Notícias

31 de março de 2011

Palestrante discute o papel da ciência em nossas vidas

Ministrar uma palestra com um tema provocativo como “Para que serve a ciência?”, especialmente quando o público é, em sua maioria, formado por pesquisadores cientistas, parece difícil e, sobretudo, provocativo.

Valendo-se de diversas argumentações e uma contextualização histórica, que foi desde a chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil, em 1808, passando pelo positivismo, de Auguste Comte, implantação da Universidade de São Paulo (USP), em 1984, até os tremores nas terras nipônicas, ocorridos nos últimos dias, Ulisses Capozzoli, jornalista especializado em divulgação científica, proferiu a reflexiva palestra sobre papel da ciência em nossas vidas.

“O papel do pesquisador científico é produzir conhecimento, como se produz uma fruta: você planta na terra, joga o adubo e, depois que ela nasce, você a vende no mercado. O cientista deve passar isso para a sociedade, o que pode ser feito através de um jornalista. Mas, esse jornalista também tem sua função primária, que é usar as informações que têm para produzir um artigo inteligível, com um conteúdo que possa ser compreendido por todos”, sugeriu o jornalista, na palestra que durou em torno de uma hora e meia.

Alguns conceitos, novos e interessantes, discutidos por Ulisses, tiveram como função principal alertar o público para o que ele chama de olhar de estranhamento. “Hoje estamos alienados! Não há mais surpresa nem reflexão sobre o que acontece ao nosso redor”, explica.

Já tendo passado pelo ensino superior em jornalismo, economia e psicanálise, o interesse na divulgação científica começou quando Ulisses trabalhou com índios, na Amazônia. “Meu interesse era ter a experiência do homem mais antigo do Brasil, esse homem da época de ‘quase’ fundação da agricultura. Trabalhei muito com índios e foi uma experiência maravilhosa!”, conta. “Quando lançaram o satélite Iras, em 1983, um repórter da Folha [de São Paulo] escreveu um artigo e não concordei com a opinião dele. Rebati com outro artigo, usando o mesmo tema, e as pessoas gostaram do que escrevi. Foi quando decidi trabalhar com jornalismo científico. Depois disso, fiz mestrado em ciência, e doutorado em radioastronomia”.

Embora muitos estejam conscientes da importância da ciência em nossas vidas, ela ainda não tem seu espaço adequado de divulgação. “Nos grandes jornais, há suplementos de turismo, telenovela, agrícola, e não há um suplemento de ciência”, lamenta Ulisses. “Nas mídias atuais, há mais ‘vedetismo’ do que informação. Se o jornalista escreve de uma maneira difícil, as pessoas, além de sentirem-se burras, perderão o interesse no assunto. A busca pelo conhecimento deve ser uma aventura! Devemos incorporar Shakespeare e Guimarães Rosa em nossa reflexão científica”, finaliza Ulisses.

Sobre o programa

A palestra “Para que serve a ciência” faz parte de uma série de eventos, inseridos no programa, Colóquio Interdisciplinar da Licenciatura em Ciências Exatas, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC).

O programa é coordenado pelo docente, Marcelo Alves de Barros, e tem palestras realizadas toda última quarta-feira do mês, no auditório Sérgio Mascarenhas. A participação é gratuita e toda comunidade são-carlense é benvinda.

Assessoria de Comunicação

Data: 31 de março

31 de março de 2011

Atualização do Manual de Normas e Diretrizes-CLT

Em comunicado, o Serviço Pessoal do Instituto de Física de São Carlos (IFSC), disponibiliza o link com informações a funcionários, relacionadas à atualização da rotina de aposentadoria CLT, do Manual de Normas e Diretrizes.

Para ter acesso ao conteúdo, acesse o link.

Assessoria de Comunicação

Data: 31 de março

31 de março de 2011

Posse dos novos representantes

Na próxima sexta-feira, 1º de abril, acontece posse dos novos membros da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA).

A posse será realizada na Sala Celeste (Prédio da Administração, bloco AB, 1º andar), às 9h30, e todos os docentes e funcionários estão convidados a comparecer.

Assessoria de Comunicação

Data: 31 de março

30 de março de 2011

Professor Vanderlei Bagnato é designado coordenador da Agência USP de Inovação

De acordo com Portaria do Reitor da USP, do dia 28 de março de 2011, o Professor Doutor Vanderlei Salvador Bagnato, do Instituto de Física de São Carlos, foi designado Coordenador da Agência USP de Inovação  USPInovação.

A Agência USP de Inovação é o Núcleo de Inovação Tecnológica da USP, responsável por gerir a política de inovação para promover a utilização do conhecimento científico, tecnológico e cultural produzido na universidade, em prol do desenvolvimento sócio-econômico sustentável do Estado de São Paulo e do país.

Bagnato já exerce a função desde o último dia 25, quando cessaram os efeitos da designação do Professor Dr. Pedro Primo Bombonato.

Assessoria de Comunicação

Data: 30 de março

30 de março de 2011

Programas de colaboração internacional da USP lançam editais para intercâmbio

Foi aprovado o Edital 2011 do Programa USP/COFECUB, uma parceria entre a USP e Comité Français d’Evaluation de La Coopération Universitaire avec Le Brasil (disponível em São concedidos recursos para a vinda de missões francesas à USP e para a ida de missões brasileiras à Instituição parceira (Universidades, Centros, Institutos de Pesquisa) na França. Cada país é responsável pelas passagens de seus pesquisadores e pelas diárias dos visitantes. As viagens de ida e volta (USP-Instituição parceira) no limite de até 2 (duas) missões por ano serão cobertas pela Pró-Reitoria de Pesquisa.

