Notícias

15 de junho de 2012

Observações astronômicas inusitadas serão tema principal da palestra

No próximo “Ciência às 19 horas”, marcado para o dia 19 de junho (próxima terça-feira), é o físico, Cristiaan Huygens, e suas diversas observações astronômicas (incluindo a descoberta do anel em torno de Saturno) que protagonizarão a palestra ministrada por Carlos Farina de Souza, docente do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Em linguagem descontraída e acessível, Farina contará alguns casos da história da física, como, por exemplo, como a dor de dente de Pascal mudou o curso da história, levando Huygens à construção de um pêndulo isócrono (que ocorre ao mesmo tempo ou intervalos de tempo iguais).

Ciencia-junho-2012

A palestra, como de costume, será realizada no auditório do IFSC “Prof. Sérgio Mascarenhas”, e tem início às 19 horas.

A entrada é franca e todos estão convidados a participar.

Assessoria de Comunicação

14 de junho de 2012

Docente do IFSC ministra palestra em fórum

Rio20No próximo dia 15 de junho, o docente do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Igor Polikarpov, ministrará a palestra “Desafios de transformar biomassas em etanol de segunda geração”, no fórum da Rio+20, que será realizado entre às 17 e 19 horas.

A palestra será realizada na Plenária 3 “Recursos Naturais e Energia”.

Para mais informações, acesse o site da Rio+20.

Assessoria de Comunicação

14 de junho de 2012

IFSC abre inscrições para transferência interna e externa

O Instituto de Física de São Carlos (IFSC), através do edital ATAc/IFSC/-21/2012, abriu inscrições para o processo de transferência interna e externa, para os cursos diurnos do IFSC, referentes ao 2º semestre de 2012.

Os interessados devem inscrever-se entre os dias 13 e 22 de junho, quando também deverão entregar as ementas das disciplinas cursadas para análise de equivalência.

A prova de seleção está marcada para 10 de julho, às 9 horas.

Para mais informações sobre o processo de transferência, acesse o edital ATAc/IFSC/-21/2012 ou a site da Graduação do IFSC.

Assessoria de Comunicação

14 de junho de 2012

Feira de profissões vai até próxima sexta-feira

Teve início na quarta-feira, 13, a 11ª Feira de Profissões da Universidade de São Paulo (USP), que está sendo realizada em Ribeirão Preto (SP), de 13 a 15 de junho, das 9 às 17 horas, no ginásio de esportes da USP.

O evento, direcionado a vestibulandos, tem entrada franca.

Na oportunidade, estudantes poderão conhecer os mais de 70 cursos de graduação oferecidos pela universidade, além de assistirem a palestras e demonstrações, feitas por docentes e alunos da USP.

Para mais informações, basta ligar para (16) 3602-3510

Assessoria de Comunicação

14 de junho de 2012

Pesquisador do IFSC profere palestra em fórum temático

O Prof. Roberto Mendonça Faria, pesquisador do IFSC e atual presidente da Sociedade Brasileira de Pesquisa em Materiais (SBPMat), proferirá uma palestra no “Forum on Science, Technology & Innovation for Sustainable Development”, evento que decorre entre os dias 11 e 15 de junho, no âmbito do Rio + 20, sendo que a apresentação do pesquisador, no dia 14 de junho, às 12h30, se fará a convite da “International Union of Materials Research Societies” e do “International Council for Science”.

ROBERTO_FARIA

Nesse fórum contribuirão outros cientistas de renome, como o Prof. John Baglin, dos EUA, cuja palestra será “Science and Technology R&D Roadmap to address Sustainable Development – A Proposal”, e o Prof. Jacques Amouroux, da França, com a palestra intitulada “CO2: A raw material for an industrial revolution. Energy storage and chemical products”.

Recordamos que o evento Rio + 20 é o nome fantasia da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que está sendo realizada entre os dias 13 e 22 de junho de 2012, na cidade do Rio de Janeiro, com o objetivo claro de se renovar o compromisso político com o desenvolvimento sustentável, por meio da avaliação do progresso e das lacunas na implementação das decisões adotadas pelas principais cúpulas sobre o assunto e do tratamento de temas novos e emergentes.

A Rio + 20 tem dois temas principais, a saber: “A economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza”, e “A estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável”.

Nesse contexto, a contribuição da pesquisa em energia e em novos materiais é de suma importância, visto que hoje a maior parte da emissão de gás carbono na atmosfera provém da queima de combustíveis fósseis na produção de energia.

O CO2 é um dos gases que mais contribui para o efeito estufa e, portanto, para o aquecimento global. O gráfico da medida da concentração de CO2 feita pelo Observatório Astronômico de Mauna loa, no Havaí, mostra o crescimento crescente de CO2 na atmosfera. De 1870 – período que antecede a revolução industrial – até hoje, a emissão de gases por queima de combustíveis fosséis cresceu de zero a mais de 30 gigatoneladas por ano.

graficoPor esse motivo, a palestra do Prof. Faria, sobre energia solar (fotovoltaica), desperta um grande interesse, visto que essa tecnologia de geração de energia por conversão da luz solar pode reverter a curva de concentração de CO2 na atmosfera, o que é de suma importância para conter o aquecimento global.

Assessoria de Comunicação

 

13 de junho de 2012

Atualização da produção científica do IFSC

Para ter acesso às atualizações da Produção Científica, cadastradas no mês de maio, clique aqui ou acesse o quadro em destaque (em movimento) do lado direito da página principal do IFSC.

A figura ilustrativa foi extraída do artigo publicado recentemente por pesquisadores do IFSC, no periódico Molecular Pharmacology.

Producao-junho-2012

Assessoria de Comunicação

12 de junho de 2012

USP oferece curso de idiomas a distância

A Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a Universia Brasil, oferece 12.500 novas licenças para cursos de inglês, espanhol e chinês, no nível Básico IA, para os servidores técnico-administrativos da USP.

Os cursos, desenvolvidos por professores licenciados da USP, são gratuitos e serão realizados on-line, permitindo que os interessados acessem as aulas, conforme sua disponibilidade de tempo e ritmo de aprendizagem.

As vagas foram distribuidas pelas Unidades/órgãos da USP levando-se em conta o número de funcionários lotados em cada um deles. No caso do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), são 17 vagas para o curso de inglês e 1 (uma) vaga para o curso de espanhol.

As inscrições poderão ser feitas entre os dias 13 e 25 de junho, através do e-mail atac@ifsc.usp.br, bastanto enviar a manifestação de interesse, nome, número USP e curso pretendido.

Informações complementares podem ser conseguidas pelo endereço eletrônico http://www.usp.br/internationaloffice/ou pelo e-mail idiomas.vreri@usp.br

Assessoria de Comunicação

12 de junho de 2012

Pesquisadores do IFSC são premiados

Durante a 35ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química (SBQ), o docente do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Rafael V. C. Guido, e seu aluno, Gustavo M. A. Lima, foram premiados pelo painel “Visual Table Modeller Interface: uma nova ferramenta para construção e validação de modelos 3D de alvos moleculares”, considerado o melhor trabalho na área de Química Medicinal.

