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29 de janeiro de 2019

A importância da nanotecnologia para a saúde

Prof. Osvaldo Novais de Oliveira Junior

Uma das áreas de destaque no IFSC/USP, a nanotecnologia busca o entendimento e controle da matéria em nanoescala, ou seja, na escala atômica e molecular. Serve, por isso, para o desenvolvimento de materiais e componentes em diversas áreas, como medicina, eletrônica, agricultura, catálise, energias renováveis, entre muitas outras. Um dos princípios básicos da nanotecnologia é a construção de estruturas e novos materiais a partir de átomos e moléculas, sendo que o objetivo é elaborar estruturas estáveis e melhores do que se estivessem em sua forma macroscópica. Isso porque materiais se comportam de maneira diferente em nanoescala.

A nanotecnologia trabalha com objetos entre 1 e 100 nanômetros. Em 1 metro há 1 bilhão de nanômetros. Para se ter uma ideia, a espessura de uma folha de jornal é de cerca de 100.000 nanômetros, enquanto o DNA humano tem apenas 2,5 nanômetros de diâmetro.

Por meio da nanotecnologia, cientistas têm conseguido desenvolver mais e melhores materiais e componentes. Por sua capacidade de criar materiais mais fortes, finos e duráveis, a nanotecnologia é usada em diversos setores da indústria e da tecnologia, e em estudos da física, química, biologia e medicina. Para a saúde, por exemplo, medicamentos baseados em nanotecnologia já são usados para tratar pacientes com doenças graves, normalmente com nanopartículas que são modificadas para a liberação controlada do remédio, e no alvo correto.

O Prof. Osvaldo Novais de Oliveira Junior é um dos cientistas do IFSC/USP que trabalha diretamente com nanotecnologia no Grupo de Polímeros “Prof. Bernhard Gross”, sendo que uma de suas linhas de pesquisa é dedicada ao desenvolvimento de sensores e biossensores. Em trabalho recente, em colaboração com o Hospital de Câncer de Barretos, seu grupo desenvolveu um biossensor para detectar câncer de pâncreas, em que a metodologia e materiais empregados são frutos da nanotecnologia. Praticamente todos os diagnósticos sofisticados, atualmente, se valem de nanotecnologia: desde exames de sangue, urina, ou métodos com imagens.

Exemplo de uma forma de direcionar bactérias, carregando cargas de drogas quimioterápicas diretamente para um tumor ( Montreal Polytechnique e da McGill University) – (Laboratório de Nanorobótica / Polytechnique Montreal – Canadá)

Para Osvaldo Novais, a nanotecnologia é hoje essencial para a medicina, havendo, inclusive, uma área denominada nanomedicina – também ela em destaque no IFSC/USP, através do GNano – Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia, coordenado pelo cientista Prof. Valtencir Zucolotto, e do Grupo de Óptica, coordenado pelo Prof. Vanderlei Bagnato. “Além de diagnóstico, a nanotecnologia auxilia em muitas terapias, sendo que quase todo remédio de última geração é baseado em nanotecnologia. Ocorre que um dos grandes avanços da medicina tem sido permitir que o princípio ativo de um remédio seja liberado no local e na quantidade necessária. Isso reduz os efeitos colaterais, além de aumentar a eficiência do tratamento. Todos devem ter observado como as sessões de quimioterapia são menos agressivas do que no passado e em quase todos os tipos de tratamento. Isso se deve, em grande parte, à liberação controlada dos remédios. Além disso, algumas doenças incuráveis até há pouco tempo, hoje podem ser curadas. Um exemplo incrível é o câncer de fígado. Alguns tipos já são curáveis a partir de nanotecnologia”, relata o cientista, que reforça como a nanotecnologia tem a ver com a liberação controlada dos remédios. “Acontece que o princípio ativo é encapsulado em nanoestruturas, como se fossem pequenas naves (nanonaves) que circulam pelo corpo humano e só liberam o remédio quando o tumor cancerígeno é encontrado. Sem esse controle preciso seria impossível atingir os resultados que hoje são obtidos”, ressalta Osvaldo Novais.

As novas técnicas de diagnóstico e terapia só podem ser desenvolvidas com o trabalho de profissionais de diversas áreas do conhecimento, constituindo equipes multidisciplinares. Saliente-se, também, que a ciência básica é crucial para o estudo e aplicação de novos nanomateriais e novas tecnologias. Ou seja, para ter uma medicina de alto nível, como a que temos no Brasil, é preciso formar não só médicos excelentes, mas também investir em pesquisa para que se possa desenvolver novos métodos e utilizar outros que inevitavelmente têm que ser importados.

Tudo isso se faz no IFSC/USP, um Instituto de excelência em nível internacional.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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