Notícias

6 de junho de 2012

Café com física

Título: “Grafite, grafeno, nanotubos, fulerenos, nanocones… a beleza do carbono sp²”

Seminarista: Ado Jorio (Departamento de Física- UFMG)

Resumo:

Grafite, grafeno, nanotubos, fulerenos, nanocones… são todos estruturas de carbono com hibridização (majoritariamente) sp². Os 4 elétrons da camada mais externa do carbono formam, nestes materiais, uma estrutura muito robusta do ponto de vista mecânico e térmico, com propriedades ópticas e de transporte únicas na natureza.

Nesta palestra faremos uma viagem pelo desenvolvimento do conhecimento científico acerca das propriedades vibracionais e eletrônicas destes materiais. Passaremos pela beleza de efeitos estruturados, como aqueles muito evidentes devido ao confinamento quântico nos sistemas de baixa dimensionalidade, até chegar na riqueza e complexidade do carbono amorfo.

Para terminar, por que não discutir, também, como fazer para que este tipo de pesquisa possa gerar desenvolvimento socioeconômico no Brasil?

O seminário será realizado no Instituto de Física de São Carlos, na sala Celeste (2º piso do prédio da Administração).

A entrada é gratuita e todos estão convidados a participar.

Para mais informações sobre o Café com Física, clique aqui.

Assessoria de Comunicação

6 de junho de 2012

Pró-reitoria de Cultura e Extensão Universitária lança programa

A Universidade de São Paulo (USP), através do Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária, acaba de lançar o “Giro Cultural”.

O programa, que objetiva estimular e divulgar o patrimônio artístico e cultural (material e imaterial) da USP, realizará visitas, monitoradas por estagiários (alunos da USP), com conteúdo formulado por docentes da própria Universidade.

As visitas, abertas à comunidade uspiana e ao público, em geral, terá roteiros variados, cada um passando por locais diferentes, entre eles o campus da Cidade Universitária (CUASO), Museu de Arte Contemporânea (MAC/USP), Paço das Artes, Museu do Brinquedo (FE/USP), Instituto de Estudos Brasileiros (IEB/USP), Museu de Anatomia Veterinária (FMVZ/USP) etc.

As inscrições para os roteiros podem ser individuais ou coletivas (máximo de 35 pessoas). Cada roteiro possui duração aproximada de duas horas.

As visitas são gratuitas e, em parceria com a prefeitura do campus da Capital (PUSP-C), serão disponibilizados ônibus e motoristas para sua realização.

Para mais informações, escreva para girocultural@usp.br

Assessoria de Comunicação

5 de junho de 2012

Delegação acadêmica do Reino Unido oferece oportunidade de estágio

A USP/São Carlos recebeu, na última quinta-feira, 31 de maio, uma delegação da Universidade de Durham (Inglaterra) constituída do Pró-Reitor de Ciências e de diretores de Institutos de Pesquisa de várias áreas do conhecimento, com intuito de divulgar as oportunidades de estágios e colaborações científicas naquela instituição.

DurhamFoi uma oportunidade para dialogar com os acadêmicos britânicos, e de estabelecer, eventualmente, projetos bilaterais de pesquisas. Na última terça-feira, 29, foi assinado, no campus da Capital, um convênio de cooperação entre a USP e a Universidade de Durham.

Os interessados, que não puderam comparecer ao evento, mas têm interesse em estudar na referida Universidade, podem entrar em contato com o pró-reitor de Ciências da Instituição, Andrew Deeks, através do e-mail a.j.deeks@durham.ac.uk

 

Assessoria de Comunicação

5 de junho de 2012

Ciência mais que divertida

O Prof. Dr. Antonio Carlos Pavão, docente do Departamento de Química Fundamental da Universidade Federal de Pernambuco, foi o palestrante convidado de mais uma edição do programa “Ciência às 19 Horas”, que decorreu no dia 29 de maio, no Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas.

Na palestra, intitulada “Ciência mais que Divertida”, o pesquisador destacou o papel central da ciência para a transformação social, tendo abordado aspectos relacionados com a educação e divulgação científica.

Pavao

Mas, será que a ciência, como agente de transformação social no país, sempre assumiu esse papel ao longo dos anos? Para o convidado do IFSC, sim, a ciência sempre assumiu esse papel, tendo enfatizado que o Brasil não é um país isolado de seus pares no mundo e que existem exemplos marcantes na História da Humanidade onde o conhecimento determinou o rumo dessa mesma história.

“Repare, por exemplo, que o Brasil foi descoberto devido à Química. Ficou admirado dessa minha afirmação? Eu explico. Os portugueses chegaram ao nosso país no dia 22 de abril e logo no dia 02 de maio parte da frota lusitana rumou para a Índia, em busca de especiarias (cravo, canela, menta etc.). Então, por que é que eles fizeram essas navegações tão complexas? Porque o mercantilismo estava se desenvolvendo de uma forma rápida, precisa ganhar novos mercados e algumas das especiarias não serviam apenas como temperos; elas serviam, também – e principalmente – para conservar os alimentos e isso era crucial para as viagens. Por exemplo, repare que o cravo tem uma substância que é um antibiótico natural, que tem a propriedade de conservar os alimentos por muito mais tempo. Atualmente, todos os alimentos contêm aditivos químicos e as especiarias, nessa época remota, faziam o papel que esses aditivos fazem hoje”, refere o pesquisador.

Para Pavão, quem detém o conhecimento detém o poder e, no Brasil, a produção científica não se reflete propriamente na produção industrial. Quando o governo passa a investir mais em ciência e tecnologia, o país tende a se desenvolver mais, e para o acadêmico não existem dúvidas de que no Brasil é fundamental que isso aconteça, mas, para ele, ainda há um longo caminho para ser percorrido.

Contudo, existem questões que precisam ser respondidas: como é que a ciência pode contribuir para a educação dos jovens e o que precisa mudar para que essa educação atinja os níveis desejáveis, até para que nosso país fique mais próximo da excelência internacional?

Para estas questões, o Prof. Antonio Pavão sublinha que é necessário melhorar o ensino dedicado às ciências exatas, porque hoje ainda existe o estigma de que a ciência é chata, rotineira; que o aluno não percebe as conexões que existem entre aquilo que ele está aprendendo e o mundo que o rodeia. Para o pesquisador pernambucano, o que precisa ser feito com urgência é motivar os alunos para que construam e aprofundem seus conhecimentos em ciência e tecnologia. Mas, de que forma?

