GNano-IFSC/USP conquista prêmio “Veja Saúde & Oncoclínicas de Inovação Médica”

Um trabalho de pesquisa do Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia (GNano) do IFSC/USP conquistou no decurso deste mês um dos oito prêmios atribuídos pela revista “Veja” e inseridos no “Veja Saúde & Oncoclínicas de Inovação Médica”, distinções que foram concedidas a avanços em genômica, diagnóstico, prevenção, tratamento, saúde digital e coletiva. Este prêmio visa distinguir, […]

“Prêmio Alumni USP 2024” e “Prêmio Alumni Unidades”

O Programa Alumni USP, com o apoio da Reitoria da Universidade de São Paulo, torna público o “Prêmio Alumni USP 2024”, que tem como objetivo reconhecer e premiar os egressos(as) diplomados(as) da USP que se destacaram por suas contribuições nas áreas de atuação profissional, e que impactaram positivamente na sociedade, conforme edital (VER AQUI). Também é […]

GNano-IFSC/USP conquista prêmio “Veja Saúde & Oncoclínicas de Inovação Médica”

Um trabalho de pesquisa do Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia (GNano) do IFSC/USP conquistou no decurso deste mês um dos oito prêmios atribuídos pela revista “Veja” e inseridos no “Veja Saúde & Oncoclínicas de Inovação Médica”, distinções que foram concedidas a avanços em genômica, diagnóstico, prevenção, tratamento, saúde digital e coletiva. Este prêmio visa distinguir, […]

“Prêmio Alumni USP 2024” e “Prêmio Alumni Unidades”

O Programa Alumni USP, com o apoio da Reitoria da Universidade de São Paulo, torna público o “Prêmio Alumni USP 2024”, que tem como objetivo reconhecer e premiar os egressos(as) diplomados(as) da USP que se destacaram por suas contribuições nas áreas de atuação profissional, e que impactaram positivamente na sociedade, conforme edital (VER AQUI). Também é […]

EVENTOS

COLÓQUIOS E SEMINÁRIOS

NOTÍCIAS

Reitor da USP participa da reunião plenária na Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano

Nos dias 23, 24 e 25 de setembro, o Reitor da USP, Prof. Carlos G. Carlotti Jr, participou da Reunião Plenária da Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano, um encontro que foi centralizado em diversos aspectos, com ênfase na Inteligência Artificial (IA) e em seu uso adequado para as grandes questões da atualidade, como sustentabilidade e energia dentro da nova era do Antropoceno.

A apresentação do Reitor incidiu sobre o compromisso que a Universidade de São Paulo (USP) tem com o Brasil, com a América Latina e o mundo nos temas que constituem grandes desafios para a humanidade. Juntamente com o Reitor da USP, a presidente da TWAS (The Word Academy of Science for the Developing countries – UNECO), o secretário geral da Volkswagen Foundation, a editora-chefe da revista Nature e o presidente da AAAS ( American Association for the Advancement of Science) falaram na mesma sessão, tendo abordado aspectos diferentes e importantes dentro do mesmo tema.

A presença de diversos membros da academia – incluindo oito laureados com o Prêmio Nobel – contribuiu de forma marcante para as discussões. A participação da USP demonstra seu papel de referência na América Latina e a responsabilidade que existe com relação aos compromissos educacionais assumidos. As ações da USP para preparar os profissionais, tendo em vistas os desafios futuros que se enfrenta, ficou bem clara e apoiada por todos os participantes.

Reitor da USP, prof. Carlos Gilberto Carlotti Junior, acompanhado pelo representante do Brasil na Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano, Prof. Vanderlei Salvador Bagnato (IFSC/USP)

O Papa Francisco, que tinha uma audiência marcada com os participantes, foi impedido de participar por motivos de saúde, pelo que fez questão de endereçar um texto especial que foi lido na reunião. A posição do Papa com relação à IA fica caracterizada pelo recente pronunciamento do Papa, transcrito abaixo.