Na Reunião, outros trabalhos também foram premiados, envolvendo diferentes áreas da química, como Química Ambiental, Química Biológica, Catálise, Ensino de Química etc.

Para ter acesso ao nome dos outros ganhadores, clique aqui.

Assessoria de Comunicação

12 de junho de 2012

O físico médico

A física médica, mesmo não sendo tão conhecida pelo público em geral, já há algum tempo é protagonista na vida de alguns pesquisadores. A maior parte dos físicos médicos, antes da prática, realiza treinamento, com nível de especialização, em hospital escola voltado ao tratamento de câncer, como por exemplo, o INCA [Instituto Nacional do Câncer] situado no Rio de Janeiro, e o Hospital A. C. Camargo em São Paulo, entre outras instituições no país que cumprem essa missão. Esse treinamento existe para as especialidades de Radioterapia, Medicina Nuclear e Radiodiagnostico. Depois disso, tais profissionais colocam em prática o conhecimento físico na área da saúde, trabalhando em clínicas e hospitais voltados ao diagnóstico e tratamento de câncer.

RicardoDevido a disseminação de cursos de graduação com ênfase em física médica, essa área do conhecimento tem despertado o interesse das instituições acadêmicas e diversas dissertações de mestrado e teses de doutorado tiveram temas voltados à Física Médica. Hoje em dia, encontrar físicos médicos, com titulação acadêmica, trabalhando em hospitais, já é algo comum.

A experiência de Ricardo Alberto Giannoni, pesquisador do Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD), da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), pouco difere da descrição acima. Depois de formar-se físico, pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), concluir seu mestrado em Física Aplicada no Instituto de Física de São Carlos (IFQSC/USP) e doutorar-se pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), fez treinamento na área de radioterapia e atuou como físico médico em radioterapia por cinco anos em diversos hospitais do país.

Entre suas idas e vindas ao mundo da pesquisa, Ricardo afirma que todo aprendizado da graduação é importante. “Quando trabalhamos na área radioativa e nuclear, utilizamos conceitos aprendidos em mecânica quântica e eletromagnetismo, entre outros, que servem de base para entender as tecnologias que temos hoje”.

Na CNEN desde 2002, Ricardo trabalha em um ambiente de pesquisa interdisciplinar. Atuou no programa de inspeções da CNEN em radioterapia e medicina nuclear, e teve a chance de conhecer a maioria das clínicas e hospitais de tratamento de câncer do país. No instituto em que trabalha há engenheiros, agrônomos, biólogos etc. Atualmente no IRD, o foco é a avaliação de dosimetria pessoal interna, ou seja, avaliar e medir a contaminação devido a elementos radioativos de trabalhadores que atuem na área radioativa ou nuclear e de pacientes que foram submetidos a diagnósticos ou terapias de medicina nuclear. Avaliar a qualidade de ambientes de trabalho periculosos e como eles afetam a vida dos trabalhadores é necessário. “Nesses ambientes há a possibilidade de contaminação, pois se trabalha, constantemRicardo-1ente, com elementos radioativos”, explica o pesquisador.

Depois de dez anos na CNEN, Ricardo diz que aqueles que trabalham junto dele no IRD desenvolvem diversas pesquisas práticas e teóricas, utilizando-se, inclusive, de modelos computacionais para avaliação de trabalhadores e pacientes. “Dependemos bastante da interação com outras instituições”, como o INCA [Instituto Nacional do Câncer] e hospitais em geral, que nos permitem o acesso a pacientes. Seria necessário construir um centro de tratamento de câncer de alta complexidade no IRD, se quiséssemos desenvolver pesquisa sem depender de outras instituições. Porém, ainda que isso fosse viável, devido a interdisciplinaridade, a colaboração entre instituições é sempre necessária.

No que se refere ao futuro da física médica, Ricardo aposta em terapias gênicas para o tratamento e prevenção de câncer. Mas, ele faz uma ressalva: é preciso que o país melhore questões básicas, como educação e saúde, para ter a capacidade de chegar a esse patamar científico. “Hoje, a maioria dos tumores, quando identificados precocemente, tem alta probabilidade de cura, mas a grande dificuldade é fazer esse diagnóstico precoce para poder fazer uma terapia de caráter curativo”, afirma o pesquisador.

Diante do quadro descrito, parece que mais janelas se abrem ao físico, mas, algumas barreiras ainda precisam ser vencidas. Os pesquisadores já estão fazendo sua parte. Só resta, agora, que o país aumente sua prioridade em saúde e educação para que se alcance um patamar ótimo de avanço científico e, consequentemente, tecnológico.

Assessoria de Comunicação

12 de junho de 2012

Sucesso europeu é “made in Brazil”

Quando o jornalista Alberto Dines escreveu que “a ignorância de certos fatos da vida contemporânea pode ser fatal para um cidadão”, referia-se às informações prestadas pelos veículos de comunicação, como um todo.

BrasilA citação, no entanto, pode servir de exemplo a qualquer tipo de conhecimento, incluindo o científico, sobre o qual poucas pessoas, infelizmente, têm acesso, conhecimento e interesse.

No Brasil e no mundo muitas instituições e empresas têm buscado caminhos para exterminar, ou pelo menos amenizar, o desconhecimento científico e, para isso, têm-se utilizado de ferramentas didáticas, lúdicas, interativas e, sobretudo, acessíveis à população em geral. “A distância entre o cientista e as pessoas está aumentando. A falta de conhecimento do público-geral, ou de parte dele, sobre o que é ciência, como é feita e a importância que seus resultados exercem no cotidiano está assustando um pouco. Percebe-se que existem muitos conceitos errados na cabeça do público e também na dos políticos”, lamenta o docente do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e pesquisador do Grupo de Cristalografia (GC), Richard Charles Garratt.

Preocupados com esse fato, Richard e sua equipe do GC desenvolveram um kit para construir modelos tridimensionais de proteínas, em princípio criado para atender somente alunos universitários, mas que foi muito mais além, e tem ganhado notoriedade, inclusive no exterior, por trazer o acesso à ciência de maneira simplificada. O kit possui diversas peças diferentes que, quando montadas pelos usuários, podem formar uma infinidade de estruturas proteicas. “É importante que as pessoas entendam o que é um gene, que ele produz uma proteína que terá certa ação no organismo. Isso é essencial para entender a dimensão de certos assuntos, como alimentos transgênicos, decodificação de DNA etc.”, justifica Richard.

