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23 de junho de 2021

SBF elege pela primeira vez uma mulher como presidente

Pela primeira vez em sua história, a Sociedade Brasileira de Física (SBC) elegeu uma mulher para conduzir os destinos desta prestigiada sociedade científica, cujos resultados foram conhecidos no passado dia 17 de junho.

Perfeitamente conhecedora dos meandros da SBF, até porque desempenhou as funções de tesoureira da entidade na anterior gestão, a Profª Débora Peres de Menezes, docente e pesquisadora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), confessa que estava longe de imaginar que algum dia seu nome pudesse ser mencionado para gerir os destinos da Sociedade Brasileira de Física, algo que acabou por se confirmar, de forma natural, com os pedidos e a insistência dos presidente e vice-presidente da gestão anterior, por motivos de incompatibilidades profissionais.

O perfil pessoal e profissional da Profª Débora Menezes é de encarar desafios, tentar resolver problemas e congregar em seu redor o maior número de pessoas dispostas a subscrever ideias e projetos: sua candidatura para a presidência da SBF, que vai até 2023, também trilhou esses ideais, haja visto a equipe que se reuniu em torno da cientista e que mereceu a confiança dos 1026 associados votantes:

Diretoria

Presidente: Débora Peres Menezes

Vice- Presidente: Rodrigo Barbosa Capaz;

Secretário Geral: Susana Souza Lalic;

Secretário: Caio Henrique Lewenkopf;

Tesoureiro: Gustavo Martini Dalpian;

Secretário de Ensino: Katemari Diogo da Rosa;

Conselho de Titulares

Ricardo Magnus Osório Galvão (USP);

Rogério Rosenfeld (IFT-UNESP);

Olival Freire Junior (UFBA);

Paulo Eduardo Artaxo Netto (USP);

Andreia Guerra de Morais (CEFET-RJ);

Teldo Anderson da Silva Pereira (UFMT);

Conselho de Suplentes

Cristiano Rodrigues de Matos (USP);

Carolina Brito Carvalho dos Santos (UFRGS);

Thereza Cristina de Lacerda Paiva (UFRJ);

Marta Feijó Barroso (UFRJ);

Maria Emília Xavier Guimarães (UFF);

Manoel Messias Ferreira Junior (UFMA).

Débora Menezes é uma pessoa que imediatamente nos cativa pela sua facilidade de expressão, pelo constante sorriso e pela profunda paixão que sente pela ciência. Graduada em Física/bacharelado (1983) e em Física/licenciatura (1984) pela Universidade de São Paulo, fez seu mestrado em Física, também pela Universidade de São Paulo (1986), doutorado pela University of Oxford, Inglaterra (1989), pós-doutorado pela Universidade de Coimbra, Portugal (1998), e estágio sênior pela Sydney University, Austrália (2005) e pela Universidade de Alicante, Espanha (2014), sendo atualmente professora titular da Universidade Federal de Santa Catarina, onde, além de seu trabalho acadêmico e científico, contribuiu na gestão da Universidade entre maio de 2008 e maio de 2012 como Pró-Reitora de Pesquisa e Extensão.

Dentre suas linhas de pesquisa, a astrofísica nuclear constitui algo que faz brilhar intensamente seus olhos, já que é essa a sua paixão científica. “As ondas gravitacionais estão sendo esperadas desde que Einstein as propôs em 1905, sendo que só em 2015 é que elas começaram a ser detectadas e, juntamente com elas, um conjunto enorme de vínculos na área de astrofísica que podem ser testados com as equações de estado”, relata a pesquisadora, acrescentando que esse é, de fato, um tema muito atual, “quente”, já que esses dados estão sendo recolhidos de forma observacional – não laboratorial -, principalmente através dos vários telescópios que têm sido lançados no espaço. “Em 2017 foi lançado mais um telescópio, o NICER, que enviou há cerca de um mês atrás os primeiros resultados e, com eles, temos a oportunidade de fazer uma retrospectiva de tudo aquilo que foi possível fazer ao longo de vinte anos e de quanta coisa pode ser aproveitada. É uma área da ciência extremamente rica, muito bonita e bastante interdisciplinar, já que envolve muita física nuclear, termodinâmica, mecânica estatística, etc.”, pontua a Prof. Débora Menezes, que sublinha a sua frutuosa colaboração, nessa área, com o Departamento de Física da Universidade de Coimbra, em Portugal, na pessoa da Profª Constança Providência.

