Notícia Colóquios

Notícias postadas no portal IFSC sobre os colóquios IFSC – colloquium diei. Para listar nas notícias da página principal do Colóquios IFSC.

5 de maio de 2023

O futuro da física e da sociedade com as ferramentas de Inteligência Artificial como o ChatGPT

O Colóquio do IFSC/USP relativo ao dia 05 de maio teve como convidado o diretor de nosso Instituto, Prof. Osvaldo Novais de Oliveira Junior, que dissertou sobre “O futuro da física e da sociedade com as ferramentas de Inteligência Artificial como o ChatGPT”.

Neste colóquio, o palestrante apresentou sistemas inteligentes, como o ChatGPT, que demonstram a possibilidade de em breve termos máquinas que geram conhecimento autonomamente.

Esse novo paradigma de geração de conhecimento, segundo o palestrante, deverá alterar não só a ciência e tecnologia, mas toda a sociedade, inclusive trazendo desafios oriundos da substituição do trabalho de humanos por máquinas.

As consequências positivas e negativas dessas ferramentas inteligentes foram discutidas neste evento.

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

28 de abril de 2023

“Der Schmutz der Schmutizphysik” ou A Física mais suja

O colóquio do IFSC/USP relativo ao dia 28 de abril do corrente ano abordou o tema “Die Festkörperphysik ist eine Schmutzphysik” (A Física do Estado Sólido é Física da sujeira), apresentado pelo docente do IFSC/USP, Prof. Dr. José Abel Hoyos Neto.

Em sua apresentação, o docente pontuou que em seus primórdios, a Física do Estado Sólido era considerada desinteressante por alguns nomes proeminentes, como Pauli: “Die Festkörperphysik ist eine Schmutzphysik” (A Física do Estado Sólido é Física da sujeira) e “One shouldn’t wallow in dirt” (Não se deve chafurdar na sujeira). Para a surpresa de Pauli, talvez, esse campo evoluiu para a Física da Matéria Condensada, que se concentra no estudo dos fenômenos coletivos e da complexidade.

Neste colóquio, o palestrante descreveu a história mais suja da física da sujeira: a saga dos magnetos inomogêneos (i.e., com defeitos, lacunas, impurezas, ou seja, com “sujeira”) próximos a uma transição de fase. Semelhante à evolução da Física do Estado Sólido para a Física da Matéria Condensada, este subcampo de pesquisa também evoluiu e se tornou empreendimento humano belo e intelectualmente desafiador.

O palestrante apresentou uma visão geral de alguns conceitos importantes: o critério de Harris, as singularidades de Griffiths e os fenômenos críticos exóticos de aleatoriedade infinita (ou sujeira infinita).

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

14 de abril de 2023

Randon Lasers e o comportamento vítreo da luz

O IFSC/USP organizou no dia 14 de abril mais um colóquio, desta vez com a participação do Prof. Cid B. de Araújo, docente do Departamento de Física da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que abordou o tema “Randon Lasers e o comportamento vítreo da luz”.

“Random Lasers” (Lasers Aleatórios – LAs) são muito diferentes dos lasers convencionais.

Enquanto os lasers convencionais dependem de espelhos formando uma cavidade ressonante que amplifica e guia a luz em uma única direção, os LAs dependem de vários eventos de redirecionamento aleatório da luz dentro de um meio de ganho desordenado, como um pó ou um líquido turvo, por exemplo.

Na maioria dos LAs, o meio de ganho é iluminado por uma fonte externa e a luz é espalhada várias vezes em diferentes direções.

Parte da luz espalhada eventualmente retorna ao meio de ganho onde é amplificada por emissão estimulada levando a mais espalhamento e amplificação, podendo resultar na emissão de luz coerente em determinados comprimentos de onda.

As aplicações incluem, por exemplo, o uso dos LAs no sensoriamento de parâmetros físicos em diferentes sistemas, imageamento e telecomunicações.

Neste colóquio o palestrante discutiu princípios de operação dos LAs, mostou algumas aplicações e apresentou trabalhos realizados no Recife, abordando temas que estão na fronteira da pesquisa nesta área.

Mostrou, ainda, analogias entre os LAs e “sistemas complexos” que apresentam várias transições-de-fase estudadas na Física Estatística, e em particular discutiu experimentos que permitem observar e caracterizar o fenômeno de Quebra de Simetria de Réplicas originalmente estudado em sistemas magnéticos de vidros de spins e que foi o tema central considerado para concessão do Premio Nobel de Física de 2021 a G. Parisi.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

31 de março de 2023

Os princípios físicos e aplicações de técnicas para investigar o cérebro

O Colóquio do IFSC/USP realizado no dia 31 de março do corrente ano teve como palestrante a Profª Gabriela Castellano, docente da UNICAMP, que abordou o tema “Os Princípios físicos e aplicações de técnicas para investigar o cérebro”.