“Como sabemos, a inteligência artificial é uma ferramenta extremamente poderosa, empregada em muitos tipos de atividade humana: da medicina ao mundo; da cultura ao campo das comunicações; da educação à política. Agora, é seguro assumir que seu uso influenciará cada vez mais a maneira como vivemos, nossas relações sociais e até mesmo a maneira como concebemos nossa identidade como seres humanos. A questão da inteligência artificial, no entanto, é frequentemente percebida como ambígua; por um lado, gera entusiasmo pelas possibilidades que oferece, enquanto por outro dá origem ao medo pelas consequências que prenuncia. A esse respeito, poderíamos dizer que todos nós, embora em graus variados, experimentamos duas emoções: ficamos entusiasmados quando imaginamos o avanços que podem resultar da inteligência artificial, mas, ao mesmo tempo, ficamos com medo quando reconhecemos os perigos inerentes ao seu uso. Afinal, não podemos duvidar de que o evento da inteligência artificial representa uma verdadeira revolução industrial cognitiva, que contribuirá para a criação de um novo sistema social caracterizado por complexas transformações de época. Por exemplo, a inteligência artificial poderá permitir uma democratização do acesso ao conhecimento, o avanço exponencial da pesquisa científica e a possibilidade de dar trabalho exigente e árduo às máquinas. Mas, ao mesmo tempo, poderá trazer consigo uma injustiça maior entre nações avançadas e em desenvolvimento, ou entre classes sociais dominantes e oprimidas, aumentando a perigosa possibilidade de que uma “cultura do descarte” seja preferida a uma “cultura do encontro”. O significado dessas transformações complexas está claramente ligado ao rápido desenvolvimento tecnológico da própria inteligência artificial… É precisamente esse poderoso progresso tecnológico que torna a inteligência artificial ao mesmo tempo uma ferramenta emocionante e assustadora, e exige uma reflexão sobre se está à altura do desafio que ela apresenta. Nesse sentido, talvez pudéssemos partir da observação de que a inteligência artificial é, acima de tudo, uma ferramenta. E nem é preciso dizer que os benefícios ou malefícios que ela trará dependerão de nós”. (Papa Francisco, com mensagem original endereçada para a Sessão G-7 sobre Inteligência Artificial, realizada entre os dias 13 e 15 de junho do corrente ano).

Confira AQUI o programa que foi estipulado para as reuniões onde o Reitor da USP participou.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

Morrendo de calor – Qual é a temperatura máxima suportada pelo ser humano?

Figura 1 – Muito calor e alta umidade relativa do ar são ingredientes que favorecem a hipertermia. Por outro lado, quanto mais seco o ar tanto melhor para a nossa transpiração

Artigo: Prof. Roberto N. Onody *

Afinal de contas, qual é a temperatura máxima suportada pelo ser humano?

Uma temperatura interna (retal) acima de 43oC por mais de 6 horas é mortal para 99,9% dos seres humanos. 

O caso mais extremo e excepcional conhecido foi registrado no ano de 1980 em Atlanta, Georgia (EUA). Willie Jones deu entrada no hospital com temperatura interna de 46,5oC, ficou 24 dias internado, mas, sobreviveu.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, morrem cerca de 489.000 pessoas por ano devido ao calor extremo. Claro, é muito difícil ter os números exatos (ou mesmo aproximados) uma vez que nos atestados de óbito constam apenas as causas imediatas da morte como ataque cardíaco e AVC.

Para se determinar os efeitos do calor ou do frio sobre toda uma população, devemos analisar a taxa média de mortalidade registrada para uma mesma temperatura média diária. Em artigo publicado na revista The Lancet em 2015, pesquisadores analisaram mais de 74 milhões de mortes em 384 cidades de dezenas de países. Para cada cidade, eles calcularam a média do número de mortos para uma mesma temperatura média (média ao longo de 24 horas). Alguns resultados estão mostrados na Figura 2.