O objetivo do Programa é proporcionar o estabelecimento ou fortalecimento de intercâmbio científico franco-brasileiro. Os projetos contemplados recebem o financiamento dos itens acima descritos pelo prazo de 2 anos, passível de renovação por mais 2 anos, exceto se houver parecer contrário dos comitês.

O prazo para apresentação das propostas é até 01 de junho de 2011.

Serão aceitas apenas propostas encaminhadas eletronicamente no Sistema Atena da Pró-Reitoria de Pesquisa (http://sistemas.usp.br/atena), lembrando que as inscrições deverão ser realizadas pelo próprio coordenador.

Informações e dúvidas serão esclarecidas apenas pelo e-mail usp-cofecub@usp.br.

Foi aprovado também, na reunião do Conselho de Pesquisa de 16/03/2011,o Programa USP/USAL, cooperação com a Universidade de Salamanca, de modo que o Edital 2011 também já está disponível emhttp://www.usp.br/prp (clicar em Projetos – USP/USAL).

Neste caso, o prazo para envio de propostas é 15 de abril de 2011.

Da mesma maneira, as propostas serão aceitas apenas se enviadas eletronicamente pelo Sistema Atenas da Pró-Reitoria de Pesquisa, realizadas pelo próprio coordenador.

Para maiores informações, escreva para o e-mail prp@usp.br.

Assessoria de Comunicação

Data: 30 de março

29 de março de 2011

No dia 30, especialista em divulgação científica discute função da ciência

O Instituto de Física de São Carlos (IFSC) inaugura o primeiro “Colóquio Interdisciplinar da Licenciatura em Ciências Exatas” do ano de 2011.

O colóquio terá encontros realizados mensalmente e, embora tenha como público-alvo alunos de graduação e pós-graduação do IFSC, é aberto a toda comunidade são-carlense.

A primeira edição será no próximo dia 30 de março, às 17 horas, no auditório “Prof. Sérgio Mascarenhas”. O palestrante convidado é Ulisses Capozzoli, e o título do colóquio apresentado será “Para que serve a ciência”.

Sobre o palestrante

Ulisses é jornalista, especializado em divulgação científica. Mestre e doutor em ciências pela Universidade de São Paulo, trabalha com divulgação científica há mais de 30 anos.  Já trabalhou em jornais como Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo e, atualmente, é editor da Scientific American Brazil. Foi, também, presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Científico (ABJC), por duas vezes, e já publicou alguns livros, como “Antártida, a última Terra” e “No reino dos astrônomos cegos – uma história da radioastronomia”.

Assessoria de Comunicação

Data: 29 de março

29 de março de 2011

Conferência discute situação das usinas nucleares japonesas e o programa nuclear brasileiro

Aproveitando o ensejo da grande tragédia ocorrida no Japão no dia 11 de março, que ocasionou uma grande crise nuclear, o Instituto de Física de São Carlos promoveu no último dia 28 uma conferência intitulada “Lições de Fukushima e o Programa Nuclear Brasileiro”. O evento teve início às 16h e congregou cerca de 150 interessados no Auditório Sérgio Mascarenhas.

O professor José Eduardo Martinho Hornos, do IFSC, especialista em energia nuclear, guiou a discussão, explicando primeiramente os motivos que o levaram a organizar tal conferência. Hornos tinha em mãos um relatório oficial da ONU acerca da situação das usinas nucleares no Japão, fonte de confiança com a qual pretendia esclarecer os boatos criados pelos órgãos da imprensa. “Estes boatos, que criaram uma situação apocalíptica, causaram um medo incontrolável em todo o planeta, e nós cientistas temos um compromisso, não apenas profissional, mas com a ética e a moral, de transmitir a verdade acima de todas as coisas”, afirmou Hornos.

Em sua fala, o professor explicou que a energia está, indistintamente, no núcleo da estrutura atômica. Os reatores construídos para extrair e tornar esta energia útil dão origem a uma radiação, sim – mas não diferente daquela produzida pelos fornos de microondas,  por transmissores de rádio, por aparelhos de raio-X e por portões elétricos. Esta radiação contém raios gama, Césio 137 e Iodo 131, que podem causar danos ao ser humano, mas que têm vida muito curta quando livres na atmosfera ou que podem ser capturados de volta com relativa facilidade. “O acidente em Fukushima foi causado por uma catástrofe natural, e não por problemas específicos da usina nuclear ou da utilização de reatores nucleares”, explica Hornos.

Desta forma, segundo ele, é necessário que sejam discutidas maneiras seguras e eficazes de trabalhar com a energia nuclear de modo a preservar o meio ambiente, já que este tipo de produção energética não explora a natureza de maneira agressiva e por esta razão será necessária dentro de um futuro próximo. Para tanto, é preciso que haja um longo e intenso processo cultural de entendimento e capacitação para seu manejo adequado. O programa nuclear brasileiro trabalha neste sentido, e esta discussão empenhou esforços na abertura deste espaço.

Nicolle Casanova / Assessoria de Comunicação

Data: 29 de março

29 de março de 2011

Nova colaboradora do IFSC

O IFSC conta, a partir de 29 de março de 2011, com a colaboração de uma nova servidora.

Natalia Mayumi Inada atuará junto ao Departamento de Física e Ciência dos Materiais, no Grupo de Óptica, como Especialista em Laboratório.

