Notícias

13 de fevereiro de 2019

Pesquisador do IFSC/USP recebe título de “Distinguished Lecturer”

No último dia 7 de Fevereiro de 2019, o Prof. Vanderlei Salvador Bagnato, Diretor do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), recebeu da Universidade do Texas A&M, o título de Distinguished Lecturer, outorgado pelo Departamento de Engenharia Biomédica. Bagnato, que recebeu recentemente outra honraria da mesma universidade (Hagler Fellow), vem proferindo, nesse âmbito, diversas palestras naquele estado norte-americano.

Em uma palestra especial proferida no dia 07 do corrente mês para todo o Departamento de Engenharia Biomédica da citada universidade, Bagnato lançou a discussão sobre a importância das novas tecnologias para melhoria da saúde dos cidadãos e do meio ambiente. Segundo Bagnato “não podemos parar de desenvolver novas tecnologias que tornem a vida melhor, que tornem possível o tratamento mais eficazes  de certas doenças crônicas, mas temos que ser cuidadosos para não produzir tecnologia que torne proibitivo  o tratamento das pessoas  pelo alto custo. Na área da saúde, tecnologia deve vir aliada a realidade econômica”.

As palestras e seminários que o diretor do IFSC/USP tem proferido abordam principalmente a física que o pesquisador desenvolve na área de átomos frios, com um foco especial em seu trabalho voltado a óptica para a saúde, algo que tem despertado muito interesse entre os participantes.

A universidade do Texas A&M é um dos maiores centros estudantis de engenharia dos Estados Unidos.

(Com a colaboração de Kleber Chicrala (CEPOF/IFSC/USP))

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

11 de fevereiro de 2019

IFSC/USP: estudantes visitantes integram-se para uma semana de trabalho

Iniciou-se no último dia 04 de fevereiro o Programa de Estudantes Visitantes da Pós-Graduação, onde interessados nos cursos de mestrado e doutorado  do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) se propuseram a realizar uma permanência de duas semanas com professores da instituição, nas respectivas áreas de interesse.

O Programa, coordenado pelo Presidente da Comissão de Pós-Graduação do IFSC/USP, Prof. Luiz Vitor de Souza Filho, objetiva atrair alunos do estado de São Paulo e de outras regiões do Brasil, assim como do exterior, para se especializarem nas áreas de Física Teórica e Experimental, Física Computacional e Ciências Físicas e Biomoleculares, constantes dos cursos oferecidos pelo IFSC/USP. “Os alunos participantes são de diversas regiões, como, por exemplo, do Paraná, três ou quatro do Piauí, de Minas Gerais, vários oriundos do Mato Grosso do Sul, além de outros que, inclusive, vieram do México e da Colômbia”, narra o Prof. Luís Vitor, que ainda menciona o procedimento de inscrição dos alunos no Programa. “A inscrição ocorreu de duas formas. Na primeira, o próprio aluno se inscreveu, indicando os orientadores pelos quais tinha interesse em trabalhar. Na segunda, o próprio professor-orientador cadastrou-se no programa e indicou o aluno que gostaria de orientar”.

Prof. Luiz Vitor de Souza Filho

A abertura do evento ocorreu logo pela manhã, tendo contado com uma palestra de introdução ao Programa de Pós-Graduação, ministrada pelo Prof. Luiz Vitor, que enalteceu, em especial, a relevância e qualidade do IFSC/USP no meio acadêmico. “A Universidade de São Paulo é respeitada e é a universidade brasileira que quase sempre está no topo dos rankings mundiais. Isso é muito importante para o eventual desenvolvimento acadêmico e profissional no exterior, porque facilita o processo de aceitação de estudante que veio de uma universidade reconhecida internacionalmente”, relembra.

Quanto às bolsas fornecidas pela CAPES, CNPq e FAPESP, Luiz Vitor relaciona o alto índice de concessão de bolsas – que em conjunto correspondem a 200 – com o prestígio da instituição. “As bolsas da CAPES (112) e do CNPq (56) são divididas em função da nota atribuída pela CAPES ao nosso Instituto, que desde o início tem sido consecutivamente a máxima (7); por isso conseguimos esse número tão alto de bolsas. Já as concedidas pela FAPESP (32), o IFSC/USP consegue um número muito superior em comparação com outras universidades. Muito possivelmente, não existe outro Instituto de Física no Brasil que consegue tantas bolsas de mestrado e doutorado quanto o nosso”. O docente ainda argumenta em favor da posição de São Carlos como cidade de baixo custo de vida para o polo tecnológico que a mesma abriga. “A bolsa concedida é a mesma, independente do lugar onde você fará a pós-graduação, então o que você faria em São Carlos com o valor da bolsa de pesquisa, seria quase três vezes mais do que você faria em São Paulo, com a mesma bolsa. Cabe a você analisar qual programa de pós-graduação é de maior qualidade para um custo de vida acessível”.

Profª Yvonne Mascarenhas

Após a introdução do Prof. Luiz Vitor, uma das fundadoras e primeira diretora do Instituto de Física de São Carlos, Prof.ª Yvonne Mascarenhas, ministrou uma palestra onde descreveu todo o processo de fundação do Instituto, ao lado de seu ex-marido, Prof. Sérgio Mascarenhas, e as pesquisas na área da cristalografia. “Logo depois que eu e meu ex-marido nos formamos em química – que é nossa área de interesse inicial – no Rio de Janeiro, na década de 1950, recebemos um convite, em 1955, para vir trabalhar em uma nova escola que estava se formando no interior de São Paulo – a Escola de Engenharia de São Carlos. Nós resolvemos aceitar, porque naquele tempo o custo de vida no Rio de Janeiro era muito alto para nós, que recebíamos uma pequena bolsa do CNPq e que supríamos nossas dificuldades ministrando algumas aulas na cidade. A oferta era de dois cargos: uma para o Sérgio, de professor catedrático, e uma para mim, que era sua assistente – como bem convinha para as esposas de cientistas na época”, narra Prof.ª Yvonne, com humor, sobre a oferta que dividiu opiniões entre seus amigos cariocas. “As pessoas diziam que ir para São Carlos seria atestar nosso óbito intelectual, o que, graças a Deus, não se confirmou”.

Gregorio Roberto

Inicialmente, Yvonne e Sérgio Mascarenhas criaram o Departamento de Física da Escola de Engenharia de São Carlos, que mais tarde viria a se constituir no Instituto de Física e Química da São Carlos (IFQSC), no ano de 1971, devido a reforma universitária. “Separaram-se em três institutos: a Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), o Instituto de Física e Química de São Carlos (IFQSC) e o Instituto de Ciências Matemática e da Computação (ICMC). Foi só em 1994 que houve o desdobramento do Instituto de Física e do Instituto de Química a partir do IFQSC, passando a ser, até o presente momento, duas unidades independentes”, diz a professora, que também participou da fundação da Sociedade Brasileira de Física, no período da ditadura militar.

Quanto ao interesse por cristalografia, a pesquisadora mencionou o início de seus estudos em Pittsburg, nos Estados Unidos, que, por influência de um amigo pesquisador, os perpetuou no Brasil. Novamente, nesse período, Yvonne foi lembrada do possível “suicídio científico” por colegas que diziam não haver espaço para a cristalografia no Brasil, o que novamente não veio a se concretizar.

Amanda

Finalizadas as palestras de introdução, os docentes passaram a palavra para quatro alunos da pós-graduação do Instituto de Física de São Carlos. Vitor – mestrando em Física Biomolecular; Lucas – mestrando em Física Computacional, na área de ressonância magnética; André – doutorando em Física Teórica, na área de termodinâmica quântica ; e Jéssica – doutoranda em Física Experimental, na área de fotônica, jovens que praticamente assumiram o papel de “monitores” dos visitantes, esclarecendo dúvidas quanto às possíveis áreas de especialização no Instituto e sobre o motivo pelo qual escolheram o IFSC/USP para “sediar” as respectivas pesquisas. “O Instituto tem uma infraestrutura incomparável, com equipamentos de ponta, laboratórios bem abastecidos. Além disso, possibilita o intercâmbio para fora do país, o que é algo a se pensar na hora de escolher onde fazer mestrado ou doutorado”, salientaram os alunos.

Lana com Profª Yvonne Mascarenhas

Ao final da abertura, os alunos seguiram para os respectivos laboratórios com grandes expectativas. O mexicano, Gregório Roberto, de Guadalajara, comentou brevemente acerca de suas impressões sobre a universidade brasileira, quanto ao tratamento dos integrantes e sua relação com a ciência. “Todos aqui são muito amigáveis e fiquei muito impressionado com a paixão com que tratam a ciência, o jeito de fazer ciência”, destacou Gregório, que deixou claro a área de interesse para a especialização. “Quero fazer fotônica. É a área do futuro”.

Já a estudante brasileira Amanda Kaiser, da Universidade Federal do Mato-Grosso do Sul (UFMS), argumentou em favor da estrutura e oportunidade de conhecimento oferecido pelos cursos do IFSC/USP. “A estrutura é ampla e diferenciada, assim como as oportunidades de pesquisa e conhecimento. A minha intenção aqui é me aprofundar na área de cristalografia”, tendo salientado como ficou impressionada e encantada com a brilhante Prof.ª Yvonne Mascarenhas. “O IFSC/USP possui um corpo docente de renome e é localizado no centro de um polo tecnológico de excelência. Isso influencia muito a decisão de realizar aqui minha pós-graduação”, explicou.

Herison

Lana, Herison e Cláudio, estudantes da Universidade Federal do Piauí (UFPI) e candidatos ao mestrado, ainda mencionaram o incentivo dos professores, que são formados no Instituto, pela procura da pós-graduação. “Aqui é completamente diferente de onde eu venho, a estrutura é magnífica e a universidade tem muitos recursos. Eu vim com a ideia de seguir a área de óptica neolinear, mas pelo que consegui reparar, existem tantas áreas que acabei ficando meio perdida”, brinca Lana, que apesar das dúvidas, se mantém firme na decisão inicial. Herison, por sua vez, enxerga no Instituto uma oportunidade de vida. “Sempre ouvi falar muito bem do IFSC/USP, até por pertencer a uma universidade respeitada, mas vem superando minhas expectativas. Deu um ânimo maior para fazer o mestrado aqui. Eu fui muito influenciado pelos meus professores, que procuram que eu trilhe um caminho parecido com o deles. A minha área de interesse é a física aplicada, a biologia e medicina, mais especificamente, física médica”.

