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25 de março de 2013

Último suspiro da Doença do Sono?

O Trypanosoma brucei é um protozoário flagelado causador da Doença do Sono em humanos e Nagana em animais, como o gado. Em seres humanos a enfermidade atinge, principalmente, a população da África subsaariana. Nessa região, mais de 60 milhões de pessoas vivem em áreas de risco e estima-se que 70 mil já estejam infectadas pela doença* que, em muitos casos, pode ser fatal, causando a morte dos contaminados.

Jaque-Doena_do_SonoEstudiosos com o foco voltado para cura dessa doença há alguns anos identificaram no Trypanosoma brucei uma novidade: três proteínas que possuem em sua cadeia polipeptídica o 21º aminoácido**, denominado de selenocisteína (Sec ou U).

Com pouca bibliografia sobre o assunto em mãos, os pesquisadores sabiam que estavam diante de uma novidade que, já no presente, abria novas possibilidades de estudo e, inclusive, uma porta para produção de um fármaco capaz de combater efetivamente a Doença do Sono.

Interessada nesse novo estudo, a doutoranda do Grupo de Cristalografia (GC) do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Jaqueline Pesciutti Evangelista, sob orientação do docente, Otavio Henrique Thiemann, tem dedicado sua pesquisa a essa recente descoberta.

No entanto, o processo para transformar qualquer uma das selenoproteínas (nome dado às proteínas com algum resíduo de Sec) em um fármaco é longo, e um dos mais importantes passos é conseguir identificar qual o papel da proteína no organismo do protozoário. “Por possuírem esse aminoácido a mais, as selenoproteínas possuem vantagens, únicas em relação às homologas que possuem cistenínas***, como a atuação em reações de oxidorredução, uma das principais funções das selenoproteínas “, explica Jaqueline.

No entanto, a doutoranda já percorreu algumas etapas importantes: clonou as selenoproteínas e inseriu seus genes na bactéria Escherichia coli para produção da proteína recombinante. Foi nas etapas seguintes, de expressão e purificação, que apareceu uma pequena surpresa. “Na expressão e purificação das três selenoproteínas encontradas, a única que apresentou um resultado que permitiria a continuidade do trabalho foi a do tipo Sel-T”, conta a doutoranda.

Dizer que mais se expressou significa que foi produzida em maior quantidade pela bactéria, tornando sua análise mais favorável. E nessa análise descobriu-se que a Sel-T não poderia ser analisada da mesma maneira que outras selenoproteínas por ser, especificamente, uma proteína de membrana, não sendo essas proteínas estudadas geralmente pela maioria dos grupos, devido a dificuldades técnicas intrínsecas que representam. “Vimos, então, que ela precisava de uma análise diferenciada”, relembra.

Primeiramente, Jaqueline isolou a Sel-T (proteína), encontrando um detergente específico para isso. “Testei todos os detergentes que tínhamos aqui no IFSC, e um deles respondeu bem”, conta.

Mas, para continuidade bem sucedida do estudo, ela necessitava de instrumentos específicos, não encontrados nos laboratórios do IFSC, o que a levou a realizar um estágio de 22 dias no Membrane Protein Laboratory (MPL) em Harwell (Inglaterra). “Já tinha chegado até a etapa de purificação, mas não conseguia caracterizar a proteína, ou seja, analisar seu formato, tamanho, pois nada disso se encontra descrito na literatura, e não era possível obter tais informações com os instrumentos que tínhamos em mãos”, relembra. “Foi quando eu soube por uma amiga que a pesquisadora Isabel de Moraes, do MPL, vinha para Campinas ministrar um curso de técnicas em proteínas de membranas. Entrei em contato com ela e combinamos o meu estágio****”.

No MPL, Jaqueline utilizou-se de outra linhagem da bactéria Escherichia coli, denominada C43, que possui modificações genéticas tornando-a, portanto, mais apta a expressar proteínas de membrana. Dessa forma, ela obteve um bom rendimento na produção da proteína Sel-T. Jaqueline também testou diversos detergentes utilizados para proteínas de membrana e fez a análise de seu estado, utilizando-se de equipamentos que o Brasil não possui.

Jaque-3Além de ter conseguido descobrir o melhor detergente para isolamento e purificação de proteínas de membrana, Jaqueline pôde observar a estabilidade da Sel-T, o que permite que ela siga à etapa de caracterização. “Agora tentaremos produzir e cristalizar a proteína para resolução de sua estrutura tridimensional. Assim, poderemos visualizar seu sítio ativo, como ela se aloja na membrana e deduzir a sua função no Trypanosoma“.

Sobre seu contato com um laboratório de pesquisa no exterior, ela destaca que alguns procedimentos futuros talvez tenham que ser feitos em Harwell, mas que uma colaboração já foi firmada entre o IFSC e o MPL para dar continuidade (e complementaridade) à pesquisa. Já sobre o retorno individual, ela conta que a oportunidade de poder visitar o exterior pela primeira vez e ter um contato direto com o inglês foi muito importante. E finaliza dizendo que o melhor resultado dessa experiência foi a parceria surgida entre os pesquisadores. “A parceria está feita e a porta está aberta. Isso, sem dúvidas, é a maior celebração que eu trouxe de lá”, finaliza.

