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Sobre Rui Sintra

2 de maio de 2019

“EFC-2018” impulsionou jovem a ingressar no IFSC/USP

O que é necessário para formar um bom cientista? O questionamento inicia uma longa lista de respostas – longa demais para apenas alguns parágrafos – mas que para o ingressante do Curso de Bacharelado em Física, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP), Vinícius Pereira Pinto (18 anos), a curiosidade corresponde à síntese ideal.

Natural de Itaú de Minas (MG), Vinícius nunca escondeu a paixão pelo universo científico que, intensificada pela curiosidade irrefreável do garoto, ganhou ainda mais espaço após o primeiro contato com a disciplina de Física, no primeiro ano do Ensino Médio. “Logo de cara eu percebi que aquela era uma área que se eu tivesse a oportunidade de me aprofundar na graduação aprenderia muito mais e seria feliz profissionalmente”, relata Vinícius. “Com autoconhecimento, percebi que me tornaria um bom pesquisador e que escolher Física como graduação me proporcionaria uma ótima oportunidade para isso”.

Mesmo já tendencioso quanto ao futuro ensino superior, as dúvidas ainda assombravam o estudante. Como uma resposta dos céus – ou da internet -, foi navegando no Facebook que o atual ifscano ficou ciente de um evento já tradicional deste Instituto: a Escola de Física Contemporânea do ano de 2018 já estava com as inscrições abertas. “Eu estava no Facebook vendo as últimas publicações de conhecidos quando de repente surgiu um link de inscrição para a EFC. A publicação não era de ninguém muito próximo – talvez de um amigo de amigos em comum – que deu a sorte de aparecer na minha página inicial. Eu fiquei curioso e resolvi pesquisar mais para entender do que se tratava: era a minha cara. Fiz a inscrição sem nem mesmo consultar meus pais, mas depois sentamos todos juntos e decidi pagar os custos da Escola com o dinheiro que tinha guardado da minha bolsa de Iniciação Científica”, comenta Vinícius. “Depois dessa experiência, decidi sempre divulgar para antigos colegas de escola. Até mesmo quem não quer seguir Física como graduação acaba se interessando pela Escola. É uma experiência muito bacana!”, complementa.

Turma de alunos selecionados para a Escola de Física Contemporânea 2018 (EFC-2018) – Vinicius é o sétimo na primeira linha de estudantes

Sobre a Escola de Física Contemporânea, Vinícius ainda menciona a importância do contato prévio com a estrutura e funcionamento do Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP) para decidir de vez entre o interior são-carlense e a capital paulista no momento de inscrição dos vestibulares. “Quando tomamos uma decisão importante é natural querer o melhor, e eu sabia que, independentemente do curso, a Universidade de São Paulo (USP) é a melhor. Eu pretendia prestar Física, mas não fazia ideia que a Universidade tinha dois campi com o mesmo curso: eu acreditava que existisse apenas em São Paulo”, admite. “A EFC me fez perceber que São Carlos também era alternativa; bastava escolher. Vir para São Carlos e viver uma parcela do que a cidade, a estrutura e o funcionamento do Instituto proporcionam bastou para escolher o polo do interior. Ambos os Institutos têm alta qualidade de ensino e oportunidade de pesquisa, mas o fato de São Carlos ser mais próxima da minha cidade e menor que São Paulo, pesou na hora de escolher”.

O impacto das escolhas também atingiu Vinícius durante a decisão do curso. Segundo o estudante, o apoio dos pais e a base sólida de ensino proporcionado pelos profissionais do Instituto Federal do Sul de Minas (IFSULDEMINAS – Campus Passos), onde fez o Ensino Médio, foi imprescindível para o jovem ter alcançado a concorrida vaga na universidade. “Eu sempre tive muito claro que queria morar fora de casa, fazer faculdade fora. Fui gradualmente mostrando o que queria fazer da minha vida e por mais que meus pais talvez preferissem cursos mais bem pagos, nunca me impediram de cursar o que eu tinha vontade. Eu estava convencido e eles sabiam que não me fariam mudar de ideia: tudo na base de muito apoio e respeito”, menciona. “Também muito importante para eu estar onde estou hoje foi a educação que recebi no Instituto Federal. Lá, eu adquiri muita bagagem, tanto para minha vida pessoal, quanto acadêmica: me tornei mais preparado, decidido, e sei que tudo foi graças aos bons professores que tive, onde eu estudei”.

Sobre a preparação para o vestibular e estudos no geral, Vinícius aponta seus erros e acertos e compara os ritmos de estudo no ensino médio e curso superior. “A preparação para o vestibular foi complicada para mim, porque eu não tinha um ritmo regular de estudo. Apesar disso, minha dedicação era máxima em sala de aula e é a isso que eu devo a minha aprovação. Foi graças a minha bagagem”, relata. “Agora, na universidade, eu estou empenhado a organizar meus horários de estudo. Embora tenha menos aulas do que tinha no ensino médio, a exigência da graduação é muito maior e o meu nível de dedicação deve ser rigoroso. Agora, é ainda mais importante aprender a estudar”, constata Vinícius.

Vinicius e colegas de grupo na apresentação final da EFC-2018

Agora ingressante do Bacharelado em Física, o mineiro não falta em expectativas quanto ao curso e a experiência universitária e ainda revela o interesse por atividades extracurriculares. “Quero aproveitar o curso e a universidade o melhor possível, não apenas quanto a oportunidades de aprendizado. Assim como o desenvolvimento intelectual, a chance de sair de casa e estudar com pessoas diferentes possibilita a construção de novas amizades e amadurecimento. Acredito que tudo será oferecido”, relata. “Sobre interesses ‘desvinculados’ a graduação, estou tentando não me comprometer com tanta coisa agora no início do curso. Eu sou muito envolvido em atividades extras, mas não quero me comprometer muito agora no início do curso. Por enquanto, estou participando do Clube de Astronomia, que se reúne semanalmente em atividades organizadas pelos próprios alunos; mas também pretendo entrar para o FoCA – o grupo de fotografia do CAASO. A fotografia foi meu hobby durante cerca de seis anos e, honestamente, estava com medo de não ter um grupo como este”, comenta Vinicius, bem humorado. “Como é um campus onde predominam as ciências exatas, ter um grupo de fotografia foi uma surpresa boa”.

