Notícias Destaque

17 de setembro de 2018

D. Maurício de Melo Jr. apresenta Seminário no NaCa

Em mais um seminário realizado no dia 14 de setembro, pelo Grupo de Pesquisa em Nanomateriais e Cerâmicas Avançadas (NaCA), no Campus II da USP São Carlos, o Dr. Maurício Alves de Melo Jr. – Pós-Doutorando em Física da Matéria Condensada de nosso Instituto – apresentou o trabalho intitulado Overall Water Splitting by a Direct-Contact Z-Scheme Photocatalyst Using Visible Light.

A classe de fotocatalisadores em tandem surgiu como uma atualização do sistema de absorção única para a geração de combustível de hidrogênio sustentável, a partir da divisão geral da água. A combinação adequada de um fotocatalisador de oxigênio em evolução com um fotocatalisador em evolução de hidrogênio permite uma absorção mais ampla do espectro solar, especialmente se ambos forem absorvedores de luz visível.

Neste seminário, Maurício de Melo Jr. concentrou sua apresentação no desenvolvimento e avaliação de eficiência do primeiro sistema em tandem de agregado único, com contato direto bem definido, formado por microcristais de BiVO4 e nanocristais de SrTiO3 dopado com Rh, dois dos mais promissores fotocatalisadores.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

17 de setembro de 2018

Programa “Bem Estar” (TV Globo) destaca trabalho de pesquisadores do IFSC/USP

Os efeitos da luz no tratamento de um conjunto lato de doenças: este foi o grande destaque do programa Bem Estar, transmitido pela TV Globo em sua edição do dia 10 deste mês de setembro.

O diretor de nosso Instituto, Prof. Vanderlei Bagnato, explicou de forma sublime como se utiliza a luz para as ciências da vida, nomeadamente para aplicações em tratamentos da fibromialgia, dores de garganta, HPV, câncer de colo do útero, câncer de pele e mucosite, tendo sido exibidos exemplos práticos coordenados por pesquisadores do Grupo de Óptica do IFSC/USP, nos casos específicos de Antônio de Aquino Júnior e Vitor Hugo Panhoca, tudo configurado em novas alternativas a tratamentos convencionais.

Vale a pena conferir esse programa, clicando na figura abaixo.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

14 de setembro de 2018

“Colloquium diei” recebe palestra do físico Prof. Carlos Fiore

O Prof. Carlos Fiore, docente e pesquisador do Instituto de Física da USP (IFUSP), foi o palestrante convidado de mais uma edição do Colloquium diei, que ocorreu no dia 14 de setembro, no Auditório “Prof. Sérgio Mascarenhas” (IFSC/USP).

Subordinada ao tema Aspectos gerais sobre transições de fase descontínuas em sistemas fora do equilíbrio, a palestra abordou as a manifestação das transições de fase em diversos sistemas na natureza. Dentre os inúmeros exemplos, o palestrante citou aquele que ocorrem na água, em sistemas magnéticos, cristais líquidos, reações químicas, fenômenos de sincronização ou ainda em mudanças catastróficas responsáveis por processos de desertificação em ecossistemas ou em surtos epidêmicos.

Neste colóquio, Fiore fez uma descrição acerca dos principais aspectos sobre transições de fases, tanto no escopo de sistemas em equilíbrio termodinâmico (descritos por uma Hamiltoniana) quanto em sistemas fora do equilíbrio termodinâmico, no qual a dinâmica precisa ser especificada a priori, tendo apresentado também os resultados recentes para transições de fase descontínuas em sistemas fora do equilíbrio, que aprecem na descrição de diversos sistemas físicos e comparativamente têm sido menos estudadas do que as transições críticas.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

13 de setembro de 2018

No Vaticano: debate sobre segurança alimentar reúne cientistas

Em recente visita ao Vaticano, onde exerce as funções de membro e cônsul da Pontifícia Academia das Ciências do Vaticano, o diretor do IFSC/USP, Prof. Vanderlei Bagnato, participou de um seminário que ocorreu nos dias 12 e 13 de setembro, subordinado ao tema Segurança alimentar e Regimes Alimentares Saudáveis. O encontro, que contou com a presença do diretor-geral da FAO, Graziano da Silva, reuniu especialistas em diversos campos da ciência, que dissertaram e discutiram quais as ações práticas que devem ser tomadas não somente para acabar com a fome, mas também para nutrir de maneira saudável a humanidade, sem degradar o meio ambiente.

A finalidade do seminário foi compartilhar as inovações científicas sobre a segurança alimentar, desenvolvendo recomendações – com especial atenção aos sistemas alimentares nos países mais pobres – que conduzam a ulteriores conferências e ações por parte da Organização da ONU para Alimentação e Agricultura (FAO) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), sendo que o diretor do IFSC/USP apresentou um projeto inovador de descontaminação de alimentos.

Em entrevista ao Vatican News e à Rádio Vaticano, Vanderlei Bagnato salientou que, no caso dos alimentos, já existe um programa que conta com a parceria de diversas empresas para a produção de dispositivos e técnicas que descontaminem os alimentos sem a adição de produtos químicos, como, por exemplo, os tão conhecidos pesticidas. “Por exemplo, se você produz carne e quer embalá-la utilizando ultravioleta e ozônio, você é capaz de fazer com que essa carne fique estéril antes mesmo de ser embalada”, pontua Bagnato.

Segundo o diretor do IFSC/USP, existe uma forte preocupação com os alimentos in natura, que têm grande consumo no mundo, como carne, frutas e legumes, motivo pelo qual se está utilizando técnicas avançadas para preservá-los.”Hoje, para limpar os alimentos, utilizam-se processos complicados com a utilização de ácidos, gastando-se em simultâneo uma enorme quantidade de água. E é nesse sentido que estamos trabalhando com técnicas, utilizando a Física, no sentido de aprendermos melhor a maneira de controlar e destruir os microorganismos que existem nos alimentos.

(Com informações de Bianca Fraccalvieri / Vatican News)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

13 de setembro de 2018

Tratamentos disponíveis na Unidade de Terapia Fotodinâmica (SCMSC)

Inaugurada em 2015, nas instalações da Santa Casa da Misericórdia de São Carlos, a Unidade de Terapia Fotodinâmica (UTF) oferece tratamentos para as seguintes doenças:

Fibromialgia;
Artrose;
Câncer de pele;
Úlceras varicosas:
Úlceras de pé de diabetes;
Quelóide;
Psoríase;
Mucosite
Onicomicose ;
Avaliação de bioimpedância;

As marcações para avaliações e tratamentos poderão ser feitas através do telefone (16) 3509-1351, ou pelo email fotodinamica@santacasasaocarlos.com.br

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

12 de setembro de 2018

“Aproximantes de Padé e os decaimentos hadrônicos do tau”

Fábio Oliani (IFSC/USP) foi o palestrante convidado em mais uma edição do programa High Energy Physics, organizado pelo nosso Instituto no dia 12 de setembro, tendo com o tema Aproximantes de Padé e os decaimentos hadrônicos do tau.

Neste seminário, Oliani lançou a discussão sobre o uso de aproximantes de Padé (PAs) na série perturbativa da Cromodinâmica Quântica (QCD), tendo feito uma breve revisão sobre os decaimentos hadrônicos do tau, que são um dos processos mais limpos para se estudar a QCD perturbativa e, através do qual, se pode extrair o acoplamento com boa precisão.

A série perturbativa é, na melhor das hipóteses, uma expansão assintótica e, para esse processo, atualmente, é conhecida até a quarta ordem. A principal incerteza na extração do acoplamento é devida ao truncamento da série.