O IFSC dá as boas-vindas a Natalia!

Data: 29 de março

29 de março de 2011

“Café com física”

O mais recente seminário do “Café com Física” trouxe o pesquisador titular do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), Ignácio Bediaga, com a discussão sobre a questão da assimetria da matéria/antimatéria no Universo e as condições necessárias , propostas por Sakharov, para resolver a questão.

Realizado no anfiteatro verde, dos Laboratórios de Ensino de Física (LEF), alunos e professores participaram do debate em torno do tema.

Lembrando que a próxima edição do “Café com Física” será realizada no dia 26 de abril, às 10h30, também no anfiteatro verde do LEF, e trará o professor titular do Instituto de Astronomia e Geofísica da USP, João Evangelista Steiner.

Para mais informações, acesse o sitehttp://www.ifsc.usp.br/~cafecomfisica/

Assessoria de Comunicação

Data: 29 de março

28 de março de 2011

Profa. Lygia da Veiga Pereira (IB-USP) aborda aspectos políticos da ciência no Brasil

Lygia da Veiga Pereira: carioca, 43 anos de idade, cientista do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP) formou-se em Física pela PUC e fez doutorado em Genética Humana Molecular no Mount Sinai Medical Center, em Nova York. Esta pesquisadora brasileira é mundialmente conhecida por ter sido pioneira nas pesquisas sobre células-tronco, já que sua equipe foi a primeira a conseguir extrair e multiplicar células-tronco retiradas de embriões congelados em clínicas de fertilização de São Paulo.

Diversas vezes convidada para participar em entrevistas e debates nos mais consagrados jornais, rádios e canais de TV nacionais e internacionais, Lygia Pereira é uma pessoa que, além do seu profundo conhecimento científico, se mostra descomplicada no diálogo, incisiva e pragmática. Talvez por isso tenha sido convidada para desempenhar as funções de consultora dos atores na novela O Clone, apresentada pela Rede Globo. Lygia Pereira integrou também, e por diversas vezes, inúmeras comitivas de cientistas que se deslocaram a Brasília para conscientizar as autoridades sobre a importância de se prosseguirem os estudos com embriões no Brasil.

Foi com esta mulher e cientista extraordinária que tivemos o prazer de conversar, num diálogo essencialmente voltado à política científica do Brasil.

Quando questionada sobre o crescimento da ciência brasileira na última década, Lygia Pereira mostra-se cautelosa, referindo que só poderia falar em relação à sua área de pesquisa, já que para abordar a ciência, em termos globais, teria que abranger outras áreas do conhecimento, como psicologia ou sociologia, que estão fora do seu escopo. Contudo, a cientista refere que o que aconteceu nos últimos anos foi que a ciência brasileira teve um apoio muito consistente do Governo Federal, embora sublinhe que o Estado de São Paulo seja um caso à parte:

De fato, o Estado de São Paulo tem a FAPESP, que possui um nível de excelência extraordinário e que se mantém inalterável. Foi por causa da FAPESP que eu troquei o Rio de Janeiro por São Paulo, em 1995, e não é fácil para uma carioca dizer isto. Para fazer ciência eu teria que vir para São Paulo, depois de ter passado um período de tempo na “Disneylândia” dos cientistas – Estados Unidos. Então, a FAPESP é uma organização que segue aquele nível de excelência que todo o pesquisador procura. Na verdade, o que eu notei na última década foi que existiu uma maior consistência nos financiamentos oriundos do Governo Federal, principalmente na área das células-tronco. Por outro lado, onde notei que não houve avanço algum foi na burocracia instalada, principalmente na questão da importação de material e de reagentes. Por exemplo, 95% dos reagentes que os cientistas utilizam em seus laboratórios são importados e, em ciência, você precisa ter agilidade: ou seja, se você tem uma idéia nova, uma nova hipótese ou caminho para um trabalho experimental que está sendo desenvolvido, em que é necessário utilizar novos reagentes, é fundamental haver agilidade. Se eu quero fazer ciência de “gente grande” – como se faz nos EUA e na Europa – eu tenho que ter agilidade. Os pesquisadores europeus e americanos têm os reagentes necessários no dia seguinte a fazerem o pedido. Mesmo com o dinheiro na mão, eu só consigo em dois meses – e com alguma sorte – ter o reagente que me faz falta e isso é de uma frustração enorme para qualquer pesquisador, destruindo qualquer intenção científica. Se eu tiver que esperar – na melhor das hipóteses – dois ou três meses para fazer um experimento, então é melhor desistir, pois ele já estará defasado, ultrapassado. Se quisermos ter pretensões de fazer ciência de primeiro mundo, temos que ter agilidade. Nós temos toneladas de excelentes idéias, temos milhares de cientistas bons e é extremamente frustrante termos toda essa capacidade e criatividade e ficarmos esbarrando em besteiras – refere Lygia Pereira.

