Notícia Colóquios

Notícias postadas no portal IFSC sobre os colóquios IFSC – colloquium diei. Para listar nas notícias da página principal do Colóquios IFSC.

5 de abril de 2024

Quarks, glúons e o momento magnético do múon

Neste colóquio, o palestrante apresentou alguns resultados da pesquisa em Física de Partículas — com foco na Cromodinâmica Quântica (QCD) — realizada por seu grupo, no IFSC/USP, nos últimos anos.

Irá focar, na segunda metade do colóquio, no momento magnético anômalo do múon (conhecido como “g-2”), sua importância para a física atual e qual o status da determinação desta grandeza no Modelo Padrão da Física de Partículas.

As recentes contribuições de seu grupo de pesquisa relativas à compreensão detalhada da componente de g-2 devida à QCD foram igualmente discutidas.

 

 

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

1 de dezembro de 2023

O Prêmio Nobel de Física de 2023 e seu impacto científico, tecnológico e social

O IFSC/USP organizou no dia 01 de dezembro o seu último colóquio do ano de 2023, tendo como palestrante o Prof. Anderson S. L. Gomes, do Departamento de Física da UFPE, que fez sua apresentação de forma remota

Com o título “O Prêmio Nobel de Física de 2023 e seu impacto científico, tecnológico e social”, o convidado enfatizou que o citado Prêmio, edição 2023, foi concedido “pelos métodos experimentais que geram pulsos de luz de atosegundos para o estudo de dinâmica de eletrons na matéria”.

Em sua apresentação, o Prof. Anderson descreveu o caminho que levou Anne L”Huillier, Pierre Agostini e Ferenc Krausz a serem os agraciados, tendo descrito, na primeira parte da palestra, como as técnicas de geração pulsos ultracurtos na faixa de ps até fs evoluíram deste a invenção do laser em 1960 até o final dos anos 1980. Seguidamente, destacou as mudanças que permitiram a geração de pulsos de fentosegundos bem como a técnica de “chirped pulse amplificação” que premiou a Gerard Mourou e Donna Strickland o Nobel Física de 2018.

A partir da possibilidade de pulsos de altíssimas intensidades (> pW/cm2) foi possível, a partir da interação luz-matéria, a geração de pulsos com duração de atosegundos.

Já no final de sua apresentação, o palestrante mostrou aplicações potenciais, algumas já em andamento, de pulsos de atosegundos em tecnologia quântica e biofotônica.

(Rui Sintra – Jornalista)

24 de novembro de 2023

Química medicinal e descoberta de fármacos para doenças tropicais negligenciadas

O Prof. José Leonardo Luiz (IFSC/USP) foi o palestrante convidado de mais um colóquio promovido pelo nosso Instituto e que ocorreu no dia 24 de novembro, tendo dissertado sobre o tema “Química medicinal e descoberta de fármacos para doenças tropicais negligenciadas”.

As doenças tropicais negligenciadas (DTNs) são um grupo de 20 enfermidades que afetam mais de 1 bilhão de pessoas, principalmente aquelas que vivem em condições de vulnerabilidade socioeconômica em regiões tropicais e subtropicais do mundo.

Entre as DTNs, a leishmaniose, causada por mais de 20 espécies de protozoários do gênero Leishmania, causa mais de 1 milhão de novos casos a cada ano.

A doença de Chagas, por sua vez, é endêmica na América Latina. Causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, a doença afeta cerca de 7 milhões de pessoas em todo o mundo.

As alternativas terapêuticas para ambas as doenças são insatisfatórias e, portanto, há urgência para o desenvolvimento de novos medicamentos que apresentem maior eficácia e segurança.

A integração de métodos em Química Medicinal é uma abordagem moderna para planejar novos candidatos a fármacos para o tratamento destas doenças.

