Notícias Destaque

19 de março de 2019

Dia 20 de março: “Momento Bem Estar” na Biblioteca do IFSC/USP

Dia 20 de março é dia de recomeçar os encontros semanais de meditação no 1o. piso da Biblioteca do IFSC/, que acontecerão todas as 4as. feiras das 12:30 as 13:00 hs..

Esperamos todos os interessados para mais um momento de leveza para nossa mente e corpo, com a participação da educadora Patrícia Cristina Silva Leme (Pazu) que tem coordenado estas sessões que se iniciaram em outubro de 2018, com a participação não só da comunidade do IFSC/USP, como, também, de muitas pessoas oriundas da sociedade civil são-carlense, procurando formas de equilíbrio e de tranquilidade mental espiritual que só a meditação proporciona.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

19 de março de 2019

Seminário “Rectification in Classical and Quantum Systems”

O Grupo de Óptica do IFSC/USP realizou no dia 19 do corrente mês mais um seminário, desta vez com a presença do Prof. Emmanuel Araújo Pereira, docente e pesquisador da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que dissertou sobre “Rectification in Classical and Quantum Systems: Searching for Efficient Thermal and Spin Diodes”, tendo começado por salientar que a natureza tem à sua disposição vários mecanismos de transporte de energia: condução por eletricidade, por calor, etc. O incrível desenvolvimento da eletrônica moderna, devido à invenção de transistores e outros dispositivos de estado sólido, é bem conhecido, com impacto em nossas vidas diárias.

Contudo, o pesquisador salientou que a situação de suas contrapartes é diferente. A fonônica, por exemplo, dedicada à manipulação da corrente de calor, permanece praticamente paralisada em termos de gerenciamento de circuitos térmicos, principalmente devido à falta de diodos térmicos eficientes.

Neste seminário, o palestrante revisou, de forma breve, alguns trabalhos com sugestões para superar o problema dos diodos térmicos usuais, com pequeno fator de retificação, decaindo rapidamente para zero à medida que o tamanho do sistema aumenta.

Por outro lado, Emmanuel Araújo Pereira fez a análise de alguns modelos clássicos de osciladores e alguns sistemas de spin quântico, nos quais também são consideradas as propriedades da corrente de spin, tendo descrito alguns resultados interessantes, incluindo a possibilidade de um modelo de diodo de spin perfeito, e também de outro modelo com uma perfeita retificação térmica.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

 

 

 

 

 

 

19 de março de 2019

Alunos da América do Sul estagiam com pesquisadores do IFSC/USP

Quatro estudantes oriundos do Perú, Chile, Argentina e Venezuela, iniciaram este mês estágios em nosso Instituto ao abrigo do Programa de Estágios de Verão, uma iniciativa do IFSC/USP sob a coordenação do docente e pesquisador Prof. Richard Garratt. que anualmente promove esta feliz iniciativa que é financiada por dois beneméritos internacionais, com o intuito de apoiar jovens estudantes, principalmente da América do Sul.

Durante os próximos dois meses, Nathalia Martinez (Universidad Central de Venezuela), Tamara Adjimann (Universidad de Buenos Aires), Eduard Joel Chocano Coralla (Universidad Católica Santa Maria – Perú) e Sebastian Muñoz (Universidad de Chile), todos eles desenvolvendo trabalhos na área da Biologia em suas respectivas universidades, estarão em contato direto e trabalhando em suas pesquisas com os pesquisadores do IFSC/USP, Profs. André Ambrosio, Marcos Navarro, Sebastião Pratavieira e Javier Ellena.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

19 de março de 2019

Pesquisadores do IFSC/USP na descontaminação de órgãos para transplante

Pulmões de porco sujeito a teste de radiação ultravioleta

Em um trabalho conjunto da USP de São Carlos – através do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) – e da Universidade de Toronto (Canadá), resultou em um novo procedimento e a criação de um equipamento que, ao utilizar uma técnica de radiação de ultravioleta e luz vermelha, permite reduzir a carga viral e bacteriana em órgãos para transplante, evitando que doenças como hepatite e outras possam se desenvolver nos receptores. Este trabalho está descrito em artigo científico publicado na Nature Communications (VER AQUI).

Esta técnica de biofotônica foi aplicada, primeiramente em nível experimental, em pulmões humanos, no Canadá, estando atualmente já em prática em um dos maiores centros da especialidade, encontrando-se em fase de desenvolvimento protocolos para fígado e rins. No Brasil, estão se iniciando agora os modelos experimentais. A expectativa é que se melhorem substancialmente as condições pós-operatórias de transplante de órgãos e, simultaneamente, aproveitar melhor órgãos que atualmente são descartados.

Dr. Marcelo Cypel

A maioria dos órgãos, quando retirada do doador, tem o sangue substituído por um líquido de preservação, numa operação chamada “perfusão”. Na nova técnica, os pesquisadores fazem circular esse líquido pelo interior do órgão, ao mesmo tempo em que, externamente, expõem o líquido a um sistema que emite radiação ultravioleta controlada, que elimina os micro-organismos, tudo isso sem alterar a composição do líquido nem tocar no órgão: à medida que o líquido circula nessa espécie de carrossel, os micro-organismos são expostos à radiação e consequentemente eliminados, o que resulta em uma grande diminuição da carga viral e bacteriana, proporcionando melhores chances de sucesso nos transplantes de órgãos.

Neste complexo trabalho de pesquisa participaram equipes de cientistas do Canadá e do Brasil. Por parte do Canadá, a equipe clínica foi composta por médicos e pesquisadores chefiados pelo médico Dr. Marcelo Cypel, com os apoios da Canadian Institutes of Health Research e do Toronto General & Western Hospital Foundation, enquanto que o grupo brasileiro, constituído pelos pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) Cristina Kurachi e Natália Inada, foi chefiado pelo Prof. Vanderlei Bagnato, igualmente deste Instituto, tendo contado com o apoio da FAPESP e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Prof. Vanderlei Bagnato

No caso do transplante de pulmão, o órgão a ser transplantado tem o sangue substituído por um líquido de preservação – procedimento conhecido como perfusão e desenvolvido no Canadá por Cybel. A perfusão consegue reduzir a carga viral e bacteriana, mas não eliminá-la. Isso obriga o paciente a ser submetido a um tratamento com antibióticos e antivirais nos três meses seguintes ao transplante.Pensando em formas de reduzir ainda mais ou eliminar a carga viral dos órgãos para transplante, especificamente o vírus da hepatite C, o cientista canadense considerou a hipótese de utilizar métodos de descontaminação por luz ultravioleta, que são comuns na descontaminação de sangue, por exemplo, tendo sido dessa forma  que o mesmo iniciou uma parceria científica com Vanderlei Bagnato. Passado cerca de um mês, a equipe do IFSC/USP enviou a primeira versão do protótipo da máquina de descontaminação por radiação ultravioleta.

Profª Cristina Kurachi

Segundo declarações à revista Pesquisa FAPESP, a pesquisadora Profª Cristina Kurachi elucidou que “A técnica de descontaminação biofotônica desenvolvida nos laboratórios de São Carlos consiste de dois procedimentos específicos, que acontecem simultaneamente. Durante o processo de perfusão, enquanto os pesquisadores fazem circular o líquido no pulmão a ser transplantado, adicionam-se moléculas no tecido pulmonar e a descontaminação biofotônica ocorre diretamente no órgão, que é exposto à radiação de luz vermelha com comprimento de onda de 660 nanômetros (nm). Essa radiação, por ação fotodinâmica oxidativa, elimina microrganismos aderidos ao tecido. Ao mesmo tempo, a carga viral é também carregada pelo líquido circulante, que está em constante descontaminação por receber radiação ultravioleta de comprimento de onda de 254 nm. A função da radiação ultravioleta é destruir diretamente os microrganismos por meio do rompimento e da quebra das moléculas presentes em bactérias e vírus. Assim, as bactérias são mortas, e os vírus, totalmente inativados. Já com o banho de luz vermelha a ação de descontaminação ocorre de forma indireta, pela fotossensibilização”.

