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8 de abril de 2011

Encontro discute perspectivas da Computação Quântica

O Colóquio IFSC desta semana foi um evento especial. Realizado nesta sexta-feira, 8, no Auditório Professor Sérgio Mascarenhas do IFSC, o Colóquio contou com a apresentação do pesquisador Rainer Blatt, do Instituto de Física Experimental da Universidade de Innsbruck (Áustria) e do Instituto de Óptica Quântica e Informação Quântica da Academia de Ciências Austríaca. O pesquisador, que foi o primeiro cientista cuja equipe conseguiu teletransportar átomos (o que significa transportar a informação quântica de um átomo para outro de uma maneira controlada) e criar um byte quântico, superlotou o Auditório e congregou pesquisadores de várias áreas de pesquisa e de vários países, já que boa parte do público que estava presente no Instituto para acompanhar a programação da Escola São Paulo de Ciência Avançada se interessou pela palestra e juntou-se aos alunos de graduação e pós-graduação do IFSC para assisti-la.

O pesquisador nomeou sua apresentação “Quantum Computer – Dream and Realization” (ou “Computador Quântico – Sonho e Realização”). A Computação Quântica vem, desde o início dos anos 80, fascinando profissionais da área devido à possibilidade de velocidade e eficiência do processamento de dados, considerada a maior vantagem do desenvolvimento de seus estudos. “Já há muitos anos sabe-se das vantagens de usar procedimentos mecânicos quânticos em processamentos computacionais, e é por isso que estamos tomando responsabilidade por este grande desafio que é a construção de um computador quântico”, afirma Blatt. Neste sentido, seria necessário, entre tantos outros fatores, implementar bits quânticos (qubits) e desenvolver algaritmos quânticos, assuntos de que o pesquisador tratou com clareza durante sua fala.

Além de enfatizar estes aspectos, Blatt explicou o experimento que usa para ilustrar a maneira quântica de fazer computação. “Eu trabalho com átomos aprisionados em armadilhas de íons, utilizando raios laser para manipulá-los e controlar a informação quântica ali contida”, explica ele. Este procedimento é pioneiro e ganhou uma grande posição de destaque no meio acadêmico, situando Blatt entre os maiores nomes que se dedicam à investigação de processamento de informação quântica, da metrologia quântica e da espectroscopia de precisão.

Multidisciplinaridade

“Todas as operações computacionais envolvem processos físicos”, afirma Blatt. E estes processos físicos são de naturezas diversas, sendo pertinente, portanto, a várias áreas de investigação dos cursos existentes no IFSC. A Computação Quântica surgiu a partir de uma junção de conceitos da teoria da computação com conceitos de Mecânica Quântica, e por isso o estudo desta área pode ser útil para entender mais profundamente princípios gerais de ambas as áreas. Fica fácil entender, assim, a superlotação do ambiente, o grande interesse de alunos, a variedade de público presente e as grandes expectativas desta área de pesquisa.

Assessoria de Comunicação

Data: 08 de abril

 

8 de abril de 2011

Professor do IFSC ministra palestra sobre Escrita Científica para alunos do IQSC

 O professor Valtencir Zucolotto, docente do Instituto de Física de São Carlos e coordenador do Laboratório de Nanomedicina e Nanotoxicologia, é conhecido por, entre outras atividade, ministrar o curso de Técnicas de Escrita Científica em Inglês no primeiro semestre dos curso de Física da Pós-Graduação do IFSC, curso que consegue congregar um grande número de alunos de várias áreas do conhecimento por ano. Em 2011, o curso conta com a participação de 80 estudantes inscritos, além de alguns ouvintes.

Nesta quinta-feira, 7 de abril, uma parte desse curso foi ministrada no Anfiteatro do Instituto de Química de São Carlos, para um público de cerca de 50 estudantes, inscritos na disciplina “Seminários de Química” do programa de pós-graduação deste Instituto. O IQSC, que teve o maior número de publicações per capita no ano de 2010, constitui um excelente público para este tipo de cursos, já que as técnicas de escrita, em meio a esse quadro, compõem um enorme diferencial na difusão da pesquisa, e publicações em língua estrangeira ainda são consideradas um grande desafio para qualquer pós-graduando, afinal, segundo Zucolotto, “não basta dominar uma língua estrangeira para escrever um artigo científico de qualidade, porque são coisas completamente distintas”.

Para começar a transpor esses obstáculos, o professor Zucolotto abordou, reproduzindo a parte teórica do curso oferecido para a Pós-Graduação em Física, principalmente quatro aspectos: a importância de publicar, o estilo específico da escrita científica, as seções de um trabalho científico (resumo, introdução, desenvolvimento, conclusão, etc) e técnicas para escrita eficaz em inglês (técnicas que também podem ser transportadas para a língua materna).

Zucolotto explicou, ainda, os caminhos que se percorre na carreira acadêmica até chegar às publicações, que se originam nas idéias, que são implementadas e oferecem resultados que geram novas idéias, que por sua vez são sistematizadas em um artigo para divulgação. Desta forma, nas palavras de Zucolotto, “o artigo científico é uma maneira de comprovar a idéia original”. A sistematização e transmissão dessas idéias requer uma técnica específica de manejo da língua, e é neste ponto em que devem recair as atenções após o tratamento do objeto de pesquisa em si. E é essencial que se divulgue essas pesquisas, essas teorizações e descobertas dos cientistas, de modo que possa, de alguma forma, beneficiar a sociedade e contribuir para o desenvolvimento do país. Assim, “quando se publica, não se publica exatamente resultados. Publica-se idéias”, finaliza o professor.

