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5 de fevereiro de 2019

No IFSC/USP: alunas da FACSET/MG mergulham no conhecimento

Antônio Aquino Junior e as alunas da FACSET

Quatro alunas dos cursos de fisioterapia e odontologia da Faculdade de Sete Lagoas (FACSET-MG) estiveram durante uma semana imersas nos vários projetos e protocolos clínicos e terapêuticos desenvolvidos pelo Grupo de Óptica do IFSC/USP, devidamente acompanhadas pelo pesquisador do Instituto, Dr. Antonio de Aquino Júnior, graças a um protocolo de intercâmbio entre as duas instituições.

Para as alunas dos cursos de fisioterapia, Késsia Rodrigues Ferreira e Laís Santos de Oliveira, e odontologia, Paula Porto Ferreira e Milena Lenker Lamas, Antônio Aquino, não é apenas a face humana do projeto que tem proporcionado a melhora na qualidade de vida de centenas de pacientes oriundos de todas as partes do Brasil, não só em busca dos tratamentos para dores causadas por fibromialgia e artrose, como, também, para o tratamento de outras doenças, como mucosite, úlceras varicosas, onicomicose e câncer de pele, entre outras, e que desde 2015 são o centro das atenções da Unidade de Terapia Fotodinâmica (UTF), setor instalado na Santa Casa da Misericórdia de São Carlos. Antônio Aquino foi, para as jovens alunas, o orientador e amigo de um programa que propôs uma imersão clínica e acadêmica essencialmente voltada para o acompanhamento dos pacientes atendidos na UTF.

A forma como está elaborada a parceria entre as duas instituições é simples: periodicamente selecionam-se quatro dos melhores alunos da Faculdade de Sete Lagoas para participar do projeto do IFSC/USP, que é essencialmente meritocrático, colocando os estudantes em contato direto e acompanhando as realidades clínicas existentes na UTF. Em simultâneo, os alunos são instruídos a escreverem os correspondentes artigos científicos sobre os dados por eles levantados.

Tratamento de fibromialgia

A semana de imersão que as alunas participaram e que correspondeu ao período de 20 a 26 de janeiro do corrente ano, é a segunda edição de um projeto que tem agradado muito os alunos da FACSET, em especial, pela intensidade das experiências acadêmicas. “Nós nunca tivemos uma experiência tão acadêmica quanto a que observamos aqui. Além disso, construir um artigo do zero, em tão pouco tempo, foi inédito para todas nós e vai contribuir muito para nossa formação”, comentou Milena, aluna do sexto período de odontologia. A colega de curso também não ficou atrás em termos dos comentários positivos: Paula, que cursa o sétimo período, destaca a importância da base técnica proporcionada pelos orientadores do IFSC/USP na construção adequada do texto. “Tivemos a ajuda do Antônio na descrição do artigo, que foi importantíssima. Agora, estamos finalizando a conclusão do mesmo”.

A prática e observação clínica não foram menos importantes para Késsia e Laís, alunas de fisioterapia que observaram de perto o tratamento dos pacientes com artrose e fibromialgia. “Essa questão de poder conversar com os pacientes, saber mais sobre como sentem e vivem a doença, ver que a ação combinada do laser e do ultrassom nessas patologias faz resultados incríveis, foi muito interessante. Mas, para mim, o melhor foi ouvir os pacientes contando sobre a própria doença e como observam os resultados do tratamento”, declara Laís, que está no sexto período de fisioterapia. “Ler o artigo e ver que a técnica funciona “mesmo” é muito legal, mas chegar na clínica e ouvir o paciente contando como a vida dele mudou, chega a ser gratificante, emocionante”, complementa a estudante do sétimo período, Késsia.

A elaboração, pelas estudantes de odontologia e fisioterapia, dos artigos sobre mucosite e artrose, baseou-se no levantamento de dados de pacientes que já foram tratados pela técnica do laser conjugado com ultrassom e como houve o alívio progressivo das dores. “Temos resultados que comprovam a eficácia do tratamento para mucosite no alívio das dores e melhora na qualidade de vida, especialmente, de pacientes oncológicos”, declara Milena, acompanhada por Paula. “[O tratamento] é um grande avanço para a odontologia. Os pacientes de mucosite sofrem de grandes dores que às vezes os impedem de comer e inclusive falar”.

Tratamento de mucosite

As estudantes de fisioterapia, por sua vez, analisaram três grupos de pacientes com artrose e comprovaram que o ultra-laser é a melhor técnica a ser utilizada. “Observamos dados de três grupos que receberam tratamentos diferentes: o primeiro, somente com laser, o segundo somente com ultrassom e o terceiro com o ultra-laser. Os pacientes do terceiro grupo obtiveram o melhor resultado, o que prova que a técnica funciona na melhora da qualidade de vida”, conclui Késsia, que ao lado de Laís acompanhou a regressão das dores de um novo grupo, em fase de tratamento. “Além de analisar os dados do grupo em tratamento, nós tivemos a oportunidade de assessorar também na aplicação”, comemora a última.

Quanto à comercialização do aparelho, as alunas não têm dúvidas: “Temos a esperança de poder receber um aparelho em breve, como fruto da parceria IFSC/USP e FACSET. Seria de grande utilidade para nós, alunos, especialmente quanto ao desenvolvimento de novas pesquisas e projetos através da iniciação científica e, talvez, a aplicação das técnicas em pacientes de Sete Lagoas que sofrem com as patologias estudadas”, comentam.

Paula Ferreira, Milena Lamas, Laís de Oliveira e Késsia Ferreira

Embora tenha sido curto o período relativo ao intercâmbio, as jovens universitárias destacam o impacto da semana em suas vidas profissionais e pessoais. “Algumas experiências nós carregamos para o resto da vida. Desenvolver um artigo ao final do projeto tira essa ideia de ser um ‘bicho de sete cabeças’: agora sabemos que somos capazes de realizar outros artigos quando necessário. Além disso, ser autora de um artigo com a chancela da USP tem um grande peso na nossa carreira, por ser uma instituição de ensino respeitadíssima”, afirmam Késsia e Paula. Já para Laís e Milena, os resultados vão além: Laís, que nunca teve contato com a prática clínica, aproveitou os momentos de interação com os pacientes para voltar para Sete Lagoas mais experiente, enquanto Milena reforçou que a semana estimulou sua busca constante por conhecimento. Todas elas, na verdade, foram tocadas pela área acadêmica, mas se veem divididas também pela área clínica. “Eu quero tentar conciliar as duas áreas, se possível”, arriscou Milena, seguida, com humor, por Késsia. “É cedo ainda! Vamos esperar para ver”.

(Texto: Carolina Falvo / Estagiária de Jornalismo – Edição e supervisão: Rui Sintra)

(Fotos: IFSC/USP e Wilson Aiello – EPTV)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

1 de fevereiro de 2019

Produção científica no IFSC/USP em janeiro de 2019

Para ter acesso às atualizações da Produção Científica, cadastradas no mês de Janeiro de 2019, clique AQUI, ou acesse o quadro em destaque (em movimento) no final da página principal do IFSC/USP.

A figura ilustrativa foi extraída do artigo publicado recentemente por pesquisador do IFSC, no periódico Journal of the American Chemical Society, v. 140, n. 49, p. 17141-17152, Dec. 2018 (CLIQUE AQUI).

