Notícias

6 de novembro de 2012

O grande educador

Sempre envolvido com a educação e preocupado em difundir a ciência, fosse onde fosse. Ao passar os olhos rapidamente pelo Currículo Lattes de Dietrich Schiel, é possível visualizar uma quantidade expressiva de realizações, especialmente na área de difusão e divulgação científica.

Ter sido coordenador e vice-coordenador de projetos como “Instrumentação para o Ensino Interdisciplinar das Ciências da Natureza e da Matemática”, “Educação Ambiental na Escola Reciclagem de Plásticos”, “Rede de Ensino de Física a Distância” e “Educação e Sociedade: melhoria do ensino básico de ciências na América Latina”, só para citar algumas de suas contribuições, mostra que sua vontade de transmitir conhecimento era tão grande quanto sua paixão pelas ciências.Libero-Schiel-1

Embora de origem alemã, Dietrich optou pela vida acadêmica brasileira, especificamente, na Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), onde se graduou em física no ano de 1964. Logo depois disso, retornou à Alemanha para ficar por quinze anos e voltar ao Brasil com o título de doutor, conquistado na Technische Universitat Stuttgart.

Foi logo depois disso que sua ambição pela divulgação da ciência ganhou mais força. “Voltei ao Brasil sentindo uma necessidade ética de contribuir para educação do meu país”, afirmou o pesquisador em entrevista concedida à editora Brasiliana (Fundação Oswaldo Cruz). E levou a vontade a sério.

Fundou o Centro de Divulgação Científica e Cultural (CDCC/USP), em 1980 (permanecendo na diretoria do Centro até 2003), o Observatório Astronômico (que, em 2011, recebeu seu nome) e a Experimentoteca (abrigada no CDCC). Foi o consultor para a implantação do Museu de Ciência e Tecnologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS) e para o museu no InstitutHernandes-Schiel-1o Astronômico e Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG/USP), além de uma infinidade de projetos que coordenou e idealizou até anos recentes.

Mesmo envolvido com a difusão e divulgação da ciência, Schiel nunca deixou de lado a pesquisa. Além de seus trabalhos expressivos em física da matéria condensada, coordenou o Laboratório de Aplicação e Desenvolvimento do programa TIDIA da FAPESP, de ensino a distância. Publicou 23 artigos completos em periódicos, sete livros e apresentou quase 80 trabalhos em congressos.

Aprigio-4Em 27 de outubro, o grande e dedicado educador despediu-se da vida. Suas iniciativas, realizações e, sobretudo, seu esforço e dedicação já estão marcados na história brasileira e o legado deixado pelo docente, certamente, será eternizado por seus seguidores.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Assessoria de Comunicação

5 de novembro de 2012

Associação dos ex-alunos do IFSC

A Associação de Ex-Alunos do IFSC – AlumnIFSC – convida os interessados para participar do “II Encontro Anual da AlumnIFSC”, a ser realizado no dia 08/12/2012 (sábado), a partir das 10h.

Informamos que a taxa de adesão será R$20,00 e deverá ser depositada no Banco do Brasil, agência: 3062-7, conta corrente: 22.505-3, em nome de Luis G. Marcassa, e o comprovante do depósito encaminhado para o e-mail alumni@ifsc.usp.br.

A confirmação de presença poderá ser efetuada pelo telefone (16) 3373-8676, das 13h às 18h, ou pelo endereço eletrônico alumni@ifsc.usp.br até 23/11/2012.

ALUMNIFSC2012

 

Assessoria de Comunicação

1 de novembro de 2012

Inspiração aos futuros acadêmicos

É muito comum alunos universitários realizarem parte de seus estudos no exterior, seja na graduação ou na pós-graduação. Um pouco mais incomum é que os estudantes não retornem ao seu país de origem e fixem raízes no país estrangeiro onde realizaram parte de seus estudos.

Brasil-SuiaPara o ex-aluno do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Nicolau Beckmann*, a possibilidade mais “incomum” foi abraçada e, desde 1986, quando saiu do Brasil rumo à Universidade de Basel (Suíça), para fazer seu doutorado em Biofísica, fixou-se na Suíça, onde hoje exerce as funções de chefe do laboratório de imagens médicas do Instituto Farmacêutico Novartis e de professor livre docente no Biocentro da Universidade de Basel.

Porém, antes de lançar uma carreira acadêmica no exterior, Nicolau completou sua graduação e mestrado no IFSC e, dessa época, tem muitas recordações que guarda claramente, embora tenha ingressado no Instituto há 33 anos.

Mas, como o catarinense nascido em Joinville veio parar no interior de São Paulo? Ele conta que, na época, por recomendação de professores do ensino médio, visitou três institutos de física e, ao visitar o então IFQSC (Instituto de Física e Química de São Carlos), sentiu uma atmosfera mais familiar. “Então, inscrevi-me na FUVEST, tendo como primeira opção a física em São Carlos. Passei no vestibular e comecei minha graduação no IFQSC em 1979”, relembra.

Ao chegar ao Instituto, já se deparou com algo que marcou sua graduação: professores da USP e metalúrgicos do ABC estavam em greve, algo que Nicolau nunca tinha, sequer, ouvido falar. “Em 1978, os estudantes de São Carlos tinham perdido um ano da graduação e o clima de apreensão estava no ar. Quando entrei, as coisas só ficaram mais calmas no segundo semestre de 1979”, conta.

Porém, mais marcante do que esse fato foi um seminário que participou, ministrado pelo famoso físico brasileiro, Mário Schemberg, no qual Mário trazia a hipótese de o futuro da física estar na biologia. “Esta frase me marcou muito, talvez até hoje, e acabou desempenhando um papel muito importante em minhas decisões profissionais futuras”, afirma o pesquisador.

Sobre seu trabalho e pesquisas desenvolvidos na Suíça, Nicolau afirma que, para que se tenha sucesso, é preciso amar o que se faz. Ele destaca a ajuda que teve, ainda quando estudante, do ex-docente do IFSC, Horácio Panepucci, e dos docentes suíços, Joachim Seelig e Markus Rudin, além dos pesquisadores, Richard Ernst e Geoffrey Bodenhausen. “Eles tiveram paciência ao deixar-me aprender coisas novas por tentativa e erro. Quando cheguei na Suíça não tinha ideias fixas ou pré-concebidas. Errar é humano e estimula a reflexão”.

NicolauAinda sobre sua experiência no exterior, ele confessa que, ao sair do Brasil, em 1986, tinha receio de não conseguir acompanhar o ritmo do exterior. “Naquela época, a atitude que tínhamos era muito crítica em relação a nossa capacidade, como brasileiros, frente aos colegas dos países desenvolvidos. Mas, tanto na Alemanha, onde estive durante um ano, quanto na Suíça, esse receio foi logo dissipado pois me senti rapidamente integrado nos grupos. Ninguém dava muita importância ao fato de eu ser brasileiro e, no máximo, ouvia comentários sobre futebol e carnaval”, relembra.