Para a pesquisadora da USP, as questões burocráticas são um enorme empecilho ao desenvolvimento científico brasileiro e o país perde aí toda sua vantagem competitiva. E Lygia vai mais longe, ao questionar:

Como é que queremos atrair gente de fora (pesquisadores e alunos de pós-graduação) se eles, ao chegar aqui, vão esbarrar com um montão de regras burocráticas inúteis? O meu empregador – o Governo – está me dando dinheiro para eu fazer pesquisa, para fazer Ciência, e é ele próprio o criador de uma série de dificuldades que impede que eu realize o trabalho que ele me encomendou – um trabalho que é um investimento público. No meio disto tudo, a boa notícia é que tudo aquilo que eu acabo de dizer está dependente de vontade política. Não se trata de dar mais dinheiro para a Ciência e Tecnologia: o que se trata é de, com o mesmo dinheiro, o Governo pode criar mecanismos para facilitar a vida do pesquisador, já que esse dinheiro poderá gerar muito mais produtividade. Veja a oportunidade que este novo Governo tem de realmente entrar para a história da Ciência brasileira! Se houver vontade política, principalmente no que diz respeito à importação de materiais e contratação de pessoal técnico e de apoio, o cientista ficará com sua vida facilitada, será mais ágil no desenvolvimento de seus experimentos, acrescenta a cientista.

Atendendo a que 99% da ciência do Brasil é feita nas universidades – estaduais e federais –, Lygia Pereira critica fortemente o sistema, principalmente na necessidade de abrir morosos concursos públicos e da criação de vagas para admissão de novos pesquisadores, considerando essa regra como uma burocracia inútil:

O Brasil está formando milhares de pesquisadores e as universidades estão impedidas de absorver essa mão de obra altamente qualificada, devido à burocracia. É preciso que se formem mais profissionais e menos funcionários públicos para a ciência brasileira; deverá haver mais meritocracia, pois, atualmente, quem é bom pesquisador, ou técnico, ganha o mesmo de quem é ruim. Outra coisa aberrante é a falta de infraestrutura administrativa, em que um pesquisador tem que parar o que está fazendo para, por exemplo, fazer contabilidade, aceder a pedidos, tratar da correspondência, escrever cartas, até colocar papel toalha no laboratório, etc. Isso é um absurdo. Todos esses serviços – que são importantes e mesmo indispensáveis – devem ser executados por pessoal administrativo e de apoio devidamente capacitado e não pelos cientistas, que têm que pensar e trabalhar em ciência, pois é para isso que são pagos, acrescenta Lygia Pereira.

Na opinião da cientista, a ciência brasileira avançou na última década, mas não da forma espetacular como a mídia enfatizou. Para Lygia Pereira, os principais destaques da ciência nacional estiveram quase sempre atrelados a grupos de cientistas que trabalham no exterior e que estabelecem parcerias fantásticas com colegas brasileiros, ou então graças a pesquisadores brasileiros que vão trabalhar para fora e que têm chance de desenvolver com rapidez os seus experimentos. Quanto ao futuro, a pesquisadora da USP tem esperança que o Governo quebre as dificuldades:

De fato, penso que os avanços da ciência brasileira, na última década, foram muito modestos face ao potencial que o país tem. A minha expectativa, para um futuro a curto e médio prazo, é que o Governo comece a ouvir todas as questões que impedem o desenvolvimento científico nacional. Existe um movimento dentro da comunidade científica nacional que quer mostrar aos governantes que “o rei vai nu”: fazem-se pesquisas, publicam-se papers… mas é obrigação do Governo reparar quais são as condições de trabalho que os pesquisadores brasileiros têm… A comunidade científica vai começar a reclamar, mas de uma forma construtiva, com diálogo, apontando os desperdícios de dinheiro público e de energia. A mídia já está dando espaço para essas reclamações, já virou assunto de pauta, e eu estou muito esperançada que este novo Governo veja aí uma oportunidade para, sem botar a mão no bolso, melhorar muito as condições de pesquisa no país, enfatiza a cientista.

Dando como exemplo a enorme distância que ainda separa a ciência brasileira da ciência americana, dentro de sua área de pesquisa, Lygia Pereira refere que o intervalo tecnológico, na área de genética, por exemplo, é cada vez maior. Nos anos 80/90 apareceram no mundo centenas de grupos que se uniram para seqüenciar o genoma humano, tendo demorado cerca de quinze anos para fazer isso. Hoje já existem máquinas que seqüenciam o genoma humano em um mês:

Basta ver de que forma é tratado o processo de aquisição de um equipamento como esse – ou similar – no Brasil. O equipamento chega no nosso país e aí assistimos a uma verdadeira novela para que ele seja liberado pela alfândega. Depois, seja qual for o instituto para que esse equipamento se destine, ele chega e os pesquisadores têm, desde logo, que pensar em ultrapassar e arranjar alternativas para a péssima assistência técnica que a maioria das empresas brasileiras fornece, porque o pesquisador responsável não pode contratar um técnico ou mandá-lo ao exterior para se especializar, enfim, é de chorar. Você tem uma máquina super complexa e até esse equipamento começar a funcionar plenamente você já perdeu a cabeça e fica com um elefante branco no laboratório: quando chegar o momento dessa máquina começar a gerar resultados, ela já estará obsoleta e você jogará fora uma fortuna. Teria ficado mais barato você ter enviado seu experimento para uma empresa terceirizada na China. Então, dadas as condições que temos no Brasil, eu pergunto: o que é mais importante, por exemplo, dentro da genética? Fazer um seqüenciamento, ou saber interpretar uma sequência? Vale a pena terceirizarem-se essas técnicas mais sofisticadas, já que estamos fadados a comprar equipamentos mais caros, sem termos a garantia de uma assistência técnica nacional qualificada e ágil? Temos que pensar seriamente em tudo isso. Por exemplo, o Projeto Genoma, da FAPESP, foi uma iniciativa sensacional, mas talvez se tenha perdido ali uma oportunidade. Será que é mais importante a gente criar toda uma infraestrutura de laboratórios capazes de seqüenciar DNA, ou ter-se criado, ao mesmo tempo, uma infraestrutura equivalente de bioinformática, com gente capaz de interpretar essas sequências? Nós temos uma falta enorme de bioinformáticos no Brasil. Criou-se uma infraestrutura enorme, em termos de seqüenciamento, sem geração de matéria-prima – que é a informação que você tira dessa sequência – e é isso que faz a diferença, porque a tecnologia está tomando uma dimensão enorme na ciência, esclarece Lygia Pereira.

