Colóquios IFSC – Colloquium Diei

Notícias
31 de março de 2023

Os princípios físicos e aplicações de técnicas para investigar o cérebro

O Colóquio do IFSC/USP realizado no dia 31 de março do corrente ano teve como palestrante a Profª Gabriela Castellano, docente da UNICAMP, que abordou o tema “Os Princípios físicos e aplicações de técnicas para investigar o cérebro”.

Nesta palestra foram abordados os princípios físicos de algumas técnicas usadas no Grupo de Neurofísica da Unicamp para a medida de dados cerebrais.

Também foram descritos alguns tipos de análises feitas com esses dados.

Finalmente, foram abordadas algumas aplicações desses dados/análises, em particular, a avaliação de pacientes que fazem reabilitação com realidade virtual e as interfaces cérebro-computador.

 

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

24 de março de 2023

Prof. Ricardo Galvão visita IFSC/USP – O papel do CNPq no Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia

Auditório “Prof. Sérgio Mascarenhas” (IFSC/USP) completamente lotado na manhã do dia 24 de março de 2023 para ouvir e interagir com o recém-empossado presidente do CNPq, Prof. Ricardo Galvão, que, em um colóquio memorável, cujo título foi “O papel do CNPq no Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia”, falou do trabalho desenvolvido anteriormente pelo órgão, os problemas relacionados com a atribuição e valores das bolsas, e, ainda, os projetos que serão desenvolvidos no futuro.

Simples, direto, bem disposto, afável, ciente de suas responsabilidades e com um olhar muito atento às necessidades do país, principalmente no que concerne à ciência e tecnologia. Esse é Ricardo Galvão, que, igual a si mesmo e independente do cargo que ocupa, se mantém como um dos cientistas mais valorosos do nosso País, agora comandando os destinos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e encarando de frente os novos desafios colocados ao órgão.

Atribuição e valor das bolsas

Em parceria com a Rádio UFSCar, a Assessoria de Comunicação do IFSC/USP manteve uma salutar conversa com o Prof. Ricardo Galvão, mesmo antes de apresentar seu colóquio e, claro, o tema se centrou numa espécie de retrospectiva da missão do CNPQ nos últimos anos e os caminhos que deverão ser percorridos no futuro, começando pelos reajustes das bolsas. Contudo, Ricardo Galvão começou por sublinhar que nos últimos três anos o volume de bolsistas de mestrado e doutorado caiu substancialmente, principalmente pelo fato de ter havido uma redução na procura. “Nós acreditamos que parte dessa redução foi devido à pandemia e isso é um fato. Contudo, outra parte desse índice de redução foi devida ao valor das bolsas. Um aluno que se forma numa boa graduação e que tem possibilidades de ingressar no mercado de trabalho, não vai olhar para trás, mesmo que goste muito de ciência, já que começar sua vida profissional com uma bolsa de R$1.500,00 será muito difícil para ele. Então, isso está causando uma diáspora muito grande, com excelentes alunos a rumarem para fora do país, ou não optando pela ciência, pela carreira científica, indo ocupar outras áreas do mercado de trabalho”, lamenta Ricardo Galvão.

Ao ter identificado, de forma clara, a necessidade de um aumento emergencial no valor das bolsas nos primeiros cem dias de governo, a equipe de transição do atual governo abriu caminho para a concretização desse objetivo através da designada PEC da Transição. “Foi devido a ela que conseguimos obter esse aumento, através do Congresso Nacional, tendo em consideração que parte desses recursos foram para o CNPq e para a CAPES, o que permitiu dar essa valorização das bolsas. Espero que agora possamos atrair muitos mais alunos para a carreira científica”, pontua o presidente do CNPq.