Nicolau chama atenção para o espírito de trabalho encontrado na Suíça, exemplificando com um fato. “No Biocentro, onde fiz o doutorado, todos os laboratórios eram – e continuam sendo – abertos, por motivos de segurança, em casos de incêndio, por exemplo. Isto é, uma só porta de ingresso dá acesso a todos os laboratórios. Apesar disso, nunca ouvi histórias sobre o experimento de alguém ser destruído por motivos de inveja ou competição. Acho que, por um lado, os suíços têm um orgulho salutar de resolver os desafios por esforço próprio, ao invés de prejudicar os outros. Por outro, a atitude geral dos professores é de distribuir o trabalho no laboratório, de maneira que cada membro contribua com sua parte no projeto. Isto é, estimula-se o pensamento em grupo ao invés da competição entre os estudantes. Isto me ajudou muito a valorizar colaborações dentro e fora do grupo”.

Quando questionado sobre eventuais arrependimentos de sua vida acadêmica, Nicolau diz que não mudaria quase nada. “O caminho trilhado foi muito importante, tanto no Brasil quanto fora. Tudo contribuiu para o desenvolvimento de minha personalidade”, afirma. “Trabalho no meio acadêmico e empresarial e acho que, de certa forma, isso é um privilégio, pois o fato de tentar contribuir para o desenvolvimento de novas terapias é uma motivação muito forte para mim”, explica Nicolau, referindo-se às pesquisas que realiza na Novartis, usando técnicas de imagens para estudar o desenvolvimento de doenças e o efeito de fármacos experimentais.

Nicolau diz que não faz uma visita ao IFSC há mais de 15 anos, mas desde a última, confessa que as maiores mudanças que notou foram o crescimento do Instituto e a ausência de alguns professores. Ele mantém contato com alguns docentes do IFSC que foram seus colegas de graduação, como Osvaldo Novais de Oliveira Jr., Tito José Bonagamba e Gonzalo Travieso, mas confessa que já passou da hora de fazer uma visita ao IFSC, e pretende fazê-la em uma de suas próximas visitas ao Brasil. E finaliza com a seguinte mensagem: “Desejo aos colegas e estudantes do IFSC muito sucesso e alegria em suas atividades. O caminho pode ser rugoso, mas vale a pena ser trilhado”.

*entrevista concedida ao site Alumni do IFSC; imagem cedida pelo docente e ex-aluno do IFSC, Nicolau Beckmann

Assessoria de Comunicação

1 de novembro de 2012

Concurso de Imagens em Ciências da Vida

Em setembro passado, o Instituto de Ciências Biomédicas (ICB/USP) abriu inscrições para o Concurso Internacional de Imagens de Ciências da Vida. O concurso foi aberto a qualquer pessoa do Brasil e exterior e teve como objetivo fazer a divulgação de imagens das ciências da vida.

Em 22 de outubro, uma comissão avaliadora, formada por docentes da USP e representantes da Carl Zeiss, reuniu-se e escolheu as melhores fotos inscritas no concurso.

O aluno de pós-doutorado do Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (GO-IFSC/USP), Alessandro Cosci, foi contemplado com o 1º lugar pela imagem que intitulou de “IntoTheDermis-2”. Como prêmio, o pesquisador ganhou uma viagem para conhecer o Demo Center da empresa Carl Zeiss.

O docente do Departamento de Física e Ciência dos Materiais (FCM) do IFSC, Francisco Eduardo Gontijo Guimarães, em colaboração com a aluna de doutorado do Grupo de Cristalografia, Wanessa Fernanda Altei, recebeu menção honrosa por sua imagem “MORTOcancer&esqueletoVIVO”, conquistando o 7º lugar na competição.

Para visualizar as imagens premiadas, clique aqui.

Assessoria de Comunicação

1 de novembro de 2012

Pesquisadores do IFSC conquistam prêmios relevantes

Os Profs. Adriano Andricopulo e Rafael Victório Guido, pesquisadores pertencentes ao Grupo de Cristalografia do IFSC, foram distinguidos com dois relevantes prêmios atribuídos pela Divisão de Química Medicinal da SBQ – Sociedade Brasileira de Química, no decurso da sexta edição do BrazMedChem – Simpósio Brasileiro de Química Medicinal (com espectro internacional), que decorreu na cidade de Canela (RS),

A Rafael Guido foi entregue o “Prêmio Jovem Talento”, enquanto que a Adriano Andricopulo foi entregue o “Prêmio Pesquisador de Vanguarda”.DOCENTES_IFSC_-_BRAZMEDCHEM_2012

A atribuição destes prêmios aos dois pesquisadores do IFSC, que desenvolvem seus estudos nas áreas de Química Medicinal e Planejamento de Fármacos, premeia todo o trabalho que os mesmos têm feito ao longo do tempo.

Para Rafael Guido, certamente que este prêmio é um reconhecimento ao trabalho que o mesmo tem desenvolvido ao longo dos últimos anos, na sua área de pesquisa – Química Medicinal e Planejamento de Fármacos -, com destaque para as doenças infecciosas, como a Malária, Doença de Chagas, Esquistossomose, Tuberculose.

Por outro lado, o “Prêmio Pesquisador de Vanguarda”, atribuído a Adriano Andricopulo, é mais um importante reconhecimento público e institucional que se junta à extensa lista de premiações e distinções relativas aos seus estudos e pesquisas relacionados, igualmente, com Química Medicinal e Planejamento de Fármacos, com ênfase em Cinética Enzimática e Mecanismo de Reações, Estudos de SAR, Modelagem Molecular e Métodos de QSAR, Triagem Virtual e Ensaios Bioquímicos, Modelagem In Silico de Propriedades Farmacocinéticas e Padronização e Validação de Ensaios Biológicos, igualmente tendo como foco o desenvolvimento de novos fármacos para combater as denominadas doenças negligenciadas.

Assessoria de Comunicação

31 de outubro de 2012

Alunos de diversas escolas estaduais participam de mini cursos

No mês de outubro, alunos do 1º, 2º e 3º ano do Ensino Médio de escolas públicas estiveram no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), participando de mini cursos sobre Física, atividade inserida na disciplina de Prática de Ensino de Física, ministrada pelo docente, Marcelo Alves Barros. “Os alunos da própria disciplina é que ministraram os mini cursos. Essas atividades estão inclusas como parte do estágio supervisionado da disciplina”, explica o docente.

