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28 de fevereiro de 2012

Pesquisadores do IFSC e do ICMC lançam livro sobre a ciência brasileira

livrofariaO livro “Ciência, Tecnologia e Inovação para um Brasil Competitivo” será lançado pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), em parceria com a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), no dia 1º de março, em uma solenidade a ser realizada no edifício sede da Capes, em Brasília.

A iniciativa de publicação do livro é da Capes e foi concretizada por um grupo da SBPC, coordenado pelo pesquisador Roberto Mendonça Faria, do Grupo de Polímeros do Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP). Além de Faria, a equipe foi composta por Jacobus Willibrordus Swart, Jailson Bittencourt de Andrade e João Batista Calixto – este último visitará o IFSC no próximo mês para proferir uma palestra no tradicional ciclo chamado “Ciência às 19 horas”, sobre a possível emancipação brasileira no que diz respeito à produção de fármacos. O livro é dividido em três partes: Educação e infraestrutura de C&T, Setores Estratégicos e Proposições, sendo que em cada uma delas há artigos de pesquisadores que dedicam seus trabalhos a estas áreas, como Rubens Naves e Eduardo Pannunzio, Paulo C. Goulart e Andréa Francomano, e Virgilio Almeida e José Carlos Maldonado, professor titular e diretor do Instituto de Ciências Matemáticas e Computação (ICMC) da USP São Carlos.

Além das instituições já citadas, a produção foi ainda subsidiada por sociedades e instituições científicas, como a Academia Brasileira de Ciência (ABC), o Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), a Sociedade Brasileira de Física (SBF), a Sociedade Brasileira de Microeletrônica (SBMicro) e a Sociedade Brasileira de Microbiologia (SBMicrobiologia), entre outras.

O Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação e ex-presidente da SBPC, Marco Antônio Raupp, e a atual presidente da entidade, Helena B. Nader, destacam as recomendações específicas e as propostas gerais apresentadas na obra, como a ideia de uma política geral de estado para fomentar e fortalecer os setores estratégicos da economia brasileira e a criação de uma empresa específica para a realização de atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação que atendam as necessidades do setor industrial nacional, bem como o retrato dos avanços quali-quantitativos alcançados pela ciência brasileira nos últimos anos, base para um acelerado desenvolvimento tecnológico que o país vem vivenciando.

Raupp, que redigiu a apresentação do livro, fala da importância da obra do ponto de vista da “análise que faz do capital humano, físico e regulatório voltado à inovação”. Jorge Almeida Guimarães, presidente da Capes, menciona, principalmente, a preocupação sobre a formação de recursos humanos nas áreas de engenharia, ciências exatas, farmácia e ciências da computação, assim como o desenvolvimento industrial do Brasil e de sua competitividade, o que ele trata como um desafio que cresce na medida das mudanças tecnológicas e da acelerada competição comercial em um contexto mundial, cada vez mais inovador.

Apresentado com o objetivo de contribuir para o avanço tecnológico e inovador do Brasil, por meio de recomendações e propostas concretas, a obra pretende igualmente servir como um dossiê que dê embasamento a uma reflexão mais profunda e para a tomada de medidas eficientes em relação ao futuro da ciência nacional.

Assessoria de Comunicação

28 de fevereiro de 2012

Como ser universitário antes de entrar na Universidade

Ir para Universidade, depois de finalizar o ensino médio, pode ser comum à maioria dos leitores dessa matéria. Mas, para muitos outros estudantes do Brasil, o ensino superior pode ser uma distante realidade ou nem mesmo fazer parte dos planos. E, mesmo para aqueles com condições financeiras e força de vontade para começar uma faculdade, a vida universitária só pode ser vivenciada depois que passam no vestibular.

Para dar uma forcinha aos alunos e desmistificar o conceito que conseguir uma vaga na universidade pública é coisa de outro mundo, um programa lançado em maio de 2011, pelo Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), providencia, antecipadamente, o autêntico clima universitário.

O Universitário por Um Dia (1Dia), desde seu lançamento, traz ao IFSC, de segunda a sexta-feira, alunos de escolas de ensino médio ou técnicas, públicas ou particulares, de todo estado de São Paulo. “Esse projeto começou em nosso CEPID [Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão] * em 2003 e tinha o objetivo de trazer escolas ao IFSC para que os alunos tivessem maior chance de se integrar à Universidade”, conta o docente e idealizador do projeto, Antonio Carlos Hernandes.

Em princípio, restrita a um número limitado de alunos, já que não se tinha espaço ou material para atender a todos os interessados, devido ao sucesso e resposta positiva dos participantes, Hernandes, ao ser eleito diretor do IFSC, decidiu estender a iniciativa. “Nessa ‘segunda fase’ do programa, mantivemos a mesma visão e objetivos gerais, mas a infraestrutura e disponibilidade de meios tornou-se muito maior”, conta.

Grade básica para toda vida

Com a “fórmula do sucesso” em mãos, mas agora com uma infraestrutura digna de receber muito mais participantes, o 1Dia contou com participação expressiva no ano de seu lançamento. A meta era dois mil alunos, mas com visitas agendadas cinco dias por semana, de maio (quando foi lançado oficialmente) a dezembro, 2.530 alunos passaram pelo Instituto. “A divulgação do programa foi feita tendo como base uma lista de professores inscritos em um curso que coordenei de formação continuada. Como eu tinha 700 professores inscritos, foi uma boa divulgação para todo estado. Depois disso, entrei em contato com o MEC, que me passou o cadastro com o contato direto dos diretores de todas as escolas dos ensinos médio e técnico do estado”, conta Herbert Alexandre João, coordenador do 1Dia.

A “Sala do Conhecimento”, localizada no prédio dos Laboratórios de Ensino de Física (LEF) tornou-se o local onde grande parte da programação é realizada. É lá que os alunos assistem ao “Show de Física” (experiências práticas relacionadas à mecânica, ondas, termodinâmica, eletricidade, magnetismo, óptica e física moderna) e onde passam a maior parte do dia. Mas, além disso, eles visitam diversas dependências do IFSC (laboratórios de pesquisa, salas de aula, biblioteca etc.) e almoçam no Restaurante Universitário do campus. “Eu chamaria a ‘Sala do Conhecimento’ de exemplar, pois fizemos diversas adaptações nela, pensando nos alunos”, afirma Herbert.

Surpresa desagradável

1Dia-2Com tantas visitas e tantos estudantes entusiasmados, algumas evidências da falta de familiaridade de alunos- especialmente das escolas públicas- com o ensino superior começaram a se revelar.

De acordo com Herbert, parte significativa dos alunos que passaram pelo 1Dia nunca ouviu falar de certos termos, comuns para maioria dos vestibulandos. “Para cada nível de escola que recebemos há um grau de desconhecimento, mas, principalmente, muitos alunos das escolas públicas estaduais não sabiam da existência da USP e o fato de ela ser gratuita. Outros desconhecem a existência da FUVEST, a diferença entre curso de exatas, humanas e biológicas e, ainda mais, sobre a carreira de um físico e sua área de atuação”.

Os dados são comprovados através de questionários respondidos pelos alunos, durante o 1Dia.

É o caso de Isabela Barbosa (15), estudante do SENAI de Americana. Embora já familiarizada com os termos relacionados aos vestibulares, nunca tinha adentrado um campus universitário. “Ouvi falar da USP, pela primeira vez, já no ensino fundamental”, relembra. A visita, ela afirma, influenciará diretamente na escolha de sua carreira. “Já vi como são algumas profissões. Nesse caso, vendo física e conhecendo melhor as matérias, minha visão já mudou. Antes de vir para cá, achava que faculdade era aquela coisa terrível, chata. Meu pensamento mudou totalmente e o programa é uma bela oportunidade para o estudante pensar em seu futuro”.

Paulo Chavari (18), também do SENAI de Americana, que já teve a oportunidade de conhecer outros campi universitários, destacou a estrutura do campus São Carlos e, em especial, a do IFSC. Sobre o programa, ele tem a mesma opinião da colega. “É fundamental! A universidade que faz isso, com certeza está ganhando um público maior, porque tendo essa oportunidade, sai aquela imagem de que entrar numa universidade pública é um bicho de sete cabeças. Vindo aqui, temos mais ânimo e motivação para tentar”.

Tais depoimentos alegram Hernandes, pois vão ao encontro com o principal intuito do professor. De acordo com o docente, a intenção do projeto, desde seu início, sempre foi mostrar ao aluno que é possível que ele estude em uma universidade pública. Mostrar, também, que a USP é uma instituição de ensino e pesquisa, é um ponto importante. “O principal objetivo é tentar forçar os estudantes a entrar numa instituição pública! Por quê? Porque elas são de pesquisa. O estudante, não importa de qual curso, terá uma formação mais apurada, o que fará com que tenhamos um melhor cidadão para o país”.

1Dia-1De acordo com Herbert, todos os estudantes ficam impressionados com a infraestrutura da universidade e, ter um dia de universitário genuíno, é uma experiência única. “Outro destaque do 1Dia é a parte experimental. Em sala de aula, os alunos não estão acostumados a realizar experimentos e ver os conceitos que aprendem na prática. E isso tanto nas escolas públicas, como nas particulares. Eles imaginam que os experimentos realizados aqui são feitos com equipamentos mirabolantes e caros”.

Mais do que universitários por um dia, os estudantes não são meros espectadores, mas sim participantes ativos nessa diária especial.

Dos pontos salientados por Herbert, um ganha destaque: as facilidades financeiras oferecidas pela Universidade, para dar condições aos estudantes na realização e conclusão dos cursos, impressiona a todos. Alojamento, refeição, bolsas de iniciação científica, estágios no exterior etc. são tão surpreendentes aos alunos quanto a infraestrutura das salas de aula ou dos laboratórios de pesquisa. “Quando eles questionam como poderão se manter na faculdade e eu lhes falo de todos esses programas e bolsas, isso sempre impressiona muito”.

