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22 de outubro de 2012

O olhar do Prof. Luiz Davidovich

Quando usualmente se fala em transistores, lasers e RMN (ressonância magnética nuclear), não há qualquer tipo de dificuldade em identificar essas denominações, pois elas estão intrinsecamente ligadas às extraordinárias descobertas feitas no século XX. Passada que é a primeira década do século XXI, o mundo científico não quer abrandar a verdadeira revolução que iniciou há cerca de cem anos: o que era inovação ontem, está desatualizado hoje. A velocidade com que a ciência avança em todas as áreas do conhecimento é impressionante. Embora a física tenha também contribuído – e bastante – para esse incrível turbilhão tecnológico, o certo é que século XXI traz com ele alguns enigmas que estão ligados ao rápido desenvolvimento científico e na procura por “mais e melhor”. E um dos exemplos de enigmas na física reside nos efeitos quânticos que, por enquanto, ainda não apresentam todas as respostas para os cientistas.

Para debater conosco este tema e suas particularidades, conversamos com um dos mais eminentes físicos brasileiros, o pesquisador, Prof. Dr. Luiz Davidovich, que, por ocasião da segunda edição da SIFSC – Semana Integrada do Instituto de Física de São Carlos, participou no habitual programa intitulado Ciência às 19 Horas, que ocorreu no dia 16 de outubro, através da palestra subordinada ao tema Surpresas do Mundo Quântico.

O fenômeno do Emaranhamento:

De fato, existem ainda questões em aberto na física quântica, relacionadas com problemas antigos que foram formulados em 1935 por Einstein, Podolsky e Rosen, através de um famoso artigo científico que resultou do designado Paradoxo de EPR, no qual se levantou um dos problemas mais fundamentais da teoria quântica – saber se a mecânica quântica era uma teoria completa, ou se, pelo contrário, continha variáveis escondidas que tinham a ver com o fenômeno do “Emaranhamento”. Segundo Davidovich, esse fenômeno tem ocupado as mentes dos físicos durante décadas e provocou inúmeras discussões filosóficas entre os anos de 1935 e 1960.

Só em 1964 é que foi possível dar uma formulação matemática a todos esses debates, através da teoria de John Stewart Bell, que, no meu entender, foi uma das grandes contribuições da física no século XX. O que despertava a curiosidade e atenção dos físicos e filósofos dessa época era o fato de que o fenômeno do “Emaranhamento”, que Einstein classificou como “fantasmagórico”, poderia talvez ser explicado pela teoria designada de “variáveis escondidas”: por outras palavras, o “Emaranhamento” estava associado a correlações muito fortes entre dois objetos e acreditava-se que talvez uma teoria alternativa de física quântica podesse explicar essas correlações, comenta o pesquisador.

De fato, em 1964 John Bell mostrou que havia experimentos que poderiam diferenciar as previsões da teoria quântica e as previsões dessas teorias alternativas. Os experimentos foram realizados e estabeleceu-se que, de fato, as teorias alternativas não eram adequadas para descrever esse fenômeno. Ganhou-se, nos últimos anos, uma enorme compreensão sobre esse fenômeno do “Emaranhamento”, mas ainda há questões em aberto, conforme explica Davidovich.davidovich1-500

Einstein, Podolsky e Rosen referiam-se ao “Emaranhamento” entre duas partículas, entre dois corpos. Hoje, são produzidos estados emaranhados de muitas partículas. Por exemplo, em laboratórios na Áustria, são produzidos estados emaranhados de catorze átomos. Como entender a matemática desses estados, como classificar o emaranhamento desses estados? Como ordenar esses estados de acordo com a quantidade de emaranhamento que possuem? Tudo isso é uma questão em aberto na física e na matemática e por isso é interessante verificar que essas questões tão básicas da física contemporânea, encontram ainda sérios desafios muito fortes.

Também apareceram novas ideias para futuras aplicações, que envolvem a criptografia e o aparecimento dos computadores quânticos, tendo como base os trabalhos vencedores do Prêmio Nobel da Física – 2012, da autoria do francês Serge Haroche e do americano David Wineland, que conseguiram manipular partículas quânticas sem as destruir. Para o Prof. Luiz Davidovich, essa história não está bem contada, pois os media ainda não souberam explicar, de forma correta, esses trabalhos:

De fato, isso de manipular partículas quânticas sem as destruir tem sido noticiado da forma como refere, mas na verdade é um pouco mais complexo do que isso. Quando se detecta um fóton, a maneira usual de fazê-lo implica na destruição dele. A detecção de um fóton faz-se através de um aparelho chamado (logicamente) “Fóton-Detector” e ele tem a propriedade de absorver o fóton. Sabemos que o fóton estava lá a posteriori através do sinal emitido por esse aparelho, que o detectou e que o destruiu. No grupo de pesquisa de Serge Haroche utilizaram-se experimentos que permitiram detectar, por exemplo, o número de fótons existentes numa cavidade, sem os destruir. Não é que o estado do sistema fique inalterado, como se fala, mas é uma propriedade do sistema, ou seja, é o número de fótons que fica inalterado. Você detecta esse número de fótons com átomos que passam pela cavidade, e esses átomos “sentem” que os fótons estão lá, mas não os absorvem. Isso é o que se chama de “Medida Quântica Não Demolidora”, porque ela não destrói, não demole os fótons que estão na cavidade. Contudo, isso não significa que o estado fique inalterado, podendo-se mostrar que esses átomos, que mantêm o número de fótons inalterado, tornam a fase – que é uma propriedade do campo eletromagnético – completamente caótica. Eles alteram a fase do campo, mas não alteram o número de fótons: são propriedades complementares, refere o nosso convidado.

Computadores mais velozes e códigos criptográficos inquebráveis (?):

Nesse contexto, conforme explicou Davidovich, o que se chama de “Medida Quântica Não Demolidora”, em geral, mais não é do que uma medida que não altera a variável que está sendo observada, mas que pode alterar completamente a variável complementar. Pode-se fazer uma “Medida Quântica Não Demolidora” da velocidade de uma partícula, mas para se fazer isso não se destrói a posição da partícula. Os trabalhos de Haroche e Wineland prevêem, segundo os media, que num futuro próximo possam existir computadores ainda mais velozes e códigos criptográficos inquebráveis. Estas afirmações obrigaram-nos a questionar nosso entrevistado se essa é uma afirmação correta e o que estará para vir depois disso. Enfaticamente, Luiz Davidovich dividiu a questão em duas partes, debruçando-se primeiramente nos códigos inquebráveis ou invioláveis, explicando que a designada criptografia quântica permite a transmissão daquilo a que se chama usualmente de “chaves criptográficas”: então, o que é uma chave criptográfica?

Quando queremos enviar uma mensagem para uma pessoa amiga que está longe, e queremos codificar essa mensagem, precisamos ter uma chave para fazer isso. E o importante é que ambas as pessoas tenham essa chave – a pessoa que envia a mensagem e a pessoa que vai recebê-la, para decodificá-la. Por isso mesmo, enviar chaves de um lugar para o outro é o ponto crucial dessa operação”, referiu Davidovich, exemplificando com o clímax transmitido por qualquer filme de suspense, já que essas chaves podem ser capturadas por um espião, que necessariamente não está interessado nas mensagens propriamente ditas. Assim, se os espiões conseguem as chaves, eles poderão ter acesso a todas as mensagens.

O que a física quântica faz é permitir enviar uma chave, de tal forma que se alguém tentar olhar para ela, imediatamente se descobre que o fez. Isso está baseado na propriedade fundamental da física quântica, que diz que você não pode medir o sistema sem alterá-lo. Você pode até fazer medidas que não alteram certa propriedade do sistema, mas vai alterar outra. Então, se uma pessoa tenta descobrir qual a mensagem que está sendo enviada, ela necessariamente modifica essa mensagem. Assim, tanto a pessoa que envia a chave, como aquela que a recebe, podem descobrir que houve uma observação dela e aí a chave deixa de ser confiável, pois comparando ambas elas mostram diferenças, salienta o pesquisador.

