, conta Natalia.

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Pesquisa básica

O interessante deste projeto de pesquisa é que, além da aplicação prática do tratamento, Ana Paula desenvolve uma cultura dos microorganismos em laboratório – o chamado processo in vitro, maneira pela qual se investiga processos biológicos fora de sistemas vivos. Ana Paula cultiva, em placas, uma grande parte da linhagem dos fungos causadores da onicomicose e aplica a terapia fotodinâmica para avaliar sua reação. É a associação da pesquisa básica, que é a parte laboratorial, com a pesquisa aplicada, que é a parte clínica em si, envolvendo pacientes. Isto desperta muito o interesse da comunidade, desde pacientes em potencial até outras universidades e empresas que pretendem colaborar e difundir a técnica“, finaliza Natalia.

Assessoria de Comunicação

17 de janeiro de 2012

Seletiva final dos competidores brasileiros será realizada no IFSC

Entre os dias 25 e 28 de março, o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) receberá os estudantes da 2ª série do ensino médio, participantes da seletiva final para as Olimpíadas Internacionais de Física (OIF´s) de 2012, de acordo com informações postadas no blog Oficial da Olimpíada Brasileira de Física (OBF).

Até o final de janeiro/2012, os convocados receberão comunicação oficial e, aos indicados no comunicado anterior, serão somados mais dois alunos a serem selecionados (clique aqui para acessar a lista dos outros candidatos).

Neste ano, serão duas OIF´s internacionais: a 43ª International Physics Olympiad (IPhO), a ser realizada na Estônia e a XVI Olimpíada Ibero-Americana (OIbF) , que será sediada na Espanha.

Sobre a OIF

IPhOA Olimpíada Internacional de Física é uma competição anual, que envolve alunos do ensino médio. A primeira delas foi realizada em 1967, na Polônia. A competição consiste em duas provas: uma teórica e uma experimental.

A delegação que representa o Brasil na Olimpíada é selecionada a partir da Olimpíada Brasileira de Física.

O docente do IFSC, Euclydes Marega Júnior, é o atual coordenador da comissão organizadora da OBF.

Assessoria de Comunicação

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