Ansiedade pelo feedback

Por se tratar de um projeto que, há pouco tempo, abraçou um número muito maior de alunos, resultados mais palpáveis ainda não foram visualizados. Mas, o Programa já se tornou marcante aos participantes e também aos idealizadores. “Ainda hoje, encontro pessoas que passaram pelo projeto e conversam comigo, relembram sua participação. Já encontrei pais que me disseram que os filhos foram estudar na universidade pública por conta da visita ao IFSC”, relata Hernandes.

Sobre esse ponto, Herbert também se manifesta. “O reflexo desse programa não poderá ser visto hoje, pois recebemos muitos alunos de 1º e 2º colegial, então só conseguiremos ter noção de algo em, mais ou menos, dois anos. Mas, o retorno imediato nós temos através do entusiasmo dos alunos e inclusive dos professores”, afirma, exemplificando com o fato de que alguns professores voltaram mais do que uma vez ao Programa, com turmas diferentes de alunos.

Mesmo que cursos de física, no geral, não sejam muito procurados, o Universitário por Um Dia vai além: objetiva, pura e simplesmente, que os estudantes de ensino médio deem sequência aos seus estudos. No quadro caótico da educação brasileira, mais alunos formados em curso superior pode ser o passo inicial do país rumo à trajetória do efetivo desenvolvimento. “O país precisa de profissionais de todas as áreas, mas é muito importante ter pessoas de formação qualificada para pesquisa. Sem conhecimento básico consolidado é impossível trazer as mudanças que o país precisa, e o Programa é fundamental nesse ponto”, conclui Hernandes.

A meta para 2012 (entre fevereiro e novembro) é receber cinco mil alunos. E, embora, só seja reiniciado no final de fevereiro, 54 escolas já agendaram sua participação no 1Dia. Tais números e referências servem para reforçar, mais uma vez, a importância da educação e como ela, definitivamente, é o caminho certo para o futuro do país.

Para agendamentos ou informações adicionais sobre o programa, acesse http://www.lef.ifsc.usp.br/salaConhece/

*Centro Multidisciplinar para Desenvolvimento de Materiais Cerâmicos

Assessoria de Comunicação

28 de fevereiro de 2012

Pesquisadores do IFSC e do ICMC lançam livro sobre a ciência brasileira

livrofariaO livro “Ciência, Tecnologia e Inovação para um Brasil Competitivo” será lançado pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), em parceria com a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), no dia 1º de março, em uma solenidade a ser realizada no edifício sede da Capes, em Brasília.

A iniciativa de publicação do livro é da Capes e foi elaborado por um grupo da SBPC que foi coordenado pelo pesquisador Roberto Mendonça Faria, do Grupo de Polímeros do Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP). Além de Faria, a equipe foi composta por Jacobus Willibrordus Swart, Jailson Bittencourt de Andrade e João Batista Calixto – que, aliás, estará visistando o IFSC no próximo mês para proferir uma palestra no tradicional ciclo chamado “Ciência às 19 horas”, sobre a possível emancipação brasileira no que diz respeito à produção de fármacos. O livro é dividido em três partes: Educação e infraestrutura de C&T, Setores Estratégicos e Proposições, sendo que em cada uma destas partes há artigos de pesquisadores que dedicam seus trabalhos a estas áreas, como Rubens Naves e Eduardo Pannunzio, Paulo C. Goulart e Andréa Francomano, e Virgilio Almeida e José Carlos Maldonado, professor titular do Instituto de Ciências Matemáticas e Computação (ICMC) da USP São Carlos.

Além das instituições já citadas, a produção foi ainda subsidiada por sociedades e instituições científicas como a Academia Brasileira de Ciência (ABC), o Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), a Sociedade Brasileira de Física (SBF), a Sociedade Brasileira de Microeletrônica (SBMicro) e a Sociedade Brasileira de Microbiologia (SBMicrobiologia), entre outras.

O Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação e ex-presidente da SBPC, Marco Antônio Raupp, e a atual presidente, Helena B. Nader, destacam as recomendações específicas e as propostas gerais apresentadas na obra, como a ideia de uma política geral de estado para fomentar e fortalecer os setores estratégicos da economia brasileira e a criação de uma empresa específica para a realização de atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação que atendam as necessidades do setor industrial nacional, bem como o retrato dos avanços quali-quantitativos alcançados pela ciência brasileira nos últimos anos, base para um acelerado desenvolvimento tecnológico que o país vem vivenciando.

Raupp, que redigiu a apresentação do livro, fala da importância da obra do ponto de vista da “análise que faz do capital humano, físico e regulatório voltado à inovação”. Jorge Almeida Guimarães, presidente da Capes, menciona principalmente a preocupação sobre a formação de recursos humanos nas áreas de engenharia, ciências exatas, farmácia e ciências da computação, assim como com o desenvolvimento industrial do Brasil e de sua competitividade, o que ele trata como um desafio que cresce na medida das mudanças tecnológicas e da acelerada competição comercial em um contexto mundial cada vez mais inovador.

Apresentado com o objetivo de contribuir com o avanço tecnológico e inovador do Brasil, por meio de recomendações e propostas concretas, a obra pretende servir como um dossiê que dê embasamento para uma reflexão mais profunda e para a tomada de medidas eficientes em relação ao futuro da ciência nacional.

Assessoria de Comunicação

28 de fevereiro de 2012

Novos alunos aproveitam a Semana de Recepção dos Calouros

Teve início na manhã desta segunda-feira, 27, a Semana de Recepção aos Calouros dos cursos do Instituto de Física de São Carlos. Os professores Valmor Mastelaro, presidente da Comissão de Graduação, e Osvaldo Novais de Oliveira Junior, vice-diretor do Instituto, falaram para cerca de cento e cinquenta alunos sobre os fundamentos da programação da semana e também forneceram detalhes sobre os cursos e sobre as possibilidades que a universidade oferece a estes novos estudantes.

O professor Osvaldo focou seu discurso em alguns dos temas mais importantes trabalhados na grade curricular dos três cursos de bacharelado do IFSC – falou sobre as áreas fundamentais (partículas…), sobre matéria (quântica, viva, etc), e modelos matemáticos e computacionais. Além disso, conseguiu fazer uma panorâmica das tendências da ciência global, falando sobre a eScience – um método de análise de dados resultantes de qualquer fenômeno – que, atualmente, parece ser o que há de mais sintonizado com a era da tecnologia computadorizada. O docente também tomou algum tempo para dar exemplos sobre como o IFSC tenta acompanhar esse desenvolvimento tecnológico e manter seu nível de excelência em pesquisa, aprofundando-se no caso do curso de Física Computacional, que não apenas utiliza a Física para solucionar problemas característicos da computação, mas também faz a via inversa, explorando problemas da Física para desenvolver modelos computacionais. Além disso, a interdisciplinaridade também é um diferencial importante para o reconhecimento de que o IFSC dispõe atualmente.

O docente também incentivou os alunos explicando o que considera ser uma grande vantagem de ser um físico: o baixo nível de obsolescência das teorias físicas. “Tudo o que ensinamos e aprendemos continua sendo válido e eficiente muito tempo depois”, comentou.

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Já o professor Valmor procurou especificar a programação da semana dos calouros, dando as coordenadas para que os estudantes possam aproveitar ao máximo uma oportunidade que ele chamou de rara e única na vida de um universitário. Alguns dos destaques da programação são a entrega dos prêmios Bernhard Gross, Horácio Panepucci e Paulo Freire, além do encontro dos alunos com os coordenadores de seus cursos, da visita aos laboratórios e biblioteca, das palestras que abordam a atuação do físico no mercado de trabalho e do famoso “Trote Solidário”, que arrecada mantimentos para a população da cidade.

O professor também mostrou aos alunos as inúmeras possibilidades que eles terão de aprofundar seu vínculo com o Instituto, procurando mais conhecimento e ganhando intimidade com a vida acadêmica. Depois de comentar as habilitações possíveis de cada curso, ele falou sobre as comissões de graduação e o apoio que eles oferecem aos universitários, como vagas de monitoria, bolsas de Iniciação Científica, estágios e outras oportunidades.

Neste clima de inauguração, uma mistura de alegria e nervosismo, teve início a vida universitária dos cento e cinquenta alunos presentes no Auditório Professor Sérgio Mascarenhas. Logo na sequência, eles assistiram à primeira palestra de muitas, intitulada “Neutrino: partícula fantasma, onipresente e… superluminar?”, ministrada pelo pesquisador Marcelo Guzzo, da Unicamp. Este ainda é apenas o começo de uma semana repleta de atividades pensadas especificamente para introduzir os jovens de maneira mais íntima no universo acadêmico, oferecendo todo o apoio necessário para que eles aproveitem este momento especial da melhor maneira possível. O IFSC já foi reconhecido pela Pró-Reitoria da USP, em 2011, como a unidade que melhor recepciona seus calouros.

Para ver a programação completa da semana, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação

28 de fevereiro de 2012

Tecnologia facilita diagnóstico de distúrbios gastrointestinais

Pesquisa desenvolvida por físicos da USP São Carlos emprega um semi-metal como sensor de acidez no esôfago humano, associando a tecnologia a um dispositivo eletrônico que oferece diagnóstico rápido e fácil para o paciente que sofre de doenças gastrointestinais

O projeto de pesquisa de docentes do Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP) baseia-se no desenvolvimento de métodos para preparação de monocristais de antimônio – um metaloide representado na tabela periódica pelo símbolo “Sb” – com dimensões apropriadas para aplicações em eletrodos responsáveis pela determinação de pH no esôfago humano.

sensorO resultado final é um aparelho portátil, com funcionamento à base de pilha alcalina, capaz de armazenar dados estatísticos a partir do monitoramento da acidez no local de aplicação. Quando transmitidos a um computador através de um simples cabo USB, estes dados fornecem um laudo de fácil leitura para diagnóstico de pacientes que sofrem de refluxos ácidos por distúrbios gastrointestinais.