“Motivando!”, acrescenta o convidado.  E uma das alternativas é colocar problemas reais, verdadeiros, para que os alunos resolvam. Por exemplo, colocar para eles a questão de como despoluir um rio, de como medir o Ph em fontes naturais de água, questioná-los sobre quantas e quais as espécies de árvores que existem em São Carlos; fazê-los pesquisar a vida cotidiana das formigas ou das baratas, seus habitats, a importância que esses bichinhos têm para o equilíbrio ambiental; ensinar os alunos a medir a velocidade do vento e como aproveitar essa energia Tudo isso pode motivar os alunos e ajudar a que eles se apaixonem pela ciência e tecnologia, tendo sempre presente que tudo o que estão fazendo tem uma ação direta sobre o nosso próprio planeta. Tudo isso é um conjunto de experimentos verdadeiros, com resultados que podem surpreender, e isso é estimulante para o aluno. A isso eu chamo de experimento final aberto e seria muito importante começar a implantar isso junto de nossos jovens”, acrescenta Antonio Pavão.

Pavao-1Se existem dificuldades para que os alunos brasileiros se apaixonem e trabalhem com ciência, também é certo que os temas científicos não suscitam grande interesse por parte do cidadão comum, e isso é um fator preocupante para o convidado do IFSC. Antonio Pavão insiste que para uma eficaz difusão do conhecimento, a divulgação científica é fundamental, até para a construção de um país novo, de um mundo novo.

“Para o exercício da cidadania você tem que se apropriar de conhecimentos sobre ciência e tecnologia – por exemplo, avaliar a qualidade e as especificidades do celular que você quer comprar, de um carro, de um eletrodoméstico, ou de outros bens de consumo -, senão você corre o risco de ser manipulado e enganado. Além disso, a sociedade nos coloca questões cotidianas em que o cidadão tem que se posicionar, como, por exemplo, se você é a favor ou contra a clonagem, se concorda com a utilização de células-tronco para tratamentos de doenças, se concorda com usinas termonucleares, etc. Para o cidadão se posicionar sobre essas e outras questões, ele tem que conhecer os temas, tem que estar por dentro das questões relacionadas com ciência e tecnologia. Por isso existe a necessidade de aprofundar a divulgação científica. Toda a produção científica tem que estar associada à sua divulgação, de forma abrangente, quer seja nas escolas, no cinema, na mídia, na rua ou em casa junto com a família”, acrescenta o cientista.

Antonio Pavão concorda que o Brasil tem progredido bastante na área científica, só que ainda carece de qualidade. Repare-se que nosso país é o maior produtor de artigos científicos da américa latina, mas, por outro lado, se prestarmos atenção aos fatores de impacto, por exemplo, aí já a Argentina fica na frente. Antonio Pavão afirma que o Brasil deve afinar seu rumo e trabalhar em uma produção de conhecimento que tenha objetivos muito claros de melhoria da condição de vida de toda a população, pensando o planeta como um todo.

Assessoria de Comunicação

4 de junho de 2012

Olimpíada Brasileira de Física para Escolas Públicas – Estado de São Paulo – 2011

 Decorreu no dia 02 de junho, pelas 15 horas, no Auditório Sérgio Mascarenhas (IFSC), a cerimônia de entrega de medalhas aos alunos que se destacaram na Olimpíada Brasileira de Física para Escolas Públicas do Estado de São Paulo, referente ao ano de 2011.

A Olimpíada Brasileira de Física das Escolas Públicas (OBFEP) é uma promoção do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), por meio do CNPq, com o apoio do Ministério da Educação (MEC) e constitui um programa permanente da Sociedade Brasileira de Física (SBF), responsável por sua execução, destinado exclusivamente a estudantes do Ensino Médio e do último ano (9.º ano) do Ensino Fundamental de Escolas Públicas municipais, estaduais e federais.

A mesa de honra deste evento foi presidida pelo Coordenador do Programa OBFEP e docente do IFSC, Prof. Euclydes Marega Junior, e pelos professores Luiz Agostinho Ferreira, Presidente da Comissão de Cultura e Extensão, Tomaz Catunda, Comissão de Cultura e Extensão, e Valmor Mastelaro, Presidente da Comissão de Graduação do IFSC, em representação do Diretor do Instituto.

Confira, abaixo, alguns dos momentos desse evento:

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A lista completa dos alunos premiados poderá ser consultada no link:

http://www.sbf1.sbfisica.org.br/olimpiadas/obfep2011/resultados.php

 

Assessoria de Comunicação

 

 

 

1 de junho de 2012

Nanomaterial emite luz branca sem incomodar olho humano

Nanopó luminescente é comercialmente atrativo por não conter metais terras-raras e emitir 90% de luz branca

Após oito anos de pesquisas, cientistas do Instituto de Física de São Carlos (IFSC), da USP, desenvolveram um nanomaterial que poderá ser utilizado para fabricação de lâmpadas com eficiência energética.

O nanopó luminescente de aluminato de boro apresenta como principal característica o fato de emitir 90% de luz branca quando exposto a luz ultravioleta, sem incomodar o olho humano, tornando-o, por isso, muito atrativo do ponto de vista comercial. Outro aspecto importante é que não leva, em sua composição, nenhum elemento químico terra-rara – aqueles presentes na tabela periódica e que, como o próprio nome diz, são raros e, por isso, muito caros.HERNANDES_PO350

Foram essas características que levaram a geração da patente do nanopó luminescente, informa o pesquisador Prof. Antonio Carlos Hernandes, do Grupo Crescimento de Cristais e Materiais Cerâmicos http://www.ccmc.ifsc.usp.br/ e atual diretor do IFSC. Os produtos atuais existentes no mercado mundial levam metais terras-raras em sua composição e apresentam uma eficiência energética de 60%. O Departamento de Energia do governo dos Estados Unidos tem como meta desenvolver, até 2025, materiais que apresentem eficiência energética de 80%, compara.

Além da USP, o trabalho conta com a participação do pesquisador Alain Ibanez, do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS), em Grenoble, na França; Lauro Maia, da Universidade Federal de Goiás (UFG) e Vinícius Guimarães, aluno de doutorado do CNRS, que defenderá, no próximo dia 22 de junho, tese sobre o tema. A patente é dividida entre as três instituições. Somente após a defesa da tese vamos pensar em parcerias comerciais, conta Antônio Carlos Hernandes.

O nanopó luminescente, produzido no IFSC e no CNRS, foi feito a partir de uma mistura de ácidos cítrico e bórico, além de outros compostos como, por exemplo, etilenoglicol. Após um processo de mistura desses elementos, forma-se uma espécie de resina, de aspecto gelatinoso, sendo que essa mistura é queimada em um forno com atmosfera controlada dos níveis de oxigênio e nitrogênio. O resultado é um nanopó que, ao ser exposto a luz ultravioleta, emite 90% de luz branca.

A luz que o nanopó luminescente emite apresenta um comprimento de onda que fica entre 400 e 700 nanômetros na escala do espectro eletromagnético. A faixa de 550 é a mais próxima da luz solar. A luz ultravioleta fica na faixa anterior aos 400 nanômetros. Aquela luz muito utilizada em faróis de carros, e que incomoda muito o olho humano, está na faixa dos 400 nanômetros, explica o docente.