Essa terapia biofotônica envolve a introdução de um fármaco fotossensibilizador no líquido da perfusão. A ativação do fármaco requer moléculas de oxigênio (presente nos vírus) e irradiação de luz em um comprimento de onda específico (a luz vermelha de 660 nm). Uma vez que a droga fotossensibilizadora é banhada pela luz vermelha, suas moléculas absorvem energia. Tal energia é transferida às moléculas de oxigênio do vírus, que se tornam extremamente oxidantes, causando danos irreversíveis às membranas e ao material genético de diversas cepas virais, incluindo o vírus da hepatite C (HCV) e da Aids (HIV-1).

O líquido de preservação da perfusão é especial, muito caro, composto de tal forma a preservar o órgão. Pelo seu custo, utiliza-se uma quantidade mínima nos procedimentos. Agora com a técnica e o equipamento desenvolvidos, com apenas um litro do líquido é possível circular no órgão por centenas de vezes, limpando por completo os contaminantes”.

Draª Natália Inada

O método foi primeiro testado em pulmões humanos rejeitados para transplante, a fim de verificar se a carga viral nos tecidos poderia ser reduzida pelo banho de radiação. O passo seguinte foi repetir a técnica em pulmões de porcos, que eram então transplantados, para verificar se o procedimento causava algum tipo de dano bioquímico ou morfológico nos tecidos, o que não ocorreu, e por fim, tiveram início os testes com pacientes. Saliente-se que nos primeiros dez transplantes realizados, a nova técnica eliminou o vírus da hepatite C nos órgãos doados a dois pacientes. Nos outros oito pacientes, a carga viral caiu muito, mas sete dias após a cirurgia o vírus da hepatite voltou a se multiplicar e os pacientes tiveram de receber tratamento antiviral por três meses.  Cypel sublinha que foi importante verificar que quando não era eliminado, o vírus reaparecia nos testes laboratoriais dos pacientes, após sete dias. Com essa informação, já foram realizados outros dois transplantes, nos quais o tratamento antiviral se concentrou na primeira semana posterior à cirurgia. Nos dois casos o vírus foi eliminado.

De acordo com Bagnato, o aperfeiçoamento da terapia biofotônica, com a queda da carga viral e bacteriana cada vez mais acentuada, proporcionará melhores chances de sucesso dos transplantes. O objetivo, segundo Bagnato, é que a terapia com luz elimine totalmente os contaminantes bacterianos e virais dos órgãos a serem transplantados. Se isso for conseguido, o uso do líquido perfusivo poderá mesmo vir a ser eliminado.

Uma patente foi depositada no Canadá e já existe interesse de duas empresas internacionais em estudar a possibilidade da fabricação e comercialização do equipamento. A equipe trabalha agora para implantar o programa de descontaminação de fígados e rins no Brasil.

(Foto principal: Profª Cristina Kurachi/FAPESP)

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

18 de março de 2019

Profª Yvonne Mascarenhas: “O que fazer após a aposentadoria”

O que fazer após a aposentadoria foi o título da palestra proferida pela Profª Yvonne Primerano Mascarenhas, decana da USP e uma das pioneiras na criação do IFSC/USP, no decurso de mais um seminário promovido pelo Grupo de Pesquisa em Nanomateriais e Cerâmicas Avançadas (NACa/IFSC), realizado no dia 15 do corrente mês.

Em sua apresentação, a Profª Yvonne Mascarenhas fez um relato das atividades exercidas antes de sua aposentadoria e decisões para após a aposentadoria compulsória, que aconteceu em 2001, que se dividem ainda em:  atividades científicas em cristalografia associada a grandes projetos e Início de atividades relacionadas à difusão científica em apoio à educação básica.

 

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

17 de março de 2019

São Paulo School on Modern Topics in Biophotonics

O Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) organiza entre os dias 20 e 29 de março de 2019 a São Paulo School of Advanced Science on Modern Topics in Biophotonics, um dos mais importantes eventos científicos inseridos na Escola São Paulo de Ciência Avançada, apoiada pela FAPESP.

Tendo como público-alvo alunos de pós-graduação e pesquisadores em início de carreira (pós-doutorados), a Escola apresentará e discutirá temas de relevância na área de Biofotônica, a saber: Óptica Tecidual / Microscopia e Imagem / Nanomedicina / Neurofotônica / Terapia Fotodinâmica / Biossensores / Diagnóstico e Tratamento do Câncer / Técnicas não lineares / Técnicas de Espectroscopia, tendo como coordenadora a docente e pesquisadora de nosso Instituto, Profª Cristina Kurachi.

Renomados pesquisadores nacionais e estrangeiros, oriundos da África do Sul, Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Israel, Portugal e Brasil, estarão presentes como palestrantes num evento que facultará o intercâmbio de conceitos científicos e avanços tecnológicos na área da Óptica Biomédica e áreas correlatas.

Para obter mais informações, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

15 de março de 2019

Ex-aluno do IFSC/USP no setor de defesa e segurança

O ex-aluno do Instituto de Física de São Carlos, Rodrigo Rafael Melaré Corrêa, tem 27 anos e nasceu no interior do estado de São Paulo, em uma cidade chamada Porto Feliz. Seus ensinos fundamental e médio foram realizados na Escola São José, instituição tradicional daquela cidade. Atualmente, as lembranças mais frescas que retém são as do ensino médio, fase escolar em que se dedicou ao máximo nos estudos para prestar o vestibular. “Desde o ensino fundamental eu já gostava de matemática e física, sempre busquei ser um aluno dedicado, mas na verdade foi no ensino médio que realmente comecei a estudar”, relembra.

Devido a sua curiosidade em montar e desmontar equipamentos elétricos e ao gosto por eletrônica, Rodrigo realizou um curso de hardware, que envolveu montagens de microcomputadores e instalações de sistemas operacionais. Na época, o jovem ficou atraído pela área da computação, atração essa que aumentou quando teve o primeiro contato com os cursos do IFSC/USP, através de uma pequena brochura que o Instituto distribuiu em sua escola. Baseado em sua paixão por eletrônica e computação, sempre com incentivo de seus pais, beneficiando da facilidade demonstrada desde cedo na disciplina de física, Rodrigo se interessou pelo curso de física computacional ministrado em nosso Instituto e assim se aventurou a sair de Porto Feliz e rumar à cidade de São Carlos para ingressar no IFSC-USP. “Eu e meus pais já tínhamos em mente que se fosse estudar em uma universidade pública, teria que sair da minha cidade natal”. Outro ponto favorável para sua vinda para o IFSC/USP foi o fato de Rodrigo ter parentes que moravam em São Carlos e em Araraquara, daí que, ao passar a viver sozinho em uma pequena quitinete em nossa cidade, Rodrigo sempre recebia a visita de seus primos são-carlenses e de seus próprios pais, aproveitando os finais-de-semana para visitar a namorada, em Araraquara.

Quando começou a graduação no IFSC/USP, um de seus professores brincou, ao afirmar que tinha sido fácil entrar na Universidade, mas o difícil era sair formado, o que de fato veio a se confirmar logo no início de seu curso, principalmente em gerir e dosar os horários da vida acadêmica com as horas livres: “Eu demorei um tempo para aprender a dividir meus horários, mas depois deu tudo certo”, afirma o jovem. Ele lembra, ainda, que “suou” bastante para passar por algumas matérias de física, principalmente nas de eletromagnetismo. Rodrigo não tinha a intenção de atuar profissionalmente dentro da academia: os motivos eram o longo tempo que demoraria em finalizar o mestrado e o doutorado, bem como a remuneração em curto prazo que, para ele, não era atrativa quando comparada com a média do setor industrial. A ideia de se tornar independente e de imediatamente constituir uma família também favoreceu sua escolha pela carreira no setor produtivo. Além disso, segundo ele, os desafios oferecidos pelo setor industrial eram mais estimulantes.