Cláudio

Por fim, Cláudio depõe, animado. “Eu esperava que [o instituto] fosse grande, mas não tão grande assim! Estar aqui me deixa cada vez mais maravilhado. Eu tenho vontade de seguir o mestrado na área de polímeros, que já é a temática da minha iniciação científica, e o IFSC/USP foi muito indicado por meus orientadores”, argumentou por ser o IFSC/USP sua primeira opção.

“O histórico daqui é muito bom. Além disso, agora que estou conhecendo a cidade, isso favorece muito: é uma cidade boa, pequena. Na minha chegada perguntei ao motorista do Uber se São Carlos é uma cidade violenta; ele deu risada e brincou comigo, dizendo que todo dia acontecia alguma coisa. Eu achei graça: dá pra ver que é uma cidade tranquila”, finaliza, bem humorado.

 

(Texto: Carolina Falvo – estagiária de Jornalismo / Edição: Rui Sintra)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

11 de fevereiro de 2019

Pesquisa no IFSC/USP: um caso clínico de fibromialgia masculina

(In: UK Fibromyalgia)

Liderados pelo pesquisador do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Antônio Eduardo de Aquino Júnior e sob a coordenação do Prof. Vanderlei Salvador Bagnato, os fisioterapeutas Daniel Marques Franco, Michelle Luise de Souza Simone, a biomédica, Heloísa Ciol e o mestre em psicologia, Otávio Beltramello, são parte importante da equipe que desenvolve seu trabalho na Unidade de Terapia Fotodinâmica (UFT) sediada na Santa Casa da Misericórdia de São Carlos (SCMSC), tendo como topo da pirâmide o Grupo de Óptica do IFSC/USP. Além de ser um exemplo de preocupação social a ser seguido, este pequeno grupo representa outro bem mais vasto que se empenha em erguer um projeto de pesquisa inovador – quer no quesito da criação de equipamento desenvolvido dentro do próprio IFSC/USP, quer no método terapêutico utilizado no tratamento de dores em pacientes com artrose e, mais recentemente, com fibromialgia.

Fisioterapeuta Michelle Simone

Desenvolvida inicialmente para o tratamento de pacientes com artrose, e posteriormente para o alívio das dores da fibromialgia – síndrome que afeta majoritariamente (?) mulheres e que causa dores intensas por longos períodos e hipersensibilidade em músculos, articulações e outros tecido moles –, a pesquisa levou esse grupo à introdução do método que trata pessoas que sofrem com esta última doença. “Temos atendido centenas de casos nos últimos três anos. Certa vez, atendi uma paciente que tomava cinco doses de morfina por dia e vários outros medicamentos para amenizar as dores. Depois de dez sessões de tratamento, ela conseguiu eliminar quase todos os medicamentos, exceto a morfina, que tem que passar por uma fase de ‘desmame’: atualmente, essa paciente toma apenas um comprimido por dia”, comenta a fisioterapeuta, Michelle. O processo de retirada autônoma do medicamento não é recomendada, como destaca Daniel Franco, ao salientar a importância do envolvimento médico na questão. “Muitos de nossos pacientes não veem necessidade da medicação depois do sucesso do tratamento. Outros, já tentaram retirar os medicamentos antes do projeto, mas afirmam que as dores voltam, então procuram intercalar os remédios, tomando-os dia sim, dia não. Em todo caso, é sempre importante consultar o médico”.

Fisioterapeuta Daniel Franco

A procura pelo tratamento – disponível apenas em São Carlos – por pessoas oriundas de todo o território nacional e mesmo do estrangeiro, obrigou o grupo a reforçar o atendimento que é feito na SCMSC, bem como abrir outro local de atendimento, este localizado no Bairro Vila Prado – Clínica Multifisio. O objetivo é estender o horário de atendimento de segunda a sábado até cerca das 21 horas, atendendo principalmente aqueles que não podem comparecer no horário regular, seja por motivos de trabalho, ou por não morarem na cidade. “Nós já atendemos cerca de 900 pessoas, e após a reportagem exibida ano passado no Jornal Nacional, da Globo, a lista de espera chegou a perto de 700. Sentimos mais do que a obrigação de estender os horários de atendimento, de acordo com o aumento da demanda”, comenta Antonio Aquino, esperançoso em poder atender as cerca de 200 pessoas que ainda permanecem em fila de espera, antes da comercialização do equipamento, prevista, em princípio, para o próximo mês de abril.

Heloísa Ciol (Biomédica)

Combinando frequências específicas de ultrassom e laser, o tratamento para as dores e inflamação causadas pela artrose mostraram-se como uma nova esperança de qualidade de vida para todos quantos sofrem da doença, tendo acontecido o mesmo no caso da fibromialgia. Contudo, neste último caso, os pesquisadores do IFSC/USP foram mais longe em seus estudos e pesquisas: de fato, ao invés de aplicar a conjugação de ultrassom e laser diretamente no local onde se manifestam as dores, a aplicação começou a ser feita nas palmas das mãos dos pacientes. “Um estudo observou que nas palmas das mãos de pacientes com fibromialgia existe um maior número de neuromecanoreceptores – terminais nervosos que chegam nas palmas das mãos e levam informações para o cérebro interpretar como dor”, relata Heloísa Ciol, que vê aí um possível caminho para identificar a causa da doença. “A nossa hipótese trabalha em cima do efeito da luz e do ultrassom em toda a parte sensorial que existe na mão e que consegue levar informações para o cérebro, de forma que ele pare de interpretar que o corpo está em uma situação de dor constante e ajude a modular tanto a parte celular e muscular, para tentar reduzir os processos inflamatórios.” Em relação a artrose, a biomédica explica que as dores são provocadas pelo desgaste da cartilagem e processos inflamatórios que fazem com que o paciente perca mobilidade, força e dependa de acessórios para se locomover, ou até mesmo da ajuda de outras pessoas. “Com a aplicação da luz e do ultrassom também foi observada a melhora do paciente, porque a luz tem efeitos anti-inflamatórios, analgésicos e promove a circulação sanguínea no local, havendo estudos sugerindo que pode até estimular a proliferação de algumas células da cartilagem”, explica. “Reduzindo a inflamação, reduzimos a dor, e, reduzindo a dor, promovemos uma melhora na movimentação articular”, simplifica Antônio Aquino.

Quanto aos resultados obtidos ao longo dos tratamentos, os pesquisadores obtiveram importantes constatações. Embora a artrose e a fibromialgia estejam relacionadas com o envelhecimento do ser humano, o fato é que a população mais jovem também está sendo bastante atingida por ambas as doenças, tudo levando a crer que aspectos comportamentais e emocionais possam estar por trás dessa realidade. “Nós sempre tivemos a ideia de que a artrose era uma doença de idosos, por conta do desgaste dos joelhos, nomeadamente pelo fato dos indivíduos carregarem pesos durante toda a vida. Contudo, revelou-se que não são apenas os idosos que sofrem de artrose. Eu acredito que a redução da faixa etária dos doentes pode ser explicada pelo aumento dos índices de sobrepeso e de intervenções cirúrgicas”, sugere Antônio Aquino, com preocupação. “O aumento do peso força o joelho a suportar uma carga que ele não aguenta, forçando a articulação. Já os procedimentos cirúrgicos nos joelhos, mesmo que mínimos, causam a degeneração da cartilagem, provocando a artrose”.

Fibromialgia masculina – um caso clínico não tão raro

O fisioterapeuta Daniel Franco atendeu, em 2018, um raro caso de fibromialgia masculina, situação que originou a publicação (2018) de um artigo científico no Journal of Novel Physiotherapies (CLIQUE AQUI PARA LER), da autoria dos pesquisadores do IFSC/USP, Antônio Eduardo de Aquino Jr., Daniel Franco, Juliana Amaral Bruno, Heloísa Ciol e Vanderlei Salbvador Bagnato, e Anderson Luiz Zanchun, da empresa MM Optics. Sobre esse caso, Daniel Franco comenta “Quando o paciente chegou na clínica estava com tanta dor e tão deprimido que não me olhava nos olhos. Fiquei incrédulo com o estado dele e pelo fato de pela primeira vez atender um caso de fibromialgia masculina!”

Richard Carlos: “Cheguei a pedir a morte”

Richard Carlos Rocha tem 43 anos e há cerca de quinze anos foi diagnosticado (por exclusão de outras patologias) com fibromialgia, mas os sintomas já vinham se manifestando desde quando era muito novo – adolescente. “Tem sido uma vida de sofrimento, com dores constantes ao longo de todos esses anos e com picos de dor verdadeiramente insuportáveis, que se acentuaram nos últimos três anos”, lamenta Richard, que começou a sofrer de depressão há cerca de dez anos, após ter perdido seu negócio, único sustento da família. “Foram dores que atingiram meu corpo inteiro, sem que eu pudesse localizá-las, mesmo apalpando meu corpo e procurando os locais doloridos. Não conseguia dormir, me encharcava de anti-depressivos e analgésicos, tendo chegado ao ponto de explicitamente pedir a morte. Passava a maior parte do tempo dopado, tendo como único apoio minha esposa e minhas filhas. Você não consegue detectar de onde vêm as dores, ou seja, qual o ponto dolorido, pois ela é interna, localizada em diversos pontos, não detectável. Insuportável”, relata nosso entrevistado, visivelmente emocionado.