Segundo José Pedro Andreeta, pesquisador do Grupo de Crescimento de Cristais e Materiais Cerâmicos (CCMC) do IFSC-USP e coordenador da pesquisa, o antimônio é um elemento químico que, ao entrar em contato com um meio ácido, fornece um sinal eletrônico proporcional à acidez deste meio. “Isso faz com que ele seja o material mais conveniente para ser aplicado como sensor de pH”, comenta ele. Além disso, o antimônio tem uma grande vantagem, que é uma possibilidade natural de miniaturização, e também baixa impedância – oposição ao fluxo de transferência de energia. Estes fatores associados configuram um quadro favorável ao desenvolvimento desta tecnologia, em substituição aos frágeis sensores convencionais fabricados a partir da miniaturização de vidro, conforme explica Andreeta: “A interferência do sensor deve ser desprezível quando queremos determinar o pH de sistemas biológicos, constituídos por soluções de pequeno volume”, como é o caso de órgãos do sistema digestivo humano.

O principal desafio do projeto de pesquisa está relacionado à eficiência e à durabilidade dos sensores de antimônio. As técnicas de trabalho convencionalmente conhecidas com o antimônio são baseadas em eletrodos policristalinos, que costumam produzir impulsos de baixa resolução e de estabilidade pobre, o que dificulta sua sensibilidade quando o caso é um processo contínuo de medidas. “Esse fato está associado, principalmente, à presença de uma grande quantidade de contornos de grãos (cristais isolados na matéria em estado sólido) em contato com a solução, pois a taxa de dissolução e de formação de óxido difere significativamente da que ocorre nas faces monocristalinas”, esclarece o pesquisador.

fibra_andreetaOs monocristais, por sua vez, são desenvolvidos a partir de processos que evitam a necessidade de cortes e polimentos pós-preparação, o que, além de custar caro, ocasiona defeitos indesejáveis no material.

“Os monocristais foram crescidos em forma de fibras, com dimensões apropriadas para aplicação nos eletrodos, sem prévia manipulação”, conta Andreeta. Este processo está sendo patenteado pela USP, em parceria com a Alacer Biomédica, indústria eletrônica que atuou no financiamento da pesquisa e já manipula a técnica, transformando-a em um produto final acessível e já disponível no mercado.

A técnica

Andreeta explica, em detalhes, o porquê da necessidade de desenvolvimento de uma técnica de crescimento dos monocristais de antimônio. Segundo ele, em um cristal existe uma organização sequencial de átomos em uma rede cristalina, razão pela qual é comum encontrar na natureza corpos sólidos cerâmicos que são constituídos de uma infinidade de micro cristais, o que mascara as suas propriedades e inviabiliza, muitas vezes, as suas aplicações tecnológicas. Já um monocristal, por sua vez, é um material sólido, constituído por um único cristal. Exemplos de monocristais são os diamantes que encontramos na natureza: sua organização atômica é quase perfeita e segue uma rede cristalina pré-estabelecida.

“A preparação de um monocristal em laboratório é normalmente muito mais difícil do que a preparação de um material cerâmico, porque muitos parâmetros devem ser controlados”, comenta Andreeta. É por esta razão que eles raramente são encontrados na Natureza e têm um custo tão elevado.

Dominando a técnica de produção destes monocristais em laboratório, foi produzido um sensor para aplicação possível no esôfago de qualquer ser humano através de um cateter. A partir da monitoração, um dispositivo eletrônico se encarrega de produzir laudos médicos que oferecem um diagnóstico de fácil leitura, calculado com base em métodos pré-estabelecidos de cálculo de pH, como as pontuações de DeMeester e de Boix-Ochoa.

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O software consegue fazer outros cálculos, com base nos dados medidos pelo sensor, como a Probabilidade de Associação com Sintomas, Índice de Sensibilidade a Sintomas e Índice de Sintomas, o que facilita o diagnóstico no caso do paciente que sofre de refluxos de diversas origens. Além disso, o equipamento eletrônico permite a associação com diversos outros softwares, feito inédito na substituição de equipamentos completos de exames e diagnósticos, facilitando o trabalho do profissional da saúde e aumentando significativamente as chances de recuperação do paciente que, acometido pela doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), pode sofrer de azia, ardor, tosse, problemas respiratórios e outras inconveniências e desconfortos que, em casos extremos, podem levar até mesmo à morte.

A partir da análise feita pelo equipamento, associada ao estudo dos antecedentes do indivíduo, é possível avaliar o quadro e indicar o melhor tratamento que, ao lado de dietas balanceadas e, por vezes, intervenções cirúrgicas, podem devolver saúde e bem estar ao paciente.

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Assessoria de Comunicação

27 de fevereiro de 2012

Nova colaboradora do IFSC

Fabiola_Maria_Monaco_ArakakiA partir do dia 27 de fevereiro, o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) passa a contar com nova colaboradora: Fabiola Maria Monaco Arakaki, docente admitida junto ao Departamento de Física e Informática (FFI).

O IFSC dá as boas-vindas à nova servidora!

Assessoria de Comunicação

23 de fevereiro de 2012

Inscrições abertas

A Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Física, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) torna pública as inscrições para 1ª etapa do processo de seleção do Exame Unificado dos Programas de Pós-Graduação (EUF), entre os dias 13 de fevereiro e 16 de março de 2012.

As áreas de concentração são Física Aplicada e Física Básica, para os cursos de mestrado e doutorado do 2º semestre de 2012.

A aprovação no EUF é pré-requisito para inscrição no Programa de Pós-Graduação do IFSC/USP, bem como para matrícula, nos termos do Edital ATAc-4, de 13.02.2012.

Para acessar o edital completo da 1ª etapa, clique aqui.

Assessoria de Comunicação

 

23 de fevereiro de 2012

Pós-graduação do IFSC

Entre 13 de fevereiro e 16 de março de 2012, estão abertas as inscrições para o processo de seleção de candidatos aos cursos de mestrado e doutorado do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), para o 2º semestre de 2012 nas áreas de Física Aplicada, opção biomolecular, e Física aplicada, opção computacional.

Para acessar o edital completo, clique aqui.

Assessoria de Comunicação

 

19 de fevereiro de 2012

Jovens Talentos para a Ciência

A Capes – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior e o CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico acabam de criar, como projeto piloto a ter inicio ainda em 2012, uma nova modalidade de bolsa destinada aos estudantes que ingressaram este ano nas universidades federais e institutos federais de educação, ciência e tecnologia.

A princípio, o projeto denominado Jovens Talentos para a Ciência prevê a concessão de 6 mil bolsas de estudo que serão oferecidas pelas duas agências de fomento à pesquisa, sendo que nos próximos anos esta modalidade de bolsa será estendida para os alunos ingressantes em universidades estaduais e também não públicas.

Estas bolsas têm o objetivo de identificar, precocemente, os melhores jovens talentos brasileiros, entre os ingressantes universitários, por forma a estimulá-los no interesse e dedicação plena ao aprendizado acadêmico e a prática em ciência e tecnologia.

Por forma a receber estas bolsas já a partir do segundo semestre de 2012, os alunos serão selecionados internamente em cada universidade e, adicionalmente, os resultados obtidos poderão também ser utilizados como critérios de prioridade nos Programas Institucionais de Bolsas de Iniciação Científica e no Programa Ciência sem Fronteiras.

 

Assessoria de Comunicação

17 de fevereiro de 2012

Dos mistérios da transmissão de informação ao teletransporte

Para a maioria das pessoas, o teletransporte não passa de um fruto do imaginário, criado por produções de ficção científica que passam longe do mundo real. Baseado em fenômenos e técnicas que têm aplicações na promissora Computação Quântica, e nutrindo esperanças a partir da esperada descoberta da polêmica “partícula de Deus”, o teletransporte pode estar um passo à frente na evolução das tecnologias de comunicação que nos cercam dia e noite

Como sabemos, a forma mais simples de comunicação é através da expressão vocal. Nela, as cordas vocais geram uma onda de pressão que é transmitida pelo ar até chegar ao receptor – o ouvido – que vibra e codifica a mensagem no seu caminho até o cérebro, órgão que já tem um algoritmo específico para gerar essa compreensão.

Mas, a informação também pode ser visual. Por exemplo, um sinal gestual de positivo, já significa que “está tudo bem” sem a necessidade de dados complementares. Aqui, da mesma forma, a transmissão se dá através de uma onda eletromagnética – neste caso, a luz. A luz da lâmpada reflete no dedo e o torna visível, e o olho é o receptor da mensagem.

Com o decorrer do tempo, formas artificiais de transmissão de informação foram criadas. Como fazer para se comunicar com uma pessoa que está em outra cidade? No século XIX, o pesquisador alemão H. Hertz constatou que ondas eletromagnéticas se propagam no espaço, sem a necessidade de um meio físico específico para tanto. Este foi o início da comunicação à longa distância. Rapidamente, descobriu-se que é possível gerar e receber energia eletromagnética contendo informações através de duas antenas. A primeira forma desenvolvida para a troca de informações, através de ondas eletromagnéticas, foi o telégrafo, ao qual se seguiu o rádio, o telefone e a televisão, fazendo evoluir o conteúdo da informação transmitida por sinais, passando por áudio até imagens.

Atualmente, a evolução se dá meramente na forma de transmissão: as imagens são de alta resolução, a velocidade da transmissão não para de crescer… Mas a sede pela informação em massa também não tem fim: então, qual seria o próximo passo da evolução da informação? Transmitir objetos físicos, talvez?

Ficção ou realidade?

startrekNa série de tevê “Jornada nas Estrelas”, que, inclusive, previu a tecnologia dos telefones celulares através do uso constante dos famosos comunicadores, os personagens tinham também uma forma muito particular de se locomover para outros planetas ou outras naves espaciais – o teletransporte. Inicialmente proposto como uma maneira de economizar os custos de filmagem de inúmeros cenários e poupar tempo dos episódios com cenas de pouso e voo das naves, o “transporter“, como era chamado na série, acabou criando em toda uma geração grandes expectativas sobre esta tecnologia. Ao entrar na câmara ou no espaço reservado ao transporter, com alguns comandos, os personagens desapareciam, em um processo chamado desmaterialização, e rapidamente apareciam em seu destino, rematerializados.