Neste colóquio, o palestrante abordou o uso de estratégias em Química Medicinal baseadas na estrutura do ligante e do receptor, a otimização múltipla de parâmetros, e como estas abordagens têm sido exploradas em projetos dedicados ao desenvolvimento de novas entidades químicas para DTNs.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

17 de novembro de 2023

Perspectivas para o uso da terapia fotodinâmica na redução da resistência antimicrobiana

Em mais um colóquio promovido pelo nosso Instituto, ocorrido no dia 17 de novembro, a palestrante convidada foi a Profª Kate Blanco, do próprio IFSC/USP, que dissertou sobre o tema “Perspectivas para o uso da terapia fotodinâmica na redução da resistência antimicrobiana”.

Nesta apresentação, a palestrante abordou a aplicabilidade e eficácia da terapia fotodinâmica contra microrganismos, incluindo cepas resistentes a antibióticos.

A Profª Kate apresentou os mecanismos de ação da terapia fotodinâmica e como estes diferem dos tratamentos tradicionais, oferecendo potencial redução no risco de desenvolvimento de resistência. Ela discutiu, também, o desenvolvimento de novos fotossensibilizadores com maior seletividade e eficácia, bem como estratégias para a entrega direcionada desses compostos.

Além disso, a convidada explorou a interação da terapia fotodinâmica com outras abordagens terapêuticas para tratamentos mais eficazes de infecções resistentes, sendo que, para isso, foi igualmente apresentada a aplicabilidade da terapia fotodinâmica em diferentes contextos clínicos, incluindo os desafios atuais e as direções futuras para a pesquisa em terapia fotodinâmica.

 

(Rui Sintra – jornalista)

27 de outubro de 2023

Laboratório Nacional de Agro-fotônica (Lanaf)

A Drª Débora Milori (EMBRAPA) foi a palestrante convidada do colóquio do IFSC/USP ocorrido no dia 27 de outubro, tendo dissertado sobre o “Laboratório Nacional de Agro-fotônica”. A pesquisadora apresentou o Laboratório Nacional de Agro-fotônica (Lanaf),  localizado na Embrapa Instrumentação, em São Carlos, criado em 2021 para fortalecer a área de fotônica aplicada à agricultura, ao meio ambiente e à agroindústria. É um dos onze laboratórios integrantes do Sistema Nacional de Laboratórios de Fotônica, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (Sisfóton-MCTI) e foi planejado para atuar em toda a cadeia de produção de alimentos, desde a análise de insumos, atividade agrícola, sustentabilidade ambiental, industrialização e/ou comercialização.

Segundo a palestrante, a missão do Lanaf é contribuir para a segurança alimentar e para a segurança do alimento brasileiro, buscando aumento da confiança dos consumidores e abertura de novos mercados internacionais.

Organizado no modelo de laboratório multiusuários, reúne uma equipe multidisciplinar com profissionais de Centros de Pesquisa da Embrapa, de universidades e da iniciativa privada, realizando pesquisas para o desenvolvimento de métodos, equipamentos e sensores que utilizem técnicas ou dispositivos fotônicos, tais como técnicas espectroscópicas, como infravermelho, LIBS (Espectroscopia de Emissão Óptica com Plasma Induzido por Laser), fluorescência e técnicas de imagens e as aplicações podem atender a demanda tanto para avaliação em laboratório como para o campo.

A Drª Débora Milori apresentou, em sua palestra, alguns resultados de pesquisa do Lanaf, tanto em parceria com universidades, como em projetos de inovação aberta com startups e empresas do agro.

(Rui Sintra – jornalista)

16 de outubro de 2023

Navegando na C&T e Educação – Um leve apanhado da vida nesta estrada – Alegrias, tristezas e curiosidades

Foi com grande expectativa que a comunidade do IFSC/USP acompanhou o Colóquio Especial ocorrido no dia 06 de outubro do corrente ano, subordinado ao tema “Navegando na C&T e Educação – Um leve apanhado da vida nesta estrada – Alegrias, tristezas e curiosidades” e apresentado pelo Prof. Roberto L. Lobo e Silva Filho, presidente do Instituto Lobo de Pesquisa e Gestão Educacional, ex-reitor da USP e ex-diretor do IFQSC/USP.

