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23 de maio de 2022

Parceria entre Texas A&M University e IFSC/USP – Pesquisador norte-americano exalta integração em nosso Instituto

Prof. Vladislav Yakovlev com seus colegas e alunos (Crédito: Biomedical Engineering Texas A&M University website)

É a segunda vez que o docente e pesquisador do Departamento de Engenharia Biomédica da Texas A&M University (EUA), Prof. Vladislav Yakovlev (57), visita o IFSC/USP, numa parceria científica que se encontra estabelecida entre as as duas instituições, até porque, segundo o pesquisador, os EUA consideram o Brasil como um parceiro estratégico, sendo que esta parceria é considerada particularmente importante para o Estado do Texas, dadas as similaridades científicas com aquilo que se faz nos institutos de pesquisa e nas universidades sediadas no Estado de São Paulo.

Texas A&M University

Nascido em Moscou (ainda na antiga URSS), Vladislav Yakovlev obteve seu PhD em física e eletrônica quântica na Universidade Estadual de Moscou, em 1990, tendo-se mudado para os EUA, em 1991 e trabalhado inicialmente em uma startup (Novatec Laser Systems), onde construiu um sistema amplificador oscilador de Ti – safira de femtosegundo para uso na ablação de córnea, descobrindo o que agora é conhecido como Bladeless Lasik. Ao longo dos anos, o cientista foi-se integrando na área de ciências biomédicas, estando neste momento desenvolvendo trabalhos na área de desenvolvimento de ferramentas para o estudo de sistemas biológicos, com foco no aperfeiçoamento de instalações médico-cirúrgicas com abordagens científicas avançadas. Apesar desta área não ser nova no mundo científico, o Prof. Yakovlev afirma que ela é cada vez mais popular devido à sua expansão  nas fronteiras da ciência e tecnologia mundiais.

“É um campo de conhecimento que fica bem no meio de um cruzamento científico onde interagem a ciência, propriamente dita, a engenharia, química, biologia, matemática e física, entre outras, por forma a que todas elas contribuam para o desenvolvimento e aprimoramento de novas ferramentas e conceitos que auxiliem os médicos a tratar as principais doenças que continuam a ameaçar a vida do ser humano”, esclarece o pesquisador.

A colaboração com o IFSC/USP

Prof. Vladislav Yakovlev

A importância desta colaboração entre a Texas A&M University e o IFSC/USP é, para o pesquisador norte-americano, uma das mais importantes que sua universidade mantém com o Brasil e principalmente com o Estado de São Paulo, por intermédio da USP, algo que nasceu mesmo antes da pandemia, já que é a área de medicina que mais está sendo estudada e pesquisada pelas duas instituições, até porque os problemas relacionados com a saúde são um dos maiores destaques  e preocupações no futuro da humanidade. “Esta colaboração com o Instituto de Física de São Carlos surgiu, principalmente, visando uma atuação conjunta na área de doenças infecciosas, o que tem ocasionado intercâmbios valiosos entre nós, permitindo que pesquisadores da minha universidade e do IFSC/USP se tenham visitado mutuamente no passado recente, realizando pesquisas conjuntas”, salienta Yakovlev, acrescentado que a importância fundamental para os dois países e para as duas universidade é que hajam bastantes trocas de ideias, com a expansão da ciência e da multidisciplinaridade nas pesquisas que são feitas e no conhecimento gerado. “Existem muitos problemas na área médica que precisam ser estudados e resolvidos no mundo, como é o caso das doenças infecciosas que atingem simultaneamente os dois países, além da prevenção e combate ao câncer, que se encontra na agenda de muitos grupos de pesquisa de ambas as instituições. O Estado do Texas tem um dos maiores centros de combate ao câncer do mundo, sendo que numerosas instituições existentes no Estado de São Paulo e no Brasil, como um todo, não ficam atrás, daí a necessidade de trabalharmos juntos. A população está crescendo e temos que trabalhar muito para que os diagnósticos e os tratamentos sejam cada vez mais eficazes, menos dispendiosos e menos demorados, por isso temos que que encontrar alternativas e soluções. O IFSC/USP, e principalmente o seu Grupo de Óptica, é um dos poucos lugares que tem trabalhado com extrema eficiência nesses alvos, com técnicas inovadoras que poderão auxiliar as populações. Por isso temos que unir esforços para que estes grupos de pesquisa espalhados pelo mundo lutem lado a lado no mesmo sentido, na mesma direção, motivos pelos quais terá que haver uma maior interação entre China, EUA, Europa, Rússia, etc.”, pontua o Prof. Yakovlev.

No IFSC/USP todas as áreas da Física trabalham juntas

Para o Prof. Vladislav Yakovlev, o IFSC/USP é um modelo de organização no seu conjunto, com um destaque natural para o Grupo de Óptica, atendendo a que os trabalhos desenvolvidos nesse grupo estão diretamente ligados aos estudo do pesquisador norte-americano, principalmente na área da saúde. “Este grupo, liderado pelo Prof. Vanderlei Bagnato, tal como os outros grupos que se dedicam a esta área particular, está a fazer um trabalho verdadeiramente incrível e fomentando as interações que falei atrás. Há muita sinergia neste Grupo de Óptica, principalmente no que diz respeito à multidisciplinaridade nos estudos e pesquisas, tudo isso representando a ciência do futuro, ao contrário do que acontecia antigamente, onde as áreas do conhecimento eram estanques. Está mais do que provado que não podemos separar as áreas do conhecimento, porque elas fazem parte de um todo, elas têm que estar unidas para a resolução dos problemas que surgem diariamente na ciência e esta é a única maneira de seguir em frente”, sublinha o pesquisador, que exalta, como maior destaque, a integração de toda a infraestrutura do IFSC/USP, com todas as áreas da Física a trabalharem juntas em muitos projetos. Para ele, a transferência de conhecimento no IFSC/USP é bastante relevante e tem atraído a atenção de muitos grupos internacionais, dando como exemplo a Texas A&M University, bem como as pesquisas de ponta que são feitas em diversos níveis e para diversos problemas. “É um trabalho incrível que vejo aqui”, afirma Yakovlev.

Ver mais alunos e cientistas a se visitarem para realizarem pesquisas conjuntas que possam atingir níveis ainda mais elevados na ciência e inovação é, para o pesquisador norte-americano, o próximo passo que deverá ser dado nesta parceria.

A carreira do Prof. Yakovlev reflete uma enorme quantidade de trabalhos pioneiros em óptica de alta velocidade. Algumas dessas realizações incluem seu trabalho em amplificadores paramétricos ópticos de luz branca contínua, amplamente adaptados como fontes amplamente sintonizáveis de pulsos de laser ultracurtos usados para imagens de alta velocidade e espectroscopia.

O Prof. Vladislav Yakovlev recebeu em 2021 o “Prêmio Harold E. Edgerton em Óptica de Alta Velocidade” da Sociedade Internacional de Óptica e Fotônica (SPIE).

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

23 de maio de 2022

Hibernação, torpor e sono – Distinguir os animais que hibernam daqueles que passam por um estado de torpor diário

Figura-1: Diagrama esquemático para distinguir torpor diário e hibernação. (a) A variação da temperatura do corpo de um animal entorpecido, abaixa durante a noite e aumenta durante o dia. (b) A variação da temperatura de um animal que hiberna, dura meses, e é entremeado por breves intervalos de despertar fisiológico. Durante esses pequenos intervalos, os parâmetros fisiológicos retomam seus valores pré-hibernação (Crédito: ref. [1])

Por: Prof. Roberto N. Onody *

A saúde das células de um organismo vivo depende de parâmetros vitais como temperatura, osmolaridade e oxigenação. Para sua preservação, os animais têm que dar respostas fisiológicas às mudanças ambientais, num processo chamado homeostase.

Alguns animais dão uma resposta extraordinária às alterações ambientais – a hibernação. A hibernação é um conjunto de estratégias fisiológicas escolhidas para enfrentar um ambiente muito hostil e adverso, como grandes mudanças de temperatura, falta de comida ou de água. Em geral, o estado de hibernação se caracteriza por uma diminuição da temperatura do corpo, decréscimo da pulsação e da pressão arterial, diminuição do metabolismo e de toda a atividade do animal. A palavra hibernação vem do latim hibernare, que significa ´passar o inverno´.

De maneira surpreendente, o número de animais diferentes que se beneficiam da hibernação é, realmente, muito grande. Inclui tanto animais heterotérmicos (isto é, que não mantêm a temperatura do seu corpo constante, aproximando-a da temperatura ambiente) como répteis, anfíbios e peixes, e os animais homeotérmicos (isto é, que mantêm a temperatura do seu corpo, aproximadamente, constante) como os mamíferos e aves.