Figura 2 – Risco Relativo como função da temperatura média (o C). Em RR = 1, tem-se a Temperatura que Minimiza a Mortalidade (TMM). Ela está indicada pela barra vertical verde. Seus valores são: 22,6 para Sydney; 21,5 para São Paulo; 19,5 para Londres e 23,1 para Nova Iorque. Embaixo de cada curva, temos os histogramas do número médio de mortes por dia para cada temperatura. Há mais mortes quando a temperatura está abaixo de TMM. O frio mata mais do que o calor. Fonte: The Lancet, volume 386, página 369 (2015)

Em todos os gráficos vemos que existe uma temperatura ótima na qual a mortalidade apresenta um mínimo. Se, para cada temperatura, dividirmos o número de mortos pela mortalidade mínima teremos o Risco Relativo (RR), que mede o crescimento do número de mortes seja pelo aumento ou pela diminuição da temperatura média.

O estudo publicado na revista The Lancet se refere aos efeitos do calor sobre toda uma população. Mas, qual o efeito do excesso de calor sobre um indivíduo? Uma pessoa com hipertermia produz mais calor do que o seu corpo consegue dissipar. Se essa situação se mantiver por algumas horas, haverá falência múltipla dos órgãos, podendo até mesmo levar à desnaturação das proteínas do corpo.

A temperatura do corpo humano gira em torno de 36,5o C. Mantemos essa temperatura gerando calor através do nosso metabolismo.

Em repouso, o metabolismo do corpo humano produz 100 joules de calor por segundo. Somos uma máquina de 100 watts de potência.

Deve-se acrescentar ainda o calor proveniente da radiação solar. Juntos, todo esse calor é então eliminado por condução térmica e evaporação (suor).

O nosso regulador térmico fica no hipotálamo, uma pequena estrutura que fica no encéfalo e envia sinais para todo o corpo controlando tanto a produção de calor quanto a sua dissipação.

O nosso principal órgão de dissipação de calor é a pele. Ela é mantida a uma temperatura um pouco mais baixa do que aquela do interior do nosso corpo para que ela possa receber calor e, através das glândulas sudoríparas, transformá-lo em suor. Ao evaporar, o suor retira calor resfriando nosso corpo.

Figura 3 – Quantidade máxima de vapor d´água (em gramas por metro cúbico) presente no ar em função da sua temperatura (em graus Celsius) na pressão de 1 atmosfera. Quando essa umidade máxima é atingida, o suor não mais evapora deixando de refrigerar nosso corpo. Quanto mais seco o ar tanto melhor para a nossa transpiração

O quanto nós suamos depende da umidade do ar. A atmosfera aceita vapor d´água até uma certo valor máximo de saturação. Esse valor máximo depende da temperatura do ar (veja Figura 3). Atingido esse valor, o excesso do vapor d´água se condensa – é o ponto de orvalho (ou geada, se a temperatura estiver abaixo de 0oC) .

Define-se a umidade relativa do ar (em %) como sendo a quantidade de vapor d´água presente no ar dividida pela quantidade máxima (saturação) de vapor d´água àquela temperatura.

A tolerância humana ao calor depende da temperatura e umidade do ar e da radiação solar. Nos estudos que investigam os limites humanos ao excesso de calor, utilizam-se os  termômetros de bulbo úmido. Enquanto o termômetro comum de mercúrio (de bulbo seco) mede a temperatura do ar, o termômetro de mercúrio de bulbo úmido (Figura 4) mede a temperatura levando em conta a umidade do ar.

No termômetro de bulbo úmido, o bulbo fica em contacto permanente com uma malha porosa (em geral, algodão) embebida em água destilada. Ao evaporar, a água retira calor do bulbo do termômetro, abaixando a sua temperatura. É o mesmo processo de resfriamento que acontece nos filtros de barro. A água contida no interior desses filtros mantém o material poroso (barro) sempre úmido e, ao evaporar, resfria a água do filtro.