Isso é possível no mundo real? Cientificamente, fisicamente, o teletransporte é possível? Segundo o Professor Dr. Euclydes Marega Junior, do Instituto de Física de São Carlos, sim. “Einstein já nos ensinou que energia e matéria são a mesma coisa”, explica ele, “então, provavelmente a função da máquina em Jornada nas Estrelas era transformar a matéria humana em uma forma de energia que contivesse toda a informação daquela pessoa, desde o número de células que possui no corpo até seu DNA e seu conjunto de memórias e vivências”. Contudo, este processo é a parte surreal de todo o projeto. Segundo o pesquisador, esta conversão teria como resultado uma quantidade de energia absurdamente alta. Se a energia é a massa multiplicada pela velocidade da luz ao quadrado (E=mc²), o cálculo da desmaterialização de toda a informação contida em um ser humano de 80 kg, convertida em energia eletromagnética, seria o equivalente à produção de energia da Usina Hidrelétrica de Itaipu, em um dia.

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Macroscópico VS microscópico

“Se é possível teletransportar um átomo, é possível teletransportar uma pessoa, que nada mais é que um conjunto de átomos, mas este é um processo realmente complexo”, refere Marega. Ele explica que as coisas funcionam de uma maneira bastante distinta no universo macroscópico e no universo microscópico. “O nosso mundo, macroscópico, funciona de forma determinística, ou seja, podemos prever as consequências de um fenômeno antes mesmo dele acontecer”, ele compara, explicando que o mundo microscópico, atômico, estudado pela Mecânica Quântica, não são determinísticas do nosso ponto de vista.

“Aqui, podemos dizer com facilidade onde está uma caneta, uma folha de papel, uma mesa. Porém, todas as coisas do universo têm uma dualidade, porque se comportam ora como onda, ora como partícula. Uma pessoa pode apresentar comportamento ondulatório e também de partícula, mas por ser algo muito grande, sua localização é muito fácil. Um elétron, muito menor que um átomo, tem um comportamento essencialmente quântico, e sua localização é indefinida. Não é possível determinar, com simples observações, a posição do elétron”, explica.

A Mecânica Quântica postula que, para definir a localização de um elétron, é necessário abrir mão de outras informações complementares. Isso porque a determinação de uma partícula depende de duas informações básicas: posição e velocidade. Ao definir sua posição, perde-se a informação sobre sua velocidade, e vice-versa. Este é o chamado “Princípio da Incerteza de Heisenberg”.

Se o elétron tem dois lugares possíveis de posição, onde ele está? Segundo as leis da Mecânica Quântica, em nenhum dos dois, pois ele está emaranhado entre as duas posições, e a função que o representa é não determinística. Contudo, ao determinar a localização do elétron, ele entra para o mundo determinístico e nunca mais sairá deste mesmo local. “É como se nunca tivesse saído de lá”, comenta o docente. Esse fato é relacionado ao conceito de “entrelaçamento”, que é uma superposição de estados em Mecânica Quântica, desfeita a partir do momento em que se cruza a barreira entre o universo não determinístico e o universo determinístico.

A luz

A chave para a transmissão de informação no mundo quântico é a luz. Qual é a massa da luz? Zero. “Luz é composta por fótons, e estas partículas de luz têm massa zero, é por isso que a luz consegue viajar em velocidades tão altas”, explica Marega. Outro aspecto interessante é que, para a luz, o tempo não passa. “A luz é a mesma desde sempre. Coisa estranha, não?”, reflete o docente, contando que, para viajar na velocidade da luz, é preciso se tornar essencialmente luz. Segundo a Teoria da Relatividade de Einstein, se você viaja na velocidade da luz, o tempo fica parado, do seu ponto de vista. Por essas razões, é mais fácil teletransportar a luz. Na verdade, experiências de teletransporte são mais comuns com esta partícula de energia.

A primeira experiência bem-sucedida de teletransporte, realizada em 1997 pelo austríaco Anton Zeilinger e pelo italiano Francesco de Martini, baseia-se na réplica do spin – movimento de rotação ao redor de si mesmo – de um fóton. Para isso foram criadas duas partículas a partir de um mesmo fóton chocado contra um cristal, e posicionadas em pontos bem distantes. Segundo a Física Quântica e conforme exposto por Marega, as partículas não têm nenhuma propriedade até que sejam medidas, ou seja, para nós, é como se os fótons só começassem a girar quando o cientista percebe o giro. E, nestas experiências, quando os pesquisadores mediram o spin do fóton mais próximo, adivinhe o que aconteceu? O outro fóton começou a girar na direção oposta. Não importa a que distância, não importa quantos movimentos faz o primeiro fóton: o segundo fóton sempre repete estes giros instantaneamente. Também, em 1998, físicos do California Institute of Technology conseguiram replicar um fóton através de um cabo coaxial de 1 metro, contornando o desafio do Princípio da Incerteza de Heisenberg justamente através do fenômeno do entrelaçamento em três fótons. O fóton A, a ser teletransportado, fora do entrelaçamento, poderia sofrer uma colisão e ser modificado caso os pesquisadores tentassem determiná-lo. Os fótons B e C, se entrelaçados, poderiam fornecer algumas informações sobre o fóton A, e o resto das informações seria transferido para o fóton B através do entrelaçamento e, depois, para o fóton C. Quando essas informações do fóton A passam para o fóton C, tem-se uma réplica exata do fóton A, mas este fóton nunca mais existirá da forma como existia antes.

TransporterDito isso, temos que o teletransporte não é um simples transporte de partículas, mas de informação quântica. A informação se materializa em outros átomos, ou seja, após o teletransporte, o que passa a existir é uma “cópia” do corpo original. Em outras palavras, no caso de Jornada nas Estrelas, quando o Capitão Kirk se teletransporta para outros planetas, é como se o transporter fizesse uma análise de sua estrutura atômica e a enviasse para o local de destino, onde uma réplica dele é criada, e o original é destruído. O pesquisador norte-americano Charles H. Bennett afirma que o grande desafio do teletransporte, da maneira como imaginamos, é a forma apropriada de lidar com a delicadeza e a complexidade das partículas que formam os átomos sem interferência alguma, ou seja, como imprimir a informação em átomos de maneira idêntica ao original. A única maneira para lidar com este problema, segundo o físico, é estabelecer uma comunicação instantânea entre as partículas, mesmo sem nenhuma ligação entre elas, como uma energia eletromagnética que comunique a segunda partícula sobre o comportamento da primeira, construindo um sistema. E isto é possível, através do fenômeno de entrelaçamento, que permitiria a criação de partículas com propriedades idênticas a qualquer distância. O inglês Samuel Braunstein, da Universidade de York, provou a teoria no final da década de 90, teletransportando um feixe de raio laser em laboratório, utilizando a teoria criada por Bennett. Mas, segundo Marega, os elementos luminosos são muito menos complexos que um átomo e a quantidade de informações contidas em um ser humano é milhões de vezes maior, ou até mais. “Essa quantidade é imensurável, e é difícil saber quando a ciência poderá lidar com tudo isso”, afirma o pesquisador do IFSC-USP.

A partícula de Deus

Teletransporte é possível, via luz, mas tem uma série de empecilhos. Basicamente, seria necessária a existência de duas antenas quânticas, uma para enviar e uma para receber informação, em forma de luz, sem nenhuma interferência material entre elas, para transformar o que houvesse no local da antena receptora naquela mesma coisa que houvesse no local da antena emissora. O problema é que a informação que existe numa pessoa, convertida, por exemplo, em gigabytes, é incalculável. Além disso, a energia é algo totalmente fugaz e ainda não foi descoberta uma forma de transformá-la em matéria. A resposta para isso, segundo Marega, está intimamente relacionada com a existência do bóson de Higgs, a famosa “partícula de Deus”, que ainda não foi encontrada mas tem grande potencial de representar o elo perdido entre energia e matéria.

Para viabilizar o teletransporte, a matéria precisa ser desintegrada, de alguma forma, para se transformar em energia. O pesquisador dá o exemplo de uma reação nuclear, em que o urânio, que tem uma radioatividade natural e núcleo instável, se desintegra quase totalmente, ou seja, quebra suas ligações nucleares e libera nêutrons. O interessante é que a massa que resulta desse processo é menor do que a massa do urânio original, porque a diferença é justamente energia, que estava armazenada nas ligações nucleares. “É esta energia que unia o núcleo do urânio”, esclarece o professor. “Mas transformar nêutron em fóton é uma tarefa nunca antes realizada” completa, a tempo.

Na busca pelas partículas mais elementares do Universo, constatou-se, em séculos de investigação, que grandes quantidades de energia as mantém unidas. Mas, em algum ponto, resta apenas matéria; e é aqui que reside a grande descoberta da “partícula de Deus”. Esta é a intenção dos grandes aceleradores de partículas do mundo: chocar as partículas e desintegrá-las o máximo possível até que reste apenas um elemento, responsável pela existência de todos os outros. A partícula comprovaria a existência do “campo de Higgs”, uma energia que preenche o vácuo do Universo e pode ser responsável por dar massa às partículas subatômicas. Crê-se que, após o “Big Bang”, nenhuma partícula teria massa a não ser que entrasse em contato com o campo de Higgs. Exceto pelos fótons, que não têm massa, todas as partículas que formam a matéria têm íntima relação com este campo. “Quanto mais perto chegamos da desintegração total das partículas que conhecemos, mais perto chegamos a descobrir como a energia é transformada em massa e vice-versa, e podemos ficar mais próximos de entender como tiveram origem todas as coisas do Universo tais quais conhecemos atualmente”, explica ele.

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Com estas reflexões, fica fácil não ficar desapontado com a distância que ainda existe entre realidade e ficção. O teletransporte pode ser o ápice do desenvolvimento tecnológico com o qual a humanidade sonha, mas a maior parte do planeta não consegue nem imaginar os avanços científicos e benefícios práticos que a pesquisa e a discussão sobre o tema tem gerado, e ainda podem gerar em nosso cotidiano. E quem diria que a chave para o pleno desenvolvimento do teletransporte poderia abrir portas que levam a uma nova percepção da natureza e, por consequência, incontáveis novidades tecnológicas? O transporter de Jornada nas Estrelas seria, então, considerado coisa do passado. Pode-se dizer que, mesmo estando muito longe da nossa realidade, esta técnica, aparentemente sobrenatural, pode estar, ao mesmo tempo, muito, muito perto de nós.

