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8 de junho de 2021

Comprimindo o exoesqueleto do besouro diabólico

O besouro diabólico (Phloeodes diabolicus) – Crédito: Jesus Rivera/Kisailus Biomimetics and Nanostructured Materials Lab/University of California

Tecidos de várias espécies de animais e plantas desenvolveram estratégias eficientes para sintetizar e construir estruturas e compostos com propriedades mecânicas excepcionais.

Um exemplo impressionante é o exoesqueleto da asa dianteira do besouro diabólico (adjetivo inspirado por ele ter a cor e a forma do tinhoso, veja Figura). Essa asa, chamada de élitro, recobre e protege a parte posterior do seu corpo.  É extremamente dura. Um alfinete de aço não consegue penetrá-la 1 e nem um carro, passando por cima do besouro, consegue esmagá-lo 2.

O besouro diabólico vive no deserto e se alimenta do fungo que cresce na casca do carvalho. Há mais de 350.000 espécies de besouros terrestres, aquáticos e voadores. Muito embora o Phloeodes diabolicus tenha evoluído a partir de ancestrais voadores, hoje em dia eles não possuem mais essa capacidade.

Para se proteger de predadores, desenvolveram um élitro super-resistente, uma verdadeira armadura que recobre todo o seu corpo. Para se ter uma idéia, a densidade do exoesqueleto do besouro voador Trypoxylus dichotomus é de 0,51 g/cm3, cerca de metade da densidade de 0,97 g/cm3 do besouro terrestre Phloeodes diabolicus. Confiante na resistência dessa sua carapaça, o besouro diabólico, quando atacado, se finge de morto (tanatose).

Utilizando espectroscopia, microscopia e testes mecânicos in situ1, identificou-se, no exoesqueleto do besouro diabólico, uma estrutura em multiescala, com geometria elipsoidal e microestrutura laminada. Essa estrutura biológica torna o élitro do besouro extremamente robusto e resistente, com uma tensão crítica de 150 Newtons! Este valor é cerca de 4 vezes a força máxima que um homem adulto consegue fazer ao comprimir o dedo polegar contra o indicador.

Os dois élitros do besouro diabólico têm uma sutura medial permanente que consiste em uma série de lâminas entrelaçadas, que o tornam resistente ao esmagamento, mas que o impedem de voar. Essa sutura é uma junta mecânica muito robusta, geometricamente semelhante àquelas utilizadas em turbinas e em estruturas aeroespaciais (como as juntas Hi-Lok, que unem compostos de alumínio e carbono).

Os autores compararam as propriedades dessas juntas Hi-Lok com as do besouro diabólico. Os resultados demonstraram que a junta do besouro é melhor pois suporta pressões maiores. Além disso, a tensão é distribuída de maneira uniforme, o que evita uma eventual e repentina ruptura. É a natureza servindo de guia e inspirando a engenharia de materiais.

Referências:

1 J. Rivera et al.  Nature, volume 586, pag. 543 (2020)

https://doi.org/10.1038/s41586-020-2813-8

2 E. Pennisi

https://doi.org/10.1126/science.abf3519

*Físico, Professor Sênior do IFSC – USP

(Agradecimento: Sr. Rui Sintra da Assessoria de Comunicação)

Assessoria de Comunicação -IFSC/USP

6 de junho de 2021

Produção científica do IFSC/USP no mês de maio de 2021

Para ter acesso às atualizações da Produção Científica cadastradas no mês de maio de 2021, clique AQUI, ou acesse o Repositório da Produção USP (AQUI).

A figura ilustrativa foi extraída do artigo publicado recentemente, por pesquisador do IFSC, no periódico Applied Physics Reviews (VER AQUI).

 

 

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

 

2 de junho de 2021

Oportunidade de bolsa de pós-doutorado na USP-São Carlos

Encontra-se disponível uma vaga de pós-doutorado para pesquisador(a) nas áreas de ciências da computação, química, física ou farmácia, com bolsa INCT/CAPES.

A bolsa, com início imediato e vigência de 12 meses, tem valor mensal de R$ 4.100,00.

O projeto tem como foco diversas atividades de programação e implementação de ferramentas computacionais para estudos com bases de dados de química medicinal e produtos naturais (VER AQUI) , e envolve uma colaboração entre os grupos coordenados pela Profa. Dra. Vanderlan S. Bolzani, do Instituto de Química da UNESP-Ar, e o Prof. Dr. Adriano D. Andricopulo, do Instituto de Física de São Carlos da USP.

Os candidatos devem possuir o título de Doutor e experiência em quimioinformática e linguagens de programação, além de ótima capacidade para trabalhar em equipes interdisciplinares.

Os interessados devem enviar uma breve carta de motivação e o link do Currículo Lattes para o e-mail: mariliava@gmail.com.

As inscrições permanecerão abertas até que a vaga seja preenchida.

As atividades do projeto serão desenvolvidas no Laboratório de Química Medicinal e Computacional (LQMC) do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC/USP).

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

2 de junho de 2021

Programa de pré-aceleração de startups de base científico-tecnológica

O Núcleo de Empreendedorismo da USP São Carlos (NEU-SC) está promovendo seu primeiro programa de pré-aceleração de startups de base científico-tecnológica (deeptechs) da Universidade de São Paulo.

Gratuito e com certificação, o programa ensina metodologias de validação de problema, solução, modelo de negócios e mercado, auxiliando na investigação de problemas existentes e sua solução por meio do conhecimento aplicado e expertise de laboratório.

Os participantes terão a oportunidade de aprender conteúdos introdutórios sobre inovação, descoberta de clientes, dimensionamento e estimativa de mercados potenciais, propriedade intelectual, transferência de tecnologia, princípios de vendas e de marketing, pitching, estratégia corporativa, governança e cultura, finanças para startups, aspectos legais e jurídicos de abertura de empresas, mecanismos de fomento e de levantamento de capital, além de fundamentos de negociação.

As inscrições podem ser feitas até dia 6 de junho, pelo formulário disponível AQUI.

Para obter mais informações (@neusaocarlos), clique AQUI.