No resumo de sua palestra, o Prof. Lobo optou apenas por informar os tópicos de sua apresentação oral, tais como: Revolta contra a desigualdade / Busca do conhecimento – a beleza da física / A luta pela ciência brasileira – inovanddo / Gestão da educação / Defesa da autonomia universitária e da gestão consequente / Experiência internacional USA e Europa / A formação de quadros para a educação superior / O combate à evasão / A tecnologia e formação de engenheiros CAPES e CNI / e, levantando debates em assuntos de educação, ciência e tecnologia, subtemas que aumentaram ainda a curiosidade de como seria a sua intervenção.

Antes mesmo do início deste colóquio, tivemos a oportunidade de dialogar com o palestrante, principalmente sobre duas das particularidades do título apresentado – alegrias e tristezas. Para o Prof. Lobo, no capítulo das alegrias, existiram duas de grande significado. A primeira foi ter sido convidado, em 1972, pelo Prêmio Nobel da Química (1968), Prof. Lars Onsager, para viajar até Miami (EUA) e participar em um simpósio de homenagem a esse laureado, onde, em sua alocução, apresentou um trabalho da autoria do Prof. Lobo. “Eu era ainda muito novo e ele era já um senhor. Sem nos conhecermos pessoalmente, o Prof. Lars me chamou para casa dele e foi sensacional essa troca de experiências e de conhecimentos. Conversamos longamente e chegou um momento em que eu expliquei para ele que estava tentando trazer para o Instituto gente madura. Sorrindo, ele disse que eu não precisava de gente madura, já que alguém como eu, que era capaz de conduzir um grupo lato, aos trinta e poucos anos, não precisaria de muito mais. Foi um incentivo muito grande que recebi dele”, comemorou, sorrindo, o Prof. Lobo. Outra alegria do Prof. Lobo foi quando ele recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Purdue (EUA), uma honraria que foi sugerida por seu orientador.

No capítulo dedicado às tristezas, o Prof. Lobo sublinhou que a maior delas foi quando saiu da reitoria da USP depois de, segundo ele, “terem sido quatro anos de imenso trabalho, muito cansaço, além de ter minha mãe doente”. O Prof. Lobo foi o primeiro reitor da USP sob o conceito da autonomia. “Tive que reeducar toda a Universidade de São Paulo com um orçamento próprio, sem o controle do Estado. Tive que mudar a forma de distribuição de recursos e tudo isso originou um trabalho muito grande, com ‘brigas’ com o governador Fleury sobre as cotas de ICMS, etc.. Quando você tem um orçamento fixo, quanto mais alunos você coloca na universidade melhor é para qualquer governo, sendo que é pior para a própria universidade, já que ela fica com muito mais gente para gerir, com a mesma verba”, sublinhou o Prof. Lobo.

Outra tristeza mencionada pelo pesquisador foi que, nesse mesmo período que esteve à frente dos destinos da USP e por ocasião da aquisição de um equipamento oriundo de Israel, ele terá sido acusado injustamente de superfaturamento do material. Nesse período, a USP era invejada por muitas outras instituições, graças à sua pujança. Então, recebemos vários equipamentos de Israel, sendo que o pagamento era feito através de troca por café, uma negociação que nesse tempo era perfeitamente legal, sem a introdução de divisas. De repente, surgiu um escândalo nos jornais provocado por um professor do Estado de São Paulo, alegando que esse equipamento estava superfaturado, algo perfeitamente absurdo, constatado, inclusive, pelos mais diretos colaboradores, todos docentes da USP. Isso me desgastou muito, mas, o que que mais me entristeceu foi que ninguém da Universidade de São Paulo levantou um dedo para me defender publicamente. Então, em face a isso, eu não tinha mais nada que fazer na USP, até porque a partir daí a Universidade começou a ser objeto de briga entre os partidos políticos”, concluiu o palestrante.