Para se ter uma ideia da popularidade e sucesso da ferramenta, a Wellcome Trust (WT), maior agência financiadora privada de pesquisas do Reino Unido, utiliza-a em seus projetos de difusão científica. Em comemoração aos 75 anos, a WT criou um vídeo institucional e, em algumas partes, é possível visualizar alunos “montando proteínas”, com a ferramenta criada pelo GC. “O WT considera importante essa aproximação entre o cientista e a sociedade. Primeiro, para atrair o público jovem e, segundo, para informar melhor o público-geral sobre a ciência, como um todo”, explica Richard. “Eu imagino que eles [WT] tenham tentado conectar as proteínas com a importância que elas têm em nosso cotidiano, através da montagem dos kits”.

WTO docente, ao repassar o kit de proteínas a um colega do Structural Genomics Consortium, sediado na Oxford University, em princípio não imaginava que a ferramenta alcançaria tal popularidade, mas essa surpresa foi algo positivo, por duas principais razões: traz a ciência de maneira acessível a todos, podendo assim atrair os futuros cientistas, e coloca o Brasil, mais uma vez, num papel de destaque no cenário científico mundial. “O mais legal disso tudo é que uma instituição de grande renome está usando ferramentas desenvolvidas no Brasil, em São Carlos! Eles pensaram na melhor ferramenta que existia para o que eles precisavam fazer e a melhor foi a nossa”, comemora Richard. “O uso de nossa ferramenta foi nobre, pois foi, justamente, para tentar aproximar o público, mostrando os tipos de pesquisas financiadas pelo WT e por que se gasta tanto dinheiro com elas”.

Para Richard, a construção de tais ferramentas e especialmente sua difusão e divulgação pelo mundo, assume um papel chave para o acesso à ciência. “É extremamente importante, no mundo moderno, altamente tecnológico, que as pessoas tenham o máximo conhecimento sobre ciência. E nós [pesquisadores] temos essa responsabilidade”, afirma.

Com isso em mente, Richard, com o apoio de sua equipe, já produziu outras ferramentas de difusão científica (destaque para a “tabela periódica de proteínas”, que também já percorreu alguns países do Globo). Ele conta que faz diversas viagens pelo mundo levando consigo os materiais desenvolvidos para o ensino da ciência e afirma que a recepção é sempre positiva. “Meu intuito original sempre foi desenvolver uma ferramenta voltada ao ensino universitário, já que sou professor universitário. Depois, percebi que isso pode ser usado com pessoas ainda mais jovens, com uma abordagem diferente”.

Richard também discorre sobre as dificuldades de financiamento para projetos de difusão. Diferente de um novo fármaco a ser lançado no mercado, por exemplo, o lucro com esse tipo de produto é muito mais simbólico do que financeiro e só pode ser verificado em médio e longo prazo.

O docente afirma que o processo de aprendizagem do aluno resulta na interação com o kit, uma vez que ele tem a capacidade de montar e desmontar peças, o que vem a facilitar a memorização, além de, é claro, tornar o aprendizado mais divertido e descontraído.

No entanto, educadores, desde os do ensino fundamental ao universitário, sabem da importância em se criar cada vez mais ferramentas de difusão científica, porém a escassez desse tipo de produto ainda é significativa. Sobre esse tópico, Richard compartilha um desejo: “Meu sonho é entrar em uma livraria, em qualquer país do mundo, e ver kits como os nossos sendo vendidos a um preço acessível. Mas sei que, infelizmente, isso irá demorar muito para se concretizar”, finaliza.

Para acessar o vídeo institucional da Wellcome Trust, clique aqui.

Assessoria de Comunicação

11 de junho de 2012

Vaga para Especialista de Laboratório

 O Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo torna pública a abertura de concurso público para preenchimento de 1 vaga na carreira do Grupo Superior S1 A para a função de Especialista em Laboratório e outras que surgirem durante a validade deste Edital, vinculada ao Programa de Concessão de Técnico de Nível Superior para Grupos de Excelência – PROCONTES da Pró-Reitoria de Pesquisa da Universidade de São Paulo, que visa atender projetos especiais de pesquisa por ela selecionados.

As inscrições deverão ser efetuadas no período de 11/06/2012 a 02/07/2012, exclusivamente, por meio da Internet, para tanto sendo necessário o preenchimento e a transmissão da ficha de inscrição, bem como o pagamento da taxa de inscrição no valor de R$ 91,00.

A inscrição deverá ser realizada pela Internet até 17:00 horas do dia 02/07/2012, mediante acesso ao site: http://www.sistemas.usp.br/marteweb link: Concursos Públicos.

11 de junho de 2012

O mundo, o Brasil e a bioinformática

Qualquer pessoa que faça pesquisa envolvendo o estudo de algum sistema de interesse biológico, usando ferramentas computacionais. Essa é a definição dada pelo docente do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Leandro Martínez, ao bioinformata, profissional e pesquisador que, nos últimos anos, tem ocupado papel relevante na ciência, no Brasil e no mundo.

DNAFalar em interesse biológico abre um grande leque: bioinformatas podem, por exemplo, trabalhar com interpretações de imagens de diagnóstico médico, ou seja, desenvolver programas que interpretem dados de ressonância magnética nuclear (RMN) ou tomografias. “Análises computacionais de experimentos como estes dependem de métodos computacionais. E quem cria estes métodos e faz essa análise é um bioinformata”, explica Leandro.

No entanto, a bioinformática é muito mais ampla e, geralmente, um programa –software– precisa ser desenvolvido. Tais programas não fazem, apenas, análise de imagens (como no exemplo citado acima), mas também análises estatísticas de dados, bem como simulações.

Por exemplo, a determinação das sequências completas de genes de organismos (inclusive do ser humano), só foi possível, graças à bioinformática. “Há softwares desenvolvidos para lidar com a vasta quantidade de informação que os experimentos de sequenciamento geram. É uma quantidade gigantesca de informação que precisa ser sistematizada e compreendida”, diz o docente.

Além disso, determinação dos genomas tem permitido o estudo direto de um dos princípios mais fundamentais da biologia, o processo de evolução, de acordo com a teoria de Darwin. Muitas pessoas que trabalham com bioinformática usam-na para compreender e caracterizar as etapas do processo evolutivo. Por exemplo, cruzar dados de épocas diferentes pode trazer conclusões interessantes. “Hoje já se conhece a sequência das letras que formam nosso gene e de várias outras espécies de animais. É possível fazer simulações ‘para trás’, e descobrir, por exemplo, há quanto tempo tínhamos um descendente comum com o camelo. Isso é interessante, pois permite a comparação com registros fósseis e geológicos. Estes dados têm confirmado, de maneira contundente, o mecanismo da evolução, e nos permite compreender como eram nossos antepassados comuns”, elucida Leandro.

