Notícias

13 de julho de 2012

Grande entrevista com Glaucius Oliva, Presidente do CNPq

O Brasil deixou de ser um emergente na ciência mundial e começou a ser um player. Esta afirmação corrobora o fato inegável de que, em um curto espaço de tempo, o nosso país conseguiu a proeza de atingir um patamar extraordinariamente importante no contexto da ciência mundial; o biénio 2011/2012 poderá ser considerado como o período da consolidação desse processo e o primeiro degrau para o país ascender a uma nova plataforma nunca antes imaginada. Contudo, muita coisa teve que ser mudada para que os projetos pudessem ser concretizados, havendo, contudo, ainda muito por fazer.

Um ano e meio após assumir o cargo IMG_6232de presidente do CNPq, Glaucius Oliva – docente, pesquisador e ex-diretor do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) – tem a consciência de que a ciência, tecnologia e inovação brasileiras ainda têm um enorme caminho para percorrer, embora se tenham alcançado grandes objetivos. Com muitas saudades do seu Instituto e da cidade de São Carlos, para onde veio com 17 anos de idade, oriundo de São Paulo, e onde construiu toda a sua vida acadêmica, Oliva confessa que, em determinado momento de sua vida (2010) teve a necessidade de deixar de dar apenas sugestões sobre os rumos da ciência nacional, tendo optado, então, por empenhar-se profundamente em algo que o fizesse contribuir mais solidamente para o desenvolvimento do país; foi aí que aceitou o desafio de trocar São Carlos por Brasília, aceitando o convite para presidir ao CNPq, deixando para trás sua família, amigos, alunos, colegas e seu laboratório – revendo-os apenas em alguns finais de semana. Com a entrada de Glaucius Oliva, o CNPq começou, de alguma forma a modernizar-se, nomeadamente com a implantação de algumas medidas que visaram beneficiar mais a relação do órgão com os pesquisadores brasileiros, bem como a facilitar o seu trabalho.

O Cientista do Século XXI

O CNPq tem, com o cientista brasileiro, uma relação bem diferente, comparativamente a outras agências; por exemplo, a relação da CAPES é unicamente através dos programas de pós-graduação. O CNPq relaciona-se diretamente com o cientista, com o bolsista e, historicamente, essa relação se consubstancia em dar recursos e irrigar o sistema com tudo aquilo que se julga necessário, visando o desenvolvimento científico. Contudo, no atual contexto, a meta já não é apenas distribuir fundos; agora, o que se torna importante para o CNPq é poder ajudar os pesquisadores a se moverem no cenário da ciência através de outros conceitos que correspondem a novos desígnios nacionais – ciência, tecnologia e inovação -, conforme explica o Presidente do CNPq:

IMG_6229

De fato, criamos várias ferramentas que vão valorizar o trabalho que o cientista faz, não olhando apenas para os resultados numéricos de sua produção. Especificamente, nós mudamos todo o modo de avaliação e acompanhamento, onde se procura agora destacar e valorizar o conteúdo do projeto do cientista. Introduzimos um modelo novo na Plataforma Lattes, que apresenta áreas dedicadas à inovação e à popularização da ciência, com formas quantitativas de registrar essas contribuições, de maneira a valorizar todas essas atividades que são tão importantes na vida de um cientista. O cientista do Século XXI não é mais aquele indivíduo que trabalhava sozinho com seu grupo de pesquisa, enclausurado em seu laboratório. Ele agora é um indivíduo que tem de estar dentro da sociedade, que tem de estar muito atento com as demandas vindas da sociedade e explicando para ela o valor daquilo que ele faz; só assim a sociedade pode ter a tranquilidade e confiança de canalizar recursos – que são expressivos -, até para que fique claro para o cidadão comum qual é a real contribuição que o cientista está dando para o país. Para os novos cientistas, é fundamental que, hoje, continuem fazendo suas pesquisas com qualidade, mas que possam também fazer suas contribuições para a apropriação do conhecimento na forma de benefícios sociais e econômicos para o país; ao mesmo tempo, eles devem poder comunicar-se com mais freqüência e eficiência com a sociedade, objetivando dizer aquilo que a ciência está contribuindo para ela.

Como é do conhecimento público, o Brasil tem-se desenvolvido muito na área científica e todos os indicadores referentes à produção acadêmica, formação de mestres e doutores e expansão do ensino superior são considerados muito positivos. Contudo, por outro lado, e segundo o Presidente do CNPq, os indicadores de incorporação de tecnologia na produção nacional apresentam-se muito dispares ainda e, se em algumas áreas o Brasil conseguiu fazer avanços importantes, nos quais a tecnologia teve um papel fundamental – por exemplo, nos setores agrícola, petróleo e gás, aeronáutica, mineral, etc. -, o certo é que na indústria de transformação o Brasil ainda marca passo, e em todas as áreas industriais, que dependem de inovação, o país está com muitas dificuldades. Existem também muitas dificuldades na área da educação, na qual – segundo o nosso entrevistado – (…) a universidade também já poderia ter dado uma contribuição maior (…):

A relação entre os cientistas, a academia e a sociedade tem que ser feita de forma mais rápida e eficiente, valorizando toda essa interação, pois não existe qualquer dúvida de que a ciência brasileira é “moldada” pelas políticas de avaliação das agências – CNPq, CAPES, FINEP, FAPESP. O cientista produz aquilo que nós valorizamos e se não valorizarmos essas atividades, que são tão importantes e indissociáveis da pesquisa, não estimularemos os nossos cientistas a se envolverem com tudo isso. Além disso, o CNPq tem aprofundado – e muito – a sua relação com as fundações de amparo à pesquisa que existem no país, tendo sido o grande motor para que as fundações existentes nos estados passassem a funcionar exatamente da mesma forma como funciona a FAPESP, no estado de São Paulo. Recordo que a FAPESP conseguiu uma independência financeira que está gravada na nossa constituição estadual, mas nos outros estados não havia essa tradição. Foi quando o CNPq começou a fazer convênios e a construir projetos em parceria com as fundações de pesquisa; em vez de lançar editais nacionais, o CNPq começou a se deslocar aos estados brasileiros, aportando recursos mediante contrapartidas. Os resultados dessas ações foram importantíssimos e hoje temos fundações de apoio à pesquisa em vinte e seis estados, enquanto que há cinco anos tínhamos cinco fundações no país. É claro que temos diversos desafios para serem vencidos, como, por exemplo, a qualidade da pesquisa que é feita no Brasil, o impacto e relevância que ela tem e a importância que constitui a internacionalização, afirma Glaucius Oliva.

As importações voltadas para a pesquisa científica

A dificuldade que os pesquisadores têm em fazerem a importação de equipamentos e insumos científicos é ainda um problema que existe, embora com menores proporções que antigamente. Recorde-se que uma das primeiras medidas adotadas por Glaucius Oliva, quando assumiu a presidência do CNPq, foi tentar implantar um projeto que anulasse ou reduzisse a extrema burocracia que obstruía as importações dedicadas à pesquisa científica. Com a introdução de novos métodos e programas, essa questão chegou agora a um limite de sua simplificação. Para o nosso entrevistado, hoje, ou se muda radicalmente a Lei (o que é praticamente impossível) ou se fica estagnado neste patamar alcançado recentemente e que ainda não aboliu por completo a burocracia. Aquilo que se conseguiu fazer, até agora – isenção de impostos e taxas para a importação de equipamentos e insumos para a pesquisa científica -, é (por incrível que pareça) considerado um dano paralelo a todo o sistema fiscal de controle comercial brasileiro e do comércio internacional. A Receita Federal – que é quem controla tudo isso – tem hoje, nas importações para a pesquisa, a única exceção a todo o sistema de cobrança de impostos sobre a importação. Então, para que isso não se torne num canal de ilegalidades e crimes – crimes comerciais, contrabando, tráfico -, este sistema de importação de equipamentos e insumos para a pesquisa científica precisa ser muito bem regulado e fiscalizado, de forma a que não aconteçam abusos de algo que tem o único objetivo de promover e facilitar a pesquisa no país, conforme explana Glaucius Oliva:

O sistema que foi implantado exige que a importação seja feita pelos próprios agentes que vão executar a pesquisa, ou seja, as instituições onde o pesquisador está ligado, ou o próprio pesquisador. Em primeiro lugar, as instituições precisam se credenciar no CNPq, que é um processo bem simplificado, todo executado online; depois, os pesquisadores também precisam estar credenciados, o que é automático, já que praticamente todos eles são “clientes” do CNPq e aí existe um cruzamento de dados imediato, até através da Plataforma Lattes. É após esse processo inicial que vem o momento da importação, e que não pode ser feito por um terceiro – importador, etc.; essa importação tem que ser feita pela própria instituição que vai fazer a pesquisa e isso é a garantia que a Receita Federal tem que aquele equipamento ou insumo se destina MESMO para pesquisa científica. É a partir desta etapa que começam as dificuldades, porque a importação é um procedimento complicado – refere Oliva.