Aplicação prática

Um dos modos de utilização seria colocar o nanopó luminescente em uma resina e fazer uma luz ultravioleta (como a de um LED) incidir sobre o nanomaterial. Este, então, emitiria a luz branca mais quente.

De acordo com o professor Hernandes, é comum encontrar na literatura trabalhos que buscam por materiais que emitam luz branca próxima à luz solar. O fato de usarem elementos terras-raras, fez o grupo buscar composições químicas que pudessem substituir estes elementos.

No início, eles conseguiam apenas 40% de eficiência energética, mas com o passar do tempo foram descobrindo que a pureza dos elementos utilizados influenciava diretamente esses resultados. Quando os elementos apresentavam pureza de entre 98 e 99%, tínhamos 40% de eficiência energética. Quando passamos a utilizar materiais com pureza entre 99,5% e 99,999%, atingimos o índice de 90% de eficiência energética, finaliza Hernandes.

 

Assessoria de Comunicação

1 de junho de 2012

O que temer?

Há alguns dias, um automóvel foi roubado no Rio de Janeiro. A ocorrência seria considerada comum e não traria tanta preocupação, não fosse por um pequeno detalhe: o carro roubado transportava, no porta-malas, um equipamento com material radioativo, de elevado risco à saúde humana.

RadiaoO fato foi motivo de tumulto e abriu discussões antigas, não somente sobre o transporte de materiais radioativos, mas sobre a segurança e a ética em torno da energia nuclear. Mas, quais são os verdadeiros riscos que esse tipo de situação oferece ao meio ambiente e à sociedade?

No caso do automóvel roubado na capital carioca, esse risco foi eliminado pois o material estava lacrado, evitando, assim, que qualquer pessoa tivesse contato direto com a fonte, que guardava Selênio-75, material com radioatividade média. Mas, caso esse lacre fosse violado, a história seria outra. “O problema da radioatividade é a proximidade com a fonte”, afirma o docente do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e pesquisador do Grupo de Ressonância Magnética (RMN), José Fabian Schneider. “Se alguém retirasse a blindagem do equipamento que estava no porta-malas do carro roubado, numa distância de poucos metros a radioatividade poderia causar queimaduras, e isso nem seria a consequência mais grave. O problema da radiação é que ela cria defeitos ou problemas em escala molecular”.

Ou seja, se uma pessoa é atingida por radioatividade justamente quando seu DNA está sendo replicado, por exemplo, e um fóton de alta energia interfere nesse processo, ligações químicas podem ser quebradas e um defeito pode ser transmitido ao DNA. Algumas vezes, esse defeito pode ser irrelevante, porém pode também ser muito grave, chegando ao ponto de “acordar” células cancerígenas.

Assim foi no acidente nuclear, ocorrido em Chernobyl (Ucrânia), em 1986. A nuvem de radioatividade dissipada atingiu diversos países e um número ainda maior de pessoas, fazendo vítimas imediatas e, em médio prazo, poderá causar câncer na tireoide de algumas crianças e adultos que foram expostos à radiação do Iodo radioativo (I-131) dissipado na explosão. “Alguns sintomas podem demorar dias, meses e até anos para se manifestar. A exposição à radiação pode trazer consequências que só poderão ser medidas algum tempo depois”, explica o docente.

A ética em torno da energia nuclear

As discussões sobre energia nuclear são antigas e recentes. Quem tem acompanhado os acalorados debates em torno do enriquecimento de Urânio, no Irã, sabe que algo muito delicado e perigoso está por trás disso tudo, mesmo que não compreenda muito bem o assunto.

Radiacao-5E talvez seja esse um dos problemas. A construção de usinas nucleares causa espanto. Porém, o que muitos não sabem é que há leis rígidas que regem tais construções, bem como o manuseio de materiais radioativos. E se todas essas leis, regras e recomendações forem seguidas de maneira correta, com exceção de algumas fatalidades, os riscos são obsoletos. “Há diversas centrais nucleares operando normalmente por um longo período de tempo e nunca houve inconvenientes. O problema é quando acontecem coisas fora do padrão”, afirma Schneider.

Dois exemplos de casos atípicos podem ser citados. Um deles mais recente, ocorrido no Japão, em 2010, onde um terremoto causou o vazamento de 8,5 toneladas de água radioativa. Ou, há 25 anos, em Goiânia (GO), quando o vazamento de Césio-137 fez centenas de vítimas e foi considerado o maior acidente radioativo brasileiro.

O dano causado pelo vazamento de material radioativo no ambiente (na atmosfera ou em corpos de água) está justamente no fato de dispersar a fonte da radiação. “Onde este material estiver passando ou se fixar, haverá emissão de radiação e, consequentemente, dano a qualquer organismo”, explica o docente.

Para entender melhor como uma fonte de radiação atua sobre o seu entorno, Schneider sugere uma analogia: imaginar que uma fonte radioativa seja como uma lanterna. Tampada (blindada), a luz (radiação) será bloqueada. Destampada, por onde a luz (radiação) passar, o local será iluminado (atingido). Se a lanterna sai de um ambiente e passa a iluminar outro, o local anterior já não mais estará sofrendo os efeitos da iluminação/radiação. “Jogar, em um rio, uma fonte blindada de material radioativo, por exemplo, em longo prazo pode causar problemas, na medida que ocorra corrosão e o material radioativo acabe se dispersando na água, espalhando-se”, explica Schneider. “Se você mantém a fonte radioativa blindada, não há problema. Mas, se o material radioativo sair da fonte, a radiação afetará os organismos que estão em volta”.

Cuidado com o que você toma

Radiações perigosas parecem morar apenas em usinas nucleares. Mas, radiações comuns, como a ultravioleta, emitida pelos raios de Sol, podem ser bem prejudiciais, como já é sabido. Da mesma maneira, radiações de raios-X que, em casos extremos, podem causar queimaduras no corpo.

As mais energéticas, no entanto, continuam sendo as radiações gama, emitidas pela desintegração espontânea de certos núcleos atômicos instáveis, os isótopos radioativos, tais como o Césio-137, Selênio-75 e muitos outros, e que, geralmente, protagonizam conhecidas catástrofes. “No caso de Chernobyl, o material radioativo dispersou-se na forma de cinzas e contaminou a atmosfera, água, solos e, consequentemente, pessoas”, elucida Schneider.