Nesta palestra foram abordados os princípios físicos de algumas técnicas usadas no Grupo de Neurofísica da Unicamp para a medida de dados cerebrais.

Também foram descritos alguns tipos de análises feitas com esses dados.

Finalmente, foram abordadas algumas aplicações desses dados/análises, em particular, a avaliação de pacientes que fazem reabilitação com realidade virtual e as interfaces cérebro-computador.

 

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

24 de março de 2023

Prof. Ricardo Galvão visita IFSC/USP – O papel do CNPq no Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia

Auditório “Prof. Sérgio Mascarenhas” (IFSC/USP) completamente lotado na manhã do dia 24 de março de 2023 para ouvir e interagir com o recém-empossado presidente do CNPq, Prof. Ricardo Galvão, que, em um colóquio memorável, cujo título foi “O papel do CNPq no Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia”, falou do trabalho desenvolvido anteriormente pelo órgão, os problemas relacionados com a atribuição e valores das bolsas, e, ainda, os projetos que serão desenvolvidos no futuro.

Simples, direto, bem disposto, afável, ciente de suas responsabilidades e com um olhar muito atento às necessidades do país, principalmente no que concerne à ciência e tecnologia. Esse é Ricardo Galvão, que, igual a si mesmo e independente do cargo que ocupa, se mantém como um dos cientistas mais valorosos do nosso País, agora comandando os destinos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e encarando de frente os novos desafios colocados ao órgão.

Atribuição e valor das bolsas

Em parceria com a Rádio UFSCar, a Assessoria de Comunicação do IFSC/USP manteve uma salutar conversa com o Prof. Ricardo Galvão, mesmo antes de apresentar seu colóquio e, claro, o tema se centrou numa espécie de retrospectiva da missão do CNPQ nos últimos anos e os caminhos que deverão ser percorridos no futuro, começando pelos reajustes das bolsas. Contudo, Ricardo Galvão começou por sublinhar que nos últimos três anos o volume de bolsistas de mestrado e doutorado caiu substancialmente, principalmente pelo fato de ter havido uma redução na procura. “Nós acreditamos que parte dessa redução foi devido à pandemia e isso é um fato. Contudo, outra parte desse índice de redução foi devida ao valor das bolsas. Um aluno que se forma numa boa graduação e que tem possibilidades de ingressar no mercado de trabalho, não vai olhar para trás, mesmo que goste muito de ciência, já que começar sua vida profissional com uma bolsa de R$1.500,00 será muito difícil para ele. Então, isso está causando uma diáspora muito grande, com excelentes alunos a rumarem para fora do país, ou não optando pela ciência, pela carreira científica, indo ocupar outras áreas do mercado de trabalho”, lamenta Ricardo Galvão.

Ao ter identificado, de forma clara, a necessidade de um aumento emergencial no valor das bolsas nos primeiros cem dias de governo, a equipe de transição do atual governo abriu caminho para a concretização desse objetivo através da designada PEC da Transição. “Foi devido a ela que conseguimos obter esse aumento, através do Congresso Nacional, tendo em consideração que parte desses recursos foram para o CNPq e para a CAPES, o que permitiu dar essa valorização das bolsas. Espero que agora possamos atrair muitos mais alunos para a carreira científica”, pontua o presidente do CNPq.

Em relação às recentes declarações da Ministra de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos, de que ao longo de 2023 poderão ser implementadas mais de dez mil  novas bolsas, o Prof. Ricardo Galvão salientou que ainda está sendo realizado um estudo orçamentário detalhado. Como o atual aumento do valor das bolsas foi feito através da PEC da Transição – só para o CNPq foram disponibilizados cerca de R$406 milhões -, e esse recursos entraram no orçamento deste ano, não se sabe ao certo, ainda, o que vai acontecer em 2024. “Nós temos que desenvolver ações junto do Ministério do Planejamento para garantir a continuidade desses recursos para bolsas de doutorado (4 anos) e de mestrado (2 anos). Se distribuirmos tudo agora, qual será a garantia de como iremos mantê-las? Estamos num processo de um estudo muito detalhado, inclusive porque várias bolsas não vêm só de recursos do CNPq, mas também através de outros parceiros”, enfatiza o Prof. Ricardo Galvão.