É preciso distinguir os animais que, de fato, hibernam daqueles que passam por um estado de torpor diário. Na Figura 1, temos um gráfico esquemático mostrando a diferença [1].  A variação da temperatura de um animal que hiberna é pontuada por breves intervalos de despertar fisiológico (entrementes, o animal não está acordado, consciente). Durante esses curtos intervalos, os parâmetros fisiológicos retomam seus valores pré-hibernação. Esses intervalos de despertar não existem no estado de torpor. Sabe-se que, durante esses intervalos de despertar, a máquina biológica entra em ação: ocorre divisão celular para produzir proteínas e reparar células, estímulo do sistema imunológico e reversão das contrações dos dendritos dos neurônios. Essas contrações sempre ocorrem durante o torpor.

Figura-2: O noitibó-de-nuttal (Phalaenoptilus nuttallii), única ave conhecida que hiberna (por até 100 dias) (Crédito: VeVET : Ahhh o frio… )

Para não sofrer os efeitos de mudanças climáticas, as aves migram em vez de hibernar. Só se conhece uma ave que hiberna – é a noitibó-de-nuttal, uma ave norte-americana (Figura 2).

Aves como o beija-flor não dormem e nem hibernam, mas passam por um torpor diário. Durante o dia, sua temperatura corporal é de cerca de 40oC, batendo o coração num ritmo frenético (1.200 vezes por minuto). À noite, sua temperatura cai para 18oC e coração desacelera para cerca de 50 batidas por minuto.

Nós, seres humanos, durante o sono, temos um decaimento de 1 a 2 graus Celsius da nossa temperatura corporal, uma diminuição de cerca de 10% do nosso metabolismo e da pressão arterial. Quando a temperatura aumenta, nós transpiramos e perdemos calor na forma de suor; quando a temperatura diminui, nós trememos para aumentar a produção de calor.

Todos os animais, para sobreviverem, devem manter a temperatura corporal dentro de um certo intervalo. Abaixo de 0oC, cristais de gelo podem se formar no interior das células, rompendo suas membranas. Acima de 40oC, as proteínas se desnaturam, perdendo sua função.

Para controlar sua temperatura, o animal tem que produzir calor (animal endotérmico ou, popularmente, de ´sangue quente´) ou receber (ou mesmo perder) calor do sol (animal ectotérmico, de ´sangue frio´). Um animal endotérmico pode ser homeotérmico ou heterotérmico. Por outro lado, todo animal ectotérmico é heterotérmico.

A hibernação de animais de sangue frio (peixes, répteis e anfíbios) é chamada de brumação.  Ao contrário dos animais de sangue quente (que, antes de hibernarem, se empanturram de alimentos), eles não precisam se alimentar antes de brumar. Quando está muito frio, colocam-se em um lugar que tenha sol, abaixam a temperatura corporal aproximando-a da temperatura ambiente, diminuem o ritmo metabólico, a respiração e as batidas cardíacas. Se está muito quente, as alterações fisiológicas se repetem, só que desta vez, o animal procura um lugar fresco e à sombra. Este último caso também é chamado de estivação. Entre exemplos de animais que brumam estão algumas espécies de serpentes, tartarugas, jacarés, sapos, peixes, abelhas e até o pequeno caracol.

Figura-3: O fofinho lêmure anão (Fat-tailed Dwarf Lemur). Antes de hibernar, seu peso aumenta em 40%. Essa gordura extra se acumula na sua cauda, daí seu nome ´Fat-tailed´ (Crédito: ref. [2])

Entre os animais de sangue quente que hibernam, o destaque fica para os mamíferos, principalmente aqueles de pequeno porte. São esquilos, morcegos, porcos-espinhos, gambás e marmotas. Estas últimas, famosas por, supostamente, conseguirem prever se o próximo inverno será muito rigoroso ou não, hibernam por 5 meses. Neste período perdem um quarto do seu peso, diminuem seus batimentos cardíacos de 100 para apenas 10 batimentos por minuto e sua temperatura corporal de 37 para apenas 2 graus Celsius!

Quando falamos em hibernação, a imagem imediata que nos vem à cabeça é a de um urso. Essa é uma percepção comum – o urso como modelo de hibernação. É, porém, equivocada. Hoje, a maioria dos biólogos prefere caracterizar como torpor! Isto porque a temperatura corporal dos ursos cai apenas 5oC durante a ´hibernação´ e as batidas cardíacas diminuem de 50 para 20 por minuto (muito pouco quando comparamos, por exemplo, com a marmota). Os ursos são animais enormes (que pesam entre 400 e 700 kg) e muito fortes – a mordida de um urso pardo pode esmagar uma bola de boliche. Antes do inverno eles precisam engordar muito (cerca de 1,5 kg por dia!) para queimar calorias durante a dormência. Mas, é uma obesidade saudável.  Saem do inverno bem ´fit´, com um peso 30 % menor.

O único primata conhecido que hiberna é um lêmure anão encontrado na ilha de Madagascar (Figura 3). Sua temperatura corporal, que é de 37oC diminui para 16 oC. Seu batimento cardíaco despenca de 180 para apenas 8 batidas por minuto [2]. Eles podem hibernar por até 7 meses!

Vamos agora, analisar os mecanismos biológicos envolvidos na hibernação. Entre eles, o controle térmico corporal tem um papel fundamental e o sistema nervoso autônomo é o encarregado desse controle.

A sensitividade térmica do nosso corpo se deve à presença de termorreceptores [3]. Termorreceptores são terminais nervosos livres encontrados na pele, fígado, músculos esqueléticos e no hipotálamo. No ser humano, o número de termorreceptores para o frio é 3,5 vezes maior do que para o quente.

No hipotálamo (Figura 4), neurônios termicamente sensíveis disparam os mecanismos de resposta ao calor e ao frio. Essa resposta é dada por diversos órgãos. Diretamente, pelo fígado e músculos esqueléticos e, indiretamente, pelo coração e a tiróide.

Na parte anterior do hipotálamo fica uma região chamada de pré–óptica. Ela é o verdadeiro centro de coordenação térmica, pois recebe sinais de termorreceptores periféricos (pele e medula espinhal) e os compara com aqueles vindos de termorreceptores centrais (hipotálamo). Ela os integra e escolhe a melhor resposta regulatória para dadas condições térmicas internas e externas (ambientais).

Figura-4: O hipotálamo é um órgão multifuncional. Ele controla a temperatura corporal, a fome, a sede, a fadiga e o ritmo circadiano. (Crédito: Medical News Today)

É também nessa região pré–óptica do hipotálamo que se dispara o sinal de alarme contra invasores no nosso corpo. O metabolismo de bactérias e vírus e a ação defensiva dos leucócitos, produzem pirogênios (moléculas de polissacarídeos ou peptídeos).  A presença dessas substâncias pirogênicas, diminui a atividade de neurônios sensíveis ao calor e aumenta a atividade dos neurônios sensíveis ao frio, causando a febre. O alarme defensivo foi acionado.

Experimentos realizados em mamíferos demonstraram que o aquecimento (resfriamento) da região pré–óptica reduz (aumenta) a taxa metabólica. Em outras palavras, a variação de temperatura nessa região altera a atividade dos neurônios. Voltaremos a esse assunto mais adiante.

Guardadas as devidas proporções (e precauções), o sono se assemelha muito à hibernação. Basicamente, o sono pode ser dividido em quatro fases: REM – movimento rápido dos olhos (Rapid Eye Moviment) e NREM – não REM, com 3 fases denominadas N1, N2 e N3, detectadas pelo eletroencefalograma. Quando nos deitamos para dormir, o sono se inicia com as 3 fases N1, N2 e N3 (nessa ordem). Cerca de 90 minutos depois vem a primeira fase REM, que dura de 10 a 60 minutos. Em seguida, elas vão se alternando com diferentes durações.

Durante a fase REM, as ondas cerebrais, a respiração e a pulsação aumentam de tal forma que se parecem com o da vigília. É a fase mais cheia de sonhos (agitados). Nessa fase, para evitar danos a nós mesmos e aos outros, nossos músculos estão paralisados!

Durante a fase NREM, há uma diminuição da temperatura corporal e do ritmo metabólico. Os vasos sanguíneos da nossa pele se dilatam, favorecendo a dissipação de calor. Exceto pelas amplitudes envolvidas (nos valores da queda da temperatura e do ritmo metabólico), a fase NREM é muito semelhante ao torpor.

Vejamos agora as diferenças. Ao contrário do que acontece na vigília, importantes experimentos demostraram que, durante a fase REM, alterar a temperatura da região pré-biótica não modifica a atividade dos neurônios. Ao contrário da fase NREM, durante o torpor não se observou dilatação de vasos cutâneos.

O torpor natural é caracterizado por uma diminuição espontânea da atividade metabólica e, consequentemente, da temperatura corporal. A temperatura do corpo pode se aproximar da temperatura ambiente, desde que esta fique acima de 0oC. Isso mostra, que a regulação térmica está deprimida, mas, ainda está presente.

Uma vez que o estado de torpor existe em todas as ordens de mamíferos (incluindo os primatas), acredita-se que a característica de supressão da taxa de metabolismo já estivesse presente em algum ancestral evolutivo. Portanto, em algumas espécies, os genes responsáveis pelo torpor foram silenciados.  Será possível reativá-los?