Quando perguntamos ao Prof. Luiz Davidovich se isso poderá se tornar uma realidade, o pesquisador respondeu Já é uma realidade. Com efeito, em 2007, as eleições em Genebra (Suíça) foram feitas eletronicamente e os votos foram transportados (para serem contabilizados) através da criptografia quântica. Se alguém quisesse violar um voto que fosse seria descoberto imediatamente. Segundo o nosso entrevistado, esse método está sendo usado também na Áustria e na Suíça para conectar matrizes de bancos às suas filiais, em distâncias curtas, mas esta realidade não fica por aqui.

Hoje, estão sendo feitos experimentos para o envio de chaves quânticas a grandes distâncias. Existe uma cooperação que está sendo realizada entre a China, Europa e Austrália, para fazer tudo isso através de satélites, ou seja, serão usados satélites artificiais para estabelecer chaves quânticas. Fantástico, não é? Então, essa é uma fase da informação quântica que já está sendo implantada, remata Davidovich.

Quanto à computação quântica, que é a segunda parte relacionada à primeira questão que colocamos, segundo o nosso entrevistado ela promete muito, tendo começado a despertar um grande interesse, principalmente em determinadas agências governamentais dos Estados Unidos da América, nomeadamente na NSA – National Security Agency, a partir do momento em que houve uma proposta de um matemático que trabalhava nos laboratórios da ATAT – American Telephone and Telegraph Corporation, que mostrou que alguém que possuísse um computador quântico poderia faturar um número em um espaço de tempo exponencialmente mais rápido do que num computador clássico. Mas, o que é faturar um número? Luiz Davidovich explica.

É decompor em números primos, explica o pesquisador. Por exemplo, 15=5×3. Até aqui, nada de anormal, todo mundo sabe isso. Agora, um número como 3.873.984, fica mais difícil descobrir os fatores primos dele. De fato, nos computadores clássicos, o melhor algoritmo conhecido hoje para faturar um número, leva um tempo relativamente longo. Por isso mesmo, a faturação de números grandes é a base do método criptográfico muito usado atualmente – método RSA -, extremamente utilizado quando estabelecemos contato com os bancos pela Internet. Assim, quem possuir um computador quântico vai poder quebrar todos os códigos existentes e daí a preocupação da NSA.

A partir desse pressuposto, a NSA implantou uma estratégia muito interessante: ela abriu completamente o tema, sem segredos, e através de funcionários altamente capacitados, começou a freqüentar as conferências para as quais eram convidadas pessoas de todo o mundo. Na China, que é onde decorre a maior parte dessas conferências, lá está sempre um funcionário de alto escalão (na maioria das vezes, matemático) devidamente credenciado e identificado pela NSA. A agência americana não quer saber de mais nada a não ser verificar se alguém violou algo, por forma a poder mudar imediatamente seus códigos. Contudo, para fazer com que um computador quântico fature números com mais eficácia de que um computador convencional teria que existir uma máquina com um poder quase inimaginável.

Esse computador imaginário teria que ter 1.000 qbits, colocando esse número num estado emaranhado, o que é algo extremamente difícil, quase impossível. Agora, se vai aparecer o computador quântico baseado nas idéias atuais, para quebrar códigos, eu tenho as minhas dúvidas. Por outro lado, atualmente estão sendo feitas demonstrações muito interessantes de computação quântica, usadas para simular sistemas físicos, e nessas simulações consegue-se fazer coisas extraordinárias, como, por exemplo, simular movimentos de camadas de ar na atmosfera, o que é um tema interessantíssimo para a área de meteorologia, explica o palestrante.

Luiz Davidovich versus Serge Haroche:

O Prof. Davidovich é amigo pessoal e um dos colaboradores brasileiros mais próximos de Serge Haroche, um dos vencedores do Prêmio Nobel da Física deste ano, e essa colaboração vem de há vinte ou vinte cinco anos. Davidovich desloca-se frequentemente a França, onde participa de conselhos de diversos organismos europeus, e propôs-se a falar um pouco sobre essa relação de trabalho com o pesquisador francês, que remonta ao ano de 1986, quando Luiz Davidovich ainda estava na PUC do Rio de Janeiro.davidovich_2-550

Foi graças a uma licença sabática que decidi ir para França, onde passei um ano com a equipe de Haroche. Quando cheguei lá, a minha intenção era fazer um experimento sobre um dispositivo chamado “micro-maser”: o maser é um laser que funciona na região de microondas, na área da luz. O “micro-maser” é um maser microscópico que funciona com apenas alguns átomos de cada vez, numa cavidade ressonante, e esse “micro-maser” era algo baseado na transição de dois fótons. Eu achei interessante e comecei a trabalhar na teoria desse “micro-maser”, uma teoria que, para essa especificação, ainda não tinha sido realizada. Cheguei na França com muita vontade e trabalhei dia e noite, durante fins-de-semana: eu estava cheio de “gás”. Então, deparei-me com problemas de vária ordem que levaram muito tempo para resolver – inclusive, houve um problema que eu resolvi, imagine, no cinema, em plena exibição de um filme. Então, o que eu fiz foi desenvolver essa teoria e o interessante foi que ela demonstrou que o experimento que estávamos planejando com Haroche tinha que ser modificado e mais tarde comprovou-se tudo isso, na experimentação. Foi fantástica essa experiência, esse trabalho em colaboração com Haroche e sua equipe, que tinham a particularidade de ter um humor deveras refinado, extraordinário, recorda nosso entrevistado, sorrindo.

Depois desse ano na França, Davidovich começou a viajar com freqüência para aquele país, sempre trabalhando junto com Haroche e sua equipe em diversos projetos e idéias, sendo que algumas delas não passaram para a fase experimental por falta de equipamentos, mas que, mesmo assim, estão prontas para isso, como é o caso da teleportação.

De fato, o nosso artigo sobre teleportação foi o primeiro a propor o experimento e, curiosamente, mostrou que dava para fazer a teleportação fazendo uma determinada operação lógica entre átomos e campo, que na verdade mais não era do que uma porta lógica alimentada por computação quântica. Claro que na época não sabíamos isso; apenas chamávamos de “porta de fase”. Seguidamente, trabalhamos na designada “Medida Quântica Não Demolidora”, propondo experimentos; no artigo que foi feito com base nesse trabalho conjunto com a equipe de Haroche – que é um dos artigos mais citados –, tivemos a idéia de fazer um experimento que envolveria a produção de um estado do campo eletromagnético análogo ao “Gato de Schrodinger”, teoria datada de 1935, da autoria do físico Erwin Schrodinger. Nesse experimento, seria produzido, numa cavidade, um campo que estaria numa superposição de dois estados, ou seja, uma cavidade acesa e apagada, ao mesmo tempo, uma superposição dessas duas situações. Era uma superposição que você pode interpretar cada uma delas de forma clássica – sabemos o que é uma cavidade acesa e o que é uma cavidade apagada, mas uma cavidade acesa e apagada, ao mesmo tempo, é difícil de imaginar, é impossível imaginar: é como o “Gato de Schodinger”, que está vivo e morto, ao mesmo tempo. No entanto, isso é uma possibilidade quântica. Na sequência desse artigo, publicamos em 1996 um outro artigo em que mostramos como é que poderia ser medida essa superposição, mostrando, igualmente, como é que, com o tempo, essa superposição quântica estranha se transforma numa alternativa clássica. Em outras palavras, as propriedades quânticas desaparecem devido ao contato daquele sistema com o ambiente, ou seja, o ambiente destrói as propriedades quânticas. Nós provamos isso, na teoria, explica Davidovich.