*Informação retirada do site “Médico sem fronteiras”

** Essa nova cadeia é o resultado da expansão do código genético de 20 para 22 aminoácidos

*** Um dos aminoácidos codificados pelos genes e parte integrante das proteínas dos seres vivos

**** O estágio de Jaqueline foi financiado pelo financiado pelo Grupo de Cristalografia (CG), pela Pró-reitoria de Pós-graduação (PRPG/USP) e pela Comissão de Relações Internacionais do IFSC (CRInt)

A primeira imagem da matéria foi retirada do endereço http://aniervson.blogspot.com.br/2012/11/destino-africa.html

Assessoria de Comunicação

22 de março de 2013

Novas regras para empresas juniores da USP

Foi publicada no Diário Oficial de 17 de janeiro, através da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão da Universidade de São Paulo (USP), regulamentação das empresas juniores da Universidade da universidade, definindo novas regras para o funcionamento dessas instituições.

IFSC_JrEntre as principais alterações estão a necessidade da prestação de contas e elaboração de um relatório anual de atividades, além de um supervisor acadêmico credenciado na Comissão Especial de Regimes de Trabalho (CERT). Outro ponto é que as juniores deverão arcar com seus custos humanos e de infraestrutura “de maneira análoga a qualquer outra empresa privada”. As novas regras definem prazo máximo de cinco anos para autorização de uso de espaços da Universidade pelas juniores, não especificando se tal autorização é renovável.

Finalmente, o texto traz um aspecto novo, que atende a uma antiga reivindicação: alunos que participam das empresas poderão obter créditos em disciplinas de atividade de cultura e extensão universitária.

As empresas tem até 180 dias para se adaptar às mudanças.

Para ter acesso ao texto publicado no Diário Oficial na íntegra, clique aqui.

Para acessar o site do IFSC Jr., clique aqui.

Assessoria de Comunicação

21 de março de 2013

Aluna do IFSC recebe oportunidade de apresentar trabalho nos EUA

A tubulina é uma das várias proteínas globulares que fazem parte do nosso organismo. Como algumas de suas “parentes”, ela não chamaria tanto a atenção de pesquisadores, não fosse um detalhe: é um alvo molecular muito importante para o tratamento do câncer. Por estar diretamente envolvida na mitose celular (uma das fases de divisão e formação das células), a tubulina entra no processo de mitose, inclusive, na divisão de células cancerígenas.

Juliana-AdrianoUm projeto coordenado pelo docente do Grupo de Cristalografia do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Adriano Andricopulo, foca o estudo da proteína e seu poder de inibição sob tais células e tem como objetivo final encontrar uma molécula capaz de inibir o câncer, não sendo, ao mesmo tempo, tóxica ao organismo.

Tal pesquisa chamou atenção da graduanda do curso de Ciências Físicas e Biomoleculares, Juliana Quintanilha Martins, que, por sempre ter interesses relacionados ao assunto, envolveu-se no projeto de Adriano como aluna de iniciação científica, há mais de um ano. Durante sua iniciação, Juliana acompanhou os ensaios realizados por Adriano e outros colaboradores do estudo (entre eles o doutorando do GC, Ricardo Nascimento dos Santos), e algum tempo depois apresentou o projeto referente a esse acompanhamento na 20ª edição do Simpósio Internacional de Iniciação Científica da Universidade de São Paulo (SIICUSP). “Uma média de 3.600 trabalhos foram apresentados e apenas 150 foram escolhidos para receber uma menção honrosa, incluindo o meu”, comemora a aluna.

Mais tarde, uma nova comemoração: quando chegou a São Paulo para receber a menção honrosa por seu trabalho do SIICUSP, Juliana foi contemplada com uma viagem de uma semana para os Estados Unidos. “No final da cerimônia de premiação, anunciaram o prêmio para 15 trabalhos, e nós, os contemplados, não sabíamos de nada”, relembra.

Durante sua estada nos EUA, que começa no final do mês, Juliana participará de um simpósio, realizado pela Ohio State University (Ohio-EUA), no qual apresentará seu trabalho. E as expectativas da estudante são boas. “Lá selecionarão professores das áreas específicas para conversar conosco sobre nossa pesquisa, inclusive para aprimorá-la”, conta.

Juliana, que já participou do programa do IFSC, MIGra, relembra sua experiência num laboratório em Houston (EUA). “Foi muito bom quando realizei esse primeiro estágio no exterior, um enriquecimento pessoal e profissional muito grande. Portanto, essa nova oportunidade em Ohio será boa para fazer contatos com outros professores e, quem sabe, poder estudar no exterior novamente”, conclui.

Assessoria de Comunicação

21 de março de 2013

Simulating complex quantum systems with superconducting circuits

JOURNALEm mais uma edição do habitual Journal Club, que se realizou na manhã do dia 21 de março, na Sala F-210 do IFSC, o docente do nosso Instituto, Frederico Brito, dissertou sobre uma visão geral dos dispositivos supercondutores que têm sido usados como implementações físicas de qubits.

Ao discutir algumas experiências que demonstraram o comportamento quântico dos sistemas, o Prof. Brito proporcionou uma visão geral da situação atual, bem como as perspectivas da área para o futuro próximo.