De fato, o MDIC – Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio possui o denominado Sistema de Controle de Comércio Exterior, um setor onde devem ser registradas todas as guias de importação. Aí, não basta registrar um número; é preciso carregar todas as informações do fornecedor do equipamento que será importado e qualificar cada item da importação, porque essas são as informações essenciais que o sistema usa para taxar, que, no caso do projeto implanta do pelo CNPq, não irá taxar desde que se comprove que essa é uma importação para pesquisa científica. Cada item da importação precisa ser identificado por um caracterizador, ou seja, por um número que o vai identificar inequivocamente dentro do sistema de controle da Receita Federal. Fazer esse procedimento todo, acrescido do preenchimento dos documentos, obriga a que o pesquisador, necessariamente, precise aprender a lidar com tudo isso.

Para facilitar, de alguma forma, essa complicada burocracia, o CNPq fez um grande projeto denominado CNPQ EXPRESSO, que possui dois componentes distintos: primeiramente, criamos um tutorial online, completamente compreensivo, com vídeos que explicitam, de forma clara, todo o preenchimento dos campos dos formulários, para onde e como devem ser encaminhados os documentos, enfim, todas as informações necessárias para que o pesquisador ou instituição procedam a uma importação. O segundo componente foi a criação de um programa conjunto com a INFRAERO, Receita Federal, ANVISA e a VIGIAGRO – que são os órgãos que fazem o controle fiscal e sanitário de ingresso de materiais, insumos e equipamentos para o país -, um projeto em que o CNPq se envolveu profundamente, principalmente em ações educativas junto aos profissionais (fiscais) desses órgãos, com o intuito de identificar os principais gargalos, tendo em vista simplificar procedimentos e agilizar logísticas para a liberação rápida dos equipamentos e insumos para a pesquisa científica. Esse enorme trabalho resultou numa sistemática muito eficiente – pontua o Presidente do CNPq.

De fato, depois da instituição ou do pesquisador fazerem todo o procedimento nos sistemas do governo, eles solicitam aos seus fornecedores que identifiquem a carga (na origem) com um selo grande (amarelo e verde), com a designação CNPQ EXPRESSO. Posteriormente, e através de um determinado e-mail (exclusivo), a instituição ou o pesquisador contatam os serviços do aeroporto brasileiro onde irá chegar a carga, informando o número do voo, companhia aérea, hora prevista de chegada e número do identificador da carga. Essa carga, identificada no desembarque, é imediatamente transferida para uma área dedicada para importações de materiais para pesquisa científica e ali é muito rápido todo o procedimento porque os fiscais já sabem onde identificar a referida carga nos sistemas informáticos:

Pensa que foi fácil montar todo esse esquema? – questiona Oliva – Não Foi!!! Foi preciso, inclusive, alterar uma parte da Lei, onde se lê “Todos são iguais perante a Lei”. Foi preciso fazer uma alteração na lei, por forma a que os fiscais da Receita Federal pudessem dar prioridade a uma carga, em detrimento de outras. Este é o estágio em que estamos, presentemente, em doze dos principais aeroportos internacionais do Brasil. Não podemos fazer mais nada para simplificar ainda mais esse processo: os resultados estão no limite; mais do que o que está sendo feito, só se houvesse uma alteração profunda na lei e isso é praticamente impossível – sublinha nosso entrevistado.

O Brasil no contexto internacional e o programa Ciência sem Fronteiras

Como já referimos no início desta matéria, o Brasil fez avanços extraordinários nas últimas décadas, tendo saído de um patamar muito baixo em termos de capacidade de produção científica, o que é um fato relevante porque a ciência no Brasil é muito jovem. csfronteirasO CNPq foi criado na década de 50, a pós-graduação só começou no final da década de 60, ou seja, até aí não existiam doutorado ou mestrado nas universidades brasileiras. O tempo integral para professores universitários é um fenômeno que só acontece a partir da década de 70, enquanto que a infraestrutura para pesquisa, no Brasil, era praticamente inexistente. Se repararmos com atenção, o Brasil teve, a partir de meados da década de 70, um avanço extraordinário relacionado, em grande parte, com a estratégia adotada naquela época de se enviar os jovens brasileiros para o exterior, por forma a fazerem sua especialização e o desafio para esses jovens estava muito claro:

Quando esses jovens regressaram ao país, o desafio era montar laboratórios e criar programas de pós-graduação. Nesse refluxo, a inserção internacional diminuiu muito e nós crescemos, nos desenvolvemos apenas dentro do país, mas completamente descorrelacionados em relação com o exterior. Agora, que a ciência brasileira atingiu sua plenitude e maturidade, com nosso país a assumir não mais uma postura de “emergente”, mas de “player” no cenário científico internacional, precisamos voltar a ter a uma interação com o exterior, só que agora com uma nuance diferente: agora, nós não estamos mais enviando alunos para o exterior para aprender… Estamos mandando jovens para colaborar com os pesquisadores internacionais e somos procurados cotidianamente para fazer projetos conjuntos, parcerias científicas. Contudo, muitos alunos brasileiros aproveitam as experiências no exterior para aplicarem no Brasil novos conceitos relacionados com uma nova abordagem no desenvolvimento da ciência nacional – que precisa evoluir -, que é a relação direta entre a ciência e a inovação. Por exemplo, os alunos que agora nós estamos enviando para o exterior, no âmbito do programa Ciências sem Fronteiras, a ideia é criar uma massa crítica jovem, com visão de inovação. Estamos mandando jovens para instituições muito boas, que já têm uma tradição de fazer uma ciência muito próxima da inovação, que possuem uma relação sólida direta com empresas, com a sociedade, com políticas públicas, e na qual o aluno brasileiro tromba a toda a hora com empresários, advogados, engenheiros, etc., todos eles com novas ideias e projetos desafiadores. Esse é um espírito que falta trazer para dentro de nossas universidades – sublinha Glaucius Oliva.

O programa Ciência sem Fronteiras é considerado o maior programa já lançado no CNPq e ele é bem recente, já que tem cerca de um ano de criação. A primeira vez que o CNPq apresentou o projeto à presidência da república foi em maio de 2011 – Glaucius Oliva estava no cargo de presidente do CNPq fazia pouco mais de três meses. A ideia do Presidente do CNPq era que, com esse projeto, o Brasil poderia aumentar substancialmente sua cooperação internacional.

De fato, a Presidente da República, Dilma Rousseff, já estava motivada para essa questão, graças ao resultado da visita que o presidente americano, Barack Obama, fez ao nosso país, e às suas declarações em incentivar os jovens estudantes brasileiros a estudarem nos Estados Unidos. Nesse sentido, o projeto Ciência sem Fronteiras foi efusivamente bem recebido, com a Presidente da República apresentando muitas ideias e direcionamentos, definindo que o projeto deveria ter um foco nas áreas prioritárias e estratégias para o desenvolvimento da economia nacional, que havia a necessidade de estimular a relação entre as indústrias nacionais e a inovação, que tínhamos de atrair as indústrias para o programa, que o número de bolsas teria que ser de uma magnitude maior do que aquela que estávamos apresentando, ou seja, na ordem das 100.000, quando, inicialmente, tínhamos pensado em aumentar o número de bolsas, das 500 que existiam para 5.000. glauciusabA linha de pensamento da Presidente da República criou um desafio muito grande para todos nós, até porque o CNPq não poderia mais fazer o que vinha fazendo ao longo dos seus sessenta anos de existência, apenas se assumindo como um balcão onde as pessoas, depois de elas próprias identificarem seus destinos e de decidirem sobre seus trabalhos, se dirigiam à agência apenas para pedir os recursos inerentes às suas bolsas. Tudo isso mudou e em face de um novo panorama e de uma nova estratégia começamos a fazer um verdadeiro périplo pelas instituições acadêmicas e de pesquisa internacionais. Na nossa visita aos Estados Unidos da América, num primeiro momento, foi muito difícil, porque as instituições universitárias não têm um interlocutor comum e aí precisamos visitar uma a uma. Aqui no Brasil existe a Secretaria de Ensino Superior do MEC, com um responsável que responde pelas sessenta e duas universidades federais e pelos quarenta institutos federais; nos Estados Unidos existem cerca de quatro mil universidades e não tem um órgão que congregue elas todas. Selecionar as melhores universidades, chegar e falar com cada responsável foi um trabalho muito grande, mas teve um efeito colateral muito importante: o mundo começou a conhecer o Brasil – enaltece Oliva.