Na reta final desta conversa, Lygia Pereira refere que se deveria parar para pensar direito no que é de fato importante. Para a cientista, as pessoas têm preconceitos em terceirizar experimentos, enquanto nos EUA e na Europa isso é um lugar comum. Todas as universidades dos EUA têm laboratórios fora de seus campi para processarem uma série de técnicas e dar um suporte eficaz aos experimentos científicos, dando os resultados, as interpretações: para a nossa entrevistada isso é que é importante para um cientista.

Quando pedimos para Lygia Pereira deixar uma mensagem para seus colegas pesquisadores, ela rematou:

A mensagem que eu deixo para meus colegas cientistas é a seguinte: Parabéns!… Vocês são heróis!

Rui Correia Sintra – Jornalista – Assessoria de Comunicação

Data: 28/03/201

 

28 de março de 2011

Seletiva acontece em abril

De 17 a 21 de abril, o Instituto de Física de São Carlos (IFSC), por intermédio do docente, Euclydes Marega Júnior, coordenador da comissão da Olimpíada Brasileira de Física, estará selecionando alunos, de todas as escolas do país, para participarem da premiação, internacional, a ser realizada em Bangkok (Tailândia).

A comissão da Olimpíada Brasileira de Física custeará as passagens áreas, translado entre São Paulo (Campinas) – São Carlos – São Paulo (Campinas). Os alunos poderão trazer professores, para acompanhá-los (que também terão suas despesas custeadas).

Para seleção, os alunos deverão submeter-se a duas provas teóricas e uma avaliação experimental. O resultado será divulgado no dia 29 de abril.

Para maiores informações, acesse o sitehttp://www.sbf1.sbfisica.org.br/olimpiadas/ ou clique aqui.

Assessoria de Comunicação

Data: 28 de março


25 de março de 2011

Professor do IFSC participa de evento promovido pelo CERN

Em março, o professor do Instituto de Física de São Carlos (IFSC), Marcelo Alves de Barros, foi convidado a participar do “Masterclasses 2011”, programa promovido pelo European Particle Physics Outreach Group (EPPOG), diretamente ligado ao Centro Europeu de Pesquisas Nucleares(CERN).

O evento tem como público-alvo professores e alunos do ensino-médio, voltado a atividades interativas, em Física de Partículas. Marcelo participou, ativamente, das palestras e atividades realizadas.

Em 2011, os exercícios interativos de análise foram baseados, pela primeira vez, em dados obtidos no Large Hadron Collider (LHC), o acelerador que entrou em funcionamento em 2009 no CERN, e que opera às mais altas energias já atingidas em laboratório.

O evento tem abrangência internacional e já é consolidado entre estudantes de vários países. Este ano, contou com a participação de cerca de 7.000 estudantes, vindos de 110 centros de pesquisa de 23 diferentes países.

Tendo várias atividades em seu cronograma, o ponto alto foi a vídeo-conferência, realizada entre grupos dos países participantes, para discutir o conteúdo trabalhado, dúvidas e perguntas gerais.

O Masterclasses está em sua 7ª edição e é realizado, anualmente, no Instituto de Física Teórica (IFT) da Universidade Estadual Paulista (Unesp). “A intenção é trazer, futuramente, o evento ao próprio IFSC”, conta Marcelo.

Para mais informações sobre o Masterclasses, acesse o site.

 

Assessoria de Comunicação

Data: 25 de março

25 de março de 2011

Colloquium diei: “Aventuras nas proximidades do zero absoluto de temperatura”

Mais uma edição do tradicional Colóquio do IFSC foi realizada com sucesso na manhã desta sexta-feira, 25 de março. O evento, que teve início às 10h30, lotou o Auditório Professor Sérgio Mascarenhas com seus fiéis espectadores.

O palestrante deste colóquio foi o Professor Vanderlei Bagnato, do próprio IFSC, que trabalhou um dos temas de sua especialidade, a Física de baixíssimas temperaturas, sob o título “Aventuras nas proximidades do zero absoluto”.

Bagnato, que foi o autor da primeira tese na área de átomos frios aprisionados, contou que a área tem sido muito investigada atualmente, com centenas de publicações anuais, e que os trabalhos mais notáveis da área já renderam a seus autores cerca de oito Prêmios Nobel.

Na ocasião específica desta palestra, o professor resolveu abordar os mistérios que rondam o resfriamento da matéria. “Nós sabemos que, durante o resfriamento de matéria comum, seu estado físico passa pelo gasoso, depois pelo líquido e, por fim, pelo sólido. Mas e depois?”, instiga Bagnato. Segundo ele, há ainda fenômenos físicos pouco investigados nesta área que podem apresentar resultados surpreendentes às ciências exatas e naturais.

Bagnato também apresentou seu grupo de pesquisa, o CEPOF/INOF, oferecendo aos alunos presentes a oportunidade de se agregar a ele desenvolvendo pesquisa de excelência no IFSC.