Assessoria de Comunicação

17 de fevereiro de 2012

Entenda, de uma vez, a (revolucionária) partícula de Deus

Se ela existir de fato, uma coisa é certa: é onipresente. Mas ainda teremos que esperar pelo menos um ano para que os cientistas divulguem se a partícula de Deus existe ou não. Tudo será uma questão de fé… no método científico

Particula-1Descrever com os mínimos detalhes aquilo que nos rodeia é história velha, de precisamente 400 anos a.C., quando os gregos tentavam definir o que formava os corpos- vivos ou não-, incluindo o próprio corpo humano.

Sem chegar a grandes conclusões, eles acreditavam em uma coisa: tudo o que existe no Universo pode ser dividido em subconstituintes, ou seja, elementos menores que, unidos, eram capazes de formar qualquer outra coisa, como estrelas, pessoas, mesas e cadeiras etc. “Os gregos, por muito tempo, acreditaram que os quatro elementos fundamentais da natureza, terra, água, ar e fogo, seriam os constituintes de qualquer elemento, ideia que sobreviveu por mais tempo do que imaginamos”, conta o docente do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e membro do Observatório de Raios Cósmicos “Pierre Auger”, Luiz Vitor de Souza Filho.

Paralelo a essa definição mística, existia uma teoria que já definia o átomo como partícula fundamental- e, até então, indivisível. Mas, dessa vez, o místico manteve seu espaço até por volta do século XVII, quando só então passou a reinar o modelo atômico. “O átomo era visto como uma partícula indivisível e, a partir dele, as outras coisas eram formadas. Mas, isso ainda não era muito bem estabelecido. É como se o átomo fosse um tijolinho, mas sem cimento, ou seja, não havia uma explicação para como esses átomos mantinham-se grudados”, explica Vitor. “Não se sabia como eles se combinavam, se tinham, ou não, constituintes. Só havia a ideia do átomo”.

Foi quando entrando no século XX, apareceu um modelo mais detalhado do átomo, onde passou a explicar-se como ele era formado. Neste período o átomo passou a ser descrito por dois subconstituintes: núcleo e elétrons. “Por muito tempo, ainda, ficou uma ‘nuvem’, no sentido literal da palavra, em que o átomo era explicado por um modelo que recebeu o nome de ‘pudim de passas’: uma massa sem forma definida (núcleo – pudim) com os elétrons (passas) incrustrados nela”.

Mas, é só em 1932 que o átomo ganha o “formato” atual, com direito a prótons e nêutrons. A partir desse momento, foi possível explicar o “cimento” que os mantinha ligados: moléculas que, por sua vez, formavam todo resto.

Não parece grande coisa, à primeira vista, mas o desenvolvimento tecnológico muito acelerado, pelo qual passamos no século XX, tem tudo a ver com isso. “Os computadores são feitos com silício e esse elemento tem uma propriedade semicondutora, ou seja, em algumas circunstâncias conduz energia elétrica, em outras não. Isso é usado no computador o tempo todo, fazendo parte de seu funcionamento básico. Ou seja, só foi possível montar computadores depois que entendemos como o silício funciona e esse entendimento só foi possível através do estudo das propriedades dos átomos e da matéria”, justifica o docente. “Antes de 1930, não sabíamos exatamente como o átomo era formado, e isso fechou as portas para qualquer tipo de desenvolvimento tecnológico que, posteriormente, conseguimos alcançar”.

A confecção de fármacos e a cura de algumas doenças, como tuberculose e sarampo, também só foi possível graças a esse conhecimento. “Entender o funcionamento das microestruturas de nosso corpo faz parte dos desenvolvimentos da explicação dos constituintes da matéria. Hoje, têm-se propostas de fabricação de remédios em escalas, praticamente, atômicas. Isso também só é possível pelo conhecimento das propriedades dos átomos”.

Mas, os físicos ainda não estavam satisfeitos. Uma vez explicado o funcionamento do átomo, a curiosidade tomou outro rumo: como funcionam os constituintes dos átomos, ou seja, será que prótons, elétrons e nêutrons poderiam ser formados por algo ainda mais fundamental?

O quark é o novo tijolo

Partculas_fundamentais-_classesPara os físicos de partículas, sim! Grosseiramente explicando, reza o modelo padrão da física de partículas que há algo “abaixo” do átomo. Embora o elétron mantivesse seu status de partícula fundamental, prótons e nêutrons não: eles são formados por quarks. “A física de partícula elementar tem duas classes de tijolos: quarks e léptons. Nesta última classe estão os elétrons, outras partículas menos comuns, o múon e tau (no mesmo nível dos elétrons) e os neutrinos”, esclarece Vitor. “A diferença entre essas duas classes é o tipo de interação que elas têm. Léptons não têm a mesma interação que os quarks”.

Sendo as novas partículas fundamentais, léptons e quarks formam tudo o que conhecemos. Mas, eis que entra em cena um terceiro personagem na história: o bóson. Fazendo o papel de cimento entre as partículas fundamentais, os bósons transmissores de interações seriam responsáveis por estabelecer a ligação entre elas. “Os quarks atraem-se muito fortemente, para formar o próton. Para descrever essa força, existe outra classe de partículas, que é, justamente, um bóson”.

Mas, existem vários tipos de bósons que, fundamentalmente, são responsáveis pelas interações entre as partículas fundamentais. Mas, a pergunta principal que tem sido feita há pouco tempo é: como essas partículas ganham massa? “O que caracteriza um quark é sua carga elétrica, sua massa etc. É possível explicar a massa do átomo, somando os prótons, nêutrons, elétrons e suas interações. No caso do próton, soma-se o número de quarks que o compõe e suas interações . Mas, e quanto aos quarks? Como saber qual é sua massa?”.

No céu, na Terra e em todo Universo

Esse “buraco teórico” tem ocupado o intelecto dos físicos há alguns anos. A maioria deles acredita que tal massa é conseguida via interação, que veio a ser chamada de bóson de Higgs*.

Agora é que entra em foco a partícula elementar que, nos últimos meses, tem feito parte de toda matéria… jornalística: o bóson de Higgs, ou partícula de Deus, nada mais é do que um mecanismo, dentro da teoria de partículas, para dar massa aos “tijolos” elementares.

Mas, a polêmica se instala, justamente, porque esse não é o único mecanismo que explica a massa de um quark. Vários outros foram propostos, mas a atenção é voltada, exclusivamente, ao primeiro, por ser o mais simples de todos. “É o que melhor combina com aquilo que já temos na teoria, é o mais básico”.

Particula-2Embora carregue um nome místico, o bóson de Higgs é um engenho simples, sem muito mistério ou religiosidade. O apelido que ganhou se justifica por ser um mecanismo ainda não comprovado e muito difícil de ser encontrado. Mas, se na mídia, essa partícula é novidade, o enorme time de pesquisadores que trabalha no LHC não pode dizer o mesmo: eles tentam encontrar o bóson de Higgs desde que o acelerador de partículas foi montado. “O LHC tem como principal foco encontrar essa partícula, embora tentativas semelhantes, feitas no FERMILAB**, já buscam a partícula misteriosa há muito mais tempo”.

O apelido “espiritual” adquirido pelo bóson de Higgs, na realidade, é por acaso: Leon Lederman, físico ganhador do prêmio Nobel, em um livro que escreveu sobre o assunto, apelidou o bóson em questão de “partícula maldita”, mas o editor ficou temeroso com as reações ao nome e por questões de ética- e talvez religiosas- trocou-o.

O blá-blá-blá repentino sobre o assunto, no entanto, pode não passar de uma estratégia política (e midiática) para justificar o dinheiro investido no LHC, com vistas a procurar a tão acuada partícula. “A comunidade de física de partículas escolheu essa como a pergunta mais importante a ser respondida nos próximos anos: qual o mecanismo que dá massa às partículas elementares”.

Uma vez encontrado, esse mecanismo poderá explicar, com mais precisão, aquilo que os gregos se perguntam há 400 anos a.C e saberemos, ainda com mais detalhes, como grande parte daquilo que nos rodeia é composto. Essa onipresença da partícula se for, de fato, comprovada, será mais um motivo para explicar seu transcendental apelido.

A perseguição deve continuar

Investir tanto tempo e dinheiro para encontrar a partícula de Deus (bóson de Higgs ou o mecanismo que dá massa a partículas elementares, complicando a linguagem) pode parecer bobagem e perda de tempo para os mais descrentes. No entanto, se essa partícula for, de fato, encontrada, um novo mundo pode ser colocado a nossa frente. Se no passado tivemos a cura de doenças e um desenvolvimento tecnológico que nenhum pensador grego poderia imaginar, tudo se deve a descobertas como essa.

Até o presente momento, se fôssemos fazer um comparativo, poderíamos dizer que os dedicados pesquisadores do assunto têm buscado uma agulha no palheiro e, embora ainda não tenham a encontrado, já é possível ver o seu brilho. “Há dois experimentos separados, no LHC, para medir a mesma coisa. Existe um intervalo grande onde o [bóson de] Higgs pode estar e os experimentos vão varrendo esse intervalo. Boa parte dele já foi eliminada, onde o bóson não está, com certeza. Sobrou um intervalo muito pequeno e nele apareceu uma pequena evidência de que pode haver algo ali. Isso não é uma descoberta, embora tenha aumentado os ânimos entre os pesquisadores”, explica Vitor.

Ainda de acordo com o docente, se esse indício for verdadeiro, levará mais um ano, pelo menos, para que a famosa partícula seja, efetivamente, encontrada. Mas, uma coisa é certa: para conclusão desse experimento, será necessária muita dedicação, pesquisa e, por que não, muita fé por parte dos estudiosos.