Este colóquio especial contou com uma introdução feita pelo Prof. Glaucius Oliva, tendo o Diretor do IFSC/USP, Prof. Osvaldo Novais de Oliveira Junior, agraciado o palestrante com uma placa de homenagem em nome da Unidade.

(Rui Sintra – Jornalista)

29 de setembro de 2023

Descoberta de novos antivirais contra Covid-19 e outras doenças emergentes através do modelo “Open Science”

O pesquisador, Dr. André Schützer de Godoy,  do “AI-driven Structure-enabled Antiviral Platform (ASAP)” foi o palestrante de mais um colóquio realizado por nosso Instituto no dia 29 de setembro.

O consórcio COVID MOONSHOT formou-se espontaneamente durante os meses iniciais da COVID-19, e hoje conta com mais de 130 pesquisadores e cerca de 30 instituições acadêmicas, ONG’s e parceiros privados.

O objetivo do grupo de pesquisa do Dr. André Godoy, através do modelo open-science e financiamento filantrópico, foi desenvolver uma nova terapia contra o SARS-CoV-2, que seja segura, ativa por via oral, acessível e simples de administrar.

Além disso, o grupo buscou garantir que esse tratamento seja de manufatura simples e livre de qualquer propriedade intelectual, garantindo que seja imediatamente e globalmente acessível, especialmente em países de baixa renda.

Além de novos candidatos, esse projeto produziu uma rica base de dados para planejamento de novos antivirais contra coronavírus.

Agora, seguindo o mesmo modelo, o grupo continua a sua jornada para desenvolver antivirais contra outros vírus emergentes, como Zika, MERS, dengue, entre outros, através do consórcio AI-driven Structure-enabled Antiviral Platform (ASAP), um dos centros de descobertas de novos antivirais financiados pelo National Institute of Allergy and Infectious Diseases (NIAID) da NIH – Estados Unidos.

(Rui Sintra – jornalista)

22 de setembro de 2023

“É mesmo possível abrir mão das aulas expositivas?”

A Profª Carmen Prado (IFUSP), foi a palestrante convidada em mais um colóquio do IFSC/USP realizado no dia 22 de setembro, tendo dissertado sobre o tema “É mesmo possível abrir mão das aulas expositivas?”

Em sua apresentação, a docente relatou sobre uma experiência pedagógica envolvendo o uso de metodologias ativas nas disciplinas de Física I e II, nos cursos de bacharelado em Física (IF), Astronomia, Meteorologia e Geofísica da Universidade de São Paulo, entre 2014 e 2019, a partir de um protocolo desenvolvido pelo grupo de pesquisa em ensino coordenado pelo prof. R. Beichner, na Universidade Estadual da Carolina do Norte (NCSU), nos EUA, e que ficou mundialmente conhecido pelo acrônimo SCALE-UP.

O objetivo do citado protocolo é viabilizar o uso de diversas estratégias de ensino, abrigadas no amplo “guarda-chuva” das metodologias ativas, em situações em que é imperativo que as disciplinas sejam ministradas para turmas numerosas.

Na sequência de sua apresentação, a palestrante apresentou também os fundamentos da proposta SCALE-UP, cuja ênfase está no aspecto conceitual e na modelagem dos fenômenos físicos, as características específicas dos cursos em que foi implementada na USP, algumas atividades e ainda resultados bastante favoráveis de desempenho e retenção de estudantes.

(Rui Sintra – jornalista)

15 de setembro de 2023

Produção de energia por fusão nuclear: será que agora vai?

“Produção de energia por fusão nuclear: será que agora vai?“ foi o título do colóquio do IFSC/USP realizado no dia 15 de setembro, tendo como palestrante o Prof. Gustavo Paganini Canal (IF-USP).

Em sua apresentação, o docente começou por salientar que o  potencial da fusão termonuclear de se tornar uma fonte praticamente inesgotável de energia limpa tem motivado cientistas de todo o mundo a trabalhar no desenvolvimento de usinas nucleares de energia a fusão.