Otávio Beltramello (Psicólogo)

Ao tomar conhecimento, por um amigo, do tratamento em curso na Unidade de Terapia Fotodinâmica, Richard – então com 108kg de peso – entrou no programa e fez as primeiras dez sessões de tratamento, mesmo sabendo que esses procedimentos eram quase essencialmente dedicados a mulheres, não havendo, até esse momento, registros da ocorrência de fibromialgia em homens. Contudo, a partir do momento em que os pesquisadores do IFSC/USP publicaram o caso de fibromialgia masculina, protagonizada por Richard, outros casos começaram a aparecer. O homem dificilmente vai no médico, principalmente quando é acometido por alguma dor ou mal estar, e isso é típico, segundo Antônio de Aquino. “Por outro lado, há falta de diagnóstico para esse tipo de doença e não existem exames que detectem a fibriomialgia, sendo um problema que começa a ser comum a homens e mulheres, podendo existir, quem sabe, mais casos masculinos do que femininos, só que os homens escondem seu estado de saúde e as mulheres não”, salienta o pesquisador. Quanto à melhora da disposição de Richard Carlos, ela deve-se em grande parte ao processo de normalização dos níveis de fluxo periférico cerebral, que provocam igualmente uma normalização do limiar da dor e a diminuição da fadiga excessiva: “A partir dessa diminuição você começa a ter mais disposição, exatamente como aconteceu com Richard”, acrescenta Antonio Aquino.

Antônio Eduardo de Aquino Junior (Pesquisador e coordenador da UTF)

Quanto ao exercício físico, embora possa parecer que eventualmente contribua para um aumento da dor, o certo é que ele libera muita endorfina, que congrega substâncias que atuam ma diminuição da ansiedade e de outros fatores que agem diretamente na ação dolorosa da fibromialgia. Contudo, as pesquisas não param, estando programada a otimização dos tratamentos através de uma intervenção mais lata de profissionais, nomeadamente com a inclusão de um psicólogo na equipe multidisciplinar da UTF – Otávio Beltramello, que reconhece a interferência psicológica no controle ou progressão da síndrome, detectando até que ponto ela é fisiológica e não psicológica. “Toda explicação de qualquer fenômeno nunca é apenas psicológica. A piora de uma condição psicológica pode desencadear uma condição biológica agravada e vice-versa”. Otávio entrou na equipe de pesquisadores exatamente pela necessidade de se poder oferecer atendimento psicológico aos pacientes como parte imprescindível para o máximo sucesso do tratamento e melhora da qualidade de vida. “Muito em breve, o departamento psicológico entrará em funcionamento”, promete Antônio Aquino, que envia um recado a todos os pacientes que ainda estão aguardando tratamento: “Nosso foco é a qualidade de vida. O principal objetivo e vontade sempre foi universalizar o acesso. Em breve, o tratamento será possível para aqueles que não conseguiram participar do tratamento em São Carlos”, conclui o pesquisador.

Richard Carlos pesa agora 82KG, voltou a jogar futebol, inclusive a nível de campeonato regional, pratica exercício físico todos os dias e tem seu astral bem lá em cima. Conversa animadamente (olhando nos olhos de todo o mundo) com todos e continua a fazer tratamentos periódicos na UTF. “Ainda tenho algumas dores, mas elas desaparecem por completo quando faço exercício físico. Durmo tranquilamente, embora de vez em quando ainda precise de um comprimido para “apagar”. Tenho muita esperança que com a continuação dos tratamentos e com o apoio psicológico eu possa me livrar de vez daquilo que agora é apenas uma sombra do que passei na minha vida”, conclui nosso entrevistado, sorrindo.

Rui Sintra com Carolina Falvo (estagiária de jornalismo) – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

8 de fevereiro de 2019

SBF: Aluno do IFSC/USP conquista Prêmio de Tese de Doutorado

O aluno de doutorado do IFSC/USP, Luís Felipe Gonçalves, foi o ganhador do Prêmio de Tese de Doutorado da Sociedade Brasileira de Física (SBF) na área de Física Atômica e Molecular.

A premiação contemplou o trabalho “Interações entre átomos de Rydberg no regime de bloqueio de excitação”, orientado pelo docente e pesquisador de nosso Instituto, Prof. Luis Gustavo Marcassa. O estudo contou com bolsa da FAPESP.

Imagem de arquivo pessoal

“No trabalho, estudamos interações entre átomos muito excitados aprisionados em uma armadilha óptica. Embora nosso enfoque tenha sido o da ciência fundamental, os resultados obtidos poderão eventualmente ser úteis no auxílio do desenvolvimento da computação quântica. Outra possível aplicação é contribuir para um melhor entendimento dos mecanismos que governam a formação de moléculas”, disse Gonçalves em entrevista à Agência FAPESP.

Esses átomos excitados são chamados, genericamente, de “átomos de Rydberg” – denominação que homenageia o físico sueco Johannes Rydberg (1854-1919). Recebendo um aporte de energia por meio de laser, eles têm seu elétron de valência promovido às camadas distantes do núcleo. E, por conta disso, respondem fortemente a campos externos e interagem muito uns com os outros. No caso específico, Gonçalves estudou átomos de vapor de rubídio aprisionados na armadilha atômica em uma câmara de ultra-alto-vácuo.

Um fenômeno que ocorre com átomos de Rydberg – e que foi objeto da atenção de Gonçalves – é a “transferência de população”. A expressão não tem nada a ver com deslocamento no espaço, mas sim com o fato de que, embora sejam excitados a um único nível muito preciso de energia por meio de lasers bem controlados, os átomos alcançam estes e também outros níveis não contemplados pela energia do laser. O motivo é que o mecanismo de interação entre eles transfere energia de um átomo para outro.

“Com emprego de armadilha magneto-óptica, esse fenômeno, também denominado ‘ressonância de Förster’ [em homenagem ao químico alemão Theodor Förster (1910-1974)], já havia sido estudado há algum tempo. E o modelo explicativo era o de que os átomos de Rydberg se comportavam como um gás congelado, no qual vários átomos interagiam uns com os outros, fazendo com que alguns deles mudassem de estado. Usando outro tipo de armadilha, pudemos explorar mais este efeito, chegando a resultados diferentes”, disse Gonçalves.

Em vez da armadilha magneto-óptica, o pesquisador usou – e isso foi feito pela primeira vez na América do Sul – um tipo de armadilha diferente, a armadilha óptica de dipolo do tipo quest. Dito de maneira bem simples, trata-se de um dispositivo de aprisionamento formado por laser focalizado sobre os átomos inicialmente aprisionados na armadilha magneto-óptica.

O emprego dessa armadilha divide por mil o número de átomos aprisionados: do patamar de um bilhão para o patamar de um milhão. Mas, ao mesmo tempo, faz com que os átomos fiquem muito mais próximos uns dos outros. E, portanto, interajam muito mais entre si.

“Na prática, o procedimento foi o seguinte: comecei com uma armadilha magneto-óptica convencional; depois, focalizei na região dos átomos aprisionados um laser de 100 watts, que, para lasers que operam no modo contínuo, é uma potência extremamente alta. A luz do laser aprisionou os átomos na região do foco, formando uma linha, portanto, um sistema quase unidimensional”, descreveu Gonçalves.

Na explicação anterior, o fenômeno da “transferência de população” ou “ressonância de Förster” era descrito por meio de um modelo que considerava a interação de cada átomo com muitos outros átomos. O modelo adotado por Gonçalves simplificou drasticamente a descrição, considerando apenas a interação dos átomos dois a dois. Para usar uma terminologia consagrada em Física, foi a substituição de um sistema de muitos corpos por um sistema de dois corpos apenas.

Porém, para isso, foi necessário sofisticar a expressão matemática da interação. “A interação eletrostática é descrita, de forma aproximada, como uma interação de dois dipolos. Mas, na verdade, ela é uma soma infinita de vários termos: dipolo-dipolo, dipolo-quadrupolo, quadrupolo-quadrupolo e por aí vai. A grande contribuição é dada pela interação dipolo-dipolo. Já a contribuição dos outros termos é pequena, mas existe. Então, nós utilizamos uma explicação mais simples, a interação dois a dois, porém incorporamos mais termos matemáticos para descrevê-la”, disse.

Como os átomos estavam interagindo muito mais, o modelo adotado previa que a taxa de transferência de população seria muito maior. E o experimento confirmou isso. “Chegamos a obter quase 50% de transferência. Isso significa que o conjunto de átomos foi excitado a um estado A, e o resultado foi que metade deste número foi detectada em A e metade em um outro estado B, conforme previa nosso modelo”, disse Gonçalves.

Outro trabalho realizado pelo pesquisador no contexto desse estudo foi mostrar que, aplicando um campo elétrico externo à amostra quase-unidimensional de átomos de Rydberg, é possível reduzir a energia necessária para excitá-los, e ao mesmo tempo controlar a interação entre eles.

“Apliquei um campo elétrico de amplitude fixa – portanto, fazendo com que os átomos recebessem sempre a mesma quantidade de energia. Mas, variando a orientação do campo, foi possível controlar a interação entre os átomos. A interação induzida pelo campo pode, inclusive, ser cancelada no chamado ‘ângulo mágico’, quando os dipolos elétricos ficam alinhados em um ângulo de 54,7 graus com relação ao eixo internuclear”, disse Gonçalves.

Esse resultado é considerado muito interessante do ponto de vista de eventuais aplicações, porque, em computação quântica, há interesse em controlar, e em certos casos minimizar, a interação entre átomos vizinhos, para que não haja perda de coerência do sistema. Um caso de perda de coerência pode ser, por exemplo, a “transferência de população”, quando átomos são excitados a um nível muito bem conhecido, mas acabam também em outros níveis, transformando uma amostra atômica inicialmente pura em uma superposição de diferentes estados atômicos.

“Uma forma de controlar isso é minimizar a interação entre vizinhos. E nós mostramos que apenas variando a orientação do campo elétrico, e não sua amplitude, é possível conseguir esse controle”, disse o pesquisador.

Além disso, como já foi dito, a compreensão da interação entre átomos ajuda a entender também os mecanismos que levam à formação molecular. Isto é, identificar as “leis” e os mecanismos que governam a transição de uma situação onde dois átomos separados se comportam como entes distintos para a situação onde estes mesmos átomos estão reunidos em uma molécula, comportando-se então como um único componente.

Luís Felipe Gonçalves está atualmente nos Estados Unidos, trabalhando em uma empresa de tipo startup, voltada para o desenvolvimento de sensores quânticos.

Para consultar a tese de doutorado de Luís Felipe Gonçalves, clique AQUI.