Figura 4 – (a) Um psicrômetro é composto por um termômetro de bulbo seco (à esquerda) e um termômetro de bulbo úmido (à direita). Medindo-se as duas temperaturas pode-se calcular a umidade relativa do ar e o seu ponto de orvalho. (b) Um termômetro de globo de bulbo seco e úmido além de ter as funcionalidades do psicrômetro, mede também o calor de radiação. É muito utilizado para medir as temperaturas e o calor em ambientes industriais e garantir o conforto térmico dos trabalhadores. Ele determina o IBUTG (índice de bulbo úmido termômetro de globo), criado pela norma regulamentadora (NR15) do Ministério do Trabalho e que trata da insalubridade e segurança no trabalho

A temperatura medida pelo termômetro de bulbo úmido é sempre menor ou igual àquela medida pelo termômetro de bulbo seco. Quanto mais seco o ar tanto maior será a diferença das temperaturas medidas pelos termômetros de bulbo seco e úmido. Elas são exatamente iguais quando a umidade relativa do ar é de 100%.

Em 2010, um estudo seminal investigou os limites humanos ao excesso de calor. No experimento, um grupo de voluntários em posição de repouso e sem roupa, foi submetido a aumentos de temperatura até que tivesse início a hipertermia. Os pesquisadores encontraram uma temperatura crítica de bulbo úmido acima da qual a morte é inevitável

Ttemperatura crítica de bulbo úmido = Tc = 35 o C

Para entendermos melhor as consequências dessa temperatura crítica precisamos lembrar que ela é uma isoterma de temperatura de bulbo úmido.  Há que se considerar, então, sua relação com a temperatura do ar (bulbo seco) e com a umidade relativa do ar. Isso é mostrado na Figura 5.

Quanto maior for a umidade relativa do ar tanto pior, mais difícil fica a sobrevivência. Por exemplo, se a umidade relativa está próxima de 100% basta uma temperatura do ar da ordem de 35oC para dar início a hipertermia. Se a umidade relativa do ar é baixa, a situação melhora. No mês de setembro, na cidade de São Carlos, a umidade relativa do ar girou em torno de 20%, o que significa que poderíamos suportar temperaturas de até 60oC!

Em 2023, na revista Nature, foi feita uma investigação mais aprofundada na qual vários aspectos fisiológicos que afetam a hipertermia foram levados em conta.

Figura 5 – Isoterma crítica: umidade e temperatura do ar para que a leitura no termômetro de bulbo úmido seja igual à temperatura crítica de 35oC. Quanto menor a umidade relativa do ar, maior a probabilidade de sobrevivência. Por exemplo, se a umidade relativa do ar for de 35%, nós podemos sobreviver até uma temperatura máxima do ar de 50oC. Gráfico feito com o auxílio do Wet Bulb Calculator

Nesse estudo, pessoas voluntárias foram separadas em 2 grupos: jovens (18 a 40 anos) e idosos (acima de 65 anos). Cada um desses grupos foi dividido em 2 subgrupos: aqueles que permaneceriam na sombra e aqueles que ficariam expostos ao sol. Os resultados estão mostrados na Figura 6.

Analisando esses novos resultados concluímos que o cenário piorou, pois, as temperaturas de hipertermia diminuíram!

No trabalho de 2010, quando a umidade relativa do ar estava próxima de 20% a temperatura de início da hipertermia era de 60oC. Agora elas caíram para: 51oC (jovens na sombra), 47oC (jovens expostos ao Sol), 46oC (idosos na sombra) e 41oC (idosos expostos ao Sol).