A demonstração da viabilidade científica de produzir energia através da fusão nuclear controlada já foi demonstrada na década de 90, quando o tokamak TFTR dos EUA produziu 10 MW de potência de fusão e o tokamak europeu JET produziu 16 MW de potência de fusão.

Em sua apresentação, Gustavo Canal salientou que a demonstração da viabilidade técnico-econômica deste processo é o objetivo do projeto ITER – International Thermonuclear Experimental Reactor. O ITER está sendo construído na França através de um consórcio entre países (China, União Europeia, Índia, Japão, Coréia do Sul, Rússia e Estados Unidos) e ele testará equipamentos e tecnologias para as primeiras usinas de fusão. No entanto, devido a atrasos significativos e excedentes de custos, tem havido um interesse crescente no desenvolvimento de outros conceitos de reatores de fusão.

Tal interesse tem levado ao aparecimento de empresas privadas que estão explorando a possibilidade de uma rota acelerada para a fusão baseada em tokamaks esféricos e em bobinas supercondutoras de alta temperatura.

Nesta apresentação, o palestrante forneceu uma visão abrangente da ciência da fusão nuclear com enfoque nestas novas rotas em direção à realização de futuras usinas a fusão.

Por fim, o palestrante abordou a participação do Brasil no cenário internacional da fusão nuclear e como o projeto de modernização do tokamak TCABR, localizado no Laboratório de Física de Plasmas do IFUSP, contribui para os esforços mundiais para desenvolver a fusão nuclear como uma fonte de energia limpa e economicamente viável.

(Rui Sintra – Jornalista)

1 de setembro de 2023

Materiais quânticos e magnetismo frustrado

O Colóquio do IFSC/USP relativo no dia 01 de setembro teve como palestrante o Prof. Eric Castro Andrade (IFUSP), que abordou o tema “Materiais quânticos e magnetismo frustrado”.

Materiais quânticos são sistemas físicos nos quais as interações entre os elétrons e os íons levam a comportamentos cooperativos que são difíceis de serem antecipados a partir das propriedades individuais das partículas constituintes.

Devido à riqueza combinatória da tabela periódica, tais materiais apresentam uma vasta gama de fases exóticas, algumas com promissoras aplicações tecnológicas.

Peças chaves nesses sistemas são fortes correlações eletrônicas e manifestações macroscópicas das inusitadas propriedades quânticas dos elétrons.

Nesse colóquio, o palestrante discutiu uma interessante classe de materiais quânticos, os isolantes de Mott frustrados. Esses são sistemas nos quais os graus de liberdade de carga dos elétrons ficam congelados por conta da forte repulsão Coulombiana entre eles, mas seus graus de liberdade de spin continuam ativos.

Contudo, por meio da frustração magnética, pode-se suprimir o desenvolvimento de ordem a baixas temperaturas, abrindo o caminho para novas fases quânticas da matéria aparecerem.

O Prof. Eric discutiu, também, o exemplo particular do líquido de spin de Kitaev e suas possíveis manifestações experimentais em óxidos de metais transição compostos por íons pesados.

(Rui Sintra – jornalista)

18 de agosto de 2023

O Próton: um velho conhecido cheio de mistérios

“O Próton: um velho conhecido cheio de mistérios” foi o título de mais um colóquio promovido pelo IFSC/USP, este realizado no dia 17 de agosto, tendo como palestrante o Prof. Victor Paulo Barros Gonçalves (UFPel).

Tendo como base que o próton foi descoberto no início do século XX por E. Rutherford e sua subestrutura observada pela primeira vez em 1968 no SLAC National Accelerator/EUA, o palestrante começou por enfatizar o fato de, embora a descrição do próton em termos de três quarks seja amplamente apresentada nos livros de ensino médio e universitário, tal representação simplificada não permite descrever, por exemplo, o seu spin, a sua massa e o seu tamanho.

Neste colóquio, o Prof. Victor Gonçalves lançou a discussão sobre a atual compreensão da estrutura do próton, suas limitações e os desafios para as próximas décadas.

No final, o palestrante fez uma breve introdução aos futuros aceleradores elétron – próton.