Existe um caso humano, reportado na literatura [4], que se aproxima do torpor. Um senhor de 51 anos tinha ataques de suor violentíssimos, várias vezes por dia. Esses ataques eram unilaterais, pois atingiam somente o lado esquerdo do seu corpo. Aconteciam, estando o paciente em pé ou deitado. Começaram após uma infecção identificada como do tipo influenza. Os ataques de suor duravam cerca de uma hora e meia, após o que ele sentia muita fraqueza, lentidão mental, tremores e muito frio. Sua temperatura baixava para apenas 31oC por, aproximadamente, 80 minutos. Todos os exames foram feitos, diagnósticos possíveis e medicamentos testados, sem resultado. Após 1 ano os sintomas simplesmente desapareceram.

A hipotermia terapêutica em seres humanos é muito utilizada em casos de injúrias cerebrais e coronárias. No processo de hipotermia, a cada 1oC de queda na temperatura de nosso corpo, há uma redução de 6% no consumo de oxigênio nos tecidos e de 10% no nosso cérebro. Porém, abaixo de 32oC esse ritmo diminui. Quando a temperatura chega a 15oC, nosso cérebro está consumindo apenas 17% do oxigênio daquele utilizado em nível normal. Mas, esses níveis de hipotermia só podem ser atingidos com enorme suporte de equipamentos clínicos especializados e coordenação humana.

Uma maneira alternativa (e, talvez, mais eficaz) de conseguir induzir torpor em mamíferos, seja reduzindo o seu metabolismo. O metabolismo envolve a ação de múltiplas enzimas e inclui o catabolismo – em que uma molécula complexa é quebrada em moléculas mais simples liberando energia e o anabolismo – que é o processo oposto, utiliza energia e moléculas mais simples para produzir moléculas mais complexas.

Buscando-se provocar torpor em mamíferos de maneira artificial (o chamado torpor sintético), várias substâncias têm sido testadas. Sulfeto de hidrogênio, N6-cyclohexyladenosine, 3-iodothyronamine (um hormônio da tiróide), etc. Na maioria dos casos, essas substâncias tiveram sucesso apenas em mamíferos de pequeno porte como ratos e esquilos.

O torpor sintético em seres humanos tem particular interesse em longas viagens espaciais. Um astronauta metabolicamente quiescente, ensejaria uma diminuição de consumo de oxigênio, comida, água, e quem sabe, até uma redução dos efeitos nocivos nos ossos e nos músculos da microgravidade.

*Físico, Professor Sênior do IFSC – USP

e-mail: onody@ifsc.usp.br

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(Agradecimento: ao Sr. Rui Sintra da Assessoria de Comunicação)

Referências:

[1] Cellular, Molecular, and Physiological Adaptations of Hibernation: The Solution to Environmental Challenges | Annual Review of Cell and Developmental Biology (doi.org) 

[2] Fat-tailed Dwarf Lemur – Duke Lemur Center

[3] The Central Control of Energy Expenditure: Exploiting Torpor for Medical Applications | Annual Review of Physiology (annualreviews.org)

[4] Paroxysmal episodic central thermoregulatory failure

https://doi.org/10.1212/WNL.58.8.1300

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

22 de maio de 2022

Um Mestre se foi…

Pessoas mais qualificadas do que eu, e que conheceram o PROFESSOR DJALMA MIRABELLI REDONDO há mais tempo, já falaram sobre ele, de suas contribuições pessoais, profissionais e, sobretudo, didáticas na rica vida do campus da USP em São Carlos. Mesmo assim, sinto-me compelido, por profunda gratidão e respeito, a dar meu testemunho pessoal.

Já quando eu estava em meu segundo ano de faculdade, ouvia os
comentários dos veteranos acerca da disciplina de Física-Matemática: “Aquela matéria onde você tirará todas as suas dúvidas sobre física que acumulou desde a primeira aula de Cálculo.” “Equação de Poisson? Não se preocupe, quando você a vir em Eletromagnetismo, já terá resolvido de n formas, do avesso e de trás para frente, em Física-Matemática.”

“Você não se forma aqui sem passar pelo Djalma!”

Com o tempo, comecei a prestar atenção no Djalma ao encontrá-lo pelo campus, um senhor andando calma mas resolutamente no final da tarde, da biblioteca para a saída do campus na rua Miguel Petroni. Ou, então, em frente à biblioteca, conversando com estudantes com sua voz baixa e seus gestos expansivos.

Fiquei com uma imagem de serenidade, cultivando expectativas que foram correspondidas quando me tornei um de seus estudantes em 2004. Divido meu curso de graduação entre antes e depois do Professor Djalma. Suas aulas eram extremamente bem-estruturadas, com começo, meio e fim. Nas suas explicações, havia o rigor das demonstrações matemáticas, com seus épsilons e deltas que tanto me assustaram nas disciplinas de Cálculo, mas agora de forma compreensível. Eu conseguia entender tópicos extremamente elaborados – como as condições de Cauchy-Riemann, integrações por resíduo ou transformadas de Laplace – em cada detalhe, algo que não conseguira antes (talvez por minha própria imaturidade). Isso, para mim – como para qualquer estudante de exatas – era enriquecedor e gratificante.

Em suas exposições, exibia para nós também seu amplo conhecimento de história e filosofia, procurava nos transmitir a motivação e o contexto científico da época em que determinado conceito ou resultado havia se originado. Não era possível acompanhar seu curso tendo apenas um único livro-texto: cada tópico possuía suas próprias referências, mencionadas na ocasião, de livros consagrados como Morse e Feshbach, Butkov ou Kreyszig, aos menos conhecidos da extinta editora soviética Mir como Tikhonov e Samarskii, ou Budak e Fomín. Eu adorava procurar os volumes nas bibliotecas – do IFSC ou do ICMC – para fazer as minhas anotações, ir em sua sala para tirar dúvidas e, então, entrar em uma conversa demorada, recebendo outras indicações de leitura.

Uma característica do Professor Djalma que, com certeza, chamava a atenção de todos: ele já era aposentado há anos e, mesmo assim, ia todos os dias ao IFSC, fazia questão de ainda lecionar. Não havia pego uma disciplina qualquer, mas justamente Física-Matemática, decisiva para o curso de Física. Longe de apenas repetir o mesmíssimo conteúdo, de folhas manuscritas e amareladas preparadas anos antes, sua forma de
apresentar a disciplina mudava a cada ano! Várias vezes ao ir em sua sala eu o encontrava reescrevendo suas notas de aula, mudando o enfoque e a seqüência dos tópicos, ou até mesmo excluindo algum específico para aquele semestre, para dar lugar a algum que julgasse mais importante com base em conversas com os professores das demais disciplinas. Quando achava que algum tópico seria importante para nossa formação, mas o tempo previsto para a disciplina não seria suficiente para abordá-lo, o Professor Djalma se dispunha a ministrar aulas extras. Inclusive, ministrou para nós um curso de férias de preparação matemática para a Mecânica Quântica, que veríamos no último ano de faculdade.

Impossível não lembrar seu método exigente de avaliação. Em primeiro lugar, listas de exercícios semanais, que exploravam bem o conteúdo e demandavam dedicação. O restante da média seria referente às provas escritas individuais, cada uma com sua própria substitutiva na semana seguinte; quem ficasse com nota menor do que 5 em alguma prova (depois da oportunidade de recuperá-la com a substitutiva), mesmo que conseguisse compensar nas seguintes, já estaria automaticamente de recuperação. Por que o trabalho, para um professor aposentado, de corrigir listas e ficar aplicando provas a mais? Porque o conteúdo de Física-Matemática é vital para qualquer físico, não é possível ter lacunas, simplesmente ignorar determinado tópico. Pelo contrário, deveríamos demonstrar uma proficiência mínima em cada aspecto da disciplina.

Em meu ano como seu estudante ele escreveu um artigo, logo publicado no European Journal of Physics, onde analisava vibrações em membranas variando as condições de contorno, tendo como um dos co-autores o monitor da disciplina na época, Leonardo Castelano, hoje também professor. O destaque deste trabalho era o uso do software MAPLE para fazer simulações, lembro-me do entusiasmo do Djalma ao projetar as animações durante as aulas, ilustrando as aplicações das funções de Bessel. Tratava-se de um entusiasmo pela tecnologia e pelo potencial
pedagógico por ela proporcionado digno de um jovem recém-contratado.

Creio que a maioria dos professores (pelo menos comigo isso acontece com freqüência) já recebeu uma pergunta em sala-de-aula sobre algum aspecto da explicação, que pode até ser banal, mas que nos pega desprevenidos, obrigando-nos a uma pausa momentânea para pensar no assunto, às vezes até mesmo com ajuda do autor da pergunta – não deixa de ser um processo estimulante. Tínhamos histórias assim com nossos professores, provavelmente meus estudantes terão também comigo, porém
nunca vi, enquanto aluno, isso ocorrer com o Professor Djalma,
tampouco escutei relatos nesse sentido. Cada questionamento era sempre respondido prontamente, sem sinal de insegurança.