Assim, a frequente plateia do Colóquio IFSC fica à espera de mais uma discussão produtiva, que acontecerá, conforme previsto, na próxima sexta-feira, dia 1 de abril.

Assessoria de Comunicação

Data: 25 de março

24 de março de 2011

IFSC promove conferência/debate “Lições de Fukushima e programa nuclear brasileiro”

O IFSC – Instituto de Física de São Carlos (USP) realiza na próxima segunda-feira, dia 28 de março, a partir das 16 horas, no Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas, uma conferência debate subordinada ao tema “Lições de Fukushima e Programa Nuclear Brasileiro”, onde irão ser aprofundadas as causas e as consequências do acidente nuclear no Japão, bem como fazer uma retrospectiva do Programa Nuclear Basileiro, a partir dos recentes acontecimentos nucleares na Ásia.

Esta conferência debate contará com as presenças do Prof. José Eduardo Hornos (IFSC-USP) que ocupa o cargo de Coordenador do Acordo IFSC-Eletronuclear, de Leonan Guimarães, Assessoria da Presidência da Eletronuclear / Eletrobras SA, e de Laerte Vinhas, Diretor da CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear.

Assessoria de Comunicação

Data: 24 de março

 

24 de março de 2011

IFSC realiza I Conferência Nacional de Inovação em Óptica e Fotônica

Realizou-se ao longo de todo o dia 24 de março, no Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas (IFSC-USP), a I Conferência Nacional de Óptica e Fotônica, subordinada ao tema Em Busca de Soluções para os Problemas Brasileiros, onde foram discutidos diversos aspectos relacionados com as oportunidades e demandas tecnológicas nas áreas da saúde, telecomunicações, alimentos, fármacos, transportes, meio-ambiente, equipamentos educacionais e agropecuária, entre outros.

Na abertura do evento, que contou com a presença de Emerson Leal, Vice-Prefeito de São Carlos, representando Prefeito, coube ao Prof. Dr. Vanderlei Bagnato (Vice Diretor do IFSC) dar as boas vindas aos participantes, tendo enfatizado a forma como o IFSC segue as diretrizes do MCT – Ministério de Ciência e Tecnologia, principalmente no que concerne a Inovação Tecnológica, acreditando na capacidade do pesquisador em descobrir onde estão as necessidades reais da sociedade, da população, quer seja no âmbito de produtos tecnológicos, quer seja, ainda, na área de lazer.

Para o Vice- Diretor do IFSC existem demandas nacionais importantes que necessitam de respostas adequadas dos pesquisadores, mesmo antecipando a publicação de editais: O pesquisador tem que estar atento às necessidades do País, nas suas mais diversas áreas e a óptica tem sido a área que mais tem contribuído para o desenvolvimento de outras áreas de conhecimento. Assim, ara inovar temos que seguir o rumo da ciência e é por isso mesmo que estamos aqui hoje – sublinhou Bagnato.

O evento contou com a presença de diversos pesquisadores oriundos da USP, UFSCar, UNESP Araraquara, Embrapa, bem como de outros centros de pesquisa, de representantes da FAPESP, FINEP, BNDES, MCT, CNPq e da Prefeitura de São Carlos, estes últimos participando como palestrantes, de muitos empresários das áreas de óptica e fotônica, como foi o caso da empresa Opto, de São Carlos, e de diversos alunos pertencentes aos estabelecimentos de ensino superior da cidade de São Carlos.

O destaque da programação foi para a mesa redonda realizada no período da tarde, dedicada à área da Saúde, cuja discussão focou como incrementar a Inovação na Saúde e nas demais áreas de interesse para o País.

Este evento foi organizado pelo Grupo de Óptica do IFSC, em estreita colaboração e com apoio do INOF – Instituto Nacional de Óptica e Fotônica e do CEPOF – Centro de Pesquisa de Óptica e Ftônica, ambos sediados no IFSC-USP.

Rui Correia Sintra – Jornalista – Assessoria de Comunicação

Data: 24/03/2011

24 de março de 2011

Vaga remunerada para monitoria – Introdução à Física Matemática

Estarão abertas na Assistência Técnica Acadêmica do Instituto de Física de São Carlos, da Universidade de São Paulo, no período de 24 a 31 de março de 2011, das 10h às 12h e das 14h às 16h, as inscrições para 01vaga de monitoria remunerada – 1º semestre de 2011, para a disciplina de graduação abaixo relacionada:

Disciplina: FFI0305 Introdução à Física Matemática

Docente responsável: Prof. Roberto NicolauOnody

Para se inscrever à monitoria o(a) candidato(a) deverá:

1. Ser aluno(a) regularmente matriculado(a) em curso de graduação ou em programa de Pós-Graduação do IFSC, com bom rendimento escolar em disciplinas cursadas e comprovar disponibilidade de horário para cumprir a monitoria;

2. Preencher requerimento fornecido pela Assistência Acadêmica do IFSC/USP, disponível nas páginas da Graduação e da Pós-Graduação e na página do IFSC;

3. Resumo Escolar ou Ficha do Aluno atualizada;

4. Bolsistas FAPESP deverão apresentar autorização da agência de fomento para participar do Programa;

5. As inscrições serão julgadas pela Comissão de Graduação e aprovadas pelo Conselho Técnico-Administrativo do IFSC/USP.

Clique aqui para fazer o download do formulário de inscrição

Assessoria de Comunicação

Data: 24/03/2011

23 de março de 2011

Profa. Lygia da Veiga Pereira (IB-USP) disserta sobre realidades e promessas das Células-Tronco

Decorreu no dia 21 de março, pelas 19 horas, no Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas (IFSC-USP), a primeira edição de 2011 do já conhecido programa “Ciências às 19 Horas”, tendo como destaque a palestra intitulada “Células-Tronco: Promessas e Realidade da Terapia Celular”, ministrada pela pesquisadora Lygia da Veiga Pereira, do Instituto de Biociências da USP (*), que, de uma forma aberta e completamente decodificada, discutiu os rumos das pesquisas desenvolvidas na atualidade, além das perspectivas futuras e dos desafios desse “novo” tipo de tratamento.