Quanto a construção da carreira após a graduação, Vinícius tem ideia sólida sobre o próprio destino profissional. “Eu considero continuar na Academia: fazer pós-graduação e me tornar pesquisador em Física Teórica – área que eu tenho maior interesse. O que eu ainda não tenho certeza é se quero exercer a pesquisa dentro ou fora do país, porque além de depender muito das minhas futuras oportunidades na graduação e pós-graduação, para ser pesquisador no Brasil é necessário ser também docente, o que não me agrada”, diz. “Ser um bom professor requer muita didática e paixão por ensinar, a ponto de inspirar seus alunos a serem professores. Não acho que tenho didática para ser docente e, no momento, lecionar não é o meu objetivo de carreira, então quero achar uma maneira de conciliar essas duas vontades”.

Afinal, o que é formar um bom cientista? Para Vinícius, a resposta da questão vem acompanhada de mensagem simples, mas verdadeira: reconhecer-se como cientista antes de tudo. “Escolher o curso é muito importante, é claro, mas não é preciso ter pressa. Feita a escolha, é necessário lutar por ela e não apenas “passar por passar” no vestibular. Além disso, entrar na universidade e não absorver nada – seja como físico ou como pessoa – não vale nada; é preciso dar o seu melhor naquilo que você faz para não se tornar um adulto frustrado. Seja físico por prazer, não por obrigação, porque o que te faz um bom cientista é se sentir completo com aquilo que você escolheu”.

(Carolina Falvo – Estag Jornalismo /Superv. Rui Sintra)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

2 de maio de 2019

Tadas Pyragious fala sobre “A Voigt Effect 3d Vector Magnetometer”

O Dr. Tadas Pyragious, estudante de doutorado da Universidade de Nottingham, atuando no Grupo de Matterwave and Quantum Optics, foi o palestrante convidado em mais um seminário do Grupo de Óptica do IFSC/USP realizado no dia 02 de maio, subordinado ao tema “A Voigt Effect 3d Vector Magnetometer”

O palestrante começou por demonstrar e sublinhar que o magnetismo desempenha um papel fundamental na natureza, existindo em quase todos os domínios concebíveis do mundo físico, desde as estrelas e planetas até nossos cérebros e corações.

Alguns fenômenos magnéticos são fáceis de observar e medir, enquanto outros são muito pequenos e sutis, tornando-se quase impossível detetá-los. A evolução da magnetometria de precisão, utilizando a natureza quântica dos átomos, permitiu o acesso à compreensão de sinais no cérebro e no coração, além de ampliar as fronteiras do conhecimento das forças fundamentais da natureza.

Nesta palestra, Tadas descreveu um método para detetar dispersivamente todos os três componentes do vetor de um campo magnético externo, usando átomos alcalinos cobertos de radiofrequência, com base no efeito Voigt.

Para conseguir isso, mediu-se a birrefringência linear do meio atômico em radiofrequência, via homodonização por polarização. Isto dá origem a sinais de polarização modulados na primeira e segunda harmônicas da frequência de dressagem. Os componentes vetoriais do campo magnético externo são mapeados nas quadraturas desses harmônicos. Esse esquema tem uma geometria de feixe de eixo único simples, tornando-se vantajoso para sensores de campo magnético em miniatura.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

30 de abril de 2019

Seminário na UFSCar apresenta o “Torneio Internacional dos Físicos”

No próximo dia 2 de maio,  quinta-feira,  às 16h30, na Sala de Seminários ”Swieca Nova” (UFSCar), o Programa de Pós-Graduação em Física daquela Universidade apresenta o oolóquio subordinado ao tema “O Torneio Internacional dos Físicos que será ministrado pelo Prof. Dr. Antonio Alvaro Ranha Neves, da Universidade Federal do ABC

Nos últimos anos, 18 equipes formadas por alunos de graduação e mestrado de várias universidades no mundo, competiram para discutir alguns dos 17 problemas em aberto. Os problemas foram e continuam, sendo complexos, envolvendo vários conceitos de física, sendo que a equipe precisou tentar solucioná-los através de experimentos e/ou simulações.

Esta atividade promove o conhecimento adquirido na graduação, além de trabalhar os “soft-skills” para a futura carreira de físicos.

O palestrante discutirá a experiência vivida com a equipe brasileira nos torneios de 2017 e 2018, além da primeira seletiva nacional promovida pela UFABC.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

30 de abril de 2019

Jovem cientista brasileira participa de primeira imagem de buraco negro

A pesquisadora brasileira Lia Medeiros, do Steward Observatory, da University of Arizona, nos E.U.A, participou da equipe do EHT (Event Horizon Telescope) que fez  a primeira imagem de um buraco negro situado na galáxia M87.

A entrevista que segue foi conduzida por José Clóvis de Medeiros, da Assessoria de Comunicação do Instituto de Física da USP (IFUSP)

Onde você nasceu? Onde estudou antes de ir para os E.U.A? Conte um pouco sobre sua família, que formação tem/tinham seus pais? Fale um pouco sobre sua origem, formação inicial, etc.

“(…) Eu nunca morei mais do que 4 anos em um mesmo lugar.”

Eu nasci no Rio de Janeiro, fui para a Inglaterra com 2 anos, voltei para o Rio com 5 anos, morei em São Carlos por 6 meses, e morei em Belo Horizonte entre os 06 e os 10 anos de idade. Fui para a Califórnia, nos E.U.A., com 10 anos e morei em 4 cidades diferentes na Califórnia durante 14 anos. Eu nunca morei mais do que 4 anos em um mesmo lugar.