Radiacao-6No entanto, até mesmo materiais com alto nível de radiação decaem com o tempo. No caso do Selênio-75 são centenas de dias. Mas, dependendo do isótopo, o processo de decaimento até níveis considerados seguros pode levar milhares ou milhões de anos. O Selênio-75, do episódio do carro roubado no Rio, por exemplo, representa alto risco para o organismo. “Se a pessoa tocasse a fonte, ou ficasse muito perto dela, correria risco de morte em médio ou longo prazo, dependendo do tempo de exposição”, afirma Schneider.

Mas, como já dito no começo da matéria, diversas leis colocam, literalmente, cada equipamento ou material radioativo no seu devido lugar. Existem instruções muito específicas para produção e manejo desses materiais. “Toda fonte radioativa, aqui no Brasil, está identificada e registrada. Quem lida com o manuseio e transporte dessas fontes deve ser pessoal certificado, que recebeu capacitação específica para fazer isso tudo de maneira correta”.

No final da história e depois de tanta informação sobre fontes radioativas, o maior perigo mora no próprio ser humano, já que é necessária muita cautela e, principalmente, muita ética. Pois, como quase tudo que nos rodeia, fontes e materiais radioativos podem ser muito bons ou muito ruins, tudo dependendo do uso que se fará deles.

Assessoria de Comunicação

1 de junho de 2012

Os cientistas do amanhã

No Brasil, maior país da América Latina e também um dos mais populosos do Globo, a educação (especialmente sua deficiência) é tema constante de notícias nos veículos de comunicação. Paralelamente, diversos fatos confirmam que, entre estudantes de ensino fundamental e médio, moram talentos que, muitas vezes pela falta de oportunidades, passam despercebidos.

Cientista-1Para minimizar esse problema, por uma iniciativa do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), coordenada pelo docente e diretor, Antonio Carlos Hernandes, institucionalizou-se o programa Cientista do Amanhã, que visa descobrir talentos em ciências e formar os futuros cientistas do país (como o próprio nome do programa sugere). “Esse trabalho já era feito em meu Grupo de Pesquisa*, bem como o 1Dia, desde 2003″, relembra Hernandes.

O Cientista do Amanhã, agora institucionalizado, conta com a participação de 18 alunos e objetiva fazer o acompanhamento de estudantes do ensino médio (1º, 2º ou 3º ano), desde o momento que ingressam no programa até a finalização do ensino médio.

Durante o programa (que tem duração variada para cada aluno), o jovem cientista realiza uma “Iniciação Científica Júnior”, com direito a um orientador (no caso, um docente do próprio IFSC), devendo finalizar sua participação com a apresentação de um “mini projeto”. “Os participantes do projeto são alunos indicados pelos professores das escolas nas quais estudam e que possuam um perfil diferenciado, ou seja, precisam ter facilidade na área de ciências exatas e ter gosto em estudá-las”, explica Herbert Alexandre João, educador do IFSC. “Portanto, o objetivo é escolher um aluno que tenha paixão pela área de exatas, especialmente por física, e dar condições para seu ingresso na universidade pública”.

Nessa nova fase do programa, na qual o número de participantes é muito maior do que era antes de ser institucionalizado, o processo ainda se encontra em fase de seleção. Seleção que leva em consideração, somente, o mérito acadêmico dos alunos, identificado pelo professor na escola de origem. Até o final de junho, quinzenalmente aos sábados, os participantes virão até o IFSC para realizar atividades diversas e assistir a várias aulas. “Depois de reunir os participantes dessa primeira edição, pudemos notar a deficiência que existe em formação básica. Então, nesse primeiro momento, estamos fazendo uma capacitação dos alunos para que, em algum momento do próximo semestre, eles possam desenvolver algo mais específico nos laboratórios de pesquisa”, justifica Hernandes.

Nesse meio tempo, enquanto participará do Cientista do Amanhã, o aluno manterá sua rotina escolar e, no tempo livre, irá para o IFSC realizar atividades. Isso pode ser duas vezes por semana, quatro vezes por semana, quantas vezes o aluno puder. Dessa forma, ele estará convivendo com outros pesquisadores e, antes mesmo de ingressar no ensino superior, sentindo o verdadeiro clima universitário. “O aluno estará acessando ambientes frequentados, quase que exclusivamente, por universitários, como biblioteca, restaurante universitário, laboratórios de pesquisa etc.”, explica Herbert.

Cientista-boxApesar de todo clima universitário, os estudos realizados pelo participante, durante o programa, são de nível médio. Ou seja, o que o aluno aprende no IFSC, pode ser “reaproveitado” na escola. “O aluno, além de disciplinas, também aprenderá sobre rotina de estudos, responsabilidade, prazos, falar em público, coisas que vão além do conteúdo”, afirma Herbert.

Não há ônus algum para os participantes do Cientista do Amanhã. Pelo contrário: embora não sejam contemplados com bolsas de estudo, tem as refeições pagas no restaurante universitário da USP (mais uma oportunidade de ter contato com os universitários).

Desde quando é realizado somente nos laboratórios do CCMC, o Cientista do Amanhã já se mostra efetivo: todos os oito alunos que já participaram do programa, até o momento, ingressaram em universidades públicas, depois de concluírem o ensino médio e, juntamente, sua iniciação júnior no IFSC. “Não estamos preocupados em quantidade. O que buscamos é o aluno interessado e que tenha talento para isso”, finaliza Hernandes.

Como ser um cientista?

CientistaNo momento, o Cientista do Amanhã conta com a participação de 14 alunos (quatro inscritos não conseguiram acompanhar e já estão fora do programa). A maioria deles terá que aprender coisas que, para alguns, poderá ser mais complicado do que a própria física: apresentar seminários, administrar tarefas e prazos, fazer cronograma de estudos etc.

Os atuais candidatos a cientistas já tem meio passo a frente: gostam de exatas. E estão dispostos a cumprir essa “aventura” até o final.

“Nossos professores de física escolheram alunos que tinham aptidão e gostavam da disciplina, o que é difícil de encontrar”, relembra a “futura cientista”, Keithilin Silveira Miguel, 16, da escola pública “André Donatoni” (Ibaté-SP).

Quando questionada sobre os motivos que a levaram a participar da experiência, ela, prontamente, responde: “Além de ser uma coisa que eu gosto, é para eu já estar apta a um mundo diferente da escola. Aqui é um mundo diferente! Você está aqui estudando, tem mais recursos e você já está em um mundo em que viverá futuramente”.

A mesma opinião partilha Marcelo Duchêne, 15, estudante do primeiro colegial da escola particular “Colégio São Carlos”, que não vê problema em levantar da cama logo cedo, no sábado, e vir até o IFSC participar das atividades do programa.