*Físico, Professor Sênior do IFSC – USP

e-mail: onody@ifsc.usp.br

 

 

 

 

 

Figura 6 – Gráficos da umidade relativa do ar (%) versus a temperatura do ar (o C): (a) jovens na sombra; (b) idosos na sombra; (c) jovens expostos ao sol; (d) idosos expostos ao sol. Em todos eles, a linha preta grossa marca o limite de sobrevivência. A linha preta fina é a mesma em todos eles e corresponde à isoterma crítica de 35o C mostrada em detalhes na Figura 5. Fonte: J. Vanos et al, Nat Commun 14, 7653 (2023)

 

(Imagem de destaque na home – Onlymyhealth)

(Meus agradecimentos ao Sr. Rui Sintra da Assessoria de Comunicação do IFSC/USP)

Para acessar todo o conteúdo do site “Notícias de Ciência e Tecnologia”, clique aqui

Para acessar todo o conteúdo do site “Newsletter – Ciência em Panorama”, clique aqui

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

12 Pesquisadores do IFSC/USP estão entre os mais influentes da ciência mundial

Através de um levantamento feito pela Universidade de Stanford e publicado pela “Elsevier”, doze pesquisadores do IFSC/USP foram reconhecidos como os mais influentes da ciência mundial, nomeadamente em duas categorias: “Mais influentes no ano de 2023” e “Mais influentes ao longo da carreira”.

Este reconhecimento é a demonstração da excelência da pesquisa que é feita em nosso Instituto, impactando nos resultados obtidos pela ciência mundial.

 

 

(Serviço de Biblioteca e Informação – IFSC/USP / Jornal da USP)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

Alunas da USP São Carlos aproximam público de temas científicos em podcast

Em sua terceira temporada, projeto aborda temas como matemática, física, computação e o dia a dia na Universidade

Depois da pandemia de Covid-19, quando os avanços científicos começaram a influenciar ainda mais diretamente o cotidiano das pessoas, ficou claro que não basta apenas produzir ciência no Brasil – é fundamental divulgá-la de forma acessível. Em uma iniciativa para enfrentar esse desafio, duas estudantes de pós-graduação da USP São Carlos estão descomplicando a ciência por meio de bate-papos descontraídos, em que falam não só sobre suas áreas de pesquisa, mas também sobre temas como fake news, saúde mental na academia e os desafios do dia a dia de pesquisadoras e pesquisadores. E tudo isso acontece por meio de um podcast, formato que conquistou os brasileiros ao permitir que o ouvinte aproveite o conteúdo enquanto realiza outras atividades.

Comandado por Julia Jaccoud, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC), e Julia Marcolan, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC), o podcast Qual Julia disse isso? estreou em março de 2021, quando as duas apertaram o play nos gravadores improvisados na sala da casa que dividiam. Além do nome, as estudantes compartilhavam o mesmo entusiasmo pela divulgação científica. Jaccoud, que já acumulava experiência com seu canal no YouTube, A Matemaníaca, onde conquistou centenas de fãs por sua maneira única de explicar matemática, foi quem convenceu Marcolan a se aventurar na frente dos microfones. Marcolan, que até então preferia os bastidores, organizando eventos de divulgação científica, nunca havia pensado em “dar a cara e a voz” para criar conteúdo. No entanto, com um empurrãozinho de Jaccoud, decidiu se juntar à amiga e encarar esse novo desafio. Foram 36 episódios na primeira temporada e 8 na segunda, acumulando cerca de 7 mil plays até que, em maio de 2022, as dificuldades de conciliar a vida acadêmica e pessoal fizeram com que a produção do podcast fosse interrompida.

No entanto, retornar ao projeto era um desejo das criadoras que, neste ano, descobriram a possibilidade de contar com o apoio da infraestrutura física e técnica da Superintendência de Tecnologia da Informação (STI) da USP São Carlos. “Enviamos uma proposta para o STI com o aval do professor Guilherme Matos Sipahi, do IFSC, que se tornou nosso mentor e parceiro no projeto”, explica Marcolan.