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

 

31 de janeiro de 2019

Inscrições para Cursinho Popular da Licenciatura em Ciências Exatas

Estão abertas as inscrições para o Cursinho Popular da Licenciatura em Ciências Exatas – 2019, constituindo uma excelente oportunidade para estudar para o vestibular, de forma gratuita, com os alunos da USP.

Para se inscrever, o interessado deverá enviar, até dia 08 de fevereiro, um email para cursinho@ifsc.usp.br informando seu nome completo, idade, ano de conclusão do Ensino Médio e em qual colégio concluiu o mesmo (particular ou público).

A prova ocorrerá dia 10 de fevereiro, às 13h00, no edifício dos Laboratórios de Ensino (LEF) do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP).

As aulas iniciam-se dia 25 de fevereiro no Centro de Divulgação Científica e Cultural (CDCC/USP), em São Carlos, com os seguintes horários:

Segundas-feiras: 14h00/17h50;

De terça a sexta-feira: 13h30/17h50;

Para mais informações, clique AQUI.

Apoios do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e do Centro de Divulgação Científica e Cultural (CDCC/USP).

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

31 de janeiro de 2019

“Show de Talentos” na Semana de Recepção dos Calouros do IFSC/USP

Recepção aos Calouros – 2018

Embora ainda em período de férias para os alunos do Campus USP de São Carlos, esse fato não impediu que os membros do Centro de Estudos de Física de São Carlos (CEFiSC) iniciassem e concluíssem os preparativos para a XXI Semana de Recepção aos Calouros do IFSC/USP. Esse período, que é voltado à apresentação do Campus e do Instituto aos ingressantes, conta com atividades acadêmicas e culturais que objetivam, principalmente, a  integração dos estudantes no meio universitário, abraçando, além das reuniões que ocorrerão com a diretoria, coordenação dos cursos e restante comunidade, um Show de Talentos organizado pelo CEFiSC.

Introduzido pela primeira vez na Semana de Recepção dos Calouros em sua 16ª edição, de 2014, o Show de Talentos prevê a participação tanto de veteranos quanto calouros, que apresentam seus talentos em noite dedicada ao entretenimento. A edição de 2019 conta com a organização cuidadosa e entusiasmada da diretora de eventos do CEFiSC, a graduanda do quinto semestre do Curso de Ciências Físicas e Biomoleculares, Larissa Reis Gomes da Silva, que destaca a importância da participação de ambos – veteranos e calouros – nas apresentações. “Geralmente os veteranos são em maior número porque já sabem como funciona o evento, como eu, por exemplo, que me apresento no show de talentos desde o meu primeiro ano”. Larissa acrescenta ainda o aumento da adesão dos ingressantes ao longo dos anos. “No meu ano, apenas dois calouros se apresentaram e ano passado nós tivemos bem mais participantes que acabaram por participar. Quanto mais a gente faz os calouros entenderem que é importante participar da semana de recepção, porque é o primeiro contato que eles estão tendo, mais eles se sentem à vontade para se envolver”.

Larissa Reis

Ao longo dos anos de realização do evento, o Show de Talentos se mostra necessário não apenas para acolher e divertir, como, na visão particular de Larissa, dar oportunidade ao lado artístico dos futuros cientistas. “Os alunos do IFSC têm um lado artístico muito forte. Gosto até de falar, por opinião própria, que a ciência é uma forma de arte. Além disso, nós, que somos do meio científico, precisamos saber divulgar, falar, expressar em público. É uma coisa importante”, acrescenta, em relação a contribuição das apresentações para o desenvolvimento da carreira dos jovens participantes.

Quanto a adesão dos estudantes, a diretora de eventos brinca com o entusiasmo dos veteranos, que muitas vezes se apresentam mais que uma vez. “Tem muita gente talentosa no IFSC. O pessoal gosta muito de cantar, então se inscrevem para várias performances. A gente até brinca, pois é uma forma de alterar as regras, porque uma pessoa se inscreve com outra para poder cantar um pouco mais”, comenta Larissa, com humor, acrescentando que é necessário diminuir o tempo das performances de um ano para outro. “Antigamente, o tempo máximo de apresentação era 15 minutos, mas ano passado foram tantas as inscrições que nós precisamos diminuir o tempo de cada participante ao longo do show. Para 2019, o tempo máximo de apresentação será de 6 minutos, justamente para comportar todos os inscritos”.

Frente a administração do IFSC-USP, Larissa destaca o apoio do Instituto como determinante para a realização do evento. “Sempre fazemos uma reunião com a diretoria bem antes para ver se está tudo certo quanto ao calendário, procurando conciliar tanto as atividades que nós, alunos, queremos introduzir, quanto os eventos institucionais. Temos muito apoio do IFSC-USP”.

Show de Talentos – 2017

A quinta edição do Show de Talentos seguirá no mesmo estilo dos anos anteriores, com a presença de dois apresentadores interagindo com o público e apresentando os participantes, mas, segundo a graduanda, também não faltam novidades. “Faremos uma exposição de arte, que já acontece na Semana da Física. Queremos incentivar as pessoas que gostam de desenhar, expor o trabalho de quem desenha, ou escreve, por exemplo poesias e/ou prosas – e muitas vezes não querem se identificar – no mural. Fotografias, também. Tem quem goste de fazer fotos e inclusive existe um grupo de fotografia no Campus.  Traremos esses trabalhos para os alunos curtirem e talvez também estimular que façam outros tipos de apresentações”. A ideia é deixar a exposição aberta à visitação do público durante os intervalos entre apresentações do Show de Talentos.

Larissa finaliza reforçando a importância da presença dos alunos no evento para torná-lo uma experiência cada vez melhor. “É um momento para conhecermos mais nossos colegas, conhecer mais o Instituto – que não é só graduação. Nós todos estamos juntos nessa caminhada. Às vezes, você tem o talento de ser muito bom em uma arte marcial, por exemplo, ou saber fazer embaixadinha, contorcionismo… qualquer coisa diferente. É muito bom se apresentar, porque todo mundo mostra seu lado artístico e isso é muito importante”, finaliza Larissa.

O Show de Talentos será realizado dia 19 de fevereiro (terça-feira), às 19h, no Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas.

As inscrições já estão abertas e são realizadas através de formulário presente na página do CEFiSC (Facebook) (AQUI).

Veja abaixo quais são os principais eventos programados para a:

Semana de Recepção aos Calouros do IFSC/USP – 2019:

Segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

08h – Abertura conjunta da XXI Semana de Recepção aos Calouros 2019 para todos os ingressantes dos cursos do Campus USP São Carlos, com as presenças do Vice-Reitor da USP, Prof. Antônio Carlos Hernandes e dos Diretores da Escola de Engenharia de São Carlos, Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação, Instituto de Física de São Carlos, Instituto de Química de São Carlos, Instituto de Arquitetura e Urbanismo e Prefeito do Campus USP São Carlos. (Local: Salão de Eventos do Campus USP São Carlos);

13h30 – Apresentação do Centro de Estudos da Física de São Carlos (CEFISC) e da Secretaria Acadêmica da Licenciatura em Ciências Exatas (SACEX). (Local: Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas do IFSC/USP);

14h30 – Apoio Localização de Moradia e informações sobre a cidade aos Ingressantes e Pais. (Local: Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas do IFSC/USP);

19h – Entrega dos Prêmios: Bernhard Gross, Prof. Horacio Panepucci e Paulo Freire. (Local: Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas do IFSC/USP);

Terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

8h45 – Abertura da XXI Semana de Recepção aos Calouros no IFSC/USP, com uma conversa com o Diretor do IFSC, Prof. Vanderlei Salvador Bagnato. (Local: Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas do IFSC/USP);

9h30 – Encontro com o Presidente da Comissão de Graduação e Coordenador da Comissão de Acompanhamento do Desenvolvimento Acadêmico dos Alunos de Graduação. (Local: Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas do IFSC/USP);

10h30 – Bate papo com a Psicóloga Bárbara Kolstok Monteiro sobre Saúde e Bem-estar. (Local: Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas do IFSC/USP);

19h – Show de Talentos (Organização e realização pelo CEFISC) (Local: Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas);

Quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

8h30 – Encontro com os Coordenadores de Curso: Física (Local: Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas do IFSC/USP); Física Computacional (Local: Sala Defesas do IFSC/USP); Ciências Físicas e Biomoleculares (Local: Sala Celeste do IFSC/USP); Licenciatura em Ciências Exatas (Local: Sala 210 do IFSC/USP);

11h – Visita à Biblioteca da Unidade. (Local: Biblioteca do IFSC/USP);

Quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

17h – Cachorrada – Confraternização organizada pelas Secretarias Acadêmicas do IFSC/USP (CEFISC e SACEX). (Local: A definir)

Sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

8h30 – Show da Física (Organização e realização pelo CEFISC e SACEX). (Local: Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas do IFSC/USP);

(Texto: Carol Falvo – Estagiária de Jornalismo / Edição: Rui Sintra)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

31 de janeiro de 2019

Uma avaliação sobre causas e efeitos da artrose e fibromialgia

Desenvolvido pelo Grupo de Óptica do CEPOF-IFSC/USP, o aparelho e método inovadores já utilizados em tratamentos reduzem a quase zero as dores da artrose e fibromialgia, promovendo melhora na qualidade de vida dos pacientes e retorno a atividades que há muito não praticavam. As causas e efeitos das condições ainda podem ser mistérios para a equipe, mas para a biomédica Heloísa Ciol, integrante do projeto, não falta hipóteses para a resolução das questões.

A fibromialgia – síndrome que causa dores musculares intensas e descentralizadas – é uma doença de causa multifatorial a qual o diagnóstico é obtido por exclusão de outras patologias. “A partir do momento que o clínico, ou reumatologista, vê que não há nada que o leve a fechar o diagnóstico de outra patologia – como doenças autoimunes – leva-se para o campo da fibromialgia”, relata Heloísa, pesarosa. A inexistência de tratamento eficaz após o diagnóstico da doença leva o paciente ao consumo de medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos, sendo que o uso constante dos produtos químicos presentes nos mesmos agride o organismo e pode comprometer o metabolismo, o que preocupa a biomédica. Ainda, o uso de medicamentos psicotrópicos (antidepressivos, ansiolíticos), adicionado ao fator psicológico da síndrome, mais não é do que uma tentativa de controlar o desequilíbrio químico no sistema nervoso central, que geralmente piora sem acompanhamento psicológico. “O cérebro se torna dependente quimicamente (do medicamento), porque você está administrando ele para tentar melhorar o quadro de dor e depressão, levando o cérebro a se adaptar e se acomodar com a situação. Então, sempre se deve trabalhar para tentar levar ao equilíbrio natural”, alerta a biomédica.

Heloísa Ciol

Quanto ao funcionamento e efeitos do equipamento no tratamento, Heloísa explica o que desencadeou a metodologia de se aplicar a combinação de ultrassom e laser nas palmas das mãos dos pacientes com fibromialgia. “Os primeiros estudos em nosso grupo começaram com a fisioterapeuta Juliana Amaral, que resgatou na literatura um trabalho que mostrava existir mais nervos sensoriais próximos a vasos sanguíneos, comprometendo a circulação nas extremidades, contribuindo para os quadros de dor e fadiga”, relata nossa entrevistada. “Trabalhamos com a hipótese de que a ação do ultrassom conjugado com laser, tanto a emissão de luz – que tem ação analgésica e anti-inflamatória -, quanto o laser -, que também tem ação anti-inflamatória devido ao efeito cavitacional nas células -, conseguem chegar no cérebro de alguma forma e modular a interpretação da informação que ele tem da dor”, relaciona a biomédica, enxergando a mão e o cérebro interligados por uma espécie de fio condutor que, inclusive, ameniza quadros de depressão.

Antônio Aquino Júnior

Já em relação à artrose, Heloísa destaca, surpresa, quanto à faixa etária atendida. O estereótipo do desgaste cartilaginoso, sempre relacionado com velhice, cai por terra através do atendimento que a equipe fez a pacientes que, com 40/50 anos, já apresentam desgaste, processos inflamatórios e perda de mobilidade. O Dr. Antônio Aquino Júnior, coordenador do projeto, observa as duas grandes causas para esse fator: o aumento dos índices de sobrepeso e procedimentos cirúrgicos na área do joelho, em pessoas relativamente jovens. “Nós sempre tivemos a ideia que a artrose é uma doença de idosos, por conta do desgaste dos joelhos ao carregar o peso do corpo durante toda a vida, já que o joelho é forçado a suportar uma carga que ele não aguenta, danificando a articulação mais cedo. Já os procedimentos cirúrgicos no joelho, mesmo que mínimos, causam a degeneração da cartilagem, levando ao desenvolvimento da artrose”, observa com preocupação.

O tratamento realizado pela equipe tem demonstrado ótimos resultados na melhora dos pacientes, que normalmente sofrem de grande insegurança. “A doença e as dores dão muita insegurança ao paciente, nomeadamente, medo de cair, porque o caminhar fica comprometido, como arrastar os pés, por exemplo. Com a aplicação da luz e do ultrassom, também foi observada a melhora do paciente, porque além dos efeitos anti-inflamatórios e analgésicos da luz, há também o aumento de circulação no local, junto com o ultrassom, que tem estudos sugerindo que possa estimular a proliferação de algumas células da cartilagem, algo que ainda está em estudo para determinar como se dá essa regeneração”, relata Heloísa.

A biomédica sugere que a ação conjunta dos métodos talvez favoreça tanto a analgesia, como também a mobilidade, por melhorar a circulação e diminuir o processo inflamatório, e comenta, ainda, estudos muito recentes que propõe a breve reposição da cartilagem. “Mas falar de repor cartilagem, no momento, é um pouco pesado”, concordam Heloísa e Antônio. “Nós não temos ainda estudos de imagem que possam contabilizar uma melhora da cartilagem, no entanto, como temos visto em um resultado amplificado da ação conjugada, podemos afirmar somente que o uso da luz associado ao ultrassom fornece um resultado ainda melhor que quando utilizados de forma isolada”, completa Antonio Aquino Júnior.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

30 de janeiro de 2019

Ultracold dipolar gases: fermions, bosons and bubble states

O Prof. Aristeu Lima, docente e pesquisador da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira  (Unilab), foi o palestrante convidado em mais um seminário promovido pelo Grupo de Óptica do IFSC/USP, no dia 30 de janeiro, abordando o tema Ultracold dipolar gases: fermions, bosons and bubble states.

O palestrante enfatizou o fato dos sistemas quânticos Ultracold, com interação dipolo-dipolo anisotrópica e de longo alcance, terem recebido uma atenção experimental e teórica crescente desde a realização de um Condensado dipolar Bose-Einstein de átomos de cromo, em 2005, na Universidade de Stuttgart, na Alemanha. Desde então, muitas outras importantes experiências se seguiram, desencadeando pesquisas teóricas adicionais.