 

Assessoria de Comunicação

21 de março de 2013

Olimpíada USP do Conhecimento

Estão abertas as inscrições para Olimpíada USP do Conhecimento, competição entre equipes de alunos de graduação, pós-graduação e docentes da USP, com o objetivo de estimular o aprendizado prático, exigindo cooperação entre os membros das equipes, visando à solução de um problema técnico-científico.

Os interessados, que têm até o próximo dia 12 de abril para se inscrever, devem enviar propostas de projetos relacionadas à seguintes áreas do conhecimento:

– humanidades, ciências sociais e artes;

– engenharia, ciências exatas e da terra;

– ciências agrárias e biológicas;

– ciências da saúde.

A competição será dividida em duas fases, sendo que a primeira consistirá na idealização das propostas pelos membros das equipes e a segunda na execução das propostas/projetos, que serão feitos entre 7 de maio e 30 de agosto.

As equipes participantes devem ser formadas por, pelo menos, oito membros ou, no máximo, 20.

Para mais detalhes e informações a respeito da competição, clique aqui para o acesso à chamada pública completa.

Assessoria de Comunicação

20 de março de 2013

A óptica na produção de biocombustíveis

Nos últimos anos, a partir de quando o termo “sustentabilidade” atingiu o ápice de sua popularidade, pensar na palavra biomassa é associá-la à ideia de produção de energia limpa. Literalmente, biomassa significa a quantidade total de matéria orgânica existente na população animal ou vegetal. Mas, pensar em seu sentido mais específico requer um pouco de reflexão.

Chico-biomassa-4Para visualizar a biomassa como aliada à produção de biocombustíveis, por exemplo, é preciso pensar isoladamente em sua componente celulose- embora ela seja ainda formada, em iguais proporções, por M-celulose e lignina, estas não têm papel relevante na produção de biocombustível.

A lignina, por outro lado, mesmo que não possa ser transformada em etanol, assume um papel fundamental para que esse objetivo seja atingido. Ela funciona como a liga que mantém as fibras de celulose unidas e sustentadas. Retirá-la da fibra de celulose, portanto, significa desestabilizar a celulose e permitir que esta, por sua vez, fique nos estado ideal para produção de combustível.

No Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), o docente Igor Polikarpov (Grupo de Cristalografia) coordena uma pesquisa (inclusa no Programa EMU da FAPESP*) que visa à transformação da biomassa do bagaço da cana-de-açúcar em etanol. Em parceria com Igor, o docente Francisco Eduardo Gontijo Guimarães (Grupo de Semicondutores), com a colaboração mestrando do IFSC, Vitor Carlos Colleta, e da pesquisadora da Unicamp, Camila Alves Rezende, coordena outro projeto relacionado que criou uma nova metodologia óptica para separar as três componentes da biomassa da cana de açúcar para, no final, ter acesso à celulose pura e produzir biocombustíveis com 30% mais de eficiência.

Chico-biomassa-3Francisco, portanto, através da aplicação de microscopia confocal pela técnica de fluorescência óptica, tem realizado experimentos para medir pequenas frações de lignina de fibras de bagaço de cana de açúcar após estas sofrerem tratamentos químicos específicos. “A maioria dos métodos já existentes só conseguiu medir concentrações de lignina de até 9%. Já chegamos a 1%, e isso porque, através das técnicas específicas que utilizamos, conseguimos enxergar coisas que as outras técnicas não conseguem”, afirma o docente.

As consequências de tal descoberta e nova metodologia desenvolvida por Francisco pode influenciar diretamente na produção de biocombustíveis de melhor qualidade. O docente conta que, por meio dos experimentos realizados, detectou uma relação direta entre concentração de lignina e propriedades ópticas, ou seja, mediu a concentração de lignina nas fibras analisando suas curvas de fluorescência. “Pelo decaimento da fluorescência da lignina, conseguimos identificar a concentração de lignina presente na fibra e mapear sua presença ao longo da parede da fibra de cana de açúcar”, conta.

Outra novidade nessa pesquisa é a medição individual de fibras de celulose. As técnicas já utilizadas com esse propósito até o momento só eram capazes de medir um conjunto de fibras, não possibilitando uma visão mais detalhada. “Quando se analisam diversas fibras de celulose juntas não se observam muitos detalhes, o que conseguimos com microscopia confocal”.

Além desses resultados, outras descobertas foram feitas durante o experimento. Com uma visualização muito mais detalhada, Francisco viu que, na natureza, o arranjo de ligninas em fibras de celulose é extremamente organizado em qualquer ser vivo que a contenha e que, quando rompido esse ordenamento através dos pré-tratamentos químicos, a lignina aglomera-se na parede externa das fibras.

Chico-biomassa-5Tantas novidades e inovações da pesquisa em questão chamaram a atenção dos editores da revista inglesa Biotechnology for biofuels que, em fevereiro passado, aceitaram o artigo científico de Francisco sobre a pesquisa em questão para publicação. “Essa é uma revista de alto impacto e todos os árbitros da revista que avaliaram o artigo gostaram do que leram”.

Sobre perspectivas futuras, Francisco afirma que um dos objetivos é desenvolver novas metodologias capazes de acessar a retirada de frações ainda menores da lignina das fibras, indo do 1% (já alcançado) ao 0%. Tendo tido essa técnica óptica aperfeiçoada, as novas descobertas que virão como consequências ainda são desconhecidas, mas sabe-se que virão e, ao que tudo indica, abrirão um mundo de possibilidades, inclusive ecologicamente corretas.