O uso de PAs visa reduzir essa incerteza, reproduzindo os termos de ordem mais alta.

O palestrante explicou como aplicar PAs, primeiro, no limite de grande número de sabores da QCD, onde a série é conhecida em todas as ordens, para depois comparar as previsões com os resultados exatos.

Finalmente, Oliani exemplificou como aplicar este método na QCD completa e obter previsões para os coeficientes de seis, sete e oito loops.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

12 de setembro de 2018

“Fofoquem sobre ciência” – diz a Profª Yvonne Primerano Mascarenhas

Entre os dias 24 e 28 de setembro, realiza-se no Instituto de Física de São Carlos, a 8ª Semana Integrada da Graduação e Pós-Graduação do Instituto de Física de São Carlos (SIFSC), em conjunto com a 13ª Semana da Licenciatura em Ciências Exatas (SeLic). O evento tem como cerne a integração entre os alunos de graduação, pós-graduação, pós-doutores, professores e funcionários ao redor da difusão científica, através da divulgação dos trabalhos de pesquisa mais recentes realizados no instituto e palestras.

A menos de um mês para a o início da oitava edição da SIFSC, em uma conversa informal, a pioneira do IFSC/USP, Profª. Drª. Yvonne Primerano Mascarenhas, abordou de questões que tangem a ciência e uma de suas funções mais fundamentais: a disseminação do conhecimento.

“O despertar para a ciência é um acontecimento muito pessoal, individual e único para cada um, sendo múltiplos os caminhos que nos levam a ela”, inicia a Profª Yvonne, proeminente cientista que dedicou e dedica ainda sua vida à pesquisa. “Todavia, enquanto nação, não temos uma cultura, um projeto educacional para incentivar essa aproximação. A mídia também não colabora, dando espaço a notícias e não à difusão das ideias científicas”, sublinha a pesquisadora. Para ela, educação e cultura são duas bases essenciais da sociedade, no entanto, o que se observa é uma fase na qual reina o desinteresse pelo conhecimento. “A educação que não falha no país é a do futebol, enquanto isso há uma grande lacuna de alfabetização científica. Entretanto, mesmo nesse contexto de desvalorização da ciência por parte do grande público, estamos cercados de iniciativas positivas e benéficas para difundi-la e despertar a vontade de investigar, entender como o mundo funciona.

A Profª Yvonne nomeia alguns projetos e destaca como a cidade de São Carlos é um ambiente propício para movimentos deste cunho, visto o tamanho de sua população e a proximidade a duas importantes universidades – a USP e a UFSCAR. O Centro de Divulgação Científica e Cultural (CDCC), assim como o Observatório Dietrich Schiel, são, para Yvonne Mascarenhas, iniciativas positivas, mas que necessitam de apoio e adesão tanto da parte de financiadores, quanto por parte da própria população. “A ciência não se difunde sozinha”.

Frente a esse quadro, Yvonne Mascarenhas reitera a necessidade de existir uma comunicação cada vez maior entre áreas de pesquisa. “O conhecimento é apenas um, sua separação em especializações inibe o pesquisador de ver o todo. O desenvolvimento científico e tecnológico é fruto de um contínuo trabalho em grupo, não de cabeças individuais”, pontua a cientista. Ela destaca a dificuldade enfrentada na realidade das universidades: a aplicação do conhecimento é interdisciplinar, formação dos estudantes, futuros pesquisadores, não é. “No caminho do expansão das fronteiras de conhecimento individuais, tem a iniciativa do Instituto de Física de São Carlos de toda semana reservar um horário destinado para colóquios, nos quais pesquisadores das mais diferentes áreas, tanto de dentro quanto de fora do Instituto, têm um espaço para divulgar seus avanços”. Sobre a integração proporcionada pela SIFSC entre a graduação e pós-graduação do IFSC, a Profª Yvonne considera a ideia muito boa e que deveria se expandir até mesmo para fora do Instituto.

Um dos destaques da SIFSC é a concessão do Prêmio Yvonne Primerano Mascarenhas, destinado às melhores apresentações de pesquisa realizadas por alunos de iniciação científica, mestrado e doutorado. Quanto ao impacto de prêmios como este, tendo em vistas o desenvolvimento dos pesquisadores jovens, Yvonne Mascarenhas ressalta a importância de se reconhecer o mérito acadêmico quando merecido. Principalmente quando este está atrelado ao trabalho e dedicação. No entanto, ressalva que a motivação não deve vir apenas do prêmio em si, mas que este deve servir como estímulo para continuar na trilha da ciência. Quanto ao fato do prêmio levar seu nome, no Instituto no qual foi pilar importante da fundação, a própria resume a sensação em poucas palavras: “É um reconhecimento do trabalho de uma vida, do constante e contínuo trabalho de “formiguinha”, pouco a pouco, passo a passo, dentro do amplo cenário da ciência e sua difusão”.

A Profª Yvonne Primerano Mascarenhas tem presença confirmada, como em todo ano, na entrega do “Prêmio YPM”, sendo para ela uma honra e uma oportunidade de vislumbrar as novidades de pesquisa que estão sendo desenvolvidas no Instituto. Por fim, a decana do IFSC/USP deixa uma dica, um conselho que traz uma antiga sabedoria popular: “Fofoquem sobre ciência”.

Para Krissia Zawadzki, que concluiu recentemente seu doutorado no IFSC e que já conquistou o “Prêmio YPM”, sua principal motivação para se inscrever no prêmio foi tentar incluir na lista de destaques a área física da matéria condensada computacional, na qual seu projeto é contextualizado. “Em geral, problemas dessa área são vistos como muito abstratos e complicados e eu queria ter uma oportunidade para mostrar que um problema nessa área pode ser bastante interessante e divertido de se estudar. Eu poderia dizer que minha esperança era que colegas (graduandos e pós-graduandos) e professores pudessem ver minha área como “que legal, isso parece divertido de se pesquisar!”, ao invés de “nossa, que coisa chata, difícil de entender!”, comenta Krissia.

Quanto às apresentações programadas para esta edição do Prêmio, Krissia dá um conselho aos participantes: “Tentar expor seu trabalho de forma simples e contagiante no resumo e, principalmente, na apresentação. Nós aprendemos em escrita científica que a forma mais eficiente de divulgar nosso trabalho é tentar contextualizá-lo de forma simples e destacar o seu potencial para o progresso da grande área de pesquisa que estudamos. Essa é uma dica para o resumo: tentar ser conciso e explicar de forma simples como o seu trabalho se insere no contexto da sua área e qual a sua contribuição. Quanto à apresentação, eu diria para tentar fazer uma apresentação em que os espectadores possam ter uma perspectiva geral do seu trabalho e consigam sair com uma bagagem de conhecimento extra. Transmitir sua empolgação com o seu trabalho, de forma que qualquer pessoa consegue aprender algo, é especial. Essa dica eu aprendi com o meu orientador, o Prof. Luiz Nunes, cuja didática é tão eficaz que ele é capaz de explicar física para públicos diversos (de crianças na pré-escola até idosos)”.

Krissia participa da SIFSC desde sua primeira edição: “Além de participar, fiz parte da organização em duas edições. Vi a evolução do evento ao longo desses últimos sete anos e gostaria de parabenizar todos os envolvidos em cada etapa. Eu adoro a SIFSC. Acho a ideia do evento genial e sempre tentei aproveitar o máximo de todas as atividades que a semana se propõe a oferecer. É uma oportunidade incrível para, em uma semana, assistir a apresentações de palestrantes de renome, ver o trabalho de colegas e interagir com diversas áreas, além de participar de diversas atividades e discussões sobre o futuro profissional.”