Conheça um pouco mais sobre as origens do Vale do Silício, sua forte relação com a ciência/P&D e o trabalho do Núcleo, clicando AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

 

2 de junho de 2021

Prof. Vanderlei Bagnato é o novo editor-chefe das revistas “Laser Physics” e “Laser Physics Letters”

O docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Vanderlei Salvador Bagnato, foi recentemente indicado para assumir as funções de editor-chefe das revistas científicas internacionais “Laser Physics” e “Laser Physics Letters”, através de proposta das respectivas mesas diretoras editoriais daquelas publicações.

As duas revistas são publicações científicas mensais, revisadas por pares, apresentando comunicações curtas e rápidas nas áreas de óptica fundamental e física de laser, e aplicação de lasers em ciências inter-relacionadas.

O Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) parabeniza o docente por suas novas funções.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

2 de junho de 2021

Ciência brasileira de luto: IFSC Se despede de seu fundador “Prof. Sérgio Mascarenhas”

Estamos em profunda tristeza, perdemos um de nossos membros mais expressivos e responsável por grandes avanços da física brasileira. Não exageramos em dizer que foi um dos grandes responsáveis pelo crescimento científico de São Carlos e de muitos outros ao redor do Brasil.

Fundador do Instituto de Física de São Carlos, da unidade Embrapa de instrumentação, mentor sempre motivado e motivando, grande conhecedor das necessidades científicas do país, usou todos os momentos de sua vida para ser útil. Incansável e desbravador, propôs ideias e elevou a ciência brasileira através de seus feitos e relacionamentos com o exterior. Formou inúmeras pessoas que acabaram sendo fundamentais no desenvolvimento do país. Foi inovador desde o início, mesmo antes de falarmos sobre isto, já usava o conhecimento científico como ferramenta essencial para o desenvolvimento. Fundamental em propostas a nível nacional, sempre foi admirado e nunca mediu esforços para mudar o panorama brasileiro. Inconformado com a grande desigualdade social no Brasil, lutou sempre para que a ciência fosse o veículo da mudança deste quadro.

Tristes, temos que continuar a caminhada traçada pelo Prof. Sergio Mascarenhas, esta é a forma de tornarmos imortal este grande cientista.

(Vanderlei S. Bagnato , diretor do IFSC – que só existe devido a este grande cientista)

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Sérgio Mascarenhas de Oliveira (Rio de Janeiro, 2 de maio de 1928 — Ribeirão Preto, 31 de maio de 2021) foi um físico-químico brasileiro que, além de ter pesquisas relevantes em diversas áreas, como na medicina, foi o responsável por trazer um grande desenvolvimento social, científico e tecnológico para o Brasil. Recebeu diversos prêmios como a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico(2002). Foi professor visitante de algumas das principais universidades do mundo, como Princeton, Harvard e MIT, entre outras.

*

O corpo será velado entre as 13h30 e as 15h30 de hoje (01/06), no “Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas”, do IFSC/USP, com rápida passagem em fluxo contínuo, seguindo todos os protocolos de biossegurança, com acesso pelas portas externas.

O enterro está marcado para as 16h00, no Cemitério Nossa Senhora do Carmo, em São Carlos.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

2 de junho de 2021

Bolsa de pós-doutorado CAPES em França – “Átomos, fótons e suas interações”

A CAPES está lançando oportunidade para um candidato que esteja interessado e motivado para realizar um estágio de pós-doutoramento no grupo de Mathilde Hugbart e Robin Kaiser http://www.kaiserlux.de/coldatoms  em Nice (França), para trabalhar na detecção e análise de correlações na luz espalhada por átomos frios.

Correlações quânticas fornecerão informações sobre características não clássicas induzidas por acoplamento dipolo-dipolo, abrindo caminho para novos estudos de sistemas quânticos abertos. As flutuações clássicas serão exploradas para encontrar assinaturas experimentais de localização de Anderson de luz por átomos frios, como atualmente explorado no grupo por um projeto financiado ERC, usando átomos de itérbio resfriados a laser.

A duração da estadia em Nice será de 12 meses, e o candidato seleccionado beneficiará de uma bolsa CAPES no valor de 2.100 euros / mês, bolsa de instalação e despesas de deslocação, no âmbito de um projecto STIC-AmSud.

O candidato pode ser experimentalista ou teórico, e a experiência em física ou óptica atômica é uma vantagem.

De acordo com as regras da CAPES, o candidato deve ser brasileiro, ou ter visto permanente no Brasil.

Prazo para inscrições: 01/08/2021

Início da internação pós-doutoral: Entre 01/11/2021 e 01/04/2022.

Os candidatos interessados deverão enviar seu currículo para bachelard.romain@gmail.com

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

2 de junho de 2021

No IFSC/USP: Oportunidade de Pós-doutoramento com Bolsa Fapesp

O IFSC/USP procura candidatos  interessados em realizar pós-doutorado, junto ao Projeto Temático “Filamentos de septinas: estrutura, polimerização e atuação em patologias”, desenvolvendo um dos seguintes projetos:

Pós-doutorado em Microscopia Eletrônica de septinas: com foco em estudos estruturais buscando a melhor resolução para um heterocomplexo de septinas usando crio-ME como principal técnica. Microscopia eletrônica por contrastação negativa, MALS e SAXS, também poderão ser utilizados na determinação do estado de oligomerização, forma e homogeneidade dos complexos.

Pós-doutorado em Cristalografia de septinas: esta proposta visa resolver estruturas cristalográficas de diversas combinações de septinas, humanas e de diferentes espécies, para contribuir com detalhes de seletividade específica entre pares de septinas e complexos compostos por 3 ou 4 subunidades.