Investimentos para projetos de pesquisa

Uma das primeiras ações para o futuro será a execução do Plano Plurianual da União (PPA), já que ele é essencial para o CNPq, por forma a que o órgão possa contar com mais recursos para investimentos em projetos de pesquisa, algo que, para Ricardo Galvão, ainda é um gargalo que deverá ser resolvido. “A situação atual não é a que nós gostaríamos que fosse, atendendo a que o CNPq está gastando 90% de seu orçamento na atribuição de bolsas e apenas 10% em investimentos para projetos de pesquisa. Então, o que adianta ter bolsistas se eles não têm laboratórios ou outras instalações para poderem trabalhar? Queremos inverter essa situação e ter mais recursos para investimento”, pontua o Prof. Ricardo Galvão, acrescentando que, por outro lado, já iniciou a elaboração de um plano cujos detalhes serão conhecidos nos próximos meses, para atrair os doutores que estão no exterior. “O objetivo é trazê-los de volta para o país, não através da concessão de bolsas, mas na possibilidade de podermos oferecer contratos de trabalho temporário de quatro anos. Estamos trabalhando profundamente nisso, bem como em uma melhoria no relacionamento e interação com as fundações de amparo à pesquisa estaduais e com os órgãos no exterior.

Ciência é fundamental para o futuro do Brasil

E, se a ciência é, comprovadamente, uma área fundamental para o desenvolvimento de qualquer nação, o Brasil pode ser um dos países que pode assumir essa relevância. Para Ricardo Galvão, o exemplo mais marcante foi a resposta que a ciência mundial deu, num curto espaço de tempo, para combater a pandemia. Contudo, para o presidente do CNPq ainda existem ameaças latentes. “Nós temos, certamente, ameaças muito grandes não só para o nosso país, como para o resto do mundo: o aquecimento global, as mudanças climáticas e uma preocupação muito grande com um desenvolvimento sustentável, e a ciência é fundamental para enfrentar e resolver essas ameaças”, sublinha Ricardo Galvão.

“Resumidamente, nós não vamos ter um desenvolvimento no país que seja sustentável ou socialmente justo sem que hajam políticas públicas que estejam fortemente alicerçadas na ciência e tecnologia”, conclui nosso entrevistado.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

2 de dezembro de 2022

Prof. Luiz Eugênio Mello fala sobre a FAPESP e o avanço da ciência paulista

O IFSC/USP levou a efeito no dia 02 de dezembro mais um colóquio, desta vez com a presença do Prof. Luiz Eugênio Mello, Diretor Científico da FAPESP, e que na oportunidade abordou o papel da FAPESP no avanço da ciência paulista, num momento em que a Fundação completa sessenta anos de existência.

Embora os desafios provocados pela pandemia tenham sido imensos, o certo é que a FAPESP soube gerir esses momentos, continuando a manter seus objetivos e implementando novas medidas destinadas a enriquecer a diversidade – gênero, etnia ou origem – na força estadual de pesquisa.

Quais são as principais metas a longo prazo que a FAPESP visa atingir? A esta pergunta feita pela Assessoria de Comunicação do IFSC/USP, o Prof. Luiz Eugênio Mello respondeu que, embora a pandemia tenha prejudicado grandemente a ação da FAPESP, o certo é que as grandes metas propostas pela Fundação não se alteraram. “Essa é uma perspectiva que eu tenho buscado enfatizar, já que a Fundação tem procurado trabalhar com projetos cada vez maiores, mais ambiciosos e com um potencial de impacto cada vez maior. Evidentemente, o projeto em si pode ter um recorte que possa variar, mas nesse sentido a FAPESP continua o seu caminho, por exemplo, com a criação de centros de pesquisa – CEPID’s -, onde vários deles se encontram sediados aqui, no IFSC/USP, e que conjugam a produção de ciência fundamental de qualidade, a inovação e a transmissão de conhecimento para a sociedade, através da difusão”, pautou o entrevistado.

Para o Prof. Luiz Eugênio Mello, a FAPESP, de forma progressiva, tem buscado alcançar esses objetivos por meio de outros instrumentos. Assim, mais recentemente, foram criados os centros de pesquisa em engenharia, que também podem ser chamados de centros de pesquisa aplicada, que têm uma vertente mais de interação com a área empresarial. “Na sequência, vieram os centros de ciência para o desenvolvimento, já durante a minha gestão, que obviamente têm que ter um parceiro que vá aplicar o conhecimento que foi produzido, e por fim, está em vias de ser efetivada uma profunda revisão do programa de pesquisa em políticas públicas, que embora seja um programa antigo da FAPESP, está sendo revisado de forma a apresentar uma maior ambição e duração. Em essência, se olharmos em retrospecto, isso já estava programado há algum tempo, daí que eu entenda que é uma sequência lógica, sem interrupção”, pontuou o Diretor Científico da FAPESP..