Nicolle Casanova / Assessoria de Comunicação

Data: 07 de abril


7 de abril de 2011

Evento trouxe pessoas de vários continentes

O Instituto de Física de São Carlos (IFSC), desde o dia 4 de abril, realiza a “Escola São Paulo de Ciência Avançada”, evento que tem reunido pesquisadores e estudantes, não somente de diferentes países, mas também dos vários continentes do globo.

Uzbequistão, Rússia, Alemanha e China são alguns dos países que tiveram representações na Escola, que terá duração de dez dias, com encerramento marcado para 14 de abril.

Grandes nomes do mundo acadêmico estiveram presentes, vindos de Universidades dos mais altos níveis de pesquisa do mundo. “Esse evento é muito interessante, pois trouxe pessoas do mundo inteiro ao Brasil, que podem ver o que acontece por aqui. Tenho dois programas de intercâmbio e estou discutindo esse assunto com o professor Vanderlei Bagnato”, contou Robin Kaiser, diretor de pesquisas em átomos frios, da Institut Non Linéaire de Nice (França). “Vim ao Brasil pela primeira vez há 20 anos, apenas para passear! Já estive na Amazônia, Pantanal e Recife. Dessa vez, vim para firmar acordos e intercâmbios. O Instituto é maravilhoso, estou muito impressionado com a estrutura daqui”, elogiou o pesquisador.

Outro nome de destaque, entre os 30 palestrantes convidados a fazer parte do evento, é o de Alexander Fetter, professor emérito de Física e Física Aplicada da Stanford University (EUA). “Acho muito importante ter cientistas de todo o mundo, vindo aqui para ajudar a ensinar estudantes, não só de São Carlos ou do Brasil, mas de tantos outros países. Essa é a maneira de os estudantes saberem o que é importante nessa área, neste momento. Já vim para o Brasil, em novembro de 2009 e, enquanto estive aqui, fiquei muito interessado nas pesquisas desenvolvidas pelo grupo do professor Bagnato e trabalhei essas teorias, aqui e nos EUA, e, desde então, tenho trocado e-mails com ele”, contou o docente, que ministra aulas em Stanford desde 1968 e é um dos membros da Sociedade Americana de Física. “Em uma discussão informal, falamos muito sobre o desenvolvimento de novas estruturas e técnicas mais exóticas para experimentos em física. Esse é um momento muito importante da física e é um prazer estar aqui para fazer parte disso”, finalizou Fetter.

O interesse dos alunos também foi genuíno. Prova disso são os dois estudantes, Navzikulov Zabardast e Khakimov Abdullo, vindos diretamente do Uzbequistão, doInstitute of Nuclear Physics. “O Brasil nos pareceu um país muito interessante! Essa foi a principal razão de termos vindo para cá, e é maravilhoso, realmente”, disse Khamikov. “Há muitas pessoas diferentes aqui, e o Instituto é muito grande, tem laboratórios aqui que estamos vendo pela primeira vez e não há nada parecido no Uzbequistão”, contou o estudante.

Sobre o evento

A “Escola São Paulo de Ciência Avançada” tem como principal objetivo a discussão das novas tendências em matéria quântica com moléculas e átomos frios.

A Escola tem o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), junto ao Ministério Federal de Educação e Pesquisa da Alemanha.

Para mais informações sobre o evento, basta acessar o endereçohttp://www.espca.ifsc.usp.br/

Assessoria de Comunicação

Data: 7 de abril

 

6 de abril de 2011

Programa discute o polêmico LHC (Grande Colisor de Hadrons) no próximo dia 13

No próximo dia 13 de abril, excepcionalmente uma quarta-feira, o tradicional programa “Ciência às 19 horas” apresenta uma lição sobre o Grande Colisor de Hadrons (LHC), o maior acelerador de partículas do mundo, localizado na Suíça e colocado em funcionamento no ano de 2008, a velocidades nunca antes atingidas. Este colisor procura, principalmente, desvendar a origem da massa das partículas elementares e encontrar outras dimensões do espaço, objetivos polêmicos, já que alguns cientistas afirmam que os riscos deste equipamento incluem catástrofes de dimensões cósmicas, como um buraco negro que acabaria por destruir o planeta. Entretanto, a importância destes experimentos é incalculável para a Física das Partículas Elementares, viabilizando uma série de descobertas inovadoras sobre a Natureza e o Universo.

Nesta palestra, o Professor Rogerio Rosenfeld, do Instituto de Física Teórica da Unesp, descreverá o que é o LHC, como ele funciona e o que se espera aprender a partir dos futuros dados que seus experimentos oferecerão.

O evento ocorrerá às 19h no Auditório Professor Sérgio Mascarenhas e é inteiramente gratuito. Dispensa inscrição prévia.

Assessoria de Comunicação

Data: 06 de abril

 

6 de abril de 2011

Professor do Instituto é convidado a ser editor

O docente do Instituto de Física de São Carlos (IFSC), Luiz Nunes de Oliveira, foi convidado, pela Sociedade Brasileira de Física (SBF), a ser o novo editor da conhecida publicação científica, Brazilian Journal of Physics.

O professor é o primeiro docente do IFSC a ser convidado para assumir tal titulação. “Tenho, agora, uma tarefa de grande responsabilidade, porque a revista sempre teve muito bons editores no passado, como os professores Jorge Leal Ferreira, Antônio Pires, Sílvio Salinas”, conta Luiz Nunes.

Sendo incumbido, pela SBF, de otimizar e dar ainda mais notoriedade à publicação, Luiz Nunes escolheu um conjunto de editores associados, entre eles Daniel Vanzella, docente do IFSC, Aberto Saa, docente do Instituto de Matemática e Estatística da Unicamp e Francisco Coutinho, coordenador adjunto da FAPESP, para auxiliá-lo. “O conselho editorial é escolhido por mim, entre uma lista de nomes, selecionados pela SBF. Um dos critérios para a escolha dos nomes é selecionar pessoas de todas as regiões do Brasil e, inclusive, exterior”, afirma Luiz.