Durante dois encontros, realizados nos dias 6 e 20 de outubro, das 8 às 12 horas, os participantes – alunos das Escolas Estaduais de São Carlos “Esterina Placo”, “Juliano Neto”, “Conde do Pinhal”, “Sebastião de Oliveira Rocha” e “André Donatoni” (esta última do município de Ibaté/SP) – puderam trabalhar com os temas de “Física de Partículas” e “Raios Cósmicos”, realizando atividades teóricas e práticas.

Marcelo-_prtica_de_fsicaNo último encontro, entretanto, realizado no dia 27, por pedido da docente do IFSC, Yvonne Primerano Mascarenhas, que mantém uma parceria de ensino com Marcelo, o aluno de iniciação científica do Laboratório de Difusão Científica (LaDiC), José Guilherme Lício (orientando do docente do IFSC, Antonio Carlos Hernandes) ministrou uma palestra sobre Nanociência e Nanotecnologia. “Não podemos restringir o conhecimento a um grupo fechado de pessoas. Essas palestras são ótimas ocasiões para divulgarmos aquilo que sabemos”, afirma o aluno.

Yvonne, que esteve presente na palestra de José Guilherme, afirma que mini cursos deveriam existir, inclusive, em maior número. “Nosso Instituto tem diversas atividades de difusão com foco nos jovens, como o 1Dia. Infelizmente, temos uma carência enorme de professores de Física, Química e Matemática, e despertar vocações é fundamental”.

Ela finaliza dizendo que muitos talentos são perdidos pela falta de oportunidade de os jovens terem o contato com o meio científico e que iniciativas, como os mini cursos coordenados por Marcelo, são muito valiosas nesse sentido e devem ser continuamente incentivadas.

Assessoria de Comunicação

29 de outubro de 2012

Confira as fotos

Entre os dias 22 e 26 de outubro, ocorreu, nas diversas Unidades da Universidade de São Paulo (USP), a XV Semana do Livro e da Biblioteca na USP.

No Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), a programação da Semana foi eclética, contando com palestras, exposições e, até mesmo, sorteio de brindes.

Confira, abaixo, algumas fotos da Semana.

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Legenda das fotos:

– Campanha de doação de material em duplicata (livros, revistas etc.) feita pela Biblioteca;

– Local da Biblioteca utilizado, durante a Semana, onde foram exibidos filmes e fotografias;

– Campanha de preservação do acervo e do mobiliário da Biblioteca;

– Exposição “Indicadores da Produção Científica do IFSC”

– Palestra “Desperdiçadores psicológicos do tempo”, realizada no auditório do ICMC;

– Prosa Cultural “Trivium e Quadrivium: e eu com isso”, ministrada na Biblioteca do IFSC.

Imagens: acervo da Biblioteca do IFSC

Assessoria de Comunicação do IFSC

29 de outubro de 2012

Alteração no atendimento

As obras de substituição do telhado do Restaurante Universitário do campus 1 têm exigido adaptações na rotina de atendimento ao usuário, em virtude da extensão do trabalho quem vem sendo executado. No total, são mais de 2.300m2 de cobertura, que está sendo trocada por partes.

O atual estágio da obra impede o funcionamento da cozinha, exigindo que o preparo do alimento seja realizado no campus 2 e, posteriormente, transportado para o refeitório do campus 1.

Nesse sentido, pedimos atenção para as seguintes informações:

1) Até dezembro deste ano, o restaurante do campus 1 não servirá mais refeições aos sábados. Os bolsistas deverão retirar a marmitex na noite de sexta-feira.

2) De segunda a sexta-feira, o oferecimento de almoço e jantar ficará condicionado à situação climática, ou seja, caso haja fortes chuvas que comprometam a segurança dos usuários no refeitório, o atendimento será suspenso. Isso acontecendo, como alternativa para o almoço, serão disponibilizados ônibus extras para o RU do Campus 2, das 11h30 às 13h30.

3) Até que as obras sejam concluídas, recomendamos aos usuários consultar diariamente a homepage do Cardápio ou o Boletim Informe Geral, pois as informações sobre a disponibilidade do serviço serão publicadas nesses espaços.

Outras dúvidas poderão ser esclarecidas pelos ramais 73-9110 ou 73-9129

Esta informação foi enviada pela Prefeitura do Campus USP de São Carlos.

 

Assessoria de Comunicação

29 de outubro de 2012

Prof. Dietrich Schiel

É com pesar que o IFSC comunica o falecimento do Prof. Dr. Dietrich Schiel, ex-Diretor do Centro de Divulgação Científica e Cultural/CDCC e docente aposentado do Departamento de Física e Ciência dos Materiais do IFSC/USP, ocorrido no dia 27/10/2012.

O corpo foi velado no CDCC – Centro de Divulgação Científica e Cultural e o sepultamento  ocorreu no dia 28.

 

Assessoria de Comunicação

26 de outubro de 2012

HgTe como isolante topológico

Subordinada ao tema HgTe as a topological insulator, decorreu no dia 26 de outubro, no período molenkamp250da manhã, no Auditório Prof. Sergio Mascarenhas, mais uma palestra inserida na iniciativa Colloquium diei, tendo como convidado o Prof. Dr. Laurens Molenkamp, da Universidade de Würzburg, Alemanha.

O Prof. Molenkamp Laurens é um físico experimental na área de matéria condensada.

Ele recebeu seu Ph.D em Físico-Química pela Universidade de Groningen, tendo posteriormente ingressado na Philips Research Laboratories, em Eindhoven, e depois como professor associado da RWTH de Aachen, para, em 1999, ingressar na Universidade de Würzburg, onde se mantém atualmente.

Seus interesses de pesquisa incluem transporte quântico em nanoestruturas, spintrônica, semicondutores e espectroscopia óptica de semicondutores.

Este ano, o Prof. Molenkamp assumiu o cargo de editor da Revista Physical Review B.

 

Assessoria de Comunicação

26 de outubro de 2012

O Céu sobre São Carlos: semana entre 26 de outubro e 1º de novembro

Chico-8O Sol continua sua peregrinação pela constelação de Virgem nesse final de mês. No último dia 23, o astro deixou o planeta Saturno em conjunção (clique aqui para ver ilustração). Nessa posição, Saturno e Virgem ficam escondidos por trás da luminosidade solar e devem estar visíveis ao amanhecer nas próximas semanas, quando o Sol deixa rapidamente as dependências desta constelação para entrar na “casa” de Libra. Saturno tem residência fixa em Virgem por mais de dois anos, já que o seu período orbital é de 29,5 anos. Se a nebulosidade da primavera permitir, acompanhe o aparecimento de Saturno ao amanhecer nas proximidades do planeta Vênus, que acaba de entrar em Virgem. Vale a pena acordar por volta das 6 horas nas próximas semanas, pois os dois planetas terão máxima aproximação.