Com efeito, para Lygia Pereira, a terapia celular vem ocupando, desde há alguns anos, um espaço enorme de divulgação, principalmente na mídia, e, segundo a palestrante, essa mídia tende a apresentar os pequenos avanços que foram feitos nessa área de uma forma muito sensacionalista, até porque existe uma expectativa muito grande da população e dos pacientes em terem resultados positivos e de essas promessas poderem virar realidade. Assim, segundo a pesquisadora, qualquer pequeno avanço é notícia de primeira página:

Isso faz com que a população – os leigos – tenha uma percepção de que a terapia com células-tronco já seja uma realidade e que nós já estejamos tratando derrames, infartos diabetes através desse procedimento. Tudo isso é ainda uma promessa. As únicas terapias que estão consolidadas, utilizando células-tronco, e que qualquer médico pode aconselhar, são os transplantes de medula óssea, um procedimento clínico que já é feito há cerca de cinqüenta anos; e o transplante de medula óssea é um transplante de células-tronco, células essas que são responsáveis pela “fabricação” do sangue. Então, quando alguém tem, por exemplo, uma leucemia, uma das formas de tratamento é através do transplante de medula óssea, e desde 950 que isso é feito. Por enquanto, esse é o único tratamento com células-tronco que é consolidado na medicina, esse é o único tratamento com base em células-tronco que um médico pode receitar para seu paciente. Tudo o resto – lesão de medula, doença cardíaca, AVC – ainda é experimental. – refere Lygia Pereira.

Segundo a pesquisadora, para a Doença de Parkinson, por exemplo, ainda se está na fase de testes em camundongos, enquanto que em outras doenças já se avançou um pouco mais, tendo-se entrado na fase de testes em humanos:

De vez em quando aparece nos jornais, principalmente na TV, títulos como este: “paciente cardíaco tratado com células-tronco sai da fila de transplantes”; essa noticia é maravilhosa, contudo, esse paciente faz parte de um grupo grande de pacientes que está sendo testado, ou seja, ele faz parte de um experimento. Um resultado positivo conta pouco, o que temos de ver é quantos pacientes melhoraram com a introdução das células-tronco versus os que não foram tratados com elas. Esse paciente melhorou por coincidência, por mero acaso, ou foi graças às células-tronco?… Tudo isto é muito mais complexo do que aquilo que a mídia divulga. O importante é as pessoas saberem que, apesar de em algumas áreas nós já termos avançado muito, o certo é que nenhum médico sério pode oferecer tratamentos com células-tronco para nenhuma das doenças que falamos atrás, porque isso ainda está em fase de experimentação, de pesquisa – sublinha Lygia Pereira.

Quando questionamos a pesquisadora sobre quanto tempo demorará até se conseguir ter respostas concretas, Lygia foi incisiva:

Bem, isso vai depender da área de pesquisa. Os tratamentos com células-tronco têm diferentes “velocidades”, conforme o tipo de doença. Por exemplo, no caso da diabetes auto-imune – em que o paciente tem essa doença porque seu sistema imunológico ataca suas células do pâncreas -, o Prof. Júlio Voltarelli, da USP de Ribeirão Preto, está tendo resultados muito bons nos testes que estão sendo feitos em humanos, aplicando células-tronco. Então, o tratamento para esse tipo de doença está mais avançado, está mais próximo de uma realidade clínica: mas, atenção, estar mais próximo não significa que existe uma certeza de que esse tratamento vai virar uma realidade clínica. Contudo, esses estudos do Prof. Voltarelli estão, de fato, muito avançados e estão muito perto de virar tratamento. Outras doenças, como, por exemplo, lesão de medula e paralisia, nós ainda não vimos nenhum resultado animador nos testes feitos em humanos. Foi aprovado, nos Estados Unidos, recentemente, um ensaio clínico utilizando células-tronco embrionárias e vamos ver se elas funcionam para esses tipos de doenças. As doenças do sistema nervoso são bem mais complexas, daí que você tenha velocidades diferentes na aplicação das células-tronco – enfatiza a pesquisadora.

Lygia Pereira não arrisca dizer em quanto tempo se poderá ter respostas concretas e positivas na aplicação de células-tronco para determinadas doenças:

 

Há dez anos eu dizia que demoraria dez anos para haver uma evolução concreta e estamos neste estágio: hoje eu não vou dizer que espero ter respostas positivas daqui a dez anos. Eu entendo a expectativa e urgência dos pacientes e de seus familiares, mas a pesquisa séria, além de ser audaciosa, tem que ser cautelosa e por isso eu digo que estamos na fase da promessa, bem embasada, com muitos testes promissores. Vamos aguardar – remata a conferencista.