Entre os principais resultados experimentais recentes, Aristeu Lima destacou a formação de gotículas quânticas no disprósio bosônico e a deformação da esfera de Fermi no érbio tendo surgido, recentemente, possibilidades experimentais nas quais a curvatura gravitacional pode ser superada e armadilhas puramente esféricas poderão estar disponíveis dentro de pouco tempo.

Nesta palestra, Aristeu Lima promoveu, ainda, uma discussão sobre os recentes avanços experimentais e teóricos em gases dipolares de Bose, gases dipolares de Fermi – para o caso de dipolos arbitrariamente orientados – e a perspectiva de gases dipolares em uma armadilha de bolhas.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

30 de janeiro de 2019

Ministério da Saúde e NIH (EUA) apoiam pesquisas biomédicas

O Ministério da Saúde do Brasil e o National Institutes of Health (NIH), dos Estados Unidos, lançaram uma chamada conjunta para pesquisadores brasileiros que colaboram com cientistas norte-americanos. Os candidatos selecionados receberão apoio financeiro para estudos em várias linhas de pesquisa biomédica.

Serão selecionados de oito a dez projetos, sendo que cada um receberá US$ 175 mil anuais, devendo concluir as pesquisas em até quatro anos. As áreas de pesquisa apoiadas pelo programa incluem alergia, imunologia e doenças infecciosas (incluindo Aids e suas comorbidades), distúrbios neurológicos e acidente vascular cerebral e ciências da saúde ambiental.

O NIH não estabelece critérios de titulação acadêmica para a submissão de propostas, mas avaliará o conhecimento das equipes de pesquisa, potencial impacto dos projetos, abordagem, potencial de inovação e instituições envolvidas.

Para fazer sua inscrição – até dia 08 de março do corrente ano – clique AQUI.

Deverá ser submetida uma proposta única para cada parceria. Os pesquisadores podem encaminhar uma carta de intenção até o dia 8 de fevereiro.

Para mais informações, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

30 de janeiro de 2019

Da Engenharia para a Física – Um Físico cria sua própria empresa

Silvio AntonioTonissi Junior, 53 anos, sempre gostou das ciências exatas, área em que sempre teve mais facilidade, tendo conseguido boas notas durante os anos em que estudou na E. E. Coronel Paulino Carlos. Após terminar o Ensino Médio no Colégio Diocesano, Silvio pretendia cursar engenharia química, porém, na época, esse curso só existia na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) onde o vestibular ocorria apenas no meio do ano. Assim, sem muitas expectativas, resolveu prestar prova para fazer engenharia elétrica na Escola de Engenharia de São Carlos (EESC-USP), tendo acabado se identificando com a área.

No ano de 1984, por influência de um amigo – um antigo técnico de nível superior do Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP) -, Silvio começou sua iniciação científica no Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos, sob a orientação do Prof. Dr. Jarbas Caiado de Castro Neto. O interesse pelo trabalho desenvolvido no IFSC/USP deu origem ao seu mestrado em Física. Depois que seu amigo largou a vaga de técnico, tendo ingressado como docente, Silvio conseguiu ocupar o lugar vago e começou a trabalhar com lasers, um dos campos em que atua até hoje, prestando serviços, além de trabalhar em sua própria empresa.

Logo após concluir seu mestrado, Tonissi iniciou o doutorado, porém, nessa época, resolveu abrir em São Carlos, em parceria com alguns pesquisadores e ex-funcionários do Instituto, a empresa Eyetec, dedicada a suprir a demanda por equipamentos utilizados por médicos oftalmologistas que, até então, não eram fabricados no Brasil. Quando abriu a empresa ele não sabia se ela renderia bons resultados: “A dificuldade era fazer com que a empresa funcionasse. Na época, em cada dez empresas nascidas, apenas duas sobreviviam. Mas a Eyetec foi crescendo aos poucos e hoje ela congrega aproximadamente 50 funcionários”.

Para Silvio, criar uma empresa é um passo arriscado. “Com certeza, aqueles que pretenderem abrir uma empresa terão que trabalhar bastante, lembrando que nada estará garantido. Você tem que estar sempre trabalhando para não perder para a concorrência”, explica. Os estudantes que almejarem seguir por este caminho, poderão auferir rendimentos superiores a R$ 15.000,00 por mês, de acordo com nosso entrevistado.

Em suma, Tonissi diz que é preciso fazer aquilo que realmente se gosta. Ele, por exemplo, era apaixonado pelas ciências exatas, mas não sabia exatamente em qual área atuar e, aos poucos, através de suas próprias experiências e tentativas, encontrou exatamente o rumo que gostaria de seguir durante seu caminho profissional. “Os alunos devem fazer aquilo que gostam. Eles têm que estar sempre melhorando e, assim que aparecer alguma oportunidade, não podem ter medo de encarar. Eles devem se arriscar e, se não der certo, paciência: é tentar novamente”, finaliza.

Entrevista publicada no livro intitulado “Egressos do IFSC/USP que atuam fora da academia” – por: Prof. Tito José Bonagamba e Rui Sintra-jornalista)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

29 de janeiro de 2019

Bolsas – Processo Seletivo para Mestrado e Doutorado em Física (UFSCar)

Estão abertas entre os dias 18 de janeiro e 8 de fevereiro do corrente ano as inscrições para o processo seletivo que concede bolsas de Mestrado e Doutorado para o Programa de Pós-Graduação em Física da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

O período de inscrição será realizado em duas etapas de submissão de documentos: uma física – através do envio de envelope contendo os documentos pelo correio, ou entrega em mãos na Secretaria do Programa de Pós-Graduação em Física, das 14h30 às 17h do período estabelecido – e uma digital – para o endereço ppgf@df.ufscar.br com cópia para coord.ppgf@df.ufscar.br e cujo conteúdo da mensagem deverá ser “PROCESSO SELETIVO 1/2019 – Nome do candidato”.

Os documentos obrigatórios para a realização da inscrição incluem:
– Ficha de Inscrição devidamente preenchida – que pode ser retirada na Secretaria do Programa ou baixada na página do Programa (CLIQUE AQUI) (formulários);
– Exame Unificado de Pós-Graduações em Física (EUF) – resultado contendo nota e ano de realização do exame (valido por três anos);
– Curriculum Vitae – preferencialmente em formato Lattes;
– Histórico Escolar completo, contendo, inclusive, eventuais reprovações (Histórico da Graduação para inscrições no Mestrado; Históricos da Graduação e da Pós-Graduação para inscrições no Doutorado).

O Processo Seletivo será realizado no dia 22/02/2019 e os resultados finais serão disponibilizados no endereço eletrônico (AQUI) dia 01/03/2019.

Quanto às bolsas CAPES e CNPq, caso não sejam alteradas as políticas de concessão, serão disponibilizadas 08 bolsas de Mestrado CAPES e 03 bolsas de Mestrado CNPq, e 08 bolsas de Doutorado CAPES e 01 bolsa de Doutorado CNPq, implementadas a partir de Março de 2019 – e algumas entre Abril e Maio de 2019. A atribuição de bolsas ocorrerá de acordo com a classificação dos candidatos selecionados. Além disso, serão reservadas um total de 05 vagas (sem bolsa) para interessados com vínculo empregatícios junto ao SENAI.