*O Programa Equipamento Multiusuários (EMU) tem por objetivo apoiar a aquisição de Equipamentos para Pesquisa que não podem, ordinariamente, ser adquiridos em Auxílios à Pesquisa Regulares ou Projetos Temáticos (fonte: site FAPESP)

Assessoria de Comunicação

19 de março de 2013

“Cândido Portinari: do cafezal à ONU”

Na próxima terça-feira, 19, o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) receberá o fundador e diretor-geral do Projeto Portinari, João Cândido Portinari (filho do famoso artista plástico brasileiro, Cândido Portinari).

Ciencia19h-relogioCom início previsto para 19 horas, a palestra, que será realizada no auditório do IFSC “Prof. Sérgio Mascarenhas”, discorrerá, entre outras coisas, sobre os 33 anos do Projeto Portinari, empenhado no levantamento, catalogação, pesquisa e disponibilização da obra e vida do pintor, Cândido Portinari.

João falará, também, sobre sua interface com áreas de ciência e tecnologia e a atuação junto às crianças e jovens de todo país, além da recente conquista, junto à ONU, da guarda dos originais de “Guerra e Paz” (uma das obras mais famosas do pintor Cândido Portinari) entre 2010 e 2014, com o objetivo de restauro e exposição no Brasil e exterior.

A palestra é gratuita e todos estão convidados a participar.

O IFSC/USP fica localizado na Avenida Trabalhador são-carlense, 400, Parque Arnold Schimidt.

Para mais informações, acesse http://www.ciencia19h.ifsc.usp.br/

Assessoria de Comunicação

18 de março de 2013

IEA realiza workshop

No dia 4 de abril, às 14h30, o Instituto de Estudos Avançados (IEA/USP) de Ribeirão Preto realizará o workshop “Conceitos da impressão 3D e suas aplicações na área médica”.

O evento, que será sediado no Salão de Eventos do Centro de Informática da USP/Ribeirão Preto, será apresentado pelo chefe da divisão de tecnologias tridimensionais do Centro de Tecnologia de Informação Renato Archer (CTI), Jorge Vicente Lopes da Silva, além da participação dos outros pesquisadores do CTI, Pedro Yoshito Noritomi, Rodrigo Alvarenga Rezende, Paulo Inforçatti Neto e Paulo Henrique Junqueira Amorim.

No workshop serão abordadas seis grandes áreas para discussão: conceitos básicos para impressão 3D, impressoras 3D de baixo custo e plataformas de hardwares e softwares abertos, modelagens e soluções específicas ao paciente, aplicações da impressão 3D com ênfase na área médica, biofabricação e seus conceitos e, finalmente, tecnologias 3D virtuais integradas em ambientes de impressão 3D.

A inscrição é gratuita e pode ser feita clicando-se aqui, pelo e-mail iearp@usp.br ou pelo telefone (16)3602-0368.

Haverá transmissão do evento no site do IEA-RP.

Assessoria de Comunicação

18 de março de 2013

A terceira tecnologia computacional

Cada dia mais notória, especialmente no mundo acadêmico, a Computação Quântica tem se tornado “figurinha conhecida” para muitos pesquisadores. Vista como uma possível tecnologia com potencial para dominar o funcionamento da telecomunicação mundial, ela funciona de maneira diferente da computação clássica e promete deixar muito mais rápido o processamento de informações, inclusive nos computadores pessoais que usamos cotidianamente.

No entanto, uma “variável” da computação quântica começa a entrar em cena: a computação quântica adiabática. Mais desconhecida (pelo menos por enquanto), ela começa a chamar atenção de alguns pesquisadores. Porém, para entender a principal diferença entre os tipos de computação com que trabalhamos, e com as quais eventualmente poderemos trabalhar no futuro, são necessários alguns esclarecimentos prévios.

Mundo clássico, mundo quânticoFrederico-adiabtica

As propostas iniciais da computação quântica foram baseadas na analogia com o que já existe, ou seja, a linguagem da computação clássica, que tem como “idioma” a linguagem binária, baseada em zeros e uns, conhecida como “modelo de circuito”. Para realizar tarefas computacionais no mundo clássico, portanto, as informações são descritas por um novo “alfabeto”. Por exemplo: a combinação 000000 corresponde ao número zero, a combinação 1000001, corresponde à letra A, e assim por diante. As informações, portanto, são armazenadas dessa forma e, posteriormente, manipuladas para executar as mais diversas tarefas, como, por exemplo, cálculos em planilhas, produção de textos etc. Tudo isso já é feito com perfeição pelos computadores clássicos através dos algoritmos, definidos como um conjunto de tarefas realizadas para se obter o resultado daquilo que foi solicitado ao computador, geralmente pelo próprio usuário.

O computador clássico é, também, universal, pois é capaz de realizar muitas tarefas diferentes (cálculos, edição de textos e imagens, execução de games e vídeos etc.). “Os PCs não são especializados em tarefas específicas, mas universais. No entanto, algumas realizadas nesse tipo computador demorarão muito mais tempo do que se fossem feitas em outro computador diferente, com a ‘lógica quântica'”, exemplifica o docente do Grupo de Física Teórica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Frederico Borges de Brito.