Os candidatos devem possuir título de Doutor obtido há no máximo 7 anos e experiência comprovada em Biologia Estrutural. Esta oportunidade está aberta a candidatos de qualquer nacionalidade. Os interessados deverão enviar, até 19/06/2021, para o coordenador do projeto, Richard C. Garratt (richard@ifsc.usp.br), os seguintes documentos para inscrição:

– Carta apresentando seu interesse, destacando em qual das vagas tem interesse;

– Um CV resumido, apresentando a formação acadêmica, publicações, e informações que comprovem a sua experiência científica na área do projeto;

– Carta de recomendação.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

2 de junho de 2021

Aluna do IFSC/USP conquista prêmio na área de Ciências Biológicas

“Nunca me passou pela cabeça ganhar este prêmio, mas fiquei muito feliz. Ele é para mim um grande estímulo para seguir em frente com meus estudos e pesquisas, principalmente na área de Biofotônica”

A aluna Maria Júlia de Arruda Mazzotti Marques (25), aluna de mestrado em Física Biomolecular do IFSC/USP, foi a vencedora do prêmio na área de Ciências Biológicas – modalidade “Flash Talks”/Internacional  – promovido pela Pró-Reitoria de Pesquisa da USP durante o “28º Simpósio Internacional de Iniciação Científica e Tecnológica da USP (SIICUSP). Este trabalho foi eleito por uma comissão formada por docentes escolhidos pela própria Pró-Reitoria de Pesquisa da Universidade de São Paulo.

Maria Júlia escreveu seu trabalho de Iniciação Científica para o SIICUSP em 2020, depois de ter finalizado seu curso de bacharelado em Ciências Físicas e Biomoleculares em nosso Instituto e ingressar em seu mestrado, em Física Biomolecular no Grupo de Biofotônica do IFSC/USP. “Após ter apresentado esse trabalho no SIICUSP, ele foi escolhido para a fase posterior da competição – internacional -, tendo a oportunidade de participar na modalidade “Flash Talks”. Esta modalidade é composta por vídeos curtos (90 segundos) produzidos pelos próprios participantes do evento e têm o objetivo de explicar, com linguagem acessível para um público leigo, os trabalhos de Iniciação Científica dos alunos indicados para essa etapa internacional”, salienta Maria Júlia.

Maria Júlia apresentando seu trabalho na UNICAMP (2019)

O trabalho premiado, subordinado ao título Avaliação da resposta da terapia fotodinâmica em modelos 3D de tumor de mama empregando a espectroscopia Raman, consiste em usar tumores 3D feitos em laboratório de cultura de células, com nanopartículas, usando células de câncer de mama. Aí, Maria Júlia e restante equipe fez sessões de Terapia Fotodinâmica, cujos resultados foram avaliados posteriormente com Espectroscopia Raman. “ Nosso foco foi observar o que estava acontecendo em termos de mudanças bioquímicas. Aí, recolhemos os dados e fizemos as necessárias comparações com o que está mencionado na literatura. Foi um trabalho árduo que fizemos entre os anos de 2018 e 2020 – período que correspondeu ao meu projeto de Iniciação Científica, durante meu curso de bacharelado em Ciências Físicas e Biomoleculares”, enfatiza Maria Júlia, que pretende continuar suas pesquisas no futuro, mas em outra área igualmente na saúde. “Acho que agora é hora de entrar em outra vertente, igualmente com a utilização da Terapia Fotodinâmica, para agora estudar sua aplicação para tratar osteorradionecrose – uma infeção que usualmente aparece no tecido ósseo da boca, sendo resultante de efeitos colaterais do uso de radioterapia em câncer de cabeça e pescoço. Nesses casos, ainda sem cura, trata-se de uma doença na qual o osso irradiado torna-se desvitalizado e exposto através da perda da integridade da pele e da mucosa, persistindo sem cicatrização. Nosso intuito é estudar o uso da Terapia Fotodinâmica para tratar essas lesões em modelo animal, para uma possível aplicação clínica no futuro e aí futuramente restituir a qualidade de vida aos pacientes”, conclui Maria Júlia.

Confira AQUI o trabalho apresentado pela aluna no formato “Flash Talks”.

Para conferir o trabalho publicado, clique AQUI.

Sobre o SIICUSP:

O Simpósio Internacional de Iniciação Científica e Tecnológica da USP – SIICUSP é um evento anual, que tem como objetivo divulgar os resultados dos projetos de iniciação à pesquisa científica e tecnológica realizados por alunos de graduação da USP, bem como de outras instituições nacionais e internacionais.

Visa, também, contribuir para o desenvolvimento de competências necessárias à pesquisa acadêmica, promovendo a oportunidade de interação entre pesquisadores de todos os níveis e áreas, e fomentando a colaboração e a pesquisa multidisciplinar na Universidade de São Paulo.

Desde 2014, o SIICUSP é composto de duas fases. Na primeira, cada Unidade, ou grupo de Unidades, organiza seu próprio  evento, com trabalhos de sua área específica. Os estudantes apresentam seus projetos para uma comissão avaliadora, que indica os que forem melhor avaliados para a segunda fase, denominada “Etapa internacional”. Nessa fase, os estudantes selecionados têm a oportunidade de apresentar seus trabalhos novamente, em evento com participação de todas as áreas do conhecimento, na Cidade Universitária – São Paulo.

A programação do evento é aberta a todos os estudantes, docentes, pesquisadores e público geral interessado. Estudantes de universidades estrangeiras também participam, apresentando seus projetos, selecionados por comitês de sua instituição.

Para obter mais informações sobre o SIICUSP, clique AQUI.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

30 de maio de 2021

Pesquisador do IFSC/USP é homenageado pelo “The Journal of Physical Chemistry C”

O docente e pesquisador de nosso Instituto, Prof. Hellmut Eckert, foi homenageado no passado dia 06 de maio numa edição especial do “The Journal of Physical Chemistry C” (“Festschrift”), relativamente às comemorações do seu 65º aniversário e ao conjunto de sua obra ao longo de quarenta e cinco anos de atividade científica.

Nesta edição especial, “The Journal of Physical Chemistry C” reuniu cinquenta e três artigos científicos da autoria de nosso pesquisador, na área de Ressonância Magnética, um reconhecimento importante dado pela comunidade internacional da área de Materiais.

O Professor Eckert formou-se (Diplomchemiker, 1978) e obteve seu PhD (Dr. rer. Nat., 1982) em Físico-Química na Westfälische Wilhelms Universität Münster (WWU).

Foi professor de Química na Universidade da Califórnia, Santa Bárbara (1987-1996), antes de aceitar uma cadeira (C-4) em Físico-Química na WWU Münster. Ele é o fundador e presidente da NRW Graduate School of Chemistry, estabelecida na WWU em 2001.

Publicou mais de 500 artigos na área de desenvolvimento de técnicas de NMR de estado sólido e aplicações em Ciências de Materiais e levou cerca de 70 alunos de pós-graduação a seus doutorados em Físico-Química.