O cargo de editor de Luiz Nunes tem duração de três anos, podendo ser renovado por mais dois, de acordo com decisão da própria SBF.

Sobre a publicação

Brazilian Journal of Physics é um periódico científico, publicado desde 1971, anteriormente denominado Revista Brasileira de Física.

A partir de 2011, a montagem e diagramação da revista é coordenada pela editora holandesa, Springer, embora a parte editorial ainda seja de responsabilidade da SBF.

A periodicidade da publicação é trimestral.

Assessoria de Comunicação

Data: 6 de abril

 

5 de abril de 2011

Grupo de pesquisa do IFSC busca entendimento da transmissão de sinais integralmente por feixes de luz

O século XXI tem nos mostrado, ao longo de sua última década, um patamar tecnológico jamais presenciado pela raça humana. Ao longo de seus onze anos, o novo século nos trouxe as televisões e computadores jamais construídos, o desenvolvimento de energias alternativas e limpas, e o quase invisível tornar-se fundamental, como a nanotecnologia.

A velocidade de tais processos tem passado tão rapidamente por nossos olhos, que nem mesmo os filmes de ficção científica parecem tão extraordinários. Mas, para que tudo isso seja possível, ainda é necessário o estudo das raízes de cada processo e o entendimento do comportamento de vários elementos da natureza.

Movidos pela paixão pela física e, sobretudo, pela curiosidade do saber, o grupo de pesquisa do Instituto de Física de São Carlos (IFSC), coordenado pelo docente, Cléber Renato Mendonça, estuda a transmissão de sinais através de fótons de luz, que deu origem, inclusive, ao neologismo “fotônica”, analogia feita ao conhecido termo “eletrônica” (neste caso, transmissão e processamento de sinais através de elétrons), e que deu nome ao grupo do pesquisador.

Os estudos resumem-se, basicamente, à interação da luz com a matéria, quando submetidos regimes de altas intensidades (lasers), por processos ópticos não usuais, denominados não lineares. “Os processos ópticos usuais são processos de absorção, por exemplo, onde o coeficiente de absorção do material não depende de intensidade luminosa. No caso de processos não lineares , esse coeficiente depende da intensidade luminosa”, explica Cléber.

O grupo trabalha com moléculas orgânicas, que apresentam alta conjugação (alternância de ligações duplas e simples). “Trabalhamos com uma enorme gama de moléculas orgânicas, tanto aquelas encontradas na natureza, como as artificiais, criadas em laboratório. Estudamos, também, materiais inorgânicos, como vidros e semicondutores”, esclarece o docente.

Do ponto de vista de óptica, sejam orgânicos, inorgânicos ou poliméricos, os materiais estudados devem ter capacidade de gerar dispositivos ópticos. “A única forma de tornar esses processos possíveis é, justamente, por processos ópticos não-lineares, que são a base de nossos estudos no Grupo de Fotônica”, conta Cléber.

Para entender melhor, um exemplo prático: em telecomunicações, as fibras ópticas são utilizadas na transmissão de informação. Contudo, o processamento do sinal ainda é feito eletronicamente, o que exige a conversão do sinal óptico para elétrico. Portanto, não se trata de um processo inteiramente óptico. “A ideia da fotônica é fazer com que esse processo seja, integralmente, óptico, o que trará aumento de velocidade do processo”, explica. “Mas, para tornar isso possível, primeiro é necessário entender como esses processos funcionam e é justamente o que fazemos aqui: pesquisa fundamental, para entender como se dá essa interação da luz com esses materiais”, conta.

Sobre as vantagens de processos integralmente ópticos, Cléber afirma que o menor tempo de resposta é a principal vantagem. “O tempo de resposta de sinais elétricos está na faixa de nanossegundos (10-9segundos), enquanto nos ópticos esta na faixa de femtossegundos (10-15segundos). Em princípio, computadores que viriam a usar esse tipo de dispositivo, puramente óptico, seriam muito mais rápidos do que os atuais”, exemplifica Cléber. “Esses processos não-lineares vêm sendo empregados com outros objetivos; para fazer sensores, por exemplo. Eles também podem ser empregados para detectar reações fotoquímicas de interesse  biológico”.

Embora possa servir ao desenvolvimento tecnológico, Cléber deixa claro que o interesse em estudar os processos não-lineares é voltado ao aspecto fundamental, para entender como ocorrem e qual a relação entre esses processos e propriedades moleculares. “Existe uma motivação tecnológica, mas minha curiosidade nessa área é mais a vontade de fazer a física do que produzir algum produto tecnológico, de fato”, conta Cléber, que pesquisa o assunto há mais de dez anos.

Tatiana G. Zanon/ Assessoria de Comunicação

Data: 5 de abril

 

4 de abril de 2011

Evento terá dez dias de duração

Teve início hoje, 4 de abril, no Instituto de Física de São Carlos (IFSC), a “Escola São Paulo de Ciência Avançada”, trazendo ao Instituto pesquisadores renomados e estudantes de pós-graduação, em torno da discussão sobre “novas tendências em matéria quânticas com átomos e moléculas frios”.

O evento, que conta com o apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), em conjunto com o governo alemão, trouxe estudantes de vários países para participar da Escola, estando entre eles representantes da Rússia, Uzbequistão, Reino Unido, Alemanha, México, Croácia, entre outros, totalizando o número máximo de vagas oferecidas (150). Os pesquisadores convidados também vêm dos mais diversos países do globo, incluindo Japão, Austrália, Estados Unidos e Inglaterra, somando 30 palestrantes.