Fiz graduação em Berkeley e estudei física e astrofísica. Fiz doutorado na Universidade da Califórnia em Santa Bárbara onde eu obtive uma bolsa da NSF (National Science Foundation). Com essa bolsa eu pude passar alguns anos em outras universidades durante meu doutorado. Nos E.U.A. doutorados em física/astrofísica duram de 5 a 6 anos e incluem também o mestrado. Passei os dois primeiros anos em Santa Bárbara; o terceiro, na Universidade do Arizona; o quarto, em Harvard, o quinto e o sexto anos, na Universidade do Arizona. A supervisora da minha tese é professora na Universidade do Arizona.

Meu pai é professor da USP, em São Carlos, e eu acho que a experiência de crescer perto de pesquisa teve um grande impacto em mim. Meu pai sempre incentivou minha curiosidade científica. Minha mãe fez faculdade em psicologia.

Como foi a decisão de estudar no exterior? Por que Física? O que a motivou a pesquisar o Cosmos?

“(…) Percebi desde pequena que a matemática era universal (…)”.

Para mim não foi uma escolha estudar no exterior. Eu já estava morando nos E.U.A. e era até mais fácil ir para uma universidade no mesmo sistema escolar e na mesma língua em que eu já estava estudando. Eu me mudei muito quando era pequena e troquei de língua entre o inglês e o português 3 vezes até os 10 anos. Percebi desde pequena que a matemática era universal, e se eu focasse na matemática isso seria útil em qualquer lugar.

Quando eu estudei Cálculo, Física e Astronomia ao mesmo tempo no ensino médio, eu fiquei maravilhada em descobrir como a matemática pode ser usada para explicar, e até fazer previsões sobre o universo. Buracos negros e a relatividade geral me fascinaram ainda mais, especialmente o fato de que velocidades altas e campos gravitacionais podem dilatar o tempo. Lembro-me de perguntar para um professor qual matéria que eu deveria cursar na universidade se eu quisesse estudar buracos negros e relatividade. Ele disse que física ou astrofísica seriam boas opções, então eu estudei as duas.

No contexto dos seus estudos/trabalho como você avalia a formação obtida no Brasil?

“(…) Só estudei no Brasil até os 10 anos, e quando cheguei nos E.U.A. estava bem avançada em comparação com meus colegas (…)”.

Isso é um pouco difícil de responder para mim porque eu não tenho um bom conhecimento sobre a formação obtida no Brasil. Só estudei no Brasil até os 10 anos, e quando cheguei nos E.U.A.  estava bem avançada em comparação com meus colegas, mas não sei como comparar o ensino superior que obtive nos E.U.A. com o ensino no Brasil.

Quais são os principais temas de pesquisas/estudos que você está realizando atualmente? Onde?

“(…) Já fiz mais de 12.000 simulações de buracos negros diferentes, e calculei o que o EHT (Event Horizon Telescope) iria ver se olhasse para um buraco negro como cada um destes (…)”

https://eventhorizontelescope.org/

Créditos: Lia Medeiros e E C. K. Chan – University of Arizona (USA)

Atualmente estou fazendo simulações de buracos negros que são diferentes do que esperamos baseado na teoria da relatividade geral. Estou usando teoria de perturbação para adicionar perturbações à geometria de Kerr (a solução das equações de Einstein que esperamos que descreva buracos negros reais). Já fiz mais de 12.000 simulações de buracos negros diferentes, e calculei o que o EHT (Event Horizon Telescope) iria ver se olhasse para um buraco negro como cada um destes. https://eventhorizontelescope.org/

Estou usando Análise de Componentes Principais (“Principal Components Analysis – (PCA)”), um algoritmo que determina uma autobase para uma base de dados. A autobase é escolhida de forma que o menor número de autovetores seja necessário para descrever grande parte da variabilidade que existe na base de dados original. Descobri que é possível reconstruir todas as 12.000 imagens de buracos negros diferentes usando apenas 4 ou 6 autovetores dependendo do nível de precisão necessário. Atualmente, eu estou pesquisando na Universidade do Arizona e esse projeto foi realizado aqui, mas vou começar um postdoc no Instituto de Estudos Avançados (Institute for Advanced Study – IAS), no primeiro dia de junho deste ano.     

Há colaboração entre a instituição em que está atuando e a USP? Se sim, por favor, descreva.

“(…) Eu acho que ser exposta à pesquisa desde criança (na USP) ajudou a despertar em mim a curiosidade científica.”

Acho que não, mas a USP teve um impacto significativo na minha vida, pois eu ficava muito tempo na USP quando visitava meu pai. Eu acho que ser exposta à pesquisa desde criança ajudou a despertar em mim a curiosidade científica.

Quais são os seus projetos para 2020? E na área em que você atua quais são as inovações que você consegue antever?

“(…) O foco principal da minha tese foi usar simulações de buracos negros e seus discos de acreção turbulentos para entender melhor como a variabilidade da fonte, que vem do fluxo de acreção turbulento, afetaria os observáveis do EHT (…)”

Foto: NASA

O EHT (Event Horizon Telescope) tem dois alvos principais, o buraco negro da galáxia M87 e o buraco negro no centro da nossa galáxia, Sgr A*. Até agora só divulgamos uma imagem do buraco negro em M87. Sgr A* é uma fonte significativamente mais difícil de imagear, já que é cerca de 1.000 vezes menor do que o buraco negro em M87. Como está também cerca de 1.000 vezes mais perto de nós, parece ser do mesmo tamanho no céu, mas o menor tamanho estabelece uma escala de tempo de Sgr A* 1.000 vezes menor que a de M87. Isso significa que a estrutura de emissão do Sgr A* pode mudar ao longo do tempo que se leva para obter a imagem, e esta variabilidade torna esse problema muito mais complexo. O foco principal da minha tese foi usar simulações de buracos negros e seus discos de acreção turbulentos para entender melhor como a variabilidade da fonte, que vem do fluxo de acreção turbulento, afetaria os observáveis do EHT. Mostrei que a variabilidade esperada afetaria significativamente nossa capacidade de criar uma imagem usando métodos convencionais e propus um novo algoritmo baseado na Análise de Componentes Principais para resolver esse problema. Atualmente estou trabalhando na finalização deste algoritmo e aplicando-o aos dados do Sgr A*. Espero poder reconstruir uma série temporal de imagens para o Sgr A*.