(Com informações de José Tadeu Arantes / Agência FAPESP)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

7 de fevereiro de 2019

Chamada de propostas – R$ 15 mi para Programa PIPE (FAPESP)

A FAPESP lançou chamada de propostas para o 2º Ciclo de Análise de 2019 do Programa FAPESP – Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE).

Estão reservados até R$ 15 milhões para atendimento às propostas selecionadas. O prazo final para submissão de projetos pelo SAGe termina no dia 29 de abril do corrente ano.

As propostas de financiamento devem conter projetos de pesquisa que possam ser desenvolvidos em duas etapas:

1) demonstração da viabilidade tecnológica de produto ou processo, com duração máxima de nove meses e recursos de até R$ 200 mil;

2) desenvolvimento do produto ou processo inovador, com duração máxima de 24 meses e recursos de até R$ 1 milhão.

Quando os proponentes já tiverem realizado atividades tecnológicas que demonstrem a viabilidade do projeto podem submeter propostas diretamente à Fase 2.

Podem apresentar propostas pesquisadores vinculados a empresas de pequeno porte (com até 250 empregados) com unidade de pesquisa e desenvolvimento no Estado de São Paulo.

Para conferir as normas para submissão de propostas, clique AQUI.

A FAPESP divulgará o resultado enviando a cada proponente os pareceres técnicos dos avaliadores. Os pareceres podem ser úteis para o aperfeiçoamento da proposta, seja ela aprovada ou não. Em caso de não aprovação, o proponente poderá aperfeiçoar a proposta, corrigindo as falhas apontadas, e submeter nova solicitação em edital subsequente.

Para conferir a chamada para o 2º ciclo de 2019, clique AQUI.

Para atender os interessados em participar da chamada, a FAPESP realizará, no dia 27 de março, o evento Diálogo sobre Apoio à Pesquisa para Inovação na Pequena Empresa, em São Paulo.

O evento, realizado em parceria com o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), o Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo (Simpi) e o Desenvolve SP, tem como objetivo oferecer às empresas que apresentaram ou têm interesse em apresentar projeto ao Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) a oportunidade de resolver dúvidas antes do dia 29 de abril de 2019, fim do prazo para submeter propostas para o 2º Ciclo de Análise de Propostas para o Programa PIPE em 2019.

(Com informações da FAPESP)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

7 de fevereiro de 2019

11 e 12 de fevereiro: CIBFar (IFSC/USP) presente na “Fapesp Week London”

O Reino Unido tem sido, até o momento, o principal parceiro internacional em pesquisa nos projetos apoiados pela FAPESP, sendo que nos últimos dez anos o órgão apoiou quatrocentos projetos de pesquisa em colaboração com outras agências de fomento, empresas e universidades britânicas.

Para celebrar essa parceria e estimular novas colaborações nas mais diversas áreas do conhecimento, a FAPESP irá realiza nos dias 11 e 12 do corrente mês a FAPESP Week London, no âmbito do Ano Brasil-Reino Unido de Ciência e Inovação.

O simpósio, em Londres, reunirá cientistas de várias instituições do Reino Unido e do Brasil, incluindo o docente e pesquisador de nosso Instituto, e coordenador do CIBFar (CEPID da FAPESP) sediado no IFSC/USP, Prof. Glaucius Oliva.

No primeiro dia, a sessão sobre “Saúde e Envelhecimento” terá Ricardo Araya (King’s College London), Alícia Kowaltowski (Universidade de São Paulo, USP), Mayana Zatz (USP e Centro de Pesquisa do Genoma Humano) e Sovan Sarkar (University of Birmingham).

Em seguida, Patrick Varga-Weisz (University of Essex), Ana Marisa Chudzinski-Tavassi (Instituto Butantan e Centro de Excelência para Descoberta de Alvos Moleculares), Steve Hill (British Heart Foundation), Glaucius Oliva (IFSC/USP e Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e Fármacos) falarão sobre “Ciências Biológicas e Descoberta de Medicamento”.

Participarão da sessão sobre “Astrofísica” Oliver Buchmueller (Imperial College London), Carlos Guillermo Giménez de Castro (Universidade Presbiteriana Mackenzie), Stefan Söldner-Rembold (University of Manchester) e Ettore Segreto (Universidade Estadual de Campinas, Unicamp).

O segundo dia da FAPESP Week London começará com uma mesa-redonda sobre “Colaboração em pesquisa Indústria-Universidade”, com Wen Hwa Lee (University of Oxford), Sérgio Robles Reis de Queiroz (Unicamp e FAPESP), Isro Gloger (GSK), Helen Ewles (Royal Academy of Engineering), Alexandre Breda (Research Centre for Gas Innovation, RCGI) e Katlin Massirer (Centro de Química Medicinal, CQMED/SGC Unicamp).

A sessão sobre “Novas Energias” terá Nigel Brandon (Imperial College), Julio Meneghini (USP e RCGI), Timothy Bugg (University of Warwick) e Rubens Maciel Filho (Unicamp e Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia, BIOEN).

“Desigualdade, Inclusão Social e Migração” será o tema que contará com apresentações dos pesquisadores Gareth Jones (London School of Economics and Political Science), Eduardo Cesar Leão Marques (USP e Centro de Estudos da Metrópole), Paul Statham (University of Sussex) e Maria Alexandra da Cunha (Fundação Getúlio Vargas).

Em seguida, haverá uma mesa-redonda sobre “Divulgação Científica no Século 21”, com Jan Piotrowski (The Economist), Ben Deighton (SciDev.Net) e Mun-Keat Looi (Mosaic and The Wellcome Trust), mediada por Alexandra Ozorio de Almeida, da revista Pesquisa FAPESP.

A última sessão será sobre “Nexo Água-Alimentos-Energia” e terá os pesquisadores Sacha Mooney (University of Nottingham), Angelo Berchieri Junior (Universidade Estadual Paulista, Unesp), Darren Evans (Newcastle University) e Flavio Vieira Meirelles (USP), com mediação de Tim Willis (Biotechnology and Biological Sciences Research Council, BBSRC).

Sir Mark Walport (executivo-chefe da UK Research and Innovation), Fred Arruda (embaixador do Brasil no Reino Unido), Marco Antonio Zago (presidente da FAPESP), Carlos Henrique de Brito Cruz (diretor científico da FAPESP) e Andrew Allen (diretor de assuntos internacionais da Royal Society) participarão da abertura do evento.

Para obter mais informações sobre o evento, clique AQUI.

(Com informações da FAPESP)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

7 de fevereiro de 2019

Valtencir Zucolotto é o novo coordenador do Polo do IEA/USP São Carlos

O docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Valtencir Zulotto, é o novo Coordenador do Polo do Instituto de Estudos Avançados (IEA/USP) de São Carlos, tendo cessado, a partir do dia 17 do corrente mês, suas funções no cargo de Vice-Coordenador desse mesmo órgão, conforme portaria assinada pelo reitor nessa data. O reitor escolheu Zucolotto a partir de lista tríplice votada pelo Conselho Deliberativo do IEA, na qual constavam também os nomes de Cibele Saliba Rizek, professora titular do IAU, e Carlos Alberto Montanari, professor titular do Instituto de Química de São Carlos (IQSC).

Professor titular e coordenador do Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia do IFSC/USP (GNano), Zucolotto manifesta-se honrado e feliz com a indicação de seu nome pelo Conselho do IEA de São Paulo para coordenar o Polo de São Carlos, sublinhando que a missão do IEA, como o próprio nome indica – e como é praxe em qualquer instituto de estudos avançados no mundo –  é congregar cientistas, pesquisadores e pensadores em torno de objetivos concretos que levem ao levantamento de problemas relevantes nas áreas científica, social e cultural da sociedade, equacionando-os e propondo soluções, sendo que o IEA de São Carlos representa esses conceitos dentro de sua área geográfica.

Com o Campus USP de São Carlos inteiramente dedicado às engenharias, ciências exatas e arquitetura, o foco da gestão de Valtencir Zucolotto terá duas frentes prioritárias: “A primeira prioridade será a criação de grupos de trabalho que terão a missão de pensar na resolução dos diversos problemas que ainda subsistem no nosso Campus e na nossa cidade, propondo soluções exequíveis. A segunda prioridade será o estabelecimento de convênios e parcerias com empresas, igualmente com foco na resolução de eventuais problemas sociais, ambientais e econômicos, entre outros. Agindo dessa forma, estaremos ainda mais próximos da sociedade”, sublinha Zucolotto.

Programas sabáticos dedicados a pesquisadores e a intensificação de parcerias com as Unidades que constituem o Campus USP de São Carlos – igualmente para auxiliar na resolução de alguns problemas -, constituirão outras linhas de atuação do novo Coordenador do Polo do IEA de São Carlos, que pretende ainda realizar uma reforma física e a criação de acessibilidades na sede do órgão, integrando-a ao Centro Cultural da USP, bem como a modernização dos espaços interiores. “Com tudo isso, nossa intenção é trazer mais gente para dentro do IEA”, finaliza Zucolotto.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

6 de fevereiro de 2019

A paixão de um ex-aluno do IFSC/USP pelas ciências exatas

Álvaro Macedo da Silva

Para o paulista Álvaro Macedo da Silva, de 66 anos, nada é imutável na vida do ser humano. Desde quando começou a trabalhar, busca atuar com aquilo que lhe dá prazer e que o motiva a desempenhar seu trabalho com dedicação. Para ele, o ato de sonhar nunca foi uma opção, mas sim um dever: “Quando não se sonha, a vida se torna vazia e, portanto, perde o sentido”, comenta.

Por volta dos dez anos, já demonstrava interesse por eletricidade: certa vez, inseriu dois fios com arames numa tomada, tendo assistido a um fenômeno que, segundo ele, se assemelhou a fogos de artifício. Foi nessa época, também, que seus pais o matricularam na escola, embora já soubesse ler e escrever graças ao apoio que recebera do irmão. Esse aprendizado, somado com seu interesse pelas ciências exatas, fez com que Álvaro se destacasse entre os melhores alunos das escolas que frequentou na capital paulista.

