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31 de março de 2022

IFUSP: Pós-Doutorado em Física de Fluidos Complexos com Bolsa da FAPESP

O grupo de Fluidos Complexos do Instituto de Física da USP oferece uma oportunidade para pós-doutorado, com Bolsa da FAPESP, junto ao Projeto Temático “Propriedades estruturais e biofísicas de lipoproteínas nativa e modificada”. Com coordenação do professor Antonio Martins Figueiredo Neto, do Instituto de Física da USP, o projeto reúne pesquisadores da UNIFESP, USP e UNESP.

O bolsista desenvolverá projetos na área de caracterização estrutural de lipoproteínas utilizando métodos de espalhamento de raios X, técnicas de óptica linear e não-linear.

O candidato deverá ter experiência em técnicas de óptica não-linear e/ou espalhamento de raios X em baixos ângulos. O trabalho tem características multidisciplinares na medida em que as lipoproteínas a serem investigadas serão fornecidas por colaboradores médicos e odontólogos vinculados ao projeto temático. Em particular estamos interessados nos efeitos da COVID-19 e diabetes mellitus nas lipoproteínas, estrutura e função. O estudo das lipoproteínas apresenta grande interface com a físico-química dos cristais líquidos liotrópicos.

O projeto será desenvolvido na USP com supervisão dos professores Antonio Martins Figueiredo Neto (IFUSP), Cristiano Pinto de Oliveira (IFUSP), Maria Cristina Izar (UNIFESP) e Nágila Damasceno (FSP-USP).

Os candidatos deverão enviar por e-mail sua inscrição para (afigueiredo@if.usp.br) com seu curriculum vitae (incluindo a lista de publicações), carta de apresentação e uma carta de recomendação. Uma entrevista a distância será realizada com os candidatos.

A vaga está aberta a brasileiros e estrangeiros.

O selecionado receberá Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP no valor de R$ 8.479,20 mensais e Reserva Técnica. A Reserva Técnica de Bolsa de PD equivale a 15% do valor anual da bolsa e tem o objetivo de atender a despesas imprevistas e diretamente relacionadas à atividade de pesquisa. A duração da bolsa é de um ano, podendo ser prorrogada por mais um período de um ano.

Caso o bolsista de PD resida em domicílio diferente e precise se mudar para a cidade onde se localiza a instituição-sede da pesquisa, poderá ter direito a um Auxílio-Instalação.

Mais informações sobre a Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP estão disponíveis AQUI.

Os candidatos interessados devem se inscrever até 2 de maio de 2022, enviando um email para o professor A. Figueiredo (afigueiredo@if.usp.br).

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

30 de março de 2022

Inscrições abertas para nova turma do Curso “Dança TUSP 60+”

Encontram-se abertas as inscrições para a TURMA II do curso “DANÇA TUSP 60+”, uma parceria entre o Teatro da USP, órgão da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão da USP, e o Grupo Coordenador de Atividades de Cultura e Extensão da USP de São Carlos.

O “DANÇA TUSP 60+” acontecerá entre os meses de março e junho, de forma gratuita e online, e atenderá pessoas de todo o território nacional. O objetivo é promover bem estar físico e mental a partir de um programa que contempla exercícios de alongamento, flexibilidade, coordenação, equilíbrio e postura.
Para participar da atividade não é necessário ter experiência com dança e os interessados não precisam ter vínculo com a Universidade e devem ter mais de 60 anos.

Esta inscrição tem o objetivo de reunir pessoas para uma nova turma, e, caso não haja número suficiente de inscritos, ela não acontecerá.

Para todos os que já se inscreveram na turma às quintas-feiras, as aulas ocorrerão normalmente.

Período de realização do curso: 30 de março a 15 de junho de 2022 – quartas-feiras, 17h00/18h00

Curso On-line via Plataforma Zoom – Coordenação: Késsia Marçal – TUSP – Campus São Carlos

Para se inscrever, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

29 de março de 2022

IFSC/USP/Santa Casa de São Carlos iniciam novo tratamento – Combate e prevenção à mucosite

O Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), em parceria com a Santa Casa da Misericórdia de São Carlos (SCMS), através de um convênio estabelecido, está iniciando o tratamento de pacientes portadores de mucosite, no âmbito de um projeto de pesquisa coordenado pelo cirurgião-dentista Dr. Vitor Hugo Panhóca e pelo Prof. Vanderlei Salvador Bagnato, do Grupo de Óptica deste Instituto.

Dividido em sessões, este tratamento (gratuito) para combate e prevenção da mucosite irá ocorrer na Unidade de Terapia Fotodinâmica da Santa Casa de São Carlos, em pacientes encaminhados por médicos da instituição. “Na primeira sessão, fazemos uma desinfecção bucal e nas sessões posteriores utilizamos apenas a laserterapia. A duração das sessões é, em média, de 15 minutos”, explica o pesquisador do IFSC/USP, Vitor H. Panhóca.

A mucosite é uma inflamação da parte interna da boca e da garganta, que pode originar úlceras dolorosas e feridas nessas regiões, ocorrendo em até 40% das pessoas que recebem radioterapia e quimioterapia.

Pesquisas que se apoiam na utilização da luz para o diagnóstico ou tratamento de doenças já são realizadas no Grupo de Óptica do IFSC/USP há muitos anos, sendo que elas têm sido revertidas diretamente para a sociedade, entre outras ações através da triagem de voluntários para testar os métodos e metodologias descritos nas diversas pesquisas do Grupo, que têm como base duas técnicas distintas, embora ambas com a utilização de luz.

A laserterapia é uma técnica que se baseia na aplicação de laser ou LED diretamente sobre a pele, permitindo que a luz seja absorvida e, desta forma, gere uma série de reações metabólicas para diversas funções, como emagrecimento, rejuvenescimento e tratamentos diversos na odontologia e em outras áreas da saúde.

O aparecimento da mucosite pode ser causado pela queda do sistema imunológico, quimioterapia, radioterapia da região da cabeça e pescoço e ainda por transplante de medula óssea.

Este tipo de atendimento tem o objetivo de promover uma melhora na técnica utilizada já pelo hospital Amaral Carvalho (Jau-SP), permitindo, desta forma, que os pacientes não fiquem debilitados com o tratamento de quimioterapia e radioterapia e que possam se recuperar mais rapidamente ao conseguir se alimentar sem dores causadas pelas lesões na boca.

Este atendimento está sendo realizado na Unidade de Terapia Fotodinâmica da Santa Casa da Misericórdia de São Carlos – Rua XV de novembro, sem número, ao lado do número 951.

Para mais informações, basta ligar no telefone (16) 3509-1351 e tratar com as secretárias Jaqueline ou Fernanda.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

28 de março de 2022

Programa “ALESP Cidadania” aborda a importância da Nanotecnologia

Entrevista com o Coordenador do GNano-IFSC/USP Prof. Valtencir Zucolotto

Numa entrevista de aproximadamente uma hora, no programa “ALESP Cidadania”, apresentado no passado dia 14 de março pelo jornalista Geremias Gomes, o Coordenador do Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia (GNano) do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Prof. Valtencir Zucolotto, explanou os conceitos da Nanotecnologia, comentando a sua importância nos contextos científicos nacional internacional. Uma explanação que foi corroborada e enriquecida com a participação de Elson Longo, Professor Emérito do Departamento de Química da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e Diretor do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF). Esta interessante conversa antecedeu as palestras que serão apresentadas pelos dois convidados e que ocorrerão no próximo dia 28 de março, com transmissão pelo Instituto Legislativo Paulista (ILP-ALESP).

Parece algo confuso para muitos quando se fala em Nanotecnologia. Contudo, dependendo da abordagem e da explicação que forem dadas, a interpretação fica muito clara, muito fácil de entender. No início de sua entrevista, Valtencir Zucolotto resumiu de uma forma perfeitamente compreensível qual é o conceito da Nanotecnologia, que mais não é do que um conjunto de técnicas e ferramentas cuja finalidade é construir nanomateriais, ou seja, materiais feitos de plásticos, cerâmicas e metais, entre outros, mas com tamanhos próximos aos de átomos ou moléculas, destinados a inúmeros setores – ambiente, agronegócio, medicina, energia, etc., tendo em consideração que “Nano” significa algo que é mil vezes menor que o diâmetro de um fio de cabelo.