Na verdade, todo o trabalho desenvolvido pela Profª Débora e seus pares é essencial para que se entenda como o Universo funciona, quais e como os elementos químicos são produzidos, “bastando olhar para o céu para enxergar e compreender que tudo aquilo que se observa mais não é do que uma reação nuclear”, tal como salientou William Gelletly. “Quando fazemos essa ciência mais básica, onde se tenta explicar o Universo, a quantidade de tecnologia que vem a reboque é gigantesca. Repare que o tradicional www da internet foi produzido no CERN em finais dos anos 80, início dos anos 90 do século passado, só como forma de comunicação entre os cientistas que estavam pesquisando a colisão de partículas elementares. Veja o que é hoje esse mesmo www e, com ele, a brutal quantidade de tecnologia que tem sido desenvolvida ao longo dos anos – não muitos -, em paralelo com o desenvolvimento dessa mesma ciência básica.”, sublinha a cientista.

Pró-Reitoria de Pesquisa e Extensão na UFSC

Como mencionamos acima, a Profª Débora Menezes exerceu entre maio de 2008 e maio de 2012 o cargo de Pró-Reitora de Pesquisa e Extensão da UFSC, uma função que, segundo ela, foi enriquecedora, mas muito “dura”, já que esse é um trabalho onde o docente tem que esquecer um pouco a sua pesquisa. “Tem pessoas que se dão muito bem nesse tipo de funções e não se importam de interromper seus trabalhos de pesquisa. Eu sofri bastante, porque a demanda de trabalho, em termos de gestão, era gigantesca, por vezes atingindo 13 horas de trabalho diário. Só consigo comparar essa época com aquilo que estamos vivenciando agora, em tempos de pandemia, quando você passa entre 10 e 11 horas em frente a um computador. Contudo, além dessa função de gestão, ainda tinha que consolidar o Departamento de Inovação Tecnológica da Universidade, voltado para patentes, além de minha própria pesquisa, que não podia parar. Foi muito trabalho desenvolvido e muitas vezes pouco reconhecido pelos meus pares, e de alguma forma invejado, já que fui a primeira e até agora a única pró-reitora que emergiu do Departamento de Física, que é essencialmente masculino. Sofri um bombardeio machista constante, dissimulado, mas levei o barco a bom porto”, pontua a cientista, sorrindo.

A presidência na SBF

É com um sorriso largo que a Profª Débora Menezes encara agora sua presidência na SBF, confessando que ideias não faltam, começando por recuperar e transformar um dos projetos da Sociedade, que, para a docente, é bastante valioso – as questões de género. “A SBF teve um Grupo de Trabalho de Questões de Género, um trabalho muito bonito iniciado na gestão do Prof. Ricardo Galvão, inicialmente dedicado ao estudo do percentual de meninas que ganhavam medalhas nas Olimpíadas Brasileiras de Física, no sentido de entusiasmá-las para a área da física, sendo que, em simultâneo, havia um outro Grupo de Trabalho para Minorias, mais focado em questões raciais. Agora, a ideia é recuperar esses dois projetos e transformá-los em uma comissão – que já tem nome: JEDAI – Justiça, Equidade, Diversidade e Inclusão, que irá ser discutido em breve. Foi muito importante na minha vida ter me envolvido com tudo isso e penso que agora é um momento importante para colocar as mulheres cientistas nos espaços, dar-lhes a visibilidade que merecem”, pontua a Profª Débora Menezes.