Leandro, também bioinformata, trabalha com simulações, desenvolvendo e utilizando-se de softwares para entender o funcionamento de proteínas, em nível molecular. Em conjunto com pesquisadores do Grupo de Biotecnologia Molecular do IFSC, que determinam, experimentalmente, a estrutura tridimensional das proteínas (como se fosse uma foto em 3D), Leandro determina as modificações pelas quais ela passa, ao longo do tempo (como um filme). “Por exemplo, quando contraímos o músculo, ele recebe um impulso nervoso, que irá causar a contração das proteínas que o formam. O movimento destas proteínas, ou seja, o movimento molecular, determina como a proteína de fato funciona. Meu trabalho consiste em entender esses movimentos moleculares em sistemas de nosso interesse”, conta o pesquisador.

Nesse caso, para ter uma imagem “molecular” destes movimentos da proteína, ou seja, do movimento dos seus átomos, é preciso fazer simulações (obviamente, não é possível enxergar esse tipo de coisa, nem mesmo com um microscópio). Tratando-se de uma simulação, para descrever um modelo molecular ou atômico, é preciso ter os dados de velocidade e movimento dos átomos/moléculas, para “simular” sua posição ao longo do tempo. “As moléculas de gases, por exemplo, se movimentam de forma desordenada, aleatória, mas uma proteína, não. Os detalhes dos movimentos de seus átomos são determinantes para a função destas macromoléculas”, explica Leandro.

Dessa forma, o docente tenta descobrir como os átomos interagem, quando estão próximos uns dos outros. Podem se chocar, podem se afastar. Essa é uma parte física importante e é nisso que consiste o desenvolvimento dos modelos: identificar como os átomos interagem dentro de um sistema. “Isso é um modelo computacional/teórico do que são as interações entre átomos. A partir de um modelo das interações, podemos observar como eles se movem ao longo do tempo explicando, por exemplo, como um músculo se contrai”, conta o docente.

Uma profissão importante para o desenvolvimento científico do país

BioinformataNão só no Brasil, mas no mundo, a bioinformática é carreira nova, que tem crescido muito após a automatização das técnicas de sequenciamento de DNA.

Foi apenas na a década de 90 que observou-se a possibilidade de determinar, rapidamente, sequências de DNA completas de organismos complexos, como o ser humano. Com isso, foram surgindo empresas na área, inclusive no Brasil, para explorar essa informação de forma comercial. A decodificação do DNA é muito importante nos dias de hoje, não só em relação aos seres humanos, mas para decodificar DNA de pragas agrícolas, por exemplo, encontrando maneiras de combatê-las.

Mas, tais empresas não oferecem o “serviço completo”, necessariamente. Algumas aproveitam informações geradas em pesquisas, por exemplo, da seguinte maneira: no caso agrícola, tendo-se conhecimento sobre o genoma de uma praga (informação pública). O desafio é extrair informações relevantes dos milhões de letras que formam o DNA e as ferramentas de bioinformática é que providenciarão tais informações.

Aí entram as empresas que, por sua vez, comercializam não a sequência de DNA, , mas as metodologias que permitem um acesso inteligente a elas. Ou seja: a empresa desenvolverá um software capaz de dar dicas de onde possam estar localizadas informações significativas. Sendo assim, ela venderá ou o software produzido ou dados relevantes, já identificados pelos pesquisadores da empresa. “As empresas ganham dinheiro, vendendo a metodologia de análise, e não a informação, em si”, explica Leandro.

É aí que moram as oportunidades para o bioinformata: ele será o responsável por criar metodologias e software, ou fazer a interpretação de dados fornecidos por um programa específico, desenvolvido por uma destas empresas. Os clientes? Pesquisadores, como um todo, seja de instituições privadas ou públicas. “Essas empresas contratam pesquisadores, geralmente, já com pós-graduação. Podem ser químicos, físicos, biólogos etc. Mas, o público que compra essas ferramentas ainda é predominantemente acadêmico”.

As informações são muito relevantes para as pesquisas científicas. As metodologias de análise fundamentais, diante da constatação de que diversas partes do DNA não codificam nenhuma proteína. Ou seja, encontrar partes do DNA capazes de codificar proteínas de pragas agrícolas ou causadoras de doenças (como Alzheimer ou câncer) é de importância fundamental para seu extermínio. “Não se sabe, até hoje, quantas proteínas o corpo humano possui. Isso porque muitas partes do DNA não codificam proteínas ou codificam proteínas repetidas”, exemplifica o professor.

Em resumo, a capacidade computacional e seu aproveitamento na análise e geração de todas essas informações foram muito relevantes, uma vez que a análise de dados de tais genomas só foi possível através dos modelos e programas computacionais desenvolvidos, em sua maioria, por bioinformatas.

E o Brasil nessa história?

O Brasil, sendo o maior celeiro agrícola do mundo, pode ter o desenvolvimento de sua agricultura aprimorado com a evolução desse tipo de pesquisa e estudos. “O genoma da cana-de-açúcar, que está sendo estudado por grupos de pesquisa brasileiros, por exemplo, fornecerá dados relevantes para melhora da agricultura brasileira, seja para desenvolver espécies transgênicas ou aprimorar o plantio”, afirma o pesquisador.

De acordo com o docente, hoje, já existem grupos fortemente dedicados a tais estudos, e que fazem o desenvolvimento de softwares. E os maiores desafios, sem dúvidas, consistem em descobrir a cura de graves doenças através do desenvolvimento de tais modelos e programas. “Há grupos especializados para decodificar sequência de genes de células cancerosas, para determinar onde houve as mutações no gene. Há centenas de estudiosos que, depois disso, fazem pesquisas com o objetivo de encontrar maneiras de neutralizar as mutações”, conta Leandro.

Sobre o que envolve bioinformática, no Brasil, há empresas que trabalham em parcerias com universidades (caso do IFSC, inclusive) para o estudo do melhoramento de enzimas para aproveitamento industrial, como, por exemplo, aquelas que compõem o bagaço da cana-de-açúcar, para produção de etanol. Há, também no país, empresas que fazem estudo de genomas de patógenos (pragas agrícolas).

Leandro afirma que, no Brasil, muitos pesquisadores trabalham com bioinformática em muitas áreas diferentes. Já há, até mesmo, a Associação Brasileira de Bioinformática e Biologia Computacional (AB³C), com a finalidade de congregar pessoas e instituições interessadas em propiciar o progresso na área.

Mas, a conclusão que se tira é a seguinte: embora os bioinformatas no Brasil já tenham um lugar ao Sol, o país ainda tem um longo caminho a percorrer. Para chegar num patamar desejável, o Brasil tem uma longa caminhada. Mas uma coisa é fato: já está no caminho certo.

Assessoria de Comunicação

6 de junho de 2012

Café com física

Título: “Grafite, grafeno, nanotubos, fulerenos, nanocones… a beleza do carbono sp²”

Seminarista: Ado Jorio (Departamento de Física- UFMG)

Resumo:

Grafite, grafeno, nanotubos, fulerenos, nanocones… são todos estruturas de carbono com hibridização (majoritariamente) sp². Os 4 elétrons da camada mais externa do carbono formam, nestes materiais, uma estrutura muito robusta do ponto de vista mecânico e térmico, com propriedades ópticas e de transporte únicas na natureza.