No entanto, na década de 80, uma questão veio à tona: seria possível utilizar–se integralmente da lógica quântica para realizar tarefas que a clássica tem dificuldades em cumprir?

Tal reflexão foi feita quando físicos tentavam simular a matéria, ou seja, num momento propício para tirar a dúvida acima. Foi quando eles perceberam que simular matéria quântica utilizando-se de um computador clássico era inviável. “Os físicos perceberam, então, que era preciso simular a mecânica quântica nos computadores. Nesse momento, eles seguiram a mesma analogia do caso clássico, criando o ‘alfabeto’ da comunicação quântica e um novo sistema de processar, manipular e armazenar informações”, conta Frederico.

Spin, polarização, supercondutores etc. são elementos que, hoje, fazem parte do “regime quântico”. Uma nova codificação para computação quântica, e uma nova linguagem (os Qubits), nascia, seguindo as ideias análogas à computação clássica e nascia uma nova tecnologia.

Mundo quântico, mundo quântico adiabático

Depois de criar uma nova linguagem para computação quântica e estabelecê-la melhor- isso em meados da década de 90-, os estudiosos notaram que ela, por sua vez, era muito mais rápida e segura do que o tradicional modelo clássico para algumas tarefas importantes, como, por exemplo, problemas relacionados à busca de informação em um banco de dados que não esteja estruturado.

Outro exemplo prático que pode facilitar a compreensão diz respeito às senhas de e-mails e cartões de crédito. “A criptografia é responsável por proteger nossos dados on-line, tanto na transmissão como armazenamento. O principal protocolo utilizado para criptografar a informação, hoje, se utiliza de uma codificação baseada em números primos. Até agora, ninguém mostrou algum algoritmo clássico capaz de quebrar essa criptografia de maneira eficiente”, explica o docente.

Em 1994, o matemático do M.I.T*., Peter Shor, demonstrou que, se um dia conseguíssemos construir um computador quântico, ele seria capaz de implementar um algoritmo que poderia quebrar, facilmente, a criptografia atual de maneira eficiente. Na prática, isso significa que, caso a criptografia se mantenha da forma como está, um computador quântico poderá, muito facilmente, desvendar os algoritmos já existentes, baseados neste código. No entanto, se a tecnologia quântica for dominante, por consequência, a criptografia quântica é que tomará conta, tornando os códigos muito mais seguros.

O_caixeiro_viajanteNo início do século XX, pesquisadores perceberam, então, que outra forma de se trabalhar a computação seria possível. É quando entra em cena a computação quântica adiabática. Enquanto o modelo de circuito se utiliza de portas lógicas para realizar suas tarefas, a adiabática força uma evolução contínua do sistema. Numa definição mais simples, a computação quântica adiabática faz com que o sistema trabalhe no menor nível de energia possível. “Trata-se de um paradigma diferente para a realização da computação. Deixamos de proceder a computação através de uma sucessão de várias operações para uma situação na qual obtemos a resposta do nosso problema ao manipular o sistema físico sem permitir que ocorram transições entre seus estados quânticos”, explica Frederico.

A computação adiabática é capaz de transformar uma problemática abstrata (como a do exemplo do caixeiro viajante) e mapeá-la, de modo a transformá-la num problema físico, no qual a resposta será dada pelo sistema, através de seu estado fundamental. Daí surge um problema: como mapear problemas abstratos em sistemas físicos?

A computação adiabática também tenta resolver isso, transformando no “alfabeto quântico” problemas abstratos (como o do caixeiro) e resolvendo-os com a competência, exatidão e rapidez que, por enquanto, apenas um computador é capaz.

Prós e contras da novidade

De acordo com Frederico, a maior parte da comunidade científica continua trabalhando com computação quântica, utilizando somente o modelo de circuito. A base de dados e descobertas são muito maiores, e já há elementos que indicam que será possível implementar computação quântica através do modelo já existente. No entanto, uma parcela crescente considera a computação adiabática tão interessante (e promissora) quanto a quântica usual.

A chave para o sucesso da computação adiabática é conseguir-se manter o sistema no seu estado fundamental durante a implementação do algoritmo e, para que isso seja possível, os desafios são grandes. Primeiramente, é preciso evitar transições entre os níveis de energia quânticos. “Todo sistema físico, na natureza, interage com seu ambiente. Portanto, não há controle sobre essa interação e ela pode gerar erros e induzir a transições no sistema”, exemplifica Frederico. “Mas, assumindo-se que o sistema seja isolado, o que vai determinar a rapidez com que virá a resposta será a distância entre os níveis de energia do sistema, chamada de ‘gap’: quanto maior o gap, menor a chance de se cometer um erro na computação”.

Outro problema é que, quanto maior o tamanho do sistema, menor o gap, o que é muito ruim, pois quanto maior a quantidade de dados inserida no sistema, menor será seu gap e, portanto, o tempo de resposta e eficiência. “Com isso, o tempo de resposta demora muito! Essa é a principal crítica à implantação da computação adiabática”.

Ainda vale a pena?

Diante das duas desvantagens já citadas (dificuldade de mapeamento do problema físico e gap inversamente proporcional à quantidade de dados), por que a computação adiabática continua sendo atraente?

