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15 de fevereiro de 2012

Agência USP de Inovação: um impulso ao desenvolvimento nacional

A Universidade é um dos setores mais bem organizados do Brasil em termos de produção científica e tecnológica. Ao longo de muitos anos, recursos foram investidos na criação de uma infraestrutura que, hoje, permite a colheita de muitos frutos de desenvolvimento. Isso é resultado de uma sequência de gerações que investiram pesadamente em recursos humanos e materiais para a academia brasileira, acreditando na possibilidade de produzir, internamente, a solução de problemas que atormentam a realidade de países do terceiro mundo.

marketing_innovation_1Atualmente, uma forma diferente de transferir o conhecimento de dentro para fora dos muros da universidade tem apresentado muitos resultados positivos no que diz respeito à acessibilidade da produção científica e tecnológica. Isso quer dizer que, agora, os resultados da pesquisa acadêmica brasileira estão mais visíveis na sociedade, através de posturas empreendedoras e inovações voltadas especificamente para as necessidades da população. As ideias dos pesquisadores não ficam mais apenas no papel – hoje é uma obrigação do profissional da academia gerar conhecimento de cunho tecnológico, benefício direto para a sociedade, e uma obrigação da Universidade apresentar resultados de desenvolvimento nacional e geração de empregos. Desde 2005, a Agência USP de Inovação funciona como um intermédio para esta transformação, otimizando todo o processo e facilitando a aceleração da produção científica.

A agência acompanha os movimentos acadêmicos nacionais e aproveita as tendências que observa para a estruturação da sua ação. Segundo Vanderlei Bagnato, professor titular do Instituto de Física de São Carlos e coordenador da agência há quase um ano, o Brasil, o Estado de São Paulo e a Universidade de São Paulo estão em condições de contribuir significantemente, agora, no setor da inovação tecnológica a nível mundial. Mas esta não é uma tarefa fácil, porque realizar inovação tecnológica apenas dentro da Universidade de São Paulo é uma tarefa que já envolve diversos eixos. O coordenador explica em detalhes cada um destes eixos e oferece uma visão mais ampla sobre o trabalho que está sendo realizado pela agência no último ano e alguns planos para o futuro.

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O primeiro eixo de ação é a comunidade acadêmica: estudantes, funcionários, docentes. O objetivo primeiro é a cultura da inovação tecnológica, de modo que os pesquisadores em patentesgeral aprendam que sua função dentro da universidade é produzir ciência de boa qualidade e estar atento para o potencial de suas ideias e resultados na contribuição com o desenvolvimento nacional. Essa é a missão zero da Agência USP de Inovação. A tecnologia
consequente da produção do conhecimento científico – a chamada tecnologia spin-off – é incentivada e encaminhada pela agência de diversas formas: toda a questão da propriedade intelectual, a obtenção de patentes, a elaboração de contratos com serviço público, divulgação de resultados de pesquisas e cursos sobre inovação tecnológica tanto em meio acadêmico como em empresas. A agência se encarrega de atender e assessorar a comunidade de pesquisadores da USP nas questões que envolvam a proteção do conhecimento, efetuando todos os procedimentos necessários para a proteção da Propriedade Industrial, do Direito Autoral, no Brasil e em outros países.

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A segunda frente de trabalho é a cooperação com o setor produtivo. “A Universidade tem condições de contribuir com a solução de problemas que o setor produtivo vem enfrentando”, afirma Bagnato. Todo semestre, a agência lança uma ação de específica de inovação tecnológica. Neste semestre, a ação é chamada de “Tecendo a Inovação”, uma colaboração com a indústria têxtil. Vanderlei já adianta que a próxima atividade será conjunta com a área médica. A proposta atual, integrada ao Programa de Pós-Graduação em Têxtil e Moda, inclui o intercâmbio de pesquisadores deste curso de mestrado e de grandes centros de pesquisa ao redor do mundo, já dispondo de convênios com países como Portugal, Itália, Espanha, Argentina e Estados Unidos. Atualmente, o setor têxtil apresenta uma forte concorrência em nível mundial, o que torna o esforço para a inovação e desenvolvimento em produtos, tanto em processos como em design, urgentíssimo. O Brasil é um importador de produtos e tecnologias têxteis e de moda, mas é capaz de se tornar um grande exportador de produtos e serviços. Esta é um caminho que o projeto pretende começar a trilhar.

Um outro eixo é um trabalho em conjunto com o Governo do Estado de São Paulo, no sentido de atrair grandes centros de pesquisa para o Estado. “Nós estamos aqui para fornecer ao governo os recursos humanos e a infraestrutura necessários para a atração de centros internacionais”, explica o coordenador, que conta atualmente ter parcerias bem estabelecidas com a Braskem, com a L’Oréal e com a Boeing, por exemplo. “Estas grandes empresas têm visto no Brasil uma grande oportunidade de instalação de seus centros de pesquisa e desenvolvimento, e para isso elas precisam de apoio das Universidades e recursos humanos específicos, observa ele.

Finalmente, há um quarto eixo de ação, que Bagnato considera mais o perfil de sua gestão. “Nós, trabalhadores da USP, que é uma Universidade pública, somos pagos pela sociedade, com o objetivo de gerar pesquisa e avanço, por isso considero que temos uma responsabilidade para com a sociedade”, explica ele. Com base neste pensamento, foi lançada a Inovação com Responsabilidade Social, que é o trabalho de identificação de problemas sociais por parte da Universidade, seguido do desenvolvimento de inovações que solucionem o problema. “Por exemplo, já nos empenhamos com sucesso no tratamento do câncer de pele, da onicomicose, facilidades para de deficientes físicos etc, coisas que podem ser pelo menos parcialmente resolvidas através de tecnologias das quais a Universidade dispõe”, comenta. “Me sinto honrado de poder implementar um projeto que tenha a minha cara, mas conforme vamos identificando as necessidades da comunidade e resolvendo estes problemas com sucesso, o projeto acaba tomando mais a cara da população brasileira”, observa Bagnato.

O Brasil ainda tem baixa expressividade no que diz respeito à cultura da inovação, mas caminha a largos passos em direção a uma nova geração tecnológica. “Isso é a criação de uma nova cultura, leva tempo, dá trabalho”, comenta Bagnato. “Temos que pensar, primeiro, em colaborar com o setor produtivo, acelerando, aumentando, facilitando o sucesso da indústria brasileira”, reflete ele. A agência continuará funcionando como uma agência intelectual para a promoção da inovação tecnológica em todos os seus aspectos dentro da Universidade de São Paulo. A atual administração tem colaborado muito com isso, inclusive com apoio do Governo Federal através do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) e do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Para maiores informações, você pode acessar o site http://www.inovacao.usp.br/ ou entrar em contato através do Disque Tecnologia, sistema de atendimento online que constrói e disponibiliza respostas técnicas demandadas por micro-empresários de todos os setores industriais e de serviços, clicando aqui.

Assessoria de Comunicação

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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