(Rui Sintra – jornalista)

11 de agosto de 2023

Dos sonhos de Einstein às novas tecnologias quânticas

O colóquio do IFSC/USP relativo ao dia 11 de agosto teve como palestrante o Prof. Luiz Davidovich (IF/UFRJ), que dissertou sobre o tema “Dos sonhos de Einstein às novas tecnologias quânticas”

No início do século XX, jovens sonhadores, entre os quais Einstein, Heisenberg e Schrödinger, desenvolveram uma nova concepção do mundo microscópico, que violava a intuição baseada na física clássica.

Por exemplo, uma partícula quântica pode ser representada, em determinado instante, por múltiplos estados mutualmente excludentes, um dos conceitos mais bizarros da física quântica.

Outro exemplo é o fenômeno do emaranhamento, também descoberto e debatido por aqueles cientistas, que se refere a fortes correlações entre propriedades de partículas separadas.

O palestrante sublinhou, em seu resumo, que quando essas descobertas foram feitas, não se tinha a menor ideia de possíveis aplicações dessa nova concepção de mundo, que resultou no entanto em revoluções tecnológicas que afetam o nosso cotidiano: o laser, o transistor, a ressonância magnética nuclear, os computadores modernos, os relógios atômicos, o GPS.

Mais recentemente, aparece uma nova tecnologia quântica, desenvolvida em diversos laboratórios, que permite o controle preciso de partículas quânticas individuais e aponta para uma nova revolução, com novos métodos de segurança cibernética, metrologia quântica de alta precisão e computadores quânticos.

A palestra do Prof. Davidovich fez uma revisão dos conceitos básicos e dos desenvolvimentos recentes nessa área, tendo enfatizado os laços estreitos entre pesquisa fundamental e possíveis aplicações.

(Foto: Marcia Minillo)

30 de junho de 2023

A Revolução das Proteínas Intrinsecamente Desordenadas: Desafiando Paradigmas e Ampliando a Complexidade da Vida

“A Revolução das Proteínas Intrinsecamente Desordenadas: Desafiando Paradigmas e Ampliando a Complexidade da Vida” foi o tema apresentado em mais um Colóquio do IFSC/USP ocorrido no dia 30 de junho, com a participação do Prof. Luis Felipe Santos Mendes (IFSC-USP).

Em sua apresentação, o docente sublinhou que, até recentemente, muitos pesquisadores consideravam impensável que proteínas e peptídeos intrinsecamente desordenados (IDPs) existissem e ainda pudessem ser biologicamente ativos, sendo que o grande sucesso da cristalografia de proteínas contribuiu para a criação e perpetuação desse status quo.

Colocando esse sucesso em perspectiva, atualmente existem cerca de 193.000 estruturas macromoleculares “bem-enoveladas” depositadas no PDB. Devido a esse sucesso e à ampla disponibilidade de estruturas de alta resolução, as proteínas ainda são amplamente tratadas como “sólidos”, apesar de serem “matéria mole”.

Nesse modelo de estado sólido, as proteínas são organizadas internamente em uma “rede cristalina regular” onde podemos prever todas as suas propriedades funcionais com base exclusivamente nas interações entre seus átomos. A dinâmica associada sempre é assumida como flutuações em torno de uma estrutura de mínima energia, seguindo o clássico modelo de funil de enovelamento.

A partir desses conceitos, surge naturalmente o paradigma clássico de estrutura/função de proteínas, no qual uma sequência genética codificaria uma cadeia polipeptídica única capaz de se enovelar em uma estrutura única com a habilidade de desempenhar uma função única.

Neste ponto, a questão que se coloca é como as IDPs surgem para entender alguns dogmas clássicos da biologia molecular moderna?

Nesta apresentação, o palestrante abordou um pouco de sua trajetória acadêmica e suas principais contribuições para a área de biologia (des)estruturada, tendo igualmente discutido as futuras linhas de pesquisa que irá desenvolver no IFSC/USP.