O movimento dos planetas é diferente. Eles parecem estar passeando em relação às estrelas fixas de fundo. Palavras como aproximação, conjunção, oposição, movimento retrógado e elongação máxima se aplicam bem a estes astros “errantes”. Isto, às vezes, complica nossa observação. Na verdade, o movimento aparente destes astros, muitas vezes perceptível no dia a dia, se deve à proximidade dos mesmos da terra e que todos nós estamos orbitando o Sol. O movimento relativo faz Mercúrio estar hoje em um lugar e amanhã desaparecer em conjunção, por exemplo. Paralelamente, a Terra percorre 2,5 milhões de quilômetros em torno do Sol e Mercúrio a distância de 4 milhões de quilômetros do astro. É preciso “pregar” o olho no céu para entender o movimento dos planetas.

Chico-7-1Já o movimento mensal do Sol pelas 12 constelações do Zodíaco, com orientação do plano da eclíptica (clique aqui para ver ilustração) se deve à translação de um ano ao longo de sua órbita em torno do Sol. Touro arrasta consigo o planeta Júpiter ao lado de seu olho cintilante, a estrela alfa Aldebaran, e tem como ornamento as Plêiades e as Híades, aglomerados estelares que podem ser vistos a olho nu. As estrelas da constelação representam a cabeça e a parte dianteira do touro da mitologia grega. O aglomerado (Híades) desenha a face do animal.

No início da semana, a Lua estará crescente na constelação de Peixes, atingindo seu ápice de luminosidade na Lua cheia no dia 29, quando nosso satélite estará ao lado de Áries, no zênite, à meia noite. Nos dias que se seguem, a Lua percorrerá a constelação de Áries, alcançando Touro em 1º de novembro com 85% de sua iluminação. O satélite vizinho possui inúmeros pontos de observação interessantes. A sua superfície é formada em parte por crateras, originadas pelo choques com asteroides, principalmente no início de sua existência (4,6 bilhões de anos atrás) e que podem ser vistas com um binóculo. Podemos observar, também, grandes áreas mais escuras a olho nu, denominadas de “mares” (termo inventado pelos astrônomos do século XVII). Os mares foram formados por impactos de grandes asteroides na Lua ancestral, gerando grandes fraturas na crosta lunar. A lava do interior do satélite saiu pelas rachaduras da crosta, cobrindo as crateras da região dos mares. O resultado foi uma superfície plana, formada por rochas pouco refletoras.

Aproveite para observar a aproximação máxima da lua com Júpiter nos próximos dias (clique aqui para ver ilustração). Os dois astros estarão a uma distância angular de apenas meio grau, aproximadamente o diâmetro de uma Lua cheia (a espessura de meio dedo indicador ou de um lápis com os braços esticados). O melhor horário para observar esse encontro é durante o nascer da Lua a leste por volta das 23 horas de 1º de novembro, quando nosso satélite natural estará um pouco abaixo de Júpiter por algumas horas. Eles estarão a nordeste, 10 graus acima do horizonte. Um lugar alto auxiliará na observação.

Chico-20Mas se você pensa que esta visão é espetacular a olho nu, procure um telescópio para observar os quatro principais satélites de Júpiter no mesmo horário da aproximação (para ver ilustração ampliada, clique aqui). Pouco antes, por volta das 22h50, você verá apenas três pontos brilhantes acima do grande planeta gasoso, através da ocular do telescópio: são as luas gigantes Calisto, Europa (ao lado) e Ganimedes (pouco acima). A quarta Lua, Io, estará escondida atrás de Júpiter. Tente olhar o Planeta durante 10 a 15 minutos. Você verá Io saindo do eclipse e se distanciando, em questão de minutos, um pouco abaixo da borda de Júpiter. Esse é um fenômeno incrivelmente rápido para os padrões astronômicos, já que Io tem quase o mesmo tamanho da nossa Lua e está cinco vezes mais distante em comparação com a distância da Terra ao Sol.

O mais interessante é que as Luas de Júpiter formam um relógio universal. Cada pessoa posicionada em qualquer parte da superfície da Terra verá Io sair do eclipse em 1º de novembro exatamente ao mesmo tempo, sem nenhum atraso. Este fenômeno foi usado por muito tempo para sincronizar relógios em diferentes continentes. Galileu demonstrou que os planetas giram em torno do Sol a partir dessa visão espetacular. Portanto, sinta-se um Galileu! Tire um tempo nesta semana para compartilhar com aqueles que se maravilham com o céu, com a Lua e as luas de Júpiter ao mesmo tempo e no mesmo ponto do espaço.

Previsão fornecida pelo docente do IFSC, Francisco Eduardo Gontijo Guimarães

Assessoria de Comunicação

26 de outubro de 2012

O Céu sobre São Carlos: semana entre 19 e 25 de outubro

Na meia noite do próximo domingo, 21, tem início o horário de verão, e uma hora de todos os relógios deve ser adiantada.

O_Ceu_sobre_So_CarlosFora a economia de energia que o novo horário proporciona à maioria dos brasileiros, e o desconforto físico (por afetar o relógio biológico) e psicológico (por causar a sensação de perda de tempo), nos primeiros dias do novo horário, nada muda astronomicamente, além do horário de observação dos astros e planetas de nossa galáxia. Os que acordam cedo terão uma hora a mais para observar o céu. O Sol e as outras estrelas, que nascem no dia 20, por volta das 5h37, estarão no horizonte a Leste uma hora mais tarde, às 6h37, em 21 de outubro. Já aqueles que apreciam o fim de tarde e início da noite terão tempo para chegar em casa e observar os mesmos astros se pondo uma hora mais tarde, em torno das 19h17.

A Lua crescente deve chamar atenção no início desta semana. Ela estará atuando ao entardecer do céu de São Carlos, que tem as constelações da primavera como pano de fundo. Procure a Lua nas primeiras horas da noite nos próximos dias, posicionada 20º do horizonte a Sudoeste . Nosso satélite natural deixa Marte para trás em Escorpião e fará um breve passeio pela Via Láctea através de Sagitário, alcançando o quarto-crescente no dia 21, quando roubará a cena das estrelas menores no Zênite, entre Sagitário e Capricórnio. Nos dias que se seguem, a lua percorrerá a constelação de Aquarius, alcançando peixes no dia 25 com 86Chico-10% de sua iluminação.

Nesse percurso, nosso satélite natural estará se pondo cada vez mais tarde, o que deixará o céu da madrugada mais escuro e propício para observação. É a hora ideal para ver a constelação de Touro nascer a leste, por volta das 22 horas, trazendo o planeta Júpiter como visitante. Este, por sua vez, estará estacionado entre Aldebaran e Alnath, as estrelas alfa e beta de Touro, respectivamente. Devido às diferentes distâncias entre estes astros e a Terra, a luz emitida por eles percorrerá o espaço vazio numa velocidade de 300 mil Km/s, e chegará aos nossos olhos com um atraso de 50 segundos para Júpiter, 61 anos para Aldebaram e 131 anos para Alnath. Esse trio estará acompanhado à direita no horizonte pelas Três Marias na constelação de Orion e por Sírius, estrela alfa de grande luminosidade da constelação de Cão Maior.