Mas, a autêntica rotina de um “cientista do amanhã” já pode ser descrita por Gabriel de Freitas Soga, 16. Gabriel, que cursa o terceiro ano na escola estadual “Álvaro Guião”, é “futuro cientista”, desde fevereiro deste ano. “Eu sempre tive muita vontade de entrar e usufruir dos cursos que tem aqui no IFSC”, conta o aluno que está alocado no Grupo de Polímeros do IFSC e é orientado pelo docente e vice-diretor do Instituto, Osvaldo Novais de Oliveira Jr. “No começo, eu ficava sozinho aqui no IFSC, sempre na biblioteca, estudando e fazendo as tarefas programadas. Agora, que juntou toda essa turma aqui, está muito legal”, confessa o jovem cientista, que no ano passado prestou FUVEST como treineiro e conseguiu entrar no curso de física computacional do IFSC, carreira que já decidiu que irá seguir, quando, novamente, prestar o vestibular no final desse ano.

*CCMC- Crescimento de Cristais e Materiais Cerâmicos

Assessoria de Comunicação

29 de maio de 2012

Física e as previsões do tempo

O que a física tem a ver com o fato de sabermos se choverá mais tarde, se as queimadas na Amazônia modificam o clima ou se a emissão antropogênica de gases de efeito estufa deve elevar a temperatura média do planeta em 35ºC até o final do século?

De fato, a física – bem como a química, matemática e biologia (e áreas correlatas) – não são culpadas pelas chuvas torrenciais, aquecimento global ou desmatamento, mas as ferramentas e equações geradas por essas ciências são condição sine quanon para termos conhecimento sobre todos esse itens.

Previsao-1Foi o que explicou o pesquisador e docente do Instituto de Física da USP (IF/USP), Henrique Barbosa, durante o Café com Física, ocorrido no último dia 17 de maio, no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP). “No Brasil, a meteorologia é uma profissão regulamentada, então quem assina a previsão de tempo é um meteorologista registrado. Mas, quando se trata de estudar o funcionamento do sistema climático, onde quem manda são as leis da física, físicos e cientistas de outras áreas tornam-se muito importantes”, conta Barbosa.

Para fazer uma previsão de tempo, precisamos resolver as equações de dinâmica de fluídos para a atmosfera, neste caso uma mistura de gases em cima de uma esfera que gira, considerando a conservação de energia, momento e massa. É preciso, ainda, incluir a absorção e espalhamento da radiação solar, a interação da biosfera com a atmosfera, a evaporação e a precipitação etc. “Estas equações sintetizam nossa compreensão do funcionamento do sistema climático e são as peças fundamentais na construção dos modelos numéricos de circulação da atmosfera”, elucida o docente.

Os modelos numéricos são softwares capazes de resolver as complexas equações escritas pelos cientistas. Desde o Eniac*, os cientistas já utilizam o primitivo computador para fazer previsão numérica de tempo e, a partir de 1955, os EUA já faziam rotineiramente este tipo de previsão com computadores. No Brasil, a novidade só chegaria em 1994, quando o Centro de Previsão de Estudos Climáticos (CPTEC) foi instalado no país. Embora com início tardio, o Centro brasileiro tornou-se referência mundial e um dos poucos com poder computacional para fazer previsões sazonais de longo prazo.

Para fazer uma previsão numérica de tempo, é preciso, além das equações e modelos numéricos, o conhecimento do estado atual da atmosfera: direção dos ventos, umidade, temperatura etc.. “Sem ter dados de boa qualidade é impossível fazer boas previsões do tempo”, explica Barbosa. “Satélites desempenham papel importante para observar e fornecer esses dados. São dados remotos, uma vez que os satélites estão voando a muitos quilômetros da superfície, mas seus sensores estão ‘olhando’ para atmosfera o tempo todo, inclusive sobre os oceanos”, conta o docente.

À propósito, a partir da década de 70, a melhoria na previsão do tempo deveu-se principalmente a uma melhor definição do estado inicial e não ao desenvolvimento dos modelos.

Para melhor entendimento sobre o que é estado inicial da atmosfera, uma comparação pode facilitar: imagine se a inflação no último ano foi de 10%, qual seria o preço atual da cesta básica? Obviamente que não podemos responder a esta pergunta, pois não sabemos o preço no ano anterior. No entanto, se conseguirmos a informação precisa que o preço era de R$200, então podemos afirmar que, depois de um ano, o novo preço é de R$220. Em contrapartida, se soubermos apenas que o preço estava entre R$100 e R$200, o melhor que poderemos fazer é estimar que o preço atual está entre R$110 e R$220.

Quando o caos interfere no futuro

O problema das equações resolvidas pelos modelos numéricos é a falta de linearidade das mesmas. Voltando à analogia anterior: se houver uma inflação de 50%, provavelmente os produtos aumentarão 50%. Se isso se tratasse de uma equação que rege o clima, os alimentos poderiam aumentar 65%, 58% ou qualquer outra porcentagem, sem a lógica da proporcionalidade. “Se você aumentar a quantidade de radiação que chega na atmosfera, isso não quer dizer que a temperatura também aumentará ou que o vento ficará mais forte na mesma proporção”.

Tal “inconstância” é justificada pela Teoria do Caos, que explica que se houver duas condições iniciais da atmosfera muito próximas, resultados diferentes serão apresentados, após resolver-se equações. “Como não é possível conhecer o valor de pressão, umidade e temperatura em todos os pontos do planeta, com precisão absoluta, nunca seremos capazes de prever, com certeza, como será o tempo além dos próximos 15 dias”.

Apesar desta limitação da previsão de tempo, é possível dizer como será o clima da próxima estação. São previsões que trabalham em cima de margens e informam para os agricultores, por exemplo, se nos próximos meses haverá muita ou pouca chuva. Isso é possível porque, por trás do caos existe certo determinismo. “Existem regras que o sistema climático obedece. Sabemos calcular a posição do Sol e quanto de radiação irá esquentar a Terra. Sabemos que os verões são sempre mais quentes do que os invernos, que a temperatura dos oceanos varia mais lentamente que a da atmosfera. Esses mecanismos possibilitam previsões mais generalizadas. Não podemos dizer se, em três meses, choverá em São Carlos, por exemplo, mas pode-se dizer que na região, num ano sob a influência de um El Niño, as chuvas serão acima da média”, explica Barbosa.

O Brasil é um dos poucos países do mundo capaz de fazer uma previsão sazonal, onde os meteorologistas dão indicativos de como será a precipitação e a temperatura para os próximos meses. “Essas informações são muito importantes para guiar os passos da própria sociedade civil [agricultura, eletricidade, finanças etc.]”.

A Física e o meio ambiente

A interdisciplinaridade, hoje mais presente do que nunca, não deixou a física ambiental de fora. A reação dos gases da atmosfera é estudada por químicos, enquanto os biólogos buscam entender como as plantas interagem com a atmosfera na troca de gases e os hidrólogos estudam como a água da chuva escoa pela superfície e se infiltra no solo, por exemplo. Já os matemáticos desenvolveram as ferramentas necessárias para que todos estes cientistas escrevam as equações que descrevem tais processos. “Computadores sabem somar números melhor do que os humanos. Mas, primeiro, foi preciso escrever a equação para o problema”, enfatiza o pesquisador.