“Nossa Instituição tem destaque internacional e deve fazer parte de qualquer desenvolvimento mundial de valorização e discussão de determinadas áreas. Na área de átomos frios temos nossa participação e queremos trazer as pessoas para ver a ciência que fazemos, e aproveitar a oportunidade para motivá-las a vir ao IFSC, seja como estudante, seja como visitante. Queremos que todos entendam nossa inserção mundial, no contexto da ciência”, explica Vanderlei Salvador Bagnato, docente do IFSC e um dos presidentes do comitê de organização do evento.

A Escola contará com inúmeras palestras, a respeito do tema citado, incluindo discussões livres e apresentação de pôsteres. “Temos aqui os maiores líderes mundiais e pesquisadores já consagrados, como o professor [Rainer] Blatt, da University of Innsbruck, na Áustria e [Alexander] Fetter, da Stanford University, nos Estados Unidos, mas todos os convidados estão em evidência na mídia científica internacional e já são consagrados em suas áreas de atuação”, finaliza Vanderlei.

O evento terá duração de dez dias, sendo encerrado no dia 14 de abril, e todas as palestras e apresentações serão realizadas no auditório do IFSC, “Prof. Sérgio Mascarenhas”.

Assessoria de Comunicação

Data: 4 de abril

 

1 de abril de 2011

Professor Roland Köberle explica código neural de mosca

O Colóquio IFSC tem sido realizado com sucesso ao longo deste ano de 2010. Na manhã desta sexta-feira, 1º de abril, mais uma edição do Colóquio lotou o Auditório Professor Sérgio Mascarenhas.  Desta vez o palestrante foi o professor Roland Köberle, do Grupo de Física Teórica do Instituto de Física de São Carlos, que discutiu seu projeto de investigação do sistema neural da mosca. Intitulado “Código Neural da Mosca Chrysomya Megacephala”, o projeto congrega muitos docentes e técnicos do Instituto e aplica conhecimentos e dispositivos provenientes de várias disciplinas, como Física Teórica, Experimental, Biologia, Computação e Instrumentação Eletrônica.

Köberle explicou para os alunos presentes a maneira de pensar os estímulos neurais da mosca, que se dá por transmissão de pulsos elétricos idênticos entre os neurônios. Já que estes pulsos são idênticos, a localização da informação ali contida se dá na estrutura temporal. Desta forma, quanto mais estímulo, mais taxa de informação. Porém, isso não se aplica em situações que pedem por reações rápidas, como um susto, por exemplo, caso em que o estímulo se restringe a poucos pulsos para que o cérebro processe rapidamente a informação.

Para entender melhor, nas palavras de Köberle: “O corpo transforma as sensações em estímulo, por um processo de codificação. Então este estímulo é decodificado pelo cérebro e transformado em reação”, explica ele.

E foi neste tom que o professor deu continuidade à conversa, mantendo o interesse dos seus espectadores e mostrando o desenvolvimento de sua pesquisa passo a passo.

Aguarde o Colóquio da próxima semana!

Assessoria de Comunicação

Data: 1 de abril

 

1 de abril de 2011

Cerimônia de posse

Tomaram posse, em 1º de abril, os novos membros da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) do Instituto de Física de São Carlos (IFSC).

O diretor do Instituto, Prof. Antonio Carlos Hernandes, no uso de suas atribuições, proclamou o resultado das eleições, realizadas em 14 de fevereiro deste ano, com a seguinte composição dos membros:

-Samuel Alvarez (presidente)

-João Roberto Casimiro Machado (vice-presidente)

-Elderson Cássio Domenicucci (1º secretário)

-Mateus José Martins (2º secretário)

-Maria Eliza Tessarin Gatti

-Márcio Donizetti Soares

-Luciano Lopes Felippe

Metade dos membros são representantes dos empregados, enquanto a outra metade representa o empregador.

O mandato dos membros será de um ano, a contar da data da posse (1º de abril/2011).

Assessoria de Comunicação

Data: 1º de abril

 

31 de março de 2011

Palestrante discute o papel da ciência em nossas vidas

Ministrar uma palestra com um tema provocativo como “Para que serve a ciência?”, especialmente quando o público é, em sua maioria, formado por pesquisadores cientistas, parece difícil e, sobretudo, provocativo.

Valendo-se de diversas argumentações e uma contextualização histórica, que foi desde a chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil, em 1808, passando pelo positivismo, de Auguste Comte, implantação da Universidade de São Paulo (USP), em 1984, até os tremores nas terras nipônicas, ocorridos nos últimos dias, Ulisses Capozzoli, jornalista especializado em divulgação científica, proferiu a reflexiva palestra sobre papel da ciência em nossas vidas.

“O papel do pesquisador científico é produzir conhecimento, como se produz uma fruta: você planta na terra, joga o adubo e, depois que ela nasce, você a vende no mercado. O cientista deve passar isso para a sociedade, o que pode ser feito através de um jornalista. Mas, esse jornalista também tem sua função primária, que é usar as informações que têm para produzir um artigo inteligível, com um conteúdo que possa ser compreendido por todos”, sugeriu o jornalista, na palestra que durou em torno de uma hora e meia.

Alguns conceitos, novos e interessantes, discutidos por Ulisses, tiveram como função principal alertar o público para o que ele chama de olhar de estranhamento. “Hoje estamos alienados! Não há mais surpresa nem reflexão sobre o que acontece ao nosso redor”, explica.

