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2 de maio de 2019

“EFC-2018” impulsionou jovem a ingressar no IFSC/USP

O que é necessário para formar um bom cientista? O questionamento inicia uma longa lista de respostas – longa demais para apenas alguns parágrafos – mas que para o ingressante do Curso de Bacharelado em Física, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP), Vinícius Pereira Pinto (18 anos), a curiosidade corresponde à síntese ideal.

Natural de Itaú de Minas (MG), Vinícius nunca escondeu a paixão pelo universo científico que, intensificada pela curiosidade irrefreável do garoto, ganhou ainda mais espaço após o primeiro contato com a disciplina de Física, no primeiro ano do Ensino Médio. “Logo de cara eu percebi que aquela era uma área que se eu tivesse a oportunidade de me aprofundar na graduação aprenderia muito mais e seria feliz profissionalmente”, relata Vinícius. “Com autoconhecimento, percebi que me tornaria um bom pesquisador e que escolher Física como graduação me proporcionaria uma ótima oportunidade para isso”.

Mesmo já tendencioso quanto ao futuro ensino superior, as dúvidas ainda assombravam o estudante. Como uma resposta dos céus – ou da internet -, foi navegando no Facebook que o atual ifscano ficou ciente de um evento já tradicional deste Instituto: a Escola de Física Contemporânea do ano de 2018 já estava com as inscrições abertas. “Eu estava no Facebook vendo as últimas publicações de conhecidos quando de repente surgiu um link de inscrição para a EFC. A publicação não era de ninguém muito próximo – talvez de um amigo de amigos em comum – que deu a sorte de aparecer na minha página inicial. Eu fiquei curioso e resolvi pesquisar mais para entender do que se tratava: era a minha cara. Fiz a inscrição sem nem mesmo consultar meus pais, mas depois sentamos todos juntos e decidi pagar os custos da Escola com o dinheiro que tinha guardado da minha bolsa de Iniciação Científica”, comenta Vinícius. “Depois dessa experiência, decidi sempre divulgar para antigos colegas de escola. Até mesmo quem não quer seguir Física como graduação acaba se interessando pela Escola. É uma experiência muito bacana!”, complementa.

Turma de alunos selecionados para a Escola de Física Contemporânea 2018 (EFC-2018) – Vinicius é o sétimo na primeira linha de estudantes

Sobre a Escola de Física Contemporânea, Vinícius ainda menciona a importância do contato prévio com a estrutura e funcionamento do Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP) para decidir de vez entre o interior são-carlense e a capital paulista no momento de inscrição dos vestibulares. “Quando tomamos uma decisão importante é natural querer o melhor, e eu sabia que, independentemente do curso, a Universidade de São Paulo (USP) é a melhor. Eu pretendia prestar Física, mas não fazia ideia que a Universidade tinha dois campi com o mesmo curso: eu acreditava que existisse apenas em São Paulo”, admite. “A EFC me fez perceber que São Carlos também era alternativa; bastava escolher. Vir para São Carlos e viver uma parcela do que a cidade, a estrutura e o funcionamento do Instituto proporcionam bastou para escolher o polo do interior. Ambos os Institutos têm alta qualidade de ensino e oportunidade de pesquisa, mas o fato de São Carlos ser mais próxima da minha cidade e menor que São Paulo, pesou na hora de escolher”.

O impacto das escolhas também atingiu Vinícius durante a decisão do curso. Segundo o estudante, o apoio dos pais e a base sólida de ensino proporcionado pelos profissionais do Instituto Federal do Sul de Minas (IFSULDEMINAS – Campus Passos), onde fez o Ensino Médio, foi imprescindível para o jovem ter alcançado a concorrida vaga na universidade. “Eu sempre tive muito claro que queria morar fora de casa, fazer faculdade fora. Fui gradualmente mostrando o que queria fazer da minha vida e por mais que meus pais talvez preferissem cursos mais bem pagos, nunca me impediram de cursar o que eu tinha vontade. Eu estava convencido e eles sabiam que não me fariam mudar de ideia: tudo na base de muito apoio e respeito”, menciona. “Também muito importante para eu estar onde estou hoje foi a educação que recebi no Instituto Federal. Lá, eu adquiri muita bagagem, tanto para minha vida pessoal, quanto acadêmica: me tornei mais preparado, decidido, e sei que tudo foi graças aos bons professores que tive, onde eu estudei”.

