Notícias

12 de março de 2012

Novo portal de acesso aos usuários

A partir de 12 de março, já está disponível o Portal Busca Integrada, criado como solução de busca e descoberta, que integra recursos informacionais do Sistema Integrado de Bibliotecas da Universidade de São Paulo (SIBI-USP).

Através deste novo recurso, os usuários receberão resultados de recursos impressos e digitais disponíveis no SIBI.

Em caso de dúvidas, entre em contato pelos telefones (16) 3373-9778/ 9779.

Assessoria de Comunicação

12 de março de 2012

Língua eletrônica brasileira é mais sensível que outras tecnologias ou humanos

A língua eletrônica, um projeto que vem sido desenvolvido por uma equipe brasileira de pesquisadores há mais de dez anos, utiliza inteligência artificial, sensores super sensíveis e capacidade de reconhecimento molecular para aplicações industriais e até médicas, tornando o projeto brasileiro o mais inovador da área na última década

O projeto surgiu a partir da demanda industrial no que diz respeito à degustação, por exemplo, de fármacos ou de outros alimentos não facilmente palatáveis, casos em que o uso de humanos não é viável. Além disso, para controle rotineiro de qualidade, ter um painel de humanos costuma ter um custo muito elevado. “Claro que o trabalho de degustadores não será eliminado, pelo contrário, será muito mais valorizado”, comenta o professor Osvaldo Novais de Oliveira Junior, pesquisador do IFSC e um dos colaboradores do projeto. Mas com a língua eletrônica, os resultados podem ser muito mais rápidos, menos subjetivos, e mais viáveis financeiramente.

evento_31102006_1A língua eletrônica é, na verdade, um conjunto de sensores que tenta mimetizar o funcionamento da língua humana. Sabe-se, atualmente, que os sensores biológicos contidos na língua humana são capazes de identificar cinco sabores básicos (salgado, doce, azedo, amargo e, o mais recente deles, pensado pelos asiáticos, umami – o sabor do peixe cru) e enviar sinais de combinações entre eles para o cérebro.

Com o objetivo de combinar as respostas do equipamento desta mesma forma, ao invés de utilizar apenas um material com sensor, usa-se diversos materiais diferentes. Essa chamada seletividade global, o princípio segundo o qual o sabor é decomposto em alguns sabores básicos, distingue-se da seletividade específica, que é a detecção de substância química. No paladar humano isso não ocorre. Por exemplo, no café há centenas de substâncias químicas, mas não é necessário que saibamos quais são essas substâncias para sabermos que estamos bebendo café. O odor também tem este tipo de característica: não é necessário identificar moléculas para saber o cheiro. O princípio da seletividade global postula que se distinga nuances destes sabores básicos, por isso a importância de ter muitos sensores.

Os sensores são fabricados a partir de filmes poliméricos ou filmes de biomoléculas, e em nenhum destes casos é possível conseguir uma reprodutibilidade alta, ou seja, duas unidades sensoriais nominalmente idênticas – produzidas com os mesmos materiais e nas mesmas condições – não apresentam propriedades iguais.

Suponhamos que seja necessário comparar dois sabores em que apenas a acidez varia muito pouco. O ideal seria ter o sensor em um material cujas propriedades elétricas dependessem muito da acidez, ou seja, do pH. Alguns polímeros condutores são extremamente sensíveis a mudanças de pH, então estes materiais são ideais para detectar sabores ácidos. Entretanto, no caso de duas substâncias com pequenas variações nos sabores doce ou amargo, não haverá grandes mudanças no pH ou na quantidade de íons da amostra, o que tornaria inviável o uso de polímeros condutores.

Não há um estudo que pré-determina o número de sensores necessários para se obter a variedade de resposta desejável para obter como que uma “impressão digital” de cada amostra de alimento estudado, reproduzindo a combinação de sabores da maneira como cérebro a capta. “Podemos, por exemplo, utilizar o mesmo material, com sensores de características diferentes, como a espessura e a técnica de fabricação do fio”, explica Osvaldo. Os sensores produzidos com materiais inorgânicos, uma opção a ser explorada pela equipe, pode apresentar maior reprodutibilidade e otimizar a análise de alguns tipos de materiais. Contudo, é possível que a sensibilidade do sensor seja menor. “Para aplicações comerciais, seria a melhor saída”, vislumbra o pesquisador do IFSC.

Dez anos de pesquisa

O primeiro trabalho da equipe brasileira que trabalha no projeto foi publicado em 2002, relatando os sucessos do equipamento com base na técnica de espectroscopia de impedância. Esta é uma inovação que se mostrou superior às outras técnicas utilizadas em outros projetos internacionais e gerou grande repercussão na imprensa global como a primeira língua eletrônica de grande capacidade, que podia distinguir todos os sabores básicos, além de águas de coco e amostras de água com pequenas quantidades de poluentes.

Desde essa época, muitos avanços tem sido alcançados através do esforço conjunto de pesquisadores brasileiros, que hoje inclui a Escola Politécnica da USP, a Embrapa Instrumentação, a Unesp, de Presidente Prudente, a UFSCar, de Sorocaba, a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, de Ribeirão Preto, a Universidade Federal de Rondônia, o ICMC-USP e o IFSC-USP.

Em 2004, um artigo foi publicado apresentando a capacidade da língua eletrônica brasileira de distinguir complexas amostras de safras de vinhos. “Conseguimos descobrir se o vinho, que era feito da mesma uva e pelo mesmo produtor, provinha de uma safra diferente”, explica o professor. Para atingir uma precisão tão grande com uma amostra tão complicada, como é o vinho, é necessário tratar os dados com métodos especiais: neste caso, foi utilizado um método baseado em redes neurais artificiais.

Depois disso, uma grande superação foi conseguir fazer a língua eletrônica distinguir sabores bons de sabores ruins, ou seja, decodificar, a partir da perspectiva humana, os sabores agradáveis e os sabores desagradáveis. Uma perspectiva mais subjetiva para um equipamento eletrônico. “Mostramos que era possível, através de inteligência artificial e do aprendizado de máquina, correlacionar as medidas da língua eletrônica às notas atribuídas por degustadores da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) a amostras de café”, comenta o pesquisador. “É possível ensinar ao equipamento o que é gostoso e o que não é”, completa.

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Aplicações médicas

O conceito de língua eletrônica foi também estendido ao conceito de biossensores. “Nós não temos na nossa unidade sensorial um equipamento que reconheça especificamente a molécula que queremos detectar, mas logo percebemos que não há motivo para essa limitação”, observa Osvaldo. Os pesquisadores poderiam selecionar várias unidades que têm a capacidade que chamam de reconhecimento molecular. Um exemplo dado pelo colaborador do IFSC é um par antígeno-anticorpo: os antígenos são moléculas específicas que reconhecem apenas o anticorpo característico daquele antígeno. Este é o princípio que é empregado nos biossensores para análises clínicas, no diagnóstico de doenças. “O antígeno reconhece um anticorpo específico e, se isso der um resultado positivo, significa que o indivíduo está doente”, explica ele.

Em 2007, o equipamento foi utilizado com sucesso neste conceito estendido, ou seja, algumas das unidades sensoriais tinham a capacidade de reconhecer moléculas específicas e, portanto, detectar diversas doenças. “Esse é o diferencial que torna nosso projeto pioneiro no mundo”, aponta Osvaldo. Dentre os resultados obtidos no âmbito desta aplicação, os pesquisadores foram capazes de fabricar um biossensor que distingue a Leishmaniose da Doença de Chagas, doenças muito similares e que, mesmo com os imunossensores mais sofisticados, ainda ocasionavam falsos positivos (veja reportagem aqui). 

Visualização de informação

Em suma, em dez anos de pesquisa, o grupo pôde mostrar amplas aplicações em diversos tipos de alimentos – em geral líquidos, que torna a obtenção das medidas elétricas mais fáceis por serem amostras homogêneas -, além da capacidade do equipamento de distinguir sabores agradáveis dos desagradáveis ao humano e a possibilidade de formar um arranjo de unidades sensoriais capazes de reconhecimento molecular específico para análises clínicas. Mas não para por aí. Neste ano, um artigo divulgou novos resultados de experimentos realizados nos últimos três anos, baseados em uma área de pesquisa relativamente recente, chamada “visualização de informação”. Utilizada principalmente por cientistas da computação, as técnicas de tratamento de dados, oriundas desta área, são muito úteis na análise de grandes quantidades de informação, comunicando as informações através de meios gráficos funcionais.

A chave para o sucesso do trabalho foi a união de diversas metodologias: os filme ultrafinos são nanoestruturados, o que significa que as unidades sensoriais são fabricadas a partir de técnicas de nanotecnologia; a biotecnologia envolvida no trato dos materiais biológicos que compõem estes filmes, e o processamento de dados através da visualização de informação. “Isso, obviamente, ainda pode ser aplicado a outras doenças”, comenta Osvaldo.

Neste artigo, de janeiro de 2012, os resultados vão além do uso de técnicas computacionais. “É muito importante pra nós descobrir qual é a melhor combinação de sensores ou de características de sensores para uma determinada aplicação”, observa o pesquisador. Não existe um modelo e teoria para fazer tal previsão, o que significa que o trabalho precisa ser feito empiricamente. O desafio é que as variáveis, ou seja, o número de possibilidades de combinação, são muito grandes, por isso é necessário empregar um método de otimização.

“Otimização é uma área de pesquisa bastante explorada, que funciona como um atalho para obter um bom desempenho do projeto sem que se faça todos os experimentos, um a um”, explica ele. Assim, os pesquisadores procuraram verificar qual a correlação das propriedades dos filmes com a capacidade de sensoriamento.

Super sensíveis

A segunda superação apresentada neste artigo é o desafio da altíssima sensibilidade dos sensores. “Em geral, quando se tem um líquido em contato com uma superfície, qualquer alteração da superfície ou das propriedades do líquido acaba modificando as propriedades elétricas da amostra, o que logo é transmitido ao sensor, por isso a sensibilidade é tão alta”, conta o pesquisador do IFSC-USP. Entretanto, o que os pesquisadores não sabem é como se dão as interações a nível molecular, ou seja, ninguém sabe por que a sensibilidade é tão alta. Para isso, o grupo tem aplicado metodologias teóricas e experimentais para desvendar o mistério da alta sensibilidade. Dentre as técnicas experimentais, eles têm utilizado, em parceria com a Unesp de Presidente Prudente, a espectroscopia Raman, que serve para sensoriamento de moléculas isoladas entre um grande conjunto de outras moléculas. Pôde-se verificar, então, como esta técnica poderia auxiliar no entendimento das alterações das propriedades elétricas das amostras de interesse biológico do projeto.

“Fora do ponto de vista da aplicação, este último trabalho tenta entender esta sensibilidade para melhor manipulá-la, mas não esperávamos respostas definitivas porque não há instrumentos disponíveis para isso”, reflete Osvaldo. No entanto, o trabalho já aponta para uma adsorção das moléculas nos filmes, responsável por parte das alterações das propriedades elétricas e pela detecção dos sensores. “Não resolvemos todos os problemas, de origem na Física e na Química básica, mas é um passo”, completa.

Mas por que o assunto é tão atual, mesmo depois de dez anos de pesquisa? Primeiro, devido a este mistério, que impede a pré-definição dos materiais utilizados como sensores. Segundo, porque a aplicação ainda não está disponível e difundida no mercado. Nas aplicações mais nobres, a alta sensibilidade dos sensores é o próprio “calcanhar de Aquiles” do projeto, porque qualquer mudança do material significa mudança nas propriedades, o que exige a substituição de alguma unidade sensorial. Então, para obter dados de uma série de amostras, seria necessário recalibrar todo o sistema, ou a língua eletrônica forneceria resultados diferentes. “Ainda precisamos resolver este problema para colocar uma língua eletrônica de alto nível no mercado”, conta Osvaldo.

Como é impossível ter dados idênticos, devido à variabilidade intrínseca aos sistemas, é preciso lidar tanto com as amostras quanto com os materiais através de métodos computacionais. Isso ressalta a importância da parceria com o ICMC, já que uma das possibilidades mais fortes de solução deste problema é fazer o mapeamento de dados de amostras, que são semelhantes mas não idênticas, através de software, pra não ter que refazer todas as medidas.

“Esta é uma meta que perseguimos pensando a longo prazo, porque ainda há muito trabalho à frente, então a língua eletrônica continuará sendo notícia”, reflete Osvaldo, que afirma que sua maior colaboração no projeto é uma perspectiva interdisciplinar “Acho que é essencial combinar diferentes tecnologias, pensando em obter resultados mais significativos”, finaliza ele.

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Para ler o último artigo na íntegra, clique aqui (em inglês).

Com imagens da Embrapa Instrumentação

Assessoria de Comunicação

9 de março de 2012

Trabalho de aluno do IFSC objetiva carro elétrico 100% limpo

Há algum tempo, os carros elétricos têm feito muito sucesso em feiras de automóveis internacionais e chamado atenção de muitos motoristas. Mas, embora tenham alcançado tanta notoriedade pela propaganda sustentável que seus fabricantes fazem questão de salientar, o carro elétrico, ainda, não é totalmente “limpo”.

Um carro elétrico, diferente dos convencionais (que tem seu motor movido à gasolina), funciona através de um motor elétrico. O “alimento” que possibilitará tal funcionamento são as chamadas “células a combustível”, onde o hidrogênio, em sua forma gasosa, serve de matéria-prima.

No entanto, atualmente, existem algumas questões a serem solucionadas para aumentar a quantidade de carros elétricos nas ruas. A primeira refere-se ao preço. Especialmente no Brasil, onde tais carros ainda não são fabricados, ao chegarem aqui vêm embutidos de uma carga tributária que elevam seu valor vertiginosamente (um Mitsubishi MiEV custa mais de R$100 mil). A segunda questão diz respeito ao “ecologicamente correto”. Mesmo com motor elétrico, este tipo de carro ainda possui um pequeno motor à gasolina (necessário para ligar um gerador que, por sua vez, irá produzir energia elétrica).

Contudo, um pesquisador brasileiro, que, atualmente realiza seu “doutorado sanduíche” na Universitat de Valencia (Espanha), pode ser um dos responsáveis por mudar essa realidade. Físico de formação, pela Universidade Estadual Paulista (Unesp),Vinícius Dantas de Araújo concluiu seu mestrado no curso de Ciência e Engenharia de Materiais da Universidade de São Paulo (USP), e já emendou seu doutorado, através da Pós-Graduação Interunidades em Ciência e Engenharia de Materias, promovida pelas Unidades do campus da USP- São Carlos.

Depois de iniciar seu doutorado, sob orientação da Dra. Maria Inês Basso Bernardi, pesquisadora do Grupo Crescimento de Cristais e Materiais Cerâmicos do Instituto de Física de São Carlos (CCMC-IFSC/USP), Vinícius optou por continuar seus estudos com materiais óxidos (estudados desde seu mestrado), mas dessa vez com óxido de Cério (CeO2) dopado com cobre (Cu). “Traduzindo”, um átomo de Cério na molécula CeO2 é substituído por um átomo de cobre (Cu), material que pode ser utilizado como catalisador (dispositivo que trata gases emitidos pelo escapamento de carros) para fazer a oxidação do monóxido de Carbono (CO).

Em termos práticos, fazer a oxidação do CO é transformá-lo em CO2. Essa transformação justifica-se pelo seguinte fato: os carros elétricos têm seu funcionamento baseado na chamada “tecnologia do hidrogênio” (utilização do hidrogênio como combustível). Transformá-lo em combustível, no entanto, exige algumas especificidades. “Os eletrodos, responsáveis por transformar hidrogênio gasoso em eletricidade, param de funcionar muito rapidamente, caso haja a presença de monóxido de carbono nesse processo. A ideia é utilizarmos o catalisador [CeO2] para transformar o monóxido em dióxido, já que este último não inviabiliza o processo, como o CO”, explica o doutorando.

Outra parte da pesquisa de Vinicius é utilizar como dopante o Cobalto (Co) ao invés do Cobre (Cu). O intuito final é que o óxido de Cério dopado com Cobalto seja eficiente na produção de hidrogênio gasoso, a partir da reforma do vapor do etanol. “Pegamos as moléculas de etanol, as fazemos passar pelo catalisador e, do outro lado, tudo será transformado em hidrogênio e dióxido de carbono”.

Vinicius-3Nos dois estudos diferentes de Vinícius, tem-se as seguintes metas: no primeiro caso, produção de hidrogênio; no segundo, sua purificação. E nos dois casos, Vinícius já chegou a resultados animadores. “Já fizemos testes de catálise e os resultados mostraram que o óxido de Cério dopado com 3% de Cobre já consegue fazer 100% de oxidação do monóxido em dióxido. Outro material estudado, o óxido de Cério dopado com Cobalto já conseguiu transformar o etanol em hidrogênio”, comemora o aluno.

Diante de tais resultados, um carro totalmente elétrico poderá ser produzido no futuro. Ou seja, o pequeno motor a gasolina, que compõe todos esses automóveis atualmente, poderá ser totalmente eliminado, fazendo jus à bandeira sustentável que foi erguida para definir esse tipo de automóvel.

Durante o ano em que ficará na Espanha, Vinicius pretende aprimorar suas pesquisas através de caracterizações ópticas, com o intuito de correlacionar as propriedades ópticas e estruturais do material (óxido de cério dopado com cobre ou cobalto) com a eficiência deste material como catalisador, fazendo sua colaboração para popularizar os tão almejados veículos limpos da seguinte forma: produzindo células de combustível completamente limpas e, sobretudo, mais baratas. “No momento, esses materiais não são viáveis, economicamente, para uma produção em larga escala. Mas em um futuro breve isso mudará”, finaliza Vinicius.

Assessoria de Comunicação

8 de março de 2012

Atualização da Produção Científica do IFSC

Para ter acesso às atualizações da Produção Científica, cadastradas no mês de fevereiro, clique aqui ou acesse o quadro em destaque (em movimento) do lado direito da página principal do IFSC.

A figura ilustrativa foi extraída do artigo publicado recentemente por pesquisadores do IFSC, no periódico Journal of Medicinal Chemistry.

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Assessoria de Comunicação

8 de março de 2012

Pesquisadoras francesas visitam o IFSC para firmar parceria

Na última terça-feira (6), o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), através do Grupo de Óptica (GO), recebeu as pesquisadoras francesas, Elizabeth Jacomino e Michele Leduc, diretoras do Centre National de La Recherche Scientifique (CNRS).

O Centre (equivalente ao CNPq brasileiro), que há algum tempo tem elaborado projetos de ciências, envolvendo diversos laboratórios do mundo, irá iniciar projetos relacionados à matéria quântica, envolvendo computação quântica, spintrônica e fluidos quânticos.

Dessa forma, o GO foi um dos escolhidos (entre outros grupos de pesquisa espalhados pelo mundo) a participar do projeto, que está prestes a ser aprovado.

FranceAproveitando a visita, as pesquisadoras quiseram conhecer outros projetos do GO. “Elas ficaram encantadas com a qualidade e diversidade de nossas ações, em especial com nosso programa de difusão, através do canal de TV, e com o programa de Inovação Tecnológica, a ponto de procurarem montar tais iniciativas na França”, conta o docente do GO, Vanderlei Salvador Bagnato.

Também chamou a atenção das pesquisadoras a capacidade do Grupo de combinar diferentes áreas do conhecimento, em prol da solução de problemas relevantes, como aqueles relacionados a tumores e controle microbiológico.

Assessoria de Comunicação

7 de março de 2012

Pesquisadores do IFSC formam Rede para combate à epidemia mundial

De acordo com a Federação Internacional de Diabetes, a cada oito segundos, a diabetes mata uma pessoa no mundo. No Brasil, a situação não é menos grave. A Sociedade Brasileira de Diabetes chegou ao número de sete milhões de brasileiros infectados pela doença o ano passado, sendo que 90% sofre de diabetes tipo 2, causada, principalmente, pela obesidade e sedentarismo.

Sendo considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma epidemia mundial, profissionais de todas as áreas passaram a preocupar-se com soluções para cura da doença, buscando alternativas não só para o tratamento, mas, sobretudo, para a prevenção desse mal.

O Ministério da Saúde brasileiro, através do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), lançou, no início de 2010, uma chamada a grupos de pesquisa interessados em estudar diagnóstico, prevenção ou tratamento da diabetes, em nível nacional.

Sendo assim, pesquisadores do Laboratório de Nanomedicina e Nanotoxicologia do grupo de Biofísica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP) decidiram utilizar seus conhecimentos para identificação precoce da diabetes, e aprovaram uma “Rede de Diabetes” para diminuir as assustadoras estatísticas que se referem à doença. De que maneira? Literalmente, estimando a quantidade de adiponectina produzida no organismo.

De acordo com Valtencir Zucolotto, docente do IFSC e coordenador da “Rede de Diabetes”, estudos anteriores já indicavam a relação entre variação dos níveis de adiponectinas com a incidência de resistência à insulina, ou de diabetes tipo 2. “Antes de contrair a diabetes tipo 2, o paciente pode já ter apresentado níveis de adiponectina alterados”, conta Zucolotto.

DiabetesEsse dado levou os pesquisadores a pensar que os números referentes a essa produção podem estar diretamente ligados à incidência da diabetes tipo 2. Partindo desse princípio, ter conhecimento sobre a quantidade de adiponectina produzida no corpo humano pode ser um método de prevenir a doença.

É quando entra em cena a “Rede”, coordenada por Zucolotto, que, através de nanotecnologia, em um futuro próximo passará a produzir sistemas integrados de diagnóstico (chips parecidos com as fitinhas vendidas em farmácias, que medem a quantidade de insulina no corpo) para monitorar a quantidade de adiponectina produzida no organismo. “O objetivo dessa “Rede” é produzir, pela primeira vez, um dispositivo que monitore a adiponectina e relacionar essa quantidade com a obesidade e aparecimento de resistência à insulina e diabetes tipo 2″, explica o docente.

A pesquisa coletará amostras de grupos de pacientes obesos, hipertensos e normais e medirá a quantidade de adiponectina em cada um deles. O próximo passo é encontrar a possibilidade do uso dos chips para monitorar o hormônio em questão. “No momento dos testes, verificando-se a variação dos níveis de adiponectina, será possível fazer associações dessa quantidade com a incidência de diabetes tipo 2. Um paciente com níveis baixos do hormônio pode ter tendência em desenvolver a diabetes tipo 2, no futuro. Aí entra a parte de prevenção”, explica.

Diabetes-3Zucolotto conta que essa é a primeira vez em que um aparelho é desenvolvido para fazer tal medição. Os testes, que se iniciam até o meio do ano, serão feitos diretamente em humanos. A parceria é feita com pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP-USP), que coletarão as amostras de pacientes, enviando-as posteriormente ao IFSC, para análise.

A Rede de Diabetes, que, em princípio deve vigorar por três anos, acaba de ser aprovada pelo CNPq. “Para fazer a chamada de pacientes, coletar amostras e analisá-las, esse é o tempo mínimo que uma “Rede” deve valer para trazer resultados mais concretos”, conta Zucolotto.

Podendo prevenir esse grande mal, anos antes de sequer se manifestar, será muito mais fácil diminuir o número de diabéticos no Brasil e no mundo. A torcida é para que tal método não iniba, também, a boa alimentação e prática de exercícios, os principais responsáveis pelo aparecimento da doença.

Assessoria de Comunicação

6 de março de 2012

Pós-graduandas disponibilizam questionário online para desenvolvimento de projeto

Estudantes do Programa de Pós-Graduação em Nutrição em Saúde Pública da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo pedem a colaboração de funcionários da USP como voluntários para responder um questionário online sobre consumo de adoçantes.

A entrevista é a primeira etapa do projeto “Comportamento de adultos de uma instituição universitária do município de São Paulo em relação à ingestão de adoçantes” que, orientado pela Profa. Dra. Maria Elisabeth Machado Pinto e Silva, foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da Faculdade de Saúde Pública da USP, conforme documento que pode ser acessado aqui.

O questionário está disponível online no endereço https://www.surveymonkey.com/s/7WGVBYG

Assessoria de Comunicação

6 de março de 2012

XXIX Semana de Física da UFG apresenta pesquisadores do IFSC-USP

A Universidade Federal de Goiás (UFG) realizará, entre os dias 11 e 13 de abril, a 29ª edição da Semana de Física, evento realizado anualmente desde 1984. Neste ano, o evento terá um foco especial em comemoração aos 100 anos da descoberta dos raios cósmicos pelo austríaco Victor Hess e dos primeiros experimentos de caracterização cristalina por Difração de Raio-X, descobertas que deram os Prêmios Nobel de 1914 e 1915 aos cientistas Max Von Laue, William Henry Bragg e William Lawrence Bragg. O evento será sediado pelo Instituto de Física da UFG, em Goiânia.

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O evento contará com a participação de pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos. A professora Claudia Elisabeth Munte, do Grupo de Biofísica Molecular “Sérgio Mascarenhas”, apresentará um minicurso sobre o uso das técnicas de Ressonância Magnética Nuclear (RMN) no estudo de biomoléculas, abordando a importância do método para a identificação de superfícies de interação em proteínas e para a determinação estrutural de complexos, aspectos essenciais para o estudo de novas drogas.

Já o professor Valtencir Zucolotto, do mesmo grupo de pesquisa de Claudia, ministrará um minicurso sobre técnicas de escrita em artigos científicos, mais especificamente em língua estrangeira. Além de abordar a estrutura e o estilo de publicações científicas, será dada ênfase à discussão sobre técnicas para uma escrita concisa e efetiva em língua inglesa. O docente, que costuma organizar eventos regulares sobre o tema, baseia este minicurso na disciplina Técnicas de Escrita Científica em Inglês, que ministra no programa de Pós-Graduação em Física do IFSC-USP.

Também será apresentada uma palestra pelo professor Antonio José da Costa Filho, que tem trabalhado no Departamento de Física da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP de Ribeirão Preto. O pesquisador, experiente em Biofísica Molecular, expandiu recentemente seus interesses para os estudos de modelos de membrana e de interação entre pequenas moléculas, como fármacos e complexos metálicos. Nesta ocasião, o docente abordará um método de detecção de mudanças estruturais em proteínas e membranas biológicas que se utiliza de uma sonda contendo um elétron desemparelhado, inserida seletivamente na molécula em questão e funcionando como uma repórter das suas alterações dinâmicas e estruturais. Ele apresentará os resultados mais recentes de seus grupos de pesquisa em Ribeirão Preto e em São Carlos.

As inscrições para participar do evento, com ou sem apresentação de trabalho, ainda estão abertas até o dia 17 deste mês. Para efetuar a sua, bem como obter maiores informações sobre a programação, hospedagem e transporte, acesse http://eventos.ufg.br/SIEC-SdF2012

Assessoria de Comunicação

5 de março de 2012

Critérios de avaliação de produção científica passam a incluir inovação e divulgação

lattesO CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico vai alterar sua plataforma eletrônica Lattes – que reúne os currículos e atividades de cerca de dois mil pesquisadores nacionais – acrescentando duas novas abas para divulgação pública.

Em uma delas, os cientistas brasileiros terão de informar particularidades sobre a inovação de seus projetos e pesquisas, enquanto na segunda aba eles deverão descrever iniciativas de divulgação e de educação científica.

Com a introdução destas duas novas abas na Plataforma Lattes, cientistas de todos os campos de investigação deverão descrever dados sobre, por exemplo, organização de feiras de ciências, promoção de palestras em escolas e artigos e entrevistas concedidas à imprensa, além das informações que já faziam parte da plataforma, como dados pessoais, formação acadêmica, atuação profissional, publicações, linhas e projetos de pesquisa, áreas de atuação e domínio de idioma estrangeiros.

Segundo notícia divulgada pela Agência Brasil, que ouviu Glaucius Oliva, Presidente do CNPq, a intenção deste órgão é aumentar o conhecimento da sociedade sobre as atividades científicas que se realizam no país: No século 21, o cientista reconhece seu papel de engajamento na sociedade, ele sabe que está sendo pago e financiado e que deve uma prestação de contas sobre o que faz. Contudo, ainda há um fosso grande entre aqueles que fazem ciência e aqueles que consomem e financiam a ciência. A sociedade não conhece com profundidade toda a riqueza que a ciência brasileira tem contribuído para o desenvolvimento nacional, refere Oliva.

Segundo o Presidente do CNPq, passa a ser papel dos cientistas dar publicidade de suas atividades de pesquisa, mostrar experimentos e explicar projetos para o público, e ligar o trabalho a inovações que contribuam com as políticas públicas e até mesmo para a criação de novos produtos a serem lançados no mercado.

A mudança na plataforma Lattes poderá ocorrer em até dois meses.

O modelo e a funcionalidade das abas já estão formatados e respeitarão as regras de transparência de informações públicas.

O CNPq muda já na próxima semana o portal www.cnpq.br que, entre outras funções, permite acesso à plataforma Lattes.

Os novos dados informados serão considerados pelos 48 comitês de avaliação do CNPq, quando forem aprovar projetos de pesquisa e conceder bolsas de estudo a professores e estudantes universitários, sendo que o Conselho terá indicadores para avaliação dos trabalhos científicos em quesitos de inovação e de produção em divulgação científica, como ocorre hoje com a cobrança de publicação de artigos científicos, os papers, em revistas especializadas, inclusive do exterior.

O CNPq exige, desde junho de 2010, que na submissão eletrônica das propostas de pesquisa e nos relatórios eletrônicos de concessão científica, sejam descritos, “em linguagem para não especialistas”, a relevância do que está sendo proposto e os resultados atingidos.

Glaucius Oliva referiu à Agência Brasil que: com isso, passamos a ter um banco fantástico para alimentar [com dados] os jornalistas.

Segundo Oliva, o sistema terá busca de projetos e relatórios por palavras-chave, instituição e área geográfica.

Por ano, cerca de 15 mil propostas de pesquisa são recebidas pelo Conselho no edital universal (para todas as áreas do conhecimento).

Com a divulgação das propostas e relatórios, a expectativa de Oliva é despertar o interesse de “jovens talentos” para a ciência e criar uma nova cultura acadêmica em quatro anos – aproveitando o aumento significativo de novos mestres e doutores formados no Brasil.

Na década passada, esse número dobrou, tendo atingido mais de 50 mil em 2009.

Além de mudar a cultura no ambiente acadêmico, o presidente do CNPq refere que a divulgação de trabalhos e a educação científica podem alterar o comportamento social: As pessoas têm que usar a ciência no dia a dia. Entender, por exemplo, que há relações de causa e efeito. Educar para os valores da ciência e para o método científico na vida pessoal nos protege de extremismos e intolerâncias, acrescenta o Presidente do CNPq.

Fonte: Agência Brasil

Assessoria de Comunicação

5 de março de 2012

Ministros elogiam publicação coordenada por docente do IFSC

Lançamento de livro coordenado pelo pesquisador do IFSC Roberto Faria conta com a presença do Ministro da Educação, Aloizio Mercadante, e do Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp

O desenvolvimento da educação e da ciência é o maior desafio histórico do Brasil. Foi o que afirmou o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, na cerimônia de lançamento do livro Ciência, Tecnologia e Inovação para um Brasil Competitivo, na tarde do dia 1º de março. “Estamos caminhando para ser a 5ª economia do mundo, mas não seremos um país desenvolvido enquanto não resolvermos os problemas da educação e da ciência no país. A começar pela educação básica”, disse ele. O evento foi realizado no edifício-sede da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), em Brasília.

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O livro tem o objetivo de contribuir com o avanço tecnológico e inovador do Brasil por meio de recomendações e propostas concretas. Segundo o ministro, o tema é de tal importância para o atual contexto brasileiro que foi incluído no plano plurianual como um dos objetivos estratégicos do país. “Queremos que a ciência, a tecnologia e a inovação sejam um dos eixos estruturantes do desenvolvimento do país”, afirmou.

Mercadante destacou, ainda, a importância de que cada vez mais debates surjam sobre o tema. “Fico feliz de ver a comunidade científica não apenas fazendo diagnósticos, mas se arriscando a apresentar propostas que impulsionem o Estado Brasileiro”, elogiou.

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Nesse sentido, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, enfatizou o mérito da publicação em colocar o debate sobre CT&I na problemática do desenvolvimento do país. “A importância da CT&I para a sociedade é uma questão que nós da comunidade científica temos que responder à altura. Este livro faz parte desse movimento maior de levar à população a importância da produção científica para o desenvolvimento do país”, explicou.

De São Carlos

O coordenador do Grupo de Trabalho da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Roberto Mendonça Faria, também docente do IFSC-USP e principal responsável pela publicação, destacou os números positivos de titulação e de produção científica do Brasil nos últimos anos. Em 2010, o Brasil titulou 50.904 estudantes mestres e doutores e ocupa atualmente a 13ª posição no ranking da produção científica internacional.

Ainda assim Faria frisou que ainda há um caminho grande a percorrer. “Precisamos formar ainda mais engenheiros, já que a inovação se dá muito no âmbito das engenharias. É importante também alinhar sempre o aumento quantitativo da produtividade com o crescimento qualitativo”, ponderou.

Fonte: Assessoria de Comunicação Social da Capes

Assessoria de Comunicação

2 de março de 2012

IFSC sediará mais uma edição do Workshop de Física de Astropartículas

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O Instituto de Física de São Carlos sediará novamente neste ano o Astroparticle Physics Workshop, evento internacional na área de Física de Astropartículas, entre os dias 5 e 7 de março. A programação, que conta com inúmeras palestras e sessão de apresentação de pôsteres, trará para o Brasil pesquisadores internacionais como Peter Biermann, da Universidade de Bonn (Alemanha), John Belz, da Universidade de Utah (EUA), e Alessando de Angelis, da Universidade de Udine (Itália). As palestras serão realizadas no Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas do IFSC.

A área

A Física de Astropartículas é um campo de pesquisa novo e interdisciplinar, que cruza as fronteiras da física de partículas elementares, astrofísica, astronomia e cosmologia. Seu objetivo é, literalmente, conectar quarks aos cosmos, ou seja, entender a conexão profunda entre as menores partículas e as maiores estruturas do Universo e as forças que as governam.

Na última década, muitos experimentos chegaram a importantes informações que levaram a um significante avanço na compreensão dos processos de produção das partículas no Universo. O recente desenvolvimento de técnicas de medição permitiu a primeira medição precisa já realizada em alguns fenômenos previstos. Atualmente, a Física de Astropartículas está passando por uma fase de transição em que se encerra um período caracterizado por previsões incertas e o começo de uma nova era de medições precisas.

No presente, a comunidade de Física de Astropartículas está analisando os dados medidos e projetando a nova geração de experimentos. Nos próximos anos, a contínua obtenção de dados dos experimentos existentes e a construção da nova geração de detectores promoverá um melhor entendimento de tópicos como a matéria escura, as propriedades e massas dos neutrinos, os mecanismos de aceleração de partículas e também muitas outras questões pendentes na área.

Neste ano, o Workshop terá como foco a composição de raios cósmicos de altas energias. Este é um importante problema ainda sem resposta, e haverá a oportunidade de assistir apresentações de vários experimentos importantes com base em diferentes aspectos da teoria envolvida na questão. Além disso, haverá palestras para celebrar os 100 anos da descoberta dos raios cósmicos por Victor Hess.

Todos os tópicos serão discutidos por especialistas internacionalmente renomados, interdisciplinar na medida necessária a toda atividade bem-sucedida nesta área. Os cientistas, vindos de países como EUA, Itália, Argentina e Alemanha, são integrantes de diversos experimentos ao redor do mundo e vem trabalhando com diferentes perspectivas teóricas.

Para maiores informações, como programação, palestrantes convidados e local dos eventos, acesse http://www.astro.ifsc.usp.br/workshop-2012/workshop.php ou escreva para vitor@ifsc.usp.br

Assessoria de Comunicação

2 de março de 2012

Após viagem ao Maranhão, rondonistas querem multiplicar sua experiência

“Rondon valeu, e Guimarães respondeu”. Estas foram as palavras do prefeito da cidade de Guimarães (MA), o Padre William Guimarães da Silva, proferidas na cerimônia oficial de despedida da equipe de alunos e professores da USP São Carlos e da Universidade Estadual de Goiás (UEG) que foram selecionados para participar do Projeto Rondon 2012. Durante doze dias, os vimarenses receberam os acadêmicos, que dedicaram seu período de férias ao trabalho, e participaram ativamente de um grande número de atividades nas áreas de saúde, cultura, meio ambiente, astronomia, direitos humanos, entre outras.

O projeto

Criado originalmente em 1967 e coordenado atualmente pelo Ministério da Drondon1efesa, o Projeto Rondon foi resgatado em 2005 pelo governo federal como uma estratégia para que estudantes universitários possam atuar em ações sócio-educativas em municípios carentes do Brasil de maneira voluntária, complementando sua formação e tomando iniciativas de impacto e relevância social. Dando embasamento às pesquisas que revelam que o perfil do jovem brasileiro está cada vez mais voltado ao engajamento social, alunos da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC-USP) e do Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP) tomaram a decisão independente de compor um projeto no âmbito da Operação Pai São Francisco, que foi aprovado em informe divulgado no dia 14 de outubro de 2011 na página online do Projeto Rondon. Já no dia 23 de outubro, integrantes da equipe viajaram até Guimarães, com o objetivo de adequar os planos iniciais do projeto à realidade maranhense. Bem recebidos pela prefeitura do município, os rondonistas passaram a se ocupar dos trâmites da viagem, pensando em detalhes como a adequação de documentos e transporte de equipamentos que seriam utilizados nas oficinas, tais quais ferramentas, telescópios e outros kits e materiais de estudo.

Viagem

Dos quarenta alunos da USP São Carlos interessados em participar da operação neste ano, apenas oito puderam ser levados ao Nordeste, selecionados pela organização do próprio projeto.

Enquanto a aquipe da UEG se ocupou com a programação voltada à saúde e ensino, a aquipe de alunos de São Carlos estava encarregada das atividades mais voltadas para a área tecnológica, focada em educação ambiental, engenharia civil, informática e astronomia.

“Nossas atividades envolviam desde crianças até professores”, conta o docente Francisco Gontijo Guimarães (IFSC-USP), um dos coordenadores da equipe são-carlense, ao lado do professor Márcio Eduardo Delamaro (ICMC-USP).

Observando o céu noturno

“Todos os dias, à noite, eu ia até a praça municipal com nosso telescópio e recebia a população, que estava muito empolgada com a nossa presença e fazia filas pra observar o céu. No fim de tarde, podíamos ver Vênus e Júpiter no horizonte, e mais tarde vimos Saturno e Marte, sem falar nas crateras da Lua, que conseguimos enxergar muito bem”, entusiasma-se o pesquisador.

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O objetivo era atingir, de fato, a parcela da população que poderia agir, mais tarde, como multiplicadora dos conhecimentos adquiridos e aprofundados durante a presença da equipe de rondonistas na cidade. Dentre pouco mais de doze mil habitantes do município de Guimarães, cerca de duas mil pessoas se envolveram nas atividades durante as duas intensas semanas da operação. “Nós queríamos mostrar para a população a importância de ensinar para as crianças os fenômenos do céu”, explica Francisco. Durante as oficinas infantis, as crianças puderam entender melhor como as estrelas nascem, como localizá-las no céu e como se localizar a partir delas, o porquê do Sol nascer e se pôr, qual a trajetória dos planetas no céu, além dos conceitos de latitude e longitude. O coordenador conta que, como o município fica muito perto da linha do Equador, era possível observar tanto o céu do hemisfério sul como do hemisfério norte. “Essa é uma posição privilegiada de observação, que poucas pessoas do planeta têm a chance de ter. Podemos ver a Estrela Polar de um lado, que só enxergamos do hemisfério norte, e do outro lado o Cruzeiro do Sul. Procuramos fazer as crianças entenderem este privilégio de maneira mais atenta”, reflete.

O município de Guimarães tem uma grande comunidade de pescadores, que pode se beneficiar muito dos princípios e conceitos astronômicos para a navegação. Além de compreender melhor os fenômenos naturais que influenciam as marés, a população entendeu que é através da posição das estrelas no céu que é possível calcular a latitude e a longitude de um lugar específico e, assim, facilitar a localização de uma embarcação. “As grandes descobertas marítimas só foram possíveis devido a este mecanismo, já há muitos séculos atrás, porque os navegadores sabiam exatamente onde estavam, só não sabiam o que havia naquele lugar específico”, comenta. Foi a ênfase na relevância dos tópicos de astronomia para o contexto e a realidade de Guimarães que levou a população local a um grande índice de interesse aproveitamento nas atividades, familiarizando-se aos vários métodos de medição da localização das estrelas, fazendo as medidas de fato e observando, na prática, como estes princípios funcionam.

A interação com a cidade

Para os alunos da Escola Agrícola de Sumidouro, que são incentivados pelo governo federal através da EJA (Educação de Jovens e Adultos) a voltar a se empenhar nos estudos depois de alguns anos tendo abandonado suas escolas, dois dias foram programados com participação em palestras e oficinas de educação ambiental. Os jovens se dedicaram à construção de fossas sépticas, sabão, fornos solares e composteiras, o que demonstra a preocupação dos rondonistas com a adequação das atividades aos propósitos da cidade, endossado pela Secretaria de Produção e Meio Ambiente, que requisitou atividades específicas para aquele grupo de estudantes.

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Quanto às impressões da cidade, Francisco afirma que os vimarenses têm muito do que se orgulhar. “O município que faz o dever de casa, prestando contas, sempre vai receber financiamento para realizar os projetos de que precisa, e Guimarães atualmente tem muitos bons projetos”, afirma. No entanto, os problemas que persistem se apresentam desde o descarte do lixo, que ainda é incinerado e costuma deixar resíduos, até a poluição estrangeira, que chega às praias da cidade vinda de outras partes da América.

Ainda assim, os rondonistas apontaram diversas maneiras práticas de driblar estas adversidades, conscientizando a população e apresentando alternativas acessíveis, e destacaram os valores e as vantagens locais, como, por exemplo, através da avaliação da qualidade da água disponível no município e demonstrando que o tratamento de água ali é de alta qualidade.

“Levamos do IFSC kits de análise de água para mostrar que a água que as pessoas consumiam e utilizavam para lazer estava realmente adequada, o que foi importante porque havia muitas dúvidas devido à aparência barrenta, mas isso se deve apenas aos fortes efeitos da maré na região, que chega a subir e descer três vezes ao dia. Não havia bactérias, nem coliformes fecais, nem química alguma naquela água. Queríamos mesmo mostrar que aquele lugar é um paraíso que, mesmo sem águas cristalinas, não deve ser desmerecido. O tratamento de água deles é muito eficiente e água é de fato boa para beber. Percebemos apenas que uma pequena parte da água de poços, dentro das residências, está contaminada”, conta Francisco.

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O coordenador conta, ainda, que percebeu que grande parte dos recursos naturais da região não são aproveitados ao máximo, como estes fortes efeitos de maré, ou os ventos e a potência do calor do Sol. Estas impressões foram todas registradas em um plano diretor que foi apresentado à prefeitura, na presença de todas as secretarias da região, a partir do qual a equipe deixou indicações de como aproveitar melhor todo o potencial natural do litoral do Estado. “Nós não queríamos competir com o trabalho das autoridades locais, que é excelente, mas esta parte foi muito produtiva para os nossos alunos, que puderam aplicar os conhecimentos que têm adquirido na universidade em situações adversas, extraindo o que há de melhor de cada situação e enxergando inúmeras possibilidades de desenvolvimento em um contexto bastante diferente do que estão acostumados”, reflete.

Sem dúvidas, a participação dos rondonistas em Guimarães deixou saudades em todos os participantes. E, o mais importante, deixou marcas mais profundas, como os ensinamentos que poderão ser utilizados para otimizar as atividades cotidianas da população maranhense, e também dos próprios universitários, que ainda sentirão por muito tempo os impactos da vivência em uma cultura tão distante e ao mesmo tempo tão próxima, que acrescenta muito em suas formações profissionais. “Ainda hoje, as pessoas continuam a me mandar e-mails, SMS e vídeos com agradecimentos, o que me emociona muito, pois o retorno foi de fato muito grande”, confessa Francisco, com a voz embargada de emoção. Agora, fica a esperança de que a participação no projeto se torne uma tradição no IFSC, levando mais alunos no próximo ano e multiplicando a experiência, criando um ciclo de rondonistas.

Veja mais fotos da operação

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Assessoria de Comunicação

1 de março de 2012

Em última palestra, docentes falam de possibilidades no mercado de trabalho

Encerrando com chave de ouro o ciclo de palestras da Semana de Recepção de Calouros do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), no dia 1º de março, alguns professores dos cursos de graduação do Instituto proferiram mini palestras para situar melhor os calouros em relação aos cursos de Bacharelado em Física, Física Computacional e Ciências Físicas e Biomoleculares.

SRDurante duas horas e meia, os alunos tiveram a oportunidade de conhecer as principais pesquisas desenvolvidas no Instituto, com seu alcance multi e interdisciplinar, envolvendo áreas desde a biologia até física atômica, e mais do que isso: ter conhecimento de algumas das oportunidades fora da academia para exercer a profissão.

Renomados institutos de pesquisa, oportunidades para trabalho em empresas das mais diversas áreas e parte experimental de pesquisa básica foram alguns dos temas abordados pelos professores.

Embora os docentes tenham apresentado uma gama de possibilidades aos alunos no mercado de trabalho, parece que o forte dos novos ingressantes (pelo menos neste início de curso) continua sendo a área acadêmica.

Tanto a são-carlense, Ana Luíza Schultzer, 20, quanto o soteropolitano (nascido em Salvador-BA), Caio Jorge Silva, 17, afirmaram que, desde o início, tendem a dedicar-se à profissão de pesquisadores.

Ambos egressos em física computacional, não “caíram de paraquedas” no Instituto. Antes mesmo do vestibular, já haviam olhado a grade curricular do curso. “Com as informações postadas na internet, já fica bem clara a ideia do que ele tratará nos quatro anos”, conta Caio, afirmando que, mesmo antes de passar no vestibular, já tinha vontade de trabalhar na área acadêmica.

Ana Luíza é ainda mais familiarizada com o Instituto. Não somente pelo fato de ser são-carlense e ter frequentado o Observatório “Prof. Dietrich Schiel” por muitos anos, mas também pela influência exercida pelo pai, que trabalha na área de exatas. “Eu já tinha bastante noção do que era o Instituto e o que ele tinha para me oferecer, no geral”, compartilha a aluna.

SR-1Ambos afirmaram que, mesmo já com a ideia de partir para área de pesquisa, as palestras de apresentação dos cursos – e de oportunidades no mercado de trabalho – abrem novas possibilidades. “Tínhamos uma noção das oportunidades de trabalho para um físico, mas os professores deixam isso muito mais claro. Sabíamos das possibilidades de trabalhar em indústrias, mas não de que maneira. Isso ficou mais esclarecido para todos”, afirmou Caio.

Sobre o que mais os chamou atenção no mercado de trabalho para os físicos, Caio diz que os trabalhos com lasers nas áreas de saúde foram destaques, enquanto Ana Luíza se entusiasma mais com aquilo que está relacionado à computação.

Na primeira semana de aula, as expectativas são grandes para os dois calouros. O curso no qual ingressaram – relativamente novo – chama atenção pela mescla de física com computação, mas os dois colocam a física em primeiro lugar. “As disciplinas que nos apresentaram durante toda semana parecem muito interessantes e diferentes”, elogia Caio.

Quando questionados sobre a escolha da carreira, Ana Luíza e Caio são uníssonos: desde o começo, a física foi o principal atrativo para escolha da profissão. Mas a computação, que também faz parte das disciplinas, fica como um plus.

Ainda no mesmo dia, todos os alunos dos três cursos de graduação (já citados) tiveram oportunidade de conhecer as novas dependências do Instituto, no campus II (onde as mini palestras foram realizadas, inclusive), finalizando com o gesto simbólico do plantio de uma árvore no novo campus que, além de despertar a consciência ecológica dos calouros, fica como um registro simbólico da passagem de cada um deles pelo IFSC.

Assessoria de Comunicação

29 de fevereiro de 2012

Entrega dos “Prêmios Horácio Carlos Panepucci e Paulo Freire – 2011”

 

Integrada na “Semana de Recepção aos Calouros”, decorreu no dia 28 de fevereiro, pelas 19 horas, no Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas (IFSC-USP), a cerimônia de entrega dos “Prêmios Horácio Carlos Panepucci e Paulo Freire” referentes ao ano de 2011, um evento que já se tornou habitual no IFSC, onde os alunos homenageiam seus mestres.

mesa

 

A Mesa de Honra desta cerimônia foi composta pelo Vice-Diretor do IFSC, Prof. Dr. Osvaldo Novais de Oliveira Junior, Profa. Dra. Salete Linhares Queiroz, Coordenadora da Comissão de Licenciatura em Ciências Exatas, Prof. Dr. Otávio Thiemann, Coordenador da Comissão do Bacharelado em Ciências Físicas e Biomoleculares, Prof. Dr. Luís Gustavo Marcassa, Coordenador da Comissão de Bacharelado em Física, o Prof. Dr. Gonzalo Travieso, Coordenador da Comissão de Bacharelado em Física Computacional, o Vice-Diretor do IQSC – Instituto de Química de São Carlos, Prof. Dr. Germano Tremiliosi Filho, e a Profa. Dra. Renata Pontin Fortes, em representação do diretor do ICMC – Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação.

apresentadores

 

Na abertura do evento, coube aos professores Esther de Almeida Prado e Tito Bonagamba, traçarem uma retrospectiva das personalidades que dão seus nomes aos referidos prêmios, na circunstância, Paulo Freire, considerado um dos maiores educadores da história brasileira, e Horácio Carlos Panepucci, personalidade ímpar do IFSC-USP.

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Quanto às premiações, elas foram divididas por cursos, sendo que os professores homenageados foram eleitos, pelos alunos, através de votação que decorreu no final do segundo semestre de 2011.

 

Homenageados:

 

Prêmio Paulo Freire – Professores Cibelle Celestino Silva, Esther Almeida Prado, Herivelto Borges Filho, Irene Ignazia Onnis (eleitos pelos alunos de Licenciatura em Ciências Exatas, que ingressaram nos anos de 2008, 2009, 2010 e 2011).

 

Prêmio Horácio Carlos Panepucci – Professores Lidério Ioratti Júnior, Eduardo Ribeiro de Azevedo, Luís Gustavo Marcassa, Leonardo Paulo Maia (eleitos pelos alunos de Bacharelado em Física, que ingressaram nos anos de 2008, 2009 e 2010); Professores Cláudio José Magon, Lino Misoguti, Paulo Barbeitas Miranda, Luiz Antonio de Oliveira Nunes, Roberto Luiz Haiduke (eleitos pelos alunos de Ciências Físicas e Biomoleculares, que ingressaram nos anos de 2008, 2009, 2010 e 2011);

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Professores Gonzalo Travieso, Reynaldo Pinto, Carlos Antonio Ruggiero, Luiz Vitor de Souza Filho, Luiz Nunes de Oliveira (eleitos pelos alunos de Bacharelado em Física Computacional, que ingressaram nos anos de 2008, 2009, 2010 e 2011);

 

Prêmio Especial Horácio Carlos Panepucci – Professor Cléber Renato Mendonça e a funcionária Edvane Mariza Cavallaro.

 

No final da cerimônia, os alunos entregaram símbolos de reconhecimento aos membros da Mesa de Honra e procederam à leitura de um texto da autoria de Felipe Drummond, em homenagem a todos seus mestres:

HOMENAGEM AO PROFESSOR – por Felipe Drummond, adaptada.

Professor é uma dessas espécies raras, quase esquisitas. Apesar de eles não serem todos iguais, obviamente, há um curioso ponto em comum: são professores, coisa que vem do coração e corre no sangue com força.

Ser professor não é ofício para qualquer um. É preciso ser desdobrável e assumir diferentes facetas diante das mais diversas situações. Tem momento pai ou mãe: bronca e reclamação. Tem momento avó, o de passar a mão na cabeça. Tem momento irmão mais velho: estimula a zona, mas depois quer terminá-la. Tem momento psicólogo: ouve com paciência todos os problemas de seus alunos e ainda os aconselha. Tem momento palhaço, com riso e gargalhada. Tem momento programa de auditório, em que a estrela ofuscada se revela. Professor tem até seu momento aluno, afinal, construir conhecimento é via de mão dupla. E entre muitos, inumeráveis momentos, por que não citar também o momento linear, o angular, o de dipolo, e ainda o blue moment.

Professor também sofre um bocado. Quantas vezes precisam pedir silêncio para mais de trinta bocas falantes e desesperadas? Quantas vezes precisam conviver com gente dormindo em sala de aula? Quantas vezes gritam mais do que podem, dizendo que não são nossas babás? Quantas vezes se estressam conosco, porque nem sempre entendemos que entre professor e aluno não deve haver disputa, mas sim parceria? Isso sem falar nas muitas aulas, nas

muitas provas para fazer e corrigir… É verdade que são muitos os ossos do ofício, mas ainda maior é a perseverança de nossos mestres.

Mas professor faz muito mais do que ensinar… Professor abre caminhos, oferece possibilidades. Mais do que tudo, professor inspira. Não é preciso refrescar a memória para sabermos que não foram poucos os professores que passaram por nossa história. E muitos ainda passarão. Certamente, cada um deles deixou ou deixará alguma marca em nossas vidas. Trabalhando com empenho e honestidade, cabe-nos retribuir todo esse esforço e essa dedicação que nos foram devotados.

Afinal, em um futuro próximo será a hora de colhermos os frutos que semeamos por muito tempo com a participação indispensável de nossos mestres.

Por fim, deixamos aqui o nosso pedido de desculpas por nossas displicências e escorregadas, e também colocamos o nosso mais sincero agradecimento a esses homens e mulheres que dedicam o tempo e o coração a esse trabalho de louvor e que, mesmo enfrentando diversas dificuldades nessa caminhada, ainda são capazes de dizer, em ar de confissão e com os olhos brilhando, que jamais fariam na vida outra coisa que não ser professor. Não há como negar: magistério é ofício majestoso.

Muito obrigado.

 

Assessoria de Comunicação

28 de fevereiro de 2012

Pesquisadores do IFSC e do ICMC lançam livro sobre a ciência brasileira

livrofariaO livro “Ciência, Tecnologia e Inovação para um Brasil Competitivo” será lançado pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), em parceria com a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), no dia 1º de março, em uma solenidade a ser realizada no edifício sede da Capes, em Brasília.

A iniciativa de publicação do livro é da Capes e foi concretizada por um grupo da SBPC, coordenado pelo pesquisador Roberto Mendonça Faria, do Grupo de Polímeros do Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP). Além de Faria, a equipe foi composta por Jacobus Willibrordus Swart, Jailson Bittencourt de Andrade e João Batista Calixto – este último visitará o IFSC no próximo mês para proferir uma palestra no tradicional ciclo chamado “Ciência às 19 horas”, sobre a possível emancipação brasileira no que diz respeito à produção de fármacos. O livro é dividido em três partes: Educação e infraestrutura de C&T, Setores Estratégicos e Proposições, sendo que em cada uma delas há artigos de pesquisadores que dedicam seus trabalhos a estas áreas, como Rubens Naves e Eduardo Pannunzio, Paulo C. Goulart e Andréa Francomano, e Virgilio Almeida e José Carlos Maldonado, professor titular e diretor do Instituto de Ciências Matemáticas e Computação (ICMC) da USP São Carlos.

Além das instituições já citadas, a produção foi ainda subsidiada por sociedades e instituições científicas, como a Academia Brasileira de Ciência (ABC), o Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), a Sociedade Brasileira de Física (SBF), a Sociedade Brasileira de Microeletrônica (SBMicro) e a Sociedade Brasileira de Microbiologia (SBMicrobiologia), entre outras.

O Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação e ex-presidente da SBPC, Marco Antônio Raupp, e a atual presidente da entidade, Helena B. Nader, destacam as recomendações específicas e as propostas gerais apresentadas na obra, como a ideia de uma política geral de estado para fomentar e fortalecer os setores estratégicos da economia brasileira e a criação de uma empresa específica para a realização de atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação que atendam as necessidades do setor industrial nacional, bem como o retrato dos avanços quali-quantitativos alcançados pela ciência brasileira nos últimos anos, base para um acelerado desenvolvimento tecnológico que o país vem vivenciando.

Raupp, que redigiu a apresentação do livro, fala da importância da obra do ponto de vista da “análise que faz do capital humano, físico e regulatório voltado à inovação”. Jorge Almeida Guimarães, presidente da Capes, menciona, principalmente, a preocupação sobre a formação de recursos humanos nas áreas de engenharia, ciências exatas, farmácia e ciências da computação, assim como o desenvolvimento industrial do Brasil e de sua competitividade, o que ele trata como um desafio que cresce na medida das mudanças tecnológicas e da acelerada competição comercial em um contexto mundial, cada vez mais inovador.

Apresentado com o objetivo de contribuir para o avanço tecnológico e inovador do Brasil, por meio de recomendações e propostas concretas, a obra pretende igualmente servir como um dossiê que dê embasamento a uma reflexão mais profunda e para a tomada de medidas eficientes em relação ao futuro da ciência nacional.

Assessoria de Comunicação

28 de fevereiro de 2012

Como ser universitário antes de entrar na Universidade

Ir para Universidade, depois de finalizar o ensino médio, pode ser comum à maioria dos leitores dessa matéria. Mas, para muitos outros estudantes do Brasil, o ensino superior pode ser uma distante realidade ou nem mesmo fazer parte dos planos. E, mesmo para aqueles com condições financeiras e força de vontade para começar uma faculdade, a vida universitária só pode ser vivenciada depois que passam no vestibular.

Para dar uma forcinha aos alunos e desmistificar o conceito que conseguir uma vaga na universidade pública é coisa de outro mundo, um programa lançado em maio de 2011, pelo Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), providencia, antecipadamente, o autêntico clima universitário.

O Universitário por Um Dia (1Dia), desde seu lançamento, traz ao IFSC, de segunda a sexta-feira, alunos de escolas de ensino médio ou técnicas, públicas ou particulares, de todo estado de São Paulo. “Esse projeto começou em nosso CEPID [Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão] * em 2003 e tinha o objetivo de trazer escolas ao IFSC para que os alunos tivessem maior chance de se integrar à Universidade”, conta o docente e idealizador do projeto, Antonio Carlos Hernandes.

Em princípio, restrita a um número limitado de alunos, já que não se tinha espaço ou material para atender a todos os interessados, devido ao sucesso e resposta positiva dos participantes, Hernandes, ao ser eleito diretor do IFSC, decidiu estender a iniciativa. “Nessa ‘segunda fase’ do programa, mantivemos a mesma visão e objetivos gerais, mas a infraestrutura e disponibilidade de meios tornou-se muito maior”, conta.

Grade básica para toda vida

Com a “fórmula do sucesso” em mãos, mas agora com uma infraestrutura digna de receber muito mais participantes, o 1Dia contou com participação expressiva no ano de seu lançamento. A meta era dois mil alunos, mas com visitas agendadas cinco dias por semana, de maio (quando foi lançado oficialmente) a dezembro, 2.530 alunos passaram pelo Instituto. “A divulgação do programa foi feita tendo como base uma lista de professores inscritos em um curso que coordenei de formação continuada. Como eu tinha 700 professores inscritos, foi uma boa divulgação para todo estado. Depois disso, entrei em contato com o MEC, que me passou o cadastro com o contato direto dos diretores de todas as escolas dos ensinos médio e técnico do estado”, conta Herbert Alexandre João, coordenador do 1Dia.

A “Sala do Conhecimento”, localizada no prédio dos Laboratórios de Ensino de Física (LEF) tornou-se o local onde grande parte da programação é realizada. É lá que os alunos assistem ao “Show de Física” (experiências práticas relacionadas à mecânica, ondas, termodinâmica, eletricidade, magnetismo, óptica e física moderna) e onde passam a maior parte do dia. Mas, além disso, eles visitam diversas dependências do IFSC (laboratórios de pesquisa, salas de aula, biblioteca etc.) e almoçam no Restaurante Universitário do campus. “Eu chamaria a ‘Sala do Conhecimento’ de exemplar, pois fizemos diversas adaptações nela, pensando nos alunos”, afirma Herbert.

Surpresa desagradável

1Dia-2Com tantas visitas e tantos estudantes entusiasmados, algumas evidências da falta de familiaridade de alunos- especialmente das escolas públicas- com o ensino superior começaram a se revelar.

De acordo com Herbert, parte significativa dos alunos que passaram pelo 1Dia nunca ouviu falar de certos termos, comuns para maioria dos vestibulandos. “Para cada nível de escola que recebemos há um grau de desconhecimento, mas, principalmente, muitos alunos das escolas públicas estaduais não sabiam da existência da USP e o fato de ela ser gratuita. Outros desconhecem a existência da FUVEST, a diferença entre curso de exatas, humanas e biológicas e, ainda mais, sobre a carreira de um físico e sua área de atuação”.

Os dados são comprovados através de questionários respondidos pelos alunos, durante o 1Dia.

É o caso de Isabela Barbosa (15), estudante do SENAI de Americana. Embora já familiarizada com os termos relacionados aos vestibulares, nunca tinha adentrado um campus universitário. “Ouvi falar da USP, pela primeira vez, já no ensino fundamental”, relembra. A visita, ela afirma, influenciará diretamente na escolha de sua carreira. “Já vi como são algumas profissões. Nesse caso, vendo física e conhecendo melhor as matérias, minha visão já mudou. Antes de vir para cá, achava que faculdade era aquela coisa terrível, chata. Meu pensamento mudou totalmente e o programa é uma bela oportunidade para o estudante pensar em seu futuro”.

Paulo Chavari (18), também do SENAI de Americana, que já teve a oportunidade de conhecer outros campi universitários, destacou a estrutura do campus São Carlos e, em especial, a do IFSC. Sobre o programa, ele tem a mesma opinião da colega. “É fundamental! A universidade que faz isso, com certeza está ganhando um público maior, porque tendo essa oportunidade, sai aquela imagem de que entrar numa universidade pública é um bicho de sete cabeças. Vindo aqui, temos mais ânimo e motivação para tentar”.

Tais depoimentos alegram Hernandes, pois vão ao encontro com o principal intuito do professor. De acordo com o docente, a intenção do projeto, desde seu início, sempre foi mostrar ao aluno que é possível que ele estude em uma universidade pública. Mostrar, também, que a USP é uma instituição de ensino e pesquisa, é um ponto importante. “O principal objetivo é tentar forçar os estudantes a entrar numa instituição pública! Por quê? Porque elas são de pesquisa. O estudante, não importa de qual curso, terá uma formação mais apurada, o que fará com que tenhamos um melhor cidadão para o país”.

1Dia-1De acordo com Herbert, todos os estudantes ficam impressionados com a infraestrutura da universidade e, ter um dia de universitário genuíno, é uma experiência única. “Outro destaque do 1Dia é a parte experimental. Em sala de aula, os alunos não estão acostumados a realizar experimentos e ver os conceitos que aprendem na prática. E isso tanto nas escolas públicas, como nas particulares. Eles imaginam que os experimentos realizados aqui são feitos com equipamentos mirabolantes e caros”.

Mais do que universitários por um dia, os estudantes não são meros espectadores, mas sim participantes ativos nessa diária especial.

Dos pontos salientados por Herbert, um ganha destaque: as facilidades financeiras oferecidas pela Universidade, para dar condições aos estudantes na realização e conclusão dos cursos, impressiona a todos. Alojamento, refeição, bolsas de iniciação científica, estágios no exterior etc. são tão surpreendentes aos alunos quanto a infraestrutura das salas de aula ou dos laboratórios de pesquisa. “Quando eles questionam como poderão se manter na faculdade e eu lhes falo de todos esses programas e bolsas, isso sempre impressiona muito”.

Ansiedade pelo feedback

Por se tratar de um projeto que, há pouco tempo, abraçou um número muito maior de alunos, resultados mais palpáveis ainda não foram visualizados. Mas, o Programa já se tornou marcante aos participantes e também aos idealizadores. “Ainda hoje, encontro pessoas que passaram pelo projeto e conversam comigo, relembram sua participação. Já encontrei pais que me disseram que os filhos foram estudar na universidade pública por conta da visita ao IFSC”, relata Hernandes.

Sobre esse ponto, Herbert também se manifesta. “O reflexo desse programa não poderá ser visto hoje, pois recebemos muitos alunos de 1º e 2º colegial, então só conseguiremos ter noção de algo em, mais ou menos, dois anos. Mas, o retorno imediato nós temos através do entusiasmo dos alunos e inclusive dos professores”, afirma, exemplificando com o fato de que alguns professores voltaram mais do que uma vez ao Programa, com turmas diferentes de alunos.

Mesmo que cursos de física, no geral, não sejam muito procurados, o Universitário por Um Dia vai além: objetiva, pura e simplesmente, que os estudantes de ensino médio deem sequência aos seus estudos. No quadro caótico da educação brasileira, mais alunos formados em curso superior pode ser o passo inicial do país rumo à trajetória do efetivo desenvolvimento. “O país precisa de profissionais de todas as áreas, mas é muito importante ter pessoas de formação qualificada para pesquisa. Sem conhecimento básico consolidado é impossível trazer as mudanças que o país precisa, e o Programa é fundamental nesse ponto”, conclui Hernandes.

A meta para 2012 (entre fevereiro e novembro) é receber cinco mil alunos. E, embora, só seja reiniciado no final de fevereiro, 54 escolas já agendaram sua participação no 1Dia. Tais números e referências servem para reforçar, mais uma vez, a importância da educação e como ela, definitivamente, é o caminho certo para o futuro do país.

Para agendamentos ou informações adicionais sobre o programa, acesse http://www.lef.ifsc.usp.br/salaConhece/

*Centro Multidisciplinar para Desenvolvimento de Materiais Cerâmicos

Assessoria de Comunicação

28 de fevereiro de 2012

Pesquisadores do IFSC e do ICMC lançam livro sobre a ciência brasileira

livrofariaO livro “Ciência, Tecnologia e Inovação para um Brasil Competitivo” será lançado pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), em parceria com a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), no dia 1º de março, em uma solenidade a ser realizada no edifício sede da Capes, em Brasília.

A iniciativa de publicação do livro é da Capes e foi elaborado por um grupo da SBPC que foi coordenado pelo pesquisador Roberto Mendonça Faria, do Grupo de Polímeros do Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP). Além de Faria, a equipe foi composta por Jacobus Willibrordus Swart, Jailson Bittencourt de Andrade e João Batista Calixto – que, aliás, estará visistando o IFSC no próximo mês para proferir uma palestra no tradicional ciclo chamado “Ciência às 19 horas”, sobre a possível emancipação brasileira no que diz respeito à produção de fármacos. O livro é dividido em três partes: Educação e infraestrutura de C&T, Setores Estratégicos e Proposições, sendo que em cada uma destas partes há artigos de pesquisadores que dedicam seus trabalhos a estas áreas, como Rubens Naves e Eduardo Pannunzio, Paulo C. Goulart e Andréa Francomano, e Virgilio Almeida e José Carlos Maldonado, professor titular do Instituto de Ciências Matemáticas e Computação (ICMC) da USP São Carlos.

Além das instituições já citadas, a produção foi ainda subsidiada por sociedades e instituições científicas como a Academia Brasileira de Ciência (ABC), o Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), a Sociedade Brasileira de Física (SBF), a Sociedade Brasileira de Microeletrônica (SBMicro) e a Sociedade Brasileira de Microbiologia (SBMicrobiologia), entre outras.

O Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação e ex-presidente da SBPC, Marco Antônio Raupp, e a atual presidente, Helena B. Nader, destacam as recomendações específicas e as propostas gerais apresentadas na obra, como a ideia de uma política geral de estado para fomentar e fortalecer os setores estratégicos da economia brasileira e a criação de uma empresa específica para a realização de atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação que atendam as necessidades do setor industrial nacional, bem como o retrato dos avanços quali-quantitativos alcançados pela ciência brasileira nos últimos anos, base para um acelerado desenvolvimento tecnológico que o país vem vivenciando.

Raupp, que redigiu a apresentação do livro, fala da importância da obra do ponto de vista da “análise que faz do capital humano, físico e regulatório voltado à inovação”. Jorge Almeida Guimarães, presidente da Capes, menciona principalmente a preocupação sobre a formação de recursos humanos nas áreas de engenharia, ciências exatas, farmácia e ciências da computação, assim como com o desenvolvimento industrial do Brasil e de sua competitividade, o que ele trata como um desafio que cresce na medida das mudanças tecnológicas e da acelerada competição comercial em um contexto mundial cada vez mais inovador.

Apresentado com o objetivo de contribuir com o avanço tecnológico e inovador do Brasil, por meio de recomendações e propostas concretas, a obra pretende servir como um dossiê que dê embasamento para uma reflexão mais profunda e para a tomada de medidas eficientes em relação ao futuro da ciência nacional.

Assessoria de Comunicação

28 de fevereiro de 2012

Novos alunos aproveitam a Semana de Recepção dos Calouros

Teve início na manhã desta segunda-feira, 27, a Semana de Recepção aos Calouros dos cursos do Instituto de Física de São Carlos. Os professores Valmor Mastelaro, presidente da Comissão de Graduação, e Osvaldo Novais de Oliveira Junior, vice-diretor do Instituto, falaram para cerca de cento e cinquenta alunos sobre os fundamentos da programação da semana e também forneceram detalhes sobre os cursos e sobre as possibilidades que a universidade oferece a estes novos estudantes.

O professor Osvaldo focou seu discurso em alguns dos temas mais importantes trabalhados na grade curricular dos três cursos de bacharelado do IFSC – falou sobre as áreas fundamentais (partículas…), sobre matéria (quântica, viva, etc), e modelos matemáticos e computacionais. Além disso, conseguiu fazer uma panorâmica das tendências da ciência global, falando sobre a eScience – um método de análise de dados resultantes de qualquer fenômeno – que, atualmente, parece ser o que há de mais sintonizado com a era da tecnologia computadorizada. O docente também tomou algum tempo para dar exemplos sobre como o IFSC tenta acompanhar esse desenvolvimento tecnológico e manter seu nível de excelência em pesquisa, aprofundando-se no caso do curso de Física Computacional, que não apenas utiliza a Física para solucionar problemas característicos da computação, mas também faz a via inversa, explorando problemas da Física para desenvolver modelos computacionais. Além disso, a interdisciplinaridade também é um diferencial importante para o reconhecimento de que o IFSC dispõe atualmente.

O docente também incentivou os alunos explicando o que considera ser uma grande vantagem de ser um físico: o baixo nível de obsolescência das teorias físicas. “Tudo o que ensinamos e aprendemos continua sendo válido e eficiente muito tempo depois”, comentou.

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Já o professor Valmor procurou especificar a programação da semana dos calouros, dando as coordenadas para que os estudantes possam aproveitar ao máximo uma oportunidade que ele chamou de rara e única na vida de um universitário. Alguns dos destaques da programação são a entrega dos prêmios Bernhard Gross, Horácio Panepucci e Paulo Freire, além do encontro dos alunos com os coordenadores de seus cursos, da visita aos laboratórios e biblioteca, das palestras que abordam a atuação do físico no mercado de trabalho e do famoso “Trote Solidário”, que arrecada mantimentos para a população da cidade.

O professor também mostrou aos alunos as inúmeras possibilidades que eles terão de aprofundar seu vínculo com o Instituto, procurando mais conhecimento e ganhando intimidade com a vida acadêmica. Depois de comentar as habilitações possíveis de cada curso, ele falou sobre as comissões de graduação e o apoio que eles oferecem aos universitários, como vagas de monitoria, bolsas de Iniciação Científica, estágios e outras oportunidades.

Neste clima de inauguração, uma mistura de alegria e nervosismo, teve início a vida universitária dos cento e cinquenta alunos presentes no Auditório Professor Sérgio Mascarenhas. Logo na sequência, eles assistiram à primeira palestra de muitas, intitulada “Neutrino: partícula fantasma, onipresente e… superluminar?”, ministrada pelo pesquisador Marcelo Guzzo, da Unicamp. Este ainda é apenas o começo de uma semana repleta de atividades pensadas especificamente para introduzir os jovens de maneira mais íntima no universo acadêmico, oferecendo todo o apoio necessário para que eles aproveitem este momento especial da melhor maneira possível. O IFSC já foi reconhecido pela Pró-Reitoria da USP, em 2011, como a unidade que melhor recepciona seus calouros.

Para ver a programação completa da semana, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação

28 de fevereiro de 2012

Tecnologia facilita diagnóstico de distúrbios gastrointestinais

Pesquisa desenvolvida por físicos da USP São Carlos emprega um semi-metal como sensor de acidez no esôfago humano, associando a tecnologia a um dispositivo eletrônico que oferece diagnóstico rápido e fácil para o paciente que sofre de doenças gastrointestinais

O projeto de pesquisa de docentes do Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP) baseia-se no desenvolvimento de métodos para preparação de monocristais de antimônio – um metaloide representado na tabela periódica pelo símbolo “Sb” – com dimensões apropriadas para aplicações em eletrodos responsáveis pela determinação de pH no esôfago humano.

sensorO resultado final é um aparelho portátil, com funcionamento à base de pilha alcalina, capaz de armazenar dados estatísticos a partir do monitoramento da acidez no local de aplicação. Quando transmitidos a um computador através de um simples cabo USB, estes dados fornecem um laudo de fácil leitura para diagnóstico de pacientes que sofrem de refluxos ácidos por distúrbios gastrointestinais.

Segundo José Pedro Andreeta, pesquisador do Grupo de Crescimento de Cristais e Materiais Cerâmicos (CCMC) do IFSC-USP e coordenador da pesquisa, o antimônio é um elemento químico que, ao entrar em contato com um meio ácido, fornece um sinal eletrônico proporcional à acidez deste meio. “Isso faz com que ele seja o material mais conveniente para ser aplicado como sensor de pH”, comenta ele. Além disso, o antimônio tem uma grande vantagem, que é uma possibilidade natural de miniaturização, e também baixa impedância – oposição ao fluxo de transferência de energia. Estes fatores associados configuram um quadro favorável ao desenvolvimento desta tecnologia, em substituição aos frágeis sensores convencionais fabricados a partir da miniaturização de vidro, conforme explica Andreeta: “A interferência do sensor deve ser desprezível quando queremos determinar o pH de sistemas biológicos, constituídos por soluções de pequeno volume”, como é o caso de órgãos do sistema digestivo humano.

O principal desafio do projeto de pesquisa está relacionado à eficiência e à durabilidade dos sensores de antimônio. As técnicas de trabalho convencionalmente conhecidas com o antimônio são baseadas em eletrodos policristalinos, que costumam produzir impulsos de baixa resolução e de estabilidade pobre, o que dificulta sua sensibilidade quando o caso é um processo contínuo de medidas. “Esse fato está associado, principalmente, à presença de uma grande quantidade de contornos de grãos (cristais isolados na matéria em estado sólido) em contato com a solução, pois a taxa de dissolução e de formação de óxido difere significativamente da que ocorre nas faces monocristalinas”, esclarece o pesquisador.

fibra_andreetaOs monocristais, por sua vez, são desenvolvidos a partir de processos que evitam a necessidade de cortes e polimentos pós-preparação, o que, além de custar caro, ocasiona defeitos indesejáveis no material.

“Os monocristais foram crescidos em forma de fibras, com dimensões apropriadas para aplicação nos eletrodos, sem prévia manipulação”, conta Andreeta. Este processo está sendo patenteado pela USP, em parceria com a Alacer Biomédica, indústria eletrônica que atuou no financiamento da pesquisa e já manipula a técnica, transformando-a em um produto final acessível e já disponível no mercado.

A técnica

Andreeta explica, em detalhes, o porquê da necessidade de desenvolvimento de uma técnica de crescimento dos monocristais de antimônio. Segundo ele, em um cristal existe uma organização sequencial de átomos em uma rede cristalina, razão pela qual é comum encontrar na natureza corpos sólidos cerâmicos que são constituídos de uma infinidade de micro cristais, o que mascara as suas propriedades e inviabiliza, muitas vezes, as suas aplicações tecnológicas. Já um monocristal, por sua vez, é um material sólido, constituído por um único cristal. Exemplos de monocristais são os diamantes que encontramos na natureza: sua organização atômica é quase perfeita e segue uma rede cristalina pré-estabelecida.

“A preparação de um monocristal em laboratório é normalmente muito mais difícil do que a preparação de um material cerâmico, porque muitos parâmetros devem ser controlados”, comenta Andreeta. É por esta razão que eles raramente são encontrados na Natureza e têm um custo tão elevado.

Dominando a técnica de produção destes monocristais em laboratório, foi produzido um sensor para aplicação possível no esôfago de qualquer ser humano através de um cateter. A partir da monitoração, um dispositivo eletrônico se encarrega de produzir laudos médicos que oferecem um diagnóstico de fácil leitura, calculado com base em métodos pré-estabelecidos de cálculo de pH, como as pontuações de DeMeester e de Boix-Ochoa.

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O software consegue fazer outros cálculos, com base nos dados medidos pelo sensor, como a Probabilidade de Associação com Sintomas, Índice de Sensibilidade a Sintomas e Índice de Sintomas, o que facilita o diagnóstico no caso do paciente que sofre de refluxos de diversas origens. Além disso, o equipamento eletrônico permite a associação com diversos outros softwares, feito inédito na substituição de equipamentos completos de exames e diagnósticos, facilitando o trabalho do profissional da saúde e aumentando significativamente as chances de recuperação do paciente que, acometido pela doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), pode sofrer de azia, ardor, tosse, problemas respiratórios e outras inconveniências e desconfortos que, em casos extremos, podem levar até mesmo à morte.

A partir da análise feita pelo equipamento, associada ao estudo dos antecedentes do indivíduo, é possível avaliar o quadro e indicar o melhor tratamento que, ao lado de dietas balanceadas e, por vezes, intervenções cirúrgicas, podem devolver saúde e bem estar ao paciente.

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Assessoria de Comunicação

27 de fevereiro de 2012

Nova colaboradora do IFSC

Fabiola_Maria_Monaco_ArakakiA partir do dia 27 de fevereiro, o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) passa a contar com nova colaboradora: Fabiola Maria Monaco Arakaki, docente admitida junto ao Departamento de Física e Informática (FFI).

O IFSC dá as boas-vindas à nova servidora!

Assessoria de Comunicação

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