O Professor Djalma nunca se apressava, cada passo era explicado no tempo certo, e só quando havia a certeza de ter sido exposto da forma mais transparente possível, passava para o seguinte. Sem pular etapas, sem passagens misteriosas. Eu admirava muito sua calma e sua organização, a dignidade, a segurança e o respeito com que conduzia as aulas, e espero algum dia chegar à sua altura. É o modelo do professor
que eu gostaria de ser.

Descanse em paz, Mestre Djalma!

(Carlos Alexandre Brasil)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

20 de maio de 2022

Produção de cerveja é melhorada com aplicação de luz

Crédito (FAPESP)

Pesquisadores do IFSC-USP descobriram que o uso de luzes de LED pode acelerar a fase de fermentação na produção de cerveja, reduzindo o tempo gasto nesse processo de 15% a 20%, sem alterar a qualidade da bebida.

O uso de luz para análise do processo de produção de cerveja permite o controle de reações enzimáticas e fermentativas que antes não passavam de metodologias empíricas. Com as técnicas ópticas, a produção de cerveja passa a ser otimizada, atingindo melhora na qualidade final.

Este foi o resultado inicial de uma pesquisa realizada no IFSC/USP a partir do trabalho de doutorado do aluno Éverton Sérgio Estracanholli, com o objetivo de ultrapassar as dificuldades em monitorar, em tempo real, a transformação do amido do malte de cevada em açúcares e, consequentemente, em álcool, garantindo assim a qualidade da cerveja.

Os métodos de análise atualmente praticados são demorados, havendo a necessidade de colher uma amostra, levar para um equipamento e fazer a quantificação.

Éverton Sérgio Estracanholli (FAPESP)

Nesse contexto e com base nesse estudo foi desenvolvido um conjunto de equipamentos, começando por um espectrômetro que compila os dados da produção de cerveja durante a produção em diferentes etapas. “Durante a produção de uma cerveja, você começa com a mosturação, que é o processo de cozimento dos grãos de malte de cevada, conhecido também como brassagem, onde acontece uma quebra do amido do malte em açucares. É esse açúcar que vai ser usado para a alimentação da levedura para a produção do álcool, no passo seguinte, a fermentação. Durante todo esse processo, desde a mosturação até à fermentação, o equipamento que vai fazer as medidas é o espectrômetro e os açúcares, juntamente com o álcool, são quantificados através de uma rede de inteligência artificial. Com o espectrômetro é possível monitorar em tempo real as propriedades da cerveja antes do processo ser finalizado, quantidade de açucares e de álcool, o que permite um controle da produção nunca feito antes.”, explica o docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Sebastião Pratavieira.

O segundo equipamento, também baseado em leituras ópticas, é um medidor de cor e amargor que atua tanto na bebida em sua fase de produção, quanto com a bebida pronta, sendo possível determinar essas propriedades e adequá-las, atingindo com maior precisão o objetivo final desejado.

No IFSC/USP foram realizados testes de medida de amargor com cervejas de mercado, onde se verificou que, mesmo tolerando variações de 10% entre os valores reais de amargor e os valores declarados em rótulo, ainda assim 2/3 das cervejas foram incondizentes.

“Em um mercado onde cervejas amargas vêm sendo cada vez mais exploradas, com valores de amargor expostos em rótulos como meio de propaganda, torna-se indispensável o uso de técnicas para controle” acrescenta Éverton Sérgio Estracanholli.

Esta pesquisa está integrada na Unidade EMBRAPII – Centro de Pesquisa e Inovação em Biofotônica e Instrumentação do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) – Empresa: BR Tecnologia em Bebidas Ltda.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

19 de maio de 2022

Canal CEPOF-IFSC/USP (Canal 10 da NET São Carlos) ao vivo na Twitch TV

O Canal CEPOF, cuja programação é transmitida 24 horas por dia no Canal-10 da NET São Carlos, está agora a ser transmitido também na Twitch TV – Internet.

Esta é mais uma nova forma de disseminar a programação do Canal CEPOF através de streaming, cujos destaques continuarão a ser programas científicos, culturais, educativos e sociais, além de aulas de Física.

Confira a transmissão do Canal CEPOF na Twitch-TV, clicando AQUI.

 

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

19 de maio de 2022

Com o apoio da USP: ”Maio Amarelo” – “Atenção pela vida”

O ”Maio Amarelo” é um movimento internacional de conscientização para redução de sinistros no trânsito. Em 2022, com o tema “Atenção pela vida”, as ações da SPTrans reforçam o compromisso na preservação da segurança viária durante os deslocamentos das pessoas  e incentivam a convivência entre os modais existentes.

Dentre as ações, será promovida a dinâmica de ”Inversão de Papéis”, entre motoristas de ônibus e ciclistas. A proposta é promover a empatia entre esses atores, por meio de conversas para troca de experiências. Em seguida ocorrerá uma ação prática com motoristas em bicicletas fixas, enquanto o coletivo passa ao lado  de ciclistas no banco do motorista de ônibus, para conhecer os pontos cegos desse veículo.

Data do evento – 26/05/2022, das 09h45 às 12h15, no Auditório do CEPEUSP, Travessa C, portão 12 – São Paulo.

Para se inscrever e participar desta ação, clique AQUI (vagas limitadas).

Evento promovido pela SPTrans.

Apoio Institucional: Universidade de São Paulo /PRG/PUSP-C/CEPEUSP/SPPU/PUSP

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

19 de maio de 2022

15ª Conferência Internacional de Bolonha sobre Ressonância Magnética em Meios Porosos (MRPM15)

Universidade de Zhejiang

Realiza-se entre os dias 21 e 26 do próximo mês de agosto, na cidade de Hangzhou – capital da província de Chequião -, República Popular da China, a 15ª Conferência Internacional de Bolonha sobre Ressonância Magnética em Meios Porosos (MRPM15), um evento interdisciplinar organizado pela Universidade de Zhejiang.

Devido à pandemia do COVID-19, a conferência MRPM15 será realizada presencialmente para a maioria dos participantes na China e online para a maioria dos participantes internacionais, tendo como foco a troca de ideias e disseminação de projetos relacionados com ressonância magnética, relaxometria, espectroscopia e áreas conexas, passando pelas ciências de alimentos e indústria de petróleo.

Originalmente iniciada na Universidade de Bolonha, em Itália, em 1990, a Conferência Internacional de Bolonha sobre Ressonância Magnética em Meios Porosos (MRPM) tem percorrido o mundo: da Itália ao Reino Unido, Bélgica, Noruega, Alemanha, França, EUA, Nova Zelândia e, finalmente, desta vez para a China .

A Universidade de Zhejiang é um prestigiado instituto de ensino superior multidisciplinar na China, abrangendo sete campi e hospedando mais de sessenta mil alunos. Pesquisas acadêmicas e industriais de alto nível estão sendo incubadas e amadurecidas na Universidade de Zhejiang, abrigando um centro de RMN de estado sólido e um centro de imagens médicas de RM, além de diversos grupos de pesquisa nas áreas relacionadas aos meios porosos.

Dentre os inúmeros oradores internacionais já confirmados, que farão suas apresentações de forma remota, está o docente e pesquisador do IFSC/USP e que é m,embro do comitê científico internacional do evento, Prof. Tito José Bonagamba – confira AQUI a lista de palestrantes.

Para obter mais informações, conferir as datas mais importantes relacionadas com o evento e/ou se inscrever, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

18 de maio de 2022

19 de maio – “Dia do Físico”… Comemoremos esta importante data!

No Brasil, é comemorado anualmente o “Dia do Físico” em 19 de maio, que, segundo consta na história, a data faz uma alusão ao chamado “ano miraculoso”,  ocorrido em 1905, cuja separação em pares dos 4 algarismos que formam o ano gera a data 19 do mês 05 (maio). Foi nesse ano que Albert Einstein publicou seus artigos que mudariam os conceitos da Física e que foram essenciais para o avanço científico.

Prof. Javier Ellena

As enormes contribuições feitas pelos Físicos em prol da sociedade partiram do entendimento dos fenômenos presentes na natureza, utilizando-os da melhor forma para benefício da humanidade, e que requerem para além de um vasto conhecimento, uma tremenda paixão, como salienta o docente, Presidente da Comissão de Pós-Graduação e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Javier Ellena. “Como toda a profissão, ser físico requer ter paixão por aquilo que você faz e que define você como pessoa. Ser físico, permite ver o mundo com outros olhos, enxergar a beleza na natureza que às vezes fica oculta no cotidiano das pessoas. A física permite-nos, ao mesmo tempo, perceber o pouco que sabemos sobre as coisas que nos rodeiam e o muito que nos falta aprender, olhando a imensidão do universo como o conhecemos hoje. Daí, a continua necessidade de melhorar, de colaborar com outros cientistas, para que juntos possamos desvendar mais alguns pedaços desse Universo ainda oculto, no ensejo de que num futuro próximo todo esse conhecimento leve a melhoras na nossa sociedade e nas nossas vidas cotidianas. Daí, a necessidade de ensinar para mostrar aos demais toda essa beleza oculta. Temos também a responsabilidade de lutar contra o obscurantismo e contra os pensamentos retrógrados, assim como as discriminações e divisões que tanto tem afetado o nosso país e o mundo nestes últimos anos. Ser Físico, significa, no final, saber que você faz aquilo que você ama”, pontua o docente.