Esse experimento foi feito ainda no decurso de 1996 e foi muito badalado na época, exatamente pela propriedade da perda de coerência. Davidovich e Haroche tiveram ainda uma outra cooperação na área de laser, que incidiu sobre uma teoria do laser microscópico.

Foi um trabalho intenso nessa época. Em 1994 transferi-me para a UFRJ e a partir daí dediquei-me exclusivamente á teoria, ao ponto de criar um laboratório – para pasmo da comunidade de físicos. É um laboratório para teóricos, mas com uma interligação fortíssima com a área experimental, que acolhe nomes de grandes pesquisadores. São verdadeiramente fantásticos os resultados obtidos nesse laboratório, com artigos de grande impacto publicados em diversas revistas, como, por exemplo, a Nature ou a Science, recorda o pesquisador.

A colaboração com França deu e continua a dar ainda – e cada vez mais – frutos muito importantes, principalmente para a ciência brasileira. Luiz Davidovich e Serge Haroche orgulham-se de sua amizade e continuam a trocar experiências científicas e a se visitarem mutuamente. Contudo, existem outras colaborações científicas com França, não necessariamente com o grupo de Haroche, que têm contribuído – e muito – para o desenvolvimento da ciência nacional.

E os trabalhos nas universidades brasileiras estão aí, como prova disso.

 

Assessoria de Comunicação

22 de outubro de 2012

Encerramento

No final da tarde do dia 19, ocorreu o encerramento da 2ª edição da Semana Integrada do Instituto de Física de São Carlos (SIFSC).

Similar à abertura, o encerramento também foi realizado no auditório do IFSC “Prof. Sérgio Mascarenhas e contou com a presença expressiva de diversos alunos e docentes do IFSC.

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Ainda durante o encerramento, houve a premiação dos alunos de pós-graduação que, durante a SIFSC, apresentaram suas pesquisas em pôsteres e sessões orais, e as tiveram avaliadas por pesquisadores convidados e docentes do Instituto.

Depois da premiação, os participantes prestigiaram a apresentação do grupo “Raízes de Porto Ferreira”, com a dança-peça “Infectados”, também realizada no auditório, para, finalmente, dirigirem-se ao “Espaço Primavera” (prédio E1 da EESC/USP), para o coquetel de encerramento, também ao som de música.

19 de outubro de 2012

Semana Integrada do Instituto de Física de São Carlos

Após a realização da primeira edição, em 2011, a SIFSC– Semana Integrada do Instituto de Física de São Carlos tornou-se um dos principais eventos do Instituto, onde docentes, pesquisadores, estudantes de graduação e de pós-graduação e entidades convidadas comungam do mesmo espírito.

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Está aí a segunda edição da Semana Integrada do Instituto de Física de São Carlos (SIFSC), um evento que decorre entre os dias 16 e 19 de Outubro, idealizado e organizado pelos estudantes do Instituto, com o apoio da Diretoria da instituição, caracterizado por sua natureza inter e multidisciplinar e que reunirá cerca de seiscentos alunos de graduação e de pós-graduação, com uma programação rica em palestras científicas, debates, cursos e manifestações culturais.

Para além das suas componentes científica, pedagógica e cultural, o objetivo do evento é, também, promover nos estudantes o hábito de trabalhar em equipe e de incentivá-los a coordenar e gerenciar um evento com grande número de participantes: não é de estranhar que o SIFSC seja visto e entendido como uma ferramenta na formação profissional dos estudantes, nomeadamente para aqueles que formam a Comissão Organizadora do evento, com tarefas de grande responsabilidade, como, por exemplo, captação de recursos, divulgação, convite de personalidades para apresentação de palestras, elaboração da programação, gestão do evento, etc.

Embora seja um trabalho que entusiasma todos quantos estão envolvidos nesta II SIFSC, até pela experiência que alguns adquiriram na primeira edição, o certo é que as dificuldades também são muitas, aumentando, assim, o nível de responsabilidade, conforme explicam Raul Prado, aluno de Mestrado em Física de Partículas, e Hilde Buzza, Doutoranda em Terapia Fotodinâmica, ambos pertencentes à Comissão Organizadora do evento.

Com certeza que esta segunda edição da SIFSC será muito melhor que a anterior, até porque tivemos cuidado em não só manter o mesmo nível de qualidade em determinados vetores da programação de 2011, como melhorar substancialmente algumas particularidades que não estiveram muito bem na anterior edição. SIFSC350Assim, creio que conseguimos atingir neste ano um elevado grau de excelência no conteúdo deste evento, em relação à edição passada, continuando a manter o foco, que é unificar e mostrar, dentro e fora da comunidade do IFSC, e dentro e fora do Campus da USP-São Carlos, tudo o que o Instituto oferece em termos de pesquisa, refere Raul Prado, que fez parte da Comissão Organizadora da primeira edição da SIFSC.

Para Hilde Buzza (…) é um verdadeiro prazer organizar eventos como este, já que eu sou muito ativa e comunicativa; não paro quieta (…). Ao contrário de Raul, que é mais reservado, Hilde esbanja sorrisos e inquietação, não se detendo perante críticas, muitas vezes extemporâneas: para esta aluna, quanto mais críticas existirem, mais ela cerra os dentes na procura de soluções qualitativas: Organizar a SIFSC é um aprendizado e tanto. Mesmo quando estamos no início de tudo, quando conseguimos que as coisas fiquem perfeitamente alinhadas para, a partir daí, passarmos para a fase seguinte, alguém vem e critica. Contudo, isso não desmoraliza a equipe, muito pelo contrário. Faz-nos repensar e revisar tudo; muitas vezes as críticas são gratuitas, pois quando chegamos no “Dia-D” todas as palavras são de elogio perante o mesmo projeto inicial que tinha sido tão criticado. Mas faz parte deste nosso imenso aprendizado, comenta a aluna.

A SIFSC obriga a que não haja aulas no Instituto no período em que decorre o evento, sendo que a colaboração e participação dos docentes são fundamentais para o sucesso do mesmo: Compreendemos perfeitamente as preocupações que surgiram na anterior edição, relativas ao fato de as aulas ficarem interrompidas por quatro dias. No entanto, nesta segunda edição tudo convergiu na mesma direção, ou seja, que o sucesso da SIFSC se deve também e principalmente à participação dos docentes do Instituto neste projeto, com o seu entusias,o e envolvimento através da participação de seus alunos com apresentações de trabalhos, e na participação ativa dos próprios docentes, responsáveis na apresentação de palestras, cursos e workshops. Estou muito feliz, completa Hilde Buzza.

Para o Prof. Dr. Otávio Thiemann, Presidente da Comissão de SIFSCTHIEMANN350Pós-Graduação, a SIFSC tornou-se, de repente (só com duas edições), um dos principais eventos do Instituto, devido à sua multidisciplinaridade, às diversas vertentes da pesquisa que se faz no IFSC e que neste evento é mostrada a toda a comunidade: É muito interessante e benéfica a realização deste evento, porque existe a oportunidade de juntar, num único lugar todos os alunos de graduação e de pós-graduação de todas as áreas de pesquisa do Instituto de Física: a fazer isso, o evento também chama outros alunos e docentes de outras unidades do Campus da USP-São Carlos – e inclusive fora do campus -, pois a Física se interliga com a maior parte delas. Por outro lado, o SIFSC tem a particularidade de ser organizado pelos próprios estudantes, com o apoio da Diretoria do Instituto, sendo também muito importante para os docentes e pesquisadores do IFSC, já que os trabalhos que os alunos vão apresentar são os seus próprios trabalhos, muitos deles em co-autoria com pesquisadores de outras instituições. A SIFSC é, de fato, uma vitrina do próprio IFSC, refere o pesquisador.