O número de telescópios envolvidos no projeto EHT já aumentou dos 8 telescópios que foram usados para fazer as observações de abril de 2017 que resultaram na imagem M87 publicada na semana passada. Hoje, 11 telescópios estão prontos para participar das próximas observações do EHT. Esperamos continuar a expandir este projeto e até mesmo consideramos a possibilidade de lançar uma antena no espaço para participar das observações do EHT.

Avaliando a sua experiência quais são as vantagens e desvantagens de trabalhar e realizar pesquisas no exterior?

“(…) Eu acho que a disponibilidade de financiamento científico para projetos dessa magnitude é uma vantagem significativa na realização de pesquisas científicas nos Estados Unidos.”

O EHT recebeu 28 milhões de dólares de financiamento ao longo de vários anos para tornar possível este recente resultado. Eu acho que a disponibilidade de financiamento científico para projetos dessa magnitude é uma vantagem significativa na realização de pesquisas científicas nos estados Unidos.

Pretende voltar e continuar a realizar suas pesquisas no Brasil? Se sim, por quê?

“(…) Eu tenho muito orgulho de ser brasileira (…)”.

Eu gosto muito do Brasil, me sinto mais em casa no Brasil do que nos E.U.A., e tenho muito orgulho de ser brasileira. Atualmente não tenho nenhum plano específico de voltar, mas já pensei muito sobre isso em várias etapas da minha vida. Eu já estou fora do Brasil há bastante tempo e, portanto, eu estou meio sem prática em português, o que dificulta um pouco voltar a fazer pesquisa no Brasil.

(Entrevista conduzida por José Clóvis de Medeiros – Instituto de Física da USP)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

30 de abril de 2019

Aula especial para ingressantes do Curso de Engenharia Aeronáutica

A chegada de novas alunas e novos alunos em nossas Unidades de Ensino e Pesquisa é sempre um momento muito especial para a Universidade de São Paulo. Após êxito no vestibular, elas e eles se apresentam aos cursos da USP com enorme orgulho e muita motivação, sendo responsabilidade dos docentes atuar de forma profissional, didática e acolhedora nas salas de aula, com destaque para as disciplinas que são oferecidas para outras Unidades. Este é o caso dos cursos de física oferecidos pelo IFSC/USP para as alunas e aos alunos da EESC/USP.

No caso específico do Laboratório de Física Geral I, os temas das primeiras práticas desta disciplina, caso não sejam bem explorados, podem trazer monotonia às aulas, desmotivando os alunos logo nos primeiros dias na USP.

Com o intuito de motivar alunas e alunos de Engenharia Aeronáutica do Curso de Laboratório de Física Geral I, foi oferecida uma aula especial no dia 22 de abril de 2019.

Entre as práticas já realizadas, foi abundantemente discutido o tema “Medidas Físicas”. Ciente da importância deste tema para a Aeronáutica, o docente deste curso, Prof. Tito J. Bonagamba (IFSC/USP), convidou o Prof. Jorge Henrique Bidinotto, do Departamento de Engenharia Aeronáutica (EESC/USP), para proferir uma palestra sobre “Medidas Físicas em Aviões”. O título escolhido para a palestra foi “Unidades de Medida”.

Durante agradáveis duas horas, o Prof. Bidinotto, de forma bastante integrada com as aulas que as alunas e os alunos tiveram com o Prof. Bonagamba, discorreu didaticamente e de forma abundante sobre vários tópicos associados a medidas físicas na aviação. Foi um momento de grande importância para as alunas e os alunos, pois puderam ouvir de um docente experiente da área a relevância dos tópicos apresentados no Curso de Laboratório Geral de Física I, que são usados em sistemas de controle de voo de aeronaves modernas.

A experiência foi um sucesso, pois o Prof. Bidinotto foi muito aplaudido.

Para o sucesso da atividade, o Prof. Bonagamba contou com o apoio do técnico Carlos Nazareth Gonçalves e do monitor Adriano Fernandes. Também prestigiou a aula especial o Prof. Jean Claude M’Peko, do IFSC/USP.

Para o Prof. Jorge Henrique Bidinotto “O contato do aluno com áreas mais específicas da engenharia já nos primeiros meses do curso é fundamental para o amadurecimento do estudante e uma melhor formação acadêmica, expondo-o a atividades mais próximas àquelas que ele vai encarar nos últimos anos do curso e na própria vida profissional. Iniciativas como essa podem ajudar ainda na redução da evasão, que é um grave problema em todos os cursos de engenharia na atualidade”.

O Prof. Bonagamba lembra que este tipo de atividade já foi realizado duas vezes no semestre passado, com o mesmo êxito (confira AQUI e AQUI).

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

29 de abril de 2019

Após sucesso da primeira edição: vem aí o “IFSCão – 2nd. Dog Therapy”

Depois do sucesso obtido no “IFSCÃO – 1ª Dog Therapy, ocorrido no passado dia 30 de março, nas instalações do IFSC/USP, onde a interação com cães selecionados permitiu avaliar a sensibilidade e o estado de espírito das pessoas que conviveram de perto com os animais, a Comissão de Graduação do IFSC/USP vai organizar o segundo encontro, marcado para o dia 01º de maio, a partir das 16 horas, no gramado do Edifício E-1 da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) – defronte ao Edifício Administrativo do IFSC/USP (entrada pela portaria lateral – R. Miguel Petroni).