Outra grande aposta da cientista é a divulgação científica, algo que teve um grande significado para ela em 2004, quando iniciou o projeto de criação do museu de ciências em Florianópolis junto com diversos colegas e outras individualidades locais, conforme explica. “Esse museu foi inaugurado em 2008 e seguiu funcionando até 2014. Quando houve a troca de gestão na UFSC, houve um grupo que entendeu que aquele projeto era obra da gestão anterior e suspenderam a atividade, não enxergando sua real importância no contexto acadêmico”. Mais tarde, em 2019, a cientista resolveu criar um canal no Youtube- “Canal Mulheres na Ciência”, que tem como objetivo trazer a público diversos tópicos científicos de forma descomplicada e objetiva por meio de filmes curtos produzidos e protagonizados por cientistas e estudantes mulheres. O canal vem contribuindo, ao mesmo tempo, com o letramento científico dos brasileiros, a divulgação científica de assuntos de ponta e lutando contra o falso estereótipo de gênero que enxerga mulheres como menos competentes do que os homens, com enorme sucesso (VER AQUI).

Finalmente, é intuito da nova presidente da SBF melhorar substancialmente a área de comunicação do órgão. A cientista considera que a estrutura da comunicação entre a SBF e seu público-alvo, bem como com a sociedade civil, não está em consonância com a grandeza da entidade. Novas formas de comunicação, novos modus-operandi e uma maior articulação com o público serão objetivos primordiais nesta nova gestão. “A SBF funciona muito bem, sendo que a área da comunicação é, de fato, deficitária em termos de estratégias, ação e abrangência, algo que vamos ter que mudar. Temos que nos comunicar mais e melhor, principalmente para fora das paredes da SBF. Em termos gerais, vou fazer o melhor que puder nestes dois anos de mandato”, conclui a cientista.

Além do currículo abreviado mencionado acima, permite-nos destacar as seguintes informações da nova presidente da Sociedade Brasileira de Física:

Trabalha, com regularidade, como pesquisadora visitante na Universidade de Coimbra (Portugal) e no Laboratoire de Physique Corpusculaire – EnsiCaen (França). Integrou o Comitê Assessor de Física e Astronomia do CNPq de setembro de 2013 a agosto de 2016, a Comissão de Fisica Nuclear e Aplicações da SBF de 2012 a 2017, o Grupo de Trabalho sobre Questões de Gênero da SBF de 2015 a 2019, fez parte da Comissão de Avaliação da Extensão Universitária (CPAE), ligada ao Fórum de Pró-Reitores de Extensão (FORPROEX) de 2010 a 2013 e coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Física da UFSC de outubro de 2006 a maio de 2008.

Tem experiência na área de Física, com ênfase em Física Nuclear e de Hádrons, atuando principalmente nos seguintes temas: equações de estado, estrelas de nêutrons, álgebras quânticas, modelos relativísticos e astrofísica nuclear.

É assessora ad hoc do CNPq, CAPES, FINEP, FAPESC, Fundação Araucária, FAPERGS, FAPESP, UERJ e USP e arbitra regularmente para várias revistas internacionais (Phys. Rev., Astrophys. J., Int. J. Modern Phys., Nucl. Phys., Chinese Physics C, etc).

Foi contemplada com a Medalha e Diploma de Mérito Francisco Dias Velho, pela Câmara Municipal de Florianópolis, por suas contribuições nas ciências e nomeada como membro da Comissão de Física Nuclear (C12) da International Union of Pure and Applied Physics (IUPAP).

O Instituto de Física de São Carlos endereça à nova presidente da SBF votos de muito sucesso em sua gestão.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

23 de junho de 2021

Manejo arbóreo e ações da Seção de Áreas Verdes da Prefeitura do Campus

Compensação ambiental na Área 2 do Campus – arquivo DVMANOPER

Você sabia que para cada árvore que precisa ser suprimida em nosso Campus no mínimo outras quatro são plantadas? Quando são árvores mais antigas, maiores e de espécies nativas esse número pode chegar a oito novas árvores.