Nesta palestra faremos uma viagem pelo desenvolvimento do conhecimento científico acerca das propriedades vibracionais e eletrônicas destes materiais. Passaremos pela beleza de efeitos estruturados, como aqueles muito evidentes devido ao confinamento quântico nos sistemas de baixa dimensionalidade, até chegar na riqueza e complexidade do carbono amorfo.

Para terminar, por que não discutir, também, como fazer para que este tipo de pesquisa possa gerar desenvolvimento socioeconômico no Brasil?

O seminário será realizado no Instituto de Física de São Carlos, na sala Celeste (2º piso do prédio da Administração).

A entrada é gratuita e todos estão convidados a participar.

Para mais informações sobre o Café com Física, clique aqui.

Assessoria de Comunicação

6 de junho de 2012

Pró-reitoria de Cultura e Extensão Universitária lança programa

A Universidade de São Paulo (USP), através do Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária, acaba de lançar o “Giro Cultural”.

O programa, que objetiva estimular e divulgar o patrimônio artístico e cultural (material e imaterial) da USP, realizará visitas, monitoradas por estagiários (alunos da USP), com conteúdo formulado por docentes da própria Universidade.

As visitas, abertas à comunidade uspiana e ao público, em geral, terá roteiros variados, cada um passando por locais diferentes, entre eles o campus da Cidade Universitária (CUASO), Museu de Arte Contemporânea (MAC/USP), Paço das Artes, Museu do Brinquedo (FE/USP), Instituto de Estudos Brasileiros (IEB/USP), Museu de Anatomia Veterinária (FMVZ/USP) etc.

As inscrições para os roteiros podem ser individuais ou coletivas (máximo de 35 pessoas). Cada roteiro possui duração aproximada de duas horas.

As visitas são gratuitas e, em parceria com a prefeitura do campus da Capital (PUSP-C), serão disponibilizados ônibus e motoristas para sua realização.

Para mais informações, escreva para girocultural@usp.br

Assessoria de Comunicação

5 de junho de 2012

Delegação acadêmica do Reino Unido oferece oportunidade de estágio

A USP/São Carlos recebeu, na última quinta-feira, 31 de maio, uma delegação da Universidade de Durham (Inglaterra) constituída do Pró-Reitor de Ciências e de diretores de Institutos de Pesquisa de várias áreas do conhecimento, com intuito de divulgar as oportunidades de estágios e colaborações científicas naquela instituição.

DurhamFoi uma oportunidade para dialogar com os acadêmicos britânicos, e de estabelecer, eventualmente, projetos bilaterais de pesquisas. Na última terça-feira, 29, foi assinado, no campus da Capital, um convênio de cooperação entre a USP e a Universidade de Durham.

Os interessados, que não puderam comparecer ao evento, mas têm interesse em estudar na referida Universidade, podem entrar em contato com o pró-reitor de Ciências da Instituição, Andrew Deeks, através do e-mail a.j.deeks@durham.ac.uk

 

Assessoria de Comunicação

5 de junho de 2012

Ciência mais que divertida

O Prof. Dr. Antonio Carlos Pavão, docente do Departamento de Química Fundamental da Universidade Federal de Pernambuco, foi o palestrante convidado de mais uma edição do programa “Ciência às 19 Horas”, que decorreu no dia 29 de maio, no Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas.

Na palestra, intitulada “Ciência mais que Divertida”, o pesquisador destacou o papel central da ciência para a transformação social, tendo abordado aspectos relacionados com a educação e divulgação científica.

Pavao

Mas, será que a ciência, como agente de transformação social no país, sempre assumiu esse papel ao longo dos anos? Para o convidado do IFSC, sim, a ciência sempre assumiu esse papel, tendo enfatizado que o Brasil não é um país isolado de seus pares no mundo e que existem exemplos marcantes na História da Humanidade onde o conhecimento determinou o rumo dessa mesma história.

“Repare, por exemplo, que o Brasil foi descoberto devido à Química. Ficou admirado dessa minha afirmação? Eu explico. Os portugueses chegaram ao nosso país no dia 22 de abril e logo no dia 02 de maio parte da frota lusitana rumou para a Índia, em busca de especiarias (cravo, canela, menta etc.). Então, por que é que eles fizeram essas navegações tão complexas? Porque o mercantilismo estava se desenvolvendo de uma forma rápida, precisa ganhar novos mercados e algumas das especiarias não serviam apenas como temperos; elas serviam, também – e principalmente – para conservar os alimentos e isso era crucial para as viagens. Por exemplo, repare que o cravo tem uma substância que é um antibiótico natural, que tem a propriedade de conservar os alimentos por muito mais tempo. Atualmente, todos os alimentos contêm aditivos químicos e as especiarias, nessa época remota, faziam o papel que esses aditivos fazem hoje”, refere o pesquisador.

Para Pavão, quem detém o conhecimento detém o poder e, no Brasil, a produção científica não se reflete propriamente na produção industrial. Quando o governo passa a investir mais em ciência e tecnologia, o país tende a se desenvolver mais, e para o acadêmico não existem dúvidas de que no Brasil é fundamental que isso aconteça, mas, para ele, ainda há um longo caminho para ser percorrido.

Contudo, existem questões que precisam ser respondidas: como é que a ciência pode contribuir para a educação dos jovens e o que precisa mudar para que essa educação atinja os níveis desejáveis, até para que nosso país fique mais próximo da excelência internacional?

Para estas questões, o Prof. Antonio Pavão sublinha que é necessário melhorar o ensino dedicado às ciências exatas, porque hoje ainda existe o estigma de que a ciência é chata, rotineira; que o aluno não percebe as conexões que existem entre aquilo que ele está aprendendo e o mundo que o rodeia. Para o pesquisador pernambucano, o que precisa ser feito com urgência é motivar os alunos para que construam e aprofundem seus conhecimentos em ciência e tecnologia. Mas, de que forma?

“Motivando!”, acrescenta o convidado.  E uma das alternativas é colocar problemas reais, verdadeiros, para que os alunos resolvam. Por exemplo, colocar para eles a questão de como despoluir um rio, de como medir o Ph em fontes naturais de água, questioná-los sobre quantas e quais as espécies de árvores que existem em São Carlos; fazê-los pesquisar a vida cotidiana das formigas ou das baratas, seus habitats, a importância que esses bichinhos têm para o equilíbrio ambiental; ensinar os alunos a medir a velocidade do vento e como aproveitar essa energia Tudo isso pode motivar os alunos e ajudar a que eles se apaixonem pela ciência e tecnologia, tendo sempre presente que tudo o que estão fazendo tem uma ação direta sobre o nosso próprio planeta. Tudo isso é um conjunto de experimentos verdadeiros, com resultados que podem surpreender, e isso é estimulante para o aluno. A isso eu chamo de experimento final aberto e seria muito importante começar a implantar isso junto de nossos jovens”, acrescenta Antonio Pavão.