Glaucius Oliva visitou centenas de instituições e o CNPq assinou acordos com os vinte principais países que estão no topo da produção científica mundial e com organismos que passaram a divulgar o Brasil de uma forma nunca antes vista. Hoje, existem quase vinte mil alunos selecionados, ou já no exterior, e o programa Ciência sem Fronteiras está se tornando tão importante para a ciência brasileira que não existe qualquer dúvida no Governo Federal que ele é um programa que não pode parar. Os recursos iniciais são expressivos – mais de três bilhões de reais, só por parte do Governo, e mais de um bilhão de reais oriundo da iniciativa privada -, e isso tudo, hoje, está fortemente relacionado com o exterior. Glaucius Olica é enfático ao afirmar que este programa é irreversível e que irá continuar a ser uma prioridade dentro do CNPq e do Governo, com a particularidade dele estar começando a ser replicado em outros países. O programa Ciência sem Fronteiras foi, inclusive, uma base para debates no âmbito da Rio+20, conforme explica nosso entrevistado:

EUA

Antes da realização da Rio+20, tivemos uma reunião que decorreu em Washington D.C (EUA), em meados de maio, que reuniu todos os presidentes das agências mundiais de fomento e de apoio à pesquisa – equivalentes ao CNPq, e o programa Ciência sem Fronteiras causou grande entusiasmo entre todos os participantes. Em dado momento, todos começaram a convergir para uma tese de como seria importante para o mundo globalizado, que tem desafios globais, se fosse criada uma comunidade científica única em todos os países e, a partir daí, se constituir um gigantesco programa similar ao projeto Ciência sem Fronteiras, com a possibilidade de circulação de jovens cientistas pelo mundo. Nessa reunião, podemos imaginar como isso poderia mudar a perspectiva de sustentabilidade, de visão globalizada, de interação entre a educação, a produção e a apropriação do conhecimento, tudo com o foco de se poderem resolver os problemas que atingem o mundo. Existe a hipótese de essa tese poder ser aplicável, tornando-se num grande movimento global de transformação da ciência mundial como um instrumento de integração dos países. Esta ideia foi discutida também na própria Rio+20, como sendo um caminho para se buscar a sustentabilidade – conclui Glaucius Oliva.

(Fotos: IFSC/Agência Brasil/Ciência sem Fronteiras)

Assessoria de Comunicação

12 de julho de 2012

Globo Universidade exibe programa gravado no IFSC

Globo_universidadeNo dia 14 de julho (sábado), o programa Globo Universidade exibirá reportagem gravada no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), precisamente no Grupo de Óptica do Instituto.

O programa discorrerá sobre os diversos projetos desenvolvidos no Grupo, passando pelas pesquisas básicas, como a Física Quântica, até as recentes aplicações para cura do câncer.

No site do programa da emissora, um pequeno teaser está postado, trazendo algumas prévias do que será exibido no programa, que tem início às 7h15.

Para assistir ao teaser do programa, clique aqui.

Assessoria de Comunicação

12 de julho de 2012

Abertura acontece no domingo

No início da próxima semana, em 15 de julho, tem início a 3ª edição da Escola de Física Contemporânea (EFC) do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP).

EFC-logoMantendo formato semelhante às outras edições, este ano, a EFC conta com a participação de 30 alunos do ensino médio, de escolas públicas e privadas, que, durante uma semana, participarão de diversas aulas teóricas e práticas, palestras (todas ministradas por docentes do IFSC), experimentos e visitas, tanto às dependências do IFSC, como a algumas fora do Instituto.

A abertura da Escola está marcada para às 13h30. O encerramento será no dia 21 de julho, por volta das 12 horas.

Sobre a Escola

A EFC é uma atividade de extensão, que tem o objetivo de mostrar aos participantes o mundo da pesquisa, o funcionamento de alguns Grupos de Pesquisa do país, bem como a importância da ciência e tecnologia.

A Escola é uma oportunidade para aqueles com facilidade em exatas descobrirem seu talento.

Para mais informações, acesse o site http://www.ifsc.usp.br/efc/2012/

Assessoria de Comunicação

 

6 de julho de 2012

Glaucius Oliva fala sobre futuro da ciência brasileira

Quais são os maiores desafios e oportunidades para o futuro da ciência brasileira?

Esta foi a principal pergunta que o presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e docente do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Glaucius Oliva, tentou responder à numerosa plateia que esteve presente no último Colloquium diei, que decorreu na última sexta-feira, 29 de junho, no auditório do IFSC “Prof. Sérgio Mascarenhas”.science

Durante os 90 minutos em que palestrou, Oliva discorreu sobre vários tópicos e, num primeiro momento, descreveu, brevemente, seu histórico acadêmico no IFSC.

Após a breve retrospectiva acadêmica, Glaucius passou a fazer comparações numéricas no que se refere à ciência no Brasil há mais de seis décadas e o patamar em que se encontra, hoje. Nos anos 50, de acordo com o docente, havia poucos cientistas no Brasil, o ambiente de pesquisa dentro das Universidades era quase inexistente e a cultura de inovação nas empresas não era sequer cogitado.

Trinta anos depois, o cenário já era outro, fato justificado pelas diversas estatísticas exibidas por Glaucius, que mostraram que a produção científica no país e a formação de mestres e doutores têm aumentado gradativamente.

Números registrados pelo CNPq revelaram que, em 2010, já havia no Brasil 27.523 grupos de pesquisa das mais diversas áreas do conhecimento; publicações científicas crescem a uma velocidade de 11,3% ao ano, isso fora o aumento de cursos de mestrado e doutorado oferecidos por instituições de ensino superior. “Observamos que a pós-graduação é o motor para o crescimento da pesquisa brasileira”, afirmou o presidente do CNPq.

Através de diversos dados colhidos, tanto pelo CNPq como pela CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), Glaucius falou sobre o aumento no número de indivíduos com diploma de nível superior, mas apontou uma falha: a partir dos 14/15 anos de idade, há uma queda brutal no número de jovens que apenas estudam. “Isso acontece, em grande parte, devido às falhas no ensino básico”, lamentou o pesquisador, que completou: “O ensino básico brasileiro, a meu ver, é o maior desafio para uma melhoria da qualidade da educação, pois só através disso será possível reter os estudantes nas escolas até o final”.

Em um segundo momento, Glaucius passou a falar mais especificamente sobre as diversas ações do CNPq, como o fomento à inovação, formação de recursos humanos e fomento básico, entre outros tópicos. Mas, o destaque foi para o Ciência sem Fronteiras, programa lançado pelo governo em 2011, que busca promover a consolidação, expansão e internacionalização da ciência e tecnologia brasileiras, enviando estudantes ao exterior com todas as despesas pagas, bem como trazendo jovens de outros países para estudar em universidades brasileiras.IMG_0457

O Ciência sem Fronteiras irá fornecer cerca de 100 mil bolsas de estudo. Melhor do que isso, diversas empresas brasileiras estão, também, financiando bolsas de estudo, entre elas a Petrobrás, Eletrobrás, Vale do Rio Doce etc. Glaucius conta que já há empresas internacionais interessadas em participar do programa, através do financiamento de bolsas de estudo, e uma delas, a British Gas, na ocasião da Rio+20, já firmou um acordo com o governo brasileiro para tal propósito. “Outros países têm abraçado o programa de maneira fantástica”, comemorou Oliva.

Depois de enumerar muitos pontos positivos no que se refere à ciência no Brasil, Glaucius também comentou as falhas cometidas no decorrer dos anos e até o presente momento, em relação ao mesmo assunto. De acordo com dados coletados, novamente pela CAPES, o número de patentes brasileiras, quando comparado a outros países do globo, é baixíssimo. E prosseguiu: o número de pesquisadores, por milhões de habitantes, no país, fica muito aquém da média mundial. Suíça, Alemanha, Canadá e EUA formam muito mais doutores do que o Brasil. “É claro que estamos falando de países muito mais desenvolvidos do que o nosso”, ressalva, “mas é com esses países que queremos competir”.

Outro dado alarmante (e desanimador) é o que se refere à ciência aplicada. Apenas 5% dos doutores brasileiros em pesquisa trabalham em empresas, no Brasil. Já nos EUA, o percentual de pesquisadores que trabalha em empresas sobe para 40%. Para alterar esse quadro, algumas empresas do governo brasileiro inauguraram centros de pesquisa dentro das universidades. Isso já foi feito pela Embraer, Petrobrás e Embrapa.