PrevisaoPara “prever o futuro”, portanto, rodam-se os modelos numéricos por muito mais tempo, além da escala sazonal. Ou seja, décadas ou centenas de anos. Um dos passos nestes estudos é aplicar os modelos numéricos para prever o clima em épocas passadas, confrontando com dados antigos e vendo se eles batem. Isso comprova a eficácia de modelos numéricos e serve como validação.

Através de modelos numéricos, Barbosa e outros pesquisadores que estudam as mudanças climáticas, confirmam o que, para a sociedade, como um todo, já não é surpresa: tais modelos apontam para a aceleração do ciclo hidrológico nos próximos anos, ou seja, o aumento de chuvas e de sua intensidade. “Além do aumento das temperaturas, choverá mais forte e de maneira mais concentrada. Olhando-se para todo planeta, a conclusão que se chega é que o efeito do homem é que explica as mudanças que já se observam.”, afirma Barbosa.

Sobre os atuais modelos utilizados para fazer previsões do clima futuro, Barbosa faz algumas ressalvas. “Os modelos numéricos precisam de melhorias, principalmente no que se refere aos efeitos das nuvens e dos aerossóis** no clima. As nuvens crescem a partir dessas partículas de aerossóis, o que já acontecia naturalmente. Entretanto, o homem polui a atmosfera, emitindo partículas com características físico-químicas e em quantidades diferentes das naturais. No momento em que essas partículas interagem com as nuvens, as propriedades destas são alteradas”.

A consequência disso, de acordo com o docente, pode ser o desaparecimento de nuvens ou o aumento de chuvas, e se desconhece, ao certo, qual destes efeitos antagônicos prevalece. A preocupação com o efeito destas partículas de poluição no clima se justifica pelos resultados das pesquisas científicas. No grupo de pesquisa de Barbosa, do IF/USP, dados coletados por diferentes instrumentos na Amazônia mostram um panorama pessimista. “Na época de queimadas, na Amazônia, a poluição é muito pior do que em qualquer centro urbano do mundo”.

As queimadas, inclusive, dão origem a uma nova “espécie” de nuvens: a pirocúmulus. “As queimadas liberam muito vapor de água contido na biomassa. Isso, somado a fuligem e ao calor, gera uma nuvem bem suja. Parte disso precipita, mas outra parte é transportada da Amazônia, passando por outras cidades e países da América Latina”, conta Barbosa.

Em um país agrícola, como o nosso, onde as queimadas são constantes (inclusive para limpeza de terrenos), informações sobre a dispersão continental destes poluentes é muito importante. Essa previsão de qualidade do ar é feita com base em imagens de satélite e sofisticados modelos numéricos que resolvem, inclusive, as reações químicas na atmosfera. Mas é importante destacar que modelos numéricos não serão capazes de amenizar a temperatura nos próximos anos. Caberá ao homem e suas ações trazerem previsões futuras mais otimistas e, com sorte, mais “limpas”.

*Primeiro computador surgido durante a segunda Guerra Mundial, desenvolvido pelos estadunidenses, para quebrar a criptografia nazista e fazer cálculos balísticos sofisticados.

**Partículas de poluição emitidas por pessoas, carros, indústrias etc.

Assessoria de Comunicação

29 de maio de 2012

“O Renascimento do Bioetanol Brasileiro: Os Fundadores do Proálcool”

O PROÁLCOOL é reconhecido mundialmente como o programa de maior sucesso na inserção de fontes renováveis na matriz de combustíveis. O uso de álcool motor, no Brasil, teve início na década de 20 e tornou-se obrigatório a partir dos anos 30.

bioetanol2

A experiência foi importante como plataforma para a construção do PROÁLCOOL, contudo, o sucesso do programa foi fruto de uma ação coordenada entre Governo, Centros de Pesquisa e as indústrias sucroalcooleira e automobilística.

Por forma a reconstruir, na perspectiva de personalidades diretamente envolvidas nestes setores, todos os processos de planejamento, implantação e construção do referido programa, revelando e registrando a experiência, suas tentativas, erros e acertos, realiza-se no próximo dia 4 de junho, entre as 09h30m e as 17h30m, no Auditório Prof. Oswaldo Fadigas Fontes Torres (CCE/USP)* Instituto de Eletrotécnica e Energia, o seminário subordinado ao tema O Renascimento do Bioetanol Brasileiro: Os Fundadores do Proálcool.

Estão já confirmadas as presenças das seguintes personalidades:

Paulo Egydio Martins, ex-Ministro da Indústria e Comércio (1966-1967), e ex-Governador do Estado de São Paulo (1975-1979);

Jorge Wilheim, ex-Secretário de Economia e Planejamento do Estado São Paulo (1975-1976);

Wolfgang Sauer, ex-presidente da Volkswagen do Brasil;

Georg Pischinger, desenvolvedor do motor a álcool VW e periféricos;

Francisco Nigro, ex-membro da equipe do IPT/SP, que participou do desenvolvimento da motorização a álcool;

Cícero Junqueira Franco e Maurílio Biagi Junior, ambos usineiros, com participações no núcleo empresarial organizador da implementação da produção de etanol;

A programação deste evento está organizada da seguinte forma:

09h00 – Credenciamento;

09h30 – Abertura dos Trabalhos;

10h00-12h00 – Depoimentos de Paulo Egydio Martins, Jorge Wilheim, Wolfgang Sauer e Georg Pischinger;

12h00-12h30 – Perguntas;

12h30-14h30 – Intervalo para almoço;

14h30- 16h00 – Depoimentos de Cícero Junqueira Franco, Francisco Nigro e Maurílio Biagi Filho;

16h00 – Debates;

17h00 – Agradecimentos e Encerramento;

Este evento terá entrada gratuita e as inscrições deverão ser feitas exclusivamente pelo email comunicacao@iee.usp.br


*O Auditório Prof. Oswaldo Fadigas Fontes Torres (CCE/USP) está localizado na Av. Prof. Luciano Gualberto, Travessa 3, número 71, Cidade Universitária,São Paulo.

 

Assessoria de Comunicação

28 de maio de 2012

Plantão no IFSC durante toda manhã

Na próxima terça-feira, 29 de maio, a Agência USP de Inovação realizará um plantão de atendimento no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), com o intuito de ampliar e aperfeiçoar os serviços de assessoramento técnico e de informações sobre a propriedade intelectual oferecidos aos pesquisadores.

Além disso, pretende-se, através de tal disseminação, elevar o número de pedido de patentes gerados na USP.