Para mais informações sobre a SIFSC, consulte o site: http://sifsc.ifsc.usp.br/ e acompanhe nossas redes sociais Instagram e Facebook: @SIFSC8 e SIFSC.

(Roberto Furuta – Comissão Organizadora da SIFSC VIII)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

11 de setembro de 2018

Nova epopeia do Prof. Sérgio Mascarenhas nos confins da ciência

Uma interessante matéria publicada semana passada em diversos meios de comunicação pertencentes ao “Grupo Folha” – incluindo o jornal “Folha de São Paulo”, conta como o Prof. Sérgio Mascarenhas – pesquisador e professor emérito do IFSC/USP – “após operar crânio, colocou o cérebro a serviço da revolução médica”.

Repercutindo na media e apaixonando todos quantos sabem que a ciência tem que ser vista como área fundamental para o desenvolvimento do país, “a doença maldita virou bendita”, como afirma Sérgio Mascarenhas, já abriu um novo caminho para que nosso pesquisador mergulhe ainda mais nas profundezas da ciência, promovendo agora um novo passo rumo a um projeto que usa a inteligência artificial para tratar Alzheimer.

Com a devida vênia, destacamos neste espaço a citada matéria, neste caso a publicada na edição de dia 07 de setembro do corrente ano, no jornal “Correio do Estado” (Grupo Estado) – (LEIA AQUI).

(Foto: USP)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

11 de setembro de 2018

Saindo do IFSC/USP em direção à área da indústria médica

Danilo Americano, de 31 anos, nasceu em Jaboticabal, mas vive em São Carlos desde seus nove anos. Casado, ainda sem filhos, diz que sempre gostou das ciências exatas. Seu pai trabalhou na área de eletrônica e eletrotécnica, fator que sempre manteve Danilo intrinsecamente ligado a esse campo. Durante o ensino fundamental, estudou na E. E. Arlindo Bittencourt e, posteriormente, na E. E. Eugenio Franco, ambas as escolas de São Carlos. Danilo ainda conta que no ensino médio, concluído na E. E. Juliano Neto, teve muito apoio do Prof. Dr. Milton Ferreira, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP), para seguir em frente na área de ciência exatas.

Tudo começou quando o Prof. Milton visitou a sala de aula de Danilo, a fim de incentivar os alunos a ingressar na Universidade. Assim, Danilo Americano participou de alguns testes de proficiência e passou pelas etapas de seleção: os alunos selecionados tiveram os materiais didáticos e o terceiro colegial totalmente pagos em um colégio particular de São Carlos. Essa iniciativa foi possível devido a alguns recursos que Milton Ferreira havia conseguido em conjunto com a USP, através do “Projeto Acesso”, uma iniciativa que durou apenas dois anos. Danilo e os demais alunos beneficiados com essa medida foram acompanhados pelo Prof. Milton Ferreira até a véspera do vestibular.

Ao mesmo tempo em que realizava o colegial, Danilo também cursava mecatrônica na Escola Industrial, em São Carlos, o que serviu de base para sua escolha acadêmica, que recaiu no curso de física do IFSC-USP – com ênfase em informática, atualmente denominado Curso de Física Computacional. Ainda nessa época, Danilo não tinha noção do que iria fazer quando saísse da Universidade, embora sua tendência fosse passar a vida fechado nos laboratórios e “colocar a mão na massa”: antes mesmo de terminar sua graduação no IFSC-USP, recebeu um convite para trabalhar em uma empresa no interior do estado de São Paulo, no desenvolvimento de alguns hardwares para diagnóstico automotivo. O jovem pesquisador atuou nessa firma durante nove meses, depois voltou para São Carlos e começou a trabalhar na empresa Sensoft – Indústria e Automação, firma que ainda hoje desenvolve softwares para automação industrial. Ele lembra que um dos primeiros trabalhos que realizou naquela firma envolvia análises de imagem, algo que ele já tinha bastante experiência, porque havia estudado na Universidade.

Ainda na Sensoft, Danilo trabalhou com programação de meios controladores e de computadores. Na empresa havia um trabalho relacionado com a área médica e que estava parado: era um insuflador para vídeo-cirurgia. Com a finalidade de resolver o problema, ele se dedicou a estudar as áreas eletrônicas e suas normas e começou a se envolver com a vertente administrativa, fazendo com que o projeto crescesse, dando origem a novos trabalhos no campo médico. No ano de 2012, ele e seus antigos patrões se tornaram sócios e fundaram a empresa Clustertec – Equipamentos Ltda-ME, que tinha como objetivo criar equipamentos para vídeo-cirurgias. Todos os trabalhos desenvolvidos nessa empresa lhe renderam uma grande bagagem de conhecimento na área médica e, de acordo com nosso entrevistado, esses conhecimentos só foram adquiridos devido ao forte treinamento que recebeu no IFSC-USP. “A Universidade não visa um produto, mas a empresa sim. Então, eu tive que aprender a direcionar o meu foco para o produto, porque na indústria as coisas funcionam de forma rápida. É preciso desenvolver um equipamento e colocá-lo no mercado quanto antes”, explica Danilo.

Em 2014, Danilo saiu da Clustertec, mas continua atuando na área médica, dando consultoria a diversas empresas. Além disso, ele trabalha com várias indústrias, no desenvolvimento de eletrônica, reservando ainda algum tempo para treinar equipes na criação de equipamentos para diferentes áreas, principalmente, a médica. Hoje, Danilo sente-se satisfeito pela escolha que fez. “Eu gosto muito do desafio e do aprendizado e faço aquilo que gosto. Gosto de encarar quaisquer desafios, porque aprendi a olhá-los de frente, sem hesitar. E acho que isso serve para qualquer um que pretende seguir uma carreira fora da academia, mas formado nela: é preciso aproveitar as dificuldades que aparecem em nossa vida. Se algo é difícil para um, isso vale para todos. Então, se um profissional faz uma tarefa de forma excelente, ele sairá sempre na frente”, sublinha Danilo, que ressalta que os físicos possuem visões diferentes quando comparadas com as de outros profissionais, porque os físicos têm a habilidade de enxergar a essência de cada problema e formular soluções específicas.

Inicialmente, um jovem estudante que queira ingressar na mesma área que Danilo, poderá receber cerca de dois ou três mil reais. Já no futuro, com anos de experiência, ele poderá auferir um valor entre dez e vinte mil. Em suma, para Danilo Americano, os alunos que anseiam seguir a área industrial devem buscar sempre dar o melhor que puderem, porque, quando se conclui um trabalho bem feito, isso dá uma sensação de prazer e rende bons resultados.

(Entrevista publicada no livro intitulado “Egressos do IFSC/USP que atuam fora da academia” – por: Prof. Tito José Bogamba e Rui Sintra-jornalista)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

10 de setembro de 2018

Docentes da USP São Carlos em missão especial na Colômbia

O Brasil é um país líder na América Latina e, dentro dele, a Universidade de São Paulo é considerada uma referência para o ensino e pesquisa. Dessa forma, um líder tem a função de promover, organizar e colaborar com todos, e isto é o que o Brasil vem fazendo com seus congêneres da América Latina.

No intuito de tornar ainda mais forte estes laços e organizar algumas colaborações ainda não fortalecidas, uma missão de docentes da USP foi convidada pelo cônsul brasileiro em Bucaramanga (Colômbia), Dr. Jorge A. Zuluaga Villegas, juntamente com a embaixada brasileira, em Bogotá, a realizar um evento conjunto USP/Universidad Antonio Narino ( UAN).

Reunião da missão brasileira com o embaixador na Colômbia, Dr. Julio G. Bitelli (ao centro).

O objetivo do evento foi mostrar as mais modernas pesquisas que ocorrem na USP, bem como discutir as formas pelas quais a Universidade de São Paulo poderá receber alunos daquele pais para complemento de sua educação de pós-graduação. Estiveram presentes o Prof. Marcelo Becker e o Prof. Thiago Boaventura, da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP) e o Prof. Vanderlei Bagnato, diretor de nosso Instituto (IFSC/USP), bem como o Prof. Luiz A. Daniel ( Unicamp e Centro Paula Souza ) e o Dr. Javier Martinez Silva, da Escola Politécnica (USP). Por parte da Colômbia participaram diversos professores da UAN.

Com uma plateia constituída por cerca de oitocentas pessoas oriundas de diversas partes da Colômbia, as palestras (três por participante) cobriram as diversas áreas de pesquisa, tendo sido discutido um plano para que a Universidade de São Paulo possa receber alunos da Colômbia para a realização de pós-graduação, por períodos de doze a dezoito a meses, com recursos advindos das próprias universidades colombianas, com a disponibilização da infraestrutura da USP, pelo lado brasileiro.

Segundo o diretor do IFSC/USP, “Ter uma boa relação com a Colômbia é motivar vizinhos com preparo científico e tecnológico e ter nossos laboratórios como referência na procura por formação de nível superior. Temos que liderar o processo de formação da América Latina, para que junto com todos estes países possamos diminuir o “gap” tecnológica existente entre nós todos desta região com relação aos EUA e Europa. Só unindo todos, num grande consórcio científico, é que seremos relevantes como potência científica e tecnológica”.

Auditório da Universidade Antonio Marino, em Bogotá: cerca de 800 participantes para verem as novidades em ciência e tecnologia da USP

Além das palestras e discussões, uma reunião especial ocorreu na Embaixada Brasileira, em Bogotá, com o Embaixador Julio G. Bitelli, cujo foco se centrou em discussões de cooperação em várias frentes, envolvendo a USP. Dentre as diversas iniciativas, esteve a de um programa de inovação tecnológica que permita às empresas brasileiras nascentes encontrarem na Colômbia parcerias comerciais adequadas, para que suas soluções possam também estar disponíveis para a sociedade colombiana. Também se pretende, num futuro próximo, organizar um evento de ensino experimental pré-universitário, à semelhança daquele que já ocorre no nosso país (em especial em são Carlos e região), utilizando os kits educativos em ciência.

Com liderança do Prof. Marcelo Becher, um programa de cooperação em pós-graduação, na área de robótica, já está em andamento entre a EESC/USP e UAN. Segundo a equipe da USP, esta nova etapa de cooperação com a Colômbia deverá ser o primeiro passo para ampliar as relações já existentes entre os dois países, só que agora de uma forma mais abrangente, institucional, através da mediação da embaixada brasileira.

Com um elevado número de estudantes colombianos em São Carlos, a própria cidade beneficia com os aspectos culturais trazidos por esses jovens que contribuem para o desenvolvimento da economia local. “São Carlos já é um local muito apreciado pelos latino-americanos, principalmente para a aquisição de conhecimento e de boa formação profissional. É assim que queremos nos consolidar no mundo, como local provedor de excelente educação e detentor do estado da arte nas várias áreas do conhecimento. A USP, juntamente com a UFSCar e a UNICEP, poderão ser pontos de destaque na formação de uma América Latina forte, independente e economicamente viável”, sublinha Vanderlei Bagnato.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

10 de setembro de 2018

Do IFSC/USP rumo ao universo da engenharia de materiais

Celso Donizetti de Souza Filho, Físico Metalurgista, conta que antes mesmo de começar o colegial já tinha grande paixão pela matemática. Nessa época, tomou conhecimento de um projeto que ocorria na E. E. Profº Sebastião de Oliveira Rocha, organizado pela Profa. Dra. Yvonne Mascarenhas – uma das pioneiras do IFSC-USP -, que fornecia livros e materiais didáticos com a finalidade de apoiar os alunos que pretendiam ingressar na universidade pública. Assim, Celso saiu da pequena cidade de Ibaté e veio para São Carlos onde cursou o colegial nessa escola estadual. Durante essa fase de estudos, Celso começou a se interessar pela física, principalmente por óptica: “Essa área me fascinava e eu queria trabalhar com lasers, lentes e microscópios, principalmente com lasers, que eram a minha grande paixão naquela época”, revela o ex-aluno do Instituto de Física de São Carlos.

Durante o ensino médio, Celso ouviu de várias pessoas que o estudo de física no IFSC era forte. No terceiro colegial, ficou sabendo sobre a prova do curso ministrado pelos Profs. Drs. Milton Ferreira de Souza e Sérgio Carlos Zílio, ambos do Instituto, que ofereciam vagas numa escola particular em São Carlos aos jovens que fossem aprovados na avaliação. Celso prestou a prova e foi selecionado, porém, dias antes, ele tinha passado em física na UFSCar, onde ficou por seis meses até pedir transferência para a USP, já que a óptica o fascinava.

A vinda de Celso Donizetti para a Universidade de São Paulo rendeu-lhe a chance de fazer monitoria na escola onde havia feito o colegial. Para ele, essa oportunidade foi uma forma que conseguiu para retribuir a possibilidade de ter ingressado tanto na UFSCar, quanto na USP, o que é difícil nos dias de hoje. Assim, Celso fez monitoria por dois anos e seguidamente deu inicio a uma iniciação científica com o Prof. Milton. Nesse intervalo de tempo, optou por ser um teórico-experimental, ao mesmo tempo em que cursava as disciplinas de óptica. Posteriormente, começou a estagiar na Engemasa, em São Carlos, quase que cumprindo um desígnio, já que seu pai tinha também trabalhado nessa empresa: após ter conversado com o diretor da Engemasa, a empresa abriu suas portas para que o jovem realizasse um estágio de seis meses. A partir daí, o ex-aluno do IFSC-USP percebeu que a área industrial era de fato um desafio e uma boa opção de ter um emprego de longa duração, com expectativas de ascensão na carreira: “Além de ter um retorno financeiro rápido, você sempre está sendo testado. Então, você tem que dar o seu melhor para não ser passado para trás por um concorrente ou até mesmo por alguém com quem você trabalha junto”. Três anos depois, em 2009, Celso foi contratado pela Engemasa, mas o que ele não imaginava é que, passados alguns meses, sua área de atuação mudaria por completo.

Assim que foi contratado pela empresa, surgiu um problema técnico grave para a indústria petroquímica: para Celso foi colocada a missão de descobrir alguma forma de analisar um dano causado pelo ingresso de carbono no aço inox, algo que poderia comprometer a fabricação de diversos produtos na Engemasa. Nessa época, o Prof. Dr. Luís Nunes (IFSC-USP) deu uma palestra abordando o ferromagnetismo e, nesse evento, Celso teve a oportunidade de dialogar com vários pesquisadores do Instituto, explicando a problemática detectada na empresa. O Prof. Dr. Tito J. Bonagamba ofereceu-se, então, para dar todo o apoio e ajudar a solucionar o problema. A partir daí, Celso começou a trabalhar intensamente com Bonagamba, um trabalho que serviu como base para seu mestrado e que atualmente complementa no seu doutorado na área de Engenharia “para obter um maior enfoque”, segundo suas próprias palavras.

Ainda de acordo com o ex-aluno, há uma falha muito grande na profissão de físico metalurgista, já que não é uma atividade regulamentada: “A Física não tem, por exemplo, o CREA, um sistema de proteção onde o profissional possa assinar documentos e projetos”. Sendo assim, a ocupação do físico metalurgista foi criada para enquadrar os físicos que atuam na área de engenharia de materiais. Na Engemasa, Celso atua no laboratório de pesquisa, desenvolvimento e processo, com ênfase na vertente petroquímica, onde cria ligas metálicas que trabalham em altas temperaturas e são bastante utilizadas em reformas para obtenção de etileno.

Para ele, um profissional com graduação ou pós-graduação é tido como “caro” no mercado de trabalho, porém, essas pessoas conseguem dar um retorno enorme para as empresas. Celso afirma que a área pública é o setor que melhor paga. Pesquisadores concursados conseguem salários maiores do que aqueles que trabalham na área privada, campo que sofre muito com a competitividade: “No Brasil, o encargo financeiro é muito alto, então, para uma empresa brasileira competir com uma empresa da China ou da Malásia, não tem qualquer chance, porque a carga tributária é muito alta”, explica.
Em suma, para Celso, as indústrias brasileiras ainda carecem de proteção. Como exemplo, ele cita a produção de refinarias de petróleo no Brasil, cujos 70% a 80% de itens produzidos devem ser fornecidos no Brasil, mas, fornecido não significa produzido, já que quando esses pedidos são repassados a outras empresas, as construtoras realizam a aquisição de equipamentos oriundos de companhias da China, Malásia e até da Índia. Ou seja, uma firma brasileira acaba fornecendo e não produzindo: “A empresa nacional perde muito com isso. Falta uma política de proteção para as indústrias nacionais”. Segundo o nosso entrevistado, a maior dificuldade que um físico enfrenta quando entra na área industrial é justamente o preconceito de que físicos só fazem pesquisas teóricas. Para Celso, é difícil um aluno de física estagiar na área de Engenharia, por exemplo: “Eu dei sorte, porque na Engemasa, entre os oito pesquisadores existentes, só eu e meu superior hierárquico é que somos físicos”.

Quanto ao salário, Celso diz que um profissional recém-formado, aqui na região do interior paulista, pode auferir aproximadamente R$ 2.500,00. Um pesquisador, com cerca de dez anos de carreira, recebe entre R$ 6.500,00 e R$ 7.500,00. Já os iniciantes que pretenderem trabalhar em São Paulo podem receber perto de R$ 5.000,00.

Para Celso Donizetti, o primeiro ponto essencial para os alunos que estão cursando a graduação na física, é o foco. De acordo com ele, o aluno precisa decidir o que quer fazer e se focar completamente: “Acho que a graduação é uma experiência muito boa, porque, além de aprender sobre o curso, o aluno aprende sobre ele mesmo. Digo isso, porque eu entrei na física querendo trabalhar numa área e fui para outra totalmente diferente”. Além disso, ele frisa a importância do valor que o aluno deve dar, tanto para as ferramentas de estudo quanto para a capacidade e excelência de seus professores, e isto porque, além de ter uma ótima estrutura, o aluno precisa de disciplina e força de vontade.

Por fim, Celso acredita que o importante é traçar sempre um rumo e seguir pelo caminho desejado, independente dos obstáculos, entendendo que ter um resultado ruim, hoje, ainda é um resultado e ele tem que saber interpretá-lo: se cair uma vez é sempre possível levantar novamente: “Quando sonhar sonhe grande”, finaliza Celso, com uma frase que utilizou no slide final de sua apresentação de mestrado.

(Entrevista publicada no livro intitulado “Egressos do IFSC/USP que atuam fora da academia” – por: Prof. Tito José Bogamba e Rui Sintra-jornalista)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

6 de setembro de 2018

Cidade de Santos (SP): 43º Congresso da Sociedade Brasileira de Biofísica

A cidade de Santos (SP) vai receber entre os dias 27 e 30 deste mês de setembro, no Mendes Plaza Hotel, a 43ª edição do Congresso da Sociedade Brasileira de Biofísica.

Este evento científico apresentará 16 simpósios, quatro palestras plenárias e duas sessões de pôsteres para discussões sobre desenvolvimentos em Biofísica e suas interfaces com Bioquímica, Medicina, Farmácia, entre outras disciplinas.

Entre os palestrantes convidados, que se deslocarão a Santos para participar do evento, estão Angela Gronenborn (University of Pittsburgh, Estados Unidos), Koji Kinoshita (University of Southern Denmark, Dinamarca), Nuno Santos (Universidade de Lisboa, Portugal), Rachel Nechushtai (Hebrew University of Jerusalem, Israel) e Beate Roder (Humboldt University of Berlin, Alemanha).

As atividades serão separadas em eixos temáticos como “Cell and model membranes Biophysics”, “Central Nervous System Electrophysiology”, “Biophysics of Proteins”, “Nanostructures and Drug Delivery”, “Modern Methods in Computational Biophysics”, “Antimicrobial peptides” e “Photobiology and its Applications in Health Sciences”.

As inscrições custam entre R$ 150 e R$ 750 e podem ser feitas pelo site do Congresso.

Para obter mais informações , clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

6 de setembro de 2018

Em nome da ESPERANÇA: o carinho e cuidado de quem ajuda a combater o câncer

Um enorme abismo se abre repentinamente sob os pés e parece que todos os projetos simplesmente vão por água abaixo: a vida passa a ter um sentido diferente (ou não ter sentido), amargo, e a prostração toma conta do indivíduo. Há pressa em viver o que resta (por pouco que seja).

Estas são, talvez, de forma sucinta – com certeza sem vislumbrar nem de perto o verdadeiro sentimento de drama e de clamor à vida -, as primeiras impressões de quem recebe a notícia de que desenvolveu um câncer – seja ele de que tipo for. E, se esse drama, se esse sentimento de pânico e de perda total ficam completamente instalados em um paciente, não é menos verdade de que quem está do outro lado, do lado do atendimento e da prestação de serviços de saúde, sente que tem em suas mãos a responsabilidade e a contribuição importantes para renovar a esperança das pessoas, de sua qualidade de vida, da recuperação de sua saúde.

Alessandra Keiko Fujita é uma pós-doutoranda no IFSC/USP, integrando atualmente a equipe de técnicos e outros profissionais de saúde que desenvolvem suas atividades na Unidade de Terapia Fotodinâmica, na Santa Casa da Misericórdia de São Carlos, tendo como especialidade administrar os tratamentos de quelóide*, psoríase** e câncer de pele. Quando decidiu fazer Física, há uns anos atrás, Alessandra não fazia a menor ideia de que um dia iria mergulhar profundamente na aplicação da Física na área da saúde. “No meu curso, comecei a entrar em uma das áreas da medicina nuclear, sem olhar para todo espectro, e quando vim para o Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) continuei a não enxergar o quão vasto é o mundo da Física na área da saúde. Paulatinamente, na medida em que fui sendo apresentada a todo esse conjunto de conceitos, os meus olhos foram abrindo e a paixão por essa área me arrebatou por completo”, comenta Alessandra com um brilho intenso no olhar.