Já tendo passado pelo ensino superior em jornalismo, economia e psicanálise, o interesse na divulgação científica começou quando Ulisses trabalhou com índios, na Amazônia. “Meu interesse era ter a experiência do homem mais antigo do Brasil, esse homem da época de ‘quase’ fundação da agricultura. Trabalhei muito com índios e foi uma experiência maravilhosa!”, conta. “Quando lançaram o satélite Iras, em 1983, um repórter da Folha [de São Paulo] escreveu um artigo e não concordei com a opinião dele. Rebati com outro artigo, usando o mesmo tema, e as pessoas gostaram do que escrevi. Foi quando decidi trabalhar com jornalismo científico. Depois disso, fiz mestrado em ciência, e doutorado em radioastronomia”.

Embora muitos estejam conscientes da importância da ciência em nossas vidas, ela ainda não tem seu espaço adequado de divulgação. “Nos grandes jornais, há suplementos de turismo, telenovela, agrícola, e não há um suplemento de ciência”, lamenta Ulisses. “Nas mídias atuais, há mais ‘vedetismo’ do que informação. Se o jornalista escreve de uma maneira difícil, as pessoas, além de sentirem-se burras, perderão o interesse no assunto. A busca pelo conhecimento deve ser uma aventura! Devemos incorporar Shakespeare e Guimarães Rosa em nossa reflexão científica”, finaliza Ulisses.

Sobre o programa

A palestra “Para que serve a ciência” faz parte de uma série de eventos, inseridos no programa, Colóquio Interdisciplinar da Licenciatura em Ciências Exatas, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC).

O programa é coordenado pelo docente, Marcelo Alves de Barros, e tem palestras realizadas toda última quarta-feira do mês, no auditório Sérgio Mascarenhas. A participação é gratuita e toda comunidade são-carlense é benvinda.

Assessoria de Comunicação

Data: 31 de março

31 de março de 2011

Atualização do Manual de Normas e Diretrizes-CLT

Em comunicado, o Serviço Pessoal do Instituto de Física de São Carlos (IFSC), disponibiliza o link com informações a funcionários, relacionadas à atualização da rotina de aposentadoria CLT, do Manual de Normas e Diretrizes.

Para ter acesso ao conteúdo, acesse o link.

Assessoria de Comunicação

Data: 31 de março

31 de março de 2011

Posse dos novos representantes

Na próxima sexta-feira, 1º de abril, acontece posse dos novos membros da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA).

A posse será realizada na Sala Celeste (Prédio da Administração, bloco AB, 1º andar), às 9h30, e todos os docentes e funcionários estão convidados a comparecer.

Assessoria de Comunicação

Data: 31 de março

30 de março de 2011

Professor Vanderlei Bagnato é designado coordenador da Agência USP de Inovação

De acordo com Portaria do Reitor da USP, do dia 28 de março de 2011, o Professor Doutor Vanderlei Salvador Bagnato, do Instituto de Física de São Carlos, foi designado Coordenador da Agência USP de Inovação  USPInovação.

A Agência USP de Inovação é o Núcleo de Inovação Tecnológica da USP, responsável por gerir a política de inovação para promover a utilização do conhecimento científico, tecnológico e cultural produzido na universidade, em prol do desenvolvimento sócio-econômico sustentável do Estado de São Paulo e do país.

Bagnato já exerce a função desde o último dia 25, quando cessaram os efeitos da designação do Professor Dr. Pedro Primo Bombonato.

Assessoria de Comunicação

Data: 30 de março

30 de março de 2011

Programas de colaboração internacional da USP lançam editais para intercâmbio

Foi aprovado o Edital 2011 do Programa USP/COFECUB, uma parceria entre a USP e Comité Français d’Evaluation de La Coopération Universitaire avec Le Brasil (disponível em São concedidos recursos para a vinda de missões francesas à USP e para a ida de missões brasileiras à Instituição parceira (Universidades, Centros, Institutos de Pesquisa) na França. Cada país é responsável pelas passagens de seus pesquisadores e pelas diárias dos visitantes. As viagens de ida e volta (USP-Instituição parceira) no limite de até 2 (duas) missões por ano serão cobertas pela Pró-Reitoria de Pesquisa.

O objetivo do Programa é proporcionar o estabelecimento ou fortalecimento de intercâmbio científico franco-brasileiro. Os projetos contemplados recebem o financiamento dos itens acima descritos pelo prazo de 2 anos, passível de renovação por mais 2 anos, exceto se houver parecer contrário dos comitês.

O prazo para apresentação das propostas é até 01 de junho de 2011.

Serão aceitas apenas propostas encaminhadas eletronicamente no Sistema Atena da Pró-Reitoria de Pesquisa (http://sistemas.usp.br/atena), lembrando que as inscrições deverão ser realizadas pelo próprio coordenador.

Informações e dúvidas serão esclarecidas apenas pelo e-mail usp-cofecub@usp.br.

Foi aprovado também, na reunião do Conselho de Pesquisa de 16/03/2011,o Programa USP/USAL, cooperação com a Universidade de Salamanca, de modo que o Edital 2011 também já está disponível emhttp://www.usp.br/prp (clicar em Projetos – USP/USAL).

Neste caso, o prazo para envio de propostas é 15 de abril de 2011.

Da mesma maneira, as propostas serão aceitas apenas se enviadas eletronicamente pelo Sistema Atenas da Pró-Reitoria de Pesquisa, realizadas pelo próprio coordenador.

Para maiores informações, escreva para o e-mail prp@usp.br.

Assessoria de Comunicação

Data: 30 de março

29 de março de 2011

No dia 30, especialista em divulgação científica discute função da ciência

O Instituto de Física de São Carlos (IFSC) inaugura o primeiro “Colóquio Interdisciplinar da Licenciatura em Ciências Exatas” do ano de 2011.