Parte de sua paixão pelas ciências exatas surgiu através do convívio que teve com o pai, um homem que recebera poucos estudos, mas cuja inteligência era motivo de admiração para o filho: para construir a própria casa, por exemplo, seu pai derrubou as árvores do terreno e se encarregou das instalações elétrica e hidráulica da residência. “A partir de certa idade, ajudei-o em várias atividades. Então, cresci com esse exemplo de fazer as coisas”, comenta nosso entrevistado que, sem recursos financeiros suficientes para se manter numa faculdade particular e decidido a cursar engenharia, realizou a prova da MAPOFEI, vestibular que daria origem à FUVEST. Sua primeira opção era estudar na Escola Politécnica da USP, sendo que sua segunda escolha envolvia a Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP), onde acabou por ingressar em 1973.

A vinda para São Carlos foi uma experiência forte. Era um jovem que gostava de ficar em casa e a mesada que recebia dos pais era bastante limitada: “Era um aperto. Meu pai não ganhava muito e o dinheiro era bem contado. Às vezes, eu fazia uma refeição por dia porque não gostava de pedir recursos adicionais a ele”. Contudo, o pouco dinheiro não se tornou um entrave para que desenvolvesse a graduação. No quarto ano do curso, iniciou um estágio em tecelagem na extinta Germano Fehr. Depois, desenvolveu outro estágio na Pirelli, onde foi contratado como engenheiro. “Fiquei um dia desempregado, exatamente quando busquei o certificado de conclusão de curso na USP. No dia seguinte, estava trabalhando novamente. A minha turma (EESC/USP) estava toda empregada. Hoje não se consegue emprego fácil”.

Embrapa Instrumentação – Um dos orgulhos da cidade de São Carlos

Após um ano e sete meses de trabalho na Pirelli, Álvaro Silva voltou a São Paulo onde trabalhou na General Motors, realizando cálculos teóricos, deduzindo fórmulas e programando sistemas computacionais. Mas não era esse tipo de tarefa que ele se via executando durante as próximas décadas de sua vida: Álvaro queria algo que o motivasse ainda mais e, quando visitou uma feira tecnológica que se realizou em São Carlos, notou que desejava se envolver intensamente com a área de tecnologia.

Concretizada a sua saída da General Motors, em 1987 regressou à cidade de São Carlos e começou a trabalhar na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Instrumentação), tendo realizado um mestrado na área de instrumentação no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP). “A Embrapa era muito flexível e incentivava seus funcionários a fazerem pós-graduação”, explica ele, cujo conhecimento adquirido no IFSC/USP foi fundamental para que desenvolvesse o doutorado no Centro de Recursos Hídricos e Ecologia Aplicada (CRHEA/EESC/USP), no período de 1992 a 1997.

Álvaro recordando os bons momentos no IFSC/USP

Álvaro não fez pós-doutorado porque no final dos anos 1990 já estava envolvido com a área de gestão empresarial na Embrapa. Começou a acreditar fortemente em sua habilidade de liderança depois que passou a receber convites para ocupar determinados cargos na empresa, onde ingressou como responsável pela manutenção de equipamentos, tendo sido chefe-adjunto administrativo e, na sequência, chefe-geral. “Quando estava na Pirelli e na General Motors dizia que jamais trabalharia com gestão empresarial. De repente, virei administrador”, relembra, com humor.

Há cerca de quatro anos, Álvaro Silva deixou de administrar a Unidade em São Carlos para se dedicar à gestão de outro negócio, outra paixão: seu consultório de psicologia. Iniciou o curso de psicologia em 2011, no Centro Universitário Central Paulista (UNICEP) e, em 2012, deu-lhe continuidade na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Foi nesta área que encontrou a melhor maneira de exercer duas das atividades que mais o encantam: aprender, e transmitir conhecimento, de modo a contribuir com a sociedade; o coletivo. “O país investe em nós; nossos pais investem em nós e nós temos que investir em nós mesmos. Esses investimentos têm que retornar à sociedade!”, conclui nosso entrevistado.

 

 

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

5 de fevereiro de 2019

“Membrane fusion mechanism: how virus and fertilization can be related”

Realizou-se no dia 05 de fevereiro, nas instalações do IFSC/USP, situadas no Campus – 2 da USP São Carlos, um seminário que abordou o tema Membrane fusion mechanism: how virus and fertilization can be related, tendo como palestrante o Dr. Vitor Hugo Balasco Serrão, pesquisador do Departamento de Medicina e Patobiologia da Universidade de Toronto – Canadá.

Vitor Serrão é prata da casa do IFSC/USP: fez seu bacharelado, mestrado e doutorado no nosso Instituto, na área de Física Biomolecular, tendo realizado um estágio na Universidade de Leiden, na Holanda e pós-doutorado na Harvard Medical School, em Boston (EUA),  no Departamento de Neurobiologia.

Ele ingressou no Lee Lab, na Universidade de Toronto (Canadá), em abril de 2018, coordenado pelo docente e pesquisador Prof. Jeffrey E. Lee, especialista em virologia estrutural naquela Universidade.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

5 de fevereiro de 2019

No IEE/USP: Workshop “Carbon Capture, Storage and Use and Bioenergy”

Nos dias 25 e 26 do corrente mês ocorrerá o workshop intitulado Carbon Capture, Storage and Use and Bioenergy, que acontecerá no auditório do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE/USP), em São Paulo. O evento, que conta com a organização conjunta da Shell Research Centre for Gas Innovation (RCGI), do IEE/USP e do Consulado Geral da Holanda e com o patrocínio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), será aberto ao público, no idioma Inglês, não havendo taxa de inscrição.

O objetivo do workshop é, segundo a professora Suani Teixeira Coelho, do IEE/USP – e coordenadora do evento – compartilhar experiências de universidades brasileiras e holandesas quanto a captura, uso e armazenamento de carbono em forma de bioenergia, discutindo-se a necessidade dessas técnicas para reduzir a emissão do gás.

Aberto a todos os interessados, o workshop procura congregar docentes e pesquisadores do IEE/USP e RCGI, equipes de P&D de empresas, como Shell, Petrobras e Comgas, além de integrantes de órgãos governamentais, como a Secretaria de Energia e Mineração.

Quanto à programação do evento, no dia 25, às 8h30, inicia-se a recepção para registro dos participantes, seguida da abertura formal do workshop, às 9h, pelo professor Júlio Meneghini, diretor científico do RCGI, junto a autoridades e representantes do Consulado da Holanda.

Durante o período da manhã ocorre a primeira sessão, intitulada Políticas de redução de emissões de carbono no Brasil e na Holanda, com palestras do Prof. Martin Junginger, representando o Copernicus Institute of Susteinable Development, na Utrecht University; e de Plínio Nastari, da consultoria brasileira Datagro, que discutirão, respectivamente, sobre a necessidade de iniciativas de Bioenergia com Captura e Armazenamento de Carbono (BECCS) na Holanda. A segunda sessão contará com palestras do Prof. André P. C. Faaij, da University of Groningen, e de Antonio Stucchi, da Raizen, integrados no tema Perspectivas para BECCS na indústria brasileira e holandesa.

No período vespertino ocorrerá a terceira sessão, com a participação do Prof. Pacelli L. J. Zitha, da Delft University, e do Professor Kazuo Nishimoto, da Poli/USP, e coordenador do programa de Abatimento de Carbono do RCGI, em relação a Experiências de CCS na Holanda e no Brasil. O final da tarde será reservado a discussões sobre temas abordados durante as três sessões do dia.

No dia 26/2, ocorrerão apenas duas sessões, ambas no período da manhã: Tecnologias avançadas de conversão de biomassa, sobre experiências brasileiras e holandesas; e a Percepção pública sobre CCS, que inclui uma apresentação sobre “CCS, energia, inovação e política climática na União Europeia”, feita pelo economista e consultor nas áreas de energia, inovação e mudanças climáticas, Hans Bolscher.

O encerramento do evento será aberto ao público, às 12h30. Os dias 27 e 28 de fevereiro, e 1° de março, serão destinados a discussão de possíveis parcerias e futuras colaborações entre instituições participantes.

Para obter mais informações e/ou se inscrever neste evento, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

5 de fevereiro de 2019

No IFSC/USP: alunas da FACSET/MG mergulham no conhecimento

Antônio Aquino Junior e as alunas da FACSET

Quatro alunas dos cursos de fisioterapia e odontologia da Faculdade de Sete Lagoas (FACSET-MG) estiveram durante uma semana imersas nos vários projetos e protocolos clínicos e terapêuticos desenvolvidos pelo Grupo de Óptica do IFSC/USP, devidamente acompanhadas pelo pesquisador do Instituto, Dr. Antonio de Aquino Júnior, graças a um protocolo de intercâmbio entre as duas instituições.

Para as alunas dos cursos de fisioterapia, Késsia Rodrigues Ferreira e Laís Santos de Oliveira, e odontologia, Paula Porto Ferreira e Milena Lenker Lamas, Antônio Aquino, não é apenas a face humana do projeto que tem proporcionado a melhora na qualidade de vida de centenas de pacientes oriundos de todas as partes do Brasil, não só em busca dos tratamentos para dores causadas por fibromialgia e artrose, como, também, para o tratamento de outras doenças, como mucosite, úlceras varicosas, onicomicose e câncer de pele, entre outras, e que desde 2015 são o centro das atenções da Unidade de Terapia Fotodinâmica (UTF), setor instalado na Santa Casa da Misericórdia de São Carlos. Antônio Aquino foi, para as jovens alunas, o orientador e amigo de um programa que propôs uma imersão clínica e acadêmica essencialmente voltada para o acompanhamento dos pacientes atendidos na UTF.

A forma como está elaborada a parceria entre as duas instituições é simples: periodicamente selecionam-se quatro dos melhores alunos da Faculdade de Sete Lagoas para participar do projeto do IFSC/USP, que é essencialmente meritocrático, colocando os estudantes em contato direto e acompanhando as realidades clínicas existentes na UTF. Em simultâneo, os alunos são instruídos a escreverem os correspondentes artigos científicos sobre os dados por eles levantados.