Se São Pedro ajudar, este é o cenário ideal para observar a chuva de meteoros “Orionidas”, que alcançará o seu máximo em 20 e 21 de outubro, quando são esperados 30 eventos por hora (clique aqui para mais informações sobre o evento).

Vale a pena despertar com os pássaros para conferir Vênus dominar o céu matutino por toda a semana. A “Estrela Vespertina” nasce a Leste por volta das 4 horas. Porém, Mercúrio é o astro da vez nesta semana e nas que se seguem também. Sem dúvida, será uma boa oportunidade para ver o reluzente planeta atuando como protagonista no final da tarde a Oeste, próximo ao horizonte.Chico-12

Dentre os planetas visíveis a olho nu, Mercúrio é o mais difícil de se observar, pois está mais próximo ao Sol e o lusco-fusco do fim de tarde ou ao amanhecer dificulta sua localização. Nessa semana, Mercúrio chegará próximo da sua máxima elongação (ilustração ao lado). A distância angular entre o Sol e Mercúrio será de aproximadamente 20 graus (pouco mais de um palmo de distância medido com o braço estendido) no dia 26, quando estará mais afastado do Sol, facilitando sua observação.

Mercúrio e Vênus giram ao redor do Sol em uma orbita interna a da Terra. Portanto, no Sistema Solar temos apenas dois planetas “inferiores”. Por esse motivo, Mercúrio e Vênus sempre são vistos próximos ao Sol antes do amanhecer e ao anoitecer. Mercúrio ocupa a órbita mais interna e, por isso, evolui rapidamente na sua trajetória em torno do Sol. A cada dois meses, aproximadamente, podemos vê-lo mais afastado do Sol, o que nos possibilita observá-lo durante algumas semanas. Em uma elongação máxima, o pequeno planeta poderá ser visto por um período menor que duas horas no horizonte quando se põe a Leste (Elongação Este) ou quando nasce a Oeste (Elongação Oeste) antes ou depois do Sol.

Chico-11Para encontrá-lo só temos de saber aonde e quando olhar. E, é claro, contar com um horizonte livre de nuvens e poluição. O Planeta se afastará da constelação de Libra nesta semana e rapidamente alcançará a cabeça de Escorpião no início do próximo mês. O movimento das constelações superposto ao de Mercúrio gera, no céu, uma trajetória chamada de “Movimento retrógrado”. Nessa trajetória, o Planeta fará um laço em torno da “cabeça do escorpião”, mais ou menos, em 4 de novembro, quando retorna na direção do Sol com a mesma rapidez. Nas duas semanas seguintes, ele desaparecerá por completo ao entrar em oposição com o Sol. Só então, Mercúrio reaparecerá reluzente nas madrugadas ao nascer do Sol a Leste, se aproximando de Vênus. Vale a pena conferir de camarote esse espetáculo sem igual diante do palco celeste.

Para acessar a previsão entre os dias 5 e 11 de outubro, clique aqui.

Para acessar a previsão entre os dias 12 e 18 de outubro, clique aqui.

Previsão fornecida pelo docente do IFSC, Francisco Gontijo Guimarães

Assessoria de Comunicação

26 de outubro de 2012

Jornalismo científico é tema de palestra

O jornalismo de ciência e a relação pesquisadores versus mídia é o título da palestra a ser ministrada pelo professor do Programa de Pós-Graduação da Universidade Metodista de São Paulo (UMESP), Wilson da Costa Bueno, na quarta-feira, 7 de novembro, no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC/USP). O evento terá início às 14h30 no Auditório Pau-Brasil.

A apresentação abordará o tema jornalismo científico sob a ótica da relação entre os profissionais envolvidos, tanto do lado da comunidade acadêmica como dos veículos de comunicação. Também serão discutidos os diferentes valores que geram conflitos entre esses profissionais, bem como conceitos de comunicação científica, fontes, isenção e neutralidade.

A entrada para o evento é gratuita.

Com informações da assessoria de comunicação do ICMC

Assessoria de Comunicação

26 de outubro de 2012

O relógio mais pontual do mundo

Aprimorar o sistema de medida do tempo é seu principal objetivo e, durante muitos anos de pesquisa, isso vem sendo conseguido com êxito. Abaixo, conheça um pouco mais sobre o relógio atômico, o principal responsável por tornar nossos segundos cada vez mais perfeitos

Imagine a seguinte situação: todos os relógios do mundo, ao mesmo tempo, param. Como você faria para saber qual a hora correta? Mesmo nos guiando pelo nascer ou pôr do Sol, não teríamos essa informação 100% precisa, correto?

Em uma situação hipotética como essa (que é pouco provável, mas não impossível), a ausência da hora certa não traria como consequência, apenas, nosso “desnorteamento”. O tique-taque constante do mundo mantém satélites em atividade e, por sua vez, possibilitam o funcionamento de GPS, a internet sincronizada e medidas de alta resolução em vários campos da ciência, só para citar alguns exemplos.

Os responsáveis por manter o tempo devidamente “cronometrado” são os conhecidos “relógios atômicos”. Seu funcionamento é regulado por feixes de luz, geradores de micro-ondas e, naturalmente, átomos de referência.

O primeiro relógio atômico foi construído nos EUA, em 1945. No Brasil, o funcionamento de relógios de laboratório teve início na década de 90, no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), onde três deles foram construídos e, até hoje, continuam operando e sendo constantemente aperfeiçoados. “No IFSC, esse relógio é consequência de uma linha de pesquisa muito forte em física atômica, no Grupo de Óptica, o que deu muito know-how para que houvesse uma linha de pesquisa voltada à aplicação”, explica Daniel Varela, docente da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP) e um dos responsáveis, junto ao professor do IFSC, Vanderlei Salvador Bagnato, por “tomar conta” do relógio atômico instalado no Instituto. “As pesquisas em física atômica são parte do alicerce para o funcionamento desse relógio. Muitas pesquisas em Metrologia Científica e Legal só podem ser realizadas, atualmente, por informações fornecidas pela física atômica”.

Alguns relógios atômicos funcionam na frequência de micro-ondas, outros em frequência óptica (muito mais elevada), mas, ainda assim, por transição atômica. Nem toda transição atômica serve para esse objetivo, por isso é que somente alguns elementos dão viabilidade ao processo. “É o que chamamos de elegibilidade. Um fator fundamental é o tempo de vida no estado excitado dessa transição; se for muito curto, a resolução para enxergar a transição é muito baixa”, explica Varela.