Em relação às recentes declarações da Ministra de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos, de que ao longo de 2023 poderão ser implementadas mais de dez mil  novas bolsas, o Prof. Ricardo Galvão salientou que ainda está sendo realizado um estudo orçamentário detalhado. Como o atual aumento do valor das bolsas foi feito através da PEC da Transição – só para o CNPq foram disponibilizados cerca de R$406 milhões -, e esse recursos entraram no orçamento deste ano, não se sabe ao certo, ainda, o que vai acontecer em 2024. “Nós temos que desenvolver ações junto do Ministério do Planejamento para garantir a continuidade desses recursos para bolsas de doutorado (4 anos) e de mestrado (2 anos). Se distribuirmos tudo agora, qual será a garantia de como iremos mantê-las? Estamos num processo de um estudo muito detalhado, inclusive porque várias bolsas não vêm só de recursos do CNPq, mas também através de outros parceiros”, enfatiza o Prof. Ricardo Galvão.

Investimentos para projetos de pesquisa

Uma das primeiras ações para o futuro será a execução do Plano Plurianual da União (PPA), já que ele é essencial para o CNPq, por forma a que o órgão possa contar com mais recursos para investimentos em projetos de pesquisa, algo que, para Ricardo Galvão, ainda é um gargalo que deverá ser resolvido. “A situação atual não é a que nós gostaríamos que fosse, atendendo a que o CNPq está gastando 90% de seu orçamento na atribuição de bolsas e apenas 10% em investimentos para projetos de pesquisa. Então, o que adianta ter bolsistas se eles não têm laboratórios ou outras instalações para poderem trabalhar? Queremos inverter essa situação e ter mais recursos para investimento”, pontua o Prof. Ricardo Galvão, acrescentando que, por outro lado, já iniciou a elaboração de um plano cujos detalhes serão conhecidos nos próximos meses, para atrair os doutores que estão no exterior. “O objetivo é trazê-los de volta para o país, não através da concessão de bolsas, mas na possibilidade de podermos oferecer contratos de trabalho temporário de quatro anos. Estamos trabalhando profundamente nisso, bem como em uma melhoria no relacionamento e interação com as fundações de amparo à pesquisa estaduais e com os órgãos no exterior.

Ciência é fundamental para o futuro do Brasil

E, se a ciência é, comprovadamente, uma área fundamental para o desenvolvimento de qualquer nação, o Brasil pode ser um dos países que pode assumir essa relevância. Para Ricardo Galvão, o exemplo mais marcante foi a resposta que a ciência mundial deu, num curto espaço de tempo, para combater a pandemia. Contudo, para o presidente do CNPq ainda existem ameaças latentes. “Nós temos, certamente, ameaças muito grandes não só para o nosso país, como para o resto do mundo: o aquecimento global, as mudanças climáticas e uma preocupação muito grande com um desenvolvimento sustentável, e a ciência é fundamental para enfrentar e resolver essas ameaças”, sublinha Ricardo Galvão.

“Resumidamente, nós não vamos ter um desenvolvimento no país que seja sustentável ou socialmente justo sem que hajam políticas públicas que estejam fortemente alicerçadas na ciência e tecnologia”, conclui nosso entrevistado.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

2 de dezembro de 2022

Prof. Luiz Eugênio Mello fala sobre a FAPESP e o avanço da ciência paulista

O IFSC/USP levou a efeito no dia 02 de dezembro mais um colóquio, desta vez com a presença do Prof. Luiz Eugênio Mello, Diretor Científico da FAPESP, e que na oportunidade abordou o papel da FAPESP no avanço da ciência paulista, num momento em que a Fundação completa sessenta anos de existência.

Embora os desafios provocados pela pandemia tenham sido imensos, o certo é que a FAPESP soube gerir esses momentos, continuando a manter seus objetivos e implementando novas medidas destinadas a enriquecer a diversidade – gênero, etnia ou origem – na força estadual de pesquisa.