Profª Tereza Cristina Mendes

Para a Profª Tereza Cristina da Rocha Mendes, Presidente da Comissão de Graduação do IFSC/USP “A palavra “Física” vem do grego e significa natureza. O físico estuda os fenômenos naturais, buscando estabelecer as leis que regem o comportamento da matéria e da energia, para depois aplicar essas leis na solução de questões práticas. Quais questões práticas? físicos (e físicas!) distinguem-se por terem grande capacidade de abstração, muito útil para isolar os aspectos mais importantes de um problema, identificando e aplicando a ferramenta mais apropriada para resolvê-lo. Isso vale tanto para a solução de problemas na ciência básica quanto para aplicações na indústria e engenharia, ou nos mais variados setores como: mercado financeiro (econofísica), medicina (física médica), biologia (biofísica), computação, ciência de dados e ciências atmosféricas. De fato, o campo de atuação para profissionais de Física fora do meio acadêmico tem se ampliado muito, o que sinaliza uma ótima expectativa para o futuro da profissão. É interessante que capacidade de abstração e espírito prático sejam habilidades adquiridas durante a graduação em Física, uma disciplina em que o objetivo fundamental é investigar as leis do universo, explicando suas regularidades e simetrias, propondo equações que se caracterizem por simplicidade e elegância. Em outras palavras, a Física é a busca pela beleza. Feliz dia do físico!”.

Para o docente e pesquisador do Instituto de Física de São Carlos (IUFSC/USP), Físico e um dos maiores insignes cientistas do nosso País, Prof. Vanderlei Salvador Bagnato, o “Dia do Físico” induz a refletir sobre o papel desse profissional, cuja sua ação permite que todas as áreas do conhecimento avancem para o beneficio da humanidade.

Comemorações do “Dia do Físico” em São Carlos

Na cidade de São Carlos, as comemorações do “Dia do Físico” acontecem exatamente no dia 19 de maio, inseridas na programação da “Semana da Óptica – 2022 / SEMÓPTICA”, promovida pelo Instituto de Física de São Carlos (USP) e que ocorrerão no Anfiteatro do Museu de Ciência “Prof. Mário Tolentino”, a partir das 10h00, com a participação do Prof. Vanderlei Bagnato e de alunos e professores das escolas da cidade. Nesta programação está incluída a exposição “Do Visível ao Invisível”, com atividades interativas, um “show” de Física, uma exposição paleontológica “Dinossauros”, um Planetário, onde será mostrado como nasceu o sistema solar, e atividades com kits educacionais, onde os alunos poderão fazer experimentos em casa.

Clique na imagem abaixo para conferir a mensagem do Prof. Vanderlei Bagnato.

Rui Sintra – Jornalista – IFSC/USP

16 de maio de 2022

”Semóptica 2022” – Semana da Óptica – Comemorações do “Dia Internacional da Luz” e “Dia do Físico”

Uma reunião científica que desde há 26 anos reúne uma ampla comunidade de cientistas, professores, alunos e técnicos nas áreas de óptica e fotônica, e cujo principal foco é dar a conhecer e discutir os últimos avanços feitos nas pesquisas inseridas nessas duas vertentes do conhecimento. Um debate importante, principalmente para analisar e rever os inúmeros trabalhos que tanto contribuíram ultimamente para o combate e prevenção à COVID-19, com o desenvolvimento de inovadores protocolos direcionados à saúde e equipamentos com tecnologia avançada à base de luz, que mereceram os devidos destaques nos medias nacionais e regionais.

Estamos falando da “Semóptica 2022 – Semana da Óptica”, um evento promovido e realizado anualmente pelo Grupo de Óptica “Milton Ferreira de Souza”, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), em parceria com o Centro de Pesquisas em Óptica e Fotônica (CEPOF) e o Instituto Nacional de Óptica e Fotônica (INOF), ambos sediados no mesmo Instituto, e que acontecerá este ano de forma híbrida (presencial e remotamente) entre os dias 16 e 20 deste mês de maio, com os indispensáveis apoios da USP, IFSC/USP, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de S. Paulo (FAPESP), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, entre outros.

Inseridas na vasta programação deste evento (gratuito), estarão, como destaque, as comemorações do “Dia Internacional da Luz” (16/05), com várias palestras sobre o tema, e o “Dia do Físico” (19/05), com exposição e palestras no “Museu Prof. Mario Tolentino”, no centro de São Carlos.

Outro destaque vai para o minicurso que será ministrado pelo Prof. Vanderlei Bagnato sobre o projeto “Aventuras da Ciência”, seguido de um sorteio de Kits de Óptica para os participantes (não é necessária inscrição).

A coordenação da “Semóptica 2022” está este ano sob a responsabilidade dos Profs. Euclydes Marega Junior e Sebastião Pratavieira.

Confira abaixo a programação.

(Foto: Brás José Muniz)

 

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

16 de maio de 2022

Prof. Djalma Mirabelli Redondo – Um Verdadeiro Professor (†13/05/2022) – Um depoimento pessoal…

Tive a sorte de conhecer o Memorável e Estimado Prof. Djalma Mirabelli Redondo nos meus primeiros dias de USP, em 1978, nas aulas teóricas de Física 1 oferecidas no prédio mais importante do Campus de São Carlos, o E1.

Já naqueles primeiros momentos de USP, me impressionou sua delicadeza conosco, jovens ingressantes da Universidade, apresentando com entusiasmo suas aulas muito bem preparadas, recheadas de profundo conhecimento em temas diversos, nos auxiliando a perceber que a Física deveria andar ao lado de outras áreas do saber, sempre nos indicando referências de qualidade em vários idiomas, incluindo espanhol, francês e inglês. Quanto aprendizado através de apenas uma pessoa!

No primeiro semestre de 1978, passamos por uma longa greve, que culminou na reprovação de praticamente todas as alunas e todos os alunos do Campus, criando uma série de problemas associados com o acúmulo de disciplinas e pré-requisitos. Felizmente, tivemos o Prof. Djalma para nos auxiliar em todas as barreiras encontradas, sempre com autoridade e muito empenho. Sabíamos que tínhamos alguém ao nosso lado, sem perder o rigor nas disciplinas que ele oferecia e nas avaliações que aplicava.

A sorte continuou, pois ele nos ofereceu várias disciplinas ao longo do Curso de Bacharelado em Física.

Posteriormente, já como docente do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), tive o Prof. Djalma como um ótimo parceiro acadêmico.

Durante o período que coordenei os Laboratórios de Ensino do IFSC/USP, ao longo da década de 1990, contei várias vezes com seu apoio, tanto para elaborar projetos dedicados à criação do Curso de Licenciatura em Ciências Exatas, quanto para discutir temas associados ao Ensino de Física. Em uma dessas atividades conjuntas, acabamos publicando um artigo na Revista Brasileira de Ensino de Física, intitulado ”Construção de um aparato experimental destinado à demonstração do efeito provocado pela força de Coriolis”, em 1998.

Deste modo, em todos meus momentos acadêmicos importantes, tal como na minha posse como Diretor do IFSC/USP, nunca deixei de firmemente homenageá-lo e agradecê-lo pela múltipla formação que ele conscientemente me ofereceu.

Espero que continuemos tendo professores com a índole acadêmica do Prof. Djalma, que ajudou a construir nossa prestigiosa Instituição, tendo atuado na Gestão tanto da Unidade, sendo, por exemplo, Chefe do Departamento de Física e Ciência dos Materiais do IFQSC/USP, quanto do nosso Campus, como Prefeito. Mais do que isso, que continuemos tendo colegas na USP que mereçam o título que ele sempre honrou ter, o de Professor no sentido exato e mais nobre da palavra.

Caríssimo Prof. Djalma Mirabelli Redondo, muitíssimo obrigado por tudo que me ensinou e aqui descrevo com humildes e poucas palavras. Espero poder manter viva a memória das suas preciosas contribuições. Será difícil, pois a dimensão dos seus conhecimentos era vasta, extrapolando os domínios da Física.

Tito J. Bonagamba

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

16 de maio de 2022

Pacientes com sequelas de COVID-19 recuperam totalmente olfato e paladar

Estudo de caso clínico confirma sucesso do tratamento desenvolvido pelo IFSC/USP

Um estudo de caso clínico de recuperação total de sequelas de COVID-19 relativas à perda de olfato e de paladar numa paciente de 34 anos, residente em São Carlos e publicado na revista científica “Journal of Biophotonics”, vem confirmar a eficácia do protocolo de um tratamento desenvolvido pelo Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) com base em equipamento de emissão de luz na faixa do vermelho e infravermelho também desenvolvido neste Instituto.