Confirmadas pelo Coordenador do GNano, as áreas mais pesquisadas no Brasil, em termos de Nanotecnologia, são a saúde, a alimentação e a energia, que passaram a ter, desde meados do século XX, um impacto grande na sociedade com o surgimento de diversos problemas em escala mundial e que vêm sendo resolvidas paulatinamente, sempre tendo em atenção a necessidade de investimentos públicos e privados. “A utilização da Nanotecnologia para resolver os mais delicados e atuais problemas da sociedade tem tido resultados fantásticos, veja-se os cerca de dez mil produtos já registrados com base nessa nova tecnologia”, destacou Zucolotto em sua entrevista. Contudo, o exemplo mais importante salientado pelo Prof. Zucolotto consubstancia-se no trabalho que seu grupo de pesquisa desenvolve há vários anos na área da Nanomedicina, que se situa em uma interface entre a Nanotecnologia e a Biotecnologia, focada em resolver problemas relacionados com a saúde humana.

Nesse trabalho, o GNano dedica-se a dois vetores importantíssimos, que são a Nanotecnologia aplicada ao diagnóstico médico e a Nanotecnologia aplicada à terapia, conforme explicou o pesquisador em sua entrevista. “São duas áreas muito importantes, mas eu destacaria a segunda, cujo objetivo é, por exemplo, que uma nanocápsula transporte um determinado fármaco – quimioterápico – a células tumorais, depositando-o diretamente nelas e destruindo-as sem causar qualquer dano às células saudáveis. Essa é uma das aplicações e nessa área da Nanomedicina existem muitos e notáveis grupos de pesquisa trabalhando não só no nosso país, como também no exterior, mas por cá estamos praticamente em pé de igualdade com o que se faz lá fora”, pontua o pesquisador, acrescentando que por ser relativamente nova (ao menos na escala das ciências), a área da Nanotecnologia apresenta ainda um enorme espaço para que o Brasil se consolide como protagonista.

Na palestra que o Prof. Valtencir Zucolotto apresentará no dia 28 de março e cujo convite inicial partiu da FAPESP, os destaques estarão voltados exatamente para as áreas de diagnóstico e terapia, bem como para o fato da Nanotecnologia estar fazendo uma autêntica revolução em todos os setores, especialmente na medicina. Quanto ao trabalho dos cientistas, nesta área, o pesquisador enfatiza as palavras do Prof. Elson Longo “A Nanotecnologia é interdisciplinar, é um trabalho que se faz conjuntamente com vários cientistas, quer no campo macro, quer no micro”.

Para assistir a esta entrevista subordinada ao tema “Ciclo de Palestras – Nanotecnologia: A Tecnologia dos Átomos” , clique AQUI.

Para se inscrever e assistir a este evento, clique AQUI.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

25 de março de 2022

Prof. David Pritchard – Cientista do MIT recebe título de Professor Honorário do IFSC/USP

A Congregação do IFSC/USP, em sessão realizada recentemente, aprovou a proposta do Prof. Vanderlei Bagnato para outorgar o Diploma e Medalha de Professor Honorário do Instituto de Física de São Carlos ao Prof. Dr. David Edward Pritchard, docente e cientista do MIT, outorga essa que foi oficialmente concretizada numa cerimônia que ocorreu na manhã do dia 25 de março e que foi devidamente transmitida ao vivo pelo Canal Youtube do Instituto.

A cerimônia foi presidida pelo Diretor do IFSC/USP, Prof. Osvaldo Novais de Oliveira Junior, que esteve acompanhado pela Vice-Diretora do Instituto, Profª Ana Paula Ullian Araujo, e pelo proponente, representando a Congregação do IFSC/USP, Prof. Vanderlei Bagnato, o qual teve a missão de traçar o perfil do homenageado, até porque trabalhou alguns anos diretamente com o homenageado, sabendo bem o quanto ele se empenhou – e ainda empenha – em prol da ciência “O que foi devidamente reconhecido pela Conmgregação do IFSC/USP, que decidiu outorgar o título”, enfatizou o Prof. Vanderlei Bagnato em sua exposição inicial.

David Edward Pritchard nasceu em 15 de outubro de 1941, em Nova York, cursou o Instituto Tecnológico da Califórnia (Caltech) e ingressou em Harvard, onde obteve seu doutorado sob orientação dos Profs. Daniel Kleppner e Norman Ramsey (Que viria a ganhar o Prêmio Nobel de Física em 1989). O Prof. Daniel Pritchard é professor de física no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), tendo realizado experimentos pioneiros sobre a interação dos átomos com a luz, pesquisas que levaram à criação do campo da óptica atômica.

Segundo o Prof. Bagnato, o pioneirismo e a visão científica do trabalho do homenageado permitiram que largas dezenas de seus alunos e pós-doutorandos pudessem liderar pesquisas notáveis em diversas áreas da Física. “Independente de ter sido o principal responsável por diversas ideias que deram origem à conquista de três Prêmios Nobel – Wolfgang Ketterle, Eric Cornell e Carl Wiema (2001) – o Prof. Pritchard nunca quis incluir seu nome, preferindo que os louros fossem para seus alunos”, sublinhou Vanderlei Bagnato. Por outro lado, o Prof. David Pritchard desenvolveu área de conhecimento que contribuíram largamente para as pesquisas desenvolvidas por outros vencedores do Prêmio Nobel, como David Wineland e Serge Laroche (2012). “O Prof. Pritchard não foi Prêmio Nobel, mas criou diversos Prêmios Nobel”.

O homenageado pelo IFSC/USP teve e tem uma intensa colaboração com pesquisadores de nosso Instituto e de diversas universidades brasileiras.

Clique na imagem para assistir ao vídeo da cerimônia.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

25 de março de 2022

Colóquio e Aula Magna – “Academic Dishonesty Then and Now – and Confronting its Future”

O IFSC/USP retomou no dia 25 de março, às 10h30, o programa de “Colóquios do IFSC” após mais de dois anos de interrupção devido à pandemia de Covid-19.

Nesta retomada, já com a participação presencial dos novos alunos do Instituto e com transmissão ao vivo pelo Canal Youtube, o colóquio, que ocorreu no Auditório “Prof. Sérgio Mascarenhas”, se transformou, como anunciado anteriormente, em uma Aula Magna ministrada remotamente pelo Prof. Dr. David E. Pritchard, destacado docente e cientista do MIT – USA e que tem uma forte relação com o IFSC/USP, que dissertou sobre os casos de fraudes e/ou desonestidades acadêmicas praticadas por alunos e que na maior parte das vezes são detectadas, mas que tiveram uma maior incidência durante o período de pandemia.

Dessa forma, o palestrante descreveu como foram detectadas fraudes, como plágios grosseiros, cópias de artigos e transcrições, entre outras situações, no ambiente acadêmico, com ênfase  nos trabalhos remotos, incluindo nos MOOC’s (Massive Online Open Courses).

Baseado em literatura específica e estudos sobre esses, o Prof. David E. Pritchard apresentou dados consistentes sobre essas situações, tendo igualmente apresentado formas de melhor detectar e combater essas “desonestidades acadêmicas” em plena sala de aula.

Para visualizar esse Colóquio/Aula Magna, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

25 de março de 2022

AUCANI: International Summer University for Intercultural Leadership – Bahçeşehir University (Turquia)

Estão abertas até às 12h00 do dia 11 de abril as inscrições relativas ao Edital 1506 / 2022 da Agência USP de Cooperação Acadêmica Nacional e Internacional (AUCANI), para a pré-seleção de 2 (dois) estudantes de graduação da USP interessados(as) em concorrer às vagas oferecidas a estudantes com excelente desempenho acadêmico para participação no “Aladdin Project – International Summer University for Intercultural Leadership, na Bahçeşehir University – Turquia”, no período compreendido entre 17 e 31 de julho de 2022.