No Grupo de Óptica do IFSC/USP e apesar de sua formação inicial ser outra, Alessandra Keiko (como é carinhosamente chamada) encontrou a oportunidade para fazer de tudo um pouco e também aprender de tudo um pouco, tendo como meta ajudar os pacientes. “Amo lidar com pessoas, amo tentar dar a elas tudo aquilo que eventualmente esteja nas minhas mãos para proporcionar bem-estar, esperança, qualidade de vida. Às vezes me sinto presa, de alguma forma impotente para ir mais longe, porque, como é óbvio, a equipe é multidisciplinar e tenho que ter do meu lado outros colegas, o médico e/ou a enfermeira”. Nós tratamos os pacientes pelo seu nome próprio: eles não são meros números ou presenças ocasionais” pontua Alessandra, que recorda um episódio com uma paciente com câncer de pele que a marcou profundamente.

“Certa vez, chegou na Unidade de Terapia Fotodinâmica uma senhora que apresentava uma pequena lesão na ponta do nariz. Diagnosticada pelos médicos a quem então recorreu, observou-se que essa pequena lesão era um câncer em seu estado inicial. Antes de ter decidido visitar a Unidade, a senhora consultou um outro médico que lhe receitou dez sessões de radioterapia, um tratamento que ela mesmo constatou, através da Internet, que era de certa forma violento e cujos resultados poderiam não ser aquilo que esperava. Quando chegou na Unidade, a senhora estava em pânico completo e mais em pânico ficou quando foi informada que o tratamento seria na base de laser e ultrassom: desconhecedora da metodologia do tratamento, ela confessou, mais tarde, ter pensado que tudo aquilo iria virar uma verdadeira tortura. De uma forma muito tranquila explicamos todos os procedimentos, mostramos que não causaria qualquer dor, acarinhamo-la, brincamos com ela, rimos juntas e cuidamos dela ao longo de todas as sessões. No final do tratamento, o câncer dela desapareceu e ela tornou a sorrir, a gargalhar. É extraordinariamente gratificante você poder participar de um momento como esse, de saber que você ajudou alguém, que você aplicou nessa pessoa todo seu conhecimento e treinamento adquirido ao longo de vários anos… É maravilhoso…”, ressalta Alessandra, visivelmente comovida.

As pessoas que procuram a Unidade de Terapia Fotodinâmica para realizar os diversos tratamentos combinados com laser e ultrassom são provenientes dos mais variados extratos sociais, mas a maioria delas são pessoas carentes, de baixa renda, sendo que no caso de pacientes com câncer de pele eles apresentam um histórico de vida de trabalho intenso na roça, sob sol escaldante – daí a propensão para o aparecimento de um câncer de pele que surge lenta e dissimuladamente, através de uma pinta ou de um pequeno machucado que, ao longo do tempo, se transforma em algo dramático.

(…) Às vezes me sinto presa, de alguma forma impotente para ir mais longe (…)

Devidamente aprovados pela ANVISA, os tratamentos realizados através dos equipamentos desenvolvidos pelo Grupo de Óptica do IFSC/USP são gratuitos e deverão ser entendidos como uma contribuição que a Universidade de São Paulo dá à sociedade, que é quem sustenta a própria USP.

Além da Unidade de Terapia Fotodinâmica, instalada na Santa Casa da Misericórdia de São Carlos, e que conta com supervisão médica, tratamentos similares também estão sendo feitos no Hospital Amaral Carvalho, em Jaú (SP), sob a coordenação da Drª Gabriela Sávio, responsável pela Unidade de Pele daquele estabelecimento de saúde.

É um orgulho para o IFSC e para a USP poder apoiar a população, a sociedade que tanto contribui para elas.

*Queloide – É um crescimento anormal de tecido cicatricial que se forma no local de um traumatismo, corte ou cirurgia de pele. É uma alteração benigna, portanto sem risco para a saúde, na qual ocorre uma perda dos mecanismos de controle que normalmente regulam o equilíbrio do reparo e regeneração de tecidos. O queloide pode afetar os dois sexos igualmente, embora exista uma maior incidência em mulheres. Indivíduos com pigmentação mais escura, pessoas negras e pessoas asiáticas são mais propensos a desenvolver queloides. A frequência de queloides em pessoas com pele mais pigmentada é 15 vezes maior do que em pessoas com pele menos pigmentada. A idade média de seu início gira entre 10 e 30 anos. As pessoas em extrema idade raramente desenvolvem queloides. Os queloides podem ocorrer em 5% a 15% das feridas cirúrgicas e apesar de benignos, tendem a recidivar mesmo depois de serem removidos por cirurgia. Se uma pessoa tem tendência a formar queloides, qualquer lesão que possa causar cicatriz pode levar à sua formação. Isso inclui um simples corte, uma cirurgia, uma queimadura ou até mesmo cicatrizes de acne severa. Algumas pessoas podem desenvolver um queloide depois de furar a orelha para colocar brincos e piercings ou mesmo apenas no trauma da tatuagem. Um queloide também pode se formar em feridas de catapora após a doença ter passado. Em casos muito raros, os queloides se formam em pessoas que não feriram a pele. São chamados de “queloides espontâneos”. Os locais mais envolvidos são as áreas do tórax, do colo, do pescoço anterior, dos ombros, dos braços e das orelhas, mas outros locais podem ser afetados. (Informações da Sociedade Brasileira de Dermatologia);

**Psoríase – Doença da pele relativamente comum, crônica e não contagiosa. É cíclica, ou seja, apresenta sintomas que desaparecem e reaparecem periodicamente. Sua causa é desconhecida, mas se sabe que pode estar relacionada ao sistema imunológico, às interações com o meio ambiente e à suscetibilidade genética. Acredita-se que ela se desenvolve quando os linfócitos T (células responsáveis pela defesa do organismo) liberam substâncias inflamatórias e formadoras de vasos. Iniciam-se, então, respostas imunológicas que incluem dilatação dos vasos sanguíneos da pele e infiltração da pele com células de defesa chamadas neutrófilos, como as células da pele estão sendo atacadas, sua produção também aumenta, levando a uma rapidez do seu ciclo evolutivo, com consequente grande produção de escamas devido à imaturidade das células. Esse ciclo faz com que ambas as células mortas não consigam ser eliminadas eficientemente, formando manchas espessas e escamosas na pele. Normalmente, essa cadeia só é quebrada com tratamento. É importante ressaltar: a doença não é contagiosa e o contato com pacientes não precisa ser evitado. É frequente a associação de psoríase e artrite psoriática, doenças cardiometabólicas, doenças gastrointestinais, diversos tipos de cânceres e distúrbios do humor. A patogênese das comorbidades em pacientes com psoríase permanece desconhecida. Entretanto, há hipóteses de que vias inflamatórias comuns, mediadores celulares e susceptibilidade genética estão implicados. (Informações da Sociedade Brasileira de Dermatologia).

(Fotos: Getty Images/iStockphoto/IFSC)

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

5 de setembro de 2018

Produção científica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) – Agosto

Para ter acesso às atualizações da Produção Científica, cadastradas no mês de Agosto de 2018, clique aqui ou acesse o quadro em destaque (em movimento) no final da página principal do IFSC.

A figura ilustrativa foi extraída do artigo publicado recentemente por pesquisador do IFSC, no periódico: Scientometrics, v. 116, n. 2, p. 1113-1121, Aug. 2018.

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

5 de setembro de 2018

Do IFSC/USP para o mundo: um físico na Bolsa de Valores de São Paulo

Bruno Fernandes Bessa de Oliveira nasceu na cidade de Diadema, São Paulo e hoje tem 30 anos. O ensino fundamental ocorreu na escola estadual Wallace Simonsen, em São Bernardo do Campo (SP), e nessa época as ciências exatas já preenchiam, por paixão, grande parte da vida escolar do jovem, até porque ele contou desde cedo com o entusiasmo e apoio de um professor que o incentivou bastante a se interessar pela área da física, da mesma forma que seus pais, sempre atentos quando o assunto era escola. “Eles sempre pegavam no meu pé para que eu nunca tirasse notas ‘vermelhas’”, relembra Bruno.

A transição para o ensino médio, para a escola estadual Philadelpho Gouvêa Netto, em São José do Rio Preto (SP), foi “tranquila”, segundo o jovem. Além de se dar bem com as ciências exatas, Bruno também mostrava empatia com a área das ciências humanas, onde se destacou nas disciplinas de história e língua portuguesa. Porém, as redações desta disciplina não eram tão estimulantes quanto os cálculos: “Quando o tema era matemática, isso me chamava muito atenção, apesar de agora não considerar que fosse um aluno brilhante nesse período”, diz Bruno. A escolha do jovem em realizar um ensino superior em São Carlos deveu-se à influência de um amigo que era aluno do Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP) e, através deste exemplo, Bruno conheceu nosso Instituto e gostou do que viu.

Nessa época, ele já tinha feito um curso técnico de informática, fator que, com certeza, contribuiu para que ele decidisse cursar Física Computacional no IFSC. “Eu percebi que tinha perfil para essa vertente”, comenta Brno. A mudança de São Bernardo do Campo para São Carlos foi um desafio na vida deste jovem, principalmente por ter sido sua primeira experiência fora de casa, longe da família e dos amigos. Na graduação, ele enfrentou um momento “chocante”, uma vez que teve alguma dificuldade em aprender, de forma rápida, os principais conceitos da física, algo que a partir do quarto semestre acabou sendo superado, já que Bruno conseguiu conciliar todas as disciplinas, tendo obtido resultados bastante bons.

No início do curso, seu objetivo era permanecer na área acadêmica, já que a intenção era concluir uma pós-graduação, mas, principalmente devido a questões financeiras, seu foco começou a ficar retido no setor industrial, mesmo ainda no decurso da graduação: “Na época da Universidade, meus pais me bancavam; então, senti a necessidade de ter os meus próprios meios para seguir minha vida”. Bruno diz que, para se tornar realmente independente, de forma rápida, teve que fazer essa escolha, um caminho em que, de acordo com a maioria dos físicos que atuam na indústria, os resultados dos trabalhos aparecem de forma mais célere. “Trabalhar em equipe faz com que você aprenda as coisas de maneira mais rápida. O seu desempenho melhora muito quando opera ao lado de pessoas experientes”, explica Bruno.

Decidido a enfrentar o setor produtivo, Bruno frequentou diversos programas de seleção de talentos voltados à área tecnológica, em São Paulo, com a intenção de chegar ao quarto ano da graduação já trabalhando em alguma empresa. Todavia, nenhuma dessas seleções deu certo. Depois de concluir seu curso, o ex-aluno do IFSC mudou-se definitivamente para São Paulo e, após a realização de diversas entrevistas, recebeu uma proposta de trabalho na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&F Bovespa), prestigiada instituição onde Bruno trabalha até hoje, com as funções de Analista de Administração de Risco – estudo das probabilidades de ganhos e perdas associados a contratos: o modelo de risco é o modelo matemático responsável pelo cálculo destas probabilidades -, utilizando técnicas de programação de bancos de dados e modelagem para produzir informações úteis ao controle de risco associado aos negócios da instituição.

Bruno diz, ainda, que ao longo do tempo em que trabalha na BM&F Bovespa, foi acumulando diversas responsabilidades na medida em que apresentava resultados. “Durante todo o tempo que eu trabalho nesse setor, tenho visto que é extremamente difícil contratar mão-de-obra qualificada e abrangente”, revela. Hoje, sua meta principal é crescer ainda mais dentro da Bolsa de Valores e ser reconhecido pelo trabalho que faz. “A única maneira para você alcançar esses objetivos dentro de uma grande empresa ou instituição, com vários talentos competindo com você, é mantendo sua produtividade em alta”.

Com a experiência adquirida, quer no IFSC-USP, como também no setor produtivo, o jovem diz que quando se está na graduação é preciso ter bastante curiosidade pela ciência e não deixar que as dificuldades apresentadas por algumas disciplinas diminuam o interesse pela física. Além disso, Bruno conta que é importante valorizar o tempo livre e fazer uma série de disciplinas que seja adequada ao momento de lazer que o estudante terá, para que o horário não fique sobrecarregado e para que possa se dedicar ainda mais às matérias escolhidas.

Para o nosso entrevistado “quando um jovem está na universidade é importante que avalie o próprio perfil e anseio profissional e não se limite apenas à área acadêmica ou à industrial.”, finaliza Bruno.

(Entrevista publicada no livro intitulado “Egressos do IFSC/USP que atuam fora da academia” – por: Prof. Tito José Bogamba e Rui Sintra-jornalista – Foto principal: Rafael Matsunaga)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

4 de setembro de 2018

USP é selecionada para novo programa da Capes – “Print”

A USP foi uma das universidades selecionadas para fazer parte do Programa Institucional de Internacionalização (Print), criado pela Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

O Print é um novo programa da Capes que visa a fomentar o desenvolvimento de planos estratégicos de internacionalização como meio de melhorar a qualidade dos cursos de pós-graduação nacionais e de conferir maior visibilidade internacional à pesquisa científica realizada no Brasil.

Para isso, as instituições cujos projetos foram contemplados receberão recursos para o financiamento de atividades, como auxílio para missões de trabalho no exterior; manutenção de projetos; bolsas no exterior (doutorado sanduíche e professor visitante) e no País (pós-doutorado e jovem talento com experiência no exterior).

O anúncio dos contemplados foi feito pela Capes no dia 20 de agosto. Os recursos de 2018 serão destinados a 25 instituições de ensino superior que participaram do processo de seleção, iniciado em 2017. Os projetos escolhidos serão iniciados em novembro, com um prazo de duração de quatro anos. A partir de 2019, a Capes investirá R$ 300 milhões anuais no programa.

A USP deverá receber R$ 144 milhões.

A proposta da USP foi elaborada por um grupo de trabalho coordenado pelo pró-reitor de Pós-Graduação, Carlos Gilberto Carlotti Júnior. Segundo o pró-reitor, dentre os resultados esperados estão a consolidação das parcerias internacionais, um fluxo maior de estudantes de doutorado no exterior e a mobilidade mais estruturada de docentes.

Em abril, a Pró-Reitoria promoveu encontros com diretores de unidades de ensino e pesquisa, presidentes das Comissões de Pós-Graduação e de Pesquisa e coordenadores dos Programas de Pós-Graduação da Universidade para discutir a proposta da USP, apresentar sugestões e propor aprimoramentos.

(Com informações de Adriana Cruz – Sala de Imprensa USP)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

4 de setembro de 2018

A conquista do prêmio de melhor trabalho de iniciação científica

Cerimônia de entrega do prêmio – Da esquerda para a direita: Prof. Fábio Almeida – presidente da AUREMN -, Prof. Eduardo Azevedo (IFSC/USP) e Raquel Gama

A jovem Raquel Gama, estudante do 4º ano do Curso de Bacharelado em Física (IFSC/USP), foi a grande vencedora do Prêmio AUREMN em Ressonância Magnética 2018 – Melhor Trabalho de Iniciação Científica, conquistado no decorrer da Jornada Brasileira de Ressonância Magnética, promovida pela Associação de Usuários de Ressonância Magnética (AUREMN) e que ocorreu na cidade de Bento Gonçalves (RS), entre os dias 31 de julho a 03 de agosto.