Atualmente, orienta um grupo de 6 alunos de graduação e pós-doutorandos que realizam pesquisas nesta área. Ele é um dos editores fundadores da Ressonância Magnética Nuclear de Estado Sólido do Elsevier-Journal e atuou como Editor-Chefe de 2010 a 2017. Foi Editor Associado do periódico Chemistry of Materials da ACS de 1998-2011.

Desde 2006, é membro da Northrhine Westphalian Academy of Sciences. Atua nos comitês de seleção do programa de pós-doutorado Georg-Forster e do prêmio Georg-Forster da Fundação Alexander-von-Humboldt e do programa de pós-doutorado conjunto Humboldt / CAPES.

Em 2011 tornou-se docente do Instituto de Física de São Carlos, IFSC/USP.

Em 2016, recebeu o Prêmio George Morey da American Ceramic Society.

Para conferir a publicação, clique na figura abaixo.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

30 de maio de 2021

Momento atual e o futuro do fomento a projetos e Pós-Graduação em SP

No dia 31 de maio, entre as 10h00 e 12h00, a FAPESP realiza, em colaboração com  as Universidades Públicas Paulistas,u m importante encontro remoto onde se discutirá o momento atual e o futuro do fomento a projetos e pós-graduação em SP, com a participação do Prof. Luiz Eugênio e assessores adjuntos da FAPESP.

O evento destaca a importância do trabalho  em conjunto – agências financiadoras e universidades -, neste momento atípico de pandemia, para que se possam otimizar a pesquisa e a formação de pós-graduandas(os) em São Paulo.

Para participar neste evento, clique AQUI.

27 de maio de 2021

Grupo promove integração e permanência de alunas nos cursos de ciências exatas

A probabilidade de mulheres concluírem o bacharelado na área de ciências é de 18% de acordo com uma pesquisa divulgada pela Organização das Nações Unidas (ONU). Quando se trata de mestrado e doutorado, este número cai para menos de 10%. A baixa incidência do público feminino nas carreiras científicas pode ser explicada, segundo a organização internacional, por fatores históricos e culturais — os mesmos que explicam salários mais baixos em relação aos homens e a falta de representatividade em cargos altos dentro de empresas.

Também, acredita-se que os dados refletem a falta de apoio familiar, de amigos e até das próprias instituições de ensino, o que fez a ONU definir como uma das metas da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável a busca pelo acesso e participação feminina de forma igualitária na ciência.

Maria Julia Marques

Quando Maria Julia Marques começou a graduação em Ciências Físicas e Biomoleculares no Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP, percebeu que a proporção total de alunos homens era muito maior que a de mulheres. A estudante, que hoje é mestranda em Física Biomolecular, concorda que a predominância masculina dentro dos cursos de ciências exatas pode afetar o desempenho das meninas. “Eu presenciei alguns casos de machismo durante a graduação. Também cheguei a ver desistência dentro dos cursos, acredito que pela falta de acolhimento e de apoio para essas meninas. A predominância masculina é até no corpo docente, temos muito mais professores homens do que mulheres.”

A experiência de Maria Julia faz parte desse quadro mundial, pois na USP a situação não é diferente. O Anuário Estatístico de 2020 aponta que as mulheres representam menos de 30% do total de alunos matriculados nos cursos de ciências exatas ou nas carreiras relacionadas ao STEM – sigla em inglês para ciência, tecnologia, engenharia e matemática.

Foi pensando em ampliar a permanência das mulheres nos cursos de graduação em ciências exatas que alunas, pesquisadoras e professoras voluntárias do IFSC idealizaram o grupo Minas do IFSC, no início deste ano. A ideia é construir um espaço de inclusão, apoio e acolhimento para alunas recém-chegadas, num espaço onde possam compartilhar dúvidas, experiências e ideias com outras alunas da graduação e da pós-graduação.

Profª Tereza Cristina da Rocha Mendes

“Dentro de um espaço majoritariamente masculino, queremos ajudar meninas que estão chegando na graduação a terem confiança de que estão no lugar certo”, destaca a professora Tereza Cristina da Rocha Mendes, coordenadora do projeto Minas do IFSC. “Não é um canal para divulgar a ciência feita por mulheres, mas sim um espaço para unir as graduandas — principalmente as calouras, ainda mais agora na pandemia — que estão inseguras com a escolha do curso. Com as palestras, vamos apresentar cientistas e pesquisadoras inspiradoras a essas jovens.”

O grupo também funciona como um “fórum virtual”, por meio do Discord — plataforma de comunicação instantânea, que troca mensagens de texto, áudio e vídeo. É por lá que as mulheres se reúnem para bate-papos e enviam comunicados sobre as atividades e encontros. As alunas também promovem eventos como palestras com pesquisadoras e cientistas, que são transmitidas pelo Youtube, sessões de cinema — chamadas CineMinas — e debates.

As participantes do projeto também promovem o “amadrinhamento” das calouras, em que alunas mais velhas se conectam com as recém-chegadas. A intenção é que esse contato possibilite maior apoio e acolhimento e fortaleça a relação entre as estudantes.

“Quando eu entrei no IFSC, em 2015, senti a necessidade de ter um grupo de apoio às meninas recém-chegadas. Um lugar em que a gente possa compartilhar histórias e conversar tanto sobre a graduação, quanto sobre a vida”, lembra Maria Julia, acrescentando que ficou muito feliz quando convidada a participar do grupo Minas do IFSC. “Fiquei muito honrada e feliz com o convite! Aceitei na hora. Estou amando ter contato com outras alunas da graduação e da pós-graduação, que eu ainda não conhecia, além de poder conhecer outras pesquisadoras do País.”

Para participar do grupo, basta entrar em contato com as alunas por meio da página do  Facebook, Instagram (@minasdoifsc), ou canal do Discord. Mais informações podem ser encontradas na plataforma do projeto em: www.ifsc.usp.br/~lattice/minas.

(Victoria Borges – Jornal da USP / Imagens Jornal da USP)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

26 de maio de 2021

A história do vidro contada em “Mulheres na Ciência” – Profª Andréa de Camargo (IFSC/USP)

Uma abordagem sobre a história do vidro é contada em um interessante vídeo publicado no canal “Mulheres na Ciência” (Youtube), através da docente e pesquisadora do IFSC/USP, Profª Andréa de Camargo.