Com o projeto aprovado, elas passaram a contar com o estúdio de gravação e o suporte técnico de um profissional dedicado à edição dos episódios, que são lançados semanalmente, às terças-feiras, e acompanharão o semestre letivo da universidade, totalizando 18 episódios ao final do ano. Uma novidade desta temporada é a possibilidade de acompanhar as Julias não apenas em áudio, mas também em vídeo. Os episódios estão disponíveis no Spotify, e também podem ser assistidos no canal  A Matemaníaca no YouTube, oferecendo uma experiência mais interativa ao público. Para Jaccoud, que já se desafiou inúmeras vezes a explicar questões da matemática sem o auxílio de ferramentas visuais, o novo recurso é interessante. Já Marcolan brincou sobre não gostar de aparecer em vídeo: “Temos que pensar na roupa que vamos usar, antes gravávamos de qualquer jeito.”

As Julias também destacam que o momento atual de suas vidas foi essencial para o retorno do podcast. Jaccoud afirma que o avanço na carreira acadêmica trouxe mais confiança para abordar temas complexos. “Eu me sinto muito mais preparada e segura para falar de matemática, já que voltei ao ambiente acadêmico, algo que sempre desejei para fortalecer minhas ações de divulgação científica”, explica.

Para Marcolan, o impacto foi inverso. “O podcast fortaleceu a minha trajetória acadêmica. Antes, eu tinha muita dificuldade em me comunicar e entrava em pânico quando precisava falar em público. Agora, aprendi a me expressar muito melhor”, relata a aluna do IFSC.

Conteúdos mais qualificados

De acordo com as pesquisadoras, o apoio institucional da USP trouxe um nível mais elevado de profissionalismo ao podcast Qual Julia Disse Isso?. Com uma equipe técnica qualificada e uma estrutura de gravação moderna, o som e a edição dos episódios ganharam qualidade, permitindo que elas dediquem mais tempo à criação de conteúdos aprofundados. Cada episódio é cuidadosamente planejado com pelo menos três semanas de antecedência, e os temas são escolhidos levando em consideração o que está acontecendo no mundo e os pilares principais do podcast: matemática, física, vida acadêmica e o bem-estar dos pós-graduandos. Os dois últimos, em particular, aproximam tanto os calouros quanto os que estão em níveis avançados de formação. “Quando o Sipahi acompanhou a gravação do primeiro episódio, ele comentou que foi a primeira vez que ouviu alguém falar sobre a vida acadêmica por uma hora inteira sem sentir vontade de chorar. Ele ficou entusiasmado em participar de uma conversa sobre ciência de forma tão leve e descontraída,” lembra Marcolan.

A produção do podcast é colaborativa. Uma das Júlias pesquisa e organiza os tópicos de cada episódio, enquanto a outra revisa e complementa o conteúdo, garantindo uma abordagem mais completa e diversa. Além disso, o professor Sipahi desempenha um papel fundamental no processo, revisando os roteiros e oferecendo novas ideias. “O Sipahi se tornou um grande parceiro nesta temporada, trazendo insights que enriquecem o conteúdo e garantem a precisão durante as gravações”, destaca Jaccoud.

No primeiro episódio da nova temporada, que foi ao ar em 6 de agosto, as Julias fizeram algo especial: cada uma apresentou a pesquisa da outra, proporcionando ao público uma visão mais pessoal sobre suas áreas de estudo. Desde então, o podcast já explorou temas como as Olimpíadas, fake news e Alan Turing, o pai da computação moderna. O feedback do público foi extremamente positivo, com muitos comentários no Instagram @qualjuliadisseisso. “No episódio sobre Turing, recebemos vários elogios. Um dos ouvintes, que está escrevendo uma dissertação sobre ele, disse que o episódio foi muito bem articulado”, conta Jaccoud. No YouTube, o episódio sobre Emmy Noether também recebeu ótimos feedbacks.