Pavao-1Se existem dificuldades para que os alunos brasileiros se apaixonem e trabalhem com ciência, também é certo que os temas científicos não suscitam grande interesse por parte do cidadão comum, e isso é um fator preocupante para o convidado do IFSC. Antonio Pavão insiste que para uma eficaz difusão do conhecimento, a divulgação científica é fundamental, até para a construção de um país novo, de um mundo novo.

“Para o exercício da cidadania você tem que se apropriar de conhecimentos sobre ciência e tecnologia – por exemplo, avaliar a qualidade e as especificidades do celular que você quer comprar, de um carro, de um eletrodoméstico, ou de outros bens de consumo -, senão você corre o risco de ser manipulado e enganado. Além disso, a sociedade nos coloca questões cotidianas em que o cidadão tem que se posicionar, como, por exemplo, se você é a favor ou contra a clonagem, se concorda com a utilização de células-tronco para tratamentos de doenças, se concorda com usinas termonucleares, etc. Para o cidadão se posicionar sobre essas e outras questões, ele tem que conhecer os temas, tem que estar por dentro das questões relacionadas com ciência e tecnologia. Por isso existe a necessidade de aprofundar a divulgação científica. Toda a produção científica tem que estar associada à sua divulgação, de forma abrangente, quer seja nas escolas, no cinema, na mídia, na rua ou em casa junto com a família”, acrescenta o cientista.

Antonio Pavão concorda que o Brasil tem progredido bastante na área científica, só que ainda carece de qualidade. Repare-se que nosso país é o maior produtor de artigos científicos da américa latina, mas, por outro lado, se prestarmos atenção aos fatores de impacto, por exemplo, aí já a Argentina fica na frente. Antonio Pavão afirma que o Brasil deve afinar seu rumo e trabalhar em uma produção de conhecimento que tenha objetivos muito claros de melhoria da condição de vida de toda a população, pensando o planeta como um todo.

Assessoria de Comunicação

4 de junho de 2012

Olimpíada Brasileira de Física para Escolas Públicas – Estado de São Paulo – 2011

 Decorreu no dia 02 de junho, pelas 15 horas, no Auditório Sérgio Mascarenhas (IFSC), a cerimônia de entrega de medalhas aos alunos que se destacaram na Olimpíada Brasileira de Física para Escolas Públicas do Estado de São Paulo, referente ao ano de 2011.

A Olimpíada Brasileira de Física das Escolas Públicas (OBFEP) é uma promoção do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), por meio do CNPq, com o apoio do Ministério da Educação (MEC) e constitui um programa permanente da Sociedade Brasileira de Física (SBF), responsável por sua execução, destinado exclusivamente a estudantes do Ensino Médio e do último ano (9.º ano) do Ensino Fundamental de Escolas Públicas municipais, estaduais e federais.

A mesa de honra deste evento foi presidida pelo Coordenador do Programa OBFEP e docente do IFSC, Prof. Euclydes Marega Junior, e pelos professores Luiz Agostinho Ferreira, Presidente da Comissão de Cultura e Extensão, Tomaz Catunda, Comissão de Cultura e Extensão, e Valmor Mastelaro, Presidente da Comissão de Graduação do IFSC, em representação do Diretor do Instituto.

Confira, abaixo, alguns dos momentos desse evento:

OBFEP1

 

OBFEP2

 

OBFEP3

 

OBFEP4

 

OBFEP5

 

OBFEP6

 

0BFEP7

A lista completa dos alunos premiados poderá ser consultada no link:

http://www.sbf1.sbfisica.org.br/olimpiadas/obfep2011/resultados.php

 

Assessoria de Comunicação

 

 

 

1 de junho de 2012

Nanomaterial emite luz branca sem incomodar olho humano

Nanopó luminescente é comercialmente atrativo por não conter metais terras-raras e emitir 90% de luz branca

Após oito anos de pesquisas, cientistas do Instituto de Física de São Carlos (IFSC), da USP, desenvolveram um nanomaterial que poderá ser utilizado para fabricação de lâmpadas com eficiência energética.

O nanopó luminescente de aluminato de boro apresenta como principal característica o fato de emitir 90% de luz branca quando exposto a luz ultravioleta, sem incomodar o olho humano, tornando-o, por isso, muito atrativo do ponto de vista comercial. Outro aspecto importante é que não leva, em sua composição, nenhum elemento químico terra-rara – aqueles presentes na tabela periódica e que, como o próprio nome diz, são raros e, por isso, muito caros.HERNANDES_PO350

Foram essas características que levaram a geração da patente do nanopó luminescente, informa o pesquisador Prof. Antonio Carlos Hernandes, do Grupo Crescimento de Cristais e Materiais Cerâmicos http://www.ccmc.ifsc.usp.br/ e atual diretor do IFSC. Os produtos atuais existentes no mercado mundial levam metais terras-raras em sua composição e apresentam uma eficiência energética de 60%. O Departamento de Energia do governo dos Estados Unidos tem como meta desenvolver, até 2025, materiais que apresentem eficiência energética de 80%, compara.

Além da USP, o trabalho conta com a participação do pesquisador Alain Ibanez, do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS), em Grenoble, na França; Lauro Maia, da Universidade Federal de Goiás (UFG) e Vinícius Guimarães, aluno de doutorado do CNRS, que defenderá, no próximo dia 22 de junho, tese sobre o tema. A patente é dividida entre as três instituições. Somente após a defesa da tese vamos pensar em parcerias comerciais, conta Antônio Carlos Hernandes.

O nanopó luminescente, produzido no IFSC e no CNRS, foi feito a partir de uma mistura de ácidos cítrico e bórico, além de outros compostos como, por exemplo, etilenoglicol. Após um processo de mistura desses elementos, forma-se uma espécie de resina, de aspecto gelatinoso, sendo que essa mistura é queimada em um forno com atmosfera controlada dos níveis de oxigênio e nitrogênio. O resultado é um nanopó que, ao ser exposto a luz ultravioleta, emite 90% de luz branca.

A luz que o nanopó luminescente emite apresenta um comprimento de onda que fica entre 400 e 700 nanômetros na escala do espectro eletromagnético. A faixa de 550 é a mais próxima da luz solar. A luz ultravioleta fica na faixa anterior aos 400 nanômetros. Aquela luz muito utilizada em faróis de carros, e que incomoda muito o olho humano, está na faixa dos 400 nanômetros, explica o docente.

Aplicação prática

Um dos modos de utilização seria colocar o nanopó luminescente em uma resina e fazer uma luz ultravioleta (como a de um LED) incidir sobre o nanomaterial. Este, então, emitiria a luz branca mais quente.

De acordo com o professor Hernandes, é comum encontrar na literatura trabalhos que buscam por materiais que emitam luz branca próxima à luz solar. O fato de usarem elementos terras-raras, fez o grupo buscar composições químicas que pudessem substituir estes elementos.