Este Edital e todas as republicações a ele referentes ficarão disponíveis na área pública do Sistema Mundus, opção ”Editais > Alunos de Graduação” (VER AQUI), (não é necessário login no sistema, nem filtro na busca pelo edital), sob o código 1506, até consumada a providência que lhe disser respeito.

Para esclarecimentos de eventuais dúvidas acerca de benefícios, requisitos gerais e específicos para a realização da mobilidade internacional, o candidato deve consultar a Comissão de Relações Internacionais (CRInt) da sua Unidade USP de origem (AQUI).

Para consultar este Edital, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

24 de março de 2022

Artigo de opinião – Prof. Osvaldo Novais de Oliveira Junior: O valor do conhecimento e o domínio da China

Laboratório na China

Por: *Osvaldo Novais de Oliveira Jr.

Embora o domínio do conhecimento sempre tenha sido preponderante para o poder de uma nação, essa importância tem sido amplificada no século 21, conforme nossa vida se torna cada vez mais dependente de conhecimento e tecnologia. De fato, houve uma mudança drástica na taxa de desenvolvimento tecnológico ao longo do século 20, a partir de descobertas sobre como a matéria é constituída. Com as teorias quânticas e da relatividade nas primeiras décadas do século 20, a humanidade aprendeu a manipular a matéria e criar novos materiais.

A biologia foi revolucionada e informações detalhadas sobre seres vivos levaram a novas terapias e abordagens para prevenção de doenças; foi possível desenvolver instrumentos sofisticados, como o computador. Para a humanidade, o resultado principal foi um ganho de tempo de vida e condições de conforto – para alimentação e moradia, por exemplo – impensáveis até o século 19. É incrível constatar que um cidadão comum hoje tem acesso a bens de consumo e conforto muito superiores aos de reis e rainhas de séculos passados.

Outra consequência importante é que a geração de conhecimento também cresceu enormemente. Se considerarmos as universidades e centros de pesquisa como arquétipos de instituições que produzem conhecimento, houve um aumento vertiginoso no número e tamanho dessas instituições. A pesquisa científica passou a ser ocupação de milhões de pessoas, gerando conhecimento e tecnologia em esforços que muitas vezes requerem milhares de cientistas, supercomputadores e “laboratórios” do tamanho de estádios de futebol. Empresas também se engajaram em pesquisa para desenvolver produtos e serviços, sem os quais não conseguem competir em um mercado cada vez mais exigente e sofisticado. Criou-se uma verdadeira “indústria” de geração de conhecimento. Um indicador relevante dessa transição está no crescimento no número de publicações científicas disponíveis e de patentes registradas.

Esses breves comentários sobre a evolução da pesquisa científica se aplicam ao mundo de modo geral, mas é na China que se identifica o exemplo recente mais marcante da importância do conhecimento. Até o início da década de 1990, a produção científica da China era, em termos numéricos, semelhante à do Brasil, e o país dispunha de pouca tecnologia produzida localmente. Pode parecer inacreditável, mas boa parte dos automóveis que então circulavam na China era importada do Brasil. Essa situação começou a se alterar com a decisão do governo chinês, à época, de investir em ciência parte dos recursos que auferiam da exportação de produtos manufaturados.

Muitas foram as iniciativas, em diferentes níveis de governo, para prover uma infraestrutura de pesquisa às universidades e formar acadêmicos. A formação de um grande número de cientistas em apenas algumas décadas foi possível porque a China já contava com uma educação pré-universitária de qualidade, mesmo antes dessa decisão mencionada.

Além dos incentivos para contar com uma base considerável de cientistas, o governo chinês adotou uma estratégia agressiva para premiar a qualidade e desempenho. Do ponto de vista dos cientistas, essa estratégia se refletiu em um aumento de rendimentos sem precedentes. Nos anos de 1990 os salários de professores universitários na China eram muito menores do que no Brasil. Hoje, cientistas bem-sucedidos lá têm salários (e benefícios) muito maiores. Os resultados das iniciativas chinesas estão amplamente demonstrados. A China é atualmente o país com maior número de publicações científicas, ultrapassando os Estados Unidos.

Na vanguarda

Prof. Osvaldo Novais de Oliveira Jr.

Em algumas áreas estratégicas, como nanotecnologia, a China já produz mais do que o dobro de publicações do que os Estados Unidos. Na aplicação de materiais, publicações oriundas da China correspondem à metade de toda produção em alguns periódicos, três vezes maior do que a dos Estados Unidos. A capacidade de gerar conhecimento consolidado em publicações científicas foi complementada com a geração de inovações tecnológicas. Estabeleceu-se um sistema de tecnologia e inovação, com incentivo ao empreendimento individual, capaz de transformar resultados de pesquisa científica básica em produtos e serviços. Um círculo virtuoso surgiu com o enriquecimento da China, que permitia investimentos crescentes no sistema universitário e na pesquisa. O domínio da China hoje ocorre em poucas tecnologias de ponta; entretanto, no nível de pesquisa já se nota sua preponderância em grande número de áreas.

A transformação da geração de conhecimento – sinalizada por publicações científicas – em tecnologia e riqueza foi constatada em várias nações nas últimas décadas. Praticamente todos(as) os (as) líderes das nações desenvolvidas (ou mesmo outras) afirmam que conhecimento, ciência e tecnologia, são essenciais para o desenvolvimento e bem-estar. Entretanto, são poucos os países que transformam essa opinião consensual em políticas públicas efetivas. Alguns o fazem e garantem grande qualidade de vida para sua população, como os países escandinavos e Israel. Mas esses são países pequenos (em tamanho e população) e não têm como assumir um papel dominante no cenário mundial.

O Japão fez um esforço semelhante ao da China após a Segunda Guerra Mundial e logrou ter a proeminência atual. Propiciou qualidade de vida à sua população e dominou algumas áreas tecnológicas, como a automobilística e eletrônica. Sua produção de conhecimento hoje deve mantê-lo entre os países desenvolvidos, mas não é suficiente para estabelecer um domínio tecnológico. Considerações parecidas podem ser feitas sobre a Coreia do Sul. A União Europeia tem tamanho e produção científica volumosa e de qualidade. Mas sua baixa taxa de crescimento em produção científica – e seu investimento relativamente baixo em ciência – não permitirá competir com a China. O mesmo se pode dizer dos Estados Unidos.

Em suma, dos países grandes e populosos, apenas a China focaliza suas políticas públicas na produção de conhecimento. A julgar por sua crescente importância nessa produção de conhecimento, é de se esperar que em poucos anos tenha um domínio – tecnológico e econômico – que pode ser avassalador.

Um dos módulos da estação espacial chinesa – Crédito CGTN

Sei que parece ousado fazer tal afirmação. Ademais, a premissa de que a produção científica é o principal indicador para desenvolvimento tecnológico é certamente simplista. Mas é a previsão mais confiável se acreditarmos na conexão da produção científica com geração de conhecimento, e o valor desse conhecimento.

Previsões

Sobre previsões acerca da China, vale lembrar o que se passou nas últimas décadas. No início dos anos 2000, após minha primeira visita à China, eu ainda não tinha certeza se os investimentos que estavam sendo feitos teriam o retorno que pretendiam. Eu não sabia se o desenvolvimento que se via na ciência chinesa seria sustentável no longo prazo, e se lograriam atingir a qualidade na produção acadêmica das potências mundiais. Ao mencionar essas minhas dúvidas a um amigo, professor Ricardo Aroca, cientista chileno radicado no Canadá e que tinha colaborações científicas com a China, ele me respondeu assertivamente. Que a revolução já tinha acontecido.

Que nós ainda não víamos os resultados, pois não apareceriam imediatamente. Mas que com todo o investimento e o número de cientistas já formados ou em formação, uma produção científica numerosa e de qualidade seria gerada. A metáfora que me ocorreu tempos depois dessa conversa foi a de um tsunami.