O plantão decorrerá entre as 8 e 12 horas, na portaria do Prédio dos Departamentos do IFSC.

Assessoria de Comunicação

28 de maio de 2012

Professor do IFSC fala sobre disponibilização de conteúdo acadêmico na rede

Pesquisadores e cientistas do mundo todo têm promovido a “Primavera da Academia”, campanha que objetiva a disponibilização de conteúdo acadêmico (artigos, teses, dissertações etc.), por parte cientistas e pesquisadores, na internet, gratuitamente.

A campanha é uma resposta aos elevados preços das assinaturas cobrados pelas editoras de periódicos científicos.

Sobre esse assunto, o portal “Terra” fez uma matéria, e conversou com alguns pesquisadores, entre eles o docente do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Vanderlei Salvador Bagnato.

Para ler a matéria do portal, na íntegra, clique aqui.

Assessoria de Comunicação

25 de maio de 2012

Palestra traz visão divertida sobre a ciência

Na próxima terça-feira, 29 de maio, o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), através do Ciência às 19 horas, receberá o docente do Departamento de Química da Universidade Federal de Pernanbuco (UFPE), Antonio Carlos Pavão, para trazer uma visão descontraída sobre a ciência, na palestra “Ciência mais que divertida”.

No evento, que tem início às 19 horas, Pavão fará uma análise histórica das repercussões do desenvolvimento científico, além de explorar tópicos sobre a educação e difusão científica.

O Ciência às 19 horas será realizado, como de costume, no auditório do IFSC “Prof. Sérgio Mascarenhas”. A entrada é gratuita e toda comunidade está convidada a participar.

Para mais informações, acesse http://www.ciencia19h.ifsc.usp.br/.

Assessoria de Comunicação

25 de maio de 2012

Pedidos para isenção de taxa têm início em junho

FUVESTEstudantes interessados em prestar o vestibular da FUVEST, organizadora das provas do processo seletivo da Universidade de São Paulo (USP), tem entre o dia 11 de junho e 3 de agosto para pedir isenção ou redução da taxa de inscrição do processo (valor ainda não definido), o que deve ser feito através do site da FUVEST.

O benefício estará disponível aos candidatos que comprovarem insuficiência de recursos financeiros para o pagamento da taxa, conforme critérios decididos pela organizadora.

As inscrições para o vestibular da USP têm início em 24 de agosto e terminam em 10 de setembro. As provas da primeira fase estão marcadas para 25 de novembro, e as da segunda entre 6 e 8 de janeiro de 2013.

Assessoria de Comunicação

23 de maio de 2012

Museu itinerante faz sucesso entre alunos

MIEm comemoração ao “Dia da Matemática”, o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), na última sexta-feira, 18 de maio, recebeu professores e alunos de diversas escolas públicas da cidade, para participar do Museu Itinerante do CEPOF/INOF*, coordenado pelos docentes do IFSC, Vanderlei Salvador Bagnato e Cristina Kurachi, e pela responsável por difusão científica do CEPOF/INOF, Wilma Barrionuevo.

Para explicar ciência aos alunos de maneira interativa e agradável (principal objetivo do projeto), foram utilizados kits educacionais interativos, apresentados às escolas pelas monitoras, Wilma Barrionuevo e Hilde Buzza, focando a física e biologia.

O evento do dia 18 foi uma colaboração entre o IFSC e o Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC/USP), através da docente, Miriam Utsumi.

Sobre o Museu Itinerante

O Museu Itinerante do CEPOF/INOF é uma iniciativa do Grupo de Óptica (GO) do IFSC/USP.

Financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o principal objetivo é ensinar ciência aos alunos de escolas públicas, de maneira didática e interativa.

O Museu Itinerante é levado, regularmente, a diversas escolas públicas de São Carlos e região, e em todo mês de outubro ao Shopping Iguatemi de São Carlos.

Para maiores informações sobre o Museu Itinerante, basta escrever para wilma@ifsc.usp.br

*CEPOF- Centro de Pesquisas em Óptica e Fotônica

INOF- Instituto Nacional de Óptica e Fotônica

Assessoria de Comunicação

22 de maio de 2012

Site já pode ser acessado

PortalOcorreu, durante a tarde de ontem, 22, o lançamento oficial do Portal da Escrita Científica da USP São Carlos, site que irá congregar material diverso sobre escrita científica, vídeos de palestras e encontros sobre o assunto, além de diversas outras ferramentas de auxílio a pesquisadores, para escrita de material científico.

Na ocasião da inauguração do Portal, realizada no auditório “Pau Brasil” (ICMC/USP), e que contou com a presença de mais de 200 participantes, duas palestras foram ministradas: uma delas pelo docente do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Valtencir Zucolotto, e a outra pelo docente da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Gilson Volpato.

Para acessar o Portal da Escrita Científica da USP São Carlos, clique aqui.

Assessoria de Comunicação

22 de maio de 2012

Novo colaborador

CristovaoA partir do dia 14 de maio, o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) conta com novo colaborador: Cristovão de Souza Santos, admitido junto à Seção de Gráfica (ATAd/SCGRAF).

O IFSC dá as boas-vindas ao novo funcionário!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Assessoria de Comunicação

22 de maio de 2012

Novo colaborador

AraldoA partir do dia 14 de maio, o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) conta com novo colaborador: Araldo Luiz Isaias de Moraes, admitido junto ao Serviço de Oficina Mecânica (SVOFMEC).

O IFSC dá as boas-vindas ao novo funcionário!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Assessoria de Comunicação

 

22 de maio de 2012

Grupo de Cristalografia do IFSC

O chefe do Departamento de Física e Informática (FFI), José Fernando Fontanari, informa que, a partir da última sexta-feira, 18 de maio, o docente, Richard Charles Garratt, assume a coordenadoria do Grupo de Cristalografia (GC) do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), em substituição ao docente, Otávio Henrique Thiemann que, no presente momento, responde pela presidência da Comissão de Pós-Graduação do Instituto.

O GC agradece o empenho do professor Thiemann, que assumiu a coordenação do Grupo nos últimos anos.

Assessoria de Comunicação

22 de maio de 2012

Quando a saúde “casou-se” com a luz

Hoje, é comum encontrarmos, principalmente em clínicas de odontologia, tratamentos feitos com laser. Mas, imagine isso há vinte anos? Impensável? Não para os pesquisadores do Grupo de Biofotônica do Centro de Lasers e Aplicações (CLA) do Instituto de Pesquisas Energéticas Nucleares (IPEN), onde, sob a coordenação da pesquisadora, Denise Maria Zezell, já se estudava tais possibilidades. “Há vinte anos havia pouquíssima gente trabalhando com biofotônica(1). Aplicações de luz para resolução de problemas na área de saúde sempre foi nossa principal ocupação”, conta a pesquisadora.