Primeiro que tudo é necessário explicar aos leitores que as disfunções olfativas vão desde a perda completa do olfato – chamada de anosmia -, à capacidade parcial ou reduzida de cheirar e detectar odores, designada de hiposmia. A anosmia é comumente associada a infecções virais do trato respiratório superior, onde se inclui a COVID-19. Da mesma forma, a ageusia, que é caracterizada pela perda completa da função do paladar, também está relacionada à COVID-19, sendo que essas duas disfunções – que são comuns em pacientes que contraíram o vírus – podem persistir após a recuperação dos pacientes, sendo descritas como síndromes pós-COVID-19. Contudo, a fisiologia dos mecanismos que levam a essas disfunções durante a infecção de SARSCoV- 2 ainda está sendo esclarecida.

Segundo as assistentes Viviane Brocca de Souza e Laís Tatiane Ferreira, orientadas pelo coordenador clínico Dr. Vitor H Panhóca (CITESC/Santa Casa São Carlos/IFSC-USP): “A paciente em primeira consulta disse que não tinha melhora do quadro de alteração de olfato e paladar durante os meses subsequentes à Covid-19”. Posteriormente, a paciente relatou no final do tratamento: “Após as sessões de laser, o olfato e o paladar voltaram totalmente ao normal”

O tratamento relatado neste estudo utiliza um equipamento com base em luz nas faixas do vermelho e infravermelho desenvolvido no Grupo de Óptica do IFSC/USP, protocolo esse que foi aplicado na paciente acima citada e que contraiu COVID-19 em Outubro de 2020, tendo ficado com as sequelas de falta de olfato e paladar até Dezembro de 2021, iniciando então o tratamento já no início do corrente ano. Tendo realizado 10 sessões de tratamento (3 vezes por semana), totalizando quarenta dias, com aplicações de laser intranasal e na lateral da língua, no final dos procedimentos a paciente relatou uma recuperação de cem por cento em ambas as disfunções, tendo readquirido totalmente sua qualidade de vida, comprovando assim a eficácia do procedimento.

Este caso confirma os anteriores resultados obtidos com pacientes com o mesmo tipo de sequelas.

Assinam este estudo os pesquisadores: Viviane Brocca de Souza; Laís Tatiane Ferreira; Marcela Sene-Fiorese; Vanessa Garcia; Tiago Zuccolotto Rodrigues; Antonio Eduardo de Aquino Junior; Vanderlei Salvador Bagnato (Coordenador Geral) e Vitor Hugo Panhoca (Instituto de Física de São Carlos – Universidade de São Paulo (USP), São Carlos, São Paulo, Brasil / Centro de Desenvolvimento e Treinamento de Tecnologias e Procedimentos de Reabilitação de Pacientes Pós-Cov id-19 ( CITESC- INOVA), São Carlos, SP, Brasil / Santa Casa de Misericórdia de São Carlos, São Carlos, SP, Brasil)

Para acessar o estudo publicado, clique AQUI.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

13 de maio de 2022

O falecimento do Prof. Djalma Mirabelli Redondo

É com extremo pesar que comunicamos o falecimento do Prof. Dr. Djalma Mirabelli Redondo, ocorrido na madrugada de hoje, dia 13 de maio de 2022.

Conforme escreve o decano do IFSC/USP, Prof. Luíz Nunes de Oliveira, “O campus de São Carlos perdeu nesta manhã um dos alicerces em que se apoiou para crescer.

O Professor Djalma Mirabelli Redondo veio para cá, em 1975, vestido com o espírito que o manteve vivo até hoje, de quem quer construir, dialogar e educar.

Sempre apaixonado pelas equações estocásticas, ele transmitiu a centenas de estudantes e a alguns de nós, seus colegas, sua visão aprofundada e abrangente da física matemática e suas aplicações.

Todos nós temos gosto pela leitura, mas o Professor Djalma nos ensinou a gostar mais dos livros. Na biblioteca, ele sempre foi visto como figura paterna, e o seu gosto por novos lançamentos \textemdash\ “Vejam que interessantes estas obras sobre a vida de Niels Bohr, sobre a física dos buracos negros, sobre a dinâmica das bicicletas…” \textemdash\ junto com o entusiasmo pela arte de guardar e disseminar o conhecimento contagiaram as bibliotecárias, enriqueceram as prateleiras e tornaram a BIFSC conhecida em toda a USP.

Chefe de Departamento, Prefeito do Campus, Conselheiro do SIBI, ele ensinou pelo exemplo que liderar é respeitar pessoas e instituições.

É de se imaginar que tais virtudes sejam frutos de sua formação em tempos difíceis. Foi um uspiano de raiz.

Bacharel em Física pela Faculdade de Filosofia Ciências em Letras, ele defendeu sua tese de Doutorado em 1968, ainda no período heróico da Pós-Graduação, sob a orientação de dois docentes ilustres: Mario Schemberg e Luiz Guimarães Ferreira.

Contratado pela própria instituição-mãe da pesquisa na Universidade no início da década de 1960, transferiu-se para o IFQSC no período mais tenebroso da ditadura e desde então, mesmo depois de aposentado pelo IFSC, não parou de construir, dialogar e educar.

Quem pôde, aprendeu com ele”.

O velório do Prof. Dr. Djalma Mirabelli Redondo reraliza-se amanhã, sábado (dia 14-05-2022), a partir das 9h, no Velório Municipal e seu sepultamento será às 10h45, no Cemitério Nossa Senhora do Carmo.

Aos familiares e amigos do Prof. Dr. Djalma Mirabelli Redondo, a Comunidade do IFSC/USP e o Campus da USP de São Carlos curvam-se em silêncio e respeito, endereçando sentidas condolências.

Descanse em paz, Mestre…

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

13 de maio de 2022

Colóquio do IFSC aborda “A busca por matéria escura com astropartículas”

O IFSC/USP realizou no dia 13 do corrente mês mais um colóquio dedicado à sua comunidade, subordinado ao tema “A busca por matéria escura com astropartículas”, apresentado pelo Prof. Aion Viana, docente e pesquisador do IFSC/USP.

Neste colóquio, o palestrante sublinhou o fato de apesar das crescentes evidências de que matéria escura existe no Universo, sua natureza fundamental permanece como um dos maiores problemas da Física contemporânea.

Uma das hipóteses mais aceitas é que matéria escura seria composta de Partículas Massivas que Interagem Fracamente, ou WIMPs no acrônimo em inglês. Em ambientes de alta densidade do Universo, esses WIMPs poderiam se auto-aniquilar e produzir partículas conhecidas do Modelo Padrão de Física de Partículas, como elétrons, pósitrons, prótons, e inclusive raios gama.

Galáxias anãs, aglomerados de galáxias e o Centro da Via-Láctea são os meios ambientes mais prováveis para abrigar um forte sinal de auto-aniquilação de matéria escura.

Neste colóquio o pesquisados revisou revisar o problema da busca indireta por matéria escura enquanto partícula, tendo-se concentrado em particular nas buscas com raios gama. Foram apresentados os resultados mais recentes de diversos telescópios de raios gama, como o H.E.S.S., MAGIC, VERITAS, e Fermi-LAT. Por fim, à luz dos futuros Cherenkov Telescope Array (CTA) e Southern Wide-Field Gamma-Ray Observatory (SWGO), o Prof. Aion lançou a discussão sobre as perspectivas e estratégias na busca de sinais de aniquilação de matéria escura.

Para conferir este colóquio, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

11 de maio de 2022

Vaga para Analista de BI/Dashboard na empresa “Cognatis”

A empresa “Cognatis”, sediada na cidade de São Paulo, está com vaga aberta para Analista de BI/Dashboard, em modelo de trabalho híbrido (online e presencial).

O profissional atuará principalmente na área de Analytics no desenvolvimento e implementação de dashboards interativos, que serão integrados às plataformas da empresa. Além disso, deverá apoiar os processos de manutenção e criação de dados. O contratado receberá treinamento para usar a plataforma de desenvolvimento e integração da empresa (embedding) de dashboards.

Atribuições

Participar na criação técnica dos dashboards;

Ser capaz de propor estratégias de visualização de dados para endereçar as necessidades de clientes (externos ou internos);

Entender o propósito destas visualizações, e como torná-las mais pertinentes e eficazes na comunicação daquilo que importa aos usuários;

Apoiar processos de Machine Learning (modelos preditivos, segmentações, etc), que frequentemente estão associados aos dashboards ou demais projetos da empresa;

Qualificações necessárias

Bons conhecimentos de SQL e Python na visualização de dados;

Conhecimentos básicos em estatística e Machine Learning;

Bons conhecimentos de BI, em especial em relação ao Data Vis (Storyteller);

Conhecimentos básicos de Java Script, CSS e HTML;

Boa capacidade de aprendizagem;

Ser curioso;

Ser organizado e detalhista;

Trabalhar bem em equipe;

Saber trabalhar sob pressão;

Boa capacidade lógica;

Qualificações desejáveis

Conhecimento dos principais algoritmos e técnicas estatísticas;

Para se candidatar a esta vaga, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

11 de maio de 2022

Instituto Serrapilheira: Como incentivar soluções criativas e colaborativas para melhorar a pesquisa científica?

Depois de duas edições online, a “No-Budget Science Hack Week” volta ao formato presencial.