O colóquio terá encontros realizados mensalmente e, embora tenha como público-alvo alunos de graduação e pós-graduação do IFSC, é aberto a toda comunidade são-carlense.

A primeira edição será no próximo dia 30 de março, às 17 horas, no auditório “Prof. Sérgio Mascarenhas”. O palestrante convidado é Ulisses Capozzoli, e o título do colóquio apresentado será “Para que serve a ciência”.

Sobre o palestrante

Ulisses é jornalista, especializado em divulgação científica. Mestre e doutor em ciências pela Universidade de São Paulo, trabalha com divulgação científica há mais de 30 anos.  Já trabalhou em jornais como Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo e, atualmente, é editor da Scientific American Brazil. Foi, também, presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Científico (ABJC), por duas vezes, e já publicou alguns livros, como “Antártida, a última Terra” e “No reino dos astrônomos cegos – uma história da radioastronomia”.

Assessoria de Comunicação

Data: 29 de março

29 de março de 2011

Conferência discute situação das usinas nucleares japonesas e o programa nuclear brasileiro

Aproveitando o ensejo da grande tragédia ocorrida no Japão no dia 11 de março, que ocasionou uma grande crise nuclear, o Instituto de Física de São Carlos promoveu no último dia 28 uma conferência intitulada “Lições de Fukushima e o Programa Nuclear Brasileiro”. O evento teve início às 16h e congregou cerca de 150 interessados no Auditório Sérgio Mascarenhas.

O professor José Eduardo Martinho Hornos, do IFSC, especialista em energia nuclear, guiou a discussão, explicando primeiramente os motivos que o levaram a organizar tal conferência. Hornos tinha em mãos um relatório oficial da ONU acerca da situação das usinas nucleares no Japão, fonte de confiança com a qual pretendia esclarecer os boatos criados pelos órgãos da imprensa. “Estes boatos, que criaram uma situação apocalíptica, causaram um medo incontrolável em todo o planeta, e nós cientistas temos um compromisso, não apenas profissional, mas com a ética e a moral, de transmitir a verdade acima de todas as coisas”, afirmou Hornos.

Em sua fala, o professor explicou que a energia está, indistintamente, no núcleo da estrutura atômica. Os reatores construídos para extrair e tornar esta energia útil dão origem a uma radiação, sim – mas não diferente daquela produzida pelos fornos de microondas,  por transmissores de rádio, por aparelhos de raio-X e por portões elétricos. Esta radiação contém raios gama, Césio 137 e Iodo 131, que podem causar danos ao ser humano, mas que têm vida muito curta quando livres na atmosfera ou que podem ser capturados de volta com relativa facilidade. “O acidente em Fukushima foi causado por uma catástrofe natural, e não por problemas específicos da usina nuclear ou da utilização de reatores nucleares”, explica Hornos.

Desta forma, segundo ele, é necessário que sejam discutidas maneiras seguras e eficazes de trabalhar com a energia nuclear de modo a preservar o meio ambiente, já que este tipo de produção energética não explora a natureza de maneira agressiva e por esta razão será necessária dentro de um futuro próximo. Para tanto, é preciso que haja um longo e intenso processo cultural de entendimento e capacitação para seu manejo adequado. O programa nuclear brasileiro trabalha neste sentido, e esta discussão empenhou esforços na abertura deste espaço.

Nicolle Casanova / Assessoria de Comunicação

Data: 29 de março

29 de março de 2011

Nova colaboradora do IFSC

O IFSC conta, a partir de 29 de março de 2011, com a colaboração de uma nova servidora.

Natalia Mayumi Inada atuará junto ao Departamento de Física e Ciência dos Materiais, no Grupo de Óptica, como Especialista em Laboratório.

O IFSC dá as boas-vindas a Natalia!

Data: 29 de março

29 de março de 2011

“Café com física”

O mais recente seminário do “Café com Física” trouxe o pesquisador titular do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), Ignácio Bediaga, com a discussão sobre a questão da assimetria da matéria/antimatéria no Universo e as condições necessárias , propostas por Sakharov, para resolver a questão.

Realizado no anfiteatro verde, dos Laboratórios de Ensino de Física (LEF), alunos e professores participaram do debate em torno do tema.

Lembrando que a próxima edição do “Café com Física” será realizada no dia 26 de abril, às 10h30, também no anfiteatro verde do LEF, e trará o professor titular do Instituto de Astronomia e Geofísica da USP, João Evangelista Steiner.

Para mais informações, acesse o sitehttp://www.ifsc.usp.br/~cafecomfisica/

Assessoria de Comunicação

Data: 29 de março

28 de março de 2011

Profa. Lygia da Veiga Pereira (IB-USP) aborda aspectos políticos da ciência no Brasil

Lygia da Veiga Pereira: carioca, 43 anos de idade, cientista do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP) formou-se em Física pela PUC e fez doutorado em Genética Humana Molecular no Mount Sinai Medical Center, em Nova York. Esta pesquisadora brasileira é mundialmente conhecida por ter sido pioneira nas pesquisas sobre células-tronco, já que sua equipe foi a primeira a conseguir extrair e multiplicar células-tronco retiradas de embriões congelados em clínicas de fertilização de São Paulo.

Diversas vezes convidada para participar em entrevistas e debates nos mais consagrados jornais, rádios e canais de TV nacionais e internacionais, Lygia Pereira é uma pessoa que, além do seu profundo conhecimento científico, se mostra descomplicada no diálogo, incisiva e pragmática. Talvez por isso tenha sido convidada para desempenhar as funções de consultora dos atores na novela O Clone, apresentada pela Rede Globo. Lygia Pereira integrou também, e por diversas vezes, inúmeras comitivas de cientistas que se deslocaram a Brasília para conscientizar as autoridades sobre a importância de se prosseguirem os estudos com embriões no Brasil.