Mas, Oliva não mostrou somente números. No final do colóquio, falou sobre possíveis soluções e alguns desafios que se colocam à ciência e tecnologia no Brasil. Pesquisadores devem preocupar-se mais com a qualidade, impacto e relevância dos artigos científicos publicados. O foco das pesquisas deve ser voltado aos problemas nacionais e a melhora na comunicação com a sociedade é um ponto que deve ser atentamente analisado.

A sustentabilidade, inovação e patentes e a internacionalização também foram tópicos discutidos e, em cada um deles, o Brasil ainda precisa apresentar melhoras expressivas. Mas, Glaucius é otimista e acredita no potencial tanto do país como da população brasileira. E afirma: “Estamos atingindo um ponto de maturidade na ciência brasileira, uma vez que estamos buscando melhorar a qualidade de tudo o que está sendo produzido aqui”, conclui.

Assessoria de Comunicação

4 de julho de 2012

Prof. Glaucius Oliva é homenageado

O Prof. Glaucius Oliva, atual Presidente do CNPq e docente do IFSC, foi homenageado no dia 29 de junho, pelas 17h30, com a entronização de um quadro com sua foto na galeria que perpetua a imagem dos ex-diretores do Instituto, localizada no Biblioteca do IFSC.

A cerimônia, simples mas significativa, foi acompanhada pelos Diretor e Vice-Diretor do IFSC – Profs. Antonio Carlos Hernandes e Osvaldo Novais de Oliveira Júnior -, além de muitos docentes, funcionários e responsáveis setoriais do Instituto.

De alguma forma emocionado, Glaucius Oliva (diretor do IFSC entre 2006-2010) agradeceu a todos o fato de proporcionarem aquele momento, de extrema importância e significado pessoal, tendo feito uma breve retrospectiva de sua vida acadêmica – sempre no IFSC – até o momento em que assumiu responsabilidades no CNPq.

Confira, abaixo, alguns momentos da homenagem prestada ao ex-diretor do IFSC, Prof. Glaucius Oliva.

IMG_6254

 

IMG_6255

 

IMG_6251

 

IMG_6245

 

IMG_6234

 

IMG_6268

 

IMG_6269

 

Assessoria de Comunicação

4 de julho de 2012

Atualização da Produção Científica do IFSC

Para ter acesso às atualizações da Produção Científica, cadastradas no mês de Junho, clique aqui ou acesse o quadro em destaque (em movimento) do lado direito da página principal do IFSC.

Biblioteca-2

A figura ilustrativa foi extraída do artigo publicado recentemente por pesquisadores do IFSC, no periódico CrystEngComm.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Assessoria de Comunicação

3 de julho de 2012

Conhecendo o FIB

Para processar e caracterizar qualquer amostra, ou seja, analisar um material e extrair dele propriedades físicas (como transporte de carga, emissão de luz, entre outras), ou químicas (ponto de fusão, ebulição etc.), são essenciais alguns equipamentos para tornar tal procedimento viável. O Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV) era, até há pouco tempo, o instrumento mais popular entre os pesquisadores e o mais utilizado para cumprir tal tarefa.

NanoescalaMas, o mundo da pesquisa tem andando em caminhos menores, quase invisíveis; ou seja, cientistas e pesquisadores das diversas áreas, especialmente das ciências básicas, têm se deparado com uma infinidade de novas janelas abertas pela escala “nano”. E, consequentemente, para se adaptar melhor ao “admirável mundo novo”, novos equipamentos passam a viabilizar algumas pesquisas científicas.

Um desses equipamentos, o “Focused Íon Beam”, mais conhecido por “FIB”, veio para protagonizar a escala nano. Adquirido recentemente pelo Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) dentro do projeto do INCT-INOF*, através do docente, Euclydes Marega Jr., o aparelho é considerado uma “estação de nanofabricação” completa.

O FIB, produzido comercialmente há mais de 20 anos, é usado prioritariamente para produção de materiais semicondutores** e opera de maneira semelhante ao MEV, mas com um importante diferencial: enquanto este último se utiliza de um feixe de elétrons para construir imagens de uma amostra, o FIB tem um plus: feixe de íons (como o próprio nome do equipamento sugere).

Mas, antes de entender a importância desse plus, é importante entender do que se trata o feixe de elétrons. Bombardeamento de elétrons gera energia, ou seja, quando eles são acelerados e concentrados em um feixe, forma-se uma energia muito intensa. Isso se transforma em energia térmica, com altíssimas temperaturas, capazes de fundir qualquer metal (a parte fundida é, posteriormente, transformada em vapor).

Já o feixe de íons, com objetivos similares, é mais pesado que o de elétrons e, por esse motivo, é destrutivo, podendo remover materiais da superfície de amostras, o que permitirá que se esculpa, por exemplo, imagens tridimensionais sob a superfície das mesmas. “O feixe de íons tanto pode ser usado para construir uma imagem ou fazer o processamento de uma amostra”, explica Haroldo Araraki, engenheiro do Grupo de Semicondutores do IFSC.

Nanoescala-1A FIB é capaz de escrever em superfícies em escala nanométrica. Para se ter uma ideia, um fio de cabelo é mil vezes maior do que a escrita que o feixe de íons da FIB pode entalhar.

No laboratório de semicondutores, Euclydes e sua equipe utilizam-se da FIB, entre outras coisas, para desenvolver nanomateriais. “As propriedades dos nanomateriais são diferentes dos micro ou macromateriais”, explica o docente. “Quando uma nanoestrutura interage com a luz, por exemplo, ela altera as propriedades ópticas e elétricas do material. Nessa escala de tamanho, a condução elétrica não é a mesma da de um fio de um chuveiro elétrico”, compara.

Agora com uma “estação nanométrica” instalada, Euclydes pode não só explorar propriedades de nanomateriais, mas também criar novos, uma vez que o mundo nano abre sempre novas possibilidades. E, com outros diferenciais: muito mais rapidez e velocidade. “Enquanto que pelo processo tradicional de feixe de elétrons um dispositivo demoraria um dia todo para ser feito, além de exigir uma grande infraestrutura, com o feixe de íons o dispositivo fica pronto em alguns minutos”, afirma Haroldo.

No geral, uma FIB é utilizada na indústria de semicondutores para aplicações como análise de defeitos em materiais em escala nanomátrica, modificação de circuito, reparação de máscaras, etc. As imagens produzidas pelo equipamento são da mais alta resolução e estas previnem danos a amostras mais sensíveis de materiais.

Saber lidar com esse tipo de maquinário, contudo, pode significar a construção da tecnologia do futuro. “Produzir corrente elétrica em escala nanométrica é muito mais fácil, por isso produzem-se efeitos que geram ondas eletromagnéticas. Muitos estudos são voltados para produção de luz, e não eletricidade, nesses meios. Ou seja, em vez de transmitir informações por elétrons, tais informações serão transmitidas por fótons”, prevê Euclydes.

Nanoescala-3O computador quântico, tão almejado nos dias de hoje, poderá funcionar por esse mecanismo, ou seja, através de propriedades físicas reveladas em nanoescala. Mas sua construção e conclusão só serão possíveis uma vez que “correntes de luz” ( e não somente elétricas) passem pelos semicondores e em interfaces semicondutor-dielétrico. As vantagens num computador desse tipo? Processamento mais rápido de informações, menos perda de energia e superaquecimento. “Um computador, nos dias de hoje, gasta mais energia esfriando seu processador do que para mantê-lo funcionando. Nesse novo mecanismo, a perda de energia por luz é muito menor e o superaquecimento é quase inexistente”, compara Euclydes. “Isso porque a condução elétrica gera calor, o que não acontece com a luz”.

Portanto, ter em mãos conhecimento e equipamentos avançados, é sem dúvida um grande passo em direção ao desenvolvimento tecnológico e científico. A USP já tem ambos em mãos, o que a coloca no fronte das pesquisas em escala nanométrica, indicando que, em pouco tempo, todos poderão usufruir desse mundo de tamanho quase invisível, mas de importância tecnológica inversamente proporcional ao seu tamanho.

*Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia; Instituto Nacional de Óptica e Fotônica

**materiais sólidos, geralmente cristalinos, com condutividade elétrica intermediária entre condutores e isolantes.

Assessoria de Comunicação

29 de junho de 2012

Programa bate recorde em número de visitantes

O número recorde de participantes do programa “Universitário por Um Dia (1Dia)” comprova: não faltam professores interessados em complementar o ensino dado em sala de aula, nem alunos com vontade de aprender.