O evento, que tem como filosofia “um laptop na mão e uma ideia na cabeça”, vai reunir entre os dias 8 e 14 de agosto, no Campus Praia Vermelha da UFRJ, no Rio de Janeiro, estudantes e pesquisadores de todo o país para uma semana de desenvolvimento de projetos sem custo em metaciência.

As inscrições estão abertas até 15 de junho.

Serão selecionados cerca de 20 participantes, que terão seus custos de viagem e estadia cobertos pela organização do evento.

Criado em 2019, o “No-Budget Science Hack Week” incentiva a utilização de dados publicamente disponíveis, iniciativas de ciência cidadã e defende que nem toda ciência precisa de bancada.

Pré Hack Week: de 18 de maio a 8 de junho

Como nos últimos anos, a edição de 2022 traz uma programação prévia, aberta ao público, com uma série de debates preparatórios para gerar ideias de projetos em diferentes temas.

Confira:

18/5 – Retrospectiva “Hack Week 2019-2021” – Juliane Fernandes (USP), Adriana Cabanelas (Firjan), Lucas Amaral (UFRJ) e Christian Limberger (UFRGS);

25/5 – Financiamento Científico – Odir Dellagostin (CONFAP), Kleber Neves (UFRJ) e Jerson Lima (FAPERJ);

1/6 – Evidência e Políticas Públicas – Paulo Almeida (Instituto Questão de Ciência), Natália Koga (IPEA) e Diana Moreira (UC-Davis);

8/6 – Vida e Carreira Científica – Bruno Paranhos (Coractium) e Flávia Calé (ANPG), Patrícia Paiva (CAPES);

Para obter mais informações, clique AQUI.

Para se inscrever, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

10 de maio de 2022

Atualização da produção científica do IFSC/USP em abril de 2022

Para ter acesso às atualizações da Produção Científica cadastradas no mês de  abril de 2022 clique AQUI, ou acesse o Repositório da Produção USP (AQUI).

A figura ilustrativa foi extraída do artigo publicado recentemente, por pesquisador do IFSC, no periódico “Bioresource Technology” (VER AQUI).

 

 

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

10 de maio de 2022

IFSC/USP homenageia Prof. Rogério Trajano: Lançamento do livro “Introdução da história das ciências físicas”

O Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) sempre teve a postura de ao longo de sua vida saber guardar em sua memória aqueles e aquelas que mais se destacaram na criação e no desenvolvimento desta Unidade da USP que viria a ser e a se consolidar como uma das mais destacadas instituições de excelência em ensino, pesquisa e extensão do país. E essa memória, que engloba professores, pesquisadores, ex-alunos e servidores não-docentes, tem servido para que a Instituição homenageie personalidades que contribuíram para o fortalecimento do DNA do IFSC/USP. Como exemplos temos aqueles que, infelizmente, já não estão entre nós, como são os casos, entre outros, dos Profs. Sérgio Mascarenhas, Horácio Carlos Panepucci, Bernhard Gross, Dietrich Schiel, Silvestre Ragusa e Guilherme Fontes Leal Ferreira; e como são os casos daqueles que estão dando continuidade a esse espírito de sucesso – Profs. Yvonne Primerano Mascarenhas, Glaucius Oliva, José Nelson Onuchic, Sylvio Goulart Rosa Júnior, Roberto Leal Lobo e Silva Filho, Osvaldo Novais de Oliveira Junior, Vanderlei Salvador Bagnato, Luiz Nunes de Oliveira, Roberto Mendonça Faria, Milton Ferreira de Souza e Tito José Bonagamba, só para citar alguns. Contudo, cabe neste espaço destacar agora um outro docente e pesquisador que foi homenageado pela Instituição no passado dia 06 de maio do corrente ano – o Prof. Rogério Cantarino Trajano da Costa.

Professor e pesquisador do IFSC/USP por mais de três décadas, o Prof. Rogério (como carinhosamente é conhecido) marcou sua vida acadêmica pela intensa paixão não só pela Física, mas também pelo enorme interesse que ainda nutre pela história da ciência e da tecnologia, música e política. Docente aposentado do IFSC/USP, o Prof. Rogério é Bacharel em Física pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Doutorado na mesma Universidade (1966), tendo feito estágio de Pós-Doutorado na Universidade de Rochester (EUA). Ao longo de sua trajetória acadêmica também ministrou aulas no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) e na Universidade Católica do Rio de Janeiro.

Na homenagem que o IFSC/USP prestou ao Prof. Rogério Trajano, realizada no dia 06 do corrente mês, no Auditório “Prof. Sérgio Mascarenhas, que incluiu um colóquio especial ministrado pelo homenageado, a Instituição promoveu, também, através dos serviços de sua Biblioteca a organização, edição e publicação do livro “Introdução da história das ciências físicas”, obra que congrega todos os apontamentos, anotações e manuscritos da autoria do homenageado, documentos que foram extraídos igualmente da biblioteca pessoal do Prof. Rogério, um trabalho efetuado sob a coordenação do Prof. José Pedro Donoso Gonzalez (IFSC/USP). Pessoa singular, mestre de muitos dos professores e pesquisadores veteranos da Instituição, o Prof. Rogério foi classificado por seus ex-alunos e ex-colegas como um homem que fez contribuições excepcionais para o engrandecimento do Instituto de Física de São Carlos – Ensino, Pesquisa e Extensão -, um professor que preparava suas aulas com um extraordinário esmero, que envolvia e entusiasmava os seus alunos e que promoveu e estabeleceu um padrão de dedicação exemplar dentro e fora da sala de aula. Na homenagem, seus ex-alunos também destacaram a figura do Prof. Rogério como um grande formador de recursos humanos, tendo modificado suas vidas, de forma positiva, além de ser uma pessoa com extraordinária cultura, um intelectual ativo e de espectro aberto, que elevou a extraordinária qualidade do IFSC/USP e de sua imagem dentro e fora da Universidade de São Paulo.

Para assistir ao vídeo desta homenagem, clique AQUI.

(Imagens – Ricardo Rehder)

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

9 de maio de 2022

Memorial Prof. Sérgio Mascarenhas – o legado do Mestre

Existe sempre uma profunda nostalgia quando pensamos ou falamos do saudoso Prof. Sérgio Mascarenhas, um dos pioneiros do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e fundador de inúmeras instituições de ensino e de pesquisa no Brasil. E essa saudade imensa não só inunda as almas de todos quantos com ele privaram nos vários redutos de ciência e tecnologia, como no esplêndido universo que esse maravilhoso ser humano soube criar nas artes, na música, na filosofia de vida e na generosidade que sempre irradiou. Por isso ele teve tantos amigos e admiradores.

Nunca é demais recordar essa figura ímpar da ciência nacional que traçou, em primeira instância, as linhas mestras para a criação daquele que viria a ser o IFSC/USP, sempre acompanhado por sua companheira inseparável, a Profª Yvonne Primerano Mascarenhas. O dia 02 de maio do corrente ano – data em que o Prof. Sérgio Mascarenhas celebraria o seu 94º aniversário, caso estivesse ainda entre nós – foi assim devidamente recordado através do “Memorial Prof. Sérgio Mascarenhas” promovido pelo IFSC/USP, momento em que também foi anunciado um número especial do “Brazilian Journal Physics” (BJB), com a participação de seus principais editores. Tanto na plateia como de forma remota, muitos foram aqueles que quiseram acompanhar a homenagem prestada ao grande cientista e Homem, todos eles com lembranças de uma convivência que fica registrada para toda a vida.

Drª Yvone Maria Mascarenhas

A cerimônia, presidida pelo Diretor do IFSC/USP, Prof. Osvaldo Novais de Oliveira Junior, e coordenada pela Chair do evento e Vice-Diretora do IFSC/USP, Profª Ana Paula Ulian de Araújo, contou com diversas abordagens e testemunhos da carreira do Prof. Sérgio Mascarenhas e à sua participação direta em diversos momentos importantes que marcaram a evolução da ciência nacional. Os discursos proferidos pelos Profs. Glaucius Oliva (docente, pesquisador do IFSC/USP e ex-Presidente do CNPq), Ana Beatriz de Oliveira (Reitora da UFSCar), Sílvio Crestana (EMBRAPA), Antônio Martins Figueiredo Neto (Editor Chefe do BJP) e Oswaldo Baffa Filho (Editor Associado BJP), foram prova disso. Já no âmbito pessoal, a presença de familiares do homenageado no auditório constituiu um particular momento de partilha da imagem do cientista em seu reduto familiar através das palavras de sua filha, Drª Yvone Maria Mascarenhas e de dois netos de Sérgio Mascarenhas, que destacaram as experiências, a forma de ser estar do homenageado, seus ensinamentos.

O Prof. João Cândido Portinari (Projeto Portinari), através da exibição de um vídeo de homenagem, traçou o perfil do Prof. Sérgio Mascarenhas no âmbito cultural, artístico e filosófico, tendo enaltecido a vida do cientista através de seu perfil humanista.