Entre os tipos existentes de relógio atômico, o mais comum é aquele com funcionamento por átomos de Césio 133. O átomo – com suas transições características – possui frequências espectroscópicas: algumas de luz visível, outras de comprimento de ondas de rádio e outras entre os dois.

Para descobrir a ressonância atômica do Césio, por exemplo, é preciso medir suas frequências ressonantes, ou seja, o momento em que os átomos passam para seus estados excitados. Isso é conseguido através de uma cadeia de osciladores de quartzo (similares aos dos relógios comuns) e dielétricos, que ajusta os mecanismos e envia ondas para lançar frequências próximas àquelas que o Césio pode absorver. Depois disso, os átomos excitados são identificados por um detector (que mostra ao oscilador o quanto sua frequência está próxima da frequência correta). Essa cadeia, agora devidamente ajustada pelos átomos, é que marcará os segundos corretamente, com precisão melhor que bilionésimos. “No laboratório, chamamos de ‘relógio’ para simplificar, pois, na realidade, ele é um ‘padrão atômico de frequência’. O relógio é um sistema que contém um padrão de frequência e um elemento de contagem, este último para contar o número de ‘tiques’ desse padrão e, realmente, marcar a hora”, explica o docente.

Varela-4O objetivo principal – e contínuo – do relógio atômico é criar parâmetros cada vez melhores de frequência. Isso quer dizer que se buscam formas para medir o tempo com melhor precisão.

No caso em questão, unidade de tempo é definida como a frequência associada à energia de transição dos dois níveos do átomo de Césio 133.

O Césio, embora o elemento mais popular para “alimentação” do relógio atômico, nem sempre é o único utilizado. Estrôncio, Cálcio e Rubídio, por exemplo, também são usados para realizar as transições. “Atualmente, o metro é a medida utilizada para velocidade da luz. Aqui se tem uma medida de tempo junto com outra de deslocamento. Estamos traçando rotas para buscar unidades cada vez melhor estabelecidas, baseadas numa unidade de referência, no caso a de tempo”, conta Daniel.

 

Para entender a super precisão do relógio atômico

Não podemos ficar à mercê dos relógios convencionais para medir o tempo. Uma bateria esgotada pode ser o suficiente para ficarmos na mão.

Num primeiro momento, pensaríamos em nos guiar pelo movimento de rotação da Terra. Mas, ele atrasa mais do que deveria: um segundo por ano.

Com esses parâmetros em mente, fica mais fácil entender por que o relógio atômico é tão prestigiado, entre outros tópicos, quando se fala em precisão. Para atrasar um segundo, ele precisa de 30 milhões de anos. Isso foi o que pesquisadores europeus e americanos descobriram o ano passado, quando mediram a precisão do relógio atômico denominado CsF2 (Chafariz de Césio), localizado na Grã-Bretranha, que acabou ganhando o patamar de mais preciso do mundo.

Embora outros elementos já estejam disponíveis para manter as atividades dos relógios atômicos, o Césio ainda se mostra o mais eficiente. “Atualmente, várias discussões giram em torno do melhor átomo a ser usado. Mas, nos perguntamos: ‘Vale a pena? Será que na hora de fazer a divisão, teremos perdas? Será que consigo ‘rodar’ esse sistema, ininterruptamente, por vários meses?’. A elegibilidade não leva em conta, apenas, a medida de alguns minutos”, diz Daniel.

Fora isso, alguns cuidados precisam ser tomados para que um relógio atômico mantenha-se em funcionamento. Vibrações mínimas podem causar danos elevados à sua precisão.

Ao cotidiano

VarelaRedes de telecomunicação, por exemplo, tem seu funcionamento cada vez mais eficiente graças aos relógios atômicos. “Se quero que a velocidade da internet em minha casa seja de 10 Gb, por exemplo, é preciso qualidade no sinal de referência. Se não tiver, a informação chega incorreta ou o filtro não deixa essa informação passar o que, além de tudo, pode tornar a internet mais lenta”.

No final das contas, tudo tem a ver com uma boa referência. Um avião, ao se deslocar no céu, precisa saber as posições exatas nas quais deve navegar. Se um sinal de satélite chega ao seu GPS com três nanossegundos de atraso significa erro de um metro em sua posição. Impossível imaginar uma situação dessa como corriqueira.

O mundo todo abriga cerca de 400 relógios atômicos. Nove deles estão localizados no IFSC: seis comerciais (utilizados nos experimentos), um de feixe térmico de átomos (atualmente com operação suspensa), o chafariz de átomos frios e o (denominado pelos pesquisadores do Instituto) compacto, este último, em um futuro próximo, transportável ou móvel. “Ele poderá funcionar durante o trajeto, inclusive. Pode ser colocado em um submarino ou avião. É nisso que temos trabalhado, ultimamente”, conta o docente.

O chafariz, por outro lado, não pode ser movimentado. Foi construído para estar fixado em algum lugar. Ao mesmo tempo, é mais preciso do que o compacto. “Com o chafariz, podemos chegar a uma resolução quase mil vezes melhor do que os relógios comerciais e 50 vezes melhor do que o compacto” compara Daniel. Portanto, o foco do trabalho desses pesquisadores é juntar a precisão e mobilidade em um único relógio.

A boa notícia é que diversos grupos de estudo, no mundo todo, trabalham, constantemente, para que tais relógios continuem sendo aperfeiçoados. Nessa corrida “a favor do tempo”, os relógios atômicos, dificilmente, nos deixarão perdidos. Afinal, imagine, hoje, sua vida sem internet ou sem aviões bem direcionados? Perder o tempo, efetivamente, está fora de cogitação.

Para entender melhor o funcionamento do relógio atômico, clique aqui.

Assessoria de Comunicação

26 de outubro de 2012

O horário de verão e a percepção do tempo

Para felicidade de alguns ou desprazer de outros, ele está de volta. No dia 21 de outubro, domingo, depois de oito meses de seu último término, o horário de verão retorna, trazendo para alguns uma sensação boa, em razão dos dias mais longos, mas para outros o desconforto psicológico (pelas alterações da noção de claro e escuro) e/ou físico (pela bagunça no relógio biológico), tudo isso somado à sensação de ter sido arrancado 60 minutos de nosso precioso tempo.

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O horário de verão, projeto pensado desde 1784 pelo norte-americano Benjamin Franklin, só chegou ao Brasil em 1931, quando teve vida curta (durou somente meio ano), voltando 18 anos depois e permanecendo no país até os dias de hoje.

Mas, uma pauta interessante para se discutir com a chegada do horário de verão é a seguinte: por que nossa percepção de tempo é afetada com a mudança de uma hora no horário de verão, e o que tudo isso tem a ver com o tempo físico?