Até novembro de 2019, 4.032 árvores foram plantadas no Campus, parte delas como compensação ambiental (também chamado de pedágio) em virtude da supressão de outras 382, seguindo determinação da Coordenadoria de Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de São Carlos – SP. Além disso, três relatórios – para cada uma das mudas – precisam ser apresentados evidenciando o plantio, desenvolvimento e crescimento no período de um ano.

Nosso Campus conta com cerca de 17.000 árvores, 2.000 na Área 1 e 15.000 na Área 2. Na Área 2, são 213.012,51 m² de reserva legal e 144.028,39 m² de Área de Preservação Permanente (APP).

Quando a poda ou supressão é necessária

A medida que recomenda a poda de galhos ou até mesmo a supressão de uma árvore é baseada em ações preventivas e laudos técnicos de especialistas e busca evitar possíveis quedas preservando a integridade física de pessoas e do patrimônio material do Campus. Em 2013, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) produziu um relatório técnico sobre a avaliação das árvores da USP São Carlos que, baseado em resultados de análise externa e, algumas vezes, com o uso de tomógrafo, recomendou o manejo de 616 árvores, das quais 103 a serem suprimidas – o que foi feito. Naquele ano, houve um evento fatal com uma estudante atingida por um galho.

Reservas legais e APPs na Área 2 – Foto: Edmilson Luchesi – Comunicação PUSP-SC

Atualmente, essas avaliações contam com o apoio de especialistas da área: os doutores Pedro Pacheco, engenheiro florestal da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA), e Demóstenes Ferreira da Silva Filho, professor no Departamento de Ciências Florestais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ), ambas da USP.

Como um dos principais objetivos da interação com esses especialistas, pretende-se criar um sistema de monitoramento identificando as árvores da Área 1 que representam algum tipo de risco por meio de placas de sinalização de alerta até que o procedimento preventivo recomendado seja efetuado. Também serão coletadas informações sobre as árvores com identificação de espécie, necessidade de podas ou outro tipo de fragilidade; as informações farão parte de um banco de dados que visa facilitar a gestão e o manejo arbóreo do Campus.

Palmeiras-jerivás: plantadas em 2013, no entorno da Praça Registrum na Área 1 – Foto: Sônia Costardi – DVMANOPER

O professor Sergio Paulo Campana Filho, membro da comunidade há 46 anos e atual Prefeito do Campus, destaca que a PUSP-SC preocupa-se tanto com a preservação ambiental quanto com a segurança e integridade física de pessoas e do patrimônio público da USP. “As soluções menos radicais possíveis sempre são buscadas, tentando inicialmente tratar ou eliminar as enfermidades das árvores para que se evite a supressão. Essa última é feita apenas após avaliação profissional fundamentada em laudos técnicos periciais e conforme as leis brasileiras, exigindo um trabalho meticuloso que envolve corte e retirada de galhos e troncos e até contratação de pessoal terceirizado, no caso de árvores de maior porte”.

Áreas Verdes da PUSP-SC

A Seção de Áreas Verdes e Meio Ambiente (SCVERD) – criada há 47 anos – e a Área de Projetos da Divisão de Manutenção e Operação (DVMANOPER) da Prefeitura do Campus USP de São Carlos (PUSP-SC) realizam esse trabalho de manejo arbóreo e contam com a colaboração de um engenheiro agrônomo. A arquiteta Sônia Costardi, da DVMANOPER, coordena as atividades referentes às Áreas Verdes.

Rogério Eduardo Bastos, chefe da DVMANOPER, explica que a SCVERD é importante “pois ela analisa previamente e executa a retirada e poda de galhos de árvores com perigo de quedas iminentes diminuindo e minimizando, com isso, os riscos de danos em veículos, edificações e acidentes com pedestres. Além disso, executa um trabalho relevante de abertura e reaterro de covas para plantios de novas mudas de árvores com a devida adubação e irrigação”.

Clique AQUI e saiba mais detalhadamente quais as ações desenvolvidas pela SCVERD da PUSP-SC.