Orientada pelo Prof. Eduardo Ribeiro de Azevedo (IFSC/USP), Raquel Gama, que pela primeira vez participou de um encontro da AURENM, apresentou o trabalho Uso combinado de RMN de estado sólido em alto e baixo campo magnético para caracterização de mobilidade molecular: aplicação em polímero com propriedade de autorregeneração.

Sucintamente, o trabalho de Raquel, que está sendo feito em colaboração com a Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP), tem o objetivo de aplicar técnicas combinadas de RMN em um polímero que se autorregenera, que poderá ser usado para a criação de um sensor que detecta trincas em aeronaves.

Como prêmio, Raquel Gama ganhou sua inscrição e hospedagem no próximo evento promovido pela AUREMN,que, tudo indica, ocorrerá em Angra dos Reis (RJ).

O IFSC/USP congratula efusivamente Raquel Gama pela conquista alcançada.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

3 de setembro de 2018

Brasileiros e americanos se destacam na “Physical Review Materials” (PRM)

O artigo intitulado Anomalous remnant magnetization in dilute antiferromagnetic Gd1-xYxB4, da autoria* de pesquisadores do Instituto de Física da USP, Centro Universitário FEI, Universidade da Caifórnia (USA) e Universidade Estadual de San Diego (USA), foi destaque na conceituada revista Physical Review Materials (PRM) (Projetos FAPESP: 2013/07296-2, 2013/20181-0 e 2014/19245-6)

A impossibilidade de satisfazer interações magnéticas concorrentes e de maneira simultânea resulta em um fenômeno conhecido como frustração magnética. Um caso típico de frustração geométrica pode ser visualizado em um material com rede triangular, onde o alinhamento antiferromagnético AFM entre três íons magnéticos posicionados nos vértices do triângulo não pode ser satisfeito simultaneamente.

Um caso mais geral de frustração em uma rede em duas dimensões (2D) foi abordado por Sriram Shastry e Willian (Bill) Sutherland no início da década de 80 e é denominado de rede SS. Neste contexto, sistemas AFM frustrados têm atraído bastante interesse e motivado extensa pesquisa devido à observação de novos fenômenos e fases exóticas que se correlacionam com a frustração. Importante mencionar também que o interesse renovado em sistemas AFM frustrados, oriundo no processo físico que ocorre tanto nos domínios AFM presentes nos materiais, assim como nas paredes de domínio, deve-se à sua relevância para as interações antiferromagnéticas que ocorrem, por exemplo, na spintrônica.

Figura 1 – Estrutura magnética do GdB4 ao longo do plano ab da rede cristalina. Os átomos de Gd e os átomos de B são representados pelas cores verde e azul, respectivamente.

Compostos de tetraboretos de terras raras RB4 (R = elemento terra-rara) são de interesse nesse cenário pois oferecem uma realização experimental rara de redes frustradas do tipo SS. As interações magnéticas concorrentes em materiais RB4 resultam em diversos fenômenos físicos de interesse na matéria condensada incluindo plateaus de magnetização, formação de dímeros, estruturas magnéticas complexas e diagramas de fase muito ricos. O composto GdB4, em particular, pode ser considerado como um sistema do tipo SS, em que os momentos formam uma estrutura magnética não-colinear. A anisotropia necessária para estabilizar essa estrutura magnética também é responsável por fazer a orientação de magnetização dura ao longo do eixo perpendicular ao plano basal (veja Figura 1).

O surgimento de um ferromagnetismo fraco exótico (wFM) promovido por substituição iônica não magnética no sítio R foi observado recentemente no sistema frustrado geometricamente R1-xYxB4 (R = Tb e Dy). A substituição parcial de Tb ou Dy por Y (não magnético), resulta no decréscimo da temperatura de ordem AFM (TN) e no aparecimento de uma componente ferromagnética fraca wFM abaixo de TN. Este ferromagnetismo fraco é bastante anisotrópico e só pode ser observado quando o campo magnético externo é aplicado ao longo do plano magnético. O início e a magnitude da componente wFM inicialmente escala com o nível de dopagem Y. No entanto a saturação da magnetização ocorre ao redor de x ≈ 0,35, sugerindo que a formação do wFM não é usual. A ocorrência de ferromagnetismo fraco nos R1-xYxB4 (R = Sm, Gd, Tb, Dy, Er) magneticamente frustrados é uma característica geral, sugerindo que apresenta origem comum. A fim de investigar isso mais a fundo, foi realizado um estudo detalhado da magnetização em cristais de Gd1-xYxB4; x = 0, 0,2 e 0,4. Os resultados indicam um comportamento universal para cristais com diluições diferentes, nas quais a componente ferromagnética do wFM satura em campos magnéticos relativamente baixos. As magnetizações obtidas em diferentes campos magnéticos também exibem comportamento universal.

A ocorrência de ferromagnetismo fraco e magnetização remanente nos cristais diluídos correlaciona-se com a substituição parcial de Y por Gd e é consistente com a formação de paredes de domínio nos materiais. Os dopantes não magnéticos são possivelmente os centros de ancoramento e o ferromagnetismo fraco resulta de uma ligeira descompensação dos íons nas paredes do domínio. Embora domínios magnéticos sejam observados em outros materiais antiferromagnéticos diluídos, tanto quanto sabemos, cristais de Gd1-xYxB4 são os únicos sistemas magneticamente frustrados com redes SS que exibem a formação de domínios antiferromagnéticos após diluição.

Para acessar o artigo, clique AQUI.

Para mais informações sobre este artigo, contatar Prof. Renato Figueiredo Jardim, através do email rjardim@if.usp.br

*Autores do artigo – S. H. Masunaga, V. B. Barbeta, R. F. Jardim, C. C. Becerra, M. S. Torikachvili, P. F. S. Rosa, e Z. Fisk,

(Imagem: Videoteca IFUSP)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

3 de setembro de 2018

Aula de laboratório em escola do Bairro Cidade Aracy

Despertar nos alunos o interesse pelas ciências, integrando-os a um ambiente laboratorial de alguma forma similar ao que existe em uma universidade: este foi o principal objetivo de uma ação desenvolvida pelo Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) realizada no dia 22 de agosto último, na EE Cidade Aracy IV, um estabelecimento de ensino pertencente à Diretoria de Ensino de São Carlos, cuja qualidade de suas instalações propicia a que seus alunos possam ter experiências muito positivas, auxiliando-os no seu desenvolvimento educacional.

Aproveitando um espaço da escola devidamente preparado para laboratório, o Prof. Euclydes Marega Júnior, docente e pesquisador do Grupo de Óptica do IFSC/USP, coordenou uma aula dedicada a experimentos laboratoriais, onde os alunos realizaram diversas práticas de Física com o material que lhes foi disponibilizado pela equipe de nosso Instituto.

Sem nunca terem tido qualquer experiência em atividades de Física, os alunos se mostraram entusiasmados em manusear pela primeira vez alguns dos materiais disponíveis, tendo, por consequência, colocado inúmeras questões ao docente.

Paulatinamente, o IFSC/USP segue sua incansável missão de levar a Universidade até a sociedade, não só nas áreas educacional e de pesquisa, como, também, e principalmente, no aspecto social.

Esta foi uma experiência que deverá ser repetida várias vezes.

(Foto Destaque: São Carlos Agora)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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