Aos interessados em matricularem-se como alunos especiais do PPG-F – com diploma de nível superior ou alunos da graduação que tenham cumprido no mínimo 80% dos créditos do curso – devem entregar a inscrição em ENVELOPE FECHADO diretamente na Secretaria do Programa, no período regular de inscrições (de 18 de janeiro a 8 de fevereiro de 2019).

Os documentos necessários correspondem, a Ficha de Inscrição para alunos especiais (no edital), Curriculum Vitae (preferencialmente em formato Lattes), Histórico Escolar completo, contendo, inclusive, eventuais reprovações (Histórico da Graduação para inscrições no Mestrado; Históricos da Graduação e da Pós-Graduação para inscrições no Doutorado) e ementas das disciplinas cursadas. A publicação dos resultados finais ocorrerá no endereço eletrônico do Programa (ver acima) – dia 01/03/2019.

As aulas serão iniciadas em Março de 2019.

Para mais informações sobre o Processo Seletivo e seu edital, clique AQUI, ou através do site do Programa de Pós-Graduação em Física da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) – AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

29 de janeiro de 2019

No IFUSP – I Workshop Tutorial Geant4 em São Paulo (Geant4SP)

O Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IFUSP) realiza entre os dias 04 e 08 de fevereiro o I Workshop Tutorial Geant4 em São Paulo (Geant4SP), um evento organizado pelo Centro de Ciências Naturais e Humanidades da Universidade Federal do ABC, do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IFUSP) e do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN).

O workshop destina-se principalmente a estudantes de pós-graduação nas áreas de Física Nuclear e Partículas e qualquer campo que lida com a detecção de radiação e partículas, como Física Médica ou estudos de materiais.

O Geant4 é um programa que simula a passagem de radiação e partículas através da matéria, sendo amplamente utilizado na física de altas energias, física nuclear e em aceleradores de partículas, bem como em estudos de ciências médicas e espaciais.

O programa consistirá de palestras plenárias CE atividades práticas coordenadas por pesquisadores convidados, dando ao workshop a dinâmica de um Tutorial. Os participantes são convidados a trazer seu próprio laptop, permitindo que eles terminem o Workshop com uma versão funcional do código.

Os tópicos abordados pelo tutorial são:
– Técnicas de Monte Carlo e simulação de Detector;
– Modelagem de aplicativos;
– Interfaces e visualizações gráficas de eventos e rastreamento – Modelagem Física de processos Hadrônicos e Eletromagnéticos – Geração de Eventos;
– Modelagem de detectores: geometria, materiais e campos externos;
– Simulações “multithreading”;
– Ferramentas de análise;

As inscrições estão encerradas e a participação é aberta a todos apenas para as apresentações no Auditório Abrahão de Moraes. A sessão de hands-on com o computador é apenas para os inscritos, devido à limitação de espaço.

Para obter mais informações sobre este evento, clique AQUI.

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

29 de janeiro de 2019

A importância da nanotecnologia para a saúde

Prof. Osvaldo Novais de Oliveira Junior

Uma das áreas de destaque no IFSC/USP, a nanotecnologia busca o entendimento e controle da matéria em nanoescala, ou seja, na escala atômica e molecular. Serve, por isso, para o desenvolvimento de materiais e componentes em diversas áreas, como medicina, eletrônica, agricultura, catálise, energias renováveis, entre muitas outras. Um dos princípios básicos da nanotecnologia é a construção de estruturas e novos materiais a partir de átomos e moléculas, sendo que o objetivo é elaborar estruturas estáveis e melhores do que se estivessem em sua forma macroscópica. Isso porque materiais se comportam de maneira diferente em nanoescala.

A nanotecnologia trabalha com objetos entre 1 e 100 nanômetros. Em 1 metro há 1 bilhão de nanômetros. Para se ter uma ideia, a espessura de uma folha de jornal é de cerca de 100.000 nanômetros, enquanto o DNA humano tem apenas 2,5 nanômetros de diâmetro.

Por meio da nanotecnologia, cientistas têm conseguido desenvolver mais e melhores materiais e componentes. Por sua capacidade de criar materiais mais fortes, finos e duráveis, a nanotecnologia é usada em diversos setores da indústria e da tecnologia, e em estudos da física, química, biologia e medicina. Para a saúde, por exemplo, medicamentos baseados em nanotecnologia já são usados para tratar pacientes com doenças graves, normalmente com nanopartículas que são modificadas para a liberação controlada do remédio, e no alvo correto.

O Prof. Osvaldo Novais de Oliveira Junior é um dos cientistas do IFSC/USP que trabalha diretamente com nanotecnologia no Grupo de Polímeros “Prof. Bernhard Gross”, sendo que uma de suas linhas de pesquisa é dedicada ao desenvolvimento de sensores e biossensores. Em trabalho recente, em colaboração com o Hospital de Câncer de Barretos, seu grupo desenvolveu um biossensor para detectar câncer de pâncreas, em que a metodologia e materiais empregados são frutos da nanotecnologia. Praticamente todos os diagnósticos sofisticados, atualmente, se valem de nanotecnologia: desde exames de sangue, urina, ou métodos com imagens.

Exemplo de uma forma de direcionar bactérias, carregando cargas de drogas quimioterápicas diretamente para um tumor ( Montreal Polytechnique e da McGill University) – (Laboratório de Nanorobótica / Polytechnique Montreal – Canadá)

Para Osvaldo Novais, a nanotecnologia é hoje essencial para a medicina, havendo, inclusive, uma área denominada nanomedicina – também ela em destaque no IFSC/USP, através do GNano – Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia, coordenado pelo cientista Prof. Valtencir Zucolotto, e do Grupo de Óptica, coordenado pelo Prof. Vanderlei Bagnato. “Além de diagnóstico, a nanotecnologia auxilia em muitas terapias, sendo que quase todo remédio de última geração é baseado em nanotecnologia. Ocorre que um dos grandes avanços da medicina tem sido permitir que o princípio ativo de um remédio seja liberado no local e na quantidade necessária. Isso reduz os efeitos colaterais, além de aumentar a eficiência do tratamento. Todos devem ter observado como as sessões de quimioterapia são menos agressivas do que no passado e em quase todos os tipos de tratamento. Isso se deve, em grande parte, à liberação controlada dos remédios. Além disso, algumas doenças incuráveis até há pouco tempo, hoje podem ser curadas. Um exemplo incrível é o câncer de fígado. Alguns tipos já são curáveis a partir de nanotecnologia”, relata o cientista, que reforça como a nanotecnologia tem a ver com a liberação controlada dos remédios. “Acontece que o princípio ativo é encapsulado em nanoestruturas, como se fossem pequenas naves (nanonaves) que circulam pelo corpo humano e só liberam o remédio quando o tumor cancerígeno é encontrado. Sem esse controle preciso seria impossível atingir os resultados que hoje são obtidos”, ressalta Osvaldo Novais.

As novas técnicas de diagnóstico e terapia só podem ser desenvolvidas com o trabalho de profissionais de diversas áreas do conhecimento, constituindo equipes multidisciplinares. Saliente-se, também, que a ciência básica é crucial para o estudo e aplicação de novos nanomateriais e novas tecnologias. Ou seja, para ter uma medicina de alto nível, como a que temos no Brasil, é preciso formar não só médicos excelentes, mas também investir em pesquisa para que se possa desenvolver novos métodos e utilizar outros que inevitavelmente têm que ser importados.