Em seu colóquio, o Prof. Luiz Eugênio Mello fez essa mesma retrospectiva da transformação por que passou a FAPESP nas últimas três décadas, onde no início apenas financiava pequenos projetos, com bolsas e auxílios individuais. Três décadas depois, a FAPESP oferece uma carteira de fomento atenta às diversas necessidades e modalidades de atuação dos pesquisadores, sendo que essa evolução acompanhou quantitativamente e impulsionou qualitativamente a expansão do sistema de pesquisa estadual no período.

Para o Diretor Científico da FAPESP, atualmente, o estoque de projetos contratados compreende pesquisa básica, aplicada e voltada para a inovação; pequenas e grandes equipes; trabalho intra-departamental e colaborações internacionais; infraestrutura de pesquisa e programas especiais para jovens talentos; e grandes iniciativas com alvos específicos. Os temáticos, as bolsas BEPE, o BIOTA, o PIPE e o CPE são apenas alguns exemplos de programas duradouros bem sucedidos.

Em sua apresentação, o Prof.  Luiz Mello procurou mostrar que todo esse avanço só foi possível porque a Diretoria Científica da FAPESP se pauta por três princípios, a saber: seleção de projetos com base na qualidade da pesquisa proposta; avaliação por pares; e diálogo com a comunidade.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

25 de novembro de 2022

Empregando a neuroproteômica na compreensão do cérebro humano

O Prof. Daniel Martins-de-Souza (IB-UNICAMP) foi o palestrante convidado em mais um colóquio promovido pelo IFSC/USP no dia 25 de novembro, subordinado ao tema “Empregando a neuroproteômica na compreensão do cérebro humano”

A proteômica evoluiu nas últimas duas décadas de uma ferramenta metodológica para uma ciência capaz de fornecer a compreensão biológica de sistemas complexos.

Tal evolução, possível devido a desenvolvimentos significativos em equipamentos e metodologias de laboratórios “molhados” e “secos”, permitiu retratar vias bioquímicas e processos biológicos associados à saúde e à doença.

Sendo o cérebro o mais enigmático dos órgãos humanos, a proteômica passou a desempenhar um papel fundamental na sua compreensão. Esta história, que começou há mais de 20 anos, ainda está sendo escrita, tendo fornecido, por exemplo, respostas sobre como o SARS-CoV-2 pode afetá-lo.

Em sua palestra, o Prof. Daniel Martins-de-Souza abordou alguns capítulos dessa história, ao investigar transtornos psiquiátricos e, mais recentemente, a COVID-19.

Surpreendentemente (e infelizmente), existem algumas características comuns desencadeadas pelo SARS-CoV-2 no proteoma cerebral que são observáveis também no proteoma cerebral da esquizofrenia, como alterações em proteínas associadas a eventos moleculares (neuro)degenerativos, fatos que foram igualmente abordados pelo palestrante convidado.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

18 de novembro de 2022

A era da complexidade: como o estudo de sistemas complexos está revolucionando a Ciência

O habitual colóquio semanal promovido e organizado pelo IFSC/USP teve como palestrante na edição do dia 18 de novembro o Prof. Francisco Rodrigues (ICMC-USP), que abordou o tema “A era da complexidade: como o estudo de sistemas complexos está revolucionando a Ciência”.

No início de sua apresentação, o palestrante lançou a questão: O que o cérebro, a internet, as redes sociais e as cadeias alimentares têm em comum? Em princípio, nada que se possa imaginar, mas esses são exemplos de sistemas complexos, que são formados por elementos que interagem de forma não trivial.

Sistemas complexos são comuns na natureza e exibem adaptação, comportamento emergente sem um controle central e ausência de escala. O estudo da complexidade vem crescendo em importância desde o início do século XXI, sendo aplicado nas mais diversas áreas, como no estudo de epidemias, doenças degenerativas, economia, planejamento urbano e inteligência artificial. Em 2021, o prêmio Nobel de Física foi atribuído a três pesquisadores que estudam a complexidade, reforçando a importância dessa área de estudo.

Em sua palestra, o Prof. Francisco Rodrigues apresentou uma breve introdução ao estudo de sistemas complexos e discutiu os principais avanços recentes, incluindo a modelagem de propagação de epidemias e rumores, o estudo da sincronização de osciladores acoplados e aplicações nas mais diversas áreas, desde a neurociência até o aprendizado de máquina. Exemplificou, também, como a física, matemática e computação podem ser usadas para entender a complexidade.