Podemos não perceber agora na praia que ele está vindo; mas se já tiver se formado, chegará com certeza. Era nessa metáfora que eu pensava quando argumentavam comigo que a indústria de manufatura da China nunca teria a mesma qualidade dos países desenvolvidos. Eu sabia que, com tanta ciência e tecnologia, a China lograria ter produção industrial de alto nível, como sabemos existir hoje.

O próximo passo é o domínio nas tecnologias de ponta, como nas necessárias para viagens espaciais, computação quântica e Inteligência Artificial. Já há indícios de que a China em breve dominará boa parte dessas tecnologias. Não é fácil prever as consequências geopolíticas do domínio da China, mas considero essencial que o Brasil estabeleça estratégias para interagir com esse importante parceiro. Tal interação precisa ir além das parcerias comerciais. Precisamos privilegiar políticas para geração de conhecimento. Apesar da assimetria nos tamanhos das comunidades científicas chinesas e brasileiras, tenho certeza de que há espaço para colaborações sinérgicas. Nossas colaborações são hoje tímidas considerando-se a importância da China no cenário mundial da ciência.

*Diretor do IFSC/USP

Jornal da USP e Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

23 de março de 2022

Comunicado da Reitoria da USP de 20 de março de 2022 – Uso obrigatório de máscaras em ambientes fechados

A Reitoria divulgou no dia 20 de março, um comunicado a respeito do uso de máscaras, pela comunidade acadêmica, prestadores de serviços e visitantes, nos ambientes fechados e nas áreas externas da Universidade. Leia abaixo o texto.

“Com base no disposto na Portaria Interministerial no. 14/2022, no Decreto Estadual no. 66.897, de 17 de março de 2022, nas especificidades do ambiente universitário e na avaliação da Comissão Assessora de Saúde da Reitoria, a Universidade de São Paulo determina que o uso de máscara será obrigatório a todo o corpo discente e docente, servidores técnico-administrativos, prestadores de serviços e visitantes nos ambientes fechados da Universidade, incluindo salas de aula, auditórios, museus, laboratórios, bibliotecas, locais de atendimento ao público e setores administrativos da Universidade.

Deverão ser utilizadas máscaras cirúrgicas ou tipo N95, bem ajustadas ao rosto cobrindo do nariz ao queixo.

Essa determinação foi decidida por analogia ao estabelecido para usuários de transporte público (número elevado de pessoas no mesmo ambiente, circulação restrita de ar, proximidade física e tempo de permanência prolongado).

Prof. Dr. Carlos Gilberto Carlotti Junior

Reitor

Universidade de São Paulo”

O uso de máscaras é recomendado nas áreas externas, em situações de aglomeração.

(Imagem: Folha/UOL)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

21 de março de 2022

Editais AUCANI – Intercâmbios Internacionais em universidades europeias

A Agência USP de Cooperação Acadêmica Nacional e Internacional (AUCANI) anuncia a abertura de edital para seleção de 10 (dez) estudantes de Doutorado da USP interessados(as) em participar do Global Research Academy, evento promovido pela parceria entre a USP, King’s College London (Inglaterra) e Freie Universität Berlin (Alemanha) e que acontecerá em julho de 2022 (Londres e Berlim) e fevereiro de 2023 (São Paulo).

O evento reunirá 30 doutorandos das três instituições que serão divididos em grupos que incluem estudantes de diferentes países e áreas de estudos para discussões sobre o tema “Cidades Sustentáveis”. Esses grupos irão interagir com uma série de interessados locais, que podem incluir funcionários do governo local, representantes da indústria, ONG’s e outros para discussão e desenvolvimento de respostas sustentáveis para problemas urbanos específicos.

O programa incluirá três tipos de atividades: palestras e seminários para avaliação crítica de teorias e conceitos ligados às cidades sustentáveis, oficinas para treinamento de soft skills acadêmicas (apresentação oral, redação acadêmica avançada, redação de propostas de subsídios, pesquisa participativa e metodologias de pesquisa sustentáveis, diversidade ética e acadêmica) e uma série de sessões de trabalhos colaborativos.

As inscrições para o Edital 1495 / 2022 – Global Research Academy – Cidades Sustentáveis (Doutorado) (VER AQUI) serão acolhidas até o dia 10 de abril de 2022 exclusivamente via Internet, pelo Sistema Mundus – Editais > Alunos de Pós-graduação (VER AQUI) (área pública, sem login ou senha).

Por outro lado, estarão abertas até o dia 13 de abril do corrente ano  as inscrições ao Edital 1501 / 2022 – Programa de Bolsas de Intercâmbio Internacional – América Latina, Espanha e Portugal (Graduação) (VER AQUI), para concessão de Bolsa Mérito do Programa de Bolsas de Intercâmbio Internacional para os Alunos de Graduação USP.

Este Edital e todas as republicações a ele referentes ficarão disponíveis na área pública do Sistema Mundus, opção Editais > Alunos de Graduação (VER AQUI) (não é necessário login no sistema, nem filtro na busca pelo edital), sob o código 1501, até consumada a providência que lhe disser respeito.

Para esclarecimentos de eventuais dúvidas acerca de benefícios, requisitos gerais e específicos para a realização da mobilidade internacional, o candidato deve consultar a Comissão de Relações Internacionais (CRInt) da sua Unidade USP de origem.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

21 de março de 2022

Destaques da produção científica do IFSC/USP (Nov/Dez-2021)

 

A Biblioteca do IFSC apresenta os artigos científicos produzidos pelos seus docentes e pesquisadores que foram identificados como interessantes no bimestre de novembro e dezembro de 2021 pela Essential Science Indicators, um dos produtos de citação da agência Clarivate Analytics/Thomson Reuters.

Lembramos que o acesso ao texto completo é liberado para comunidade USP ou quem tem acesso ao Portal CAPES.

Para mais informações: sbiprod@ifsc.usp.br

 

ÁREA:   Agricultural Sciences

Development of cellulose-based bactericidal nanocomposites containing silver nanoparticles and their use as active food packaging

 

ÁREA:   Chemistry

A review on chemiresistive room temperature gas sensors based on metal oxide nanostructures, graphene and 2D transition metal dichalcogenides

Emergence of complexity inhierarchically organized chiral particles

Folding of xylan onto cellulose fibrils in plant cell walls revealed by solid-state NMR

Molecular docking and structure-based drug design strategies

Plasmonic biosensing: focus review

Yolk-shelled ZnCo2O4 microspheres: Surface properties and gas sensing application

 

ÁREA:   Clinical Medicine

Features of third generation photosensitizers used in anticancer photodynamic therapy: Review

 

ÁREA:   Computer Science

Clustering algorithms: A comparative approach

 

ÁREA:   Materials Science

A non-volatile organic electrochemical device as a low-voltage artificial synapse for neuromorphic computing

 

ÁREA:   Molecular Biology & Genetics

Functional and evolutionary insights from the genomes of three parasitoid Nasonia species

 

ÁREA: Pharmacology & Toxicology  

 

ADMET modeling approaches in drug discovery

 

ÁREA:   Physics

Analyzing and modeling real-world phenomena with complex networks: a survey of applications

Antiproton flux, antiproton-to-proton flux ratio, and properties of elementary particle fluxes in primary cosmic rays measured with the Alpha Magnetic Spectrometer on the International Space Station

Boosting the sensitivity of Nd3+-based luminescent nanothermometers

Bose-Einstein condensation: twenty years after

Generalized Geometric Quantum Speed Limits   

Observation of new properties of secondary cosmic rays lithium, beryllium, and boron by the alpha magnetic spectrometer on the International Space Station

Precision measurement of the boron to carbon flux ratio in cosmic rays from 1.9 GV to 2.6 TV with the Alpha Magnetic Spectrometer on the International Space Station

Precision measurement of the helium flux in primary cosmic rays of rigidities 1.9 GV to 3 TV with the Alpha Magnetic Spectrometer on the International Space Station

Precision measurement of the proton flux in primary cosmic rays from rigidity 1 GV to 1.8 TV with the Alpha Magnetic Spectrometer on the International Space Station

The Kuramoto model in complex networks

The Pierre Auger Cosmic Ray Observatory

Towards understanding the origin of cosmic-ray positrons

 

ÁREA:   Space Science

Design concepts for the Cherenkov Telescope Array CTA: an advanced facility for ground-based high-energy gamma-ray astronomy

Detection of variable VHE γ-ray emission from the extra-galactic γ-ray binary LMC P3

Introducing the CTA concept

Multi-messenger observations of a binary neutron star merger

Observation of a large-scale anisotropy in the arrival directions of cosmic rays above 8 x 1018 eV

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

21 de março de 2022

Prêmio USP “Trajetória pela Inovação” – Edição 2021 – Docentes do IFSC/USP laureados

A Universidade de São Paulo (USP) divulgou no passado dia 17 de março a relação dos laureados da edição de 2021 do “Prêmio USP Trajetória pela Inovação”.