No início, eles conseguiam apenas 40% de eficiência energética, mas com o passar do tempo foram descobrindo que a pureza dos elementos utilizados influenciava diretamente esses resultados. Quando os elementos apresentavam pureza de entre 98 e 99%, tínhamos 40% de eficiência energética. Quando passamos a utilizar materiais com pureza entre 99,5% e 99,999%, atingimos o índice de 90% de eficiência energética, finaliza Hernandes.

 

Assessoria de Comunicação

1 de junho de 2012

O que temer?

Há alguns dias, um automóvel foi roubado no Rio de Janeiro. A ocorrência seria considerada comum e não traria tanta preocupação, não fosse por um pequeno detalhe: o carro roubado transportava, no porta-malas, um equipamento com material radioativo, de elevado risco à saúde humana.

RadiaoO fato foi motivo de tumulto e abriu discussões antigas, não somente sobre o transporte de materiais radioativos, mas sobre a segurança e a ética em torno da energia nuclear. Mas, quais são os verdadeiros riscos que esse tipo de situação oferece ao meio ambiente e à sociedade?

No caso do automóvel roubado na capital carioca, esse risco foi eliminado pois o material estava lacrado, evitando, assim, que qualquer pessoa tivesse contato direto com a fonte, que guardava Selênio-75, material com radioatividade média. Mas, caso esse lacre fosse violado, a história seria outra. “O problema da radioatividade é a proximidade com a fonte”, afirma o docente do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e pesquisador do Grupo de Ressonância Magnética (RMN), José Fabian Schneider. “Se alguém retirasse a blindagem do equipamento que estava no porta-malas do carro roubado, numa distância de poucos metros a radioatividade poderia causar queimaduras, e isso nem seria a consequência mais grave. O problema da radiação é que ela cria defeitos ou problemas em escala molecular”.

Ou seja, se uma pessoa é atingida por radioatividade justamente quando seu DNA está sendo replicado, por exemplo, e um fóton de alta energia interfere nesse processo, ligações químicas podem ser quebradas e um defeito pode ser transmitido ao DNA. Algumas vezes, esse defeito pode ser irrelevante, porém pode também ser muito grave, chegando ao ponto de “acordar” células cancerígenas.

Assim foi no acidente nuclear, ocorrido em Chernobyl (Ucrânia), em 1986. A nuvem de radioatividade dissipada atingiu diversos países e um número ainda maior de pessoas, fazendo vítimas imediatas e, em médio prazo, poderá causar câncer na tireoide de algumas crianças e adultos que foram expostos à radiação do Iodo radioativo (I-131) dissipado na explosão. “Alguns sintomas podem demorar dias, meses e até anos para se manifestar. A exposição à radiação pode trazer consequências que só poderão ser medidas algum tempo depois”, explica o docente.

A ética em torno da energia nuclear

As discussões sobre energia nuclear são antigas e recentes. Quem tem acompanhado os acalorados debates em torno do enriquecimento de Urânio, no Irã, sabe que algo muito delicado e perigoso está por trás disso tudo, mesmo que não compreenda muito bem o assunto.

Radiacao-5E talvez seja esse um dos problemas. A construção de usinas nucleares causa espanto. Porém, o que muitos não sabem é que há leis rígidas que regem tais construções, bem como o manuseio de materiais radioativos. E se todas essas leis, regras e recomendações forem seguidas de maneira correta, com exceção de algumas fatalidades, os riscos são obsoletos. “Há diversas centrais nucleares operando normalmente por um longo período de tempo e nunca houve inconvenientes. O problema é quando acontecem coisas fora do padrão”, afirma Schneider.

Dois exemplos de casos atípicos podem ser citados. Um deles mais recente, ocorrido no Japão, em 2010, onde um terremoto causou o vazamento de 8,5 toneladas de água radioativa. Ou, há 25 anos, em Goiânia (GO), quando o vazamento de Césio-137 fez centenas de vítimas e foi considerado o maior acidente radioativo brasileiro.

O dano causado pelo vazamento de material radioativo no ambiente (na atmosfera ou em corpos de água) está justamente no fato de dispersar a fonte da radiação. “Onde este material estiver passando ou se fixar, haverá emissão de radiação e, consequentemente, dano a qualquer organismo”, explica o docente.

Para entender melhor como uma fonte de radiação atua sobre o seu entorno, Schneider sugere uma analogia: imaginar que uma fonte radioativa seja como uma lanterna. Tampada (blindada), a luz (radiação) será bloqueada. Destampada, por onde a luz (radiação) passar, o local será iluminado (atingido). Se a lanterna sai de um ambiente e passa a iluminar outro, o local anterior já não mais estará sofrendo os efeitos da iluminação/radiação. “Jogar, em um rio, uma fonte blindada de material radioativo, por exemplo, em longo prazo pode causar problemas, na medida que ocorra corrosão e o material radioativo acabe se dispersando na água, espalhando-se”, explica Schneider. “Se você mantém a fonte radioativa blindada, não há problema. Mas, se o material radioativo sair da fonte, a radiação afetará os organismos que estão em volta”.

Cuidado com o que você toma

Radiações perigosas parecem morar apenas em usinas nucleares. Mas, radiações comuns, como a ultravioleta, emitida pelos raios de Sol, podem ser bem prejudiciais, como já é sabido. Da mesma maneira, radiações de raios-X que, em casos extremos, podem causar queimaduras no corpo.

As mais energéticas, no entanto, continuam sendo as radiações gama, emitidas pela desintegração espontânea de certos núcleos atômicos instáveis, os isótopos radioativos, tais como o Césio-137, Selênio-75 e muitos outros, e que, geralmente, protagonizam conhecidas catástrofes. “No caso de Chernobyl, o material radioativo dispersou-se na forma de cinzas e contaminou a atmosfera, água, solos e, consequentemente, pessoas”, elucida Schneider.

Radiacao-6No entanto, até mesmo materiais com alto nível de radiação decaem com o tempo. No caso do Selênio-75 são centenas de dias. Mas, dependendo do isótopo, o processo de decaimento até níveis considerados seguros pode levar milhares ou milhões de anos. O Selênio-75, do episódio do carro roubado no Rio, por exemplo, representa alto risco para o organismo. “Se a pessoa tocasse a fonte, ou ficasse muito perto dela, correria risco de morte em médio ou longo prazo, dependendo do tempo de exposição”, afirma Schneider.

Mas, como já dito no começo da matéria, diversas leis colocam, literalmente, cada equipamento ou material radioativo no seu devido lugar. Existem instruções muito específicas para produção e manejo desses materiais. “Toda fonte radioativa, aqui no Brasil, está identificada e registrada. Quem lida com o manuseio e transporte dessas fontes deve ser pessoal certificado, que recebeu capacitação específica para fazer isso tudo de maneira correta”.