11 de novembro de 2022

Fatos e fótons: o Prêmio Nobel de Física de 2022

O Prof. Fernando de Melo (CBPF) foi o palestrante convidado em mais um colóquio do IFSC/USP realizado no dia 11 de novembro e subordinado ao tema “Fatos e fótons: o Prêmio Nobel de Física de 2022”

Tendo em consideração que o Prêmio Nobel de Física de 2022 foi concedido a Alain Aspect, John F. Clauser e Anton Zeilinger “por experimentos com fótons emaranhados, estabelecendo a violação das desigualdades de Bell e pelo pioneirismo na ciência da informação quântica”, o Prof. Fernando de Melo começou por mostrar como discussões sobre os fundamentos da mecânica quântica, que muitas vezes foram/são desencorajadas, formam hoje o cerne de tecnologias que prometem revolucionar a nossa sociedade.

Além de contar parte da história que levou à premiação, o palestrante também procurou elucidar o público sobre o principal ingrediente que está por trás desses desenvolvimentos: o emaranhamento quântico.

Na sequência de sua apresentação, o pesquisador lançou a discussão sobre como sistemas quânticos emaranhados podem levar à violação das desigualdades de Bell, e o que tal violação implica para a nossa descrição da Natureza. Ao longo do caminho, o palestrante corrigiu alguns comuns equívocos sobre o emaranhamento quântico, tendo dado, no final de sua palestra, um breve panorama do desenvolvimento do campo de informação quântica no Brasil.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

21 de outubro de 2022

Mecânica matricial e mecânica ondulatória: uma ou duas teorias quânticas?

O professor aposentado da UNICAMP e atualmente professor visitante da UNIFESP, Roberto de Andrade Martins, foi o orador de mais um colóquio do IFSC/USP que ocorreu de forma remota no dia 21 de outubro, subordinado ao tema “Mecânica matricial e mecânica ondulatória: uma ou duas teorias quânticas?”.

Neste colóquio, o palestrante começou por pontuar que até o início da década de 1920, a teoria quântica não possuía um conjunto de princípios e métodos claros, que pudesse ser aplicado a todos os fenômenos. Em meados dessa década surgiram duas propostas distintas para uma mecânica quântica: a mecânica matricial, iniciada por Werner Heisenberg e desenvolvida também por Max Born e Pascual Jordan; e a mecânica ondulatória de Erwin Schrödinger.

Esses dois desenvolvimentos foram totalmente independentes e não era claro, de início, se as duas abordagens eram compatíveis entre si.

O próprio Schrödinger propôs uma demonstração sobre a equivalência das duas, assim como houve outras propostas posteriores no mesmo sentido. Porém, essa equivalência tem sido discutida até hoje.

Este colóquio apresentou, assim, a origem histórica das duas abordagens e algumas das tentativas para demonstrar sua equivalência.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

7 de outubro de 2022

“An introduction to ultracold atomic matter” com o Dr. Giacomo Roati

O Dr. Giacomo Roati, pesquisador no CNR-INO and LENS, Sesto Fiorentino (Itália), foi o palestrante de mais um colóquio do IFSC/USP que ocorreu no dia 07 de outubro, de forma remota, subordinado ao título “An introduction to ultracold atomic matter”

Em sua apresentação, o Dr, Giacomo começou por enfatizar o fato de, em temperaturas ultrabaixas e próximas ao zero absoluto, milhões de átomos presos em configurações de alto vácuo cruzam a fronteira para se tornarem ondas de matéria. Os gases quânticos, como são chamados, são considerados um dos maiores avanços da física moderna, premiados com vários Prêmios Nobel nos últimos trinta anos.

Segundo o palestrante, os gases quânticos não são apenas importantes relativamente a aspectos fundamentais, mas também, e ainda mais importante, são considerados como blocos de construção para a nova era da tecnologia quântica, onde novos dispositivos quânticos devem impactar a vida cotidiana do ser humano.

Nesta palestra, o pesquisador abordou algumas das principais características dos gases quânticos, desde sua produção até a exploração e manipulação com luz laser, tendo aberto o horizonte desse mundo fantástico, onde a mecânica quântica se afasta dos livros didáticos, tornando-se palpável em níveis macroscópicos.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

30 de setembro de 2022

Os mensageiros mais energéticos do Universo

“Os mensageiros mais energéticos do Universo” foi o título do colóquio realizado pelo IFSC/USP no dia 30 de setembro do corrente ano, tendo como palestrante o docente e pesquisador de nosso Instituto, Prof. Luiz Vitor de Souza.