A premiação, criada pela Resolução USP no 7.184/2016, tem como objetivo reconhecer e valorizar as ações dos docentes da Universidade que se destacaram, ao longo de suas atividades acadêmicas, na produção de inovações científicas, tecnológicas ou culturais, contribuindo assim para a excelência do resultado institucional e para o desenvolvimento socioeconômico do país.

A terceira edição do prêmio registrou 29 indicações de docentes ativos/aposentados e 15 docentes “in memoriam”, encaminhadas pelo conjunto de Unidades, Museus e Institutos Especializados. O Conselho de Pesquisa, em sua 168ª sessão, de 15 de dezembro de 2021, aprovou as indicações de cinco homenageáveis. Na sequência, a decisão final do homenageável in memoriam, proposto pela Comissão Coordenadora, foi proferida pelo Magnífico Reitor da USP.

A Reitoria da USP, a Pró-Reitoria de Pesquisa e a Agência USP de Inovação parabenizam o conjunto dos laureados e informam que a solenidade de entrega da premiação será oportunamente informada.

Laureados:

*Prof. Dr. Antonio Adilton Oliveira Carneiro – Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP)

*Profa. Dra. Akemi Ino – Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU)

*Profa. Dra. Daniela Prócida Raggio – Faculdade de Odontologia (FO)

*Prof. Dr. Jarbas Caiado de Castro Neto – Instituto de Física de São Carlos (IFSC)

*Profa. Dra. Maria Rita dos Santos e Passos Bueno – Instituto de Biociências (IB)

*Prof. Dr. Sérgio Mascarenhas de Oliveira, in memoriam – Instituto de Estudos Avançados (IEA)

Profs. Jarbas Caiado Castro Neto e Sérgio Mascarenhas (in memoriam)

Segue abaixo mais informações sobre a trajetória dos laureados do IFSC/USP:

Prof. Dr. Jarbas Caiado de Castro Neto (IFSC/USP)

Nucleou a criação de um grupo de Ótica de Precisão na USP, único no pais na época, que gerou no curso dos anos mais de 10 empresas tecnológicas inovadoras, e cujos equipamentos oftalmológicos desenvolvidos já possibilitaram benefícios para a saúde de um milhão de brasileiros. Além disto, tem patentes registradas no INPI e participou de outras iniciativas, como a de aplicação de ótica na agricultura e o desenvolvimento de uma câmera de satélite que propiciou ao INPE uma qualidade superior de imagens da terra.

Prof. Dr. Sérgio Mascarenhas de Oliveira, in memoriam (IFSC/USP – IEA)

Durante sua longa carreira de notável reconhecimento nacional e internacional, desenvolveu relevantes inovações tecnológicas, várias patenteadas, dentre as quais um equipamento não invasivo para monitoramento da pressão intracraniana. Foi um dos criadores do antigo Instituto de Física e Química de São Carlos – IFQSC, que depois deu origem ao Instituto de Física de São Carlos – IFSC e ao Instituto de Química de São Carlos – IQSC, além de ter sido um impulsionador da criação da Embrapa Instrumentação e peça chave, em conjunto com a Câmara Federal, para formulação e início das atividades da Universidade Federal de São Carlos – UFSCar. Participou da formação de destacados pesquisadores brasileiros e estrangeiros e recebeu várias premiações, destacando-se: CAPES; SBPC; Yamada Foundation, Japão; Physical Society, USA; Fulbright Foundation, USA, dentre outras.

(Com informações da Agência USP de Inovação (AUSPIN) e Assessoria de Comunicação do Portal USP São Carlos)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

20 de março de 2022

Astrofísica brasileira e ex-aluna do IFSC/USP lidera primeira simulação de um buraco negro com uso de Inteligência Artificial

Buraco negro – Encyclopedia Britannica

Uso pioneiro de métodos computacionais automatizados para simular buracos negros acelera as pesquisas sobre o fenômeno e é fundamental devido à alta complexidade dos dados astronômicos

Pela primeira vez na história, o comportamento de um buraco negro foi simulado com o uso de Inteligência Artificial (IA) e aprendizado de máquina. Os cálculos envolvidos no fenômeno astronômico foram realizados de maneira automatizada e programada, um grande avanço para o estudo dos buracos negros e que possibilita novas descobertas em diversas áreas da ciência.

O feito inédito é o resultado da dissertação de mestrado de Roberta Duarte Pereira, formada em Física pelo Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP e atualmente doutoranda no Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP, sob orientação de Rodrigo Nemmen. O projeto, desenvolvido desde 2018, resultou em um artigo sobre o tema, aceito para publicação na revista científica “Monthly Notices of the Royal Astronomical Society”, uma das mais reconhecidas na área da astronomia.

A pesquisadora explica ao Jornal da USP que o estudo dos buracos negros demanda cálculos extremamente complexos e envolve uma quantidade gigantesca de dados para serem processados, a exemplo da união de esforços internacionais que permitiu a realização da primeira imagem de um buraco negro em 2019.

Além disso, não há capacidade humana de processamento que consiga resolver equações tão complexas como aquelas dos fenômenos astronômicos em questão. “Para compreender os buracos negros, é preciso usar simulações computadorizadas de cálculos numéricos muito avançados, que geralmente envolvem os parâmetros de densidade, pressão e velocidade para cada ponto de análise”, explica Roberta Duarte.

Segundo a astrônoma, a cada adição de complexidade nos dados inseridos nos programas computacionais, como melhor qualidade de imagem e campo magnético do astro, o tempo necessário para a resolução dos cálculos aumenta consideravelmente, o que pode atrasar as pesquisas ou até mesmo inviabilizar o estudo — a chamada barreira computacional ou tecnológica.

“É necessário um novo método para acelerar esse tipo de simulação, e o aprendizado de máquina, uma das técnicas de Inteligência Artificial, mostrava bons indícios de uma possível aplicação na área”, diz a especialista.

De início, ela testou o modelo com uma simulação simples de um buraco negro e, aos poucos, acrescentou dados mais complexos. O êxito foi tão grande que levou a pesquisadora a ousar algo ainda mais ambicioso: usar a Inteligência Artificial para calcular um buraco negro totalmente desconhecido para a máquina.

E o resultado foi positivo. “É um grande passo para mostrar que essas técnicas conseguem simular eventos inéditos e otimizar o estudos desses astros”, comenta. Foi a primeira vez na história em que um buraco negro foi simulado com o uso de Inteligência Artificial.

A arquitetura digital escolhida para as simulações foi a chamada U-Net, inicialmente desenvolvida para exames neurológicos de imagem. Como esclarece a pesquisadora, esse tipo de programação conecta a entrada e a saída de cada um dos dados inseridos, compatível com a necessidade de que cada informação sobre o buraco negro interfira nas demais.

Durante a simulação no IAG, o sistema enfrentou alguns erros na modelagem do astro, pois, como se trata da previsão de eventos, as falhas se somam umas às outras. Roberta Duarte explica que era esperado que o erro crescesse linearmente, mas o crescimento real se deu de forma exponencial, devido à quantidade de dados. “Mas logo o programa aprendeu a lidar com a taxa do erro e conseguiu controlar as falhas”, comenta a pesquisadora.