*predita, em 1964, pelo físico Peter Higgs, trabalhando as ideias do físico estadunidense, Philip Anderson

**Fermi National Accelerator Laboratory é um laboratório especializado em física de partículas de alta energia dos EUA, localizado em Chicago, Illinois

Assessoria de Comunicação

15 de fevereiro de 2012

Agência USP de Inovação: um impulso ao desenvolvimento nacional

A Universidade é um dos setores mais bem organizados do Brasil em termos de produção científica e tecnológica. Ao longo de muitos anos, recursos foram investidos na criação de uma infraestrutura que, hoje, permite a colheita de muitos frutos de desenvolvimento. Isso é resultado de uma sequência de gerações que investiram pesadamente em recursos humanos e materiais para a academia brasileira, acreditando na possibilidade de produzir, internamente, a solução de problemas que atormentam a realidade de países do terceiro mundo.

marketing_innovation_1Atualmente, uma forma diferente de transferir o conhecimento de dentro para fora dos muros da universidade tem apresentado muitos resultados positivos no que diz respeito à acessibilidade da produção científica e tecnológica. Isso quer dizer que, agora, os resultados da pesquisa acadêmica brasileira estão mais visíveis na sociedade, através de posturas empreendedoras e inovações voltadas especificamente para as necessidades da população. As ideias dos pesquisadores não ficam mais apenas no papel – hoje é uma obrigação do profissional da academia gerar conhecimento de cunho tecnológico, benefício direto para a sociedade, e uma obrigação da Universidade apresentar resultados de desenvolvimento nacional e geração de empregos. Desde 2005, a Agência USP de Inovação funciona como um intermédio para esta transformação, otimizando todo o processo e facilitando a aceleração da produção científica.

A agência acompanha os movimentos acadêmicos nacionais e aproveita as tendências que observa para a estruturação da sua ação. Segundo Vanderlei Bagnato, professor titular do Instituto de Física de São Carlos e coordenador da agência há quase um ano, o Brasil, o Estado de São Paulo e a Universidade de São Paulo estão em condições de contribuir significantemente, agora, no setor da inovação tecnológica a nível mundial. Mas esta não é uma tarefa fácil, porque realizar inovação tecnológica apenas dentro da Universidade de São Paulo é uma tarefa que já envolve diversos eixos. O coordenador explica em detalhes cada um destes eixos e oferece uma visão mais ampla sobre o trabalho que está sendo realizado pela agência no último ano e alguns planos para o futuro.

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O primeiro eixo de ação é a comunidade acadêmica: estudantes, funcionários, docentes. O objetivo primeiro é a cultura da inovação tecnológica, de modo que os pesquisadores em patentesgeral aprendam que sua função dentro da universidade é produzir ciência de boa qualidade e estar atento para o potencial de suas ideias e resultados na contribuição com o desenvolvimento nacional. Essa é a missão zero da Agência USP de Inovação. A tecnologia
consequente da produção do conhecimento científico – a chamada tecnologia spin-off – é incentivada e encaminhada pela agência de diversas formas: toda a questão da propriedade intelectual, a obtenção de patentes, a elaboração de contratos com serviço público, divulgação de resultados de pesquisas e cursos sobre inovação tecnológica tanto em meio acadêmico como em empresas. A agência se encarrega de atender e assessorar a comunidade de pesquisadores da USP nas questões que envolvam a proteção do conhecimento, efetuando todos os procedimentos necessários para a proteção da Propriedade Industrial, do Direito Autoral, no Brasil e em outros países.

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A segunda frente de trabalho é a cooperação com o setor produtivo. “A Universidade tem condições de contribuir com a solução de problemas que o setor produtivo vem enfrentando”, afirma Bagnato. Todo semestre, a agência lança uma ação de específica de inovação tecnológica. Neste semestre, a ação é chamada de “Tecendo a Inovação”, uma colaboração com a indústria têxtil. Vanderlei já adianta que a próxima atividade será conjunta com a área médica. A proposta atual, integrada ao Programa de Pós-Graduação em Têxtil e Moda, inclui o intercâmbio de pesquisadores deste curso de mestrado e de grandes centros de pesquisa ao redor do mundo, já dispondo de convênios com países como Portugal, Itália, Espanha, Argentina e Estados Unidos. Atualmente, o setor têxtil apresenta uma forte concorrência em nível mundial, o que torna o esforço para a inovação e desenvolvimento em produtos, tanto em processos como em design, urgentíssimo. O Brasil é um importador de produtos e tecnologias têxteis e de moda, mas é capaz de se tornar um grande exportador de produtos e serviços. Esta é um caminho que o projeto pretende começar a trilhar.

Um outro eixo é um trabalho em conjunto com o Governo do Estado de São Paulo, no sentido de atrair grandes centros de pesquisa para o Estado. “Nós estamos aqui para fornecer ao governo os recursos humanos e a infraestrutura necessários para a atração de centros internacionais”, explica o coordenador, que conta atualmente ter parcerias bem estabelecidas com a Braskem, com a L’Oréal e com a Boeing, por exemplo. “Estas grandes empresas têm visto no Brasil uma grande oportunidade de instalação de seus centros de pesquisa e desenvolvimento, e para isso elas precisam de apoio das Universidades e recursos humanos específicos, observa ele.

Finalmente, há um quarto eixo de ação, que Bagnato considera mais o perfil de sua gestão. “Nós, trabalhadores da USP, que é uma Universidade pública, somos pagos pela sociedade, com o objetivo de gerar pesquisa e avanço, por isso considero que temos uma responsabilidade para com a sociedade”, explica ele. Com base neste pensamento, foi lançada a Inovação com Responsabilidade Social, que é o trabalho de identificação de problemas sociais por parte da Universidade, seguido do desenvolvimento de inovações que solucionem o problema. “Por exemplo, já nos empenhamos com sucesso no tratamento do câncer de pele, da onicomicose, facilidades para de deficientes físicos etc, coisas que podem ser pelo menos parcialmente resolvidas através de tecnologias das quais a Universidade dispõe”, comenta. “Me sinto honrado de poder implementar um projeto que tenha a minha cara, mas conforme vamos identificando as necessidades da comunidade e resolvendo estes problemas com sucesso, o projeto acaba tomando mais a cara da população brasileira”, observa Bagnato.

O Brasil ainda tem baixa expressividade no que diz respeito à cultura da inovação, mas caminha a largos passos em direção a uma nova geração tecnológica. “Isso é a criação de uma nova cultura, leva tempo, dá trabalho”, comenta Bagnato. “Temos que pensar, primeiro, em colaborar com o setor produtivo, acelerando, aumentando, facilitando o sucesso da indústria brasileira”, reflete ele. A agência continuará funcionando como uma agência intelectual para a promoção da inovação tecnológica em todos os seus aspectos dentro da Universidade de São Paulo. A atual administração tem colaborado muito com isso, inclusive com apoio do Governo Federal através do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) e do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Para maiores informações, você pode acessar o site http://www.inovacao.usp.br/ ou entrar em contato através do Disque Tecnologia, sistema de atendimento online que constrói e disponibiliza respostas técnicas demandadas por micro-empresários de todos os setores industriais e de serviços, clicando aqui.

Assessoria de Comunicação

14 de fevereiro de 2012

Fotógrafo registra pontos tecnológicos da cidade e IFSC está entre eles

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Há cerca de um mês, o fotógrafo da edição brasileira da revista “National Geographic”, Izan Petterle, veio a São Carlos, para fazer fotografias da “Cidade da Tecnologia”.

Entre os locais visitados, Izan passou pelo Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e fez alguns registros daquilo que considerou como representação da tecnologia na cidade. Para ver as fotos, clique aqui.

Assessoria de Comunicação

10 de fevereiro de 2012

Mini-curso de docentes do IFSC é destaque

QuimicaA “X Semana de Química” da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), realizada entre os dias 21 e 26 de agosto do ano passado, contou com palestras, mini-cursos, visitas técnicas a empresas, mesas-redondas e apresentação de painéis.

Seis meses após sua realização, um dos mini-cursos mais elogiados e destacados da Semana, de acordo com informativo do “All química”, consultoria júnior responsável pelo evento, foi o “Modelagem molecular e as Estratégias Modernas de Planejamento de Fármacos”, ministrado pelos docentes do Grupo de Cristalografia do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Adriano Andricopulo e Rafael Guido.

Para acessar o informativo do “All química”, clique aqui.

Assessoria de Comunicação

10 de fevereiro de 2012

Os desafios da Física nas escolas brasileiras: inovação curricular e formação de professores

Nas últimas décadas, a inovação curricular tem feito parte de grandes reformas de ensino em países ao redor de todo o globo. No que diz respeito à Física, a inserção de tópicos de Física Moderna e Contemporânea (FMC) para alunos do Ensino Médio parece ser um grande avanço na revitalização do ensino básico brasileiro, e uma solução para sintonizar a produção científica com o interior da sala de aula, ambiente do qual temas atuais como a clonagem, o teletransporte, a nanotecnologia ou a energia nuclear passam longe. A discussão sobre a inserção destes tópicos se estendeu por anos, mas foi finalmente oficializada, pelo menos em São Paulo, em 2007. No entanto, este foi um passo relativamente simples quando comparado ao desafio de adequar, na prática, o processo de ensino-aprendizagem a estes novos conteúdos. A prática de ensino tem se revelado resistente a estas mudanças, devido à grande dificuldade sentida pelos professores no trabalho com tópicos com os quais eles mesmos não tiveram contato quando estudantes. Para mudar este quadro, é essencial que todo o estado atual da formação de professores seja analisado e reconfigurado de acordo com as novas necessidades do ensin

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o nacional. O perfil do professor, agora, deve ser o perfil da inovação.

No caso do Brasil, durante os últimos quinze anos, com a implementação dos Parâmetros Curriculares Nacionais e das Orientações Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, por parte do Ministério da Educação e do Ministério da Cultura, já há uma proposição de se inserir conteúdos da Física Moderna e Contemporânea durante o Ensino Médio. No Estado de São Paulo, particularmente, houve a inovação curricular de 2007 que, entre outras áreas, elaborou uma reestruturação do ensino de Física, a partir da qual a FMC figura como um conteúdo a ser trabalhado nos terceiro e quarto bimestres do último ano. Neste sentido, há um aparente avanço no que toca à renovação curricular do ensino de Física, apontando para uma abordagem e uma aplicação mais recentes da disciplina, remontando de fato às pesquisas e descobertas dos séculos XX e XXI. Bons exemplos são tópicos que abordam a teoria da relatividade, mecânica quântica e física de partículas elementares.