O encerramento deste evento esteve a cargo da Profª Ana Paula Ulian de Araújo (Chair), que abordou sua experiência de convivência acadêmica e científica com o Prof. Sérgio Mascarenhas ao longo dos anos.

A Comissão Organizadora deste evento, que certamente ficará marcado em todos aqueles que tiveram a oportunidade de assistir, foi constituída por:

Profa. Ana Paula Ulian de Araujo    (IFSC-USP) –  Chair;

Prof. Antonio José da Costa  Filho  (FFCLRP-USP);

Prof. Antonio Martins Figueiredo Neto  (IF-USP);

Prof. Glaucius Oliva   (IFSC-USP);

Prof. Oswaldo Baffa Filho   (FFCLRP-USP);

Para assistir ao vídeo relativo a esta cerimônia, clique AQUI.

(Fotos: Ricardo Rehder)

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

4 de maio de 2022

Academia Brasileira de Ciências (ABC) – Prof. Adriano Andricopulo (IFSC/USP) toma posse como Membro Titular

O “Museu do Amanhã”, localizado na cidade do Rio de Janeiro, recebe no dia 04 de maio a Reunião Magna da Academia Brasileira de Ciências (ABC), onde, entre várias iniciativas, ocorrerá a posse da nova diretoria – que pela primeira vez em 106 anos de história será presidida por uma mulher, a Profª Helena Nader -, e a apresentação dos novos Membros Titulares e Correspondentes. Dentre estes, eleitos em Assembleia Geral da Academia realizada no dia 02 de dezembro de 2021, está o docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Adriano Defini Andricopulo, na área de Ciências Químicas.

É natural que, para qualquer cientista, entrar para a ABC é um momento especial em sua vida, já que passa a pertencer a um grupo seleto de pessoas que representam um lote importante de contribuições para a ciência nacional. No caso concreto do Prof. Adriano Andricopulo, ele representa a área de química medicinal representando toda uma comunidade que tem procurado insistentemente por soluções urgentes, imediatas, com o intuito de garantir um futuro com mais qualidade de vida, algo que para ele é algo que impacta não só no presente, como no futuro. “A Ciência é o caminho para isso, com resultados valiosos para o nosso país e com contribuições que vão poder melhorar a qualidade  de vida da nossa população”, salienta o pesquisador.

Retrospectiva

Com alguma regularidade – e principalmente agora -, Adriano Andricopulo confessa que quando olha para trás, quando faz uma retrospectiva da carreira, desde sua chegada ao IFSC/USP (2002), parece que o tempo acelerou. “O tempo passa rápido! Fiquei vários anos nos Estados Unidos, doutorado, depois fazendo pós-doutorado, e voltei para o Brasil muitos anos depois.  Foi o IFSC/USP que me abriu as portas, numa área nova de pesquisa de fármacos, de química medicinal, coisas realmente fantásticas e que deram muito certo. Então, sou muito grato ao Instituto de Física de São Carlos, já que toda minha carreira foi desenvolvida aqui; logo desde o início, quando eu cheguei como jovem pesquisador, ou seja, um doutor formado, mas em início de carreira, tive que mostrar trabalho, serviço. Enfim, isso foi feito ao longo dos anos, depois virei professor doutor, professor associado e professor titular, num momento em que na Academia Brasileira de Ciências, em 2008, foi criada a categoria de jovens pesquisadores até 40 anos. Eu entro no início da criação dessa nova categoria, na área de química, nessa época por indicação do Prof. Glaucius Oliva. De repente….  Me vejo em 2021 sendo membro afiliado da ABC na área de Ciências Químicas e em 2022 me tornando membro titular. Então, são coisas que mostram um caminho, uma trajetória, e isso vem do nosso esforço do dia a dia, do nosso estudo de muitos anos. De você ir para o laboratório fazer um experimento e de ele não funcionar, e saber que no outro dia você vai voltar e repetir o que você aprendeu com aquilo que aconteceu, até que você de fato consegue progredir, ter sucesso e alcançar pesquisas que tem relevância, que tem impacto, que você publica nas melhores revistas e que serão reconhecidas pela comunidade científica”, enfatiza o pesquisador.

Sempre disposto e ativo para trabalhar, para trocar ideias com as pessoas e investir naquilo que é o melhor que se pode  dar –  educação, formação das futuras gerações, investimento nos jovens para que eles tenham uma janela de tempo em médio prazo -, Adriano Andricopulo aposta muito forte para que seus jovens estudantes possam ter condições para fazerem melhor do que ele próprio já fez. “Eu quero que meu estudante possa fazer muito melhor do que eu fiz, do que eu faço hoje, para que a Ciência de nosso país avance com o que ela tem de melhor, que é nos dar esperança que com seus resultados possamos ter um mundo melhor, capaz de vencer crises, por exemplo, sanitárias, como a gente acompanha agora no caso da COVID e para ajudar a solucionar problemas nacionais. E a nossa contribuição tem que ser cada vez maior, temos que estar ativos, mostrando o valor da Ciência, mostrando a importância da educação. Povo educado vai ter condições de contribuir muito mais com o avanço do seu país, então é um contexto geral de coisas que eu coloco, que acabamos revisitando ao longo de uma carreira… Puxa!! Eu vou tomar posse na ABC… O que é que passa na nossa cabeça nessa hora não é?… Talvez seja a primeira vez que eu penso nisso!…”, pondera Andricopulo.

Os apoios que promovem o sucesso

Crédito (UOL)

O Prof. Adriano Andricopulo faz questão de sublinhar que o IFSC/USP foi, é, e será sempre a sua casa, local onde irá estar para o resto de sua carreira, lembrando que acima de tudo é a USP que capacita e dá condições para que seus cientistas desenvolvam os trabalhos. Contudo, o pesquisador recorda o papel importante das agências de fomento. “O que seria o desenvolvimento de pesquisas, como as que fazemos, se não houvesse investimento? Pessoas que acreditam e obviamente nos  ajudam a seguir em frente, pertencentes à FAPESP, CAPES, CNPq e FINEP, agências que contribuíram para que a gente pudesse realizar nossos sonhos, fazer realmente a pesquisa em alto nível e que acaba como consequência trazendo esse reconhecimento. E esse reconhecimento vem, eu acho, contemplar todo o trabalho desenvolvido por centenas, milhares de pessoas de uma ou várias instituições que apoiam e incentivam as contribuições que fazemos, que são passageiras, mas que devem deixar suas marcas e contribuir para que novas venham… Eu vejo isso assim desta forma, com humildade, com simplicidade, com serenidade para aceitar, para entender a magnitude do que significa, mas, isso não muda nada; independente de tudo, eu vou voltar para o meu laboratório e fazer o mesmo experimento que funcionou há 20 anos atrás e nós vamos sempre atrás de novas perspectivas e respostas e acho que isso é uma coisa boa que a gente pode passar também para os nossos alunos. Enfim, é o que nós gostamos de fazer, trabalhar… Trabalhar… Mas sempre com comprometimento, com responsabilidade, e claro que ficamos felizes quando esse trabalho é reconhecido, mas sempre com a noção de que existem vários componentes que nos ajudam nisso… Tudo isso vai nos amadurecendo e vai nos mostrando o caminho para que possamos realmente ter excelência na educação e pesquisa, isso é o mais importante”, conclui o pesquisador.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

4 de maio de 2022

Alunos da USP – São Carlos promovem “Campanha USP do Agasalho 2022”

Os alunos do Campus USP de São Carlos estão promovendo a “Campanha USP do Agasalho 2022”, cujos produtos das doações serão distribuídos por instituições sociais sediadas na cidade de São Carlos.

Postos para doação:

Biblioteca do IQSC/USP;

Bandejão USP São Carlos;

Laboratórios de Ensino de Física – IFSC/USP;

Serviço de Biblioteca e Informação – IFSC/USP;

IFSC /USP;

E1 – EESC/USP;

Biblioteca CDCC/USP;

Portaria da Matemática – ICMC/USP;

Torres Gêmeas – Rua Episcopal, 2474, Centro – São Carlos;

São Carlos Clube – Rua Ruth Bloen Souto, 161, Centro – São Carlos;

“Objetivo” Vila Monteiro – Rua Joaquim, 1515, Vila Monteiro – São Carlos;

“Educativa” São Carlos – Rua Arístides de Santi, 11, Azulville I – São Carlos;

“Japa Açaí” – Avenida São Carlos, 3077, Centro – São Carlos;

“Objetivo” São Carlos – Rua Jesuíno de Arruda, 2625, Jardim São Carlos – São Carlos;

“XPrime Academia” – Av. Dr. Carlos Botelho, 2140, Centro – São Carlos;

Igreja Santa Rita de Cássia – Rua Alberto LAnzoni, 474, Parque Santa Felícia Jardim – São Carlos;

“Collegium Sapiens” Educação Infantil – Rua Cap. Adão Pereira de Souza Cabral, 767, Centro – São Carlos;

Paróquia São Benedito – Rua General Osório, 510, Centro – São Carlos;

Tiquinho – Av. São Carlos, 2846, Centro – São Carlos.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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