Infográfico por Adrielly Kilryann/Jornal da USP

Um avanço leva a outro: aplicações da descoberta

A prova de que é possível simular objetos tão complexos e desafiadores como os buracos negros com Inteligência Artificial é importante por diversos motivos, mas há dois aspectos fundamentais para medir a relevância da descoberta.

O primeiro deles se refere à astrofísica. Roberta Duarte explica que a barreira tecnológica para a compreensão dos buracos negros ocorre no mundo inteiro, não apenas no Brasil. “Ainda há muitas coisas sobre esses astros que nós desconhecemos, pois não há poder computacional para simular ambientes mais complexos usando os métodos tradicionais. Então, introduzir uma nova forma de realizar essas pesquisas é fundamental.”

A especialista também menciona a necessidade de absorver a enorme quantidade de dados obtidos por novos equipamentos, como o telescópio James Webb recém-lançado pela Nasa, e destaca que o processamento dessas informações poderia ser agilizado e otimizado com o uso do aprendizado de máquina.

E o outro aspecto é o da Inteligência Artificial. A pesquisadora comenta que, uma vez provada a possibilidade de usar esse tipo de tecnologia em objetos extremos como os buracos negros, é possível encontrar os limites da própria IA. “Ao testar a Inteligência Artificial além do que seria esperado, podemos reconhecer onde ela precisa ser melhorada e como repensar alguns procedimentos.”

E como essa descoberta da astronomia impacta a vida cotidiana e a produção científica em outras áreas?

Roberta Duarte Pereira – Página pessoal Twitter

Roberta Duarte explica que a teoria da relatividade geral, usada na simulação dos buracos negros, está presente em diversas partes da nossa vida. “O GPS, por exemplo, é influenciado pelo campo gravitacional da Terra e sofre correções relativísticas, o que permite que ele saiba se você está em São Paulo ou no meio do Oceano Pacífico.” Ela acrescenta que a melhor forma de comprovar o funcionamento da relatividade é experimentando-a em uma situação extrema, como os buracos negros.

“Na área da Inteligência Artificial e do aprendizado de máquina, vemos que muitas tecnologias são reutilizadas e reaproveitadas para novas descobertas, como a arquitetura de programação que foi inicialmente desenhada para analisar cérebros e acabou sendo utilizada por nós em um estudo de astronomia. Um avanço é útil para outro e isso abre portas para novos usos dessa tecnologia.”

Além disso, segundo ela, há muita resistência ao uso de Inteligência Artificial na astrofísica, e a comprovação de sua viabilidade deve preparar o terreno para futuras descobertas. “Conseguimos plantar a semente de que IA aplicada tem seu valor, não basta se resumir na teoria e na formulação de algoritmos para entender os fenômenos do mundo real.”

Atualmente no doutorado, a pesquisadora está testando o modelo com dados mais complexos para verificar como o programa se comporta diante dessa situação. “Fico muito feliz que meu estudo tenha sido o primeiro com o uso de IA, espero que mais cientistas trabalhem na área da simulação e reconheçam que é possível unir a Inteligência Artificial e a astrofísica.”

O artigo “Black Hole Weather Forecasting with Deep Learning: A Pilot Study” (VER AQUI) tem autoria de Roberta Duarte, Rodrigo Nemmen, João Paulo Navarro.

(Texto de Gabriel Gama / Jornal da USP)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

20 de março de 2022

No IFSC/USP – Estudantes homenageiam professores

E o “Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas”, do IFSC/USP, começa a recuperar aos poucos o seu lugar de destaque como espaço nobre para a realização de eventos científicos e acadêmicos, após dois anos de uma inatividade decorrente da pandemia. Embora atualmente ainda pautado por uma lotação limitada, o certo é que este espaço recomeça a respirar o tradicional “aroma” que caracteriza o encontro presencial entre alunos e professores, algo que as obrigações remotas não podem substituir. E, se o “Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas” se vestiu de gala para receber os Calouros do IFSC/USP durante a recepção ocorrida na tarde do dia 14 de março, presidida pelo Diretor da Unidade, Prof. Osvaldo Novais de Oliveira Junior, e pela Vice-Diretora, Profª Ana Paula Ullian Araujo, o certo é que o período da noite desse mesmo dia teve um brilho muito especial, com a retomada da cerimônia de entrega do “Prêmio Paulo Freire”, a cargo dos alunos do Curso de Licenciatura em Ciências Exatas (SACEX), e “Prêmio Horacio Panepucci”, sob a responsabilidade dos alunos dos cursos de bacharelado em Física, Física Computacional e Ciências Físicas e Biomoleculares (CEFISC). Foi um momento em que os alunos do IFSC/USP homenagearam seus Mestres, após dois anos de interrupção, uma cerimônia carregada de uma emoção marcada pelo fato de se poder dar e receber… Aquele abraço…

Mas, vamos então falar dos premiados, começando por aqueles que conquistaram o “Prêmio Paulo Freire:

Profª Adriana do Carmo Bellotti (ICMC/USP) – Prêmio entregue pelos alunos dos cursos de 2018 e 2019;

Profª Ana Paula Ullian Araujo (IFSC/USP) – Prêmio entregue pelos alunos do curso de 2020;

Prof. Otavio Henrique Thiemann (IFSC/USP) – Prêmio entregue pelos alunos do curso de 2021:

 

No que diz respeito ao “Prêmio Horacio Panepucci”, os homenageados foram:

Prof. Diogo Oliveira Soares Pinto (IFSC/USP) – Prêmio entregue pelos alunos do Bacharelado em Física – Ano 2018;

Prof. Diogo Oliveira Soares Pinto (IFSC/USP) – Prêmio entregue pelos alunos do Bacharelado em Física Computacional – Ano 2018;

Prof. Luiz Nunes de Oliveira (IFSC/USP) – Prêmio entregue pelos alunos do Bacharelado em Ciências Físicas e Biomoleculares – Ano 2018;

Prof. Leonardo Paulo Maia (IFSC/USP) – Prêmio entregue pelos alunos do Bacharelado em Física – Ano 2019;

Prof. Tiago Alexandre Salgueiro Pardo (ICMC/USP) – Prêmio entregue pelos alunos do Bacharelado em Física Computacional – Ano 2019;

Profª Fernanda Canduri (IQSC/USP) – Prêmio entregue pelos alunos do Bacharelado em Ciências Físicas e Biomoleculares – Ano 2019;

Prof. Paulo Barbeitas Miranda (IFSC/USP) – Prêmio entregue pelos alunos do Bacharelado em Física – Ano 2020;

Prof. Paulo Barbeitas Miranda (IFSC/USP) – Prêmio entregue pelos alunos do Bacharelado em Física Computacional – Ano 2020;

Profª Ana Paula Ullian Arfaujo (IFSC/USP) – Prêmio entregue pelos alunos do Bacharelado em Ciências Físicas e Biomoleculares – Ano 2020;

Prof. Frederico Borges de Brito (IFSC/USP) – Prêmio entregue pelos alunos do Bacharelado em Física – Ano 2021;

Prof. Jarbas Caiado Castro Neto (IFSC/USP) – Prêmio entregue pelos alunos do Bacharelado em Física Computacional – Ano 2021;

Prof. João Renato Carvalho Muniz (IFSC/USP) – Prêmio entregue pelos alunos do Bacharelado em Ciências Físicas e Biomoleculares – Ano 2021;

Para conferir o vídeo relativo a este evento, clique na imagem abaixo.