1Dia-logoAté o momento, mais de cinco mil alunos já participaram ou inscreveram-se para participar do 1Dia e o entusiasmo é mantido, tanto por parte dos estudantes, como por parte dos professores que vêm até o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) acompanhar as turmas. “Desde quando era aluno do IFSC, eu já conhecia o programa”, contou o professor de física da EE “Doutor Tomas Alberto Whatelly” (Ribeirão Preto-SP), Márcio Leandro Rotondo.

O ex-aluno do curso de Licenciatura em Ciências Exatas, e hoje professor da rede pública de ensino, afirma que, em sua escola, as visitas a campi universitários não são comuns. Mais raro, ainda, de acordo com ele, é encontrar universidades que realizem esse tipo de programa. “Já fizemos algumas visitas a faculdades particulares de Ribeirão Preto, mas não há o incentivo da EE para visitarmos campi fora da cidade ou de universidades públicas, mesmo tendo um campus da USP em Ribeirão Preto”, lamenta.

Márcio conta que já levou os alunos até o campus da USP, em Pirassununga, na circunstância em uma feira de profissões, e na oportunidade não teve acesso a nenhuma dependência da universidade.

Totalmente diferente disso é o 1Dia. Durante a visita, os alunos conhecem diversas dependências do IFSC, como os laboratórios de ensino de física, alguns laboratórios de pesquisa, biblioteca etc. Além disso, a participação não é passiva. Os alunos veem experimentos de física e, em alguns momentos, participam de demonstrações durante o “Show de Física”. “Nunca imaginei que o Instituto fosse desse jeito! Eu imaginava um prédio muito menor do que esse”, conta Vinicius Rafael Seguessi, 16, da escola particular “Querigma Escola Católica” (São Carlos-SP).

Acompanhado de seus colegas, Vinicius conta que em sua escola há laboratórios para prática de algumas disciplinas, mas que estes ainda não estão em funcionamento. O aluno faz coro com mais duas colegas de sala – Cíntia Pereira Ostapechen e Isabela Marques – quando elege a parte prática das atividades do 1Dia como a mais divertida e interessante da visita. Os três alunos nunca haviam estado em um campus universitário e esperam que a oportunidade se repita. “Nosso professor marcou essa visita para nós e foi algo completamente novo. Nós gostamos muito!”, afirma Cíntia.

A aluna reforça que poder assistir aos experimentos traz um entendimento muito melhor e mais claro sobre a física. “Nós tínhamos uma ideia e a explicação, através da prática, é muito mais compreensível”.

O professor Márcio tem a mesma opinião da aluna: ele diz que, em sala de aula, não é possível trazer tanta diversidade. “Por esse motivo, a prática chama muito a atenção dos alunos. Aqui no IFSC existem laboratórios e pessoal técnico preparados para isso. A organização é muito diferente da EE”.

1Dia-3Quanto ao direcionamento da carreira, o professor não hesita em responder que a visita ajuda – e muito – na escolha. “Se o aluno tiver afinidade com a área de exatas, ele vai poder comprovar se realmente gosta disso. A turma que trouxe aqui, hoje, é do 3º ano do ensino médio e os alunos estão numa fase de decisão”, conta. “Meu propósito em trazê-los aqui foi porque notei que eles têm condições de ingressar numa universidade pública. É importante que eles saibam disso, saibam que o ensino é gratuito e que eles poderão manter-se, financeiramente”, conclui.

Sobre o programa

Institucionalizado em 2011, por iniciativa do diretor e também docente, do IFSC, Antonio Carlos Hernandes, o Universitário por Um dia busca proporcionar aos estudantes do ensino médio, da rede pública ou privada, a oportunidade de conhecerrm e vivenciarem o ambiente universitário do campus da USP de São Carlos e, em especial, o do IFSC.

Na programação, estudantes visitam diversas instalações do Instituto, assistem a palestras, bem como colhem informações a respeito dos cursos oferecidos pelo IFSC e oportunidades no mercado de trabalho.

No ano passado, 2.852 alunos passaram pelo programa, número que tem crescido, gradativamente, devido ao sucesso e conhecimento do programa por um número maior de pessoas.

Os interessados em participar do 1Dia podem agendar sua visita através do site do programa.

Para maiores informações, clique aqui.

Assessoria de Comunicação

28 de junho de 2012

Previdência complementar de Servidores Públicos Estaduais

Na próxima segunda-feira, 2 de julho, o Departamento de Recursos Humanos da Universidade de São Paulo (USP) receberá o diretor presidente da Fundação de Previdência Complementar do Estado de São Paulo (SP/PREVCOM), Carlos Henrique Flory, para ministrar palestra informativa sobre Previdência Complementar dos Servidores Públicos Estaduais.

Na ocasião, Carlos irá discorrer sobre o novo regime previdenciário dos servidores públicos estaduais de São Paulo e os planos de benefícios que serão oferecidos pela SP/PREVCOM.

Para os campi do interior do estado, a palestra será transmitida por IPTV. Os servidores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) que tiverem interesse em assistir à palestra devem dirigir-se ao auditório do IFSC “Prof. Sérgio Mascarenhas”, onde a mesma será transmitida.

O evento tem duração prevista de quatro horas, com início marcado para às 9 horas.

Assessoria de Comunicação

28 de junho de 2012

Apresentação de projetos finais

Na próxima segunda-feira, 2 de julho, serão apresentados os projetos finais dos alunos da disciplina Microprocessadores II, do curso de Física Computacional.

A apresentação será aberta ao público e todos estão convidados a participar.

Na oportunidade, estará exposta a mão robótica, o cubo de LEDs, os carrinhos autônomos, entre outros.

As apresentações ocorrerão entre 9 e 11h30, na sala 304, do prédio dos Laboratórios de Ensino de Física (LEF).

Participem!

Assessoria de Comunicação

27 de junho de 2012

EACH/USP sedia Feira de Inovação e Empreendedorismo da USP

A Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH/USP) sediará, entre 25 e 28 de agosto, a Feira de Inovação e Empreendedorismo da USP.

O evento, que será organizado em uma área de 3.000 m² da EACH, contará com mais de 16 mil visitantes.

Na ocasião, empresários conhecerão oportunidades de acesso à inovação tecnológica da USP e as possibilidades de financiamento. Já estudantes do ensino médio (também público-alvo da Feira) terão conhecimento sobre as oportunidades que a ciência oferece para empreender e inovar.

A Feira acontecerá entre às 8 e 20 horas, e não exige inscrição prévia dos participantes, nem taxa de participação.

A EACH fica localizada à Rua Arlindo Béttio, 100, Ermelino Matarazzo, São Paulo (capital).

Para mais informações, acesse o site da Agência USP de Inovação

Com informações da USP/eventos

Assessoria de Comunicação

27 de junho de 2012

Centro oferece atividades durante as férias

Durante as férias de julho, o Centro de Educação Física, Esportes e Recreação (CEFER/USP) promoverá atividades variadas, das quais podem participar funcionários, alunos e docentes.

As inscrições para as atividades devem ser feitas na secretaria do CEFER, das 10 às 12 horas ou das 14 às 16 horas.

Segue abaixo a programação:

Atividade Período de inscrição Início
Torneio de futsal para funcionários, alunos e docentes 26 de junho a 5 de julho 11 de julho, às 18 horas
Futebol para crianças e adolescentes 2 a 6 de julho 10 de julho
Circuito de musculação (30 minutos) 2 a 6 de julho 10 de julho
Condicionamento físico

2 a 6 de julho

10 de julho

Condicionamento físico para iniciantes

2 a 6 de julho

10 de julho

Condicionamento físico avançado

2 a 6 de julho

10 de julho

Mais informações pelo e-mail esporte.prefeitura@sc.usp.br ou pelo telefone (16) 3373-9107.

Assessoria de Comunicação

27 de junho de 2012

Prof. Glaucius Oliva – Presidente do CNPq – profere palestra no IFSC

No âmbito da realização do habitual ciclo de colóquios promovidos pelo IFSC – Colloquium diei -, o próximo convidado será o docente do IFSC e atual Presidente do CNPq – Prof. Glaucius Oliva -, que apresentará a palestra intitulada Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Nacional, que decorrerá no Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas (IFSC-USP), no próximo dia 29 de junho, pelas 10h30m.

Nessa circunstância, o Prof. Glaucius Oliva fará um resumo dos marcos históricos da Ciência e Tecnologia no Brasil, com destaque para as etapas percorridas correspondentes aos recentes avanços, a nova Estratégia Nacional de Ciência Tecnologia e Inovação, bem como os desafios e as oportunidades para a Ciência Tecnologia e Inovação no país.