De um lado temos o tempo físico, que é a medida do intervalo entre dois acontecimentos que se sucedem, e seu sentido define a ordem cronológica das coisas. O valor maior ou menor desse intervalo dá a rapidez ou ritmo com que os acontecimentos ocorrem. O tempo, portanto, é algo concreto, mensurável, que existe fora do nosso cérebro, no mundo exterior. Do outro lado está a representação que nós criamos dessa realidade concreta no nosso cérebro, através dos nossos sentidos, e que muda de pessoa para pessoa e de geração para geração. O ritmo do tempo que vivemos hoje, certamente difere daquele vivido por nossos avós.

Nosso cérebro se utiliza de artifícios ou ferramentas psicológicas que, desde o início, auxiliaram o homem na formação dessa “imagem do mundo” e tem garantido sua sobrevivência ao longo da existência. Uma dessas ferramentas, ou artimanha contra as incertezas, é termos a noção do contrário como referência. Assim, podemos dizer dia porque existe noite, vida porque conhecemos morte, silêncio porque há ruído, e assim por diante.

Mas, e o tempo físico? Como podemos ter uma noção correta ou não do tempo, se não existe o seu contrário ou oposto – o não-tempo?

Se perguntarmos a uma criança o que é o tempo, ela certamente responderá, rindo: “Não saberei eu o que é o tempo!?”. Já aquele que compreende a ciência sabe que o tempo, assim como o conceito de massa, de distância e de energia, não são realidades e sim “conceitos fundamentais da física”. O tempo é um dos instrumentos do pensamento que nos auxilia na compreensão do nosso universo. Como a física é uma ciência exata e pretende descrever a natureza de forma correta, ela criou ferramentas ou instrumentos que nos auxiliam a ter uma noção, pelo menos aproximada, da realidade.

No caso do tempo, este instrumento é o relógio. O relógio é como uma chave de porta: não tem nada a ver com ela, mas é uma ferramenta necessária para abri-la. Da mesma forma, os relógios são instrumentos de utilidade prática inigualável, artificialmente construídos e, ao mesmo tempo, nos auxiliam na compreensão da natureza. “Com o relógio, não precisamos criar uma referência contrária do tempo. A física foi capaz de criar artifícios ou ferramentas do pensamento para eliminar as impressões subjetivas da realidade, criando noções exatas no cérebro do homem. E um dos fatos responsáveis por isso foram a invenção do relógio e a medição do tempo”, explica o docente do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Francisco Gontijo Guimarães.

Das pirâmides…

Por um bom tempo, astros sempre foram utilizados como referência para se fazer a medida do tempo. Devido ao movimento exato e periódico no céu, eles foram os primeiros “relógios” utilizados pelo homem. Formalmente, tudo começou com os egípcios, por volta de 2.500 a.C., quando estes transformaram o céu num relógio e começaram a marcar o tempo mais sistematicamente, usando eventos astronômicos, como a posição doDali-4 Sol e das constelações, como ponteiros. O nascer e pôr do Sol  de tempo exatos para aquela época, como duração do dia pela rotação da terra, do mês pelas fases da Lua e do ano pelas estações.

Depois da invenção do conceito de horas, veio a ideia de dividi-la em intervalos menores. Para isso, o número 60 foi o escolhido. Por ser divisível por 1, 2, 3, 4, 5 e 6, o número 60 parecia uma escolha conveniente. Foi quando surgiram os minutos. Depois, veio a “segunda” divisão, na qual a hora seria fracionada pela “segunda vez” por 60. Daí o nome “segundo” (originado da palavra em latim “secunda”). “Essa divisão do tempo era fundamental para sobrevivência da civilização ao longo dos tempos, pois só através disso era possível prever certos eventos com maior precisão”, exemplifica Francisco.

Para melhorar a medida do tempo, muitos outros se envolveram na empreitada: os árabes fizeram o “Quadrante solar”, os romanos, o “Relógio hidráulico”. Criaram-se ampulhetas, relógios pneumáticos, relógios mecânicos de pêndulo e os de bolso, sendo que cada inventor, de qualquer época, sempre buscou o mesmo: a máxima precisão da medida do tempo.

Dali-1Apesar de todos os avanços, só nos tempos modernos os homens começaram a perceber que as medidas astronômicas do dia solar utilizadas como referência para o tempo continham flutuações. Novamente, chegou-se à necessidade de aperfeiçoar a medida do tempo. “Os eventos astronômicos diários não eram tão uniformes quanto se pensava. A rotação da terra sofre flutuações responsáveis por certa imprecisão na duração do dia solar e, inclusive, pouco antes do início do século XX, cientistas descobriram que o a rotação da Terra sofria uma pequena desaceleração devido a efeitos das marés. Nosso planeta, portanto, passou a ser visto como um relógio não muito preciso para a os padrões e exigências da civilização moderna”, conta Francisco.

A entrada das ciências, nesse caso, passou a ser um fato importante, capaz de desenvolver metodologias capazes de determinar os eventos com precisão, isto também no que diz respeito ao tempo. “As leis da Mecânica Celeste de Newton foram essenciais para o aprimoramento da medida do tempo. Elas são tão precisas que é possível, através o uso de equações, construir-se calendários ou almanaques com previsões astronômicas para os próximos 100 anos. Até mesmos os astrólogos se utilizam destes calendários para fazer as suas previsões”, afirma o docente.

… à tecnologia

Em 1945, o físico estadunidense, Isidor Rabi, criou um relógio que, hoje, é considerado o mais preciso do mundo: o relógio atômico (saiba mais clicando aqui). Sua precisão é tão grande que ele atrasa ou adianta um segundo em 30 milhões de anos. O destaque do relógio (além de sua precisão, é claro) se dá pelo fato de que, pela primeira vez na história, a medição do tempo já não mais depende de fenômenos astronomicos- o que era comum, até então.

Dali-2Chegando-se a uma precisão jamais vista através dos relógios atômicos, é importante uma ressalva: a ânsia do homem em medir o tempo com precisão sempre foi ligada à evolução de técnicas e tecnologias. Um dos motivos pelos quais os egípcios viram a necessidade de medir o tempo foi para fazer colheitas mais produtivas. E, hoje, muitas coisas que utilizamos, como a internet, dependem de um tempo muito bem cronometrado para seu bom funcionamento. “O mundo moderno exige a marcação cada vez mais precisa das horas. Por exemplo, o posicionamento exato das coisas em torno da Terra, que é dado pelos satélites, ou o funcionamento de um GPS seriam impossíveis, caso não tivéssemos medidas de tempo muito precisas”, diz Francisco.