Vale a pena assistir a este vídeo, como também vale a pena se inscrever no canal “Mulheres na Ciência”.

Clique na imagem abaixo para acompanhar a história do vidro.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

26 de maio de 2021

Aluna e docente do IFSC/USP são premiados internacionalmente pela SPIE

A aluna de nosso Instituto, Natália Portes de Oliveira, foi distinguida recentemente com uma bolsa de estudos no valor aproximado de (USD) 3.000,00 pela Associação Internacional em Óptica e Fotônica (SPIE), sediada em Washington (EUA), sendo a única brasileira dentre os cerca de outros setenta estudantes selecionados em todo o mundo.

Segundo os responsáveis pela SPIE, esta bolsa de estudos é uma forma de incentivar a jovem aluna a continuar seus estudos, atendendo à contribuição que a jovem tem dado até agora, de forma destacada, para os estudos e pesquisas nas áreas de óptica, fotônica e áreas correlatas.

Docente distinguido

Por outro lado, também o docente e pesquisador de nosso Instituto, Prof. Sebastião Pratavieira, foi distinguido pela SPIE com a atribuição do título “Campeão da Comunidade SPIE”, uma distinção internacional que é atribuída a pesquisadores da área de óptica e fotônica, em início de carreira, que tenham já contribuído de forma destacada com trabalhos junto à associação.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

25 de maio de 2021

Vidro – impressão 3D e miniaturização

Por: Prof. Roberto N. Onody *

Sabe-se que o vidro já era conhecido no Egito e na Mesopotâmia cerca de 3.500 anos A.C. É, portanto, um dos materiais mais antigos usados pela humanidade. Seu componente químico preponderante é o dióxido de silício, ou sílica, que se funde à temperatura aproximada de 2.000 oC (para silicatos, a temperatura de fusão é menor, cerca de 1.500 oC). Ao longo do tempo, várias técnicas foram desenvolvidas que permitem dar diferentes formas ao vidro – da forma utilitária à forma artística.

No mundo, são produzidos, anualmente, mais do que 120 milhões de toneladas métricas de vidro. Fabricando desde garrafas e fibras óticas, até as telas touchscreens de smartphones. Muito embora o vidro tenha ótimas propriedades óticas, térmicas e mecânicas, sua grande desvantagem econômica, está na necessidade de altas temperaturas para sua confecção. Daí a preferência de utilização de polímeros termoplásticos na produção, por exemplo, de microlentes e de modernos instrumentos biomédicos.

Uma outra vantagem dos produtos manufaturados com polímeros, é a possibilidade de sua produção em larga escala industrial, utilizando a técnica da moldagem por injeção, que é rápida e econômica. Para polímeros termoplásticos, essa técnica requer temperaturas moderadas de cerca de 200 a 250 oC.

Em 2017, um grupo de pesquisadores da Universidade de Friburgo 1 adaptou uma impressora 3D para imprimir vidro, em vez de metais ou plásticos. Utilizando um polímero misturado a nanopartículas de sílica, eles imprimiram a mistura em várias formas e com tamanhos variando de 100 a 200 micrômetros (Figura 1). Depois de curar o polímero com luz ultravioleta, eles aqueceram o sistema a cerca de 800 oC, eliminando o polímero e fundindo a sílica para a obtenção do vidro.

Figura-1: a) Micro estereolitografia do portão de um castelo (barra de escala = 270 µm). b) Micro litografia de um chip microfluídico (barra de escala na inserção = 200 µm). c) Microestrutura de difração ótica. Embaixo – padrão de projeção quando ela é iluminada com luz laser verde (barra de escala = 100 µm). d) Microlentes fabricadas usando litografia cinza (barra de escala na inserção = 100 µm). 1 µm = 1 micrômetro = 10 – 6 m (Crédito: Kotz F. et al.1)

As peças de vidro assim obtidas, tinham um valor muito baixo do coeficiente de expansão térmica (da ordem de 5,2 10 -7/oC, para temperaturas entre 20 e 600 oC). Em outras palavras, tinham alta resistência a choques térmicos. Além disso, nenhuma delas apresentou qualquer alteração das suas propriedades óticas, quando atacadas quimicamente por ácidos, álcool, etc.

Muito embora, a miniaturização, a complexidade e a qualidade das peças tenham despertado a atenção da indústria, a necessidade de fazer individualmente cada peça, tornava a técnica pouco atrativa.

Seguindo essa mesma linha de usar impressoras 3D para fabricar vidro, Nguyen et al. 2 adaptaram uma técnica chamada DIW (Direct Ink Writing). Ela consiste em acrescentar, camada sobre camada, a tinta que é extrudada por um bico sobre a superfície de Teflon (Figura 2). A tinta é uma mistura de nanopartículas de sílica com o líquido tetraglime (tetraetileno glicol dimetil éter). Muito sensível é a escolha da proporção dessa mistura, pois ela deve permitir que a tinta mantenha a sua forma, após a deposição, e que ela seque, sem trincar.

 

Figura-2: Processo de impressão 3D do vidro: a) A tinta sílica-tetraglime é extrudada com a resolução desejada (barra de escala = 500 µm). b) A tinta é impressa, com a geometria escolhida, sobre uma malha de Teflon (barra de escala = 5 mm). c) A tinta é secada, deixando sobre o Teflon, uma forma compacta e porosa de sílica e substâncias orgânicas. d) Tratamento térmico de 600oC elimina os resíduos orgânicos e de 1.500oC sinteriza um vidro transparente e de alta qualidade (Crédito: Nguyen T et al.2)

Em 2018, Kotz et al. 3 investigaram a utilização de Glassomer, um nano composto de sílica que é solido à temperatura ambiente. Esse material pode ser utilizado em moldes de polímeros (que já existem em escala industrial) e com técnicas de manufaturas subtrativas (Figura 3).