Mais informações:
DVMANOPER PUSP-SC: (16) 3373-9125
E-mail: manutencao.prefeitura@sc.usp.br

(Por: Suzana Xavier da Assessoria de Comunicação da PUSP-SC)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

17 de junho de 2021

Exposição complementa formação científica de jovens alunos

Está tudo preparado para a inauguração, neste mês de junho e em data a ser divulgada oportunamente, da exposição intitulada “A Vida: Do Visível ao Invisível”, que ocorrerá no “Museu de Ciência Prof. Mario Tolentino”, em São Carlos. A organização é do Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF), um dos CEPIDs da FAPESP alocado no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), e da Prefeitura Municipal de São Carlos, através de diversas secretarias municipais, como as de Educação, Esportes e Lazer, e Ciência e Tecnologia, entre outras.

Em traços gerais, esta exposição tem o objetivo primordial de complementar a formação científica dos jovens alunos da cidade e região, utilizando, para isso, um ambiente extra-curricular informal onde a criança possa aprender, de forma natural, os conceitos de tudo o que a rodeia, não tendo a obrigação de demonstrar o conhecimento adquirido. Esta ação tem o intuito de a criança poder observar e apreciar aquilo que está sendo exposto e entender os fatos, algo que certamente ficará gravado em sua memória.

Desta forma, crianças e jovens estudantes poderão tomar ciência de tudo o que não se vê, como são os casos das bactérias, fungos, vírus, etc., e como todos eles afetam tudo aquilo que podemos ver – o corpo humano e a Natureza -, explorando, em simultâneo, o mundo das células, microrganismos, átomos, e até os minerais, materiais e o próprio Universo em si mesmo. “É a partir do micromundo que conseguimos entender tudo o que está ao nosso redor; o que se espera é que as escolas – professores e alunos – aproveitem ao máximo esta exposição”, salienta Vanderlei Bagnato, pesquisador e coordenador do CePOF-IFSC/USP, idealizador desta iniciativa.

Prevista para permanecer alguns meses no “Museu de Ciência Prof. Mario Tolentino”, ao que se seguirá períodos de permanência nas escolas, esta mostra, dedicada apenas aos jovens alunos de São Carlos e região, obedecerá a todos os protocolos de segurança sanitária, não sendo permitidas aglomerações, sendo que as visitas deverão ser previamente agendadas e organizadas em grupos pequenos. “Respeitando todas as limitações de público, a nossa ideia é já começar a preparar o terreno para a recuperação da educação científica dos jovens alunos que praticamente estão completando dois anos grudados nos computadores e televisões, embora tenha gente que ache que isso é o bastante, mas não é…”, pontua o pesquisador da USP de São Carlos.

Para o Prof. Vanderlei Bagnato, a ciência exige observação e atividades práticas. “Por esse motivo, o CePOF-IFSC/USP está contribuindo desta forma para a aceleração da educação científica de nossas crianças e jovens, estando já em curso a organização de outras cinco mostras que darão uma continuidade a esta primeira iniciativa”, conclui o docente.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

10 de junho de 2021

Tratamentos modernos em pacientes pós-Covid

Ainda no meio da situação pandêmica causada pelo novo vírus SARS-Covid19, onde os desafios para poder acolher e tratar todos os contaminados são imensos, os cientistas já se deparam com outros desafios: o tratamento dos pacientes pós-Covid.

Ao longo deste ano de pânico e preocupação com a contaminação, todo o mundo já constatou que não se trata de uma “gripe“, onde em algumas semanas  pós-infecção as pessoas ficam zeradas e retomando suas vidas normalmente. No caso da COVID, tem ocorrido sequelas deixadas que podem se prolongar por muito tempo, caso as mesmas não deixem suas marcas com caráter permanente.