(Imagens: Ricardo Rehder/Assessoria de Comunicação – IFSC/USP)

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

20 de março de 2022

IFSC/USP recepciona seus calouros

“Sejam bem-vindos ao IFSC/USP, uma Unidade com reputação nacional e internacional”

E, finalmente, chegou o dia 14 de março de 2022, data que assinala o início da XXIV Semana de Recepção aos Calouros do Campus USP de São Carlos, evento que se prolongará até o próximo dia 18. Não é errado falar que todos – alunos, familiares, professores e servidores – estavam ansiosos pela chegada desta data, mas também não é menos verdade que atrelada a esse entusiasmo estava – e está – uma enorme expectativa, já que os dois anos anteriores foram estranhos, fora do que era habitual acontecer, tensos e bastante complicados para todos. Devido à pandemia, os eventos presenciais foram substituídos pelos virtuais (incluindo aulas), numa brusca transição que todos tiveram que se adequar. Foram dois anos de inúmeras dificuldades e, agora, com a tendência de se tentar voltar à normalidade de outros tempos e que de alguma forma foi esquecida devido às condições extremas pelas quais todos passaram, dá a sensação de existirem pequenos bloqueios individuais: uma espécie de “ressaca” que atinge a todos. Contudo, a USP está aí, provando que sobreviveu incólume a uma verdadeira hecatombe sanitária, principalmente graças ao empenho, coragem e resiliência de seus dirigentes, professores, alunos e servidores, e novamente pronta para desbravar e avançar nos caminhos que foram temporariamente condicionados.

Neste dia 14 de março, coube ao Reitor da USP, Prof. Carlos Gilberto Carlotti Junior, emitir, através de um vídeo, uma mensagem de boas-vindas a todos os calouros, palavras que foram partilhadas pela Vice-Reitora da Universidade, Profª Maria Arminda do Nascimento Arruda e pelo Pró-Reitor de Graduação, Prof. Aluísio Augusto Cotrim Segurado. Ao salientar que a Universidade de São Paulo foi bastante ativa durante a pandemia, tendo contribuído de forma significativa no combate à mesma, o Reitor da USP enfatizou que os novos ingressantes “estão entrando naquela que é considerada a melhor universidade da Ibero-América, que valoriza a excelência do ensino, da aprendizagem, da pesquisa e extensão. Aproveitem todas as oportunidades, vivam a riqueza da vida acadêmica”.

Para assistir à mensagem do Reitor da USP, clique na imagem abaixo.

IFSC/USP recepciona seus calouros

Profª Tereza Mendes

Como aconteceu em outras Unidades da USP, o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) também promoveu a sua própria cerimônia de acolhimento aos seus calouros, de forma presencial (com controle do número de participantes) no “Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas” e através de seu Canal Youtube. Nessa cerimônia, estiveram presentes o Diretor e a Vice-Diretora do IFSC/USP, Profs. Osvaldo Novais de Oliveira Junior e Ana Paula Ullian Araújo, bem como a Presidente da Comissão de Graduação, Profª Tereza Cristina Rocha Mendes, e a Coordenadora do Curso de Licenciatura em Ciências Exatas, Profª Cibelle Celestino Silva.

Profª Cibelle Silva

Para a Profª Tereza Mendes, o seu principal sentimento, naquele momento, foi de extrema felicidade em poder dar as boas-vindas, de forma presencial, a todos quantos escolheram a área da Física para singrar seus caminhos profissionais “A melhor atitude que um jovem pode ter é escolher o caminho do conhecimento, da sabedoria, para ocupar e defender seu lugar no mundo. Aproveitem tudo o que a USP tem para oferecer, mesmo num período complicado como o que vivemos atualmente, com guerra e pandemia”, sublinhou.

Profª Ana Paula Ullian Araújo

De igual forma, a Profª Cibelle Celestino Silva exprimiu toda a sua felicidade ao poder conversar com os alunos de forma presencial, “olho no olho”. “Uma extrema alegria voltar a receber os alunos de forma presencial, embora tenhamos que adotar todos os cuidados e todos os protocolos que se impõem neste período difícil. Sua presença é o que dá sentido à Universidade, embora a USP não tenha parado um minuto sequer”.

“Voltei à vida!”. Foram estas as primeiras palavras da Vice-Diretora do IFSC/USP, Profª Ana Paula Ullian Araújo, dirigindo-se a todos os alunos. “A Universidade sem alunos, não existe. Existem dois momentos importantes na vida de um estudante e que ficam marcados para toda a sua vida. O primeiro é quando ingressa na Universidade e o segundo é a sua formatura. Um período de tempo que, entre esses dois momentos, passa muito rápido. Então, vocês têm que viver intensamente esse tempo”.

Prof. Osvaldo Novais de Oliveira Junior

Finalmente, as palavras do Diretor do IFSC/USP, Prof. Osvaldo Novais de Oliveira Junior, foram não só de boas-vindas, mas também para explicar um pouco da história da criação do Instituto, tendo começado por sublinhar que o IFSC/USP é uma Unidade da Universidade de São Paulo com uma reputação nacional e internacional. “Talvez seja o melhor lugar para você estudar física no Brasil, pois é um Instituto que está conectado com outras áreas do conhecimento e com os grandes desafios que se colocam para resolver os problemas da sociedade”, sublinhou o docente, tendo enfatizado, igualmente, as elevadas contribuições dos pioneiros da Unidade – Profs. Sérgio Mascarenhas e Yvonne Primerano Mascarenhas -, cientistas que impulsionaram as pesquisas que atualmente são desenvolvidas na cidade de São Carlos e no país.

Para conferir o vídeo destas apresentações, clique na imagem abaixo.

(Imagens: Ricardo Rehder)

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação IFSC/USP

 

 

14 de março de 2022

Concurso Livre-Docência: Prof. Dr. Alessandro Silva Nascimento – Resultado do Concurso – Quadro de Notas

Comunicamos que as provas do concurso para obtenção do título de livre-docente no qual se encontra inscrito o Prof. Dr. Alessandro Silva Nascimento, terá início no dia 14 de março de 2022, às 8h30, de forma remota.

Informações do concurso estão disponibilizadas abaixo:

Agenda dos trabalhos

Ponto Sorteado para a Prova Escrita

Ponto Sorteado para Prova Didática

Resultado do Concurso – Quadro de Notas

14 de março de 2022

Combatendo as dores provocadas por artrite psoriásica

Tratamento sistêmico

Você já ouviu falar de “artrite psoriásica”?

Muito bem, caso não tenha ouvido falar, a artrite psoriásica (APs) é uma forma de artrite que afeta pessoas que possuem psoríase. A psoríase caracteriza-se pelo aparecimento de lesões avermelhadas, escamosas, que acometem principalmente joelhos, cotovelos e couro cabeludo, sendo que a grande maioria das pessoas desenvolve psoríase primeiro e depois a artrite. Segundo uma importante cartilha divulgada pela Sociedade Brasileira de Reumatologia (VER AQUI), entre 5% e 40% das pessoas que tem psoríase podem apresentar dores e inflamação nas articulações, desenvolvendo assim um quadro de artrite psoriásica.

Dentro desta realidade, pesquisadores do Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Clínica MultFISIO Brazil, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e Hagler Institute for Advanced Study (Universidade A&M do Texas Texas -EUA), iniciaram, recentemente, uma pesquisa que visa proporcionar um novo tratamento para a diminuição das dores provocadas pela artrite psoriática através da utilização de ultrassom e laser, explorando assim a versatilidade apresentada pelo equipamento desenvolvido no IFSC/USP e que tem aberto sucessivas portas para novos e inovadores tratamentos fisioterápicos.

Psoríase localizada no cotovelo

O Dr. Antonio Eduardo de Aquino Júnior, um dos autores da pesquisa publicada neste mês de março no “Journal of Novel Physiotherapies”, relata o estudo sobre o novo tratamento aplicado a uma paciente com 51 anos de idade, residente na cidade de São Carlos, portadora de psoríase há 16 anos e que entre 2018 e 2019 começou a manifestar um quadro (diagnosticado) de artrite psoriásica.

“A psoríase é uma doença que tem, também, uma relação direta e muito próxima com o foro emocional das pessoas, sendo que a possibilidade de um paciente manifestar um quadro de artrite psoriásica ronda entre os 30% e os 40%. A doença já tem na sua essência uma condição inflamatória (crônica) e que não fica localizada. Ao longo do tempo são formadas citocinas inflamatórias – marcadores inflamatórios – que podem provocar outro quadro inflamatório nas articulações, o que provoca as mesmas características de dores, que são muito semelhantes às da  artrite reumatoide”, salienta o pesquisador. A paciente, que se disponibilizou para realizar esta pesquisa, apresentava, além desse quadro, um outro caracterizado por fibromialgia: tudo somado, seu estado comprometia o equilíbrio emocional, principalmente manifestado por depressão, ansiedade e insônias, embora estivesse amplamente medicada.