De igual forma, o Presidente da Comissão de Graduação, Prof. Dr. Valmor Mastelaro, enaltece o evento, já que para este docente a SIFSC é uma oportunidade soberana para que os alunos de graduação possam mostrar os seus SIFSCVALMOR350trabalhos de Iniciação Científica aos docentes do IFSC, aos pesquisadores convidados, a todos os docentes do Campus da USP-São Carlos e à comunidade são-carlense, além de terem a oportunidade de trocar opiniões e experiências com os alunos de pós-graduação: A SIFSC é um exemplo claro de que é possível congregar alunos de graduação e de pós-graduação em um único evento com caráter inovador, que apresenta uma perspectiva geral dos diferentes campos da pesquisa que se faz no Instituto. A interação entre alunos de graduação e de pós-graduação com pesquisadores irá facilitar a tomada de conhecimento das múltiplas possibilidades de realização de trabalhos de pesquisa no Instituto após o término de seus cursos. O IFSC está criando uma cultura com este evento denominado SIFSC e a Diretoria da instituição é responsável por este sucesso, sendo que os docentes se mostram muito entusiasmados com a realização desta verdadeira “vitrina” do IFSC, enfatiza Mastelaro.

Na opinião do Diretor do IFSC, Prof. Dr. Antonio Carlos Hernandes, o SIFSC, embora ainda na sua segunda edição, já se transformou em um dos principais eventos do Instituto: A SIFSC entusiasmaHERNANDES250 e mobiliza os estudantes, promove uma maior integração entre nossa comunidade, que tem crescido e se internacionalizado a cada ano. Nesta segunda edição, gostaria de destacar a palestra de divulgação à comunidade são-carlense Surpresas do Mundo Quântico, inserida no programa Ciência às 19 Horas, as apresentações de teatro e o workshop com empresas de base tecnológica, além das inúmeras palestras que serão apresentadas pelos docentes do IFSC e de outras unidades da USP-São Carlos, refere Hernandes.

Por outro lado, a SIFSC reserva momentos singulares. Por exemplo, os participantes de graduação e pós-graduação, com apresentação de trabalhos decorrentes de suas pesquisas, concorrerão ao Prêmio “Yvonne Primerano Mascarenhas“, criado por iniciativa da diretoria do IFSC em 2011 para valorizar trabalhos de alto nível. Esses prêmios consistem num estágio em laboratório, no exterior, por até três meses, incluindo despesas de transporte e uma bolsa de 1.200 euros ou 1.500 dólares americanos, por mês. Nesta segunda edição da SIFSC serão entregues quatro prêmios: dois para os alunos de Iniciação Científica e outros dois para os pós-graduandos (1 mestrado e 1 doutorado).

Por último, o Diretor do IFSC fez questão de enfatizar o trabalho da Comissão Organizadora do evento: Foi uma equipe extremamente profissional com que tive a honra de compartilhar momentos agradáveis, e a eles estou grato. Também gostaria de dar uma palavra de agradecimento aos docentes e servidores não docentes do IFSC pelo apoio ao evento, às Comissões de Graduação, de Pós-Graduação, de Pesquisa e de Cultura e Extensão do IFSC, e às Pró-Reitorias de Graduação, de Pós-Graduação e de Pesquisa, Cultura e Extensão da Universidade de São Paulo, pelo apoio na divulgação, no processo de avaliação dos trabalhos de pesquisa e por aportar parte dos recursos financeiros necessários para a execução deste grande evento.

Para acessar a programação do evento, siga o link abaixo:

SIFSC-2012

Assessoria de Comunicação

18 de outubro de 2012

Docente do IFSC é indicado

Em 27 de setembro deste ano, o docente do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Vanderlei Salvador Bagnato, foi eleito membro da Pontifícia Academia de Ciências (Vaticano), por indicação do próprio Papa Bento XVI.

A Academia, fundada em 1603, tem o objetivo de promover o progresso da matemática, física e ciências naturais e o estudo de problemas epistemológicos que lhe dizem respeito.

De acordo com estatuto da Academia, os membros são escolhidos “com base em seus estudos científicos eminentes e pelo conhecimento de sua personalidade moral, sem nenhuma discriminação ética ou religiosa, e nomeados para a vida, por um ato do Santo Pai”.

Outros dois brasileiros já fizeram parta da Pontifícia Academia de Ciências: Crodowaldo Pavan (falecido em 2009) e Carlos Chaga Filho (falecido em 2000), este último tendo exercido a presidência da Academia por 16 anos.

Também este ano, em janeiro, o Papa Bento XVI elegeu o cientista brasileiro, Miguel Nicolelis, como membro ordinário da Academia. Nicolelis, atualmente, é professor de neurociências da Duke University (EUA)

Assessoria de Comunicação

18 de outubro de 2012

No IFSC: Workshop “Meet the Editors”

Decorre nos próximos dias 25 e 26 de outubro, no Auditório Prof. Sergio Mascarenhas (IFSC-USP), a terceira edição do workshop intitulado Meet the Editors – Scientific Writing, um evento especialmente dedicado a redação científica.

orador1O programa inclui tutoriais que cobrem vários aspectos do processo de escrita científica, com a participação de conhecidos editores de revistas científicas dedicadas à área da Física.

Assim, estão confirmadas as presenças de três ilustres palestrantes, a saber:

Laurens Molenkamp (Alemanha), editor da Physical Review-B, foi agraciado este ano, com a APS Oliver E. Buckley Condensed Matter Physics Prize. Os interesses de pesquisa de Molenkamp estão relacionados com transporte quântico em nanoestruturas, spintrônica e espectroscopia óptica de semicondutores.orador2

Jessica Thomas (USA) foi uma das responsáveis pela criação da revista Nature Nanotechnology. Em 2008, Jessica entrou para a Sociedade Americana de Física – entidade responsável pela publicação das revistas Physical Review e Physical Review Letters – com a missão de lançar a revista eletrônica Physics, onde desempenha o cargo de editora desde 2011.

Karie Friedman (USA): ela trabalhou por muitos anos como editora, primeiro em pequenos jornais literários e mais tarde no Michigan State University Press, de onde se transferiu para trabalhar na APS, mais precisamente no jornal RMP – Reviews of Modern Physics, onde ocupou o cargo orador3de editora-assistente, tendo trabalhado com editores famosos, como, por exemplo, David Pines e George Bertsch. Entre 2006 e 2010, Friedman ocupou o cargo de editora no jornal online ICAMNews, órgão informativo do Institute for Complex Adaptive Matter. Friedman escreveu a peça clássica Writing a Better Scientific Article, considerada uma parte essencial do Style Guide of the Reviews of Modern Physics.

Este workshop, que conta com o apoio da Pró-Reitoria de Pesquisa da USP – Universidade de São Paulo e IFSC/CPq, é uma oportunidade única para que docentes e alunos de graduação e de pós-graduação possam interagir de perto com conhecidos editores de revistas científicas e de aprender com eles o básico da escrita científica ou formas de a melhorar.

Assessoria de Comunicação

17 de outubro de 2012

Exposição de livros

Ligada à programação da II Semana Integrada do Instituto de Física de São Carlos (SIFSC), a Livraria Editora da Física promove a exposição de livros de física, matemática e áreas afins no hall de entrada do Espaço Primavera, localizado no prédio E1 da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP).

A exposição ocorre paralela às palestras e eventos da SIFSC, inclusive no horário noturno.

Assessoria de Comunicação

17 de outubro de 2012

Surpresas do Mundo Quântico

Integrada na II SIFSC – II Semana Integrada do Instituto de Física de São Carlos, decorreu no dia 16 de outubro, pelas 19 horas, no Auditório Prof. Sergio Mascarenhas, mais um programa Ciência às 19 Horas, onde, na circunstância, o Prof. Dr. Luiz Davidovich, docente do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro, apresentou a palestra intitulada Surpresas do Mundo Quântico.

Tendo em conta que no início do século XX uma revolução conceitual transformou a visão que até aí se tinha dos fenômenos naturais, a nova física quântica, desenvolvida por jovens como Einstein, Heisenberg, Schrodinger, Dirac, Bohr, Born, Pauli e outros, revelou que as leis que regem o comportamento do mundo microscópio violam a intuição obtida através da observação dos fenômenos macroscópicos que fazem parte de nosso quotidiano.