A ambição do homem em controlar o tempo, no entanto, não é novidade. Mas, se antes, as grandes manobras para tal controle só podiam ser encontradas nos filmes, hoje, com o (fundamental) auxílio da ciência e tecnologia, estamos cada vez mais próximos da precisão absoluta. A cada avanço, um limite será encontrado, mas, sobre isso, Francisco dá uma opinião final: “Sempre esbarraremos em limites, mas o homem, durante toda sua história, construiu artifícios para suplantá-los”. E, pelo que já constatamos até o momento, no que diz respeito ao tempo, o céu, literalmente, não é o limite para sua medida.

A primeira ilustração inserida na matéria refere-se à obra do pintor catalão, Salvador Dalí, feita em 1931.

Assessoria de Comunicação

26 de outubro de 2012

Conheça os editores!

Durante essa semana, o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) prepara-se para receber três editores internacionais: Laurens W. Molenkamp, Jessica Thomas e Karie Friedman. Eles são os convidados e palestrantes da 3ª edição do “Meet the editors”, evento voltado à temática da escrita científica, que será realizado no auditório do IFSC “Prof. Sérgio Mascarenhas”, entre os dias 25 e 26 de outubro.

Meet_the_editorsNas manhãs e tardes dos dois dias mencionados, o evento trará tutoriais cobrindo os diversos aspectos da escrita científica, e cada um dos editores terá 3 horas para trabalhar com os participantes e discutir diversos assuntos relacionados à temática principal. “O diferencial do evento é que os mini cursos serão ministrados por pessoas que trabalham com revistas científicas e com ampla experiência na interação com pesquisadores que não possuem o inglês como língua nativa”, explica o docente do IFSC e coordenador do evento, José Carlos Egues de Menezes.

A abertura do evento, programada para as 8 horas do dia 25, é seguida pela palestra de Friedman. Editora- assistente da publicação Reviews of Modern Physics, ela dará dicar de como melhorar a compreensão do artigo científico.

No mesmo dia, Thomas, editora da publicação Physics, dá continuidade à discussão e falará sobre a habilidade em passar informações sobre a pesquisa de uma maneira inteligível, inclusive ao público não especialista, no qual se incluem futuros empregadores, colaboradores de outras áreas e, até mesmo, repórteres da mídia. Com uma simulação de envio de artigo científico à famosa publicação científica Physical Review Letters, a palestrante falará sobre a preparação de um artigo científico de maneira clara e em linguagem acessível.

Logo após, haverá uma mesa redonda, da qual participará o pró-reitor de pesquisa da USP, Marco Antonio Zago.

Finalizando as palestras e discussões do dia, vem a palestra de Molenkamp, editor do jornal mais famoso do mundo na área de física moderna da matéria condensada, Physical Review B. Trazendo uma discussão “sustentável” ao evento, Laurens dissertará sobre as mudanças ocorridas na “ecosfera” da revista e as respostas da publicação aos novos desafios, incluindo a explosão de envio de artigos científicos.

No dia 26, os mesmos editores retornam para realização de workshops, seminários e mesas redondas, em nenhum momento perdendo o foco principal do encontro- escrita científica- e interagindo constantemente com os participantes, buscando uma melhor forma de mostrar como se fazer entender, tanto no mundo científico como no mundo onde todos os outros atores sociais estarão presentes.

O Meet the editors tem o apoio da Pró-Reitoria de Pesquisa da USP e da Comissão de Pesquisa do IFSC (IFSC/CPq).

Ainda há tempo de se inscrever. Basta acessar o endereço http://www.ifsc.usp.br/~comissaopq/meettheeditors2012/ e clicar no link “registration”. Também no site do evento é possível acessar o título das palestras e seu respectivo resumo.

O evento será em inglês e, para participar, não é necessário o pagamento de nenhuma taxa.

Assessoria de Comunicação

25 de outubro de 2012

Pesquisadora dinamarquesa disserta sobre cristalografia

Com o título Como a Cristalografia pode contribuir para a compreensão dasSIMPOSIOLARSEN-OUT2012 interações entre moléculas quirais, a Profa. Dra. Sine Larsen, pesquisadora da área de Química Estrutural da Universidade de Copenhague, Dinamarca, discorreu sobre este tema em um seminário que se realizou no dia 25 de outubro, no IFSC, perante uma platéia constituída por alunos e docentes do Instituto.

Além de docente, a palestrante dirige, na sua universidade, diversas pesquisas relacionadas com uma variedade de problemas estruturais, abrangendo sais simples até complexas moléculas bioquímicas.

De 2003 a 2009, a Profa. Larsen foi diretora de Pesquisa do European Synchrotron Radiation Facility (ESRF), em Grenoble, na França, e entre 2009 e 2011 exerceu o cargo de Presidente da União Internacional de Cristalografia.

 

Assessoria de Comunicação

25 de outubro de 2012

Micelas Gigantes

Decorreu no IFSC, no dia 25 de outubro, mais uma edição da iniciativa denominada Café com Física, desta vez tendo como convidado o Prof. Edvaldo Sabadini, docente do Instituto CAFECOMFISICASABADINI-OUTUBRO-2012de Química da UNICAMP, que abordou o tema Micelas Gigantes.

As micelas gigantes são estruturas supramoleculares magníficas, sendo formadas pelo complexo balanço envolvendo as interações de surfactantes e ions em soluções aquosas.

Elas podem formar estruturas poliméricas com dimensões micrométricas.

Por este motivo,, produzem intensos efeitos visco-elásticos que podem ser facilmente modulados.

Na sua palestra, o Prof. Edvaldo Sabadini mostrou alguns resultados desenvolvidos no Instituto de Química da UNICAMP sobre reologia e a energia de formação de micelas gigantes

Assessoria de Comunicação

24 de outubro de 2012

Docente do IFSC é uma das convidadas de mesa-redonda

Na próxima sexta-feira, 26, a docente do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Yvonne Mascarenhas, participará da mesa-redonda “Mulheres na física: por que tão poucas?”, evento atrelado à VII “Semana da Física” do Instituto de Física da Universidade de Brasília (UnB).

A mesa-redonda, que tem início previsto para as 16 horas, encerrará a Semana e contará, também, com a participação dos docentes Ademir Santana (UnB), Cintia Carla Moreira Schwantes (UnB), Elisa Maria Baggio Saitovitch (Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas), Márcia Barbosa (UFRGS) e Maria Cristina Abdalla (Unesp).

Para mais informações sobre a VII Semana da Física, acesse o site oficial do evento.

Assessoria de Comunicação

 

24 de outubro de 2012

Prosa cultural no IFSC

Na próxima quinta-feira, 25, no 1º piso da biblioteca do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), a docente do Instituto, Cibelle Celestino Silva, fará uma prosa cultural intitulada “Trivium, Quadrivium: e eu com isso?”.

Vinculada à XV Semana do Livro e da Biblioteca na USP, a prosa tem início às 16 horas. No final do evento, haverá sorteio de brindes aos participantes.

A entrada é gratuita e todos estão convidados a participar.

Assessoria de Comunicação

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