ZezellZezell que, há poucos dias, proferiu um seminário no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), por iniciativa do Grupo de Óptica (GO), contou um pouco da trajetória de seu grupo no IPEN. “Fomos um dos primeiros a propor a remoção de cáries com laser e um dos primeiros a testar esse método”, relembra.

O uso de laser ou LED(2,) como uma ferramenta de diagnóstico, tratamento ou prevenção, começou a ganhar corpo no IPEN na década de 80, quando poucos profissionais de saúde sabiam do que se tratava e muitos menos utilizavam tal tecnologia para tratar seus pacientes.

Mas, muitos avanços trouxeram a popularização da técnica no país e algumas consequências para área. O aumento da demanda para o desenvolvimento de equipamentos foi uma delas e diversos pesquisadores do país, inclusive do IFSC, passaram a fazê-lo, ganhando destaque e fundando empresas de base tecnológica. “Na área de laser em oftalmologia, por exemplo, um grupo pioneiro foi o do IFSC, coordenado pelo professor, Jarbas Caiado de Castro Neto [presidente da empresa Opto]. Isso tudo é muito importante para o país, pois essas empresas também absorvem as pessoas que formamos. Não podemos formar profissionais apenas para academia. Eles devem estar, também, no mercado, seja para o desenvolvimento de equipamentos ou para trabalhar em clínicas e consultórios etc.”.

Mas, voltar um pouco no tempo é necessário para entender como essa história começou e porque o IPEN tornou-se um dos principais centros do país na biofotônica, e que hoje está, literalmente, na boca do povo.

Os primórdios do laser na saúde

Quando se graduou em física, pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Denise tinha a possibilidade de fazer qualquer disciplina oferecida pelo campus. Como aluna de iniciação científica, logo no primeiro ano de graduação ela cursou anatomia e biologia, o que lhe trouxe uma formação em física médica, numa época em que cursos de graduação desse tipo (hoje oferecido por algumas universidades do país) nem mesmo existiam. “Hoje, nos locais onde se oferece a graduação em física médica, o foco é sempre radiação ionizante(3) e a atuação é no controle de qualidade de equipamentos de medicina nuclear ou no cálculo de doses, durante os processos de radioterapia”, conta. “Atualmente, as técnicas estão mais modernas e, sobretudo, mais acessíveis. Há vários grupos no Brasil atuando em biofotônica, mas o pioneiro foi o Instituto de Física da Unicamp”, explica Zezell.

Com isso, as oportunidades para esse profissional têm crescido. “O físico formado em ‘biocoisas’ é bastante útil ao mercado, que ainda não percebeu esse potencial. Alguns médicos já se deram conta disso e fazem parcerias com esses profissionais ou os contratam como consultores e, quando se trata de uma empresa maior, a contratação é como físico, mesmo”, conta a pesquisadora.

E, com um número bem maior de profissionais e pesquisadores envolvidos, as pesquisas não só ganharam corpo como diversidade. Hoje, somente no grupo de Denise, há estudos básicos que trabalham com efeitos de laser de baixa intensidade e processos não térmicos (sem aquecimento ou resfriamento) em vários tecidos biológicos (como a pele), tomografia de coerência óptica(4) entre outras coisas.

Zezell-1A interação com a indústria também tem se tornado uma prática corrente e Denise dá um exemplo sobre essa nova tendência. “Através do Currículo Lattes, por exemplo, uma empresa de cosméticos descobriu a existência de uma técnica desenvolvida no IPEN e passou a utilizá-la na fabricação de seus produtos. Comprou equipamentos, contratou alguns físicos e utiliza-se de tomografia de coerência óptica como método de diagnóstico de qualidade e eficácia dos cosméticos que desenvolve”.

Ela afirma que, em vinte anos de pesquisa, pôde observar que o vínculo com empresas começa como uma colaboração e termina com a incorporação do método e da tecnologia dentro dela própria.

Já sobre as parcerias entre pesquisadores, como os do IFSC, por exemplo, não há nada oficial; no entanto, Denise elogia as pesquisas do Instituto, principalmente no que se refere à parte de instrumentação e conta que a troca de ideias e o intercâmbio entre pesquisadores do IPEN e do IFSC é comum. “Sempre nos encontramos em congressos, por exemplo, e assistimos às apresentações uns dos outros, pois as informações e conhecimentos sempre se complementam”.

Sobre a popularização das técnicas e instrumentos que se utilizam de biofotônica, Denise diz que, para os profissionais da área médica, dependendo do equipamento, a acessibilidade ainda não é tão grande. “Alguns equipamentos ainda saem um pouco mais caro, pois, na medicina, o uso maior é com laser de alta intensidade. Mas, ao mesmo tempo em que existe a limitação do custo para algumas aplicações, há também o desconhecimento dos resultados, por se tratar de uma tecnologia nova. Mas, na odontologia e fisioterapia o uso já está largamente difundido”.

Zezell-2Dentre as diversas técnicas e equipamentos produzidos pelo CLA, Zezell destaca o equipamento de prevenção de cáries a laser. “Esse equipamento já foi objeto de investigação por muitos anos e, atualmente, já é clínico, usado em associação com o flúor. Essa foi uma de nossas contribuições, desde estudos in vitro até o uso em pacientes, há mais de cinco anos”.

As pesquisas continuam caminhando e os próximos passos estão sendo dados visando diversas abordagens: desde redução antimicrobiana até trabalhos com doenças negligenciadas, como Leishmaniose e Doença de Chagas. “Outra coisa que já estamos em vias de finalização é o tratamento de queimaduras de pele com laser de femtossegundo(5)”, adianta a pesquisadora.

E sempre com novidades na área de saúde, com a colaboração essencial das ciências exatas, o que se espera é que tanto as pesquisas do IPEN, do IFSC e de tantos outros grupos de estudo do país continuem sempre na mesma trajetória: com responsabilidade, empenho e, sobretudo, qualidade, permitindo, como vem sendo feito até agora, que todos tenham acesso às fantásticas descobertas.

(1) Antigamente chamada de “laser na medicina” e posteriormente “laser das ciências da vida”, é a área que emprega a luz como ferramenta essencial em procedimentos relacionados às ciências da vida;

(2) Em português, diodo emissor de luz, que emite luz em locais e instrumentos, onde se torna mais conveniente sua utilização no lugar de uma lâmpada;

(3) Radiação que possui energia suficiente para produzir íons em átomos e moléculas;

(4) Tomografia sem radiação envolvida, com a qual se faz análise superficial. A técnica foi usada, por exemplo, pela empresa de cosméticos Natura, para analisar diminuição de rugas durante o uso de cosméticos produzido pela empresa;

(5) Emissão de pulsos ultrarrápidos de luz. Um femto equivale a 10 -15 segundos;

 

 

Assessoria de Comunicação

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