 

Figura-3: Manufatura subtrativa utilizando Glassomer: a) Esculpindo a forma desejada, manualmente. b) Separação térmica a 600 oC, deixando apenas sílica que é, então, fundida a 1.300 oC (barra de escala = 1,3 cm) (Crédito: Kotz F. et al.3)

Muito embora as técnicas descritas acima permitam produzir vidros miniaturizados de alta qualidade e com várias geometrias, a sua manufatura é individual e lenta. A indústria anseia produzir vidro em grande escala e com baixo custo. No mundo dos plásticos, esses objetivos são atingidos utilizando-se a técnica de moldagem por injeção.

Figura-4: A e B – Mais de 200 peças (~brancas) feitas por moldagem por injeção. Elas foram produzidas a uma velocidade de 1 peça a cada 5 segundos. Após sinterizadas, elas se tornam vidros transparentes. C, D e E – exemplos de estruturas macroscópicas complexas construídas pelo processo de moldagem por injeção (barras de escala – 10 mm) (Crédito: Mader M. et al. 4)

Em abril de 2021, Mader M. et al.4 , utilizaram nanopartículas de sílica misturadas com polietileno glicol (PEG) e polivinil butiral (PVB). A proporção dos componentes faz com que a mistura tenha a consistência de uma pasta de dente. Esta pasta é então, injetada em moldes com a geometria desejada. Toda essa parte é feita à temperatura ambiente (Figura 4).

Em seguida, usa-se água para retirar o PEG. Isso deve ser feito cautelosamente, para não trincar o material. Para queimar e eliminar o PVB, eleva-se a temperatura para 600 oC e finalmente, para fundir a sílica, eleva-se a temperatura para 1.300 oC. O resultado é um vidro transparente e de alta qualidade. Segundo os autores, esse processo traz uma economia de 60% na produção de vidros.

*Físico, Professor Sênior do IFSC – USP

(Agradecimento: ao Sr. Rui Sintra da Assessoria de Comunicação)

Referências:

1 Kotz F. et al. Nature volume 544, 337–339(2017)

https://doi.org/10.1038/nature22061 

2 Nguyen T et al. Adv. Mater. 29, 1701181 (2017)

https://doi.org/10.1002/adma.201701181

3 Kotz F. et al., Adv. Mater. 30, 1707100 (2018) 

https://doi.org/10.1002/adma.201707100

4 Mader M. et al.  Science, Vol. 372, Issue 6538, 182-186 (2021)

https://doi.org/10.1126/science.abf1537

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

23 de maio de 2021

IFSC/USP investe em novas tecnologias de ensino

Prof. Sebastião Pratavieira

Os efeitos da pandemia de COVID-19, que desde o ano de 2020 se abateram sobre o mundo, obrigaram a alterações drásticas na vida das pessoas em todos os aspectos –  profissional, pessoal e social -, fazendo com que fossem criadas e exploradas novas formas de interação entre as pessoas, como forma de evitar a proliferação do vírus.

Com o encerramento de escolas e universidades, graves problemas surgiram na área de educação em todo o mundo e o Brasil não fugiu à regra. Um pouco por todo o país as aulas passaram a ser gravadas e transmitidas de forma remota, uma estratégia inicial que preencheu, em parte, as necessidades relativas à continuação da formação dos jovens. Com o decorrer do tempo, verificou-se que esse tipo de aulas tinha um inconveniente: a ausência da interação entre professores e alunos, algo que interferia com o próprio aproveitamento escolar dos jovens: os tradicionais power-point e imagens gravadas passaram a diminuir o interesse pela aprendizado dos alunos, enquanto os professores começaram a sentir alguma frustração por não poderem interagir minimamente com os jovens durante as aulas. Em suma, as aulas remotas começaram a ser consideradas “chatas” e sem entusiasmo para a maioria da comunidade escolar.

Prof. Euclydes Marega Junior

Para de algum modo reverter a situação, a diretoria do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) decidiu alterar esse cenário, tendo recentemente investido pesado em novas tecnologias para melhorar substancialmente a realização de aulas remotas, introduzindo o conceito de “aulas síncronas”, o que tem permitido uma melhor interação entre alunos e professores. “Com esta nova metodologia, o professor consegue utilizar a lousa “ao vivo”, explicando detalhadamente conceitos de forma mais prática, permitindo que os alunos interajam em tempo real, interrompendo as aulas em qualquer momento para colocar questões ou comentários, de alguma forma parecido com o que ocorre nas aulas presenciais”, comenta o Prof. Sebastião Pratavieira.

Da mesma forma, o Laboratório de Ensino de Física – LEF do IFSC/USP também teve um investimento apreciável em uma nova infraestrutura. “Com esta infraestrutura, o Instituto garante aos alunos, durante as aulas práticas, o acompanhamento dos experimentos que são realizados pelos professores, tirando dúvidas em tempo real, em qualquer momento”, salienta o Prof. Euclydes Marega Junior. Três câmeras de alta resolução, uma ilha de edição e monitores de TV para acompanhamento permitem agora que professores e alunos dialoguem ao vivo em tempo real no LEF.

No Grupo de Óptica (GO) do IFSC/USP foi igualmente instalada uma infraestrutura composta por uma câmera direcionada para a lousa e um monitor de TV para que o professor interaja diretamente com seus alunos, em tempo real. Nada de power-point ou imagens: tudo é feito em tempo real. Com estas novas tecnologias, já se percebe que alunos e professores se sentem mais motivados e mais próximos uns dos outros, discutindo ao vivo os conteúdos das disciplinas e dos experimentos em laboratório.

Veja o exemplo, clicando na imagem abaixo

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

19 de maio de 2021

19 de maio – IFSC/USP comemora o “Dia do Físico”

Foto de arquivo

Imagine um profissional que vive compenetrado em observar a natureza, entendê-la, criar e fazer modelos que expliquem os fenômenos naturais e procurando descobrir as leis que governam tudo em nosso redor – do micro ao macro-mundo: este é o Físico.

Às vezes, ele está tão focado em seu trabalho, em suas pesquisas, que coisas banais ao seu redor passam despercebidas. Este profissional maravilhoso, que avança o entendimento das coisas, é quem lança as bases para o avanço da civilização.

Mesmo na história, foram os Físicos que criaram os elementos fundamentais que permitiram as grandes navegações, permitiram o avanço do entendimento do Universo, promoveram o avanço dos instrumentos de transporte e também tornaram nossa vida cada vez melhor e mais fácil.