Astrofísica de Partículas é uma área de pesquisa que toca extremos: partículas elementares e objetos astronômicos, mundo subatômico e escalas cosmológicas, e teorias fundamentais e experimentos sofisticados.

Neste seminário, o Prof. Luiz Vitor apresentou os mecanismos de geração, os fenômenos de propagação e as técnicas de detecção das partículas mais energéticas do Universo.

A apresentação teve dois focos:

1-Raios gamas produzidos em fontes galácticas e extragalácticas com energia de trilhões de elétrons-volt;

2-Núcleos atômicos produzidos em fontes extragalácticas ainda não identificadas com as energias mais altas já medidas na Natureza.

O docente mostrou como os conhecimentos dos processos físicos elementares são desafiados pelas astropartículas e ao mesmo tempo como a detecção dessas partículas contribuem para o avanço do nosso entendimento dos objetos e meios astrofísicos aceleradores.

O palestrante discutiu, ainda, como a construção do Observatório CTA nos próximos anos contribuirá para desvendar as principais questões de produção de luz de altíssima energia.

A invariância de Lorentz foi o fio condutor deste seminário, sendo um dos pilares da ciência moderna que foi introduzida como um postulado da Relatividade Restrita em 1905 por Einstein. No entanto, uma possível quebra da invariância vem sendo proposta por várias teorias e sinais desta variância vem sendo procurados por muitos experimentos. A detecção de uma pequena quebra da invariância de Lorentz traria consequências fundamentais para a ciência moderna que exigiria revisão e aprimoramento das teorias vigentes. Luiz Vitor de Souza discutiu, também, essas possibilidades com base nos testes da invariância de Lorentz propostos e realizados pelo grupo de Astrofísica de Partículas do IFSC/USP.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

27 de setembro de 2022

Material Learning

O IFSC/USP levou a efeito no dia 23 de setembro do corrente ano mais um colóquio, desta vez com a participação do Prof. Dr. Wilfred G. van der Wiel, diretor do BRAINS Center for Brain-Inspired Nano Systems, do Institute for Nanotechnology, da Universidade de Twente.

Em sua apresentação, subordinada ao tema “Material learning”, o palestrante começou por salientar que forte aumento do poder da computação digital, em combinação com a disponibilidade de grandes quantidades de dados, levou a uma revolução no aprendizado de máquina. Os computadores agora exibem um desempenho sobre-humano em diversas atividades, como, por exemplo, no reconhecimento de padrões e jogos de tabuleiro.

No entanto, o pesquisador salientou que a implementação de aprendizado de máquina em computadores digitais é intrinsecamente um desperdício, já que o consumo de energia se torna extremamente alto para muitas aplicações.

Por esse motivo, as pessoas começaram a olhar para os sistemas naturais de processamento de informações, em particular para o cérebro humano, que operam com muito mais eficiência.

Em sua apresentação, o palestrante deu exemplos de como as redes de nanomateriais podem ser treinadas usando o princípio do aprendizado de materiais para aproveitar ao máximo o poder computacional da matéria.

27 de setembro de 2022

Simulando a origem das espécies

“Simulando a origem das espécies” foi o título do colóquio do IFSC/USP realizado no dia 16 de setembro de 2022, com a participação do Prof. Marcos Aguiar (UNICAMP).

Um dos grandes problemas da biologia evolutiva é compreender como novas espécies podem surgir as partir de uma espécie ancestral. Embora o processo de evolução por seleção natural seja bem compreendido, os mecanismos que levam uma espécie em se ramificar em dois ou mais grupos reprodutivamente isolados ainda não foram totalmente esclarecidos.

Como o processo evolutivo é geralmente lento, na escala de milhões de anos, experimentos são muito difíceis de realizar e simulações em computadores se tornam ferramentas importantes.

Neste seminário o Prof. Marcos Aguiar apresentou um modelo simples que simula a evolução de uma população e que permite estudar o papel de vários parâmetros, como taxa de mutação e distribuição geográfica na formação de espécies.

O palestrante demonstrou que é possível comparar as simulações com dados empíricos e inferir, de forma aproximada, a história evolutiva de algumas espécies vivas

27 de setembro de 2022

“LNLS e SIRIUS: Breve história da construção de fontes de Luz Sincrotron no Brasil”

O colóquio relativo ao dia 02 de setembro de 2022 teve como tema “LNLS e SIRIUS: Breve história da construção de fontes de Luz Sincrotron no Brasil”, com a participação da Drª Liu Lin, Chefe de Divisão na Divisão de Aceleradores do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron.