A grande vantagem da computação adiabática é que ela não exige a preservação da identidade quântica do sistema entre estados macroscopicamente distinguíveis. Traduzindo, o mundo macroscópico tende a interagir muito mais com o ambiente e a única “obrigação” da computação adiabática, nesse momento, é manter seu sistema no estado fundamental, para trazer as respostas dos problemas mapeados com eficiência e rapidez. “Mesmo assim, a computação quântica usual tem melhores condições de ser implementada”, ressalva o docente.

Frederico-adiabtica-1A computação adiabática ainda está na “infância”, tornando-se, portanto, um desafio aos estudiosos. Não há provas de que ela possa ser utilizada em todo e qualquer sistema físico. Há evidências, inclusive, de que, conforme aumentar-se a quantidade de dados, o gap tenderá a cair rapidamente. Mas, pode ser que em outros sistemas o gap não diminua tão rapidamente, tornando a computação adiabática mais eficaz em casos específicos.

Dentro das possibilidades abertas, a computação adiabática, além de um desafio aos pesquisadores, pode abrir novas portas, como aconteceu, por exemplo, com os dispositivos supercondutores mais bem explorados durante os estudos da computação quântica. “Rapidamente, verificou-se que esses dispositivos podem constituir um rico laboratório de testes de hipóteses quânticas”, relembra Frederico.

E como em toda pesquisa básica, somente o tempo e esforço de cada pesquisador é que terão a capacidade de abrir novas portas. Enquanto isso, conta-se com disposição, esforço e surpresas que podem ser evidenciadas no meio do caminho. E, talvez nesse meio, uma quarta tecnologia possa aparecer. É esperar para ver.

*Massachusetts Institute of Technology

Assessoria de Comunicação

15 de março de 2013

Novos colaboradores

A partir de 9 de março, o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) conta com novo colaborador: Gregório Couto Faria, admitido no Grupo de Polímeros “Prof. Bernhard Gross”.

A partir de 13 de março, a Assistência Técnica Financeira (ATFn) também conta com novo colaborador: Jean Paulo Formeton, admitido na Seção de Patrimônio.

O IFSC dá boas vindas aos novos servidores!

Assessoria de Comunicação

 

15 de março de 2013

Novo programa oferece mestrado profissionalizante em física

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (CAPES) aprovou, recentemente, a criação do Mestrado Nacional Profissional em Ensino de Física (MNPEF).

CAPES-logo_1O público-alvo do programa são professores do ensino médio e fundamental e 21 polos foram escolhidos para abrigar o novo curso, incluindo-se uma sede na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). A previsão de início do MNPEF já é para o 2º semestre de 2013.

Atualmente, somente quatro instituições brasileiras oferecem o mestrado profissionalizante em física (UFES, UFRJ, UFRN e UFRGS). Os cursos formam, em média, 40 alunos por ano e, através do novo programa, pretende-se ampliar esse número para 320.

O novo projeto foi elaborado pela Sociedade Brasileira de Física (SBF), tendo a proposta conciliado diferentes grades de mestrado já existentes e buscado um currículo equilibrado na oferta de disciplinas “de forma mais adaptada às suas realidades”.

Também serão concedidas bolsas aos participantes como forma de incentivo para que professores do ensino fundamental e médio retomem seus estudos.

Para acessar a lista completa de instituições que passarão a oferecer o MNPEF, clique aqui.

Para mais informações sobre o novo programa, basta entrar em contato com a docente da UFRGS, Rita Maria Almeida da Cunha, através do e-mail rita@if.ufrgs.br

Com informações da SBF

Assessoria de Comunicação

14 de março de 2013

International Advanced Research Schools (IARS)

As Escolas IARS ocorrem num ambiente altamente interativo. Além de palestras em sala, a maior parte dos programas é desenhada de maneira a expor os participantes à verdadeira “mão na massa” em sessões intimamente relacionadas a problemas atuais de pesquisa dos tópicos estudados. Na maior parte dos casos, os jovens são permitidos e encorajados com fortes aplicações para apresentar seus resultados de pesquisa em rápidos seminários. Esses participantes também serão considerados para o apoio financeiro, tendo cobertas suas despesas locais durante a estada. Em todas as atividades das IARS, os gastos locais dos participantes internacionais são cobertas por projetos estaduais.

Conheça abaixo as Escolas e eventos que estão com inscrições abertas.

Evento

Data limite para inscrição Data do evento

2nd International Henry Moseley School and Workshop on X-ray Science (Jointly supported by SESAME and JSPS)

10 de maio 13 e 22 de junho

2nd International Summer School and Workshop on Brain Dynamics: Connectivity & Cognition

31 de maio 1º a 6 de julho

Topological Materials: New Physics and Gateway to New Critical Technologies

14 de junho 15 a 24 de julho

BulletExact and Numerical Models of Low-Dimensional Quantum Structures

5 de julho 4 a 12 de agosto

International Summer School and Workshop on Physics and Chemistry of Solar Energy

26 de julho 24 a 30 de agosto

Workshop on Protein-Protein and Protein-Ligand Interactions

1º de agosto 1º a 7 de setembro

Princeton-Cambridge-ITAP Summer School and Workshop on Quantum Many-Body Phenomena at Light-Matter Interfaces

9 de agosto 10 a 20 de setembro

Para mais informações, acesse http://itap-tthv.org

Assessoria de Comunicação

13 de março de 2013

International Advanced Research Schools in Physics (IARS)

As Escolas IARS ocorrem num ambiente altamente interativo. Além de palestras em sala, a maior parte dos programas e desenhada de maneira a expor os participantes à verdadeira “mão na massa” em sessões de intimamente relacionadas a problemas atuais de pesquisa dos tópicos estudados. Na maior parte dos casos, os jovens são permitidos e encorajados com fortes aplicações para presentear seus resultados de pesquisa em rápidos seminários. Esses participantes também serão considerados para o apoio financeiro, tendo cobertas suas despesas locais durante a estada. Em todas as atividades das IARS, os gastos locais dos participantes internacionais são cobertas por projetos estaduais.