A despeito deste movimento de renovação curricular, e da crescente tendência de grandes vestibulares (como a Unicamp) abordarem a Física Moderna, bem como iniciativas de editoras que, percebendo a transformação dos currículos, investem na publicação de material relacionado à FMC – sempre figurando nos últimos capítulos das coleções de Ensino Médio –, a prática é uma realidade bastante distinta. “A gente sabe que o professor acaba não ensinando”, conta o Professor Marcelo Alves Barros, docente do Instituto de Física de São Carlos especialista em Educação, dedicado à formação de professores de Física e inovação curricular. “Na prática isso é difícil porque passa pela questão da formação do professor, que é um processo muito tradicional e não prevê o trabalho com conteúdos inovadores”, explica. Segundo ele, o conjunto de crenças que o professor adquire quando de sua vivência como aluno e ao longo de sua formação acaba impedindo ou dificultando a eficácia de sua didática. Um exemplo clássico destas crenças cristalizadas é o fato de muitos professores considerarem a Física Moderna como “complexa e abstrata”, enquanto a Física Clássica é vista como “concreta e simples”. Isso os leva a crer que o ensino da FMC é impossível, devido a questões como o formalismo matemático, que parece um obstáculo intransponível no caso dos tópicos mais modernos, sendo já bastante difícil no caso da Física Clássica. “A vivência do professor em formação influencia sua prática de ensino, e sua formação começa quando ele ainda é um aluno”, observa o docente, que também atua como avaliador de cursos de graduação do Ministério da Educação e Instituto Nacional de Pesquisas e Estudos Educacionais (Inep).

E quando o aluno dos cursos de licenciatura não teve contato algum com estes tópicos no ensino básico? Como prepará-lo para esta experiência?

Marcelo conta que, atualmente, alguns bons resultados vêm surgindo de cursos de licenciatura de universidades como a Federal do Rio Grande do Sul, e também no próprio IFSC-USP, que surgem com a iniciativa de trabalhar os conteúdos da FMC durante um dos estágios supervisionados de prática de ensino. Porque o problema atual, segundo ele, é que “o aluno cursa uma disciplina chamada ‘Introdução à Física Moderna’, mas essa disciplina não tem uma relação direta com a prática real em sala de aula, com metodologias de ensino específicas e mais envolvimento na parte pedagógica em si”. Desta forma, fica muito difícil para este professor se desvincular das imagens que ele carrega consigo desde seus tempos de estudante sobre o que é ensinar, o que é aprender e o que é ser um bom professor. A tendência, a partir daqui, é perpetuar o modelo de ensino que ele vivenciou quando era um aluno. A estruturação da grade curricular do professor em formação não consegue atingir essa mudança pedagógica e não parece ser eficiente para influenciar a cultura de ensino que a vivência escolar solidificou. “Uma mudança curricular não é só a inserção de novos tópicos de uma disciplina, é também uma mudança pedagógica, de metodologias e abordagens inovadoras”, observa Marcelo.

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No entanto, a proposta não é uma substituição completa dos conteúdos da Física Clássica pela Física Moderna, é claro. O objetivo principal é desfazer a ideia de que o ensino de uma disciplina deve se dar com base em uma sequencia pré-determinada de conteúdos, como se houvesse pré-requisitos necessários para cada etapa da aprendizagem, o que é também, obviamente, herança da cultura de ensino brasileira, que importou modelos de ensino estrangeiros pouco adequados à realidade do hemisfério sul. Segundo Marcelo, os temas de Física Moderna podem ser inseridos ao longo do Ensino Médio, desde as séries iniciais, ao invés de concentrados nos últimos quatro meses de vida escolar. “Por exemplo, nós poderíamos inserir o tema ‘raios cósmicos’ nas aulas de Mecânica, no trabalho com os conceitos de conservação de energia e de momento, de velocidade, trajetória, posição, ou temas de relatividade… São inúmeras as possibilidades de se trabalhar com a Física Moderna conjuntamente com os tópicos já tradicionalmente abordados no Ensino Médio”, propõe o pesquisador.

A raiz do problema, aqui, vai além do ensino da Física Moderna e Contemporânea no Ensino Médio – o problema é o ensino da Física em si. O reflexo disso é que os temas mais recorrentes na mídia, como o Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês), a clonagem, o teletransporte, ou as terapias com células-tronco, são estrangeiros às salas de aula do Brasil, pois os conteúdos tradicionais não abrangem sua totalidade. “Os conteúdos abordados hoje nas escolas são modelos do século XVI e XVII, então o aluno formado no Ensino Médio terá conhecimentos científicos defasados, quando tiver algum”, avalia o professor.

aplicativos_fmcMas, ao contrário do que se pode pensar, o apego a metodologias de ensino tradicionais não é uma tendência dos mais velhos. O professor Marcelo, que tem experiência de prática pedagógica no ensino básico, na formação inicial de professores e também na formação de professores em serviço, conta que observa em todos os casos um nível alto de interesse e procura pelo aperfeiçoamento da didática no que diz respeito ao trato destes novos conteúdos. Ele ressalta, no entanto, que a causa do problema é mais profunda: a desvalorização da profissão tem aumentado, continuamente, a estatística dos alunos que cursam uma licenciatura sem a intenção de virem a se tornar professores. “Nós estamos formando futuros professores que não vão exercer a profissão, e isso é um reflexo triste do apagão educacional que estamos vivendo”, observa ele. “Continuamos a crescer quantitativamente, no que diz respeito à ampliação do acesso ao ensino superior, mas qualitativamente vivemos uma regressão”, completa.

E, neste sentido, uma inovação que poderia revitalizar o sistema de ensino foge um pouco da questão dos conteúdos para entrar na questão da infraestrutura disponível para utilização nas escolas brasileiras. “Hoje, os professores têm de trabalhar com lousa e giz, unicamente”, comenta Marcelo. Muitas escolas nem ao menos possuem uma sala de informática com acesso à internet e, frequentemente, quando a têm, não podem usufruir de suas potencialidades devido a processos burocráticos e outros motivos. “Vem daí em grande parte que o professor não saiba como trabalhar com novas tecnologias”, entrevê ele.

Uma das justificativas mais comuns para a recusa do ensino de FMC é que, segundo alguns profissionais, este conteúdo deve ser ensinado de maneira prática e experimental, em laboratórios sofisticados e muito bem equipados. Entretanto, atualmente, há muitos recursos computacionais, multimídia, como softwares e simuladores, através dos quais podem ser realizados “experimentos virtuais”, dispensando o uso do aparato físico em mãos. Alguns exemplos bastante simples podem ser encontrados na web, como este simulador em flash relacionado ao conceito de interferência por fendas duplas de Young, ou este laboratório virtual em Mecânica Quântica.

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A interação entre comunidade escolar e Universidade têm sido muito benéfica, tanto no trabalho criativo para aplicar os novos conteúdos em sala de aula buscando alternativas para a necessidade da tecnologia inexistente ou inacessível, quanto na motivação de professores e alunos, no sentido de atrair novos talentos para carreiras científicas. Segundo Marcelo, a nova geração apresenta uma grande deficiência na visão que tem (na verdade, na visão que lhes é oferecida) sobre a ciência no mundo, porque o Brasil segue um modelo de ensino muito atrasado.

“O discurso hoje é outro, mas a prática do ensino ainda é jesuítica e propedêutica. Esse tipo de ensino atendia uma demanda e se alinhava a uma ordem social específica que hoje já se transformou – estamos na era da globalização e da internet, a informação está em todos os lugares e não mais concentrada apenas nas escolas. A questão, hoje, é como elaboramos essa informação na sala de aula”, opina o professor Marcelo. Ele reitera que, no que diz respeito a parâmetros curriculares, o Brasil está avançado, até mesmo em sintonia com países de primeiro mundo, mas é a prática que está defasada e estagnada com maneirismos didático-pedagógicos secularizados. “O professor é ‘conteudista’, ou seja, mesmo no tratamento de novos tópicos, como é o caso da Física Moderna, ele continua a dinâmica de ensino da Física Clássica: conteúdo, memória, repetição”, conclui.

Mas por que ensinar Física para um adolescente?

Nas escolas, o ensino é oferecido com base na possibilidade do aluno vir a tornar-se um cientista, o que nem sempre é o caso. E, de fato, atualmente, o ensino das ciências exatas no ensino básico não supre as necessidades dos alunos que aspiram outras carreiras e têm outras pretensões profissionais. Qual é a Física, então, que deve ser ensinada para estes jovens? O caráter finalista do ensino básico, ou seja, a ideia de que o Ensino Médio é o fim da formação de um cidadão, fez com que o ensino se horizontalizasse – a quantidade de aulas é menor para cada disciplina, que são mais extensas ao longo de toda a vida escolar. Se antes havia cinco aulas de Física por semana, hoje há duas, no máximo, em meio a inúmeras outras disciplinas, da mesma maneira que ocorreu com a Língua Portuguesa e a Matemática. “Por ser um ensino finalista, tem-se a impressão que se deve ensinar TUDO, mas será que precisamos de tudo isso? De todas estas disciplinas? De todo esse conteúdo em Física? Não há tempo suficiente”, reflete o professor.

“A chave para sermos um país com educação de primeiro mundo é conseguir atrair cada vez mais jovens talentosos para as carreiras científicas e para a docência. Inserir-se em uma sociedade do século XXI envolve uma formação científica e cultural que depende da transformação do professor. A responsabilidade da escola é a formação de cidadãos, e a Física é um instrumento privilegiado de esclarecimento dos mecanismos de produção nacionais de tecnologia, por exemplo, o que envolve economia e política e facilita a inserção do aluno nas discussões dos grandes veículos de comunicação mundiais, o que é uma premissa das inovações curriculares nacionais mais recentes”, conclui Marcelo.

Assessoria de Comunicação

8 de fevereiro de 2012

Os LEDs e a saúde bucal

Os diodos emissores de luz, popularmente conhecidos como LED, marcam forte presença em nosso cotidiano, hoje. Mas, há doze anos, suas vantagens e utilização eram conhecidas, somente, por um grupo seleto de pesquisadores.