Em contraste com a primeira edição, este “IFSCÃO 2nd. Dog Therapyvai acolher todos aqueles que queiram levar seus cachorros – desde que sejam sociáveis – para que a troca de experiências possa ser mais lata e benéfica para todos, contando-se novamente com a participação da psicóloga que se encontra ao serviço do IFSC/USP, Drª Bárbara Kolstock, que uma vez mais elaborou um questionário que será entregue a cada participante, no final do evento. Esta edição contará também com a presença de uma adestradora, que terá a missão de “acalmar” os cachorros mais nervosos, ensinando alguns truques a seus donos.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

29 de abril de 2019

Da infância “rebelde” à posição de pesquisador de alto nível

Blurring the boundaries between topological and non-topological physical phenomena dots foi o título da defesa de doutorado realizada no final de 2018, assinada por Denis Ricardo Candido, aluno de pós-graduação de nosso Instituto, baseado no trabalho da autoria do próprio (VER AQUI), conjuntamente com Michael E. Flatté, e José Carlos Egues de Menezes, docente e pesquisador do IFSC/USP, seu orientador, e que mereceu destaque especial em noticia publicada pela Sociedade Brasileira de Física – clique AQUI para conferir.

Entre os anos de 2005 e 2007 foram descobertos os denominados isolantes topológicos, que possuem uma característica muito interessante: embora sejam isolantes, eles são metálicos na superfície, diferentes dos isolantes normais, ou seja, eles conduzem corrente na superfície. Para destacar a importância desse novo ramo da Física, o Prêmio Nobel de Física de 2016 foi dado recentemente aos pioneiros teóricos que iniciaram em meados de 1980 toda a base para esse novo campo de estudo. O que torna esses materiais tão especiais, a ponto de se distinguirem dos restantes, é o fato dos elétrons da superfície transportarem corrente sem resistência, sem perda de energia. Tal perda de energia gera como consequência um aumento da temperatura em semicondutores, o que por sua vez limita os avanços de microprocessadores. Neste trabalho, Denis além de ter estudado pequenos pedaços desses materiais, também estudou pequenos pedaços dos semicondutores usuais: “Descobrimos que para pequenas porções de materiais – como pontos quânticos – não existe nenhuma diferença entre estes tão distintos tipos de semicondutores. Essa é a razão do ‘Blurring the Boundary’: descobrimos que para sistemas pequenos, a diferença entre esses tipos de materiais pode não existir! Foi basicamente essa a ideia do nosso trabalho. Existe uma afirmação expressa na literatura que isolantes topológicos são muito diferentes de isolantes ordinários, e o que demonstramos é que para sistemas pequenos, como pontos quânticos, isso não corresponde à verdade, uma vez que nos diversos materiais que estudamos nós encontramos as mesmas similaridades”, pontua Denis.

O nome “topológico” já agradava a Denis, que sabia antecipadamente que haveria muita matemática envolvida – como conceito de topologia e cálculos de invariantes topológicos. “Como um amante de matemática e física, fui para esse campo porque envolvia duas coisas que eu gosto muito, especificamente o tema desse trabalho, já que em meados de 2013, no doutorado, comecei a estudar isolantes topológicos de forma geral. Nessa época, um projeto do Prof. Carlos Egues (IFSC/USP) foi aceito pela Sociedade Americana de Física (American Physical Society), em conjunto com a Sociedade Brasileira de Física, ao abrigo do programa Brazil-U.S. Exchange Program. Isso resultou na visita do Prof. Michael Flatté para ministrar palestras e mini-cursos durante uma semana no nosso Instituto – ver notícia AQUI.

Em um desses eventos, o Prof. Flatté apresentou um trabalho envolvendo Quantum Dots. Durante essa palestra, eu pensei ‘porque não tentar resolver os postos quânticos para os isolantes topológicos?’, material esse que já estávamos estudando há bastante tempo? E isso foi onde tudo começou. Hoje trabalho com o Prof. Prof. Flatté, em Chicago (EUA). A conclusão que eu tiro disso é a importância de eu ter entrado em um grupo internacional, com importantes colaborações e contatos ao redor do mundo. Muito provavelmente, se o Prof. Egues não conhecesse o Prof. Flatté, essa colaboração talvez nunca tivesse surgido e eu não estaria em Chicago, neste momento”, sublinha Denis. Esse “network” é muito importante no meio da Física. É difícil se manter atualizado perante todos os novos estudos se você está isolado. E como consequência, é ainda mais difícil fazer ciência “nova” sem tudo isso, como explica Denis. “Nesse sentido, acho que a visão do Prof. Egues é muito boa. Enfim, eu conheci o prof. Flatté nessa instância. Após isso, comecei a gerar resultados a partir da minha ideia, discuti e interagi muito com o Prof. Egues e achamos os resultados interessantes. Posteriormente, mostramos e discutimos os resultados com o Prof. Flatté, isso gerou uma colaboração e publicamos no “PRL”. Depois da publicação e no final do meu doutorado ele me propôs um pós-doutorado nos Estados Unidos e eu aceitei”.

A cidade de Chicago (EUA)

Denis enfatiza o quanto se sentiu feliz e orgulhoso ao publicar seu trabalho de doutorado na revista de física de prestigio Physical Review Letters (PRL). “PRL é uma das revistas de maior tradição na Física e muito dos trabalhos premiados pelo Nobel de Física foram (continuam sendo) publicados nela. É uma revista que leva em conta a originalidade e o  impacto dos resultados para a Física. Então, eu sinto muito orgulho do trabalho que fizemos, fiquei realmente muito feliz. Vale enfatizar também que uma grande parte dos trabalhos enviados para essa revista são rejeitados, então eu tenho a certeza de que fizemos realmente um trabalho diferenciado”, pontua nosso entrevistado.

Um garoto “bagunceiro”

Denis tem 29 anos, nasceu na cidade de Leme, interior do estado de São Paulo, onde fez seu ensino fundamental e médio, confessando que sempre foi um jovem “agitado”. “Tive muita dificuldade na escola, principalmente em termos de comportamento – desatento, de alguma forma indisciplinado – e não foram raras as vezes em que fui mandado para fora da sala de aula. Foi difícil porque, inclusive, quando cheguei à sétima série os professores praticamente me odiavam. Para complicar ainda mais as coisas, minha mãe era professora na escola em que eu estudava, então para ela era terrível. Para o meu pai, menos, mas era ruim também. Eu levava muita bronca, eles não reagiam bem – e com razão -, porque eu não apresentava nenhum interesse pelo ensino. Contudo, entre a sétima e a oitava série algo aconteceu comigo. Parece que houve um clique na minha cabeça e eu comecei a melhorar na escola: acho que tive consciência que queria ser alguém na vida: não ser taxado de “bagunceiro” para sempre, recorda Denis.