Glaucius Oliva analisará, ainda, o Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia, seus componentes e elementos de integração, e revisará dados nacionais referentes à evolução dos investimentos e das bolsas de fomento à pesquisa e formação de recursos humanos especializados, em comparação com resultados e impactos na produção científica e no desenvolvimento nacional.

Outro destaque nesta palestra do Presidente do CNPq diz respeito à discussão que será lançada pelo palestrante no que diz respeito aos desafios futuros, apontando em linhas gerais as estratégias em curso relacionadas com o MCTI e CNPq, por forma a contribuir para o necessário salto de qualidade e impacto económico e social esperados nas áreas de Ciência, Tecnologia e Inovação, no Brasil.

Assessoria de Comunicação

26 de junho de 2012

Alteração de transportes entre os campi I e II

De acordo com comunicado enviado pela prefeitura do campus da USP de São Carlos, durante o período de férias (5 a 29 de julho) o transporte de alunos e funcionários, entre os campi I e II, será feito por vans em vez de ônibus, com redução das linhas diárias.

A medida se justifica pela redução significativa do número de usuários de tais linhas durante o período.

Abaixo, seguem os horários e locais de partidas e chegadas:

Ponto e horário de partida Ponto e horário de chegada Ponto e horário de partida

Ponto e horário de chegada

Rua B- campus I Conjunto didático- campus II Conjunto didático- campus II Rua B- campus I
7h45 8h 8h 8h15
16h30 16h45 16h45 17h

Para mais informações, basta ligar para o telefone (16) 3373-9109

Assessoria de Comunicação

26 de junho de 2012

Seminário Ítalo-Brasileiro de Ciência, Tecnologia e Inovação

Em novembro de 2012, o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) realizará uma nova edição do “Seminário Ítalo-Brasileiro de Ciência, Tecnologia e Inovação”.

Na ocasião, diversas autoridades do ramo da ciência e tecnologia estarão presentes, como o docente do IFSC e Cooordenador da Agência USP de Inovação, Vanderlei Salvador Bagnato, o presidente da Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio, Indústria e Agricultura e ex-senador da Itália, Edoardo Pollastri, o diretor-presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa e Agropecuária (Embrapa), Sílvio Crestana, entre outros.

O evento está previsto para os dias 21 e 22 de novembro, e as palestras ocorrerão no auditório do IFSC “Prof. Sérgio Mascarenhas”.

Para acessar a programação completa do evento, clique aqui.

Assessoria de Comunicação

26 de junho de 2012

Vacina contra esquistossomose teve IFSC como “braço direito”

Quando a solução para acabar com uma doença parasitária, que faz 200 milhões de vítimas no mundo é encontrada, a excitação é geral. Não é a toa que, na semana passada, quando a Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) anunciou que foi desenvolvida a vacina contra a esquistossomose, a mídia entrou em polvorosa e anunciou a novidade nos quatro cantos do mundo.

SchistosomaA esquistossomose, segunda doença que mais faz vítimas no planeta (depois da malária)*, é causada por parasitas do gênero Schistosoma, entre eles o Schistosoma mansoni. Mais conhecida por “Barriga d´água”, é transmitida por caramujos (que hospeda o parasita temporariamente) e penetra na pele de humanos quando estes, por sua vez, entram em contato com a água habitada pelo caramujo contaminado. Diarreia, febre, cólicas, dores de cabeça, sonolência, emagrecimento, endurecimento ou aumento do volume do fígado e hemorragias que causam vômitos são os sintomas mais comuns, causados pela doença.

Embora não seja o país com maior de número de vítimas da doença (papel desempenhado por países do continente africano), o Brasil tem, em média, mais de dois milhões de pessoas com esquistossomose – para se ter uma ideia, o câncer atingiu uma média de 500 mil pessoas, o ano passado.

Os danos à saúde, no entanto, não são o maior problema. Pessoas infectadas pela esquistossomose conseguem conviver com a doença (em média, somente 1% dos infectados morre). Mas, aqueles que sobrevivem a ela têm uma péssima qualidade de vida e sua capacidade de contribuição social, intelectual e financeira é quase nula. “Como são, geralmente, populações de países pobres as maiores vítimas da esquistossomose, a colaboração dessas pessoas para o desenvolvimento do país é obsoleta. Ou seja, a doença não mata, mas traz consequências muito graves para a sociedade”, declara o docente do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Richard Charles Garratt.

A cura possível

Consciente, mas, sobretudo, preocupada com essa grande problemática social, a pesquisadora da Fiocruz, Miriam Tendler, dedicou 30 anos de seus estudos ao Schistosoma mansoni, e, depois de muitas observações e análises, encontrou no próprio parasita a solução para – ao que tudo indica – eliminar a doença. A SM14 (como foi batizada por Tendler), é uma das moléculas encontradas no organismo do parasita e é responsável pelo transporte de lipídeos. Mas, uma vez no organismo humano gera uma resposta imune, incitando a produção de anticorpos. “O hospedeiro [organismo humano] é capaz de reconhecer essa molécula e montar uma resposta imune contra ela. Então, se ele entrar em contato com o parasita, o sistema imune já está pronto para reagir contra ele”.

Tal descoberta abre inúmeras possibilidades, que vão muito mais além da produção de uma vacina contra esquistossomose. Essa é a primeira vez que todo processo de desenvolvimento de uma vacina é feito, integralmente, no Brasil.

Mas, para percorrer esse caminho e “encontrar uma luz no final do túnel”, vários colaboradores estiveram envolvidos na trajetória, entre eles o próprio Richard, que não só colaborou com a pesquisa, mas também foi o “braço direito” de Mirian, quando “emprestou” seus conhecimentos em biologia estrutural para fazer os estudos de modelagem da SM14, identificando as regiões mais importantes da molécula para gerar a resposta imune. “Esse é um exemplo muito claro de como a ciência básica e a aplicada podem, e devem andar em conjunto. Todo cientista sabe que é fundamental investir nessas duas frentes, pois a pesquisa básica traz os fundamentos. Mas, investir somente na ciência básica não gerará produtos. O segredo, portanto, é encontrar o equilíbrio entre elas”, destaca Richard. “Se a Miriam [Tendler] não tivesse a preocupação de entender melhor a molécula que ela tinha em mãos, o projeto teria tido outro percurso”.

Conhecer a estrutura da molécula é importante por diversos motivos, entre eles saber se a vacina não criará anticorpos contra o próprio organismo, uma vez que temos moléculas muito parecidas com a SM14 (que carregam lipídeos). “Poder identificar as diferenças significativas entre as proteínas de parasitas e seres humanos reforça, novamente, a importância da pesquisa básica, pois é preciso saber se uma molécula que cria anticorpos no organismo humano não será prejudicial a ele próprio”.

Outra docente do IFSC, Ana Paula Ulian Araújo, também em conjunto com Tendler, está trabalhando na criação de uma ferramenta capaz de avaliar o grau de eficácia da vacina em cada indivíduo. “Cada pessoa reage de uma forma diferente à mesma vacina, pois os genes de cada ser humano são diferentes uns dos outros. Por isso, seria muito interessante ter uma ferramenta que permitisse o acompanhamento da vacina”, explica Richard.

Ciclo_de_contaminao_do_Schistosoma_mansoni

Durante o caminho para o desenvolvimento da vacina contra a esquistossomose, os pesquisadores tiveram mais uma surpresa: a SM14 gera uma reação cruzada com outro parasita, o Fasciola hepática, que afeta, principalmente, bois e ovelhas. Ou seja, o Fasciola, que se tornou uma dor de cabeça, principalmente nos países que têm sua economia baseada na criação de ovelhas (como a Holanda, por exemplo), também poderá ser combatido pela vacina. Por exemplo, ovelhas já receberam as vacinas e elas ficaram protegidas contra o Fasciola. “Isso é o que chamamos de vacina bivalente. Novamente, é algo que teve um apoio muito importante do IFSC, com o papel de estudar a estrutura da molécula e explicar melhor esse acontecimento”, conta Garratt.

Passo a passo até o acesso total

No atual momento, a pesquisa finalizou a fase um (razão da “euforia” da mídia em torno do assunto), que testa a segurança da vacina. Nela, vinte homens saudáveis receberam a vacina e não apresentaram reações ou efeitos colaterais. “Essa fase deve ser realizada, obrigatoriamente, no país onde a molécula – que é o princípio ativo da vacina – foi encontrada. Portanto, a fase um foi feita no Brasil”, conta Richard. “Mesmo assim, a manufatura das vacinas foi feita nos Estados Unidos”.