(* Lygia da Veiga Pereira é professora associada e chefe do Laboratório Nacional de Células-Tronco Embrionárias (LANCE) da USP)

Rui Sintra – Jornalista – Assessoria de Comunicação

Data: 23/03/2011

23 de março de 2011

Novo encontro do “Café com Física”

No próximo dia 29 de março, o programa “Café com física” dá continuidade a sua programação, trazendo o professor, Ignácio Alfonso de Bediaga e Hickman, pesquisador do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF).

O título da discussão será “Busca da origem da assimetria matéria/antimatéria no Universo, na experiência LHCb”, e todos estão convidados a participar.

O encontro será às 10h30, no anfiteatro verde dos Laboratórios de Ensino de Física (LEF).

Para mais informações a respeito do seminário, assim como sobre a proposta do “Café com Física”, acessehttp://www.ifsc.usp.br/~cafecomfisica

Assessoria de Comunicação

Data: 23 de março

23 de março de 2011

Pesquisador do IFSC estuda cérebro de siris para poder compreender cérebro humano

Quando pensamos em crustáceos, voltamos ao nosso último passeio na praia, e relembramos das deliciosas casquinhas de siri, lagostas fritas e porções de camarão das quais desfrutamos.

O que o leitor não imagina é que alguns desses crustáceos já vêm sendo usados, há algum tempo, como modelo para desvendar como as informações processam-se no complexo cérebro humano. “Estudamos o processo de codificação e transmissão entre neurônios em vários sistemas, e usamos para isso siris, moscas e um peixe elétrico de campo fraco, chamado tuvira”, explica Reynaldo Daniel Pinto, pesquisador e docente do Instituto de Física de São Carlos (IFSC).

Tendo como objetivo final a compreensão sobre o funcionamento do cérebro humano, Reynaldo, desde seu pós-doutorado, na Universidade de San Diego (EUA), tem interesse no assunto. “O cérebro de mamíferos é muito complicado! É mais fácil estudar, portanto, circuitos menores, ou seja, com menos neurônios para, a partir do estudo de bichos diferentes, entender o que existe em comum com outros animais, nesse caso o ser humano”, esclarece o docente.

Porém, se a utilização de um siri para estudos do cérebro humano parece uma grande novidade, Reynaldo afirma que, desde a década de 70, nos EUA, lagostas já vinham sendo utilizadas com o mesmo propósito. “Os experimentos realizados na University of California – San Diego , durante o pós-doutorado, foram o primeiro contato que tive com esse tipo de pesquisa. Lá eles se utilizavam de lagostas para seus estudos nessa área”, conta.

Para a linha de pesquisa que tem como base o estudo de organismos com quantidade menor de neurônios, o professor utiliza-se da premissa de descobrir como um neurônio comunica-se com o outro, informação que, se descoberta nos siris, por exemplo, podem levar ao conhecimento da mesma informação dos neurônios humanos. “Os siris existem há muitos mais anos do que nós. Muitas vezes a natureza escolhe resoluções similares para iguais problemas, ou seja, o sistema nervoso evoluiu de maneiras diferentes nos organismos, mas as soluções para certos problemas são muito semelhantes”.

Peixe elétrico

A Tuvira é um peixe que tem um órgão elétrico e produz pulsos elétricos dentro d´água, como se fosse uma enguia. Porém, diferente da enguia, que emite sinais de até 800 Volts, a tuvira gera um pulso de dois a três volts de amplitude, apenas, similar a duas pilhas em série. “A tuvira tem sensores elétricos ao redor de sua cabeça. Ela gera um pulso na água, parecido com um sinal de neurônio. O campo elétrico gerado sai de seu órgão elétrico, passa pela água, interage com os objetos ao redor e volta em direção à cabeça. No final desse processo, ele forma uma imagem elétrica em seus sensores, que será decodificada pelo cérebro do animal”, explica o pesquisador.

Além de enxergar através desse processo- já que ela cria uma “imagem” elétrica em sua cabeça-, a tuvira é capaz de saber o tipo de material que um objeto é feito (plástico, ferro, metal,…), identificar o sexo de outras tuviras, conversar, entre outras coisas.

Dessa forma, ela pode, inclusive, detectar a qualidade da água do ambiente no qual vive. Tem-se, assim, um sensor biológico. “A ideia é aprender como as tuviras conversam. Pode-se colocar um robô, na água, para ‘traduzir’ o que as tuviras estão dizendo e ter acesso a informações como contaminação da água por vazamento de petróleo em regiões de difícil acesso, por exemplo, podendo evitar uma grande catástrofe”, exemplifica Reynaldo.

Cronologia da pesquisa

O professor afirma que os estudos estão bem desenvolvidos, e artigos estão prestes a ser publicados. No laboratório do docente, vários alunos de pós-graduação dedicam-se aos estudos. “Colocamos eletrodos em volta de um aquário, que abriga uma tuvira, e ligamos esses eletrodos no computador. Já podemos, portanto, captar os sinais da tuvira e começar a ‘traduzir’ sua linguagem”.

Juntando as duas histórias, tanto a dos siris com a das tuviras, o objetivo é certo e único: entender o processamento de informações que se dão no cérebro. “Procuramos interagir o sistema nervoso vivo desses organismos com o computador e tentar decifrá-los. Embora seja um organismo simples, a comunicação, em si, já é algo complexo e de difícil entendimento”, diz. “Se conseguirmos fazer essa interação entre sistema nervoso e computador, poderemos, um dia, substituir circuitos biológicos por eletrônicos, caso o primeiro esteja danificado, por exemplo”, finaliza o docente.

Tatiana G. Zanon/ Assessoria de Comunicação

Data: 23 de março

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