Esta súbita inversão de comportamento, segundo Denis, deu-se a partir da sétima série, principalmente por ele ter começado a se relacionar com mais pessoas, a entender mais o mundo adulto. “Comecei a reparar nas diferenças que haviam entre as pessoas: aquelas que eram, digamos, minimamente escolarizadas, com outras que, infelizmente, não conseguiam ter uma vida equilibrada. Foi quando a “ficha caiu” e acabei decidindo que era a hora de estudar porque queria ter uma vida saudável, uma vida boa, ser um exemplo e orgulho para os meus pais, para meus futuros filhos, amigos, esposa e para meu país. Eu vi que precisava fazer diferente”, comenta nosso entrevistado, acrescentando que seu súbito interesse pela ciência teve algo a ver com a “falta” de espiritualidade. “É importante acrescentar que eu sempre tive um problema com a palavra e a figura de Deus. Quando isso acontece, você é obrigado a achar uma alternativa para explicar as coisas e esse foi outro motivo para ter buscado a ciência como uma melhor amiga, entender realmente o que está por trás do mundo, sem simplesmente colocar a palavra “Deus” para tentar explicar tudo. Acho que vale acrescentar que, independente de meu péssimo comportamento até à sétima série, o meu gosto pela matemática talvez venha de berço, porque minha mãe é professora de matemática”.

Eis que, de repente, Denis se vê dentro de uma Universidade (USP). Segundo nosso entrevistado, durante os primeiros meses de faculdade ele já sentia que era aquilo mesmo que queria, dentro de um curso apaixonante. “Você realmente investiga tudo que tem por trás do mundo, tentando entender as leis que regem tudo. Então foi, para mim muito bom. Eu fiquei maravilhado, realmente apaixonado quando entrei na faculdade”, esclarece Denis, que acrescenta que sua escolha pelo IFSC/USP se deu de forma natural, primeiro porque a Universidade de São Paulo é uma das melhores universidades do país, e segundo porque o Instituto de Física de São Carlos estava sediado em uma cidade pequena e muito perto de sua residência. No que concerne às dificuldades encontradas durante seu bacharelado, Denis comenta que graças ao ensino de base muito forte que teve na sua escola Coopel, em Leme, sua base ficou formada. “O mais difícil foi a falta de maturidade que eu tinha para entender e interpretar todos os resultados, leis e consequências das leis físicas. A matemática era mais fácil, mas a interpretação da parte física ainda era difícil, porque dependendo do campo que você segue, a física é muito abstrata. Você precisa ter um poder de abstração muito apurado para poder interpretar e lidar com todos os resultados, então, acho que a maturidade para ter isso foi uma das coisas mais difíceis para mim”, sublinha Denis.

A decisão pela Física e seu gabarito com pesquisador

Denis já tinha decidido qual seria a trilha que seguiria rumo ao seu futuro profissional – a Academia -, pois segundo nosso entrevistado ele nunca gostou do meio corporativo. “Eu acredito em um lugar melhor, em fazer a diferença na educação, então porque não melhorar a ciência e a pesquisa de base no Brasil? Isso eu não conseguirei fazer se estiver no meio corporativo; então, me enquadro melhor na Academia, pois é um lugar que eu sei que posso fazer a diferença”.

Depois de ter ultrapassado a graduação, Denis não parou mais e lançou-se no mestrado no IFSC/USP. Durante esse período, Denis conta que teve suas primeiras experiências internacionais. “A primeira vez que viajei para fora do Brasil foi para fazer Física!”, ressalta Denis. “A convite do Prof. Egues, fomos para a Universidade de Basel, na Suíça, passar um mês no grupo do Daniel Loss, fazendo colaborações, contatos e atualizando sobre os mais recentes avanços no nosso campo”, comenta. Depois disso, Denis conta que a experiência internacional só aumentou durante seu Doutorado, também realizado no IFSC/USP. “A participação em conferências internacionais é uma coisa muito visada pelo Prof. Egues, e sempre se dava um jeito para que um número máximo de participantes do grupo conseguisse atender a um evento internacional”.

Denis tem participações em 16 conferências internacionais, acumulando 11 palestras e 11 posters apresentados nas mesmas. Além de todas essas experiências, Denis foi pesquisador visitante duas vezes na Universidade de Basel, no grupo dos Prof. Daniel Loss e Dominik Zumbühl. Sob o financiamento da Prof. Ewelina Hankiewicz e do projeto FAPESP-BAYLAT, Denis foi pesquisador visitante na Universidade de Wurzburg (Alemanha), instituição que realizou pela primeira vez a confirmação experimental dos Isolantes Topológicos. Durante esta estadia, um outro trabalho envolvendo Isolantes Topológicos foi publicado como sugestão do Editor na Revista Physical Review B (leia AQUI).

Denis conta que dentre todas suas experiências internacionais nunca se sentiu inferior aos estudantes locais e, por consequência, nunca teve timidez em levantar perguntas e discussões durante todas suas viagens, não só pela forte educação recebida no IFSC/USP, como também pela dinâmica do grupo de pesquisa o qual entrou. “Eu tive muita “sorte” de entrar em um grupo como o do Prof. Egues. Durante os primeiros anos já era claro que os trabalhos do grupo tinham níveis internacionais. E quando os trabalhos tem esse nível, as discussões que circulam no grupo também são de alto nível, com temas novos e relevantes para o cenário da física atual. Lembro, também, que a ideia do grupo não era só gerar e entender resultados, mas também entender de fato todos os fundamentos por trás das teorias abordadas. Enquanto tudo não era entendido, o trabalho não era publicado. Isso pode parecer chato a princípio, mas o resultado dessa prática foi fundamental para criar no grupo um conhecimento sólido e profundo sobre os tópicos, gerando assim a habilidade de conseguir questionar e discutir de igual para igual com os principais grupos do exterior”, salienta Denis.