Quais são as principais metas a longo prazo que a FAPESP visa atingir? A esta pergunta feita pela Assessoria de Comunicação do IFSC/USP, o Prof. Luiz Eugênio Mello respondeu que, embora a pandemia tenha prejudicado grandemente a ação da FAPESP, o certo é que as grandes metas propostas pela Fundação não se alteraram. “Essa é uma perspectiva que eu tenho buscado enfatizar, já que a Fundação tem procurado trabalhar com projetos cada vez maiores, mais ambiciosos e com um potencial de impacto cada vez maior. Evidentemente, o projeto em si pode ter um recorte que possa variar, mas nesse sentido a FAPESP continua o seu caminho, por exemplo, com a criação de centros de pesquisa – CEPID’s -, onde vários deles se encontram sediados aqui, no IFSC/USP, e que conjugam a produção de ciência fundamental de qualidade, a inovação e a transmissão de conhecimento para a sociedade, através da difusão”, pautou o entrevistado.

Para o Prof. Luiz Eugênio Mello, a FAPESP, de forma progressiva, tem buscado alcançar esses objetivos por meio de outros instrumentos. Assim, mais recentemente, foram criados os centros de pesquisa em engenharia, que também podem ser chamados de centros de pesquisa aplicada, que têm uma vertente mais de interação com a área empresarial. “Na sequência, vieram os centros de ciência para o desenvolvimento, já durante a minha gestão, que obviamente têm que ter um parceiro que vá aplicar o conhecimento que foi produzido, e por fim, está em vias de ser efetivada uma profunda revisão do programa de pesquisa em políticas públicas, que embora seja um programa antigo da FAPESP, está sendo revisado de forma a apresentar uma maior ambição e duração. Em essência, se olharmos em retrospecto, isso já estava programado há algum tempo, daí que eu entenda que é uma sequência lógica, sem interrupção”, pontuou o Diretor Científico da FAPESP..

Em seu colóquio, o Prof. Luiz Eugênio Mello fez essa mesma retrospectiva da transformação por que passou a FAPESP nas últimas três décadas, onde no início apenas financiava pequenos projetos, com bolsas e auxílios individuais. Três décadas depois, a FAPESP oferece uma carteira de fomento atenta às diversas necessidades e modalidades de atuação dos pesquisadores, sendo que essa evolução acompanhou quantitativamente e impulsionou qualitativamente a expansão do sistema de pesquisa estadual no período.

Para o Diretor Científico da FAPESP, atualmente, o estoque de projetos contratados compreende pesquisa básica, aplicada e voltada para a inovação; pequenas e grandes equipes; trabalho intra-departamental e colaborações internacionais; infraestrutura de pesquisa e programas especiais para jovens talentos; e grandes iniciativas com alvos específicos. Os temáticos, as bolsas BEPE, o BIOTA, o PIPE e o CPE são apenas alguns exemplos de programas duradouros bem sucedidos.

Em sua apresentação, o Prof.  Luiz Mello procurou mostrar que todo esse avanço só foi possível porque a Diretoria Científica da FAPESP se pauta por três princípios, a saber: seleção de projetos com base na qualidade da pesquisa proposta; avaliação por pares; e diálogo com a comunidade.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

25 de novembro de 2022

Empregando a neuroproteômica na compreensão do cérebro humano

O Prof. Daniel Martins-de-Souza (IB-UNICAMP) foi o palestrante convidado em mais um colóquio promovido pelo IFSC/USP no dia 25 de novembro, subordinado ao tema “Empregando a neuroproteômica na compreensão do cérebro humano”

A proteômica evoluiu nas últimas duas décadas de uma ferramenta metodológica para uma ciência capaz de fornecer a compreensão biológica de sistemas complexos.

Tal evolução, possível devido a desenvolvimentos significativos em equipamentos e metodologias de laboratórios “molhados” e “secos”, permitiu retratar vias bioquímicas e processos biológicos associados à saúde e à doença.

