Notícias

29 de março de 2011

Conferência discute situação das usinas nucleares japonesas e o programa nuclear brasileiro

Aproveitando o ensejo da grande tragédia ocorrida no Japão no dia 11 de março, que ocasionou uma grande crise nuclear, o Instituto de Física de São Carlos promoveu no último dia 28 uma conferência intitulada “Lições de Fukushima e o Programa Nuclear Brasileiro”. O evento teve início às 16h e congregou cerca de 150 interessados no Auditório Sérgio Mascarenhas.

O professor José Eduardo Martinho Hornos, do IFSC, especialista em energia nuclear, guiou a discussão, explicando primeiramente os motivos que o levaram a organizar tal conferência. Hornos tinha em mãos um relatório oficial da ONU acerca da situação das usinas nucleares no Japão, fonte de confiança com a qual pretendia esclarecer os boatos criados pelos órgãos da imprensa. “Estes boatos, que criaram uma situação apocalíptica, causaram um medo incontrolável em todo o planeta, e nós cientistas temos um compromisso, não apenas profissional, mas com a ética e a moral, de transmitir a verdade acima de todas as coisas”, afirmou Hornos.

Em sua fala, o professor explicou que a energia está, indistintamente, no núcleo da estrutura atômica. Os reatores construídos para extrair e tornar esta energia útil dão origem a uma radiação, sim – mas não diferente daquela produzida pelos fornos de microondas,  por transmissores de rádio, por aparelhos de raio-X e por portões elétricos. Esta radiação contém raios gama, Césio 137 e Iodo 131, que podem causar danos ao ser humano, mas que têm vida muito curta quando livres na atmosfera ou que podem ser capturados de volta com relativa facilidade. “O acidente em Fukushima foi causado por uma catástrofe natural, e não por problemas específicos da usina nuclear ou da utilização de reatores nucleares”, explica Hornos.

Desta forma, segundo ele, é necessário que sejam discutidas maneiras seguras e eficazes de trabalhar com a energia nuclear de modo a preservar o meio ambiente, já que este tipo de produção energética não explora a natureza de maneira agressiva e por esta razão será necessária dentro de um futuro próximo. Para tanto, é preciso que haja um longo e intenso processo cultural de entendimento e capacitação para seu manejo adequado. O programa nuclear brasileiro trabalha neste sentido, e esta discussão empenhou esforços na abertura deste espaço.

Nicolle Casanova / Assessoria de Comunicação

Data: 29 de março

Imprimir artigo
Compartilhe!
Share On Facebook
Share On Twitter
Share On Google Plus
Fale conosco
Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
Obrigado pela mensagem! Assim que possível entraremos em contato..