Tratamento de fibromialgia

A semana de imersão que as alunas participaram e que correspondeu ao período de 20 a 26 de janeiro do corrente ano, é a segunda edição de um projeto que tem agradado muito os alunos da FACSET, em especial, pela intensidade das experiências acadêmicas. “Nós nunca tivemos uma experiência tão acadêmica quanto a que observamos aqui. Além disso, construir um artigo do zero, em tão pouco tempo, foi inédito para todas nós e vai contribuir muito para nossa formação”, comentou Milena, aluna do sexto período de odontologia. A colega de curso também não ficou atrás em termos dos comentários positivos: Paula, que cursa o sétimo período, destaca a importância da base técnica proporcionada pelos orientadores do IFSC/USP na construção adequada do texto. “Tivemos a ajuda do Antônio na descrição do artigo, que foi importantíssima. Agora, estamos finalizando a conclusão do mesmo”.

A prática e observação clínica não foram menos importantes para Késsia e Laís, alunas de fisioterapia que observaram de perto o tratamento dos pacientes com artrose e fibromialgia. “Essa questão de poder conversar com os pacientes, saber mais sobre como sentem e vivem a doença, ver que a ação combinada do laser e do ultrassom nessas patologias faz resultados incríveis, foi muito interessante. Mas, para mim, o melhor foi ouvir os pacientes contando sobre a própria doença e como observam os resultados do tratamento”, declara Laís, que está no sexto período de fisioterapia. “Ler o artigo e ver que a técnica funciona “mesmo” é muito legal, mas chegar na clínica e ouvir o paciente contando como a vida dele mudou, chega a ser gratificante, emocionante”, complementa a estudante do sétimo período, Késsia.

A elaboração, pelas estudantes de odontologia e fisioterapia, dos artigos sobre mucosite e artrose, baseou-se no levantamento de dados de pacientes que já foram tratados pela técnica do laser conjugado com ultrassom e como houve o alívio progressivo das dores. “Temos resultados que comprovam a eficácia do tratamento para mucosite no alívio das dores e melhora na qualidade de vida, especialmente, de pacientes oncológicos”, declara Milena, acompanhada por Paula. “[O tratamento] é um grande avanço para a odontologia. Os pacientes de mucosite sofrem de grandes dores que às vezes os impedem de comer e inclusive falar”.

Tratamento de mucosite

As estudantes de fisioterapia, por sua vez, analisaram três grupos de pacientes com artrose e comprovaram que o ultra-laser é a melhor técnica a ser utilizada. “Observamos dados de três grupos que receberam tratamentos diferentes: o primeiro, somente com laser, o segundo somente com ultrassom e o terceiro com o ultra-laser. Os pacientes do terceiro grupo obtiveram o melhor resultado, o que prova que a técnica funciona na melhora da qualidade de vida”, conclui Késsia, que ao lado de Laís acompanhou a regressão das dores de um novo grupo, em fase de tratamento. “Além de analisar os dados do grupo em tratamento, nós tivemos a oportunidade de assessorar também na aplicação”, comemora a última.

Quanto à comercialização do aparelho, as alunas não têm dúvidas: “Temos a esperança de poder receber um aparelho em breve, como fruto da parceria IFSC/USP e FACSET. Seria de grande utilidade para nós, alunos, especialmente quanto ao desenvolvimento de novas pesquisas e projetos através da iniciação científica e, talvez, a aplicação das técnicas em pacientes de Sete Lagoas que sofrem com as patologias estudadas”, comentam.

Paula Ferreira, Milena Lamas, Laís de Oliveira e Késsia Ferreira

Embora tenha sido curto o período relativo ao intercâmbio, as jovens universitárias destacam o impacto da semana em suas vidas profissionais e pessoais. “Algumas experiências nós carregamos para o resto da vida. Desenvolver um artigo ao final do projeto tira essa ideia de ser um ‘bicho de sete cabeças’: agora sabemos que somos capazes de realizar outros artigos quando necessário. Além disso, ser autora de um artigo com a chancela da USP tem um grande peso na nossa carreira, por ser uma instituição de ensino respeitadíssima”, afirmam Késsia e Paula. Já para Laís e Milena, os resultados vão além: Laís, que nunca teve contato com a prática clínica, aproveitou os momentos de interação com os pacientes para voltar para Sete Lagoas mais experiente, enquanto Milena reforçou que a semana estimulou sua busca constante por conhecimento. Todas elas, na verdade, foram tocadas pela área acadêmica, mas se veem divididas também pela área clínica. “Eu quero tentar conciliar as duas áreas, se possível”, arriscou Milena, seguida, com humor, por Késsia. “É cedo ainda! Vamos esperar para ver”.

(Texto: Carolina Falvo / Estagiária de Jornalismo – Edição e supervisão: Rui Sintra)

(Fotos: IFSC/USP e Wilson Aiello – EPTV)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

1 de fevereiro de 2019

Produção científica no IFSC/USP em janeiro de 2019

Para ter acesso às atualizações da Produção Científica, cadastradas no mês de Janeiro de 2019, clique AQUI, ou acesse o quadro em destaque (em movimento) no final da página principal do IFSC/USP.

A figura ilustrativa foi extraída do artigo publicado recentemente por pesquisador do IFSC, no periódico Journal of the American Chemical Society, v. 140, n. 49, p. 17141-17152, Dec. 2018 (CLIQUE AQUI).

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

 

31 de janeiro de 2019

Inscrições para Cursinho Popular da Licenciatura em Ciências Exatas

Estão abertas as inscrições para o Cursinho Popular da Licenciatura em Ciências Exatas – 2019, constituindo uma excelente oportunidade para estudar para o vestibular, de forma gratuita, com os alunos da USP.

Para se inscrever, o interessado deverá enviar, até dia 08 de fevereiro, um email para cursinho@ifsc.usp.br informando seu nome completo, idade, ano de conclusão do Ensino Médio e em qual colégio concluiu o mesmo (particular ou público).

A prova ocorrerá dia 10 de fevereiro, às 13h00, no edifício dos Laboratórios de Ensino (LEF) do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP).

As aulas iniciam-se dia 25 de fevereiro no Centro de Divulgação Científica e Cultural (CDCC/USP), em São Carlos, com os seguintes horários:

Segundas-feiras: 14h00/17h50;

De terça a sexta-feira: 13h30/17h50;

Para mais informações, clique AQUI.

Apoios do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e do Centro de Divulgação Científica e Cultural (CDCC/USP).

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

31 de janeiro de 2019

“Show de Talentos” na Semana de Recepção dos Calouros do IFSC/USP

Recepção aos Calouros – 2018

Embora ainda em período de férias para os alunos do Campus USP de São Carlos, esse fato não impediu que os membros do Centro de Estudos de Física de São Carlos (CEFiSC) iniciassem e concluíssem os preparativos para a XXI Semana de Recepção aos Calouros do IFSC/USP. Esse período, que é voltado à apresentação do Campus e do Instituto aos ingressantes, conta com atividades acadêmicas e culturais que objetivam, principalmente, a  integração dos estudantes no meio universitário, abraçando, além das reuniões que ocorrerão com a diretoria, coordenação dos cursos e restante comunidade, um Show de Talentos organizado pelo CEFiSC.

Introduzido pela primeira vez na Semana de Recepção dos Calouros em sua 16ª edição, de 2014, o Show de Talentos prevê a participação tanto de veteranos quanto calouros, que apresentam seus talentos em noite dedicada ao entretenimento. A edição de 2019 conta com a organização cuidadosa e entusiasmada da diretora de eventos do CEFiSC, a graduanda do quinto semestre do Curso de Ciências Físicas e Biomoleculares, Larissa Reis Gomes da Silva, que destaca a importância da participação de ambos – veteranos e calouros – nas apresentações. “Geralmente os veteranos são em maior número porque já sabem como funciona o evento, como eu, por exemplo, que me apresento no show de talentos desde o meu primeiro ano”. Larissa acrescenta ainda o aumento da adesão dos ingressantes ao longo dos anos. “No meu ano, apenas dois calouros se apresentaram e ano passado nós tivemos bem mais participantes que acabaram por participar. Quanto mais a gente faz os calouros entenderem que é importante participar da semana de recepção, porque é o primeiro contato que eles estão tendo, mais eles se sentem à vontade para se envolver”.

Larissa Reis

Ao longo dos anos de realização do evento, o Show de Talentos se mostra necessário não apenas para acolher e divertir, como, na visão particular de Larissa, dar oportunidade ao lado artístico dos futuros cientistas. “Os alunos do IFSC têm um lado artístico muito forte. Gosto até de falar, por opinião própria, que a ciência é uma forma de arte. Além disso, nós, que somos do meio científico, precisamos saber divulgar, falar, expressar em público. É uma coisa importante”, acrescenta, em relação a contribuição das apresentações para o desenvolvimento da carreira dos jovens participantes.

Quanto a adesão dos estudantes, a diretora de eventos brinca com o entusiasmo dos veteranos, que muitas vezes se apresentam mais que uma vez. “Tem muita gente talentosa no IFSC. O pessoal gosta muito de cantar, então se inscrevem para várias performances. A gente até brinca, pois é uma forma de alterar as regras, porque uma pessoa se inscreve com outra para poder cantar um pouco mais”, comenta Larissa, com humor, acrescentando que é necessário diminuir o tempo das performances de um ano para outro. “Antigamente, o tempo máximo de apresentação era 15 minutos, mas ano passado foram tantas as inscrições que nós precisamos diminuir o tempo de cada participante ao longo do show. Para 2019, o tempo máximo de apresentação será de 6 minutos, justamente para comportar todos os inscritos”.

Frente a administração do IFSC-USP, Larissa destaca o apoio do Instituto como determinante para a realização do evento. “Sempre fazemos uma reunião com a diretoria bem antes para ver se está tudo certo quanto ao calendário, procurando conciliar tanto as atividades que nós, alunos, queremos introduzir, quanto os eventos institucionais. Temos muito apoio do IFSC-USP”.