No entanto, Denis encarou alguns desafios, como o sistema que se encontra implementado nas universidades: “Não posso deixar de fazer uma crítica ao sistema das universidades, como um todo. Em minha opinião, nós estudamos muito conteúdo, mas quando você vira um físico pesquisador – no mestrado e doutorado – a gente começa a participar de um meio que gira em torno da pesquisa e isso é uma coisa que, infelizmente, a gente não tem bem estruturado no curso de graduação, mestrado e doutorado. Eu posso dizer que saí Físico de um curso de graduação, sem ter sabido o que é uma pesquisa de verdade. Aprendemos a resolver problemas, mas isso não resume a pesquisa: é achar e criar um problema interessante e só depois resolvê-lo. Nas matérias de graduação, mestrado e doutorado, a gente só aprende a entender e resolver os problemas, mas nunca criar. Essa foi a minha maior dificuldade durante minha vida de pesquisador; como pesquisador, você não só precisa saber resolver o problema, mas criar um para ser resolvido. Em qualquer matéria, o professor passa o conteúdo, nós treinamos com exercícios em casa e depois tem a prova. Tudo que a gente aprende a fazer é resolver exercícios (problemas), mas quando a gente pesquisa, você tem que criar o próprio problema para ser resolvido, tem que ver o que vai atacar. A decisão de qual problema atacar é algo que eu tive de aprender “sozinho”, no mestrado e doutorado, porque não tive a base para isso”, comenta Denis.

O testemunho do Mestre

Prof. Dr. José Carlos Egues de Menezes

Já devidamente estabilizado em Chicago, com um contrato de dois anos – renovável -, Denis afirma que sua vida como pesquisador é completamente diferente daquela que se vive no Brasil. “A primeira coisa é que o incentivo que se vê aqui é impressionante; são em média dois seminários diferentes por semana. Fica muito mais fácil se manter atualizado, pois além do contato com o trabalho, você também pode ter contato com os autores. Ao meu ver, isso acaba estimulando muito meu trabalho. Você acaba tendo mais ideias e mais criatividade.” Denis acrescenta: “Aqui, a gente também trabalha em projetos interessantes e de alta relevância no cenário internacional, então isso tem me deixado bastante feliz. Estamos trabalhando com bastantes grupos experimentais, o que está sendo uma experiência nova e muito interessante. Hoje, vejo que essa proximidade teoria-experimento é uma coisa que infelizmente parece estar em falta no Brasil. Uma coisa importante de mencionar é que estou aqui com a minha esposa, então é tudo mais fácil, pois tenho uma pessoa em quem confio, com a qual converso, peço opiniões e divido experiência, então isso acaba facilitando tudo. Embora seja tudo diferente, sou bastante feliz, pois é tudo novo, gostoso: estamos ainda no momento eufórico”, enfatiza Denis, manifestando desejo de fazer outros pós-doutorados com a finalidade de aprender outras coisas, acrescentar mais bagagem para quando voltar para o Brasil ter uma “musculatura” legal para prosseguir sua vida como pesquisador. “Eu gostaria muito de fazer pós-doutorado na Suíça, na Universidade de Basel. A ideia é tentar passar um tempo lá, aprendendo algo novo e também me especializando”. Denis também expressa preocupações com o cenário da política atual, uma vez que o descaso com a educação, pesquisa e ciência só tem aumentado.

O Prof. Dr. José Carlos Egues de Menezes, docente e pesquisador do IFSC/USP – e orientador de Denis – é a principal testemunha do amadurecimento científico de nosso entrevistado. “Durante os anos de mestrado e doutorado, testemunhei o amadurecimento científico (e pessoal  arrisco dizer) de Denis. O mesmo se tornou um pesquisador independente, extremamente crítico e capaz de produzir trabalhos sólidos de alto nível – características que tentamos despertar/estimular nos alunos do meu grupo de pesquisa. Nosso grupo sempre foi – e continua sendo – um ambiente de muita discussão e onde promovemos/estimulamos/encorajamos o entendimento profundo de ideias e conceitos e não apenas o rigor matemático/teórico, “tem que entender a física” eu sempre enfatizo. Foi dentro deste espírito que Denis foi “educado” durante o seu mestrado e doutorado, tornando-se um ávido e lúcido questionador e promotor de “discórdia” – no bom sentido.  Este estágio pós-doutoral em um grupo de excelência nos EUA que ora Denis realiza, sem dúvida deverá contribuir para que ele expanda ainda mais os seus (já amplos) horizontes científicos e de vida.  Tenho certeza que ele terá grande êxito como pesquisador/professor ou em qualquer outra atividade profissional futura.  Desejo-lhe muito sucesso, Denis!”, conclui o docente.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

29 de abril de 2019

“Laboratório de Difusão Científica (LaDiC): 19 anos de uma história”

Ariane Baffa Lourenço, pesquisadora colaboradora com pós-doutorado em Educação pela Universidade de São Paulo e Universität des Saarlandes (Alemanha), foi a palestrante de mais um seminário promovido pelo Grupo de Pesquisa em Nanomateriais e Cerâmicas Avançadas do IFSC/USP (NACa), realizado no último dia 26 do corrente mês, subordinado ao tema Laboratório de Difusão Científica (LaDiC):  19 anos de uma história.

Em seu colóquio, Ariane começou por apresentar o Laboratório de Difusão Científica (LaDiC), criado no ano de 2000 pelo Prof. Dr. Antonio Carlos Hernandes no grupo de Pesquisa Crescimento de Cristais e Materiais Cerâmicos (CCMC-IFSC). Sua criação adveio da necessidade do Centro Multidisciplinar para o Desenvolvimento de Materiais Cerâmicos (CDMC), vinculado ao CEPID-FAPESP, de ter um laboratório responsável pela disseminação de conhecimento científico aos diferentes segmentos da sociedade.

Desde a sua criação, o LaDiC desenvolve e implementa ações de diferentes naturezas, voltadas à divulgação e disseminação do conhecimento, envolvendo a formação continuada de estudantes da Educação Básica, do Ensino Superior, profissionais autônomos, dentre outros públicos.