Se não fossem os Físicos, não teríamos internet, não teríamos telefone celular, nem o carro, o avião, o trem, a televisão, e muitas outras coisas. É graças aos Físicos que o mundo microscópico das coisas foi desvendado e, fazendo isto, abriram as portas para o progresso. O progresso eletrônico, óptico e seus derivados, promovido pela física, que fez do século XX uma mudança tremenda na civilização humana. Avançamos mais em cem anos do que em toda nossa existência.

A Física proporcionou sair da ficção e ir para a realidade das viagens espaciais, dentre outras coisas. Nas últimas décadas, a física coalesceu-se com outras ciências, como a biologia, química e matemática (de quem nunca se separou desde o início!): uma revolução que está ocorrendo. A biologia, com as bases moleculares, tornou-se uma ciência com mais física que nunca. O desenho de novas moléculas para tratar doenças, para produzir novos materiais, mudou os hábitos de todos. Os Físicos estão na indústria, nas escolas, nas universidades, no comércio, na bolsa de valores e em quase tudo mais.  O Físico é um profissional treinado para ser um observador e uma peça chave para a resolução de problemas envolvendo dados. A física, agora, tem vários desafios: dotar a vida do planeta com maior sustentabilidade, combater as bactérias resistentes, melhorar as atividades básicas – como transporte – e revolucionar a computação com os computadores quânticos.

Apesar do Físico se ter tornado um elemento fundamental na vida moderna, estão faltando Físicos. Neste sentido, queremos usar o “Dia do Físico” para lembrar a importância desse profissional na civilização moderna e motivar os jovens a considerarem esta carreira como opção.

Parabéns aos atuais Físicos e a todos que já estão se determinando a seguirem essa área de conhecimento.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

16 de maio de 2021

16 de maio de 2021 – “Dia Internacional da Luz”

Com os enormes desafios lançados a todos os pesquisadores do mundo, principalmente a partir do início do ano de 2020, com a pandemia, muitas foram as vezes em que a sociedade perdeu a confiança na capacidade científica para minimizar e resolver aquela que, eventualmente, foi (e continua na ser) uma das maiores ameaças ao ser humano. Os últimos doze meses demonstraram, de forma clara, a importância das soluções encontradas para minimizar os efeitos da pandemia baseadas em evidências em variadíssimos campos de ação, que vão da saúde à engenharia.

A data de 16 de maio comemora habitualmente o Dia Internacional da Luz, uma celebração anual promovida pela Organização das Nações Unidas – ONU (VEJA AQUI), que tem o objetivo de conscientizar as pessoas sobre a importância da ciência e da tecnologia da luz em suas vidas, quer nas áreas de saúde e comunicações, quer, ainda, na preservação ambiental e no desenvolvimento sustentável, pelo que o mote escolhido para este ano é Confie na Ciência – uma mensagem de incentivo aos cientistas do mundo e ao público em geral a assinarem e apoiarem uma declaração afirmando sua confiança na ciência e a importância da confiança do público no processo científico.

Nestas comemorações do Dia Internacional da Luz, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura lançou o portal  “Trust Science” (Confie na Ciência) para que todos possam assinar o “Compromisso Trust Science” (AQUI), como forma de apoiar o papel crucial do processo científico na melhoria de nossa qualidade de vida.

Nesse portal estão igualmente elencados os cientistas que a ONU elegeu como “os campeões do Trust Science”, encontrando-se, entre eles, o diretor do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Prof. Vanderlei Bagnato (único brasileiro), por suas importantes contribuições científicas, o que para o nosso Instituto é uma honra e satisfação. (VER AQUI).

Dia 16 de maio, às 16h00, o Centro de Pesquisas em Óptica e Fotônica (Cepof), alocado em nosso Instituto, irá igualmente comemorar a efeméride com uma Live em seu canal do Instagram, com a participação do Prof. Vanderlei Bagnato.

Que este Dia Internacional da Luz seja o merecido reconhecimento de todos por uma ciência que nunca negou sua participação e eficácia no cotidiano, principalmente nos momentos mais difíceis da humanidade.

Acesse AQUI o link para assistir à Live do Cepof.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

16 de maio de 2021

Premiações – Competição USP de Conhecimentos

Em 2020, quase 60 mil estudantes da rede pública oriundos de 642 municípios participaram da CUCo

Foi realizada na manhã de hoje, dia 14 de maio, a cerimônia de premiação da quarta edição da Competição USP de Conhecimentos (CUCo), uma competição criada exclusivamente para os estudantes do ensino médio da rede pública do Estado de São Paulo, com o propósito de incentivá-los a melhorar seu desempenho e ingressar nos cursos de graduação da USP.

“A CUCo é uma maneira de apresentar aos estudantes do ensino médio as possibilidades que existem por meio do ensino. É uma forma de estimular esses jovens que serão os grandes cientistas, os grandes profissionais que contribuirão para o desenvolvimento do nosso País. Se nós quisermos modificar a situação trágica em que a educação se encontra no Brasil, todos nós temos que nos empenhar, mesmo que para isso tenhamos que combater duramente os negacionistas, aqueles que consideram a educação uma perversidade para a juventude”, afirmou o reitor Vahan Agopyan.

Mesmo com as dificuldades causadas pela pandemia da covid-19, quase 60 mil estudantes da rede pública se inscreveram na competição. Ao todo, 3.707 escolas participaram, atingindo 642 dos 645 municípios do Estado de São Paulo, índice inédito de abrangência da competição.

Foram agraciadas 11 escolas que tiveram o maior índice de participação na competição, 20 professores incentivadores e 78 professores de destaque.

Também foram premiados 6.738 estudantes dos três anos do ensino médio, que receberam certificado e acesso à plataforma on-line com material complementar de estudo. Destes, 404 se inscreveram no vestibular da Fuvest e 96 foram aprovados e ingressaram na Universidade.

“A participação da família é muito importante nesta etapa da vida do jovem estudante. Nestes quatro anos da CUCo, já tivemos quase 1.800 alunos aprovados em um dos 183 cursos da USP. Uma grande parte desses alunos são os primeiros de suas famílias a ingressar em uma universidade pública, ou seja, são 1.800 famílias contagiadas por esse processo de mudança que tanto precisamos no Brasil. Por isso, é fundamental que continuemos firmes nessa luta para podermos avançar cada vez mais”, destaca o vice-reitor Antonio Carlos Hernandes, coordenador-geral do Programa Vem pra USP!.