Há quase 10 anos, quando criou o canal A Matemaníaca, Julia Jaccoud não imaginava o papel central que a divulgação científica ganharia na sociedade. Apesar do crescimento de canais voltados à ciência, ela ainda vê grandes desafios, principalmente na matemática, porque o interesse do público não costuma surgir de forma natural. “A matemática ainda está atrás de outras ciências, como astronomia ou biologia, que têm um espaço consolidado na mídia. Nosso trabalho é despertar essa curiosidade nas pessoas”, afirma a aluna do ICMC.

Outro desafio que as Julias enfrentam é a falta de reconhecimento acadêmico da divulgação científica, uma vez que incluir essas atividades no Lattes ou utilizá-las como critério em concursos, bolsas e editais costuma não trazer um benefício concreto. “Muitas vezes, a divulgação é vista como um ‘dom’, mas, na verdade, ela exige formação e profissionalização. No fim das contas, estamos produzindo conhecimento financiado pelo público, e esse conhecimento precisa ser devolvido de forma acessível à sociedade”, reforçam.

Por meio do podcast Qual Julia Disse Isso?, as Julias consolidam sua visão de que a divulgação científica no Brasil precisa ser mais forte, profissionalizada e, acima de tudo, feita com empatia. Para elas, o podcast não é apenas um meio de compartilhar conhecimento, mas também uma plataforma para dar voz a questões importantes que impactam a sociedade.

(Denise Casatti – Analista de Comunicação / Seção de Apoio Institucional – Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação – ICMC)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

IFSC EM PROL DA SOCIEDADE

Projeto pedagógico desperta o interesse das crianças pela investigação científica – Creche e Pré-Escola São Carlos – Campus USP São Carlos

A iniciativa levada a cabo pela Creche e Pré-Escola São Carlos, localizada no Campus USP de São Carlos em maio do corrente ano, levou este estabelecimento de ensino a promover uma interessante ação pedagógica junto das crianças, tendo como objetivo sensibilizá-las para o combate dos criadouros do mosquito da dengue, conforme reportagem publicada no portal […]

Novo sensor detecta paraquat e carbendazim em menos de 70 segundos – Tecnologia identifica contaminação de agrotóxicos em urina de trabalhadores rurais

Pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos, da Universidade de São Paulo (IFSC/USP), em colaboração com o Instituto de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IQ-UFRJ) e o Hospital de Câncer de Barretos (Hospital de Amor), desenvolveram um novo sensor capaz de detectar a presença dos defensivos agrícolas paraquat e carbendazim, ainda […]

Lançamento do livro “Condutas e inovações nos cuidados com feridas crônicas”

Da autoria dos pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) Fernanda Mansano Carbinatto, Antonio Eduardo de Aquino Junior e Vanderlei Salvador Bagnato, está já disponível em formato PDF o livro “Condutas e inovações nos cuidados com feridas crônicas”, cujo foco é difundir os conceitos, características, formas de tratamentos convencionais e inovadores, neste último […]

Novas metodologias para estudo de produtos farmacêuticos – Física Quântica e Cristalografia Quântica

Com base em um estudo anteriormente realizado, pesquisadores do Laboratório Multiusuário de Cristalografia Estrutural (LAMUCRES) do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), concluíram recentemente uma pesquisa que teve o foco na aplicação de novas metodologias para o estudo de produtos farmacêuticos, particularmente para tentar entender melhor como esses produtos funcionam e, em função disso, […]

Avaliação do impulso nervoso periférico e novo tratamento para redução da neuropatia periférica diabética – Condição dolorosa atinge pacientes com Diabetes Mellitus Tipo-2

A neuropatia periférica é uma complicação muito comum relacionada com diabetes e ocorre em aproximadamente 50% dos casos. A dor neuropática acomete três quartos das pessoas com neuropatia periférica diabética e é caracterizada por uma dor diferenciada, crônica, difícil de ser tratada e com poucos estudos relacionados a ela, caracterizando-se por formigamento, sensação picadas de agulha, queimação, pontadas, choques elétricos e câimbras, especialmente nos […]

Fale conosco
Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
Obrigado pela mensagem! Assim que possível entraremos em contato..