Neste seminário, a Ariane apresentou uma síntese das ações desenvolvidas pelo LaDiC nos seus 19 anos de existência, os desdobramentos dessas ações na culminação de projetos em diferentes

instituições de ensino, os projetos de pesquisa a elas desenvolvidos e as perspectivas de ações futuras.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

26 de abril de 2019

Prof. Daniel Magalhães fala sobre o “Sistema Internacional de Medidas”

No último dia 26 deste mês, o programa Colloquimum Diei teve como palestrante o Prof. Daniel Varela Magalhães (EESC),  que apresentou o tema “O que muda no novo sistema internacional de unidades?”.

O palestrante explanou sobre a mudança formal no Sistema Internacional de Unidades – SI, marcada pela data comemorativa do Dia Internacional da Metrologia, 20 de maio próximo. Ele afirmou que essa mudança reflete uma atualização importante das nossas Unidades de Medidas, pois as define em termos de constantes fundamentais da natureza,  ao invés de usar artefatos, como padrões de referência.

O palestrante esclareceu a evolução do SI, tendo abordado elementos motivadores para suas alterações e seus pré-requisitos, principalmente, as Unidades de Base para tempo, comprimento e massa, sendo a última a mais chamativa para essa reestruturação.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

26 de abril de 2019

IFSC/USP: Bolsa FAPESP – PD em Planejamento de Fármacos

O Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) oferece uma (1) oportunidade para pesquisador de Pós-Doutorado, com bolsa FAPESP. O pesquisador irá integrar um grupo multidisciplinar de pesquisadores em colaboração com a unidade de planejamento de fármacos da University of Dundee – Escócia, Reino Unido (http://www.drugdiscovery.dundee.ac.uk/home), para estudar novos compostos ativos contra T. cruzi e Leishmania spp., a partir de fontes naturais, para o tratamento da doença de Chagas e da leishmaniose.

Trata-se de um projeto temático intitulado “Converting natural product leads into structure- and ligand-based drug discovery campaigns against leishmaniasis and Chagas’ disease” (Processo FAPESP 2018/14268-9), fruto do acordo com o Medical Research Council do Reino Unido (MRC/UKRI), com apoio do Fundo Newton.

O pós-doutorando será responsável pelo planejamento e execução de (i) ensaios fenotípicos in vitro contra Trypanosoma cruzi e Leishmania, e (ii) estudos in vitro de farmacocinética e metabolismo (solubilidade, permeabilidade, lipofilia e estabilidade metabólica). A iniciativa visa também o estudo do mecanismo de ação (MoA) por meio da deconvolução do alvo para os compostos bioativos identificados.

Requisitos

Os candidatos devem possuir título de doutor obtido há no máximo 7 (sete) anos, no país ou no exterior, e experiência na condução de ensaios in vitro de parasitologia e/ou farmacocinética/ADME in vitro. Fluência em inglês e capacidade de trabalhar em equipes interdisciplinares são obrigatórios.

Inscrições

O prazo de inscrição se encerra em 23 de maio de 2019. Os interessados devem enviar curriculum vitae, carta de interesse e duas cartas de recomendação para o Prof. Adriano D. Andricopulo (aandrico@ifsc.usp.br), coordenador do projeto.

Informações sobre a bolsa

O selecionado receberá bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP no valor de R$ 7.373,10 mensais e Reserva Técnica, que equivale a 15% do valor anual da bolsa e se destina à utilização em atividades estritamente relacionadas com o projeto de pesquisa da Bolsa, no período de vigência da mesma. Bolsistas que precisem se mudar para São Carlos/SP podem solicitar o benefício de Auxílio Instalação, quando houver deslocamento por distância superior a 350 km (trezentos e cinquenta quilômetros). Esse benefício precisa ser aprovado pela FAPESP.

Mais informações sobre a bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP: www.fapesp.br/270.

Para conferir o processo nº 2018/14268-9 da FAPESP, clique AQUI.

(Foto: OMS)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

25 de abril de 2019

Em Santa Catarina: XVIII Brazil MRS Conference – XVIII B-MRS

Realiza-se entre os dias 22 e 26 do próximo mês de setembro, em Balneário Camburiú (SC), o XVIII Brazil MRS Conference  – XVIII B-MRS, numa organização da Sociedade Brasileira de Pesquisa e, Materiais, um fórum inteiramente dedicado aos avanços e perspectivas recentes em ciência e tecnologia de materiais, contando-se com a participação de diversas sociedades latino-americanas de pesquisa em materiais, que apresentarão, através de seus representantes,vinte e três simpósios nas mais variadas áreas de interesse.

A conferência de abertura será apresentada pela Profª Yvonne Primerano Mascarenhas, docente e pesquisadora do IFSC/USP, que ocorrerá no conhecido “Complexo Cristo Luz”, e que se subordinará ao tema Cristalografia no Brasil: origem e panorama atual.

Dia 30 de abril é data limite para a submissão de “abstracts”.

Para mais informações sobre este evento, e/ou para se inscrever, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

25 de abril de 2019

Catalin Toma dá seminário no “Journal Club/General Relativity”

No último dia 25 de abril, o Seminário do “Journal Club/General Relativity” contou com a participação do aluno de pós-graduação do IFSC/USP, Catalin Toma, oriundo da Universidade de Jacobs (Alemanha).

O palestrante dissertou sobre o tema Spontaneous scalarization of black holes and compact stars from a Gauss-Bonnet coupling, uma palestra que congregou vários jovens pesquisadores do IFSC/USP.

Os seminários integrados no “Journal Club/General Relativity” são da responsabilidade dos docentes e pesquisadores do nosso Instituto, Profs. Daniel Vanzella e Betti Hartmann, contando sempre com a participação de pesquisadores convidados e de alunos de pós-graduação que desenvolvem temas e pesquisas relacionadas com a área específica de conhecimento.

 

 

 

Asssessoria de Comunicação – IFSC/USP