Conheça abaixo as Escolas e eventos que estão com inscrições abertas.

Evento

Data limite para inscrição Data do evento

2nd International Henry Moseley School and Workshop on X-ray Science (Jointly supported by SESAME and JSPS)

10 de maio 13 e 22 de junho

2nd International Summer School and Workshop on Brain Dynamics: Connectivity & Cognition

31 de maio 1º a 6 de julho

Topological Materials: New Physics and Gateway to New Critical Technologies

14 de junho 15 a 24 de julho

BulletExact and Numerical Models of Low-Dimensional Quantum Structures

5 de julho 4 a 12 de agosto

International Summer School and Workshop on Physics and Chemistry of Solar Energy

26 de julho 24 a 30 de agosto

Workshop on Protein-Protein and Protein-Ligand Interactions

1º de agosto 1º a 7 de setembro

Princeton-Cambridge-ITAP Summer School and Workshop on Quantum Many-Body Phenomena at Light-Matter Interfaces

9 de agosto 10 a 20 de setembro

Para mais informações, acesse http://itap-tthv.org

Assessoria de Comunicação

13 de março de 2013

Campanha de doação de sangue

Hoje, 12 de março, ocorre a Campanha de Doação de Sangue, no edifício Q5 do Instituto de Química de São Carlos (IQSC/campus I).

A campanha, que ocorre das 8h30 às 12 horas, e das 13 às 17 horas, é aberta a todos aqueles dispostos a doar sangue, desde que se encaixem nos seguintes pré-requisitos:

– ter entre 18 e 65 anos;

– peso mínimo de 50 Kg;

– estar em boas condições de saúde e não estar resfriado;

– não estar em jejum. Se tiver ingerido refeições pesadas, aguardar duas horas;

– não estar ingerindo medicamentos (espera de 15 dias após a ingestão de antibióticos e anti-inflamatórios e 1 mês para vacinas);

– se mulher, não estar grávida ou em período de amamentação;

– não ser portador de doença de Chagas, Sífilis, Hepatite ou HIV;

– não ter tido convulsões após os dois anos de idade;

– não ter frequentado, nos últimos seis meses, região com incidência de malária.

Para a doação, é indispensável apresentação de RG.

Com informações da assessoria de comunicação do IQSC

Assessoria de Comunicação

13 de março de 2013

Escola Avançada de Biofotônica

A Escola Avançada de Biofotônica, em 2013, será sediada no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP). Programada para ocorrer entre os dias 11 e 19 de abril, ela contará com uma programação diversificada e com a presença de importantes nomes do mundo científico, que ministrarão palestras e participarão de debates no decorrer do evento.

Entre os nomes cotados para comparecer ao evento estão: Brian Wilson (Ontario Cancer Institute, Canadá), Timothy Zhu (University of Pennsylvania, EUA), Richard Schwarz (Rice University, EUA), Colin Hopper (UCL Eastman Dental Institute London, Inglaterra), Giulio Jori (University of Padova, Itália), Ron Allison (East Carolina University, EUA), John Girkin (Durham University, UK), Harry Moseley (University of Dundee, UK), Bruce J. Tromberg (University of California, USA/ SPIE) e Katarina Svanberg (Lund University, Sweeden/ SPIE).

Na programação da Escola, além das palestras, ocorrerão sessões de pôsteres e, no último dia do evento, a International Society of Optics and Photonics (SPIE), uma das apoiadoras institucionais da Escola (junto à FAPESP), premiará o melhor pôster com a inscrição gratuita em algum evento da SPIE e U$2 mil dólares adicionais para cobertura de gastos (alimentação, transporte e acomodação).

As inscrições para o evento já foram encerradas, mas os interessados (inscritos ou não) podem ter acesso à programação completa através do endereço http://cepof.ifsc.usp.br/biophotonics_school/.

Assessoria de Comunicação

12 de março de 2013

I Encontro Nacional de Física na Indústria

Entre os dias 4 e 5 de abril, a Sociedade Brasileira de Física (SBF), com a coordenação do docente do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Tito José Bonagamba, realizará o I Encontro Nacional de Física na Indústria, que será sediado no auditório do IFSC “Prof. Sérgio Mascarenhas”.

SBF-logoO Encontro, realizado em conjunto com o Centro de Gestão de Estudos Estratégicos (CGEE), contará com a presença de Grupos de Pesquisa fundadores de spin-offs de pequeno, médio ou grande porte, Grupos de Pesquisa em colaboração com o setor industrial, diretores de empresas, administradores de incubadoras, diretores de Agências de Inovação Tecnológica ou Núcleos de Inovação Tecnológica, membros de agências ou empresas que estimulam inovações tecnológicas, secretários estaduais e municipais de ciência e tecnologia, entre outros.