Em sua apresentação, a palestrante começou por explicar que uma fonte de luz síncrotron é um equipamento de grande porte que produz uma luz extremamente brilhante. O grande leque de técnicas experimentais que esta luz possibilita, aliada à possibilidade de operação simultânea de um grande número de estações experimentais, faz desta fonte de luz uma importante ferramenta para o desenvolvimento da pesquisa experimental em diversas áreas multidisciplinares, razão pela qual decidiu-se por sua implementação ainda na década de 1980.

Neste colóquio, a Drª Lin fez uma introdução à luz sincrotron através da história da construção das fontes de luz síncrotron no Brasil, tendo abordado, também, os desafios de Física e Engenharia envolvidos na construção de uma fonte de luz de altíssimo brilho, como o SIRIUS.

24 de junho de 2022

Superposição e emaranhamento quânticos: A segunda revolução quântica e a interferência entre ondas eletromagnéticas

O IFSC/USP realizou no dia 24 de junho mais um seminário, este subordinado ao tema “Superposição e emaranhamento quânticos: A segunda revolução quântica e a interferência entre ondas eletromagnéticas”, apresentado pelo Prof. Celso J. Villas-Boas, do Departamento de Física da UFSCar.

Em sua apresentação, o palestrante começou por sublinhar que a superposição de estados e estados emaranhados são aspectos que vem intrigando cientistas ao longo de toda a história da Teoria Quântica, dando origem a questionamentos famosos como aqueles introduzidos por E. Schrodinger, em seu famoso paradoxo que leva o seu nome, e por A. Einstein, B. Podolsky e N. Rosen, que ficou conhecido como paradoxo de EPR.

Hoje, tais aspectos peculiares da Teoria Quântica voltam a chamar a atenção pois têm permitido o desenvolvimento de protocolos de comunicação intrinsecamente seguros e computadores que podem ser milhares/milhões de vezes mais rápidos que os maiores supercomputadores clássicos atuais.

Em sua apresentação, o docente comentou alguns aspectos sobre os avanços que foram feitos nessas áreas, tendo apresentado uma iniciativa, em parceria com o Centro de Pesquisas Avançadas Wernher von Braun, de Campinas (SP),  que visa o desenvolvimento tais soluções/tecnologias para o mercado nacional e global.

Na sequência, o palestrante discutiu, de forma resumida, um resultado que seu grupo obteve recentemente, onde foram empregados estados emaranhados de dois ou mais modos do campo de radiação para poder reinterpretar um fenômeno clássico bem conhecido – a interferência entre ondas eletromagnéticas.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

27 de maio de 2022

Colóquio do IFSC/USP – Física Social: revelando as leis da sociedade

O IFSC/USP realizou no dia 27 de maio, às 10h30, mais um colóquio, desta vez com a participação do docente e pesquisador doe nosso Instituto, Prof. José Fernando Fontanari.

Em sua apresentação, o palestrante começou por colocar a questão se é possível estudar  fenômenos sociais com o mesmo grau de rigor com que a Física trata  da matéria inanimada, cuja resposta foi dada na primeira metade do século XIX pelo polímata belga Adolphe Quételet no livro “Sobre o homem e o desenvolvimento de suas faculdades: ensaios de uma Física Social”.

Esse livro  lançou as bases para a construção da Física Social, cuja meta era descobrir as leis da sociedade e, assim,  colocar as ciências sociais no mesmo nível da astronomia,  cujas leis Newton havia revelado pouco mais de um século antes.

O insight de Quételet  é que a distribuição das observações  é fundamental e  tem um caráter universal.

O Prof. Fontanari apresentou, de forma resumida, a aplicação desse insight na caracterização de nosso universo  artificial –  textos e cidades –  e mais profundamente no entendimento do ainda misterioso fenômeno da sabedoria das massas, descoberto por Francis Galton  em 1907:  a  média das previsões  de um grupo de pessoas  – a previsão coletiva –  é melhor do que a previsão  de cada uma delas ou, pelo menos, melhor do que a maioria delas.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

13 de maio de 2022

Colóquio do IFSC aborda “A busca por matéria escura com astropartículas”

O IFSC/USP realizou no dia 13 do corrente mês mais um colóquio dedicado à sua comunidade, subordinado ao tema “A busca por matéria escura com astropartículas”, apresentado pelo Prof. Aion Viana, docente e pesquisador do IFSC/USP.

Neste colóquio, o palestrante sublinhou o fato de apesar das crescentes evidências de que matéria escura existe no Universo, sua natureza fundamental permanece como um dos maiores problemas da Física contemporânea.