A premiação da CUCo – que normalmente acontece em várias etapas, com eventos presenciais realizados em diversas cidades do Estado – foi realizada virtualmente e contou com a presença de dirigentes da USP, representantes da Secretaria Estadual de Educação e de instituições de ensino.

Durante a cerimônia, também foi lançado o site do Programa Vem pra USP!, com cursos e videoaulas voltados especialmente para estudantes e professores do ensino médio, além de informações sobre formas de ingresso, cursos, ações e projetos vinculados ao programa, como a CUCo e o Hub USP na Escola.

Vem pra USP!

A Competição USP de Conhecimentos é uma das ações do Programa Vem pra USP!, que tem como metas valorizar os estudantes do ensino médio das escolas públicas estaduais e criar ações que tragam benefícios às escolas, aos professores, aos seus alunos e à USP.

Criado em 2017, o Vem Pra USP! é uma parceria da Universidade com a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo e a Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest). O programa também conta com a colaboração das Diretorias Regionais de Ensino, do Centro Paula Souza e das escolas vinculadas.

(Por Erika Yamamoto – Jornal da USP)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

16 de maio de 2021

A saúde mental nos estudantes universitários

O que acontece na vida dos jovens que ingressam na universidade? Certamente é um momento em que são apresentadas aos jovens outras realidades e demandas sociais, psicológicas, cognitivas e emocionais, o que exige novos recursos de adaptação. Quando se pensa em novas demandas quando se ingressa em uma universidade, dentro de um período normal (que não pandêmico), logo temos, como primeira análise os jovens saírem de casa dos pais, de uma vida supostamente estabilizada ao longo de anos, para se tornarem em indivíduos independentes, adquirindo novas responsabilidades, começando pelas mais simples – aluguel de um local para morar, administração do dinheiro, planejamento e aquisição de alimentos, gestão das contas domésticas, organização da rotina de horários, o medo do insucesso acadêmico em face ao nível de exigência dos cursos, dedicação total aos estudos, etc.. Importante destacar que se torna necessário avaliar sempre a questão do histórico individual do jovem que entra na universidade, ou seja, como está a vida dele? Teve ou tem alguma condição de sofrimento psicológico? Tem uma família que dá suporte emocional e acolhedor, independente do apoio financeiro? Quando pensamos em um período como o que se vive atualmente – pandêmico -, os jovens universitários confrontam-se com dificuldades acrescidas – organizar o ambiente doméstico para poder estudar e programar toda sua vida para acompanhar as aulas remotas, um índice alto de concentração e uma organização temporal para que ele não se desvincule de sua responsabilidade maior, que é estudar. É bem diferente do que um contexto acadêmico de sala de aula, onde você tem um horário determinado para estar lá, para se confrontar obrigatoriamente com o professor e com a matéria. Em suma, o ingresso de um jovem na universidade implica afirmar que ele tem ali uma série de mecanismos de adaptação acionados.

Riscos

Até há pouco tempo atrás, pouco se falava ou estudava sobre saúde mental, o que equivale a dizer que essa área não era importante, haja visto que os primeiros estudos realizados no Brasil datam de 1957, tendo sofrido alguns desenvolvimentos até ao momento atual, mas ainda com um olhar bastante distante. Por exemplo, dados relativos ao ano de 2004, divulgados pelo Forum Nacional de Pró-Reitores de Assuntos Comunitários Estudantis (FORNAPRACE), mostraram que das 40 universidades participantes só 34% tinham serviços de atenção à saúde mental dos estudantes, sendo que em 2019, segundo o mesmo Forum, tendo como base o perfil sócio-econômico e cultural dos estudantes de graduação das universidades federais, mostrou que  83,5 dos estudantes tinham dificuldades emocionais que interferiram em sua vida acadêmica: desses,  11,1% encontravam-se em tratamento psicológico; 63,7% nunca procuraram atendimento psicológico; 7,5% tomavam medicação psiquiátrica (VER AQUI).

Ainda podemos aqui salientar um estudo realizado por Moretti & Hubner (VER AQUI) em 2017, relativo a uma avaliação de níveis de estresse de 102 alunos de uma universidade particular de São Paulo, onde 93% apresentavam sinais indicativos da necessidade de receberem cuidados em relação ao estresse. Estes indicadores precisam ser olhados no contexto acadêmico, já que, para além de doenças, eles podem levar a um baixo desempenho dos alunos e, por consequência, a elevados índices de evasão, já para não falar em suicídios. Os principais adoecimentos estão relacionados com depressão, estresse, ansiedade, distúrbios alimentares, uso e abuso de álcool, drogas, cafeína e medicamentos, entre outros fatores.

Soluções

A necessidade e urgência na criação de programas de apoio psicológico aos estudantes universitários são ações prementes para que situações como são descritas acima não prevaleçam. O exemplo vem do Instituto de Física de São Carlos (USP), traduzido num suporte institucional realizado pela psicóloga Drª Bárbara Kolstok Monteiro, com acompanhamentos periódicos, palestras e oferecimento de condições que favoreçam uma boa saúde mental, sem tabus, ações essas que são extensivas aos professores. Cuidar da saúde mental dos estudantes universitários é um componente extremamente importante, não só tendo em vista um bom desenvolvimento profissional, como também pessoal. Cada vez mais se aposta na valorização das “Soft-Skills”, das habilidades sociais para o mercado de trabalho, mas isso não se desenvolve em uma aula de cálculo, ou em outra qualquer. O que é necessário é ter condições que favoreçam o desenvolvimento dessas habilidades e um ambiente preparado para estimular esse desenvolvimento, necessariamente programado e sistematizado, para que se evite que pessoas que apresentem mais dificuldades de comunicação – por timidez, por exemplo – fiquem desfavorecidas em relação a outras mais desinibidas, quando os graus de conhecimento se apresentam iguais.

(In: Jornal Primeira Página – São Carlos – 09/05/2021)

Rui Sintra – Jornalista IFSC/USP / Bárbara Kolstok Monteiro – Psicóloga IFSC/USP

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP