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3 de julho de 2019

Inicia-se a Escola de Física Contemporânea (EFC) – edição 2019

Iniciou-se no dia 30 de junho, prolongando-se até dia  06 de julho, a Escola de Física Contemporânea (EFC), uma atividade de extensão promovida pelo Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e que ocorre anualmente, tendo como público-alvo alunos do ensino médio (2º e 3º anos) que apresentem grande interesse pela área de Física. Os estudantes selecionados, provenientes de diversas partes do País, são confrontados com os desafios propostos pelo IFSC/USP, que desde 2001 organiza o evento.

Uma semana inteira, em período integral, com direito a hotel e alimentação, em contato diário com cientistas e professores do Instituto de Física de São Carlos, participando em aulas expositivas e experimentais, palestras sobre temas atuais de física, visitas monitoradas às oficinas e aos laboratórios de ensino e pesquisas do Instituto – considerado um dos maiores centros de pesquisa multidisciplinar da América Latina -, além da passagem por algumas indústrias de tecnologia de ponta que nasceram dentro dos laboratórios do IFSC/USP. Tudo isso e muito mais compõe o pacote da semana da EFC.

Prof. Luiz Nunes de Oliveira

Na abertura do evento, além das apresentações dos professores, coordenadores e monitores, que tiveram a oportunidade de contar suas histórias pessoais, houve também uma aula-show ministrada pelo Prof. Luis Antônio de Oliveira Nunes (IFSC/USP), demonstrando diversos experimentos científicos para o público.

Contudo, foi o Prof. Luiz Nunes de Oliveira, decano do Instituto, que abriu a sessão de trabalhos, relembrando seus cinquenta anos de IFSC/USP como aluno da primeira turma de Física do Instituto, contando um pouco da história do IFSC/USP e homenageando os pioneiros – Profs. Sérgio Mascarenhas Oliveira e Yvonne Primerano Mascarenhas, assim como o saudoso Prof. Horácio Carlos Panepucci, trazendo a importância do físico atualmente e introduzindo a programação da semana EFC para os alunos.

Prof. Luis Antônio de Oliveira Nunes

Na sequência, o Prof. Luis Antônio de Oliveira Nunes, fundador e coordenador da atual Escola de Física Contemporânea, que iniciou em 2001 com o nome de Escola Avançada de Física, trouxe a história da EFC contando um pouco da sua própria biografia, tendo ressaltado a importância do aluno em acreditar na sua capacidade, explorando seu potencial. Ele afirmou que o principal objetivo desta Escola é mostrar para os alunos como conhecimento científico se liga com tecnologia e com geração de riqueza. “Esse ano, os alunos farão uma visita na “Opto Eletrônica”, em São Carlos,  uma empresa que nasceu aqui no Instituto e que hoje tem uma divisão médica e uma divisão dedicada a defesa aeroespacial, para eles começarem a perceber para que serve aquilo que você estuda, pois Física, Química e Matemática não são coisas inventadas só para se fazer provas. Isso gera riqueza e isso pode ser utilizado no dia-a-dia. Então, eu acredito que o principal foco da Escola é como se utiliza Física, Química e Matemática no dia-a-dia e isso é algo extremamente importante para o aluno levar para casa. Tanto médico, como biólogo, como o engenheiro precisam saber Física, Química e Matemática, senão ele não vai ser um profissional competitivo”, elucidou Luíz Antônio. Em sua aula experimental, o docente afirmou que as demonstrações tiveram o intuito de evidenciar ao aluno a importância da Física que ele estuda no Ensino Médio. “Antigamente, a gente estudava, mas não sabia para que servia; hoje, o jovem é mais crítico, por isso, é importante que ele saiba para que serve este conhecimento, porquê ele estuda. Então, o foco da aula de hoje é ganhar motivação para estudar, já que muitas vezes pensamos que estudar é chato. Você começa a  estudar quando vê a beleza das coisas, a partir daí você não está mais estudando, você está correndo atrás. Por isso que é importante que o aluno descubra a beleza que existe na Física, na Matemática e na Química”, pontua Luíz Antônio

Prof. Sebastião Pratavieira

Os outros coordenadores, Profs. Diogo Rodrigues Boito, Renato Vitalino Gonçalves e Sebastião Pratavieira também fizeram suas apresentações, dando boas-vindas aos alunos, trazendo um pouco do histórico profissional de cada um relacionando seu envolvimento com o IFSC/USP. Renato Gonçalves introduziu as normas de conduta e segurança implementadas para a EFC, enquanto Sebastião Pratavieira apresentou, através de imagens, toda a história da USP, do IFSC/USP e da cidade de São Carlos. Pratavieira afirmou que o objetivo da Escola é que os alunos conheçam o Instituto de Física de São Carlos, que eles passem uma semana vivenciando o que é ser um cientista, o que é ser um pesquisador dentro do IFSC. “A gente espera que os alunos cumpram esse objetivo, de saber como é o dia-a-dia de um graduando aqui no IFSC/USP.  Ao longo da semana, eles vão ter diversas práticas, entre aulas, palestras, fazendo experimentos e até mesmo atividades culturais, para assim terem certeza se querem seguir a carreira de Físico”, pontuou.
O docente acrescentou que este ano vai haver um evento voltado ao empreendedorismo, para o aluno conhecer o ambiente de uma empresa, onde o físico pode atuar, ou seja, opções que vão além de trabalhar em uma universidade como pesquisador. Sebastião Pratavieira sublinhou que a parte mais complicada é fazer a seleção dos classificados entre os cerca de quatrocentos inscritos. “São inscrições muito boas, alunos excelentes, mas infelizmente, por uma questão de espaço, a gente só pode escolher trinta, então, essa é a parte mais difícil”. O número de alunos interessados em frequentar a Escola de Física Contemporânea – edição 2019 – bateu todos os recordes, com 367 inscritos, sendo 234 oriundos do Estado de São Paulo e 133 dos restantes estados do País. Os selecionados desta edição mostraram-se bastante empolgados e se apresentaram bastante envolvidos com a apresentação.

Jhordan Albert Tavares Santiago

Jhordan Albert Tavares Santiago (16) veio diretamente de Campina Grande – Paraíba. Ele estuda em escola privada com bolsa integral e como não tinha condições de custear sua viagem até São Carlos, fez uma “Vaquinha Virtual” para cobrir os gastos e o valor arrecadado superou o esperado, ultrapassando a meta.
O jovem afirmou que descobriu a EFC pela internet, pois sempre gostou de pesquisar sobre esse tipo de programa, pois a partir de seu primeiro contato com Física, no seu 9º ano, já passou a se interessar mais pelo assunto. “Academicamente, vou ter uma experiência única, porque eu vou estar nos melhores centros de Física da América Latina, talvez do mundo, com professores excepcionais e também eu vou ter um contato cultural muito grande, porque são pessoas de várias partes do Brasil”. Em relação á sua carreira, Jhordan é bastante objetivo. “Eu pretendo fazer Física. Talvez em São Paulo ou em Portugal, se eu conseguir alguma bolsa ou alguma oportunidade. Eu pretendo ir para Europa e em Portugal eu posso usar a nota do Enem”. Ele pretende seguir Física Teórica e explica: “A Física é muito ampla, ela não é um conhecimento que não vai servir para nada. Não. A Física está em todos os aspectos da humanidade, desde descobrir o porquê da existência do Universo, até coisas básicas – como um microondas funciona, como um fogão funciona e como eu posso usar isso para melhorar minha vida”, relata o aluno.

Amanda Machado dos Santos

Rafael Ribeiro da Silva

Amanda Machado dos Santos (17), que também está bastante animada, é proveniente de Jaraguá do Sul – Santa Catarina. Ela ficou sabendo da EFC por uma amiga que estuda licenciatura em Física e que  veio fazer um curso no IFSC/USP, tendo entrado em contato com ela, pois ambas tinham o mesmo interesse pela área. Amanda faz curso técnico em Química, integrado ao Ensino Médio, onde começou a participar mais de projetos relacionados com Física, Olimpíadas, além de fazer parte de um grupo de Astronomia, daí ter descoberto seu interesse pela área. “O ápice disto foi quando ganhei uma bolsa para monitoria de física, foi então que tive oportunidade de ter contato com pessoas de nível superior que poderiam me explicar os conteúdos. Isso é algo que eu tenho bem convicto para mim, estou aproveitando tudo que eu posso com esses cursos”. Quanto á EFC, ela afirma: “Eu já vejo que vai ser uma grande experiência, começando pela apresentação dos professores, além dessa troca de aprendizado, de conhecer pessoas diferentes que tem interesses próximos, isso já é bem legal. E pelo cronograma que foi disponibilizado para nós, a gente está com expectativas bem altas. Eu já acompanho as atividades daqui pelo site e tenho bastante interesse em vir para cá, por isso, participar desse curso já vai ser algo para ter mesmo certeza dessa área e eu já vim para tirar algumas dúvidas, então, acredito que vá ser algo bastante pertinente”. Quanto á escolha pelo IFSC/USP ela ressaltou que aqui tem grandes diferenciais. “É uma das maiores instituições do país, saem muitas pesquisas daqui, e o interessante é isso, todos os recursos necessários são pagos pelos nossos impostos, então, as pesquisas custeadas aqui acabam voltando para a sociedade e esse é um dos motivos pelo qual eu escolheria o IFSC/USP, pelo retorno dado à sociedade e também pelo nível dos professores”, salienta Amanda.

Grupo de monitores

Já Rafael Ribeiro da Silva (17) de São Carlos, seu primeiro contato com Física foi no 7º ano através de um projeto chamado Clube de Ciências promovido pelo CDCC da USP. “Eu me inscrevi, passei, daí comecei a fazer o Clube de Ciências. Lá era bem amplo, tinha Física, Química e Biologia. A gente fazia vários passeios, daí foi a primeira vez que eu estive no IFSC/USP; nos anos seguintes continuei com o Clube de Ciências, entre outros cursos que envolviam Física e Engenharia , então tem uns cinco anos que eu tenho contato aqui com o Instituto”. Em relação á Física, sua escolha se deu pelo gosto da Astronomia. “Eu sempre gostei de Astronomia, quando entrei no Ensino Médio tive o primeiro contato com a Física e já me interessei. Eu pretendo fazer Licenciatura em Física aqui no Campus São Carlos mesmo. Ainda não sei se vou seguir para Astronomia, mas, quero cursar Física aqui, pois gosto bastante do Instituto”. Durante a EFC, Rafael espera poder aplicar os conhecimentos que já tem e poder aprender mais.

A EFC tem sido para muitos alunos a porta de entrada que permitiu acesso a uma formação superior de elevada qualidade, não só em Física, como também em muitas outras áreas do conhecimento, transformando-os em jovens altamente capacitados e transportando-os para áreas profissionais de excelência no Brasil e no resto do mundo.
Pela EFC já passaram estudantes que hoje são cientistas nas mais variadas áreas do conhecimento e que estão ao serviço de instituições públicas e privadas – engenheiros, biólogos, farmacêuticos, químicos, profissionais nos mais diversos setores da medicina, profissionais do ramo de finanças, físicos, cientistas de dados, cientistas da área petrolífera, nanomedicina, defesa, aeroespacial, entre outras áreas.

(Reportagem de Lilian Tarin / Superv. Rui Sintra)

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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