Show de Talentos – 2017

A quinta edição do Show de Talentos seguirá no mesmo estilo dos anos anteriores, com a presença de dois apresentadores interagindo com o público e apresentando os participantes, mas, segundo a graduanda, também não faltam novidades. “Faremos uma exposição de arte, que já acontece na Semana da Física. Queremos incentivar as pessoas que gostam de desenhar, expor o trabalho de quem desenha, ou escreve, por exemplo poesias e/ou prosas – e muitas vezes não querem se identificar – no mural. Fotografias, também. Tem quem goste de fazer fotos e inclusive existe um grupo de fotografia no Campus.  Traremos esses trabalhos para os alunos curtirem e talvez também estimular que façam outros tipos de apresentações”. A ideia é deixar a exposição aberta à visitação do público durante os intervalos entre apresentações do Show de Talentos.

Larissa finaliza reforçando a importância da presença dos alunos no evento para torná-lo uma experiência cada vez melhor. “É um momento para conhecermos mais nossos colegas, conhecer mais o Instituto – que não é só graduação. Nós todos estamos juntos nessa caminhada. Às vezes, você tem o talento de ser muito bom em uma arte marcial, por exemplo, ou saber fazer embaixadinha, contorcionismo… qualquer coisa diferente. É muito bom se apresentar, porque todo mundo mostra seu lado artístico e isso é muito importante”, finaliza Larissa.

O Show de Talentos será realizado dia 19 de fevereiro (terça-feira), às 19h, no Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas.

As inscrições já estão abertas e são realizadas através de formulário presente na página do CEFiSC (Facebook) (AQUI).

Veja abaixo quais são os principais eventos programados para a:

Semana de Recepção aos Calouros do IFSC/USP – 2019:

Segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

08h – Abertura conjunta da XXI Semana de Recepção aos Calouros 2019 para todos os ingressantes dos cursos do Campus USP São Carlos, com as presenças do Vice-Reitor da USP, Prof. Antônio Carlos Hernandes e dos Diretores da Escola de Engenharia de São Carlos, Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação, Instituto de Física de São Carlos, Instituto de Química de São Carlos, Instituto de Arquitetura e Urbanismo e Prefeito do Campus USP São Carlos. (Local: Salão de Eventos do Campus USP São Carlos);

13h30 – Apresentação do Centro de Estudos da Física de São Carlos (CEFISC) e da Secretaria Acadêmica da Licenciatura em Ciências Exatas (SACEX). (Local: Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas do IFSC/USP);

14h30 – Apoio Localização de Moradia e informações sobre a cidade aos Ingressantes e Pais. (Local: Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas do IFSC/USP);

19h – Entrega dos Prêmios: Bernhard Gross, Prof. Horacio Panepucci e Paulo Freire. (Local: Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas do IFSC/USP);

Terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

8h45 – Abertura da XXI Semana de Recepção aos Calouros no IFSC/USP, com uma conversa com o Diretor do IFSC, Prof. Vanderlei Salvador Bagnato. (Local: Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas do IFSC/USP);

9h30 – Encontro com o Presidente da Comissão de Graduação e Coordenador da Comissão de Acompanhamento do Desenvolvimento Acadêmico dos Alunos de Graduação. (Local: Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas do IFSC/USP);

10h30 – Bate papo com a Psicóloga Bárbara Kolstok Monteiro sobre Saúde e Bem-estar. (Local: Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas do IFSC/USP);

19h – Show de Talentos (Organização e realização pelo CEFISC) (Local: Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas);

Quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

8h30 – Encontro com os Coordenadores de Curso: Física (Local: Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas do IFSC/USP); Física Computacional (Local: Sala Defesas do IFSC/USP); Ciências Físicas e Biomoleculares (Local: Sala Celeste do IFSC/USP); Licenciatura em Ciências Exatas (Local: Sala 210 do IFSC/USP);

11h – Visita à Biblioteca da Unidade. (Local: Biblioteca do IFSC/USP);

Quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

17h – Cachorrada – Confraternização organizada pelas Secretarias Acadêmicas do IFSC/USP (CEFISC e SACEX). (Local: A definir)

Sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

8h30 – Show da Física (Organização e realização pelo CEFISC e SACEX). (Local: Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas do IFSC/USP);

(Texto: Carol Falvo – Estagiária de Jornalismo / Edição: Rui Sintra)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

31 de janeiro de 2019

Uma avaliação sobre causas e efeitos da artrose e fibromialgia

Desenvolvido pelo Grupo de Óptica do CEPOF-IFSC/USP, o aparelho e método inovadores já utilizados em tratamentos reduzem a quase zero as dores da artrose e fibromialgia, promovendo melhora na qualidade de vida dos pacientes e retorno a atividades que há muito não praticavam. As causas e efeitos das condições ainda podem ser mistérios para a equipe, mas para a biomédica Heloísa Ciol, integrante do projeto, não falta hipóteses para a resolução das questões.

A fibromialgia – síndrome que causa dores musculares intensas e descentralizadas – é uma doença de causa multifatorial a qual o diagnóstico é obtido por exclusão de outras patologias. “A partir do momento que o clínico, ou reumatologista, vê que não há nada que o leve a fechar o diagnóstico de outra patologia – como doenças autoimunes – leva-se para o campo da fibromialgia”, relata Heloísa, pesarosa. A inexistência de tratamento eficaz após o diagnóstico da doença leva o paciente ao consumo de medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos, sendo que o uso constante dos produtos químicos presentes nos mesmos agride o organismo e pode comprometer o metabolismo, o que preocupa a biomédica. Ainda, o uso de medicamentos psicotrópicos (antidepressivos, ansiolíticos), adicionado ao fator psicológico da síndrome, mais não é do que uma tentativa de controlar o desequilíbrio químico no sistema nervoso central, que geralmente piora sem acompanhamento psicológico. “O cérebro se torna dependente quimicamente (do medicamento), porque você está administrando ele para tentar melhorar o quadro de dor e depressão, levando o cérebro a se adaptar e se acomodar com a situação. Então, sempre se deve trabalhar para tentar levar ao equilíbrio natural”, alerta a biomédica.

Heloísa Ciol

Quanto ao funcionamento e efeitos do equipamento no tratamento, Heloísa explica o que desencadeou a metodologia de se aplicar a combinação de ultrassom e laser nas palmas das mãos dos pacientes com fibromialgia. “Os primeiros estudos em nosso grupo começaram com a fisioterapeuta Juliana Amaral, que resgatou na literatura um trabalho que mostrava existir mais nervos sensoriais próximos a vasos sanguíneos, comprometendo a circulação nas extremidades, contribuindo para os quadros de dor e fadiga”, relata nossa entrevistada. “Trabalhamos com a hipótese de que a ação do ultrassom conjugado com laser, tanto a emissão de luz – que tem ação analgésica e anti-inflamatória -, quanto o laser -, que também tem ação anti-inflamatória devido ao efeito cavitacional nas células -, conseguem chegar no cérebro de alguma forma e modular a interpretação da informação que ele tem da dor”, relaciona a biomédica, enxergando a mão e o cérebro interligados por uma espécie de fio condutor que, inclusive, ameniza quadros de depressão.

Antônio Aquino Júnior

Já em relação à artrose, Heloísa destaca, surpresa, quanto à faixa etária atendida. O estereótipo do desgaste cartilaginoso, sempre relacionado com velhice, cai por terra através do atendimento que a equipe fez a pacientes que, com 40/50 anos, já apresentam desgaste, processos inflamatórios e perda de mobilidade. O Dr. Antônio Aquino Júnior, coordenador do projeto, observa as duas grandes causas para esse fator: o aumento dos índices de sobrepeso e procedimentos cirúrgicos na área do joelho, em pessoas relativamente jovens. “Nós sempre tivemos a ideia que a artrose é uma doença de idosos, por conta do desgaste dos joelhos ao carregar o peso do corpo durante toda a vida, já que o joelho é forçado a suportar uma carga que ele não aguenta, danificando a articulação mais cedo. Já os procedimentos cirúrgicos no joelho, mesmo que mínimos, causam a degeneração da cartilagem, levando ao desenvolvimento da artrose”, observa com preocupação.

O tratamento realizado pela equipe tem demonstrado ótimos resultados na melhora dos pacientes, que normalmente sofrem de grande insegurança. “A doença e as dores dão muita insegurança ao paciente, nomeadamente, medo de cair, porque o caminhar fica comprometido, como arrastar os pés, por exemplo. Com a aplicação da luz e do ultrassom, também foi observada a melhora do paciente, porque além dos efeitos anti-inflamatórios e analgésicos da luz, há também o aumento de circulação no local, junto com o ultrassom, que tem estudos sugerindo que possa estimular a proliferação de algumas células da cartilagem, algo que ainda está em estudo para determinar como se dá essa regeneração”, relata Heloísa.

A biomédica sugere que a ação conjunta dos métodos talvez favoreça tanto a analgesia, como também a mobilidade, por melhorar a circulação e diminuir o processo inflamatório, e comenta, ainda, estudos muito recentes que propõe a breve reposição da cartilagem. “Mas falar de repor cartilagem, no momento, é um pouco pesado”, concordam Heloísa e Antônio. “Nós não temos ainda estudos de imagem que possam contabilizar uma melhora da cartilagem, no entanto, como temos visto em um resultado amplificado da ação conjugada, podemos afirmar somente que o uso da luz associado ao ultrassom fornece um resultado ainda melhor que quando utilizados de forma isolada”, completa Antonio Aquino Júnior.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

30 de janeiro de 2019

Ultracold dipolar gases: fermions, bosons and bubble states

O Prof. Aristeu Lima, docente e pesquisador da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira  (Unilab), foi o palestrante convidado em mais um seminário promovido pelo Grupo de Óptica do IFSC/USP, no dia 30 de janeiro, abordando o tema Ultracold dipolar gases: fermions, bosons and bubble states.

O palestrante enfatizou o fato dos sistemas quânticos Ultracold, com interação dipolo-dipolo anisotrópica e de longo alcance, terem recebido uma atenção experimental e teórica crescente desde a realização de um Condensado dipolar Bose-Einstein de átomos de cromo, em 2005, na Universidade de Stuttgart, na Alemanha. Desde então, muitas outras importantes experiências se seguiram, desencadeando pesquisas teóricas adicionais.