Foi com esta mulher e cientista extraordinária que tivemos o prazer de conversar, num diálogo essencialmente voltado à política científica do Brasil.

Quando questionada sobre o crescimento da ciência brasileira na última década, Lygia Pereira mostra-se cautelosa, referindo que só poderia falar em relação à sua área de pesquisa, já que para abordar a ciência, em termos globais, teria que abranger outras áreas do conhecimento, como psicologia ou sociologia, que estão fora do seu escopo. Contudo, a cientista refere que o que aconteceu nos últimos anos foi que a ciência brasileira teve um apoio muito consistente do Governo Federal, embora sublinhe que o Estado de São Paulo seja um caso à parte:

De fato, o Estado de São Paulo tem a FAPESP, que possui um nível de excelência extraordinário e que se mantém inalterável. Foi por causa da FAPESP que eu troquei o Rio de Janeiro por São Paulo, em 1995, e não é fácil para uma carioca dizer isto. Para fazer ciência eu teria que vir para São Paulo, depois de ter passado um período de tempo na “Disneylândia” dos cientistas – Estados Unidos. Então, a FAPESP é uma organização que segue aquele nível de excelência que todo o pesquisador procura. Na verdade, o que eu notei na última década foi que existiu uma maior consistência nos financiamentos oriundos do Governo Federal, principalmente na área das células-tronco. Por outro lado, onde notei que não houve avanço algum foi na burocracia instalada, principalmente na questão da importação de material e de reagentes. Por exemplo, 95% dos reagentes que os cientistas utilizam em seus laboratórios são importados e, em ciência, você precisa ter agilidade: ou seja, se você tem uma idéia nova, uma nova hipótese ou caminho para um trabalho experimental que está sendo desenvolvido, em que é necessário utilizar novos reagentes, é fundamental haver agilidade. Se eu quero fazer ciência de “gente grande” – como se faz nos EUA e na Europa – eu tenho que ter agilidade. Os pesquisadores europeus e americanos têm os reagentes necessários no dia seguinte a fazerem o pedido. Mesmo com o dinheiro na mão, eu só consigo em dois meses – e com alguma sorte – ter o reagente que me faz falta e isso é de uma frustração enorme para qualquer pesquisador, destruindo qualquer intenção científica. Se eu tiver que esperar – na melhor das hipóteses – dois ou três meses para fazer um experimento, então é melhor desistir, pois ele já estará defasado, ultrapassado. Se quisermos ter pretensões de fazer ciência de primeiro mundo, temos que ter agilidade. Nós temos toneladas de excelentes idéias, temos milhares de cientistas bons e é extremamente frustrante termos toda essa capacidade e criatividade e ficarmos esbarrando em besteiras – refere Lygia Pereira.

Para a pesquisadora da USP, as questões burocráticas são um enorme empecilho ao desenvolvimento científico brasileiro e o país perde aí toda sua vantagem competitiva. E Lygia vai mais longe, ao questionar:

Como é que queremos atrair gente de fora (pesquisadores e alunos de pós-graduação) se eles, ao chegar aqui, vão esbarrar com um montão de regras burocráticas inúteis? O meu empregador – o Governo – está me dando dinheiro para eu fazer pesquisa, para fazer Ciência, e é ele próprio o criador de uma série de dificuldades que impede que eu realize o trabalho que ele me encomendou – um trabalho que é um investimento público. No meio disto tudo, a boa notícia é que tudo aquilo que eu acabo de dizer está dependente de vontade política. Não se trata de dar mais dinheiro para a Ciência e Tecnologia: o que se trata é de, com o mesmo dinheiro, o Governo pode criar mecanismos para facilitar a vida do pesquisador, já que esse dinheiro poderá gerar muito mais produtividade. Veja a oportunidade que este novo Governo tem de realmente entrar para a história da Ciência brasileira! Se houver vontade política, principalmente no que diz respeito à importação de materiais e contratação de pessoal técnico e de apoio, o cientista ficará com sua vida facilitada, será mais ágil no desenvolvimento de seus experimentos, acrescenta a cientista.

Atendendo a que 99% da ciência do Brasil é feita nas universidades – estaduais e federais –, Lygia Pereira critica fortemente o sistema, principalmente na necessidade de abrir morosos concursos públicos e da criação de vagas para admissão de novos pesquisadores, considerando essa regra como uma burocracia inútil:

O Brasil está formando milhares de pesquisadores e as universidades estão impedidas de absorver essa mão de obra altamente qualificada, devido à burocracia. É preciso que se formem mais profissionais e menos funcionários públicos para a ciência brasileira; deverá haver mais meritocracia, pois, atualmente, quem é bom pesquisador, ou técnico, ganha o mesmo de quem é ruim. Outra coisa aberrante é a falta de infraestrutura administrativa, em que um pesquisador tem que parar o que está fazendo para, por exemplo, fazer contabilidade, aceder a pedidos, tratar da correspondência, escrever cartas, até colocar papel toalha no laboratório, etc. Isso é um absurdo. Todos esses serviços – que são importantes e mesmo indispensáveis – devem ser executados por pessoal administrativo e de apoio devidamente capacitado e não pelos cientistas, que têm que pensar e trabalhar em ciência, pois é para isso que são pagos, acrescenta Lygia Pereira.