Apesar de seu aspecto contra-intuitivo, as surpreendentes propriedades do mundo quântico resultaram, ainda no século XX, em aplicações importantes, como o laser, o transistor e ressonância magnética nuclear.

No início do século XXI, questões importantes sobre sutis efeitos quânticos permanecem sem resposta, ao mesmo tempo que novas ideias surgem sobre outras possíveis aplicações, envolvendo a codificação de informações (criptografia) e computadores quânticos.

A palestra do Prof. Davidovich apresentou uma introdução aos fenômenos quânticos e algumas das possíveis aplicações que estão sendo consideradas atualmente.

Este evento teve entrada franca e foi aberto à comunidade são-carlense.

Assessoria de Comunicação

16 de outubro de 2012

Abertura do evento aconteceu ao som de música

No início da tarde desta terça-feira, 16, o auditório do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) “Prof. Sérgio Mascarenhas” sediou a abertura da 2ª edição da “Semana Integrada do Instituto de Física de São Carlos (SIFSC)“.

Contando com a presença de alunos de graduação, pós-graduação e docentes do IFSC, além de palestrantes convidados, a SIFSC foi aberta ao som de violão e flauta transversal, instrumentos tocados por alunos da própria pós-graduação do Instituto, Ricardo N. Santos e Matheus Postigo.

Depois da apresentação musical, foi a vez dos docentes Antonio Carlos Hernandes (diretor do IFSC), Valmor Roberto Mastelaro (presidente da comissão de Graduação), Otávio Henrique Thiemann (presidente da comissão de Pós-Graduação), Antonio José da Costa Filho (presidente da associação de ex-alunos do IFSC) e Tito José Bonagamba (representante dos ex-alunos) comporem a mesa de honra e oficializarem a abertura do evento.

Depois de cada um dos docentes fazer breves pronunciamentos, o professor Hernandes aproveitou a oportunidade para anunciar os ganhadores do 3º Concurso de Fotografias do IFSC.

No final da abertura da SIFSC, os organizadores do evento prestaram uma breve homenagem ao docente, Tito Bonagamba, que recebeu uma placa de agradecimento por todas as suas ações e colaborações pelo tempo em que presidiu a comissão de Pós-Graduação do Instituto (de 2006 a 2012).

Logo após a abertura, que durou cerca de uma hora e meia, teve início a primeira palestra do evento, ministrada pelo docente da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Celso Pinto de Mello.

A programação completa da II SIFSC, com término programado para o dia 19, pode ser acessada através do site do evento.

Confira, abaixo, algumas fotos da abertura da II SIFSC.

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Assessoria de Comunicação

16 de outubro de 2012

Manipulação de partículas quânticas sem causar destruição

Em 1943, Antoine de Saint-Exupéry escreveu que “o essencial é invisível aos olhos”. Hoje, os estudos fundamentais de física nos ensinam o mesmoPremios_Nobel-12, ao apresentarem-nos uma teoria, “invisível” e essencial, que revolucionará nossas vidas nos próximos anos: a Mecânica Quântica.

Assim, foi graças aos estudos relacionados a essa teoria, iniciados na década de 60 e “encorpados” no final do século XX, que os pesquisadores Serge Haroche (College de France– França) e David Wineland (University of Colorado- EUA), conseguiram ganhar o prêmio Nobel de Física de 2012 e abocanhar um prêmio de R$2,4 milhões, na última terça-feira, 9 de outubro.

Os cientistas receberam o prêmio por terem conseguido manipular partículas quânticas, sem destruí-las. Mas, o que isso significa e como pode alterar nosso cotidiano?

Muitos estudos fundamentais de ciências básicas não têm influência imediata ou direta em nossas vidas. Esse não é o caso. Com o desenvolvimento das pesquisas de Haroche e Wineland, em pouco tempo poderemos ter computadores mais velozes, códigos criptográficos inquebráveis e relógios com precisão nunca vista antes. Isso porque os cientistas conseguiram manipular a matéria a nível quântico.

Wineland-3Manipular, nesse contexto, significa ser capaz de controlar o movimento de átomos e fótons (partículas de luz) para tirar informações de tais elementos. Informações que podem se resumir às propriedades dessas partículas, observáveis somente no mundo quântico, ou seja, naquilo que é “invisível aos nossos olhos”. “No mundo clássico, só de olhar para um objeto, conseguimos enxergá-lo, ou seja, absorver suas informações. Isso só é possível no mundo quântico através de interações com o objeto. Medir ou observar átomos influencia seu estado quântico”, explica o pesquisador do Grupo de Ressonância Magnética do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e docente recém-contratado do Instituto, Diogo Soares Pinto.

Ou seja, para extrair informações de partículas tão pequenas é preciso perturbá-las. E o que os ganhadores do Nobel fizeram foi criar técnicas capazes de fazer essa perturbação, extrair as informações que desejavam e repetir o difícil experimento diversas vezes.

Haroche criou uma cavidade eletromagnética e passou átomos por ela, conseguindo, com isso, manipular o campo eletromagnético e preparar um estado quântico para usá-lo na realização de qualquer experimento, como teletransportação. Wineland fez o contrário: aprisionou íons (átomos com carga negativa) e jogou fótons em cima deles para manipular os estados quânticos desses átomos. “Foram duas pesquisas complementares que abriram um mundo de possibilidades”, afirma Diogo.

Velocidade máxima

As informações extraídas desses estados quânticos são tão poderosas que já revolucionaram a tecnologia sem darmos conta disso. A manipulação da matéria, a nível quântico, já influencia tecnologias de comunicação (com o uso de fótons para comunicação a longas distâncias), informação (criptografia e computadores) e metrologia (precisão de medidas), só para citar alguns exemplos. “Existem teorias que só podem ser comprovadas no mundo quântico e cada vez mais as pessoas buscam o entendimento desse novo mundo”, diz Diogo.

Haroche-2Pelo andamento das pesquisas e tendo em mente a maior atenção que os estudos ganharão com os trabalhos dos vencedores do Nobel, a tecnologia pode popularizar-se com maior velocidade. O primeiro computador quântico foi vendido o ano passado para a empresa de armamentos Lockheed. “Se o computador quântico vendido é realmente melhor do que os que temos agora, ainda não sabemos. O importante foi a utilização de leis da Mecânica Quântica para colocar a máquina em funcionamento”.

Fazendo-se uma breve retrospectiva, vê-se que o século XIX foi o da termodinâmica, alavancada pela Revolução Industrial. O século seguinte foi guinado pelo eletromagnetismo, com as comunicações via satélite. No século XXI, a bola da vez, ao que tudo indica, é a Mecânica Quântica. E ela já existe, afeta nossas vidas e, cada vez mais, tem-se tornado essencial, mesmo sendo invisível aos nossos olhos.

Em 1993, um artigo científico foi publicado na Revista de Física Aplicada da Sociedade Brasileira de Física (SBF). A publicação, redigida no Brasil, teve como autores o prêmio Nobel de Física deste ano, D. Wineland, e o vencedor do Nobel de Física de 1997, W. Phillips, além do professor do IFSC, Vanderlei Bagnato, e o pesquisador, G. Lafyatis. Para acessar o artigo (em inglês), clique aqui.

Todas as imagens acima foram retiradas do site http://www.nobelprize.org/nobel_prizes/physics/.

Assessoria de Comunicação

15 de outubro de 2012

IFSC recebe os novos alunos

Alegria, entusiasmo, perspectiva, ansiedade, medo: esses sentimentos sempre se misturam na mente dos alunos recém-aprovados em cursos superiores, não importa em qual curso ou universidade estejam ingressando. Não foi diferente SRcom novos alunos dos cursos de graduação do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP).