Rui Sintra – Jornalista – IFSC/USP

23 de junho de 2023

“Metrologia de Tempo e Frequência com Relógios Atômicos: Átomos Frios por quê?”

O Colóquio do IFSC/USP realizado no dia 23 de junho contou com a presença do Prof. Daniel Varela Magalhães, docente e pesquisador do IFSC/USP, que abordou o tema intitulado “Metrologia de Tempo e Frequência com Relógios Atômicos: Átomos Frios por quê?”

Ao considerar que as referências de tempo e de frequência têm um papel fundamental na sociedade moderna, o palestrante abordou algumas de suas aplicações e discutiu a importância dos desenvolvimentos de relógios atômicos cada vez melhores e do papel dos átomos frios para isso.

 

 

 

 

 

Rui Sintra – Jornalista IFSC/USP

16 de junho de 2023

Quenched Disorder: Friend or Foe in Condensed Matter Systems?

Em mais um colóquio organizado pelo IFSC/USP a ediução relativa ao dia 16 de junho contou com a participação do Prof. Rajesh Narayanan (IIT-Madras), que dissertou sobre o tema “Quenched Disorder: Friend or Foe in Condensed Matter Systems?

Esta palestra tentou mostrar ao público o cenário relativo aos efeitos de desordem em sistemas de matéria condensada.

O Prof. Rajesh explicou, de forma muito pedagógica, como esses efeitos de desordem surgem em inúmeros sistemas corporais, tendo descrito de forma resumida as ferramentas teóricas necessárias para entender a fascinante física inerente aos sistemas quânticos desordenados.

 

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

2 de junho de 2023

Alguns problemas da astronomia atual

O Prof. Laerte Sodré Jr. (IAG-USP) foi o palestrante convidado de mais um colóquio do IFSC/USP, ocorrido no dia 02 junho, subordinado ao tema “Alguns problemas da astronomia atual”.

A utilização do modelo cosmológico atual, denominado Lambda-CDM, explica muito bem inúmeros aspectos do nosso Universo, em particular a distribuição das galáxias em grandes escalas.

Por esse modelo, o Universo é constituído principalmente por duas componentes ainda misteriosas: a energia escura e a matéria escura.

Nesse colóquio, o Prof. Laerte Sodré Jr. descreveu porque se acredita nisso, tendo abordado outras questões instigantes da astronomia atual: como as galáxias nascem e evoluem? Como se formam os Buracos Negros supergigantes encontrados no centro das galáxias luminosas? O que sabemos sobre como nossa galáxia, a Via Láctea, evoluiu? Há vida fora da Terra?

Para responder a estas e outras questões, uma nova geração de telescópios gigantes está em construção, sendo que o palestrante abordou um deles em particular, o Telescópio Gigante de Magalhães, que operará no sul do deserto de Atacama, no Chile, e cujo desenvolvimento é apoiado pela FAPESP.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

26 de maio de 2023

“Quantum Biology”

O dia 26 de maio foi a data escolhida para a realização de mais um colóquio do IFSC/USP com a participação remota da Profª Clarice Aiello (UCLA), que dissertou sobre o tema “Quantum Biology”.

Imagine poder utilizar ferramentasd através do celular  para tratar lesões e doenças, simplesmente usando campos magnéticos personalizados.

Muitos processos fisiológicos relevantes, tais como: a regulação de espécies reativas de oxigênio, mudanças epigenéticas para induzir pluripotência, proliferação celular e cicatrização de feridas, taxas de respiração celular, funcionamento do canal iônico e o reparo do DNA, foram todos demonstrados como sendo controlados por campos magnéticos fracos (com uma força da ordem daquela produzida pelo seu telefone celular), muito provavelmente através da propriedade quântica de elétrons de “spin”.

A pesquisa não foi capaz de rastrear os estados de rotação para manipular os resultados fisiológicos in vivo e em tempo real, sem os quais os potenciais benefícios clínicos revolucionários da “Biologia Quântica” não podem ser realizados.