Assim, no início do quarto ano de sua graduação em física computacional, Rodrigo conseguiu uma vaga de estágio, com bolsa do CNPq, na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, em São Carlos, trabalhando no setor de automação agrícola, sob orientação do Dr. André Torre, “Meu primeiro desafio foi aprender a aplicar os conhecimentos adquiridos na universidade” relembra o aluno. Ao terminar o estágio na Embrapa, Rodrigo deu início ao seu mestrado em ressonância magnética nuclear (RMN), sob orientação do Prof. Dr. Alberto Tannús (IFSC/USP), com foco na área de instrumentação dedicada à área de saúde, utilizando a tecnologia de FPGAs (Field-Programmable Gate Array). No final de seu mestrado, o ex-aluno do IFSC começou a buscar por uma oportunidade na indústria e, em abril de 2013, Rodrigo ingressou na Bradar, empresa do grupo Embraer que atua no setor de defesa e segurança, localizada em Campinas. Cinco meses depois, com estudos concluídos e emprego garantido, Rodrigo Corrêa casou-se.

Na Bradar, Rodrigo trabalha com a tecnologia de dispositivos reconfiguráveis, também conhecidos como FPGAs, cujo aprendizado foi iniciado em seu mestrado. Nesta tecnologia é possível desenvolver hardware para a infraestrutura e algoritmos de processamento de sinais necessários para o funcionamento de um radar. Rodrigo ressalta que a empresa oferece boas oportunidades para os graduados em física ou física computacional, uma vez que esta necessita de profissionais capazes de modelar fenômenos físicos para produzir radares para sensoriamento remoto, radares de vigilância aérea e terrestre. Existem, ainda, muitas oportunidades na área de computação e engenharia, onde os bacharéis do instituto podem se enquadrar.  “Com certeza o Instituto de Física de São Carlos me ajudou a pleitear uma oportunidade profissional na Bradar”, comenta Rodrigo.

Aos alunos que estão na graduação, Rodrigo Corrêa aconselha que se esforcem e absorvam tudo aquilo que a Universidade tem a oferecer, pois, segundo ele, poucos tem a chance de estudar em um instituto com a qualidade do IFSC/USP e, por isso, essa oportunidade não deve ser desprezada.

(Entrevista publicada no livro intitulado “Egressos do IFSC/USP que atuam fora da academia” – por: Prof. Tito José Bogamba e Rui Sintra-jornalista)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

 

15 de março de 2019

Colloquium diei” com Laura Greene – “And, I am a Materials Girl”

A edição do dia 15 de março do programa Colloquium diei, evento que habitualmente ocorre nas instalações do IFSC/USP, teve como palestrante a cientista norte-americana Profª Laura Greene,  da Universidade Estadual da Florida, que apresentou o tema “And, I am a Materials Girl…”.

Em sua apresentação, a palestrante convidada evidenciou que ser física não é simplesmente o seu  trabalho ou sua carreira, mas parte integrante do que a define. Com humor, Laura Greene não soube explicar para o auditório se ela apenas uma hard-wired ou se foi mordida pelo “bug” da ciência quando nasceu: apenas sabe que que ser física é exatamente aquilo que preisava fazer.

Em sua palestra, Laura compartilhou com o público suas jornadas em física, sempre alimentadas pela paixão nesse campo “sedutor e consumidor” por tanto tempo.

As áreas de interesse da Profª Laura Greene concentram-se nas áreas da física de matéria condensada experimental, com foco em materiais quânticos, incluindo matéria topológica e supercondutores de alta temperatura. A palestrante atua no Conselho de Diretores da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS) e é vice-presidente da União Internacional de Física Pura e Aplicada (IUPAP).

Defensora da diversidade, ela trabalha com equipes que promovem o sucesso de jovens cientistas, especialmente nos países em desenvolvimento. Desempenha funções de consultoria de liderança para o DOE, NSF e a Academia Nacional de Engenharia e Medicina da Ciência (NASEM); recentemente assumiu funções como co-presidente do NASEM Decadal Survey for Materials Research. Greene é membro do NASEM e membro da Academia Americana de Artes e Ciências, do Instituto de Física (UK), da AAAS e da APS. Os reconhecimentos incluem uma bolsa Guggenheim, o Prêmio Lawrence de Pesquisa de Materiais, o Prêmio Maria Goeppert-Mayer.

Ela é coautora de mais de 200 publicações e apresentou mais de 550 palestras convidadas.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

15 de março de 2019

Eleições Discentes – Prorrogação das Inscrições (todos os cargos)

Comunicado:

Em razão de não ter havido inscrição de candidatos para a eleição dos representantes discentes nos diversos Colegiados do Instituto de Física de São Carlos para os cargos da Categoria de Alunos de Graduação  no período previamente definido na Portaria IFSC-001/2019, publicada em 15 de fevereiro, comunicamos a prorrogação do período de inscrições, para todos os cargos, até o dia 22.03.2019, às 16h.

Fica alterado o cronograma, como segue:

 

Inscrição: prorrogadas até 22.03, às 16h

Divulgação dos Inscritos: 25.03, no site

Recursos: até 27.03, às 12h

Decisão: 27.03, no site

Ordem cédulas: sorteio dia 27.03, às 16h

Eleição: 02.04.2019, das 08h às 17h

Resultado: 03.04, no site

Recursos: até 08.04, às 12h

PORTARIA ELEIÇÃO DISCENTE

REQUISIÇÃO ELEIÇÃO CHAPA GRADUAÇÃO

REQUISIÇÃO ELEIÇÃO CHAPA PÓS-GRADUAÇÃO

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

15 de março de 2019

Em Gala: Prof. Vanderlei Bagnato é “Fellow” da Universidade do Texas

No último dia 22 de Fevereiro, numa Gala promovida pelo Instituto Hagler de Estudos Avançados, diversos pesquisadores receberam homenagens e tornaram-se Fellows da Universidade do Texas.

Entre esse lote de cientistas esteva o pesquisador e diretor do IFSC/USP, Prof. Vanderlei Bagnato, acompanhado de sua esposa, Silvia Mara Firmino Bagnato.

A cerimônia oficializou as honrarias aos pesquisadores homenageados, tendo como convidados especiais autoridades americanas, incluindo presidentes de Universidades, professores e empresários.

Vanderlei Bagnato foi escolhido pelos seus trabalhos, tanto em física atômica, como em aplicações de óptica na saúde, tendo permanecido no estado do Texas por algumas semanas, onde proferiu diversas palestras e aulas especiais nos temas de sua atuação.

Vanderlei Bagnato entre Randy Hulet (Rice University) e José Nelson Onuchic

Uma das condições para ser escolhido e ocupar a posição de Hagler Fellow é ser membro da prestigiada Academia de Ciências dos EUA – NAS, sendo que o diretor do IFSC/USP ocupa uma cadeira no órgão desde 2012.

Junto com Vanderlei Bagnato e com os restantes sete cientistas homenageados, esteve o pesquisador José Nelson Onuchic, que foi professor na USP de São Carlos e que hoje desenvolve sua vida acadêmica nos EUA, desde 1989.

Onuchic é colega de Bagnato desde os tempos de graduação na USP e é um dos mais eminentes cientistas brasileiros vivendo fora do Brasil.

Recentemente, Onuchic ganhou o prêmio máximo da American Physical  Society na área onde atua – biofísica.

Para conferir as fotos da cerimônia, clique AQUI.

(Com colaboração de Kleber Chicrala – CEPOF/IFSC/USP)

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

14 de março de 2019

No IFSC/USP: Laura Greene ministra workshop para mulheres cientistas

O dia 14 de março ficou marcado por uma série de eventos realizados no nosso Instituto, entre os quais de destaca o denominado “Workshop para mulheres cientistas”, que ocorreu entre as 14h e as 17h30, no Auditório “Prof. Sérgio Mascarenhas”, coordenado pela Profª Laura Greene, cientista-chefe do National High Magnetic Field Laboratory e professora de física na Universidade Estadual da Flórida (EUA)

“A Arte da negociação” foi o primeiro tema abordado, tendo como a constatação de que negociações ocorrem todos os dias no laboratório científico e no local de trabalho e, muitas vezes, envolvem questões que são fundamentais para o sucesso da pesquisa e para o avanço na carreira. Laura Greene deu tópicos importantes sobre os fundamentos da negociação e que são relevantes para uma variedade de contatos individuais e coletivos.Os tópicos incluíram a importância da negociação para avançar nos objetivos de pesquisa e carreira, identificação de negociações, incluindo pacotes de inicialização, espaço, autoria, suprimentos, etc., elementos necessários para uma negociação bem-sucedida, a importância de desenvolver alternativas para um acordo, técnicas para lidar com pessoas e temas difíceis, a importância de ouvir e apreciar diferentes pontos de vista e a identificação de metas de negociação de curto e longo prazo.

“Habilidades de Liderança e Networking para as mulheres” foi o tema seguinte, onde Laura Greene enfatizou o fato de as mulheres cientistas assumirem papéis de liderança todos os dias, na sala de aula, em seu departamento ou instituição, e em suas organizações profissionais. Este workshop foi projetado para dar aos participantes os conceitos básicos de liderança, descrever algumas pesquisas sobre qualidades de liderança que levam ao sucesso e fracasso, fornecer técnicas e estratégias para o avanço na carreira em funções de liderança e auxiliar no desenvolvimento e manutenção de fortes redes de liderança. Os tópicos também incluiram estilos de comunicação eficazes para as mulheres, projetando confiança e credibilidade através da voz, imagem e linguagem corporal.

As áreas de interesse da Profª Laura Greene concentram-se nas áreas da física de matéria condensada experimental, com foco em materiais quânticos, incluindo matéria topológica e supercondutores de alta temperatura. A palestrante atua no Conselho de Diretores da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS) e é vice-presidente da União Internacional de Física Pura e Aplicada (IUPAP). Defensora da diversidade, ela trabalha com equipes que promovem o sucesso de jovens cientistas, especialmente nos países em desenvolvimento. Desempenha funções de consultoria de liderança para o DOE, NSF e a Academia Nacional de Engenharia e Medicina da Ciência (NASEM); recentemente assumiu funções como co-presidente do NASEM Decadal Survey for Materials Research. Greene é membro do NASEM e membro da Academia Americana de Artes e Ciências, do Instituto de Física (UK), da AAAS e da APS. Os reconhecimentos incluem uma bolsa Guggenheim, o Prêmio Lawrence de Pesquisa de Materiais, o Prêmio Maria Goeppert-Mayer. Ela é coautora de mais de 200 publicações e apresentou mais de 550 palestras convidadas.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

14 de março de 2019

IFUSP: Seleção de pós-doutorados em Simulações Moleculares em Interfaces

O grupo SAMPA/Nanopetro, do Instituto de Física da USP, em São Paulo (IFUSP) está selecionando, candidatos(as) pró-ativos(as) e motivados(as) para posição de pós-doutorado com bolsa Fapesp sob o tema “nanofluídica computacional e efeitos de confinamento em interfaces sólido-líquido”.

Buscam-se candidatos(as) com experiência prévia em dinâmica molecular e/ou cálculos de primeiros princípios.

O projeto será supervisionado pelo Prof. Caetano R. Miranda (IFUSP) e está vinculado ao Temático Fapesp – “Interfaces em materiais: propriedades eletrônicas, magnéticas, estruturais e de transporte”, que envolve grupos teóricos e experimentais da USP, UFABC, UNESP e CNPEM.

Para obter mais informações sobre a Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP, clique AQUI.

Interessados(as) devem enviar até dia 12 de abril do corrente ano um CV em formato PDF, uma carta de apresentação e informações de contato para duas referências para o Prof. Caetano R. Miranda, através do email: crmiranda@usp.br  com o assunto (SAMPAJOBS).

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

14 de março de 2019

TV USP/CEPOF: Construção de um espectrógrafo de projeção

De que forma é que podemos construir um espectrógrafo de projeção, por forma a se mostrar um espectro para uma grande plateia?

Quem nos mostra isso é o Prof. Luiz Antônio de Oliveira Nunes em mais um programa da série “Oficiência”, exibido na TV USP/CEPOF (Canal 10 da Net São Carlos) e também no Youtube.

Confira esta matéria que está intimamente relacionada com o conteúdo programático da Escola de Física Contemporânea, que ocorrerá no IFSC/USP entre os dias 30 de junho e 06 de julho do corrente ano.

Clique na imagem abaixo para assistir a este programa.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

13 de março de 2019

Palestra: Saúde mental e bem estar na Pós-Graduação

Inserida na Semana de Pós-Graduação da USP, realiza-se no dia 14 do corrente mês, entre as 09h00 e as 09h45, no Anfiteatro “Jorge Caron” – Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), a palestra Saúde mental e bem estar na Pós-Graduação, que será apresentada pela psicóloga ao serviço do IFSC/USP, Drª Bárbara Kolstock.

Em sua apresentação, Bárbara Kolstock irá abordar a preservação da saúde mental na Pós-Graduação, a importância dos relacionamentos interpessoais e a qualidade de vida na Universidade e, ainda, uma pequena sessão de relaxamento e respiração.

Esta palestra terá transmissão ao vivo pela IPTV e através da página do Facebook da Biblioteca da EESC (https://www.facebook.com/bibliotecaeescusp/)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

13 de março de 2019

Produção científica do IFSC/USP em fevereiro de 2019

Para ter acesso às atualizações da Produção Científica, cadastradas no mês de  Fevereiro  de 2019, clique aqui ou acesse o quadro em destaque (em movimento) no final da página principal do IFSC.

A figura ilustrativa foi extraída do artigo publicado recentemente por pesquisador do IFSC, no periódico:

Inorganic Chemistry Frontiers, v. 6, n. 2, p. 376-390, Feb. 2019

 

 

 

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

13 de março de 2019

Pré-Inscrições – Escola de Física Contemporânea – EFC 2019

Uma semana inteira em regime de internato (com hotel e alimentação) e em contato diário (das 07h00/21h00) com cientistas e professores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP). Aulas expositivas e experimentais, palestras sobre temas atuais de física, visitas monitoradas às oficinas e aos laboratórios de ensino e pesquisas do Instituto – que é considerado um dos maiores centros de pesquisa multidisciplinar da América Latina -, e conhecer indústrias de tecnologia de ponta que nasceram dentro dos laboratórios do IFSC/USP.

Enquanto a maioria dos estudantes do ensino médio aproveita o período para curtir as férias, um vasto lote de alunos talentosos oriundos de todos os estados do país decide mergulhar nos laboratórios do IFSC/USP, decifrar enigmas, lançar e resolver problemáticas, encarar as complexidades propostas pela Ciência. Este é, sucintamente, o desafio lançado aos alunos do ensino médio do país pela Escola de Física Contemporânea (EFC), que desde 2001 é organizada pelo Instituto de Física de São Carlos e que esta ano ocorrerá entre os dias 30 de junho e 06 de julho.

A EFC tem sido para muitos alunos a porta de entrada que deu acesso a uma formação superior de grande qualidade não só em Física, como também em muitas outras áreas do conhecimento, transformando-os em quadros altamente qualificados e transportando-os para áreas profissionais de excelência no Brasil e no resto do mundo. Pela EFC já passaram jovens que hoje são cientistas nas mais variadas áreas do conhecimento e que estão ao serviço de instituições públicas e privadas; engenheiros, biólogos, farmacêuticos, químicos, profissionais nas mais diversas áreas da medicina, profissionais da área financeira, físicos, cientistas de dados, cientistas da área petrolífera, nanomedicina, defesa e aeroespacial, isto só para dar alguns exemplos.

Sempre com altas expectativas, os alunos que participaram de anteriores edições da EFC não esconderam seu entusiasmo perante aquilo que a Escola se propunha oferecer. Carlos Henrique da Costa Silva, que em 2018 viajou desde o Mato Grosso do Sul, a EFC constituiu um grande motivo de interesse para seus projetos futuros. Clique na imagem abaixo para acessar as declarações de Carlos Silva.

Da mesma forma, Elisa Capdeville, que viajou do Rio de Janeiro para a EFC-2018, conta como a Escola lhe deu a oportunidade para mergulhar naquilo que ela mais gosta – Física. Clique na imagem abaixo para conferir as declarações da aluna.

Também participante da EFC-2018, Karina Lopes, que veio do Paraná, decidiu se inscrever na Escola como uma forma de decidir qual o rumo profissional que iria tomar. Clique na imagem abaixo para conferir as declarações de Karina.

Raquel Gama, residente em Governador Valadares (MG), descobriu, na 5ª Série, a Olimpíada Brasileira de Matemática e tentou vencer esse obstáculo, mas não conseguiu chegar lá. Tudo parecia complicado demais, inatingível, mesmo. Embora muito nova, refletiu sobre esse “insucesso”, investigou o que tinha feito errado e tentou novamente no ano seguinte: resultado – uma medalha de bronze. E não parou por aí. Já na 7ª Série conquistou nova medalha de bronze na competição e na 8ª Série levou uma de prata para casa. A matemática começou a ser para a jovem uma espécie de companheira de todos os dias, algo que começou a fazer parte integrante de sua vida. Quanto às olimpíadas do conhecimento, essas competições começaram a mostrar a ela um mundo diferente, já que além do prazer em ganhar medalhas, as olimpíadas facultaram à jovem uma relação com muitas pessoas, entre alunos, professores e pesquisadores, além do fascínio e da descoberta proporcionadas de realizar inúmeras viagens por um país (o seu) até aí desconhecido para ela.

E a paixão por participar em olimpíadas, sua luta para ser “algo”, apareceu inexoravelmente no ensino médio, com participações em diversas olimpíadas do conhecimento – Física, Química, Matemática, Astronomia, etc. -, até que, subitamente, a jovem ouviu falar de uma iniciativa que prendeu sua atenção: A Escola de Física Contemporânea (EFC).

Candidatou-se e foi selecionada para a edição de 2014, onde, durante oito dias, em regime de internato, mergulhou a fundo na temática, trabalhou exaustivamente nos laboratórios junto com seus colegas, trocou ideias e sanou suas dúvidas com pesquisadores e docentes da USP:

“Participar da EFC foi muito importante e decisivo na minha vida. Antes de participar eu não tinha certeza do que cursar na graduação, gostava de exatas e por isso achava que devia cursar Matemática. Na EFC me foi introduzido aspectos da Física, além dos que aprendemos no Ensino Médio, e me fez perceber que Física era o que eu realmente gostaria de estudar. Além das palestras e aulas, o que mais gostei foi ir ao laboratório e fazer experimentos de Física Moderna pela primeira vez. Senti-me uma cientista!! E, quando voltei da Escola, decidi me tornar uma de verdade”. Embora sua decisão de fazer Física remontasse ao 3º ano do Ensino Médio, Raquel confessa que a EFC foi decisiva para sua escolha definitiva: “Depois de ter conhecido o IFSC, através da EFC, não hesitei: lancei-me nos braços do Instituto de Física de São Carlos, em 2015, através do vestibular, um instituto de nível internacional com uma infraestrutura fantástica e com docentes e pesquisadores de alto nível”.

Raquel Gama concluiu seu Bacharelado em Física em janeiro do corrente ano e durante seu percurso acadêmico conquistou os seguintes prêmios:

SIFSC – (2017) Prêmio de Mérito Científico “Profa. Dra. Yvonne Primerano Mascarenhas”Projeto de Iniciação Científica;

“Prêmio AUREMN” (2018) Melhor trabalho de Iniciação Ciêntífica.

Como o número de vagas é limitado, os alunos interessados em participar da EFC – 2019 serão submetidos a um processo seletivo. Para concorrer a uma vaga, o aluno interessado deverá realizar sua pré-inscrição a partir do dia 01/03/2019 exclusivamente no site da EFC.

Para realizar sua pré-inscrição, o aluno deverá preencher o Formulário de Pré-Inscrição na EFC e submeter, pelo site, acesse no menu, junto com a cópia atualizada de seu histórico escolar.

Importante: A falta de qualquer informação solicitada ou do Histórico Escolar atualizado poderá acarretar em eliminação do candidato do processo seletivo para a EFC. O mesmo acontecerá caso o formulário específico de pré-inscrição não seja enviado ou seja preenchido por outra pessoa que não o aluno candidato à vaga na EFC.

As pré-inscrições se encerram no dia 14/04/2019 e, então, serão avaliadas pela Comissão Organizadora da EFC. Os alunos selecionados para participar da escola serão informados até o dia 20/05/2019.

Importante: Caso haja desistência por parte dos alunos selecionados na primeira fase da seleção, os alunos mais bem classificados dentre os não convocados poderão ser chamados oportunamente.

Para se inscrever na EFC-2019, ou obter mais informações sobre a Escola, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

11 de março de 2019

“There is plenty of room at the Bottom… But even more in a Fractal”

Cristiane Morais Smith, pesquisadora da Universidade de Utrechet (Holanda), foi a palestrante convidada em mais um seminário do Grupo de Óptica do IFSC/USP, realizado no dia 11 de março nas instalações de nosso Instituto, tendo como tema There is plenty of room at the Bottom… But even more in a Fractal.

Cristiane Smith começou por abordar, em sua apresentação, a ideia original de Feynman em usar um sistema quântico que pode ser controlado e manipulado livremente para simular o comportamento de outro mais complexo, floresceu durante as últimas décadas no campo dos átomos frios, sendo que mais recentemente esse conceito passou a ser desenvolvido na área de nanofotônica e em matéria condensada.

Nesta palestra, Cristiane Smith lançou a discussão em torno de alguns experimentos recentes, nos quais as redes de elétrons 2D foram projetadas em nanoescala. A primeira é a rede Lieb [1], e a segunda é uma gaxeta Sierpinski [2], que tem dimensão D = 1,58. A realização de redes fractais abre o caminho para a eletrônica em dimensões fracionárias.

Por último, a pesquisadora mostrou como controlar o grau de liberdade orbital eletrônico [3] e como realizar estados topológicos da material, usando o mesmo procedimento, observando-se uma excelente concordância entre as previsões teóricas e os resultados experimentais. Esta técnica está provando ser uma estrutura bastante versátil para a engenharia e controle de sistemas eletrônicos.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

11 de março de 2019

Pesquisadores do IFUSP e Queen’s University publicam artigo

O artigo The role of quantum coherence in non-equilibrium entropy production”, de autoria dos pesquisadores brasileiros Jader P. Santos (Instituto de Física da USP), Lucas C. Céleri (UFG), Gabriel T. Landi (Instituto de Física da USP) e Mauro Paternostro (Queen’s University Belfast, da Irlanda do Norte), foi publicado neste mês na revista Nature Quantum Information. Esta revista teve fator de impacto de 9.206 em 2017 de acordo com o Journal Citation Reports.

Resumo do artigo:

Irreversibilidade está entre os conceitos mais debatidos da física no último século. As leis fundamentais da natureza, como as leis de Newton ou a equação de Schrödinger, são manifestamente reversíveis. No entanto, os fenômenos que emergem dela podem não ser. Efeitos irreversíveis impactam diretamente a eficiência de máquinas térmicas e outros dispositivos. Quantificá-los é, portanto, essencial não apenas do ponto de vista fundamental, mas também aplicado.

Recentemente tem havido um grande esforço da comunidade em desenvolver dispositivos termodinâmicos que fazem uso de sistemas quânticos coerentes. Neste caso, propriedades como o princípio da superposição ou o emaranhamento, poderiam ser utilizadas como recursos para aumentar a eficiência destes dispositivos.  Estes recursos, no entanto, são facilmente degradados pelo contato com o ambiente, um processo eminentemente irreversível. A teoria matemática necessária para quantificar a irreversibilidade associada à perda de tais recursos quânticos ainda está incompleta.