Tudo isso se faz no IFSC/USP, um Instituto de excelência em nível internacional.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

28 de janeiro de 2019

Arquimedes e o anel que o professor ganhou de presente

Em mais uma edição do programa Oficiência, transmitido através do Youtube e da TV USP/CEPOF-IFSC, o pesquisador Prof. Luiz Antonio de Oliveira Nunes fala sobre Arquimedes e o anel que ele ganhou de presente dos profissionais que trabalham na Oficina Mecânica do IFSC/USP.

Mas, o que tem a ver Arquimedes com o anel? Você vai descobrir quando assistir o vídeo.

Entretanto, a preocupação do pesquisador foi grande quando esse pessoal falou que o anel era de ouro… E do “bom”!

Clique na imagem para assistir ao vídeo.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

25 de janeiro de 2019

Obra de grande porte: arranca construção do CTAO no Chile

Foi assinado em 19 de dezembro último o compromisso final para a construção do Cherenkov Telescope Array Observatory (CTAO), que ficará instalado muito próximo ao European Southern Observatory (ESO), igualmente localizado no sul naquele país.

Um total de três acordos foram assinados para o início da construção: o primeiro entre o governo chileno e o ESO, o segundo entre o ESO e o CTAO, e o terceiro entre a Comissão Nacional de Ciência e Tecnologia do Chile (CONICYT) e CTAO.

O CTAO será o instrumento de próxima geração, baseado em terra, para detecção de raios gama, que são radiações eletromagnéticas de alta energia emitidas por diversas forças do Universo, como buracos negros supermassivos, supernovas e, possivelmente, reminiscências do Big Bang.

Para ter acesso a todo o céu, o Observatório do CTA terá dois locais, com 19 telescópios no hemisfério norte e 99 no hemisfério sul, sendo que estes últimos ficarão instalados a apenas 11 quilômetros a sudeste da localização do Very Large Telescope (VLT), no Observatório Paranal – Chile do ESO, no Deserto do Atacama, e a apenas 16 quilômetros do local de construção do Extremely Large Telescope (ELT) (CONFIRA AQUI). Esta é uma das regiões mais secas e mais isoladas da Terra – mas, em contraponto, um paraíso astronômico. As infraestruturas e instalações existentes, e a longa experiência do ESO liderando projetos astronômicos internacionais no Chile, apoiarão a construção e operação do novo conjunto de telescópios.

Os atuais telescópios de raios gama consistem apenas em um lote de telescópios individuais, enquanto o CTAO – com sua maior área de coleta e maior cobertura de céu – será o maior e mais sensível conjunto de telescópios de raios gama do mundo, com uma precisão sem precedentes e dez vezes mais sensíveis do que os instrumentos existentes.

Embora a atmosfera da Terra evite que os raios gama cheguem à superfície, os espelhos e as câmeras de alta velocidade do CTAO irão capturar os flashes de curta duração da misteriosa radiação azul produzida quando os raios gama interagem com a atmosfera. Ao detectar essa luz, através do CTAO os cientistas serão capazes de rastrear o raio gama de volta à sua fonte cósmica.

O CTAO terá, entre o conjunto de telescópios, um com características especiais, denominado Middle Size Telescope, de matriz brasileira, cujo “braço” de aço, que sustenta a câmera do equipamento foi desenvolvido pela empresa Orbital Engenharia (São José dos Campos) e fabricado pela Construaço (São Carlos), sob coordenação do docente e pesquisador do Grupo de Física Computacional e Instrumentação Aplicada de nosso Instituto, Prof. Dr. Luiz Vitor de Souza Filho, num projeto que contou com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e do próprio IFSC/USP.

O telescópio, que pesa cerca de setenta toneladas é formado por uma torre de sustentação, uma superfície refletora (espelhos) e pelo braço, que pesa quase cinco toneladas e que tem dezesseis metros de comprimento.

Mais de mil e quatrocentos cientistas e engenheiros de trinta e um países, de cinco continentes, estão envolvidos no desenvolvimento científico e técnico do CTAO, sendo, por isso, um orgulho para o nosso país.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

24 de janeiro de 2019

“iGEM” – Competindo e divulgando a ciência Brasileira em Boston (EUA)

O iGEM (Competição Internacional de Máquinas Geneticamente Engenheiradas) é uma competição que foi criada pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) em 2004 e que se realiza anualmente em Boston, nos Estados Unidos. Desde sua criação, mais de trinta mil pessoas, entre estudantes e orientadores oriundos de quarenta e cinco países, passaram pelo iGEM, um número que cresce cada vez mais.

Alunos do curso de Biotecnologia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) criaram um grupo para estudar a Biologia Sintética e participar do iGEM, com o apoio de diversos professores não só dessa Universidade, como, também, da USP, dos campi de São Paulo e de São Carlos, tendo como um dos orientadores do citado grupo o docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Otávio Thiemann.

O projeto do grupo incide, essencialmente, na ideia de que a colonização de outros planetas será o caminho mais viável para a sobrevivência, sustentabilidade e avanço da humanidade nos próximos anos e, claro, o planeta Marte apresenta-se, por diversos motivos que já são conhecidos do público, o mais forte candidato para abrigar uma sociedade interplanetária. Alguns empresários, como Elon Musk, CEO da SpaceX, acreditam que se levará de 40 a 100 anos para alcançar uma sociedade autossustentável em Marte, um tempo extremamente curto perto da história da humanidade.

Contudo, ainda existem muitas barreiras que nos distanciam da chegada em Marte, entre elas a questão do transporte (como vamos chegar lá e levar tudo o que precisamos?) e da infraestrutura, que inclui acomodação, transporte no planeta, armazenamento e, principalmente, acesso a água e alimentos.

Além das agências espaciais e empresas do ramo, muitas equipes da competição iGEM também têm se dedicado na resolução desses problemas, como a de Stanford-Brown (CLIQUE AQUI), em 2016, que desenvolveu um balão a base de biopolímeros para transportar materiais até o Planeta Vermelho, ou a equipe DTU-Denmark (CLIQUE AQUI), que avaliou o desenvolvimento de materiais de construção à base de fungos que resistissem às condições hostis de Marte.

O projeto do grupo da UFSCar é diferente de todos que já passaram pela competição. Os alunos e seus orientadores irão focar sua atuação na alimentação dos futuros moradores do Planeta Vermelho, sendo que, para isso, irão desenvolver uma linhagem de leveduras fermentadoras resistentes às condições marcianas para permitir a produção de pão e outros alimentos fermentados na colônia. Além disso, essa tecnologia também poderá ser aplicada em muitos processos já existentes aqui na Terra, assim como diversos produtos que já são utilizados no nosso cotidiano e que são frutos de pesquisas relacionadas com a exploração espacial (CLIQUE AQUI).

Para poder participar da competição e dar vida a este projeto, o grupo da UFSCar está fazendo uma campanha de recolha de fundos para apoiar sua pesquisa e pagar a taxa de inscrição do iGEM – US$5000 dólares -, aproximadamente R$ 20.000. Apoiando essa campanha, você ajuda o grupo não só a pagar essa taxa, como também a desenvolver esse projeto de verdade, para que ele não fique só no papel.