Sendo o cérebro o mais enigmático dos órgãos humanos, a proteômica passou a desempenhar um papel fundamental na sua compreensão. Esta história, que começou há mais de 20 anos, ainda está sendo escrita, tendo fornecido, por exemplo, respostas sobre como o SARS-CoV-2 pode afetá-lo.

Em sua palestra, o Prof. Daniel Martins-de-Souza abordou alguns capítulos dessa história, ao investigar transtornos psiquiátricos e, mais recentemente, a COVID-19.

Surpreendentemente (e infelizmente), existem algumas características comuns desencadeadas pelo SARS-CoV-2 no proteoma cerebral que são observáveis também no proteoma cerebral da esquizofrenia, como alterações em proteínas associadas a eventos moleculares (neuro)degenerativos, fatos que foram igualmente abordados pelo palestrante convidado.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

18 de novembro de 2022

A era da complexidade: como o estudo de sistemas complexos está revolucionando a Ciência

O habitual colóquio semanal promovido e organizado pelo IFSC/USP teve como palestrante na edição do dia 18 de novembro o Prof. Francisco Rodrigues (ICMC-USP), que abordou o tema “A era da complexidade: como o estudo de sistemas complexos está revolucionando a Ciência”.

No início de sua apresentação, o palestrante lançou a questão: O que o cérebro, a internet, as redes sociais e as cadeias alimentares têm em comum? Em princípio, nada que se possa imaginar, mas esses são exemplos de sistemas complexos, que são formados por elementos que interagem de forma não trivial.

Sistemas complexos são comuns na natureza e exibem adaptação, comportamento emergente sem um controle central e ausência de escala. O estudo da complexidade vem crescendo em importância desde o início do século XXI, sendo aplicado nas mais diversas áreas, como no estudo de epidemias, doenças degenerativas, economia, planejamento urbano e inteligência artificial. Em 2021, o prêmio Nobel de Física foi atribuído a três pesquisadores que estudam a complexidade, reforçando a importância dessa área de estudo.

Em sua palestra, o Prof. Francisco Rodrigues apresentou uma breve introdução ao estudo de sistemas complexos e discutiu os principais avanços recentes, incluindo a modelagem de propagação de epidemias e rumores, o estudo da sincronização de osciladores acoplados e aplicações nas mais diversas áreas, desde a neurociência até o aprendizado de máquina. Exemplificou, também, como a física, matemática e computação podem ser usadas para entender a complexidade.

11 de novembro de 2022

Fatos e fótons: o Prêmio Nobel de Física de 2022

O Prof. Fernando de Melo (CBPF) foi o palestrante convidado em mais um colóquio do IFSC/USP realizado no dia 11 de novembro e subordinado ao tema “Fatos e fótons: o Prêmio Nobel de Física de 2022”

Tendo em consideração que o Prêmio Nobel de Física de 2022 foi concedido a Alain Aspect, John F. Clauser e Anton Zeilinger “por experimentos com fótons emaranhados, estabelecendo a violação das desigualdades de Bell e pelo pioneirismo na ciência da informação quântica”, o Prof. Fernando de Melo começou por mostrar como discussões sobre os fundamentos da mecânica quântica, que muitas vezes foram/são desencorajadas, formam hoje o cerne de tecnologias que prometem revolucionar a nossa sociedade.

Além de contar parte da história que levou à premiação, o palestrante também procurou elucidar o público sobre o principal ingrediente que está por trás desses desenvolvimentos: o emaranhamento quântico.

Na sequência de sua apresentação, o pesquisador lançou a discussão sobre como sistemas quânticos emaranhados podem levar à violação das desigualdades de Bell, e o que tal violação implica para a nossa descrição da Natureza. Ao longo do caminho, o palestrante corrigiu alguns comuns equívocos sobre o emaranhamento quântico, tendo dado, no final de sua palestra, um breve panorama do desenvolvimento do campo de informação quântica no Brasil.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

Acompanhe a transmissão ao vivo, no dia do colóquio (sextas-feiras às 10h30).

 

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