Entre os principais resultados experimentais recentes, Aristeu Lima destacou a formação de gotículas quânticas no disprósio bosônico e a deformação da esfera de Fermi no érbio tendo surgido, recentemente, possibilidades experimentais nas quais a curvatura gravitacional pode ser superada e armadilhas puramente esféricas poderão estar disponíveis dentro de pouco tempo.

Nesta palestra, Aristeu Lima promoveu, ainda, uma discussão sobre os recentes avanços experimentais e teóricos em gases dipolares de Bose, gases dipolares de Fermi – para o caso de dipolos arbitrariamente orientados – e a perspectiva de gases dipolares em uma armadilha de bolhas.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

30 de janeiro de 2019

Ministério da Saúde e NIH (EUA) apoiam pesquisas biomédicas

O Ministério da Saúde do Brasil e o National Institutes of Health (NIH), dos Estados Unidos, lançaram uma chamada conjunta para pesquisadores brasileiros que colaboram com cientistas norte-americanos. Os candidatos selecionados receberão apoio financeiro para estudos em várias linhas de pesquisa biomédica.

Serão selecionados de oito a dez projetos, sendo que cada um receberá US$ 175 mil anuais, devendo concluir as pesquisas em até quatro anos. As áreas de pesquisa apoiadas pelo programa incluem alergia, imunologia e doenças infecciosas (incluindo Aids e suas comorbidades), distúrbios neurológicos e acidente vascular cerebral e ciências da saúde ambiental.

O NIH não estabelece critérios de titulação acadêmica para a submissão de propostas, mas avaliará o conhecimento das equipes de pesquisa, potencial impacto dos projetos, abordagem, potencial de inovação e instituições envolvidas.

Para fazer sua inscrição – até dia 08 de março do corrente ano – clique AQUI.

Deverá ser submetida uma proposta única para cada parceria. Os pesquisadores podem encaminhar uma carta de intenção até o dia 8 de fevereiro.

Para mais informações, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

30 de janeiro de 2019

Da Engenharia para a Física – Um Físico cria sua própria empresa

Silvio AntonioTonissi Junior, 53 anos, sempre gostou das ciências exatas, área em que sempre teve mais facilidade, tendo conseguido boas notas durante os anos em que estudou na E. E. Coronel Paulino Carlos. Após terminar o Ensino Médio no Colégio Diocesano, Silvio pretendia cursar engenharia química, porém, na época, esse curso só existia na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) onde o vestibular ocorria apenas no meio do ano. Assim, sem muitas expectativas, resolveu prestar prova para fazer engenharia elétrica na Escola de Engenharia de São Carlos (EESC-USP), tendo acabado se identificando com a área.

No ano de 1984, por influência de um amigo – um antigo técnico de nível superior do Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP) -, Silvio começou sua iniciação científica no Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos, sob a orientação do Prof. Dr. Jarbas Caiado de Castro Neto. O interesse pelo trabalho desenvolvido no IFSC/USP deu origem ao seu mestrado em Física. Depois que seu amigo largou a vaga de técnico, tendo ingressado como docente, Silvio conseguiu ocupar o lugar vago e começou a trabalhar com lasers, um dos campos em que atua até hoje, prestando serviços, além de trabalhar em sua própria empresa.

Logo após concluir seu mestrado, Tonissi iniciou o doutorado, porém, nessa época, resolveu abrir em São Carlos, em parceria com alguns pesquisadores e ex-funcionários do Instituto, a empresa Eyetec, dedicada a suprir a demanda por equipamentos utilizados por médicos oftalmologistas que, até então, não eram fabricados no Brasil. Quando abriu a empresa ele não sabia se ela renderia bons resultados: “A dificuldade era fazer com que a empresa funcionasse. Na época, em cada dez empresas nascidas, apenas duas sobreviviam. Mas a Eyetec foi crescendo aos poucos e hoje ela congrega aproximadamente 50 funcionários”.

Para Silvio, criar uma empresa é um passo arriscado. “Com certeza, aqueles que pretenderem abrir uma empresa terão que trabalhar bastante, lembrando que nada estará garantido. Você tem que estar sempre trabalhando para não perder para a concorrência”, explica. Os estudantes que almejarem seguir por este caminho, poderão auferir rendimentos superiores a R$ 15.000,00 por mês, de acordo com nosso entrevistado.

Em suma, Tonissi diz que é preciso fazer aquilo que realmente se gosta. Ele, por exemplo, era apaixonado pelas ciências exatas, mas não sabia exatamente em qual área atuar e, aos poucos, através de suas próprias experiências e tentativas, encontrou exatamente o rumo que gostaria de seguir durante seu caminho profissional. “Os alunos devem fazer aquilo que gostam. Eles têm que estar sempre melhorando e, assim que aparecer alguma oportunidade, não podem ter medo de encarar. Eles devem se arriscar e, se não der certo, paciência: é tentar novamente”, finaliza.

Entrevista publicada no livro intitulado “Egressos do IFSC/USP que atuam fora da academia” – por: Prof. Tito José Bonagamba e Rui Sintra-jornalista)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

29 de janeiro de 2019

Bolsas – Processo Seletivo para Mestrado e Doutorado em Física (UFSCar)

Estão abertas entre os dias 18 de janeiro e 8 de fevereiro do corrente ano as inscrições para o processo seletivo que concede bolsas de Mestrado e Doutorado para o Programa de Pós-Graduação em Física da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

O período de inscrição será realizado em duas etapas de submissão de documentos: uma física – através do envio de envelope contendo os documentos pelo correio, ou entrega em mãos na Secretaria do Programa de Pós-Graduação em Física, das 14h30 às 17h do período estabelecido – e uma digital – para o endereço ppgf@df.ufscar.br com cópia para coord.ppgf@df.ufscar.br e cujo conteúdo da mensagem deverá ser “PROCESSO SELETIVO 1/2019 – Nome do candidato”.

Os documentos obrigatórios para a realização da inscrição incluem:
– Ficha de Inscrição devidamente preenchida – que pode ser retirada na Secretaria do Programa ou baixada na página do Programa (CLIQUE AQUI) (formulários);
– Exame Unificado de Pós-Graduações em Física (EUF) – resultado contendo nota e ano de realização do exame (valido por três anos);
– Curriculum Vitae – preferencialmente em formato Lattes;
– Histórico Escolar completo, contendo, inclusive, eventuais reprovações (Histórico da Graduação para inscrições no Mestrado; Históricos da Graduação e da Pós-Graduação para inscrições no Doutorado).

O Processo Seletivo será realizado no dia 22/02/2019 e os resultados finais serão disponibilizados no endereço eletrônico (AQUI) dia 01/03/2019.

Quanto às bolsas CAPES e CNPq, caso não sejam alteradas as políticas de concessão, serão disponibilizadas 08 bolsas de Mestrado CAPES e 03 bolsas de Mestrado CNPq, e 08 bolsas de Doutorado CAPES e 01 bolsa de Doutorado CNPq, implementadas a partir de Março de 2019 – e algumas entre Abril e Maio de 2019. A atribuição de bolsas ocorrerá de acordo com a classificação dos candidatos selecionados. Além disso, serão reservadas um total de 05 vagas (sem bolsa) para interessados com vínculo empregatícios junto ao SENAI.

Aos interessados em matricularem-se como alunos especiais do PPG-F – com diploma de nível superior ou alunos da graduação que tenham cumprido no mínimo 80% dos créditos do curso – devem entregar a inscrição em ENVELOPE FECHADO diretamente na Secretaria do Programa, no período regular de inscrições (de 18 de janeiro a 8 de fevereiro de 2019).

Os documentos necessários correspondem, a Ficha de Inscrição para alunos especiais (no edital), Curriculum Vitae (preferencialmente em formato Lattes), Histórico Escolar completo, contendo, inclusive, eventuais reprovações (Histórico da Graduação para inscrições no Mestrado; Históricos da Graduação e da Pós-Graduação para inscrições no Doutorado) e ementas das disciplinas cursadas. A publicação dos resultados finais ocorrerá no endereço eletrônico do Programa (ver acima) – dia 01/03/2019.

As aulas serão iniciadas em Março de 2019.

Para mais informações sobre o Processo Seletivo e seu edital, clique AQUI, ou através do site do Programa de Pós-Graduação em Física da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) – AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

29 de janeiro de 2019

No IFUSP – I Workshop Tutorial Geant4 em São Paulo (Geant4SP)

O Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IFUSP) realiza entre os dias 04 e 08 de fevereiro o I Workshop Tutorial Geant4 em São Paulo (Geant4SP), um evento organizado pelo Centro de Ciências Naturais e Humanidades da Universidade Federal do ABC, do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IFUSP) e do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN).

O workshop destina-se principalmente a estudantes de pós-graduação nas áreas de Física Nuclear e Partículas e qualquer campo que lida com a detecção de radiação e partículas, como Física Médica ou estudos de materiais.

O Geant4 é um programa que simula a passagem de radiação e partículas através da matéria, sendo amplamente utilizado na física de altas energias, física nuclear e em aceleradores de partículas, bem como em estudos de ciências médicas e espaciais.

O programa consistirá de palestras plenárias CE atividades práticas coordenadas por pesquisadores convidados, dando ao workshop a dinâmica de um Tutorial. Os participantes são convidados a trazer seu próprio laptop, permitindo que eles terminem o Workshop com uma versão funcional do código.

Os tópicos abordados pelo tutorial são:
– Técnicas de Monte Carlo e simulação de Detector;
– Modelagem de aplicativos;
– Interfaces e visualizações gráficas de eventos e rastreamento – Modelagem Física de processos Hadrônicos e Eletromagnéticos – Geração de Eventos;
– Modelagem de detectores: geometria, materiais e campos externos;
– Simulações “multithreading”;
– Ferramentas de análise;

As inscrições estão encerradas e a participação é aberta a todos apenas para as apresentações no Auditório Abrahão de Moraes. A sessão de hands-on com o computador é apenas para os inscritos, devido à limitação de espaço.

Para obter mais informações sobre este evento, clique AQUI.

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

Fale conosco
Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
Obrigado pela mensagem! Assim que possível entraremos em contato..