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11 de fevereiro de 2019

IFSC/USP: estudantes visitantes integram-se para uma semana de trabalho

Iniciou-se no último dia 04 de fevereiro o Programa de Estudantes Visitantes da Pós-Graduação, onde interessados nos cursos de mestrado e doutorado  do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) se propuseram a realizar uma permanência de duas semanas com professores da instituição, nas respectivas áreas de interesse.

O Programa, coordenado pelo Presidente da Comissão de Pós-Graduação do IFSC/USP, Prof. Luiz Vitor de Souza Filho, objetiva atrair alunos do estado de São Paulo e de outras regiões do Brasil, assim como do exterior, para se especializarem nas áreas de Física Teórica e Experimental, Física Computacional e Ciências Físicas e Biomoleculares, constantes dos cursos oferecidos pelo IFSC/USP. “Os alunos participantes são de diversas regiões, como, por exemplo, do Paraná, três ou quatro do Piauí, de Minas Gerais, vários oriundos do Mato Grosso do Sul, além de outros que, inclusive, vieram do México e da Colômbia”, narra o Prof. Luís Vitor, que ainda menciona o procedimento de inscrição dos alunos no Programa. “A inscrição ocorreu de duas formas. Na primeira, o próprio aluno se inscreveu, indicando os orientadores pelos quais tinha interesse em trabalhar. Na segunda, o próprio professor-orientador cadastrou-se no programa e indicou o aluno que gostaria de orientar”.

Prof. Luiz Vitor de Souza Filho

A abertura do evento ocorreu logo pela manhã, tendo contado com uma palestra de introdução ao Programa de Pós-Graduação, ministrada pelo Prof. Luiz Vitor, que enalteceu, em especial, a relevância e qualidade do IFSC/USP no meio acadêmico. “A Universidade de São Paulo é respeitada e é a universidade brasileira que quase sempre está no topo dos rankings mundiais. Isso é muito importante para o eventual desenvolvimento acadêmico e profissional no exterior, porque facilita o processo de aceitação de estudante que veio de uma universidade reconhecida internacionalmente”, relembra.

Quanto às bolsas fornecidas pela CAPES, CNPq e FAPESP, Luiz Vitor relaciona o alto índice de concessão de bolsas – que em conjunto correspondem a 200 – com o prestígio da instituição. “As bolsas da CAPES (112) e do CNPq (56) são divididas em função da nota atribuída pela CAPES ao nosso Instituto, que desde o início tem sido consecutivamente a máxima (7); por isso conseguimos esse número tão alto de bolsas. Já as concedidas pela FAPESP (32), o IFSC/USP consegue um número muito superior em comparação com outras universidades. Muito possivelmente, não existe outro Instituto de Física no Brasil que consegue tantas bolsas de mestrado e doutorado quanto o nosso”. O docente ainda argumenta em favor da posição de São Carlos como cidade de baixo custo de vida para o polo tecnológico que a mesma abriga. “A bolsa concedida é a mesma, independente do lugar onde você fará a pós-graduação, então o que você faria em São Carlos com o valor da bolsa de pesquisa, seria quase três vezes mais do que você faria em São Paulo, com a mesma bolsa. Cabe a você analisar qual programa de pós-graduação é de maior qualidade para um custo de vida acessível”.

Profª Yvonne Mascarenhas

Após a introdução do Prof. Luiz Vitor, uma das fundadoras e primeira diretora do Instituto de Física de São Carlos, Prof.ª Yvonne Mascarenhas, ministrou uma palestra onde descreveu todo o processo de fundação do Instituto, ao lado de seu ex-marido, Prof. Sérgio Mascarenhas, e as pesquisas na área da cristalografia. “Logo depois que eu e meu ex-marido nos formamos em química – que é nossa área de interesse inicial – no Rio de Janeiro, na década de 1950, recebemos um convite, em 1955, para vir trabalhar em uma nova escola que estava se formando no interior de São Paulo – a Escola de Engenharia de São Carlos. Nós resolvemos aceitar, porque naquele tempo o custo de vida no Rio de Janeiro era muito alto para nós, que recebíamos uma pequena bolsa do CNPq e que supríamos nossas dificuldades ministrando algumas aulas na cidade. A oferta era de dois cargos: uma para o Sérgio, de professor catedrático, e uma para mim, que era sua assistente – como bem convinha para as esposas de cientistas na época”, narra Prof.ª Yvonne, com humor, sobre a oferta que dividiu opiniões entre seus amigos cariocas. “As pessoas diziam que ir para São Carlos seria atestar nosso óbito intelectual, o que, graças a Deus, não se confirmou”.