Na fase dois, prevista para ter início já no próximo semestre, o número de voluntários para receber a vacina aumenta, passando de vinte para mais de duzentos. Os voluntários devem ser moradores em áreas endêmicas, ou seja, com alto risco de serem contaminados pelo parasita. No caso da esquistossomose, certamente voluntários de países africanos participarão da fase dois.

Falar sobre a fase três já é algo mais indefinido, pois ela depende da segunda. Contando que esta seja bem sucedida, e nenhum dos voluntários apresente reações negativas, mais pessoas (de mais países) participarão da terceira fase.

Na fase quatro, finalmente a vacina já estará acessível a todos e só restará aos pesquisadores fazer o acompanhamento e análise dos resultados , buscando, sempre que possível e necessário, os devidos aperfeiçoamentos.

TendlerNo caso da vacina contra a esquistossomose, completar todas essas fases, de acordo com Richard, levará, em média, quatro anos. Mas, muitos fatores podem influenciar essa referência temporal. “Dependemos de financiamento para produção, aprovação da ANVISA**, toda parte burocrática e logística deve estar finalizada. Portanto, pode demorar um pouco mais do que o tempo previsto, mas tudo dependerá do andamento das fases anteriores”.

Até o momento, a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) tem arcado com os custos da pesquisa. Mas a empresa “Ouro Fino Agronegócio” já está envolvida diretamente no financiamento e desenvolvimento da vacina. Outras, como a Gates Foundation, também já estão sendo consideradas.

Mesmo não podendo dizer, agora, com certeza, se a vacina será eficaz em populações humanas, Richard aposta nas probabilidades favoráveis. Ele afirma que, de todos os projetos de cunho aplicado, voltados a projetos tropicais, dos quais ele participou e participa, o da esquistossomose é o que tem caminhado melhor e com as melhores perspectivas para finalizar com um produto.

Se isso for comprovado, milhões de pessoas serão gratas. Não somente aquelas que diariamente correm o risco de contrair a doença, mas também as que se preocupam com a melhor qualidade de vida da população humana e com o desenvolvimento efetivo dos países do globo.

*dado fornecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS)

** Agência Nacional de Vigilância Sanitária

Assessoria de Comunicação

22 de junho de 2012

O ensino que encanta

Trazer alunos da sala de aula para Universidade tem se tornado uma ação cada vez mais usual. Com o objetivo de despertar maior interesse em estudantes, programas de difusão da ciência têm sido institucionalizados, e os resultados, até o momento, têm sido favoráveis.

Marcelo-3No caso do docente do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Marcelo Alves de Barros, a maneira que encontrou de trazer alunos do ensino médio para o ambiente universitário foi através da disciplina prática de Ensino de Física, ministrada pelo docente há quatro anos. “Os estudantes do curso de Licenciatura em Ciências Exatas, que cursam a disciplina de Ensino de Física, passam por duas etapas. Na primeira, realizam o estágio supervisionado nas escolas públicas de ensino médio, e na segunda etapa trazem alunos do ensino médio dessas escolas para cá, para realizar atividades práticas”, conta.

Em 2012, três escolas estaduais de São Carlos foram escolhidas para “participar” da disciplina de Marcelo: Esterina Placco, Conde do Pinhal e Álvaro Guião. Dez alunos de cada uma dessas escolas, durante dois encontros realizados nos Laboratórios de Ensino de Física (LEF), tiveram oportunidade de ver a física na prática e “digerir” melhor os conteúdos teóricos apresentados em sala de aula.

Isso foi feito através da participação em seis mini cursos, todos realizados no próprio IFSC e sempre apresentando experimentos relacionados a tópicos de física, abordados durante o ensino médio. “Aqui, nós podemos oferecer atividades e experimentos que eles [estudantes] dificilmente têm oportunidade de vivenciar nas escolas, por falta de tempo e, algumas vezes, por deficiências de preparo de seus professores. Nessa segunda etapa, realizada aqui, no IFSC, tentamos preencher essa lacuna”, justifica Marcelo.

Marcelo-1As atividades, do estilo “mão na massa”, são totalmente viáveis, uma vez que os laboratórios do IFSC oferecem a estrutura necessária para isso. Os alunos, durante os dois encontros realizados aos sábados, que duraram 8 horas cada um, tiveram oportunidade de ver experimentos relacionadas à astronomia, espectroscopia, som, raio-X, indução eletromagnética e gases. “Quem ministra os mini cursos são os 16 alunos inscritos na disciplina de Ensino de Física desse semestre. Fizemos, juntos, a seleção dos temas dos mini cursos para apresentar aos estudantes”, relembra o docente.

Kenia_e_Alisson

Na etapa anterior, na qual os alunos de Marcelo tiveram a oportunidade de estar nas escolas e acompanhar as aulas ministradas pelos professores, algumas “falhas” no sistema de ensino, muito evidentes, puderam ser observadas. “Realizo estágio nas escolas desde abril deste ano e tenho acompanhado, inclusive, aulas no ensino fundamental. Notei que os professores só utilizam as apostilas doadas pelo Governo, que deveriam servir somente como um auxílio”, lamenta Letícia Zago, aluna do 4º ano do curso de Licenciatura em Ciências Exatas do IFSC e inscrita na disciplina de Marcelo. “Acho que é preciso utilizar recursos diferentes em sala de aula para que um maior número de alunos consiga entender o conteúdo”.

Por outro lado, fazer esse acompanhamento tão de perto trouxe benefícios aos futuros professores. O primeiro contato direto, que para maioria é algo inédito, é, ao mesmo tempo, surpreendente. “Temos a visão de que os alunos não sabem as coisas, mas no fundo eles sabem, pois isso tudo faz parte do cotidiano deles”, conta Letícia. “Vemos que os alunos ficam bem focados e entusiasmados enquanto realizamos os experimentos, o que não acontece na escola. As perguntas que eles fazem têm lógica, são válidas. Nossa ideia é que o aluno seja ativo, também, por isso estimulamos as perguntas e respostas durante o curso”.

Tendo a resposta (não surpreendentemente) positiva, tanto por parte dos estudantes do ensino médio, quanto por parte dos universitários, fazer caminhos em “dupla direção”, ou seja, ir até as escolas e trazer os estudantes até a Universidade, já é prática efetiva na disciplina de Ensino de Física. “Já trabalhamos dessa forma desde 2008. Não temos feito um trabalho sistemático para acompanhar a resposta dos participantes, mas percebemos que os alunos ficam muito mais motivados em poder trabalhar os conteúdos da física, de forma diferenciada. Muitos deles manifestam interesse em seguir carreiras científicas e a barreira que existe entre Universidade e Escola é também quebrada”, comemora o docente.

Marcelo conta que novos encontros com as três mesmas escolas, já citadas nessa matéria, serão realizados no próximo semestre. Serão também mini cursos, mas, obviamente, abordando tópicos diferentes da física e, certamente, continuarão chamando atenção dos alunos do ensino médio e, com muito otimismo, tornando-os muito em breve alunos universitários e, esperançosamente, os futuros cientistas do país.

 

Para conhecer melhor a proposta da disciplina e assistir a um dos mini cursos, clique aqui.

Assessoria de Comunicação

21 de junho de 2012

A vida e obra do cientista holandês Christiaan Huygens

A edição de junho do programa “Ciência às 19 Horas”, organizado mensalmente pelo IFSC, convidou o Prof. Dr. Carlos Farina de Souza, docente do Instituto de Física da UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro, para falar da vida e obra do matemático, físico e astrônomo holandês, Christiaan Huygens, um dos mais proeminentes cientistas do Século XVII. A palestra de Carlos Farina de Souza realizou-se no dia 19 de junho, pelas 19 horas, no Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas (IFSC-USP) e foi subordinada ao tema Christiaan Huygens, a Helena da geometria e o tempo aprisionado.

farina500

Nascido em berço de ouro, no ano de 1629, na Holanda, Christiaan Huygens cresceu no seio de sua família abastada, sempre rodeado por inúmeras personalidades influentes na área científica, social e política, o que terá contribuído para que sua educação o transformasse em uma das maiores figuras nas áreas da matemática, astronomia e física, tendo, inclusive, desenvolvido novos conceitos que viriam a ser utilizados para uma melhor observação do céu, através dos telescópios.

Embora Galileu não tenha sido o precursor do telescópio, ele conseguiu observar coisas incríveis no céu e percebeu que aquilo que parecia perfeito, à primeira vista, afinal não era: o Sol tinha uma enorme mancha escura, a Lua afinal não tinha uma superfície lisa, Júpiter tinha luas em seu redor, etc. Por seu turno, Huygens tentou, então, criar telescópios com maior alcance e precisão, por forma a descobrir coisas que Galileu não tinha condições de fazer. Desta forma, Huygens dedicou-se a matematizar a Natureza e, com seu trabalho, se tornou – talvez – no primeiro físico-matemático da história, tentando responder a qualquer questão que se apresentasse em forma de enigma; o intuito dele era responder às questões deixadas por terceiros e sempre apelava à matemática, utilizando-a como a linguagem privilegiada para dar resposta a essas questões existentes na sua época.

