A tubulina é uma das várias proteínas globulares que fazem parte do nosso organismo. Como algumas de suas “parentes”, ela não chamaria tanto a atenção de pesquisadores, não fosse um detalhe: é um alvo molecular muito importante para o tratamento do câncer. Por estar diretamente envolvida na mitose celular (uma das fases de divisão e formação das células), a tubulina entra no processo de mitose, inclusive, na divisão de células cancerígenas.
Um projeto coordenado pelo docente do Grupo de Cristalografia do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Adriano Andricopulo, foca o estudo da proteína e seu poder de inibição sob tais células e tem como objetivo final encontrar uma molécula capaz de inibir o câncer, não sendo, ao mesmo tempo, tóxica ao organismo.
Tal pesquisa chamou atenção da graduanda do curso de Ciências Físicas e Biomoleculares, Juliana Quintanilha Martins, que, por sempre ter interesses relacionados ao assunto, envolveu-se no projeto de Adriano como aluna de iniciação científica, há mais de um ano. Durante sua iniciação, Juliana acompanhou os ensaios realizados por Adriano e outros colaboradores do estudo (entre eles o doutorando do GC, Ricardo Nascimento dos Santos), e algum tempo depois apresentou o projeto referente a esse acompanhamento na 20ª edição do Simpósio Internacional de Iniciação Científica da Universidade de São Paulo (SIICUSP). “Uma média de 3.600 trabalhos foram apresentados e apenas 150 foram escolhidos para receber uma menção honrosa, incluindo o meu”, comemora a aluna.
Mais tarde, uma nova comemoração: quando chegou a São Paulo para receber a menção honrosa por seu trabalho do SIICUSP, Juliana foi contemplada com uma viagem de uma semana para os Estados Unidos. “No final da cerimônia de premiação, anunciaram o prêmio para 15 trabalhos, e nós, os contemplados, não sabíamos de nada”, relembra.
Durante sua estada nos EUA, que começa no final do mês, Juliana participará de um simpósio, realizado pela Ohio State University (Ohio-EUA), no qual apresentará seu trabalho. E as expectativas da estudante são boas. “Lá selecionarão professores das áreas específicas para conversar conosco sobre nossa pesquisa, inclusive para aprimorá-la”, conta.
Juliana, que já participou do programa do IFSC, MIGra, relembra sua experiência num laboratório em Houston (EUA). “Foi muito bom quando realizei esse primeiro estágio no exterior, um enriquecimento pessoal e profissional muito grande. Portanto, essa nova oportunidade em Ohio será boa para fazer contatos com outros professores e, quem sabe, poder estudar no exterior novamente”, conclui.
Assessoria de Comunicação