Uma das hipóteses mais aceitas é que matéria escura seria composta de Partículas Massivas que Interagem Fracamente, ou WIMPs no acrônimo em inglês. Em ambientes de alta densidade do Universo, esses WIMPs poderiam se auto-aniquilar e produzir partículas conhecidas do Modelo Padrão de Física de Partículas, como elétrons, pósitrons, prótons, e inclusive raios gama.

Galáxias anãs, aglomerados de galáxias e o Centro da Via-Láctea são os meios ambientes mais prováveis para abrigar um forte sinal de auto-aniquilação de matéria escura.

Neste colóquio o pesquisados revisou revisar o problema da busca indireta por matéria escura enquanto partícula, tendo-se concentrado em particular nas buscas com raios gama. Foram apresentados os resultados mais recentes de diversos telescópios de raios gama, como o H.E.S.S., MAGIC, VERITAS, e Fermi-LAT. Por fim, à luz dos futuros Cherenkov Telescope Array (CTA) e Southern Wide-Field Gamma-Ray Observatory (SWGO), o Prof. Aion lançou a discussão sobre as perspectivas e estratégias na busca de sinais de aniquilação de matéria escura.

Para conferir este colóquio, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

1 de abril de 2022

Prof. Edgar Dutra Zanotto (UFSCar) disserta sobre “Vidro – Os olhos da Física”

O IFSC/USP promoveu no dia 01 de abril mais um colóquio, desta vez com a participação do Prof. Edgar Dutra Zanotto, docente e pesquisador do Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

Através de sua apresentação intitulada “Vidro – Os olhos da Física”, que assinala a comemoração do ano 2022 como o Ano Internacional do Vidro (ONU), o palestrante demonstrou como lentes e prismas foram determinantes no florescimento da física e outras ciências. Como exemplo, o microscópio revelou à humanidade o universo micro das estruturas biológicas e minerais e ofereceu informações sobre planetas e galáxias.

Por outro lado, as vidrarias viabilizaram a indústria química. Hoje, há inúmeras aplicações domésticas e high tech: fibras ópticas, filtros UV e IV, óculos para daltonismo, biovidros, vidros blindados, encapsulamento de rejeitos radioativos, etc.

O Prof. Zanotto pontuou, ainda, como a cristalização controlada de certos vidros deu origem às vitrocerâmicas (VCs), usadas em panelas e cooktops transparentes à prova de choque térmico, espelhos gigantes de telescópios, próteses dentárias e telas de celulares de última geração (IPhone 13).

Neste colóquio, o palestrante definiu vidros e VC’s e apresentou suas aplicações admiráveis, mostrando, igualmente, estatísticas surpreendentes sobre as contribuições brasileira e da USP ao conhecimento mundial nesse tema fascinante.

Finalmente, o palestrante discorreu sobre a aplicação de conceitos físicos envolvendo experimentos, teoria e simulação computacional e até algoritmos de inteligência artificial para o desenvolvimento de novos vidros.

Para conferir como ocorreu esse colóquio, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

25 de março de 2022

Colóquio e Aula Magna – “Academic Dishonesty Then and Now – and Confronting its Future”

O IFSC/USP retomou no dia 25 de março, às 10h30, o programa de “Colóquios do IFSC” após mais de dois anos de interrupção devido à pandemia de Covid-19.

Nesta retomada, já com a participação presencial dos novos alunos do Instituto e com transmissão ao vivo pelo Canal Youtube, o colóquio, que ocorreu no Auditório “Prof. Sérgio Mascarenhas”, se transformou, como anunciado anteriormente, em uma Aula Magna ministrada remotamente pelo Prof. Dr. David E. Pritchard, destacado docente e cientista do MIT – USA e que tem uma forte relação com o IFSC/USP, que dissertou sobre os casos de fraudes e/ou desonestidades acadêmicas praticadas por alunos e que na maior parte das vezes são detectadas, mas que tiveram uma maior incidência durante o período de pandemia.

Dessa forma, o palestrante descreveu como foram detectadas fraudes, como plágios grosseiros, cópias de artigos e transcrições, entre outras situações, no ambiente acadêmico, com ênfase  nos trabalhos remotos, incluindo nos MOOC’s (Massive Online Open Courses).

Baseado em literatura específica e estudos sobre esses, o Prof. David E. Pritchard apresentou dados consistentes sobre essas situações, tendo igualmente apresentado formas de melhor detectar e combater essas “desonestidades acadêmicas” em plena sala de aula.

Para visualizar esse Colóquio/Aula Magna, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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