Gregorio Roberto

Inicialmente, Yvonne e Sérgio Mascarenhas criaram o Departamento de Física da Escola de Engenharia de São Carlos, que mais tarde viria a se constituir no Instituto de Física e Química da São Carlos (IFQSC), no ano de 1971, devido a reforma universitária. “Separaram-se em três institutos: a Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), o Instituto de Física e Química de São Carlos (IFQSC) e o Instituto de Ciências Matemática e da Computação (ICMC). Foi só em 1994 que houve o desdobramento do Instituto de Física e do Instituto de Química a partir do IFQSC, passando a ser, até o presente momento, duas unidades independentes”, diz a professora, que também participou da fundação da Sociedade Brasileira de Física, no período da ditadura militar.

Quanto ao interesse por cristalografia, a pesquisadora mencionou o início de seus estudos em Pittsburg, nos Estados Unidos, que, por influência de um amigo pesquisador, os perpetuou no Brasil. Novamente, nesse período, Yvonne foi lembrada do possível “suicídio científico” por colegas que diziam não haver espaço para a cristalografia no Brasil, o que novamente não veio a se concretizar.

Amanda

Finalizadas as palestras de introdução, os docentes passaram a palavra para quatro alunos da pós-graduação do Instituto de Física de São Carlos. Vitor – mestrando em Física Biomolecular; Lucas – mestrando em Física Computacional, na área de ressonância magnética; André – doutorando em Física Teórica, na área de termodinâmica quântica ; e Jéssica – doutoranda em Física Experimental, na área de fotônica, jovens que praticamente assumiram o papel de “monitores” dos visitantes, esclarecendo dúvidas quanto às possíveis áreas de especialização no Instituto e sobre o motivo pelo qual escolheram o IFSC/USP para “sediar” as respectivas pesquisas. “O Instituto tem uma infraestrutura incomparável, com equipamentos de ponta, laboratórios bem abastecidos. Além disso, possibilita o intercâmbio para fora do país, o que é algo a se pensar na hora de escolher onde fazer mestrado ou doutorado”, salientaram os alunos.

Lana com Profª Yvonne Mascarenhas

Ao final da abertura, os alunos seguiram para os respectivos laboratórios com grandes expectativas. O mexicano, Gregório Roberto, de Guadalajara, comentou brevemente acerca de suas impressões sobre a universidade brasileira, quanto ao tratamento dos integrantes e sua relação com a ciência. “Todos aqui são muito amigáveis e fiquei muito impressionado com a paixão com que tratam a ciência, o jeito de fazer ciência”, destacou Gregório, que deixou claro a área de interesse para a especialização. “Quero fazer fotônica. É a área do futuro”.

Já a estudante brasileira Amanda Kaiser, da Universidade Federal do Mato-Grosso do Sul (UFMS), argumentou em favor da estrutura e oportunidade de conhecimento oferecido pelos cursos do IFSC/USP. “A estrutura é ampla e diferenciada, assim como as oportunidades de pesquisa e conhecimento. A minha intenção aqui é me aprofundar na área de cristalografia”, tendo salientado como ficou impressionada e encantada com a brilhante Prof.ª Yvonne Mascarenhas. “O IFSC/USP possui um corpo docente de renome e é localizado no centro de um polo tecnológico de excelência. Isso influencia muito a decisão de realizar aqui minha pós-graduação”, explicou.

Herison

Lana, Herison e Cláudio, estudantes da Universidade Federal do Piauí (UFPI) e candidatos ao mestrado, ainda mencionaram o incentivo dos professores, que são formados no Instituto, pela procura da pós-graduação. “Aqui é completamente diferente de onde eu venho, a estrutura é magnífica e a universidade tem muitos recursos. Eu vim com a ideia de seguir a área de óptica neolinear, mas pelo que consegui reparar, existem tantas áreas que acabei ficando meio perdida”, brinca Lana, que apesar das dúvidas, se mantém firme na decisão inicial. Herison, por sua vez, enxerga no Instituto uma oportunidade de vida. “Sempre ouvi falar muito bem do IFSC/USP, até por pertencer a uma universidade respeitada, mas vem superando minhas expectativas. Deu um ânimo maior para fazer o mestrado aqui. Eu fui muito influenciado pelos meus professores, que procuram que eu trilhe um caminho parecido com o deles. A minha área de interesse é a física aplicada, a biologia e medicina, mais especificamente, física médica”.

Cláudio

Por fim, Cláudio depõe, animado. “Eu esperava que [o instituto] fosse grande, mas não tão grande assim! Estar aqui me deixa cada vez mais maravilhado. Eu tenho vontade de seguir o mestrado na área de polímeros, que já é a temática da minha iniciação científica, e o IFSC/USP foi muito indicado por meus orientadores”, argumentou por ser o IFSC/USP sua primeira opção.

“O histórico daqui é muito bom. Além disso, agora que estou conhecendo a cidade, isso favorece muito: é uma cidade boa, pequena. Na minha chegada perguntei ao motorista do Uber se São Carlos é uma cidade violenta; ele deu risada e brincou comigo, dizendo que todo dia acontecia alguma coisa. Eu achei graça: dá pra ver que é uma cidade tranquila”, finaliza, bem humorado.

 

(Texto: Carolina Falvo – estagiária de Jornalismo / Edição: Rui Sintra)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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