Alessandra-2Quando a atual docente da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Alessandra Nara de Souza Rastelli, iniciou seu Mestrado, em 2000, ela foi além: passou a pesquisar como os LEDs poderiam ser utilizados nas restaurações dentárias. Por uma parceria que ela desenvolve, desde então, com o Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), através do docente, Vanderlei Salvador Bagnato, muitos méritos acadêmicos foram conseguidos pela docente, incluindo a utilização de LEDs na área de saúde. “Quando iniciei minha pós-graduação em Dentística, na Unesp (Faculdade de Odontologia de Araraquara), a faculdade já tinha convênio com o IFSC. Naquela época, eu nunca imaginava que desenvolveria alguma coisa relacionada à Física”, relembra Alessandra.

A proposta inicial de seu trabalho tinha como tema “foto ativação de materiais restauradores”. Paralelamente, o Grupo de Óptica tinha acabado de desenvolver um sistema para foto ativação de materiais por LED. “Eu cumpria as disciplinas de pós-graduação na Unesp, mas as pesquisas eram desenvolvidas aqui no IFSC. Minha dissertação de Mestrado foi o primeiro trabalho apresentado na Unesp, que utilizou o sistema LED para foto ativação e, por isso, acabou sendo um trabalho inovador para aquela época”, conta. “Gostei muito dessa interação entre áreas da saúde e ciências básicas, e percebo, cada dia mais, a importância dessa interdisciplinaridade”.

Direto para boca

AlessandraA foto ativação com materiais restauradores, como o próprio nome sugere, está relacionada ao seguinte aspecto: quando é necessário substituir uma restauração ou mesmo colocar uma nova, é preciso que se faça uso de um material que endureça por intermédio de uma fonte de luz. “Esse material tem um ‘foto iniciador’ em sua composição, que é sensível a um determinado tipo de luz. Em contato com a luz, o material restaurador endurece e adquire propriedades mecânicas adequadas, as quais terão uma vida útil de cinco a seis anos na cavidade oral”, explica a docente.

O referido material é feito à base de polímeros, utilizados em Odontologia. São as populares resinas compostas, hoje as mais utilizadas para restaurações nos dentes, e suas propriedades ópticas assemelham-se às propriedades das estruturas dentárias. “Essa técnica é muito sensível, mas não tem nenhuma restrição ou contraindicação. No entanto, esse material não é tão resistente em restaurações muito grandes”, conta.

Além da vantagem estética que esse material oferece, a melhor adesão às estruturas dentais também é um diferencial. “Ele une-se micromecanicamente às estruturas do dente, o que não acontecia com o amálgama dental, uma vez que se tratava de um material metálico”.

Dessa forma, é possível preparar uma cavidade em tamanho menor, ou seja, não é preciso deixar um grande “curativo odontológico” em nossos dentes, como antigamente. “Com o amálgama, tínhamos que fazer um preparo com características específicas, para que ele ficasse, de fato, retido nos interior da cavidade, mecanicamente”, elucida Alessandra.

Fama estendida

Mesmo que já utilizado há algum tempo, esse tipo de restauração, até hoje, é a mais popular entre os cirurgiões-dentistas e, consequentemente, entre os pacientes. Novos tipos de LEDs são estudados para, também, viabilizar outros tratamentos. “Meu mestrado foi o primeiro trabalho ou talvez um dos primeiros a apresentar o uso do LED na foto ativação, mas, se fizermos um comparativo daquela época, em 2000, até os dias de hoje, houve uma evolução muito grande e os sistemas de LED são aperfeiçoados, continuamente”, afirma Alessandra.

Alessandra-1O trabalho da Docente não só visa cura, mas também a prevenção. Atualmente tem trabalhado também com a Técnica da Terapia Fotodinâmica para redução antimicrobiana.” A idéia é que a técnica da terapia fotodinâmica tenha outras aplicações na Odontologia, quem sabe de uma forma mais preventiva de doenças bucais. Acreditamos que sim”.

Nesse meio tempo, a parceria entre Alessandra e o IFSC não só continua como foi ampliada. Além dos trabalhos desenvolvidos com o Grupo de Óptica, ela também colabora com o Grupo de Crescimento de Cristais e Materiais Cerâmicos (CCMC), através do docente, Antonio Carlos Hernandes, onde seu foco é voltado ao desenvolvimento de novos materiais, com vistas à aplicação de nanotecnologia em materiais odontológicos. “A ideia futura é continuar os estudos, sempre tendo em vista novos horizontes, tanto através da terapia fotodinâmica, com o aperfeiçoamento das técnicas que já temos e aplicação das mesmas em pacientes, como pelo desenvolvimento dos novos materiais, podendo apresentar materiais com propriedades antimicrobianas, por exemplo”, conta. “As perspectivas são as melhores possíveis e estaremos trabalhando com um grande grupo de pessoas para o desenvolvimento disso tudo, não perdendo de vista o acesso de todos a esses benefícios”, finaliza a docente.

Assessoria de Comunicação

7 de fevereiro de 2012

Seminário em Nanoplasmônica do Grupo de Óptica recebe presença internacional

Os elogios à pesquisa realizada no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), vindos dos pesquisadores internacionais, que têm se apresentado no IFSC para palestras, seminários ou colóquios, não é uma novidade. Podendo ser comparados a renomadas Instituições de Ensino Superior do Brasil e do mundo, tanto o corpo intelectual, quanto a infraestrutura do IFSC não deixam a desejar para docentes, estudantes e visitantes que passam por aqui anualmente, vindos de todas as partes do mundo.

No dia 6 de fevereiro, foi a vez dos pesquisadores Nader Engheta, docente da University of Pennsylvania e Masud Mansuripur, docente da University of Arizona comparecerem ao “Seminário em Nanoplasmônica”, realizado pelo Grupo de Óptica.

NaderNader, atuando em diversas linhas de pesquisa (entre elas física e engenharia ondulatória, metamateriais e óptica em nanoescala), já participou de outros seminários no IFSC. “Sou amigo de John Weiner* há muito tempo e ele sempre teve muita vontade de fazer um workshop e colocar os pesquisadores juntos, para ministrar palestras. Em 2009, eu estive nessa mesma sala de aula, e estou de volta, dois anos e meio depois, para ministrar uma nova palestra. Há muitos centros científicos aqui e interesses em ciência com todos os pesquisadores daqui”, afirma o pesquisador.

Masud, com linhas estudos sobre a força de ondas eletromagnéticas e interação entre luz e matéria, que completa sua quarta visita ao Brasil e terceira ao Instituto, também foi intermediado por John Weiner. “Tenho outros amigos aqui, no Brasil, que sempre mantém contato conosco”, conta.

Depois de algumas visitas e participações em palestras, os professores, obviamente, focam sempre mais parcerias com o Brasil e, obviamente, com o IFSC. Quando questionados sobre tais parcerias, eles não são hesitantes. “Certamente! É maravilhoso ter interações! Há dois anos e meio, quando eu vim para o Brasil, ministrar uma palestra na Universidade de Campinas [Unicamp], um dos estudantes que estava na plateia, hoje trabalha comigo”, conta Nader. “Ainda não temos nenhuma parceria. Mas, duas semanas atrás, o professor [Vanderlei] Bagnato convidou-me para fazer parte do Conselho do novo Centro de Pesquisa que ele está fundando aqui no Brasil. Esperançosamente teremos mais colaborações no futuro”, complementa Masud.

MasudSobre as pesquisas realizadas no IFSC, como um todo, a voz dos pesquisadores é uníssona. Ambos dizem que tudo o que vem sendo estudado por aqui é atual. “As pesquisas daqui são fantásticas em áreas muito excitantes em óptica, área com a qual estou familiarizado”, elogia Nader. “O que se estuda aqui também se estuda nos Estados Unidos ou Europa. Temos muito professores brasileiros brilhantes ministrando aulas em Harvard e no MIT [Massachusetts Institute of Technology]. E a qualidade da pesquisa que tive a oportunidade de observar aqui pode ser comparada com a das melhores universidades do mundo”, finaliza Masud.

*bolsista pesquisador visitante do CEPOF/INOF

Assessoria de Comunicação

7 de fevereiro de 2012

Atualização da Produção Científica do IFSC

Para ter acesso às atualizações da Produção Científica, cadastradas no mês de Janeiro, clique aqui ou acesse o quadro em destaque (em movimento) do lado direito da página principal do IFSC.

A figura ilustrativa foi extraída do artigo publicado recentemente por pesquisadores do IFSC, no periódico “Langmuir“.

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Assessoria de Comunicação

7 de fevereiro de 2012

USP oferece curso de capacitação para servidores

Entre 6 de fevereiro e 9 de março estarão abertas as inscrições para o curso “Gestão da política municipal de Educação”.

O curso será ministrado a distância e podem participar funcionários e docentes da Universidade de São Paulo (USP).

O curso, que oferece 45 vagas, terá início em 19 de março e término em 16 de maio de 2012.

Para maiores informações, acesse http://polaris.ifsc.usp.br/sistemas/columba/repositorio/20120201174444.pdf.

Assessoria de Comunicação

6 de fevereiro de 2012

Campanha solidária

Para prestar ajuda aos recém-desalojados moradores do Pinheirinho (São José dos Campos), durante esta semana (6 a 10 de fevereiro), estará sendo feita uma campanha de arrecadação em favor das famílias desabrigadas.

Em algumas Unidades do campus (incluindo o Instituto de Física de São Carlos), haverá caixas de papelão para arrecadar donativos, que serão levados a São José dos Campos nos dias 11 e 12 de fevereiro.

Os itens de maior necessidade são:

-Brinquedos;

-Roupas em boas condições;

-Alimentos- em geral-, sobretudo prontos, como bolachas, biscoitos;

-Produtos de higiene pessoal (fraldas, absorventes, sabonete, creme dental);

-Remédios;

-Produtos de limpeza.

Essa campanha, em São Carlos, está sob responsabilidade da mestranda do Instituto de Ciências Matemática e de Computação (ICMC/USP), Pamela M. Cândida Cortez. Em caso de dúvidas ou informações adicionais, entrar em contato com a aluna pelo telefone (11)8420-5719 ou e-mail pamicortez@gmail.com.

Assessoria de Comunicação

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