Neste trabalho os autores contribuem neste aspecto, desenvolvendo um formalismo que permite separar a contribuição de efeitos clássicos e quânticos para a irreversibilidade de processos termodinâmicos. O trabalho é baseado em ferramentas de sistemas quânticos abertos, combinadas com o formalismo de teorias de recursos em informação quântica.

Em particular, o foco foi em quantificar o grau de irreversibilidade relacionado à perda de coerências quânticas quando um sistema interage com o ambiente. Os autores mostraram que há uma separação clara entre um termo clássico, relacionado com a troca de calor entre o sistema e o ambiente, e um termo genuinamente quântico, relacionado ao processo de decoerência. Além disso, utilizando o formalismo de trajetórias quânticas, os autores mostraram que a irreversibilidade devido à decoerência está ultimamente relacionada com um dos conceitos mais básicos da mecânica quântica: a noção de que estados quânticos não são em geral ortogonais entre si. Esta pesquisa contribui, dessa forma, para um esforço crescente da comunidade em identificar quais efeitos quânticos podem resultar em uma quantum advantage no contexto da termodinâmica.

Para acessar o trabalho, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

8 de março de 2019

Para ex-aluno do IFSC/USP: “Um físico trabalha onde quiser”

Mais do que paixão pela ciência, o que Ivan Marin sempre teve foi curiosidade por aquilo que o rodeava, saber como tudo funcionava, o que podia acontecer quando algo era desmontado e montado novamente, se podia – ou não – derreter coisas, como bolinhas de gude (o que apavorava seus pais) e de que forma podia medir e inferir esses fenômenos que, na época, eram muito interessantes.

Mas, para este menino, hoje com 34 anos e natural de São Paulo, cidade onde desenvolve a sua profissão de cientista de dados/especialista em inovação na empresa Catho, sua curiosidade não era apenas por coisas físicas, mas por lugares também, como, por exemplo, saber como as pessoas viviam em um deserto (“É tudo seco lá! Não chove!”), ou até como seria viver no espaço. O designado “pulo do gato” veio com a ficção científica, quando, certa vez, seus pais o deixaram assistir a alguns filmes, como “Jornada nas Estrelas – O Filme” e “Guerra nas Estrelas”. “O espaço e a astronáutica não pararam mais de me fascinar. E para chegar lá? Ciência!”, afirma Ivan ao recordar o início do seu ensino fundamental, em São Paulo, Capital, com posterior mudança de toda a família para a cidade de Araraquara (SP) onde estudou na escola Diálogo, tendo mudado depois para o Colégio Progresso, até à quarta série, e depois, ainda, para outras duas escolas distintas na rede pública – Léa de Freitas Monteiro e Dorival Alves.

A educação dada pelos pais de Ivan Marin foi pautada pela liberdade do jovem poder seguir sua curiosidade, sempre cercado de livros, enciclopédias e, mais tarde, do imprescindível acesso à Internet. Contudo, houve alguém que o marcou muito nos primeiros anos de seu aprendizado. “Uma professora do fundamental – Sandra – foi muito importante em direcionar essa minha curiosidade para alguns objetivos mais científicos, com foco em experimentos. Ela foi a primeira a me indicar que, para se descobrir alguma coisa, tinha que se experimentar e não acreditar apenas nos livros e em pessoas. Ela também ajudou bastante em me mostrar como o meio ambiente é importante”, ressalta Ivan Marin. Embora aplicado nos seus estudos, o jovem estudante debateu-se com algumas dificuldades. Apesar de ter estudado em escolas particulares e públicas e embora o conteúdo das disciplinas nunca tivesse sido um problema, Ivan lutava, de alguma forma, com dificuldades relacionadas com o foro pessoal, que só depois de muito tempo foi relacionado com dislexia. “Esse estado não interferiu muito no meu desenvolvimento, com exceção de que, na leitura, eu demorava sempre duas vezes mais tempo para entender – eu lia muito rápido para terminar logo, mas não entendia nada! – e ninguém conseguia ler o que eu escrevia, nem eu mesmo. Mas só fui ter esse diagnóstico de dislexia anos depois, já adulto, e aí já era tarde”, pontua nosso entrevistado.

Avançando nas recordações até à data do seu ensino médio, Ivan comenta que esse período foi igual ao de todo o mundo, ou seja, estranho e interessante ao mesmo tempo! “Tive várias experiências legais com ciência, como um laboratório de biologia, instituído pela escola onde fiz o colegial. Eu não precisava ir, não era obrigatório para ninguém, mas a chance de estudar e aprender em um ambiente de laboratório era uma chance que eu não podia perder. Abracei e comecei a ir ao laboratório fora dos horários letivos, incentivado por um de meus professores. Fiz várias experiências lá, tive a chance de ir até o laboratório de anatomia da UNESP de Araraquara, que foi uma visita muito bacana, pois como éramos uma turma bem pequena, nos deixaram ficar bastante tempo e até manipular as peças, com a supervisão de professores da universidade”, recorda Ivan. Outra experiência muito interessante, relatada pelo ex-aluno do IFSC/USP, foi com um professor de História que o incentivou a estudar keynesianismo e welfare state, também fora do período normal, por forma a que entendesse melhor as perguntas que surgiam em sala, tendo-se formado um grupo de estudo muito próximo à imagem tradicional de uma iniciação científica, no terceiro colegial. “Ainda lembro a decepção desse professor quando falei que ia fazer Física… Ele tinha certeza que eu ia fazer História!”, complementa Ivan.

Ivan Marin em um de seus momentos de descontração

Antevendo sua entrada na universidade, a escolha de Ivan pela Física foi uma decisão tomada tendo em vistas vários fatores, sendo que alguns deles só surgiram quando o jovem estava preenchendo a ficha de inscrição da universidade. Sabia que ia fazer pesquisa, sabia que seu sonho era querer ser algo parecido com um cientista… Mas, Física??? Ele gostava (e ainda gosta) de vários assuntos, não somente de Física, como, por exemplo, de computação, tendo, inclusive, desenvolvido alguns pequenos trabalhos no colegial, mas a Física surgiu pela influência de dois eventos: o primeiro, através de um professor no colegial (Adriano), que mostrou ao jovem que, pensar com calma nos problemas de Física ajudaria em quase qualquer outro problema, e como modelar matematicamente as questões ajudaria a entender tudo ao seu redor. O segundo veio na decorrência de uma ideia fixa do jovem, que seu caminho acadêmico seria fazer filosofia. “Fui em uma palestra na UNESP de Araraquara, que abordou o tema “profissões”, em especial a de filosofia. A palestrante (professora) me perguntou qual o motivo pelo qual eu gostaria de fazer filosofia e se eu tinha algumas dúvidas. Depois de explicar que sim, que tinha dúvidas e que tinha cogitado também seguir as áreas de medicina, engenharia da computação e física, principalmente, ela disse: ‘É mais fácil um físico virar filósofo do que um filósofo virar físico’. Aquilo ficou gravado no meu subconsciente e acabei decidindo por Física, mesmo, e a escolha pelo IFSC/USP, em particular, foi porque o campus de São Carlos ficava mais perto da casa dos meus pais, em Araraquara, e porque a física, na UFSCar, não me atraiu muito…”, afirma nosso entrevistado, que fez sua graduação e mestrado em Física Computacional no IFSC/USP.

Quanto aos medos e apreensões sentidas no ambiente universitário, Ivan confirma que os anos de graduação são pautados por muitas mudanças, principalmente quando chega a hora de escolher o mestrado e o doutorado, que, no caso dele, não foi em Física, mas em engenharia hidráulica. No decurso de seu percurso acadêmico, Ivan trabalhou entre o mestrado e o doutorado, fazendo projetos de tecnologia como consultor, e ainda em supercomputação, tudo isso misturado com diversas questões importantes, como, por exemplo, se ia conseguir entender as disciplinas, se o seu caminho era realmente o de um cientista, se iria ser de fato um físico, ou o que iria fazer depois. Com dois pós-doutorados feitos – um no Brasil e outro no Canadá -, nosso entrevistado conseguiu resistir às ofertas de emprego por forma a continuar na Academia, no sentido de conseguir uma vaga como pesquisador ou professor. “Trabalhei como pesquisador em grupos de pesquisa no IFSC/USP até conseguir o primeiro pós-doutorado e a partir daí fiquei atrás de concursos e provas. Mas, ou não abriam vagas que me aceitassem – bacharel em física e doutor em engenharia, o que nem a engenharia nem a física costumam aceitar, apesar de todo o discurso de “multidisciplinariedade” -, ou simplesmente não haviam vagas. Tive propostas do Canadá, mas preferi não ficar por motivos pessoais, bem como outras para trabalhar nos EUA, mas nenhuma se concretizou, devido a mudanças políticas. Ou seja, depois de muito insistir e insistir nessa área acadêmica precisei escolher minhas prioridades de vida e profissionais, tendo surgido uma oportunidade de colocação no setor privado, que aceitei, e onde estou até hoje. Mas, o mais interessante de tudo isso é que de fato trabalho como cientista na área privada.”

No seu percurso fora da Academia e desde o final de sua graduação, nosso entrevistado concretizou diversos projetos de forma independente e muitas vezes sem remuneração, apenas pelo simples fato de poder aplicar os conhecimentos aprendidos e ganhar experiência. Dessa forma, trabalhou com montagem de clusters de computadores, desenvolveu atividade como programador científico em projetos de equipamentos oftálmicos, consultor em internet, administrador de sistemas em supercomputadores e até escritor para uma consultoria de ciência para jogos. “Sempre estive envolvido em alguma iniciativa para diversificar as atividades. No final, por causa dos contatos e amizades com pessoas da área de Física, surgiu uma oportunidade de trabalho fixo em uma empresa de tecnologia, na qual me mantenho, atualmente”, pontua Ivan.

Por vezes, muitos alunos acabam por se arrepender do caminho que escolhem, o que não foi o caso de Ivan Marin, quando pesou os prós e contras de ir para o setor produtivo, ou seja, trabalhar fora da Academia. Segundo o ex-aluno do IFSC/USP, o ambiente fora da Academia é diferente, muito mais moderno e, dependendo da área, mais tranquilo, já que existem métricas de produtividade e uma cobrança com relação a ela, mas isso não é novidade na Academia, sendo que muitas vezes essas métricas são injustas. Todavia, Ivan afirma que, de forma geral, as relações entre as pessoas são mais formais fora da Academia. “Eu tive sorte, pois fui trabalhar em uma equipe de inovação onde quase todo mundo teve uma forte experiência acadêmica, até porque a média de idades é muito baixa, ou seja, é gente muito nova; então, o ambiente é excelente, descontraído, produtivo, com muitas discussões, tanto técnicas quando de processo”, sublinha Ivan, acrescentando que “processo de trabalho é algo que não se ensina na Academia e é fundamental, até para, por exemplo, se ter algum controle sobre o que se está produzindo”.

Na opinião de nosso entrevistado, a Física mostrou-lhe o caminho de como se tornar um cientista, apesar de muitas vezes ter atrapalhado, ao invés de ajudar. Sólidos conhecimentos de matemática e algumas disciplinas da Física, como estatística, termodinâmica e eletromagnetismo, foram fundamentais, na opinião de Ivan, que enfatiza a área da computação, classificando-a como determinante. “Sou bacharel em Física, com ênfase em computação, diferente do atual curso de física computacional. Saíamos da Universidade com a formação de físico completo, acrescida de metade de um curso de computação voltado a aspectos práticos da área e isso sempre foi um fator fortemente determinante na minha progressão. Saber alinhar computação com pensamento analítico e ferramentas da Física sempre foram um diferencial”, pontua.

Em termos da faixa salarial praticada na sua área de especialização, Ivan comenta que depende muito de onde esse profissional vai ser colocado, qual a sua posição e o que irá fazer. Na opinião do ex-aluno do IFSC/USP, um graduado habilitado com o curso atual de Física praticamente não tem colocação no mercado, a não ser que ele faça, por exemplo, uma ênfase em computação, que saiba programar bem e tenha conceitos sólidos em algumas áreas da Física e da computação, e, mesmo assim, irá concorrer diretamente com outras carreiras, como ciência da computação. “Ele vai precisar estar pronto para demonstrar que tem algo a mais além da Física e além da computação, mostrar que não fica preso a nenhuma das duas. O que mais escutei sempre foi ‘Quem contrata físico?’ Essa pergunta é errada. Não é quem contrata físico, mas onde o físico quer trabalhar, já que ele tem que desbravar a área onde quer trabalhar e se esforçar para conseguir ser competitivo. Não há um limite superior no que ele pode alcançar, sendo que o caminho depende muito da experiência, das oportunidades”, explica Ivan.

Quanto às expectativas no futuro, Ivan Marin afirma que tem muitos planos, alguns deles envolvendo especializações em algumas áreas de pesquisa consideradas ‘úteis’ no mercado, e ampliar a faixa de áreas em que pode trabalhar. “Coloquei como objetivo não seguir mais o ritmo alucinado que se espera de um pós-doc, ou de um professor recém-contratado, que é estar ligado vinte e quatro horas na pesquisa e na universidade. Existem muitas outras coisas boas que devem ser aproveitadas fora desse ciclo e é possível ser altamente competente e ter sucesso sem precisar comprometer a vida”, afirma o ex-aluno. Por último, para os alunos de graduação do Instituto de Física de São Carlos, ou para os candidatos a ingressar na instituição, Ivan deixa alguns conselhos, como, por exemplo, a necessidade de estudarem de forma inteligente. “Saber resolver o Jackson inteiro não é sinal de que você é um bom físico, apenas serve para provar que você sabe resolver o Jackson. Um bom físico é aquele que tem a capacidade de olhar para um problema e ir aprender o que for preciso para resolver esse mesmo problema, seja em outra área da Física, seja em biologia ou história! Não se restrinjam a somente o que é dado. Tenham uma base sólida, claro, mas vão atrás de problemas interessantes”, complementa Ivan.

Para os novos ingressantes, Ivan Marin aconselha calma e coragem, já que os sustos podem ser grandes, mas, com paciência e perseverança, a Física vai fazendo sentido. “Estudem de forma inteligente e a Física se torna algo muito mais fantástico!”, finaliza o ex-aluno do IFSC-USP.

(Entrevista publicada no livro intitulado “Egressos do IFSC/USP que atuam fora da academia” – por: Prof. Tito José Bogamba e Rui Sintra-jornalista)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

8 de março de 2019

Ex-aluno do IFSC/USP em uma das maiores empresas do mundo

Marcos Antonio da Silva (44) sempre estudou em escola pública e conta que desde a infância sempre teve facilidade com os números e uma grande curiosidade sobre como as coisas funcionavam ao seu redor. Esse aspecto contribuiu bastante para que Marcos seguisse o caminho da física, principalmente a partir de uma visita que fez à UNICAMP (Programa Universidade Aberta), ainda durante o ensino médio. Ao conhecer os laboratórios e diversas experiências demonstrativas de física feitas durante o evento naquela universidade, ele teve certeza de que era aquilo que gostaria de fazer pelo resto de sua vida.

Nessa época, aos 14 anos, Marcos já trabalhava: “Para a minha família, trabalhar durante a adolescência era um processo natural de todo o ser humano”. Marcos trabalhava durante o dia em um escritório de engenharia civil e cursava o ensino médio no período noturno. Apesar do trabalho, que ocupava grande parte de seu dia, Marcos não desistiu de tentar ingressar na universidade. Assim que terminou o colegial, Marcos Antonio veio para São Carlos, onde ingressou no Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP). “Quando escolhi prestar o vestibular, estava encantado com a UNICAMP, inclusive pelo fato de ter visitado o campus durante o colegial. Mas, nesse período, um professor me aconselhou a prestar a FUVEST para ingressar na USP, mesmo eu estando concentrado na UNICAMP. Fiz a prova da FUVEST bem relaxado, sem nenhuma pressão e, por um erro na correção da minha redação no vestibular da UNICAMP, não passei. Quando saiu o resultado da FUVEST foi uma grande surpresa: eu havia passado no IFSC/USP e iria para São Carlos”.

Logo que chegou a São Carlos, Marcos ficou muito satisfeito com o Instituto e com a cidade que o acolheria durante os anos de graduação e pós-graduação. Para ele, a transição para a nova cidade, com pessoas e rotina diferentes, foi um processo recheado de descobertas. O ritmo de estudos era completamente diferente, comparado ao do colégio, porque na Universidade ele ficava 16 horas dentro da sala de aula e outras 40 horas estudando ao longo da semana. Apesar das horas de estudo e dedicação, hoje, Marcos sente-se satisfeito com o resultado de seu esforço durante a vida acadêmica. Ele acredita que fez uma excelente graduação no IFSC/USP, que só lhe trouxe satisfação.

Após concluir sua graduação, Marcos deu início ao seu mestrado com o Prof. Dr. Tito José Bonagamba, na área de ressonância magnética, até porque, anteriormente, já tinha realizado atividades de iniciação científica na mesma área, bem como algumas monitorias no Centro de Divulgação Científica e Cultural (CDCC), onde recebia algum dinheiro para pagar o aluguel da república onde residia. Em determinado período de sua graduação, Marcos ainda reservava alguns dias para dar aulas em Barra Bonita (SP), cidade onde sua família sempre residira.  Quando ingressou no nosso Instituto, Marcos pretendia seguir a carreira acadêmica. Porém, devido à necessidade financeira durante o mestrado, começou a trabalhar num provedor de internet da cidade, o que veio a despertar o interesse pela indústria de TI. Em 1998, Marcos Antonio mudou-se para uma pequena cidade chamada Santa Rita do Sapucaí (MG), onde morou durante um ano, trabalhando em outra empresa voltada para a área de tecnologia de informação (TI) e telecomunicações.

“Os alunos que optarem pelo mercado de trabalho terão que ter paciência, calma e perseverança, pois irão enfrentar muitos obstáculos e grandes experiências até colherem os resultados”

Em 1999 foi transferido daquela cidade para Campinas (SP) e com essa oportunidade conseguiu finalizar o seu mestrado no IFSC/USP no ano seguinte. Após esse período, Marcos foi contratado pelo Instituto de Pesquisas Eldorado, onde trabalhou no desenvolvimento de software. Devido ao seu excelente desempenho, foi promovido ao cargo de líder de projetos, tendo recebido diversos treinamentos na área de liderança e gestão de projetos, tendo obtido, em 2005, uma certificação internacional – Project Management Professional (PMP). Nesse período, fez uma pós-graduação latu-sensu na PUC Campinas e um MBA em Negócios e Marketing na ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing).

Após oito anos no Instituto Eldorado, o nosso entrevistado foi para o Rio de Janeiro trabalhar na empresa multinacional Accenture. Nela, Marcos gerenciou e participou de grandes projetos, como, por exemplo, da homologação do sistema de portabilidade numérica na telefonia (mudança de operadoras sem a necessidade de trocar o número telefônico). Posteriormente, Marcos foi chamado pela empresa Borland para trabalhar na área de consultoria e serviços de TI. Depois de terminado um projeto de seis meses, Marcos Antonio e um amigo abriram a empresa WCJ IT, voltada para a consultoria e gestão de projetos. Após alguns sucessos obtidos com a empresa, os dois amigos enfrentaram alguns obstáculos que quase levaram ao fechamento da empresa.

Em 2012, a Samsung chamou Marcos para uma entrevista. Nela, um dos gerentes da empresa fez uma pergunta curiosa para o ex-aluno do IFSC/USP: “Ele perguntou no que a física poderia contribuir para a empresa e porque ela deveria contratar um físico”. Surpreso, Marcos explicou que há diversas coisas que o físico enxerga de maneira diferente, fator que destaca os físicos dos outros profissionais. “Nós, físicos, sempre temos um questionamento natural sobre como as coisas funcionam e isso é um diferencial durante a análise de um problema e na proposta de solução”. Assim, Marcos foi contratado pela Samsung como gerente de projetos.

Profissionalmente, Marcos também já integrou diversas empresas, onde atuou no setor produtivo. Durante sua trajetória, naturalmente surgiram diversos obstáculos, entre eles o de ser um físico na indústria de TI, segmento no qual a maior parte dos profissionais em exercício é graduado em cursos de ciências de computação, por exemplo. No entanto, dessa experiência ele tirou a lição de que na física os alunos “aprendem a aprender”, inclusive pelas dificuldades que a disciplina contém e assim os prepara para quase todas as situações. O mercado de TI está bem aquecido no Brasil há um bom tempo e ainda há muito espaço e excelente oportunidade para bons profissionais.

Há aproximadamente doze anos, Marcos trabalha com gestão de projetos e está se dedicando atualmente para obter uma nova certificação internacional em Análise de Negócios. Sua perspectiva para o futuro é crescer na vertente gerencial, porém sem se distanciar muito da área técnica, na qual ele pode contribuir com toda a experiência que adquiriu na Universidade e no mercado de trabalho. Ele acredita que em qualquer área que algum aluno da física desejar atuar, o importante é dedicar-se e seguir em frente. Os caminhos que um aluno pode escolher após a graduação são muito diversos e ricos. Para Marcos, isso é muito importante, já que o Brasil precisa de bons físicos, principalmente, na indústria. “Devido à capacidade de adaptação dos físicos, há uma grande demanda no mercado, mas é preciso, no entanto, que as graduações em física se aproximem mais da indústria”, afirma.

Para nosso ex-aluno, a Universidade deve abrir mais as portas para o mercado e estreitar sua relação com as empresas, incluindo estágios e disciplinas que contribuam para que os estudantes terminem a fase acadêmica e fiquem prontos para encararem tanto os laboratórios de pesquisa e as salas de aulas, quanto o setor produtivo. “Os alunos, durante a graduação, têm a chance de saber se realmente pretendem seguir aquele caminho ou se querem recomeçar noutra área”. Marcos Antonio ainda diz que, com a idade que a maioria dos jovens conclui a graduação, há bastante espaço para eles recomeçarem, além do que não devem ter medo de se arriscarem naquilo que gostam. Para Marcos, os alunos que optarem pelo mercado de trabalho terão que ter paciência, calma e perseverança, pois irão enfrentar muitos obstáculos e grandes experiências até colherem os resultados. Todavia, deverão sempre procurar ingressar nas melhores empresas e tomar cuidado para não se encantarem apenas com os salários, já que muitas vezes a satisfação de trabalhar em uma prestigiada empresa e com projetos interessantes vale bem mais do que uma elevada remuneração.

Marcos conta que durante o tempo que integra a Samsung já teve a oportunidade de trabalhar com pessoas de culturas diversas e de colaborar em projetos desafiadores, além viajar para o exterior diversas vezes (Coreia do Sul com certa frequência) e que essa experiência e satisfação ele não poderia ter tido se não estivesse trabalhando em uma empresa multinacional de grande porte.

A Samsung Electronics, fundada em 1969, é considerada uma das marcas mais valiosas do mundo, segundo a consultoria Interbrand -, e emprega cerca de 280 mil funcionários em oitenta países. Ao todo, cerca de 65 mil profissionais atuam em P&D nessa empresa.

(Entrevista publicada no livro intitulado “Egressos do IFSC/USP que atuam fora da academia” – por: Prof. Tito José Bogamba e Rui Sintra-jornalista)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

 

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