Sobre a preparação para o vestibular e estudos no geral, Vinícius aponta seus erros e acertos e compara os ritmos de estudo no ensino médio e curso superior. “A preparação para o vestibular foi complicada para mim, porque eu não tinha um ritmo regular de estudo. Apesar disso, minha dedicação era máxima em sala de aula e é a isso que eu devo a minha aprovação. Foi graças a minha bagagem”, relata. “Agora, na universidade, eu estou empenhado a organizar meus horários de estudo. Embora tenha menos aulas do que tinha no ensino médio, a exigência da graduação é muito maior e o meu nível de dedicação deve ser rigoroso. Agora, é ainda mais importante aprender a estudar”, constata Vinícius.

Vinicius e colegas de grupo na apresentação final da EFC-2018

Agora ingressante do Bacharelado em Física, o mineiro não falta em expectativas quanto ao curso e a experiência universitária e ainda revela o interesse por atividades extracurriculares. “Quero aproveitar o curso e a universidade o melhor possível, não apenas quanto a oportunidades de aprendizado. Assim como o desenvolvimento intelectual, a chance de sair de casa e estudar com pessoas diferentes possibilita a construção de novas amizades e amadurecimento. Acredito que tudo será oferecido”, relata. “Sobre interesses ‘desvinculados’ a graduação, estou tentando não me comprometer com tanta coisa agora no início do curso. Eu sou muito envolvido em atividades extras, mas não quero me comprometer muito agora no início do curso. Por enquanto, estou participando do Clube de Astronomia, que se reúne semanalmente em atividades organizadas pelos próprios alunos; mas também pretendo entrar para o FoCA – o grupo de fotografia do CAASO. A fotografia foi meu hobby durante cerca de seis anos e, honestamente, estava com medo de não ter um grupo como este”, comenta Vinicius, bem humorado. “Como é um campus onde predominam as ciências exatas, ter um grupo de fotografia foi uma surpresa boa”.

Quanto a construção da carreira após a graduação, Vinícius tem ideia sólida sobre o próprio destino profissional. “Eu considero continuar na Academia: fazer pós-graduação e me tornar pesquisador em Física Teórica – área que eu tenho maior interesse. O que eu ainda não tenho certeza é se quero exercer a pesquisa dentro ou fora do país, porque além de depender muito das minhas futuras oportunidades na graduação e pós-graduação, para ser pesquisador no Brasil é necessário ser também docente, o que não me agrada”, diz. “Ser um bom professor requer muita didática e paixão por ensinar, a ponto de inspirar seus alunos a serem professores. Não acho que tenho didática para ser docente e, no momento, lecionar não é o meu objetivo de carreira, então quero achar uma maneira de conciliar essas duas vontades”.

Afinal, o que é formar um bom cientista? Para Vinícius, a resposta da questão vem acompanhada de mensagem simples, mas verdadeira: reconhecer-se como cientista antes de tudo. “Escolher o curso é muito importante, é claro, mas não é preciso ter pressa. Feita a escolha, é necessário lutar por ela e não apenas “passar por passar” no vestibular. Além disso, entrar na universidade e não absorver nada – seja como físico ou como pessoa – não vale nada; é preciso dar o seu melhor naquilo que você faz para não se tornar um adulto frustrado. Seja físico por prazer, não por obrigação, porque o que te faz um bom cientista é se sentir completo com aquilo que você escolheu”.

(Carolina Falvo – Estag Jornalismo /Superv. Rui Sintra)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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