Na opinião da cientista, a ciência brasileira avançou na última década, mas não da forma espetacular como a mídia enfatizou. Para Lygia Pereira, os principais destaques da ciência nacional estiveram quase sempre atrelados a grupos de cientistas que trabalham no exterior e que estabelecem parcerias fantásticas com colegas brasileiros, ou então graças a pesquisadores brasileiros que vão trabalhar para fora e que têm chance de desenvolver com rapidez os seus experimentos. Quanto ao futuro, a pesquisadora da USP tem esperança que o Governo quebre as dificuldades:

De fato, penso que os avanços da ciência brasileira, na última década, foram muito modestos face ao potencial que o país tem. A minha expectativa, para um futuro a curto e médio prazo, é que o Governo comece a ouvir todas as questões que impedem o desenvolvimento científico nacional. Existe um movimento dentro da comunidade científica nacional que quer mostrar aos governantes que “o rei vai nu”: fazem-se pesquisas, publicam-se papers… mas é obrigação do Governo reparar quais são as condições de trabalho que os pesquisadores brasileiros têm… A comunidade científica vai começar a reclamar, mas de uma forma construtiva, com diálogo, apontando os desperdícios de dinheiro público e de energia. A mídia já está dando espaço para essas reclamações, já virou assunto de pauta, e eu estou muito esperançada que este novo Governo veja aí uma oportunidade para, sem botar a mão no bolso, melhorar muito as condições de pesquisa no país, enfatiza a cientista.

Dando como exemplo a enorme distância que ainda separa a ciência brasileira da ciência americana, dentro de sua área de pesquisa, Lygia Pereira refere que o intervalo tecnológico, na área de genética, por exemplo, é cada vez maior. Nos anos 80/90 apareceram no mundo centenas de grupos que se uniram para seqüenciar o genoma humano, tendo demorado cerca de quinze anos para fazer isso. Hoje já existem máquinas que seqüenciam o genoma humano em um mês:

Basta ver de que forma é tratado o processo de aquisição de um equipamento como esse – ou similar – no Brasil. O equipamento chega no nosso país e aí assistimos a uma verdadeira novela para que ele seja liberado pela alfândega. Depois, seja qual for o instituto para que esse equipamento se destine, ele chega e os pesquisadores têm, desde logo, que pensar em ultrapassar e arranjar alternativas para a péssima assistência técnica que a maioria das empresas brasileiras fornece, porque o pesquisador responsável não pode contratar um técnico ou mandá-lo ao exterior para se especializar, enfim, é de chorar. Você tem uma máquina super complexa e até esse equipamento começar a funcionar plenamente você já perdeu a cabeça e fica com um elefante branco no laboratório: quando chegar o momento dessa máquina começar a gerar resultados, ela já estará obsoleta e você jogará fora uma fortuna. Teria ficado mais barato você ter enviado seu experimento para uma empresa terceirizada na China. Então, dadas as condições que temos no Brasil, eu pergunto: o que é mais importante, por exemplo, dentro da genética? Fazer um seqüenciamento, ou saber interpretar uma sequência? Vale a pena terceirizarem-se essas técnicas mais sofisticadas, já que estamos fadados a comprar equipamentos mais caros, sem termos a garantia de uma assistência técnica nacional qualificada e ágil? Temos que pensar seriamente em tudo isso. Por exemplo, o Projeto Genoma, da FAPESP, foi uma iniciativa sensacional, mas talvez se tenha perdido ali uma oportunidade. Será que é mais importante a gente criar toda uma infraestrutura de laboratórios capazes de seqüenciar DNA, ou ter-se criado, ao mesmo tempo, uma infraestrutura equivalente de bioinformática, com gente capaz de interpretar essas sequências? Nós temos uma falta enorme de bioinformáticos no Brasil. Criou-se uma infraestrutura enorme, em termos de seqüenciamento, sem geração de matéria-prima – que é a informação que você tira dessa sequência – e é isso que faz a diferença, porque a tecnologia está tomando uma dimensão enorme na ciência, esclarece Lygia Pereira.

Na reta final desta conversa, Lygia Pereira refere que se deveria parar para pensar direito no que é de fato importante. Para a cientista, as pessoas têm preconceitos em terceirizar experimentos, enquanto nos EUA e na Europa isso é um lugar comum. Todas as universidades dos EUA têm laboratórios fora de seus campi para processarem uma série de técnicas e dar um suporte eficaz aos experimentos científicos, dando os resultados, as interpretações: para a nossa entrevistada isso é que é importante para um cientista.

Quando pedimos para Lygia Pereira deixar uma mensagem para seus colegas pesquisadores, ela rematou:

A mensagem que eu deixo para meus colegas cientistas é a seguinte: Parabéns!… Vocês são heróis!

Rui Correia Sintra – Jornalista – Assessoria de Comunicação

Data: 28/03/201

 

28 de março de 2011

Seletiva acontece em abril

De 17 a 21 de abril, o Instituto de Física de São Carlos (IFSC), por intermédio do docente, Euclydes Marega Júnior, coordenador da comissão da Olimpíada Brasileira de Física, estará selecionando alunos, de todas as escolas do país, para participarem da premiação, internacional, a ser realizada em Bangkok (Tailândia).

A comissão da Olimpíada Brasileira de Física custeará as passagens áreas, translado entre São Paulo (Campinas) – São Carlos – São Paulo (Campinas). Os alunos poderão trazer professores, para acompanhá-los (que também terão suas despesas custeadas).

Para seleção, os alunos deverão submeter-se a duas provas teóricas e uma avaliação experimental. O resultado será divulgado no dia 29 de abril.

Para maiores informações, acesse o sitehttp://www.sbf1.sbfisica.org.br/olimpiadas/ ou clique aqui.

Assessoria de Comunicação

Data: 28 de março