Huygens criou coisas tão fantásticas que, mesmo hoje, ao se rastrear os primórdios de determinados temas, vê-se que existe a semente de Huygens, como explica o Prof. Farina de Souza: É verdade. Por exemplo, o caso das tangentes e curvas que ele chamou de evolutas e involutas, e que deram origem à atual geometria diferencial. Várias coisas começaram com ele, sempre na tentativa de responder a problemas físicos, utilizando a matemática.

Huygens também se destacou na astronomia, principalmente por ter desvendado o mistério de Saturno. De fato, no Século XVII ninguém conseguia entender ou explicar o que acontecia com aquele planeta, que apresentava diversas formas ao longo do tempo. Galileu chegou a pensar que a mudança de forma poderia estar relacionada com a existência de um sistema de três estrelas, mas, de fato, seu telescópio não tinha uma resolução eficaz para fazer uma observação mais pormenorizada. Então, Huygens conseguiu perceber, pela primeira vez, que ao redor de Saturno existia um anel que não tocava no planeta e isso causou uma verdadeira surpresa na comunidade acadêmica mundial. Huygens explicou, então, que de acordo com o movimento do planeta, a projeção do anel sofria variações angulares. Contudo, todo esse trabalho do cientista holandês demorou anos para se concretizar, já que ele queria ter a plena certeza de sua descoberta.

Porém, Huygens é essencialmente um físico-matemático e durante cerca de quatro décadas de sua vida tentou aprimorar relógios e cronômetros marítimos, que era algo bastante importante para a época, atribuindo-se a ele o primeiro relógio de pêndulo, que, inclusive, originou uma patente. Contudo a maior obra do cientista holandês foi o Horologium Oscillatorium, conforme explica o Prof. Farina de Souza: Sim, essa foi a maior obra de Huygens. O Horologium Oscillatorium é um trabalho que foi publicado em 1673 e embora o nome sugira que seja apenas um tratado sobre relógios, o certo é que esse trabalho é muito mais que isso, já que essa obra contém cinco partes, em que uma delas é uma descrição de relógio, enquanto que na maior parte das outras áreas são descritas as tais definições evolutas e involutas. Huygens generaliza resultados de Galileu no movimento de partículas sobre superfícies curvas, e praticamente ele enuncia, pela primeira vez, a conservação da energia mecânica. Nesse trabalho, o cientista holandês conclui uma conta realizada por Galileu relacionada a força centrífuga, além de, igualmente pela primeira vez, falar do momento de inércia, que é um fator importante no contexto do movimento de rotação, já que não bastava saber qual era a massa do corpo, mas também saber como essa massa estava distribuída. E, nesta particularidade, Huygens queria analisar um relógio de pêndulo, sabendo que o cordão desse pêndulo possuía massa e que essa massa não estava apenas concentrada na esfera de metal. Esse raciocínio demonstra que Huygens sempre se baseava em um problema de física para ir mais além e realmente este trabalho Horologium Oscillatorium é verdadeiramente espetacular – comenta nosso entrevistado.

Sendo uma figura proeminente na ciência mundial, Huygens é devidamente estudado pelos jovens estudantes brasileiros? A esta pergunta, Farina de Souza responde, sim. E a afirmativa vem exemplificada através do denominado “Princípio de Huygens”, que aparece em um tratado de óptica chamado “Tratado da Luz”, que é, segundo o nosso entrevistado, uma obra-prima: Todos os estudantes do ensino médio já ouviram falar desse princípio, porque ele afirma que quando você tem uma frente de onda – por exemplo, gerada por uma pedra que é jogada num lago – , para saber a frente de onda, no instante posterior, você imagina que cada fonte de uma frente de onda é fonte de uma onda secundária e a envoltória dessa onda secundária corresponde à frente de onda no instante posterior. Então, esse é um princípio qualitativo em que você consegue explicar várias coisas – lei da reflexão. lei da refração, etc. No ensino médio, tudo que se sabe sobre Huygens se resume a esse princípio, mas ele é muito mais que isso. Huygens poderá não ser tão conhecido, ou seu nome não constituir grande impacto, principalmente porqaue ele ficou um pouco ofuscado pelo genial Newton, cuja diferença de idade era de treze anos apenas. Contudo, Huygens é um dos maiores cientistas do Século XVII e o próprio Newton nutria por ele forte admiração – pontua Farina de Souza.

Na divulgação desta palestra do Prof. Farina de Souza, é referido que uma dor de dente do filósofo, matemático e físico francês, Blaise Pascal, mudou o curso da história, levando Huygens a construir o primeiro pêndulo isócrono. Com um sorriso largo no rosto, Farina de Souza afirmou que esse parágrafo apenas constituía uma forma de criar curiosidade no auditório. De fato, segundo explicou nosso entrevistado, o pêndulo isócrono é um pêndulo que tem um período de movimento independente de sua amplitude de oscilação, ou seja, quando se solta – seja de que forma for – ele tem sempre o mesmo período, o que não acontece com um pêndulo normal, que apresenta apenas pequenas amplitudes. O Huygens sabia que havia necessidade de colocar obstáculos laterais, encostando o fio do pêndulo, porque conforme o pêndulo vai oscilando, o fio vai encostando-se a esses obstáculos – é como se o pêndulo ficasse com um comprimento mais curto. Então, Huygens sabia que, independente do obstáculo, poderia compensar o período. Mas, a pergunta surgiu quase que imediatamente: que forma deveria ter esse obstáculo? O cientista holandês tentou achar a resposta, de uma forma empírica, mas não conseguiu e parou por aí. O que viria a seguir foi bastante curioso, conforma relata o Prof. Farina de Souza:

Blaise Pascal, que havia abandonado a ciência para se dedicar a retiros espirituais e religiosos, foi acometido por uma dor de dente insuportável. Com o intuito de tentar se abstrair de tão forte dor, Pascal decidiu se concentrar em determinadas questões científicas, na esperança de que, com isso, a dor diminuísse. Uma das questões que ele procurou se concentrar foi em uma determinada curva, designada “cicloide”, problema esse que foi repassado para ele por outro matemático e teólogo – Padre Mércele. Pascal ficou tão concentrado na resolução desse problema que sua dor de dente sumiu e ele interpretou esse fato como um sinal divino, como uma mensagem de que ele deveria continuar a pensar na resolução do problema da ciclóide. De fato, Pascal resolveu muitos problemas relacionados à cicloide, mas, entretanto, levantava novas questões e, em vez de as publicar, o cientista francês resolveu fazer um concurso que chamou a atenção de inúmeros físicos e matemáticos, entre eles Huygens. Huygens não participou diretamente nesse concurso, mas manteve assíduos contatos escritos com Pascal, trocando informações sobre o tema, o que o transformou num perito sobre o assunto “cicloide”. Quando Huygens parou de pensar no concurso, chegou à conclusão que a curva que tão insistentemente procurava para resolver seu problema do pêndulo isócrono, era, afinal, a ciclóide – conclui Farina de Souza.

Assessoria de Comunicação

20 de junho de 2012

Tranferência interna e externa

Lembrando que serão encerradas, na próxima sexta-feira, as inscrições para o processo de transferência interna e externa para os cursos diurnos do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP).

Os estudantes interessados devem entregar a documentação necessária (ementa das disciplinas cursadas para análise de equivalência) até o próximo dia 22 de junho.

A prova de seleção será realizada em 7 de julho, às 9 horas.

Para mais informações, acesse o edital ATAc/IFSC- 21/2012 ou o site da Graduação do IFSC.

Assessoria de Comunicação

20 de junho de 2012

Departamento de Física e Ciência dos Materiais

O Conselho do Departamento de Física e Ciência dos Materiais, em sua 142ª reunião, realizada em 19 de junho, elegeu o professor do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Francisco Castilho Alcaraz, para ocupar a chefia do Departamento, com mandato que deve durar dois anos, contando-se a partir de 12 de julho de 2012.

Na mesma reunião, o docente do IFSC, Luis Gustavo Marcassa, foi reconduzido como suplente do Chefe do referido Departamento, com mandato, também, de dois anos, contando-se a partir do dia 28 de julho de 2012.

Assessoria de Comunicação

Fale conosco
Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
Obrigado pela mensagem! Assim que possível entraremos em contato..