Num misto de brincadeiras e movimentação de pais e alunos na sala 147 do prédio dos Laboratórios de Ensino de Física (LEF) para realização da matrícula, entre os dias 8 e 9 de fevereiro o IFSC recebeu os alunos aprovados na primeira chamada da FUVEST. Enquanto parte deles fazia sua matrícula, a outra participava da recepção, providenciada pelos veteranos do curso.

Jevair Norberto de Souza, mesmo enquanto realizava o curso técnico de tecnologia em produção sucroalcooleira, tinha vontade de lecionar. Sua persistência e dedicação- depois de uma tentativa mal sucedida no IFSC- levou-o a conquistar uma vaga no curso de Licenciatura em Ciências Exatas. “Eu já tinha prestado a prova para estudar aqui e não passei. Depois que concluí o curso de tecnólogo, resolvi fazer outra tentativa e consegui”, comemora o calouro.

A mãe, Lucilene, que o acompanhou para fazer a matrícula, não esconde a felicidade e confessa que sempre incentivou o filho em suas escolhas. “Não tive a oportunidade de estudar e ajudei meus filhos no que pude para que eles pudessem fazer faculdade. Procuro sempre ajudar, pois os estudos devem ser uma prioridade”, afirma.

Gabriela Romano Ulian, também aprovada na Licenciatura em Ciências Exatas, ainda não conseguiu digerir o que a espera. Com apenas 18 anos e vinda de Tabatinga (interior de São Paulo), conta que, desde pequena, tem vontade de lecionar. Sobre suas expectativas em estudar em uma das melhores universidades do país, ela diz que “não tem como explicar! É tudo muito novo! Dá uma sensação de liberdade e também um pouco de medo de estar vindo a uma nova cidade. Eu me perco fácil”, brinca.

Sobre o curso que iniciará em menos de um mês, ela conta que já olhou a grade curricular e acredita que fez a escolha certa e, em SR-3suas palavras, “se sairá bem”.

A matrícula, que durou da manhã da última quarta-feira até a tarde da quinta, foi bem movimentada, não só no IFSC, como em todas as Unidades do campus.

Depois da matrícula

Para o início das aulas, marcadas para 27 de fevereiro, já terá início a XIV Semana de Recepção aos Calouros da USP, que contará com atividades esportivas, diversas palestras, entrega de prêmios, visitas aos laboratórios de pesquisa, entre outras coisas.

No último ano, o IFSC recebeu o prêmio de melhor Semana de Recepção aos Calouros. Este, ganho por votação unânime, ficará exposto, durante um ano, no prédio do LEF.

Para ter acesso à programação da Semana, clique aqui.

Assessoria de Comunicação

15 de outubro de 2012

Semana entre os dias 12 e 18 de outubro

A semana promete chuva! O Sol nasce por volta de 5h45 e se põe a Oeste em torno de 18h15. A Lua cheia sai definitivamente de cena nesta semana quando entra em oposição entre a Terra e o Sol, deixando o céu escuro e propício para observação neste inicio de primavera em São Carlos.

O_Ceu_sobre_So_CarlosNa madrugada de 12 de outubro, a Lua visitará, quase evanescente, a deslumbrante “estrela matutina”, Vênus, na constelação de Leão a Leste (clique aqui para ver ilustração 1).

A Lua nova ocorrerá em 15 de outubro, quando nosso satélite natural reaparece crescente, em forma de sorriso, a Oeste ao entardecer, e passará por Mercúrio no dia seguinte. Esse dia será marcado pelo perigeu*. Ela finaliza a semana participando de um trio harmonioso ao se aproximar dos astros vermelhos, Marte e Antares, em Escorpião a Oeste (clique aqui para ver ilustração 2).

Com a ajuda de São Pedro, na semana haverá uma boa oportunidade para ver Mercúrio reluzente no final da tarde a Oeste, próximo ao horizonte. O planeta ocupa a órbita mais interna e, por isso, evolui rapidamente na sua trajetória em torno do Sol. Ele deixa a casa de Virgem no início da semana, afastando-se do Sol para entrar em Libra no dia 18. Essa trajetória terá elongação máxima (24,5 graus do horizonte) no dia 26, quando o planeta realiza o movimento retrógado e retoma o movimento de volta rumo ao Sol a Oeste. O valor da elongação* máxima para Mercúrio (a leste ou oeste) varia entre 18 e 28 graus. Saturno finalmente se esconderá por poucas semanas na luminosidade do Sol e reaparecerá ao nascer do Sol, ainda em Virgem, próximo de Vênus.Chico-ceu-dica_1

Tire os finais de tarde para acompanhar a posição de Marte no céu. O planeta vermelho entra no dia 12 em Escorpião. Sem dúvida, esta é uma das constelações mais belas no céu, e o brilho de suas estrelas insiste em ignorar as fortes luzes da cidade de São Carlos. Além disso, Escorpião é uma das poucas constelações que realmente parece aquilo que seu nome diz (veja, novamente, a ilustração 2). Sua localização no céu é muito privilegiada, já que está posicionada sobre a Via Láctea. Uma atividade interessante é apontar um binóculo para essa região do céu e notar a quantidade de estrelas que aparece. Como já mencionado, Marte estará próximo da estrela vermelha, Antares (alfa de Escorpião). Observando a olho nu, Antares é extremamente parecida com o planeta Marte e terá, praticamente, o mesmo brilho. Fica como lição de casa a observação da aproximação sem igual dos dois astros para conferir a semelhança.

Júpiter continua estacionado em Touro por vários meses, ao lado da estrela alfa, Aldebaran, e poderá ser apreciado ao nascer por volta das 23 horas. Aqueles que apreciam o céu poderão ver quatro de suas “Luas Jovianas” com um binóculo ou um pequeno telescópio até o amanhecer.

Chico-ceu-dica_3Aproveite para apreciar uma das constelações mais interessantes do céu: Sagitário. Esta constelação se encontra ao lado Escorpião e pode ser vista ao anoitecer, no Zênite*, e fica visível até o amanhecer. Ela faz parte das constelações do Zodíaco e possui qualidades astronômicas inigualáveis. Primeiramente, o centro de nossa galáxia se localiza nos limites de Sagitário, portanto, é uma região repleta de estrelas. Sagitário, assim como Escorpião, é uma constelação que fica no “coração” da Via Láctea, faixa esbranquiçada que corta o céu e mostra o braço espiral da Galáxia. É uma região belíssima de se observar a olho nu.

Outro ponto interessante sobre Sagitário é que ela é a constelação com o maior número de objetos no catálogo de Messier, totalizando 15 objetos. Estes são, em geral, nebulosas, aglomerados estelares ou galáxias, e se parecem com estrelas bem difusas quando observados a olho nu. O nome se deve a Charles Messier, que foi o primeiro a catalogar todos esses objetos no século XVIII, totalizando 110. Na época, ele não sabia o que eram exatamente, mas resolveu catalogar tudo o que estava no céu que fosse diferente das estrelas. Esses objetos foram designados pela letra M junto a um número: M1, M2, M3 etc. Tentar encontrá-los no céu é diversão garantida de astrônomos amadores no mundo inteiro.

Previsões finais:

12 de outubro

A Lua estará a 6,5 graus ao sul de Vênus (ver “Mãos ao Céu” da semana anterior) . O planeta Marte entra em Escorpião

15 de outubro Lua nova às 7 horas
16 de outubro

Um “fiapo” de Lua crescente estará no seu perigeu e a 1,3 graus norte de Mercúrio ao pôr do sol

18 de outubro

A Lua visita Escorpião a 2 graus de Marte e Antares

Clique aqui para ver posição dos planetas no decorrer da semana.