No final da história e depois de tanta informação sobre fontes radioativas, o maior perigo mora no próprio ser humano, já que é necessária muita cautela e, principalmente, muita ética. Pois, como quase tudo que nos rodeia, fontes e materiais radioativos podem ser muito bons ou muito ruins, tudo dependendo do uso que se fará deles.

Assessoria de Comunicação

1 de junho de 2012

Os cientistas do amanhã

No Brasil, maior país da América Latina e também um dos mais populosos do Globo, a educação (especialmente sua deficiência) é tema constante de notícias nos veículos de comunicação. Paralelamente, diversos fatos confirmam que, entre estudantes de ensino fundamental e médio, moram talentos que, muitas vezes pela falta de oportunidades, passam despercebidos.

Cientista-1Para minimizar esse problema, por uma iniciativa do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), coordenada pelo docente e diretor, Antonio Carlos Hernandes, institucionalizou-se o programa Cientista do Amanhã, que visa descobrir talentos em ciências e formar os futuros cientistas do país (como o próprio nome do programa sugere). “Esse trabalho já era feito em meu Grupo de Pesquisa*, bem como o 1Dia, desde 2003″, relembra Hernandes.

O Cientista do Amanhã, agora institucionalizado, conta com a participação de 18 alunos e objetiva fazer o acompanhamento de estudantes do ensino médio (1º, 2º ou 3º ano), desde o momento que ingressam no programa até a finalização do ensino médio.

Durante o programa (que tem duração variada para cada aluno), o jovem cientista realiza uma “Iniciação Científica Júnior”, com direito a um orientador (no caso, um docente do próprio IFSC), devendo finalizar sua participação com a apresentação de um “mini projeto”. “Os participantes do projeto são alunos indicados pelos professores das escolas nas quais estudam e que possuam um perfil diferenciado, ou seja, precisam ter facilidade na área de ciências exatas e ter gosto em estudá-las”, explica Herbert Alexandre João, educador do IFSC. “Portanto, o objetivo é escolher um aluno que tenha paixão pela área de exatas, especialmente por física, e dar condições para seu ingresso na universidade pública”.

Nessa nova fase do programa, na qual o número de participantes é muito maior do que era antes de ser institucionalizado, o processo ainda se encontra em fase de seleção. Seleção que leva em consideração, somente, o mérito acadêmico dos alunos, identificado pelo professor na escola de origem. Até o final de junho, quinzenalmente aos sábados, os participantes virão até o IFSC para realizar atividades diversas e assistir a várias aulas. “Depois de reunir os participantes dessa primeira edição, pudemos notar a deficiência que existe em formação básica. Então, nesse primeiro momento, estamos fazendo uma capacitação dos alunos para que, em algum momento do próximo semestre, eles possam desenvolver algo mais específico nos laboratórios de pesquisa”, justifica Hernandes.

Nesse meio tempo, enquanto participará do Cientista do Amanhã, o aluno manterá sua rotina escolar e, no tempo livre, irá para o IFSC realizar atividades. Isso pode ser duas vezes por semana, quatro vezes por semana, quantas vezes o aluno puder. Dessa forma, ele estará convivendo com outros pesquisadores e, antes mesmo de ingressar no ensino superior, sentindo o verdadeiro clima universitário. “O aluno estará acessando ambientes frequentados, quase que exclusivamente, por universitários, como biblioteca, restaurante universitário, laboratórios de pesquisa etc.”, explica Herbert.

Cientista-boxApesar de todo clima universitário, os estudos realizados pelo participante, durante o programa, são de nível médio. Ou seja, o que o aluno aprende no IFSC, pode ser “reaproveitado” na escola. “O aluno, além de disciplinas, também aprenderá sobre rotina de estudos, responsabilidade, prazos, falar em público, coisas que vão além do conteúdo”, afirma Herbert.

Não há ônus algum para os participantes do Cientista do Amanhã. Pelo contrário: embora não sejam contemplados com bolsas de estudo, tem as refeições pagas no restaurante universitário da USP (mais uma oportunidade de ter contato com os universitários).

Desde quando é realizado somente nos laboratórios do CCMC, o Cientista do Amanhã já se mostra efetivo: todos os oito alunos que já participaram do programa, até o momento, ingressaram em universidades públicas, depois de concluírem o ensino médio e, juntamente, sua iniciação júnior no IFSC. “Não estamos preocupados em quantidade. O que buscamos é o aluno interessado e que tenha talento para isso”, finaliza Hernandes.

Como ser um cientista?

CientistaNo momento, o Cientista do Amanhã conta com a participação de 14 alunos (quatro inscritos não conseguiram acompanhar e já estão fora do programa). A maioria deles terá que aprender coisas que, para alguns, poderá ser mais complicado do que a própria física: apresentar seminários, administrar tarefas e prazos, fazer cronograma de estudos etc.

Os atuais candidatos a cientistas já tem meio passo a frente: gostam de exatas. E estão dispostos a cumprir essa “aventura” até o final.

“Nossos professores de física escolheram alunos que tinham aptidão e gostavam da disciplina, o que é difícil de encontrar”, relembra a “futura cientista”, Keithilin Silveira Miguel, 16, da escola pública “André Donatoni” (Ibaté-SP).

Quando questionada sobre os motivos que a levaram a participar da experiência, ela, prontamente, responde: “Além de ser uma coisa que eu gosto, é para eu já estar apta a um mundo diferente da escola. Aqui é um mundo diferente! Você está aqui estudando, tem mais recursos e você já está em um mundo em que viverá futuramente”.

A mesma opinião partilha Marcelo Duchêne, 15, estudante do primeiro colegial da escola particular “Colégio São Carlos”, que não vê problema em levantar da cama logo cedo, no sábado, e vir até o IFSC participar das atividades do programa.

Mas, a autêntica rotina de um “cientista do amanhã” já pode ser descrita por Gabriel de Freitas Soga, 16. Gabriel, que cursa o terceiro ano na escola estadual “Álvaro Guião”, é “futuro cientista”, desde fevereiro deste ano. “Eu sempre tive muita vontade de entrar e usufruir dos cursos que tem aqui no IFSC”, conta o aluno que está alocado no Grupo de Polímeros do IFSC e é orientado pelo docente e vice-diretor do Instituto, Osvaldo Novais de Oliveira Jr. “No começo, eu ficava sozinho aqui no IFSC, sempre na biblioteca, estudando e fazendo as tarefas programadas. Agora, que juntou toda essa turma aqui, está muito legal”, confessa o jovem cientista, que no ano passado prestou FUVEST como treineiro e conseguiu entrar no curso de física computacional do IFSC, carreira que já decidiu que irá seguir, quando, novamente, prestar o vestibular no final desse ano.

*CCMC- Crescimento de Cristais e Materiais Cerâmicos

Assessoria de Comunicação

Fale conosco
Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
Obrigado pela mensagem! Assim que possível entraremos em contato..