Além de palestras, o evento oferecerá espaços abertos a todos os interessados, destinados à apresentação de pôsteres e exposição de equipamentos que demonstrem as atividades que estão sendo desenvolvidas na comunidade de física, dentro do escopo do evento.

Mais informações a respeito do Encontro serão divulgadas neste espaço até a data de realização do Encontro.

Assessoria de Comunicação

8 de março de 2013

Panorama da Eletrônica Orgânica: ciência fundamental e aplicações

Decorreu no dia 08 de março, no Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas (IFSC), pelas 10h30m, o seminário intitulado “Panorama da eletrônica Orgânica: ciência fundamental e aplicações”, um evento científico que foi apresentado pelo Prof. Dr. Roberto Mendonça Faria, docente deste Instituto.

Além de ter apresentado o atual panorama da área da Eletrônica Orgânica e dos resultados das mendonca200pesquisas que se encontram em curso no Grupo de Polímeros Bernhard Gross (IFS), o docente discorreu sobre a área de eletrônica que, de fato, vem passando por uma revolução “silenciosa”, marcada pelo aparecimento de novos materiais semicondutores que começam a disputar com o silício um mercado de equipamentos e de dispositivos extraordinariamente variado, movimentando largos trilhões de dólares, por ano, em todo o mundo.

De entre os novos materiais acima referidos, destacam-se os orgânicos (moléculas orgânicas), que abrem um novo ramo da ciência e da tecnologia, denominado de Eletrônica Orgânica (EO). Assim, a EO é dividida entre as chamadas moléculas pequenas e as macromoléculas poliméricas, usando a tecnologia de filmes finos; ou seja, a camada ativa dos dispositivos é uma película orgânica de poucas dezenas de nanômetros de espessura.

Neste seminário, o Prof. Roberto Faria deu também ênfase à pesquisa que hoje se faz em diodos emissores de luz (OLEDS), diodos fotovoltaicos orgânicos (OPVs – Organic Photovoltaics), e transistores por efeito de campo (OFETS – Organic Field-Effect Transistors).

De acordo com o pesquisador, nos últimos anos, novas moléculas eletrônicas têm sido sintetizadas e, atualmente, dezenas dessas mesmas moléculas estão em estudo.

A Eletrônica Orgânica deverá atuar em duas tecnologias distintas: a de grandes áreas e a de miniaturização. A eletrônica de grandes áreas certamente terá sucesso no campo da iluminação de ambientes, tendo como elemento eletrônico fundamental os diodos emissores de luz branca (White OLUDs), e no campo da conversão de energia solar em elétrica, onde o dispositivo básico é o OPV. Quanto ao ramo da miniaturização, este atuará na fabricação de pixels de displays de computadores e de televisores, que apresentam alta resolução de imagem, caminhando para a tecnologia de circuitos integrados, ou seja, para o Chip Orgânico.

Assessoria de Comunicação

8 de março de 2013

Materiais híbridos com aplicações ópticas e eletro-ópticas

Numa iniciativa do LEMAF – Laboratório de espectroscopia de Materiais Funcionais, realizou-se no dia 07 de março, na Sala-150 do IFSC, pelas 16 horas, o seminário intitulado “Materiais híbridos com aplicações ópticas e eletro-ópticas”, apresentado pela Profa. Dra. Maria Manuela Silva, docente da Universidade do Minho, Portugal.

Neste evento, a pesquisadora portuguesa discorreu sobre a área dos materiais híbridos orgânicos-inorgânicos (O-I) obtidos através da química de sol-gel, considerada promissora na aplicação em dispositivos de estado sólido para a eletroquímica e óptica.

A capacidade de certos materiais em alterar a coloração controlando a transmissão ou reflexão da luz visível e da energia solar, tem sido sonho de arquitetos, óticos, construtores de automóveis e aviões visando melhorar tanto o conforto como a eficiência energética.

A caracterização destes materiais é efetuada recorrendo a diversas técnicas, entre elas as técnicas térmicas (Calorimetria Diferencial de Varrimento e Análise Termogravimétrica), eletroquímicas (Espectroscopia de Impedância Complexa e Voltametria Cíclica) e estruturais (SEM, POM e Raios-X).

Maria Manuela Silva apresentou, também, os estudos efetuados em protótipos de “janelas inteligentes”.

Assessoria de Comunicação

7 de março de 2013

A entropia de emaranhamento quântico em osciladores harmônicos de longo alcance

seminarioNesta palestra, que decorreu na Sala F-210 do Instituto, pelas 10h45 do dia 07 de março, Mohammad Rajabpour, Pós-Doc do IFSC, falou sobre diferentes aspectos da entropia de emaranhamento em osciladores harmônicos de longo alcance (teorias do campo bosônico).

Em primeiro lugar, o palestrante fez uma introdução pedagógica sobre a entropia de emaranhamento em osciladores harmônicos, tendo enfatizado, seguidamente, os recentes resultados obtidos.

Rajabpour falou também, embora de forma resumida, sobre entropia de emaranhamento em sistemas infinitos sem massa, sistemas finitos, sistemas com massa, temperatura finita e universalidade dos resultados.

 

 

Assessoria de Comunicação

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