*Glossário:
Perigeu
– momento em que a Lua passa pelo ponto mais próximo da Terra em sua órbita;
Elongação
– distância angular aparente de um planeta em relação ao Sol, isto é, o ângulo formado pelas direções Terra-Sol e Terra-planeta. Este valor é dado pelas diferenças de longitude celeste entre o Sol e o planeta;
Zênite
– posição do astro bem acima de nossas cabeças.

Previsão fornecida pelo docente do IFSC, Francisco Gontijo Guimarães.

Assessoria de Comunicação

11 de outubro de 2012

Curso de inglês para servidores técnicos e administrativos

O curso de idiomas VRERI abre novas vagas voltadas a servidores técnicos e administrativos do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP).

No momento, estão abertas 10 vagas para o curso de inglês (nível básico 1A).

Os interessados devem fazer sua inscrição entre os dias 15 e 19 de outubro, enviando manifestação de interesse, nome e número USP para o e-mail atac@ifsc.usp.br.

O curso é realizado totalmente a distância.

Para mais informações, basta acessar o site http://www.usp.br/internationaloffice/ou pelo e-mail idiomas.vreri@usp.br.

Assessoria de Comunicação

11 de outubro de 2012

Os estudos de Michael Berry (1984)

Em 1984, Michael Berry publicou um estudo onde mostra que a evolução cíclica adiabático de um sistema quântico no espaço de parâmetros apresenta, para além da fase dinâmica, uma diferença de fase com origem puramente geométrica.JOURNAL_CLUB11OUT2012

Ainda hoje, o conceito de fase Berry encontra várias aplicações, especialmente em física da matéria condensada, onde estudos recentes também mostram sua relação com isolantes topológicos.

A partir deste prólogo, Diego Paiva Pires, do IFSC, dissertou sobre o citado tema em mais uma edição de Journal Club, evento que decorreu no dia 11 de outubro, e onde através dos princípios da análise de Berry, o palestrante mostrou como determinar uma forma geral para a fase geométrica através da evolução adiabática de um sistema quântico.

Na sequência, Diego Pires lançou a discussão sobre as principais propriedades que caracterizam esta fase, tendo apresentado alguns exemplos simples.

Assessoria de Comunicação

11 de outubro de 2012

1Dia vai à Escola

Desde que foi lançado oficialmente no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), em 2011, o programa Universitário por Um Dia (1Dia) tem surpreendido pela quantidade de escolas interessadas em trazer seus alunos ao Instituto para que, durante uma manhã e tarde, tenham a oportunidade de conhecer a Unidade e, sobretudo, a Física, em seu formato prático.

No entanto, uma ação um pouco inusitada marcou o final do mês de setembro: foi quando a Escola Estadual “Manuel Gouvêa de Lima” (São Joaquim da Barra-SP) recebeu a visita do diretor do IFSC e idealizador do 1Dia, Antonio Carlos Hernandes, acompanhado do educador e coordenador do programa, Herbert Alexandre João, para proferir uma palestra a três turmas do terceiro ano do ensino médio da referida escola.

Hernandes, dirigindo-se a um público de 80 alunos, falou sobre o IFSC e a carreira do físico formado no Instituto, ao que se seguiu Herbert, que ministrou uma palestra ilustrada sobre a história da eletricidade, com demonstrações e experimentos práticos. “A visita à escola sempre traz benefícios a todos. Nós conhecemos a realidade da escola e, eventualmente, sugerimos algumas atividades. Entretanto, o mais gratificante é ver o brilho nos olhos dos alunos quando você fala que eles podem estar conosco participando do 1Dia e, principalmente, depois, como aluno do IFSC. A palestra é sempre de otimismo, mas deixamos clara a realidade atual para ingresso na USP, a necessidade de estudar bastante e, também, a importância de se estabelecer metas para a vida. Como falo: para ser aluno do IFSC não basta desejar somente, é preciso estudar muito e querer mais ainda. Se trabalhar duro será um cientista de sucesso”, refere Herbert.

A visita, ocorrida no dia 27 de setembro, teve dois propósitos: falar sobre a física e deixar os alunos ainda mais animados pa1Dia-5ra participação no 1Dia, que já estava marcada para o dia 3 de outubro. “Os alunos estavam muito ansiosos pela palestra e especialmente para conhecer os experimentos, como o gerador de Van Der Graaff. Todos participaram com perguntas! Quando recebi a turma no IFSC, eles ficaram impressionados com a estrutura e mostraram grande interesse nas informações sobre o vestibular e as carreiras acadêmicas”, relembra Herbert.

Na visita, como já era de se esperar, os alunos da E.E. não tiveram suas expectativas frustradas. A maioria, que nunca havia visitado um campus universitário, encantou-se com o Instituto, com as experiências de física realizadas na Sala do Conhecimento e com a possibilidade de se tornar um futuro estudante do ensino superior público.

Foi o caso de Amanda Cristina Poli, 17, que, desde a visita de Hernandes e Herbert, já começou a enxergar a física de outra maneira. “Nós sempre estudamos a parte teórica da física e eles [Hernandes e Herbert] nos mostraram a prática e esclareceram muitas dúvidas. Mesmo depois da palestra, ainda ficou a curiosidade e vontade de vir conhecer o campus”, conta a estudante que, duas semanas depois, participou do 1Dia e pela primeira vez pisou em um campus universitário público.

Quando questionada sobre o que viu no IFSC e no que acredita que seja possível ser implantado em sua escola, ela fala da biblioteca do Instituto. “Eu gostaria muito de uma biblioteca na escola e nem precisaria ser tão grande como a do IFSC”, comenta a aluna.

1Dia-4Entusiasmo semelhante demonstrou a professora de física da E.E., Alessandra Faria de Castro Maulin, que acompanhou os alunos durante o 1Dia. Em sua segunda visita ao IFSC (a primeira também foi através do programa), ela relembra a palestra proferida por Hernandes e Herbert na própria E.E. e afirma que foi muito proveitosa. “Os alunos ficam mais motivados, pois eles veem como as coisas acontecem e como estão ligadas ao dia-a-dia deles. Já até pedimos mais uma visita”.

Sobre a participação no 1Dia, ela destaca que a maioria dos alunos sequer sai da cidade para fazer visitas como essa. “O máximo que se conseguiu fazer foram participações em Feiras de Profissões”, lamenta a docente que, ao mesmo tempo, comemora o fato de ter conseguido uma vaga, este ano, para trazer os alunos ao Instituto.

Até o momento, o 1Dia já recebeu quase seis mil visitantes desde 2011. Diversas escolas já agendaram sua participação e já há visitas marcadas até dezembro deste ano, sendo que o recorde de visitas agendadas ocorre justamente no mês de outubro, no qual o IFSC se prepara para receber 785 alunos.

Para saber mais sobre o programa e agendamento de visitas, clique aqui.

Assessoria de Comunicação

11 de outubro de 2012

Novo servidor

O IFSC conta, a partir de 03 de outubro último, com a colaboração de mais um novo servidor que prestará serviço junto ao FFI/BM – Grupo de Biotecnologia Molecular.

O IFSC dá as boas-vindas a Filipe Palombo Stella.

Assessoria de Comunicação

9 de outubro de 2012

Inscrições abertas

No final de outubro, o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), através do docente do Grupo de Física Teórica (FFI-FT), José Carlos Egues de Menezes, realizará a 3ª edição do Workshop Meet the Editors.

O evento, que este ano terá como foco escrita científica, contará com a presença de editores científicos internacionais. São eles: Laurens W. Molenkamp (editor da Physical Review B), Jessica Thomas (editora da publicação Physics) e Karie Friedman (editora-assistente da publicação Reviews of Modern Physics).

As inscrições para o evento já estão abertas e podem ser feitas através do endereço http://www.ifsc.usp.br/~comissaopq/meettheeditors2012/.

Os interessados em participar podem obter mais informações com o professor Egues, através do e-mail egues@ifsc.usp.br ou pelos telefones (16) 3373-9877 ou 3373-9760.