A campanha é flexível, o que significa que o grupo não precisa alcançar a meta para que o projeto seja financiado, mas toda ajuda é bem vinda, já que quanto mais dinheiro for arrecadado, mais partes do projeto se poderão desenvolver, rumo ao produto final.

Para que o projeto saia do papel, todo o grupo terá que realizar uma série de experimentos e estudos para desenvolver a levedura acima citada, trabalhos esses que serão executados nos laboratórios da USP e da UFSCar, sob a supervisão dos professores responsáveis. Além disso, o grupo também terá acesso a câmaras de simulação do ambiente marciano no laboratório, e a um balão estratosférico, através de uma parceria com o grupo de extensão Zenith (CLIQUE AQUI),
onde se avaliará tanto a capacidade de sobrevivência da levedura nessas condições, quanto a sua capacidade de fermentação, garantindo que ela seja capaz de exercer sua função.

Além do custo da inscrição da equipe no iGEM, outras despesas também terão que ser supridas, como, por exemplo, a inscrição individual de cada membro no Giant Jamboree, evento de apresentação dos projetos – US$ 650 (R$ 2600). Com o dinheiro arrecadado, a equipe são-carlense poderá se inscrever e contar com a participação de dois membros para representar o grupo! Os demais gastos estão relacionados com despesas de realização do projeto, como compra de reagentes, montagem de DNA sintético e de envio do balão à estratosfera, além do custo de produção das recompensas e a taxa de 13% do catarse.

Caso a meta seja ultrapassada, o dinheiro excedente poderá ser investido em mais materiais necessários para a realização do projeto ou com despesas de deslocamento e acomodação dos membros em Boston!

Para assistir o vídeo que explica o projeto, clique AQUI.

Para ficar por dentro deste projeto e/ou colaborar, clique AQUI.

NÃO FIQUE INDIFERENTE AOS ESFORÇOS DE NOSSOS JOVENS NO DESENVOLVIMENTO DA CIÊNCIA NACIONAL

(Foto abertura: Space.com)

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

23 de janeiro de 2019

Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) – Vagas SISU

O Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) oferece para os Cursos de Bacharelado em Física, Física Computacional e Ciências Físicas e Biomoleculares, 12 vagas no SISU, sendo 8 para escolas públicas (EP) e 4 para PPI (preto, pardo, indígena).

No caso do Curso de Licenciatura em Ciências Exatas, o IFSC/USP oferece 15 vagas no SISU, sendo 10 para escolas públicas (EP) e 5 para PPI (preto, pardo, indígena).

Para mais informações, consulte o site da GRADUAÇÃO de nosso Instituto, ou solicite informações através dos telefones (16) 3373-8099 / 3373-9775.

Para consultar quais os mecanismos de auxílio disponíveis para alunos de baixa renda, clique AQUI.

Seja aluno do IFSC/USP, um dos mais importantes Institutos de Ensino e Pesquisa da América Latina e do mundo, e abra suas portas para o mercado de trabalho.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

21 de janeiro de 2019

Na Universidade de São Paulo – Lançado edital “Empreendedorismo Social”

Com o objetivo de fomentar projetos de empreendedorismo social criados no âmbito da Universidade, a USP lançou no dia 15 de janeiro último o edital denominado Empreendedorismo Social, cuja ideia é fortalecer a interação da Universidade com a sociedade, favorecer a inovação, contribuir com o desenvolvimento nacional e estimular a concretização dos direitos humanos, a redução de desigualdades e a consecução dos objetivos de desenvolvimento sustentável do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

Os selecionados receberão auxílio financeiro de até R$ 25 mil e concorrerão ao Prêmio Destaque USP de Empreendedorismo Social, em evento público que apresentará os melhores projetos.

As inscrições poderão ser feitas de 01 de fevereiro a 04 de março do corrente ano, sendo que os projetos deverão ser executados de 01 de julho de 2019 até 30 de junho de 2021.

Para obter mais informações, visualizar a íntegra do Edital e seus formulários correlatos, clique AQUI.

(Foto: Observatório Terceiro Setor)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

18 de janeiro de 2019

Indicações para os “Prêmios Princesa das Astúrias – 2019”

Estão abertas até o próximo dia 28 de fevereiro as indicações para os Prêmios Princesa das Astúrias – 2019, evento promovido pela Fundação Princesa de Astúrias (Espanha).

Os Prêmios Princesa de Astúrias são destinados a distinguir o trabalho científico, técnico, cultural, social e humanitário realizado por pessoas, instituições, grupos de pessoas ou de instituições no âmbito internacional, para o progresso e o bem-estar social de forma relevante e exemplar, e são concedidos em 8 (oito) categorias: Artes, Letras, Ciência Sociais, Comunicação e Humanidades, Investigação Científica e Técnica, Cooperação Internacional, Esportes e Concórdia.

O Prêmio Princesa de Astúrias é composto por escultura de Joan Miró (símbolo dos Prêmios Princesa de Astúrias), diploma, insígnia e 50.000 euros. Se o prêmio for partilhado, esta quantia será dividida em partes iguais entre os vencedores.

As indicações, devidamente justificadas, deverão ser encaminhadas pelo(a) Diretor(a) da Unidade da USP, conforme sugestão/recomendação da respectiva Comissão de Pesquisa.

Os interessados em concorrer a este prêmio deverão encaminhar toda a documentação necessária para a Pró-Reitoria de Pesquisa da USP, através do email – prp@usp.br – (indicar no assunto “[sigla da Unidade] indicação Prêmios Princesa de Astúrias – 2019”).

Documentação necessária (em PDF):
1-Informação da categoria escolhida;
2-Curriculum vitae;
3-Méritos que demonstram a relevância internacional da candidatura;
4-Documentos de apoio à candidatura – cartas de apoio e adesões, bibliografia, materiais audiovisuais comprovativos dos méritos da candidatura apresentada.

Os objetivos da Fundação são contribuir para o enaltecimento e promoção de todos aqueles valores científicos, culturais e humanísticos considerados como patrimônio universal.

As indicações das Unidades, recebidas na Pró-Reitoria de Pesquisa da USP, até o prazo estipulado, serão encaminhadas à Coordenação Executiva do Gabinete do Reitor.

Para obter mais informações sobre os Prêmios Princesa de Astúrias – 2019, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

17 de janeiro de 2019

2019 – Um ano com muita esperança da sociedade na área da saúde

Parece incrível que já estamos iniciando um novo ano.

As preocupações para o próximo ano são muitas, a exemplo: situação financeira, educação, empregos, relacionamentos e saúde.

Não há dúvida que a saúde lidera a lista. Com uma sociedade cada vez mais madura, e necessitando de soluções para os seus problemas de saúde, a preocupação com o tema faz muito sentido. Motivo da frase e desejo, muitas vezes cantada na virada do ano: “…muito dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender…” .

Nossa sociedade cada vez mais sofre e sofrerá com problemas crônicos, destacando: diabetes, fibromialgia, artroses, dentre outras doenças conhecidas e comuns ao cidadão. Elas precisam de constantes cuidados para a manutenção e soluções, permitindo contornar seus efeitos e problemas, preservando assim a qualidade de vida.

No decorrer de 2018, várias tecnologias inovadoras foram desenvolvidas pelo Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), em parceria com a Biotec, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e financiadas pela FAPESP, CNPQ e EMBRAPII, regularmente anunciadas.