Com a nova instrumentação quântica, os cientistas estão aprendendo a controlar estados de spin em células e tecidos, tendo como objetivo escrever o “livro de código” sobre como alterar de forma determinada a fisiologia com campos magnéticos fracos para vantagem terapêutica.

A longo prazo, o ajuste eletromagnético dos “botões quânticos” endógenos existentes na natureza permitirá o desenvolvimento de drogas e dispositivos terapêuticos que podem curar o corpo humano – de forma não invasiva, acionada remotamente e facilmente acessível por qualquer pessoa com um telefone celular.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

19 de maio de 2023

Optically pumped organic laser material development and devices configuration for dual wavelength laser output

Em mais um colóquio promovido e realizado pelo IFSC/USP, ocorrido no dia 19 de maio,  a Profa. Ruidong Xia apresentou o tema intitulado “Optically pumped organic laser material development and devices configuration for dual wavelength laser output”.

A Profª Ruidong, que pertence ao Key Laboratory for Organic Electronics & Information Displays, Jiangsu-Singapore Joint Research Center for Organic/Bio Electronics & Information Displays, Institute of Advanced Materials, Nanjing University of Posts and Telecommunications, dissertou sobre materiais orgânicos a laser, tendo começado sua palestra sublinhando que os materiais orgânicos a laser exibem propriedades ópticas únicas, incluindo alta eficiência quântica de fluorescência, grande seção transversal de radiação estimulada e um grande deslocamento de Stokes entre o espectro de absorção e o espectro de emissão.

Em sua apresentação, a docente enfatizou o fato de o comprimento de onda de emissão do laser orgânico poder ser ajustado do azul ao infravermelho próximo, alterando sua estrutura molecular, sendo que os lasers orgânicos processáveis em solução têm os benefícios de flexibilidade mecânica e processamento de preparação de baixo custo. Contudo, a palestrante teve a oportunidade de sublinhar que o desenvolvimento de lasers orgânicos bombeados eletricamente é ainda um grande desafio no campo da optoeletrônica orgânica.

Tendo começado sua palestra com a apresentação do princípio básico do laser, a Profª Ruidong descreveu o estudo que está sendo executado sobre materiais a laser orgânicos solucionáveis e laser de feedback distribuído, destacando o esforço realizado no desenvolvimento de materiais ativos, abordagem na redução do limite do laser por meio de transferência de energia em polímero binário, designação de ressonadores ópticos e estudo fundamental sobre dispositivos de laser de camada dupla para saída de laser de vários comprimentos de onda.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

12 de maio de 2023

Prof. Thiago Hartz fala sobre Niels Bohr e a eletrodinâmica quântica

O Prof. Thiago Hartz, do Instituto de Matemática da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) foi o palestrante convidado em mais um colóquio promovido pelo IFSC/USP, ocorrido no dia 12 de maio.

Subordinado ao tema “Niels Bohr e a eletrodinâmica quântica”, o palestrante começou por  resumir um pouco do passado, relembrando que o físico dinamarquês Niels Bohr é hoje conhecido por seu modelo atômico, proposto em 1913, e por suas discussões com Albert Einstein acerca da interpretação da teoria quântica, ocorridas entre 1927 e 1949. Entretanto, no início dos anos 1930, Bohr também deu, em colaboração com o físico belga Léon Rosenfeld, importantes contribuições aos fundamentos da eletrodinâmica quântica.

Neste seminário, o Prof. Thiago Hartz lançou a discussão sobre o pensamento de Bohr relativo à eletrodinâmica quântica e mostrou a forma como os problemas dessa teoria se deparavam na época, a solução por ele proposta e a recepção de suas ideias, e como essa mesma solução se insere em um debate mais amplo sobre os problemas interpretativos da teoria quântica.

Por fim, o palestrante refletiu sobre como as ideias de Bohr se fazem presentes, ainda hoje, no modo como a teoria quântica de campos é ensinada nos cursos de pós-graduação, tendo igualmente apresentado alguns dos debates atualmente realizados na comunidade de história da física, acerca da história das interpretações da teoria quântica.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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