Assessoria de Comunicação

9 de outubro de 2012

Tecnologia comemora meio século

LEDMeio século atrás, exatamente nesta mesma data (9 de outubro,) o inventor estadunidense, Nick Holonyak Jr., apresentava ao mundo o Light Emitting Diode, mais conhecido pelos brasileiros como Diodo Emissor de Luz ou, simplesmente, LED.

Pouco antes de ser apresentada ao mundo, Holonyak, com sua descoberta em mãos, procurou pela empresa General Eletric (GE) para mostrar sua invenção, quando uma equipe de cientistas e engenheiros já explorava aplicações de semicondutores e criava os tiristores e retificadores, que vieram antes dos diodos modernos.

Finalmente, em 1962, Holonyak operou, pela primeira vez, uma liga de laser semicondutora visível e, passados 50 anos, essa tecnologia se tornou “comum” e já está incorporada como fonte de luz em inúmeras aplicações.

Sobre o LED

LEDs são pequenas fontes de luz ou chips finos, que se tornam iluminados pelo movimentos dos elétrons, através de um material semicondutor.

O fato de o primeiro LED ser vermelho não foi uma opção estética, mas sim a cor que resultou da construção de camadas de cristais semicondutores e da adição de químicos usados para determinar a cor do diodo emissor de luz.

As aplicações de LED, hoje, são variadas e de diferentes graus de complexidade. No Instituto de Física de São Carlos (IFSC), por exemplo, pesquisadores do Grupo de Óptica (GO) já realizam algumas pesquisas utilizando-se da tecnologia, com foco, especialmente, na área de saúde.

Assessoria de Comunicação

 

9 de outubro de 2012

Dielectric characterisation of two vinylidenfluoride based terpolymers with different composition

Decorreu no dia 09 de outubro, pelas 16h30, no IFSC, o simpósio intitulado Dielectric characterisation of two vinylidenfluoride based terpolymers KUEHLEwith different composition, apresentado pelo Prof. Till Kuehle, docente da Podstam University, Alemanha, e professor visitante no Instituto de Física de São Carlos.

Nesta palestra, Kuehle dissertou sobre a caracterização de polímeros fluorados elétricos com diferentes composições e estruturas, tendo explicado, detalhadamente, as aplicações do estudo que o mesmo está fazendo nesta área do conhecimento, em sua universidade.

Assessoria de Comunicação

9 de outubro de 2012

Ganhador já passou por São Carlos

Um francês e um estadunidense são os ganhadores do Nobel de Física de 2012. Propondo inovadores métodos experimentais que permitem a medição e manipulação de partículas quânticas individuais, os cientistas Serge Haroche (College de France– França) e David Wineland (University of Colorado– EUA) venceram o prêmio deste ano que, devido à crise financeira mundial, foi reduzido para 8 milhões de coroas suecas ( U$1,2 milhões OU R$2,4 milhões).

De acordo com o site da Sociedade Brasileira de Física, “a sutileza do mundo quântico chega a ser cruel. Ao tentar medir o estado de uma única partícula, a tendência é destruí-lo pela simples interação. O prêmio Nobel deste ano foi para dois pesquisadores que conseguiram driblar essa dificuldade e, com isso, revolucionaram o estudo das regras básicas da natureza que regem as menores escalas”.

Em 1989, Wineland foi um dos participantes de um curso de verão ocorrido no, então, Instituto de Física e Química de São Carlos (IFQSC/USP). Na ilustração abaixo, ele posa para uma fotografia, junto de outros participantes do curso, alguns deles, hoje, docentes do próprio IFSC/USP.

Nobel-2012

Imagem cedida pela docente do IFSC, Tereza Cristina da Rocha Mendes

Assessoria de Comunicação

9 de outubro de 2012

Pesquisadores de todo o mundo se reúnem para discutir novos materiais

Entre os dias 23 e 27 de setembro, a cidade de Florianópolis (SC) conseguiu reunir cerca de 1.700 pesquisadores, vindos de 27 diferentes países do globo. O número expressivo deveu-se ao 11º Encontro da Sociedade Brasileira de Pesquisa em Materiais (SBPMat), no qual físicos, engenheiros, biólogos, farmacêuticos, entre outros, juntaram-se para ouvir e falar sobre pesquisas diversas, focadas no aprimoramento e desenvolvimento de novos materiais, um dos grandes temas da ciência contemporânea.

“Toda tecnologia que temos, hoje, ligada a telecomunicações ou informática, depende de estudos ligados ao desenvolvimento de materiais. Outra área que se beneficia da pesquisa de materiais é a medicina, especialmente para produção de novos medicamentos”, explica o docente do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e um dos palestrantes do evento, Osvaldo Novais de Oliveira Jr., justificando a importância do encontro.

SBPMat-2Entre plenárias, mini cursos, sessões orais, simpósios, palestras e sessões de pôsteres, ocorrendo no evento paralelamente, os participantes tiveram chance de saber mais sobre eletrocerâmicas, nanotecnologia, eletrônica orgânica e spintrônica, semicondutores, polímeros nanoestruturados etc.

Por terem estudos relacionados à maioria das temáticas discutidas no encontro, alguns docentes do IFSC proferiram palestras. Foram eles: Osvaldo Novais de Oliveira Jr., Roberto Mendonça Faria (presidente da SBPMat) e Valtencir Zucolotto. Além disso, o encontro foi aberto pelo docente e um dos fundadores do IFSC, Sérgio Mascarenhas, que recebeu o Prêmio “Costa Ribeiro” (criado recentemente pela SBPMat).

Outros assuntos também estiveram em pauta, especialmente aqueles relacionados à transferência de tecnologia e inovação. O docente, Roberto Mendonça Faria, participou de uma mesa-redonda, na qual o debate focou tal temática, tendo como gancho um documento redigido em 2011 por ele próprio, com a colaboração de outros pesquisadores, que resultou no livro Ciência, tecnologia e inovação para um Brasil competitivo, e que discute, exatamente, a transferência tecnológica brasileira das Universidades para as empresas.

SBPMatOutra ênfase foi dada às pesquisas de novos materiais ligadas à nanotecnologia. “A Nanotecnologia tem sido uma grande aliada no design e desenvolvimento de novos materiais, nos quais propriedades melhoradas ou totalmente novas, e para aplicações específicas, podem ser obtidas a partir do processamento da matéria na nanoescala”, explica Zucolotto. “Esses novos materiais encontram aplicações em praticamente todos os setores, desde computação até Medicina”.

O público-alvo do evento, embora tenha sido majoritariamente formado por pesquisadores, congregou alunos de graduação, pós-graduação e pós-doutorado, além de professores universitários e de institutos de pesquisa. “Mais da metade dos participantes era formada por alunos, algo muito importante, pois evidencia as perspectivas do crescimento das pesquisas nessa área em nosso país”, afirma Osvaldo.

O docente destaca o simpósio ministrado pelo estadunidense, Michael Steven Strano, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), intitulado Advances in Understanding the Chemistry of Graphene and Carbon Nanotubes: Fundamentals and Applications, no qual Michael fez conexões dos estudos de grafeno aos da biologia.

A grande importância do evento mora nas parcerias firmadas entre instituições e pesquisadores. Osvaldo destaca o grande número de participantes estrangeiros, que ele acredita que tenha sido 10% do número total de inscritos. “Tal fato mostra que o Brasil tem, realmente, ganhado evidência lá fora, no que diz respeito à pesquisa científica e tecnológica”, diz.

O próximo encontro da SBPMat já tem data e local: ocorrerá entre 29 de setembro e 3 de outubro de 2013, em Campos do Jordão (SP). E, ao que tudo indica, repetirá o sucesso do último encontro que, ao comemorar 11 anos, prova que a discussão sobre pesquisas em materiais no Brasil já está consolidada, bem como a boa reputação do país no que diz respeito às pesquisas nessa área.

Imagens cedidas pela SBPMat

Assessoria de Comunicação

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