Segundo o Coordenador do Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CEPOF) – IFSC/USP, Prof. Vanderlei Salvador Bagnato, “2019 será o ano onde as empresas parceiras deverão lançar essas novas tecnologias no mercado. “ Não vemos a hora de poder estar disponível para toda a sociedade essas novas tecnologias, onde poderá ser tratada a artrose, considerada uma moléstia crônica que faz diversas pessoas sofrerem. O número crescente de pessoas necessitadas, distribuídas por todo o País, é enorme, sendo necessário que essas tecnologias estejam disponíveis para todos, rompendo as limitações e desafios. Caso contrário, a localização geográfica se tornará uma barreira. Não é viável as pessoas estarem se deslocando de diversos locais para receberem tratamento aqui em São Carlos. Temos que levar para as diversas localidades nossas descobertas e desenvolvimentos…”.

Além do sistema para tratamento de artrose (que foi notícia em quase toda a impressa), diversas tecnologias na área de câncer e raios-X deverão chegar ao comércio. “Este é o melhor presente que daremos para a sociedade brasileira em 2019“, conclui Bagnato.

Rui Sintra e Kleber Chicrala – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

16 de janeiro de 2019

Saindo do IFSC/USP e partindo à conquista da Petrobras

CENPES – PETROBRAS

O motivo pelo qual escolheu a área da Física foi o interesse que sempre manifestou em entender como funcionam as coisas, como, por exemplo, as particularidades da Natureza, como um todo, algo que igualmente sempre esteve ligado ao sonho de poder vir a ser um cientista. Aprender… Entender… Aplicar.

Willian Andrighetto Trevizan tem 25 anos, nasceu em São José do Rio Preto (SP) e desenvolve sua atividade profissional no Centro de Pesquisas da Petrobras, Rio de Janeiro, no laboratório de ressonância magnética nuclear. Um dos maiores apoios que recebeu para seguir a área da Física foi através de seus pais, embora no início eles tenham mostrado algumas reticências. Hoje, sorri ao recordar o comentário que seu pai fez recentemente: “Nossa, quando você disse que ia fazer física eu fiquei meio preocupado”. Willian conta que nos seus tempos de estudante teve um professor de física que era meio estranho, tipo maluco, e logo relacionou a imagem do “tal” professor quando falou para seu pai que ia fazer física. Mas, o certo é que sempre recebeu o maior apoio de seus pais.

Foi com o foco de seguir a carreira acadêmica que Willian optou por fazer sua graduação no IFSC/USP, em 2005, e essa ideia – quase obsessiva, acompanhou-o durante toda sua vida acadêmica: “É comum, na graduação de física, o pessoal ir desanimando e desistindo no meio. No meu caso, isso não aconteceu”, conta o nosso entrevistado. Embora ainda sem um foco específico solidificado em relação a seu futuro profissional, Willian continuou com aquele entusiasmo inicial, com uma preferência muito forte pela pesquisa teórica, mantendo sua ânsia de entender como as coisas funcionavam. Durante a graduação, fez uma iniciação científica na área de ressonância magnética, por seis meses, mas o mundo teórico continuava falando mais alto; era uma paixão, tendo levado em frente esse objetivo e concretizado o mestrado sob a supervisão do saudoso Prof. José Eduardo Martinho Hornos, na vertente de modelagem de sistemas biológicos.

Foi quando, de repente, o jovem Willian parou para pensar seriamente sobre o caminho que tinha pela frente, traduzido em um momento de reflexão no primeiro patamar da transição para adulto: de repente, a carreira acadêmica deixou de fazer sentido para o jovem: “Comecei a pensar que iria demorar bastante para alcançar uma estabilidade e um retorno econômico-financeiro, já que o que eu estava fazendo não dava garantia de aplicação: isso começou a me incomodar seriamente”, recorda Willian Trevizan, que admite que é exatamente no mestrado que começam a surgir elementos novos para o aluno, abrindo-se outras perspectivas.

Willian Trevizan

Lentamente, o sonho de ser cientista ficou para trás e Willian decidiu terminar o mestrado (teórico) e parar por aí. Embora tenha feito a prova de doutorado, com resultado positivo, o jovem estudante decidiu partir à procura de um rumo profissional na área produtiva: se não desse certo, então voltaria para a academia. Quase como respondendo aos anseios de Willian, a Petrobras abriu, nesse período, um concurso para admissão de físicos na área de geofísica e isso atraiu a atenção do jovem estudante: “Nesse concurso tinha provas para geofísicos, geólogos e físicos e eu resolvi arriscar. Simultaneamente, comecei a trocar impressões com o Prof. Tito José Bonagamba, do IFSC-USP, já que ele tinha alguns projetos em parceria com a Petrobras na área de ressonância magnética e foi ele que me convenceu a fazer o doutorado, até porque isso poderia ser um diferencial para o concurso que eu estava prestes a encarar”, explica Willian. E a estratégia acabou dando certo. Willian fez a prova da Petrobras, com tempo para fazer algumas matérias do doutorado e, quando saíram os resultados da avaliação, o jovem estudante ficou sabendo que das três vagas que estavam em disputa na empresa, ele tinha ficado com uma delas, classificado na segunda posição na área de Física, entre cerca de novecentos candidatos.

Willian Trevizan trabalha atualmente no Centro de Pesquisas da Petrobras, Rio de Janeiro (CENPES), no laboratório de ressonância magnética nuclear e a missão profissional do jovem ex-aluno do IFSC/USP está exatamente entre o momento em que se fura um poço para a prospecção de petróleo e quando se descem várias ferramentas que medem as propriedades das paredes desse poço. Isso explica a necessidade de um laboratório multidisciplinar de RMN dentro da empresa, que dá todo o apoio científico de interpretação de dados, tanto para o uso de informações para fins tradicionais, quanto para projetos de pesquisa a fim de explorar propriedades adicionais.

Quanto à questão financeira, Willian diz que valeu o esforço. De acordo com ele, o salário inicial é aproximadamente na faixa dos oito mil reais, no mínimo, e conforme o profissional vai adquirindo experiência e trilhando sua carreira, ele poderá passar a auferir aproximadamente vinte mil reais mensais, fora os benefícios que algumas empresas oferecem. Para Trevizan, o Brasil não tem formado tanta gente quanto deveria, até porque essa área é de interesse mundial. Conta, também que o Instituto de Física de São Carlos (USP) oferece um ensino muito bom nessa área, pelo que os alunos têm uma excelente base. Algo que foi muito importante na trajetória de Trevizan, foi a honestidade que ele teve consigo mesmo, não só em relação a sair da carreira acadêmica, já que existem muitos casos de sucesso de amigos seus que optaram por ficar nela.

Quanto à formação profissional, Trevizan sublinha que não existe uma graduação formal na área de Petrofísica, que é de bastante interesse para a indústria do petróleo. Quanto à formação que o IFSC/USP oferece, ela se refere à capacitação de se trabalhar com a área de Geofísica e com pesquisa em geral. Regressando à honestidade que Trevizan manteve com ele mesmo, o ex-aluno do IFSC-USP afirma que esse é um dos principais ingredientes que os estudantes precisam ter, ou seja, uma honestidade com eles mesmos naquilo que os move a seguir em frente: “Todas as pessoas que conheço e que se deram bem na carreira passaram por esse processo de decisão. É um ponto que deve ser abrangente”, finaliza.

Entrevista publicada no livro intitulado “Egressos do IFSC/USP que atuam fora da academia” – por: Prof. Tito José Bonagamba e Rui Sintra-jornalista)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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