Dr. Antonio Eduardo de Aquino Junior

Com dores generalizadas pelo corpo, a paciente foi submetida a 14 sessões de tratamento – conforme está relatado no artigo científico publicado – tendo os pesquisadores conseguido reduzir em 75% as dores causadas pela artrite psoriásica e em 60% as dores provocadas pela fibromialgia. Em termos de dores generalizadas no corpo e na restauração da qualidade de vida da paciente, foram registradas melhoras em 60%. O pesquisador comemora, dizendo que “Conseguimos um ganho imenso. A paciente, que é artesã, voltou a trabalhar sem sentir a intensidade das dores que anteriormente sentia nas mãos e em todo o corpo, tendo recuperado muito de sua qualidade de vida”. Para o Dr. Antonio de Aquino Junior, esta pesquisa indica que o tratamento poderá ser igualmente utilizado em casos de dores provocadas pela artrite reumatoide, mas sempre mantendo os medicamentos prescritos pelos médicos. Estudos já estão sendo desenvolvidos nesse sentido. A paciente relatada nesta matéria continua a ser acompanhada pelos pesquisadores do IFSC/USP através de sessões periódicas, no sentido de se poder observar a evolução da recuperação de sua qualidade de vida e a diminuição das dores.

Este tratamento, executado de forma sistêmica na palma das mãos e na planta dos pés, representa uma evolução significativa comparativamente aos que foram realizados anteriormente em 2018.

Os pesquisadores envolvidos neste projeto, foram: Ana Carolina Negraes Canelada; Vanessa Garcia; Tiago Zuccolotto Rodrigues; Viviane Beocca de Souza; Vitor Hugo Panhóca; Antonio Eduardo de Aquino Junior; e Prof. Vanderlei Salvador Bagnato (Coordenador).

Para conferir o artigo publicado, clique AQUI.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

14 de março de 2022

Doutorando do IFSC/USP em programa da Universidade de Oxford

Universidade de Oxford

Um ano entre os melhores no Wellcome Center for Integrative Neuroimaging (WIN)

O doutorando em Física Computacional do IFSC/USP, Gustavo Solcia (24), foi aceito no prestigiado programa “Wellcome Center for Integrative Neuroimaging Global Scholars (WINGS)”, que é parte integrante das iniciativas acadêmicas e científicas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, onde irá conviver, durante um ano, com os principais pesquisadores e pós-doutorandos internacionais da área de neuroimagem. Trata-se de um programa voltado a alunos que estudam e residem fora do Reino Unido e que tenham capacidade para desenvolver trabalhos científicos em colaboração com cientistas locais.

O WIN, estabelecido em 2017, tem como objetivo primário unir as áreas de pesquisas laboratoriais em neurociência com a área da saúde. Esta “ponte” estabelecida entre as duas áreas tem como foco a realização de trabalhos em neuroimagem entre espécies animais e seres humanos, seus relacionamentos entre escalas, pesquisas de dados populacionais, marcadores clínicos e neuroimagem-aberta, tudo para que se possam obter dados comparativos para análise. Desta forma, Gustavo Solcia, que foi selecionado e aceito entre centenas de candidatos de excelência no Hemisfério Sul, realizará pesquisas em sua área de conhecimento, bem como o treinamento em física e análise de ressonância magnética, interagindo com pesquisadores do WIN e participando de eventos científicos e de desenvolvimento de carreira.

Gustavo é “filho” do IFSC/USP, com Bacharelado em Física e Mestrado em Física Aplicada. Orientado pelo docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Fernando Fernandes Paiva, o agora doutorando encarou este desafio como uma oportunidade para ir mais longe nos seus estudos, mesmo sabendo que a seleção seria muito rígida, onde só melhores têm oportunidade de passar. “Eu sabia que iria ser muito difícil e confesso que o que mais me preocupou foi a segunda fase do processo seletivo, já que a primeira fase era a apresentação do projeto e o currículo. A segunda fase foi tensa, quando eu tive a oportunidade de explicar oralmente, de forma remota, todo o meu projeto, relacionado com simulação de dinâmica de fluidos computacional, baseada em imagem de ressonância magnética, e cujo foco é o estudo do fluxo sanguíneo em artérias cerebrais. Resumidamente, este estudo é para se poder entender como o fluxo sanguíneo atua em diversas anatomias e serve, essencialmente, para no futuro dar uma informação precisa ao médico de como atuar numa cirurgia. Os examinadores gostaram muito e fui selecionado. Foram aprovados cinco alunos do Hemisfério Sul e apenas dois da América do Sul – eu e uma estudante argentina”, pontua Gustavo, que já começou essa “caminhada” de um ano para desenvolver sua carreira, aprofundar seus conhecimentos, fazer pesquisa de ponta e mergulhar na escrita científica, já que todos os pesquisadores envolvidos neste programa têm como principal meta incentivar os alunos selecionados a se tornarem líderes científicos em seus respectivos países de origem.

“Esta é uma oportunidade que tenho para contatar de perto com os principais neurocientistas do mundo e esta participação irá abrir portas para que eu interaja com médicos e técnicos de renome internacional, e possa atuar em qualquer parte do mundo. Muito trabalho pelo período de um ano, para, no fim desse período, apresentar um seminário final. Vai ser muito legal!”, conclui Gustavo Solcia.

Por último, saliente-se que o WIN tem uma comunidade constituída por cerca de 250 membros – entre pesquisadores, estudantes e funcionários – que trabalham num esforço conjunto para dar suporte de alta relevância e excelência aos alunos participantes do programa, nas áreas de radiografia, física, TI e suporte administrativo. O WIN incorpora as principais instalações do Oxford Center for Functional MRI of the Brain, Oxford Center for Human Brain Activity (OHBA, Department of Psychiatry) e as instalações pré-clínicas na University Science Area.

Gustavo Solcia é, assim, mais um motivo de orgulho para o IFSC/USP.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

13 de março de 2022

Atualização da produção científica do IFSC/USP em fevereiro de 2022

Para ter acesso às atualizações da Produção Científica cadastradas no mês de  fevereiro de 2022 clique AQUI, ou acesse o Repositório da Produção USP (AQUI).

A figura ilustrativa foi extraída do artigo publicado recentemente, por pesquisador do IFSC, no periódico “Chemical Engineering Journal” (VER AQUI).

 

 

 

 

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

10 de março de 2022

Pela sexta vez: Docente do IFSC/USP recebe certificado de excelência conferido por alunos

Pelo sexto semestre consecutivo, o docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Tito José Bonagamba, recebeu do(a)s aluno(a)s ingressantes do Curso de Engenharia de Aeronáutica da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP) o “Certificado de Excelência” por ministrar a disciplina “Laboratório de Física Geral II”.

Em sua postagem nas redes sociais, o docente expressou seus agradecimentos, tendo comentado o seguinte: “Alcançar, pelo sexto semestre consecutivo, uma boa avaliação das Alunas e dos Alunos ingressantes do Curso de Engenharia Aeronáutica da EESC/USP é uma expressiva honraria para um docente da Universidade que exerce múltiplas tarefas, incluindo Pesquisa, Extensão e Gestão, preservando as fundamentais atividades de Ensino, tanto de forma presencial quanto à distância. Agradeço a dedicação das Alunas e dos Alunos, bem como o apoio da Equipe de Funcionária(o)s, Monitora(e)s e Docentes que me auxiliou a oferecer a disciplina. Congratulo também os esforços da Secretaria Acadêmica da Engenharia Aeronáutica (SAAERO), órgão de representação estudantil, dedicados à necessária avaliação do corpo docente”.

O IFSC/USP parabeniza o Prof. Tito José Bonagamba por esta honraria.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP