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7 de março de 2012

Pesquisadores do IFSC formam Rede para combate à epidemia mundial

De acordo com a Federação Internacional de Diabetes, a cada oito segundos, a diabetes mata uma pessoa no mundo. No Brasil, a situação não é menos grave. A Sociedade Brasileira de Diabetes chegou ao número de sete milhões de brasileiros infectados pela doença o ano passado, sendo que 90% sofre de diabetes tipo 2, causada, principalmente, pela obesidade e sedentarismo.

Sendo considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma epidemia mundial, profissionais de todas as áreas passaram a preocupar-se com soluções para cura da doença, buscando alternativas não só para o tratamento, mas, sobretudo, para a prevenção desse mal.

O Ministério da Saúde brasileiro, através do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), lançou, no início de 2010, uma chamada a grupos de pesquisa interessados em estudar diagnóstico, prevenção ou tratamento da diabetes, em nível nacional.

Sendo assim, pesquisadores do Laboratório de Nanomedicina e Nanotoxicologia do grupo de Biofísica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP) decidiram utilizar seus conhecimentos para identificação precoce da diabetes, e aprovaram uma “Rede de Diabetes” para diminuir as assustadoras estatísticas que se referem à doença. De que maneira? Literalmente, estimando a quantidade de adiponectina produzida no organismo.

De acordo com Valtencir Zucolotto, docente do IFSC e coordenador da “Rede de Diabetes”, estudos anteriores já indicavam a relação entre variação dos níveis de adiponectinas com a incidência de resistência à insulina, ou de diabetes tipo 2. “Antes de contrair a diabetes tipo 2, o paciente pode já ter apresentado níveis de adiponectina alterados”, conta Zucolotto.

DiabetesEsse dado levou os pesquisadores a pensar que os números referentes a essa produção podem estar diretamente ligados à incidência da diabetes tipo 2. Partindo desse princípio, ter conhecimento sobre a quantidade de adiponectina produzida no corpo humano pode ser um método de prevenir a doença.

É quando entra em cena a “Rede”, coordenada por Zucolotto, que, através de nanotecnologia, em um futuro próximo passará a produzir sistemas integrados de diagnóstico (chips parecidos com as fitinhas vendidas em farmácias, que medem a quantidade de insulina no corpo) para monitorar a quantidade de adiponectina produzida no organismo. “O objetivo dessa “Rede” é produzir, pela primeira vez, um dispositivo que monitore a adiponectina e relacionar essa quantidade com a obesidade e aparecimento de resistência à insulina e diabetes tipo 2″, explica o docente.

A pesquisa coletará amostras de grupos de pacientes obesos, hipertensos e normais e medirá a quantidade de adiponectina em cada um deles. O próximo passo é encontrar a possibilidade do uso dos chips para monitorar o hormônio em questão. “No momento dos testes, verificando-se a variação dos níveis de adiponectina, será possível fazer associações dessa quantidade com a incidência de diabetes tipo 2. Um paciente com níveis baixos do hormônio pode ter tendência em desenvolver a diabetes tipo 2, no futuro. Aí entra a parte de prevenção”, explica.

Diabetes-3Zucolotto conta que essa é a primeira vez em que um aparelho é desenvolvido para fazer tal medição. Os testes, que se iniciam até o meio do ano, serão feitos diretamente em humanos. A parceria é feita com pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP-USP), que coletarão as amostras de pacientes, enviando-as posteriormente ao IFSC, para análise.

A Rede de Diabetes, que, em princípio deve vigorar por três anos, acaba de ser aprovada pelo CNPq. “Para fazer a chamada de pacientes, coletar amostras e analisá-las, esse é o tempo mínimo que uma “Rede” deve valer para trazer resultados mais concretos”, conta Zucolotto.

Podendo prevenir esse grande mal, anos antes de sequer se manifestar, será muito mais fácil diminuir o número de diabéticos no Brasil e no mundo. A torcida é para que tal método não iniba, também, a boa alimentação e prática de exercícios, os principais responsáveis pelo aparecimento da doença.

Assessoria de Comunicação

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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