Os chamados “sobreviventes da COVID” estão sujeitos a diversos problemas de naturezas várias. Além disto, aqueles que precisam de internação também estão sujeitos aos efeitos de uma pós-hospitalização. Começando por aqueles que são hospitalizados, a imobilização prolongada durante a internação causa escaras (profundas feridas causadas pela pressão do corpo no leito), uma enorme perda muscular com comprometimento motor, diminuição da capacidade respiratória, dores diversas e problemas de memória, dentre outros sintomas. Durante a hospitalização é necessário a realização de uma boa fisioterapia no leito, da melhor forma possível.  O nível desta fisioterapia dependerá da situação do paciente – se está totalmente sedado em uma UTI, ou se está num processo de hospitalização leve. Quando for uma hospitalização leve, o próprio paciente pode ajudar nos exercícios básicos, auxiliando a ação de um fisioterapeuta, mas, no outro caso, é necessário o uso de apoio externo com o auxílio de novas tecnologias disponíveis.

O uso da laser-terapia pode ajudar muito neste processo, pois após décadas de intensas e sucessivas experiências na chamada “reabilitação fotônica”, o método pode ajudar a dar um grande ganho ao paciente. Tratar o paciente enquanto hospitalizado já ajuda muito, evitando complicações no período de imobilização e mesmo nas consequências da doença.

Tratamentos fotônicos com sistemas de pressão negativa para dores e rigidez

Para os pacientes que já venceram a hospitalização, ou que, por outro lado, nunca estiveram no hospital, em muitos casos há necessidade de se proceder a uma reabilitação intensa para evitar as sequelas. Apesar de ainda não se saber tudo o que pode ocorrer, as reclamações de quem teve Covid e não foi hospitalizado são constantes.

A laser-terapia já é bem estabelecida, aprovada  pelos diversos órgãos regulatórios: ANVISA no Brasil, FDA nos EUA e em praticamente todos os órgãos oficiais no mundo, e tem sido uma excepcional adição nos tratamentos onde se busca redução de dor devido a processos inflamatórios. Além disto, os efeitos da laser-terapia no tratamento dos edemas, aumento da regeneração tecidual, estimulo às funções neurológicas e regeneração, remineralizarão óssea, aumento da tolerância dolorosa com liberações de endorfinas e auxilio à circulação, são efeitos altamente desejados para a reabilitação dos pacientes pós-Covid e que tenham sintomas diversos deixados pela doença.

Em alguns países, já houve mesmo relatos do uso da laser-terapia para auxiliar a desinflamação pulmonar. Muitos dos aparelhos de laser-terapia foram desenvolvidos em São Carlos, sendo que aqui na cidade estão sediadas as melhores empresas deste ramo e é de certa forma natural que existam, aqui, iniciativas para produzir dispositivos e protocolos que auxiliem estas reabilitações dos pacientes.

O Prof. Vanderlei Salvador Bagnato, pesquisador do IFSC/USP e desenvolvedor de tecnologias reabilitadoras a laser, está agora promovendo a formação de grupos de trabalho e parcerias com empresas para acelerar tecnologias e protocolos que permitam tratar, de forma adequada, os pacientes acima mencionados.

Segundo Bagnato, “a tecnologia a laser permite acelerar processos regenerativos e auxiliar os pacientes pós-Covid, sendo nossa obrigação disponibilizar tudo isso, realizar ensaios clínicos com seriedade e disponibilizar estes equipamentos e protocolos para a sociedade. Temos que evitar os “achismos” e partir para os fatos, com base cientifica comprovada. Reuniões de grupos de trabalho e realização de ensaios terão seu inicio muito em breve, para que rapidamente todas as tecnologias desenvolvidas possam chegar a estes pacientes, com rapidez. Temos diversas tecnologias desenvolvidas com lasers, inclusive a combinação de laser com pressão negativa e com ação ultrassônica, que deverão ser essenciais no tratamento dos efeitos deixados pela Covid”, conclui Bagnato.

O Centro de Pesquisa em Ótica e Fotônica (Cepof), alocado no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) está organizando o primeiro Workshop sobre Terapias modernas para o pós-Covid, estando para breve a divulgação desse evento.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

8 de junho de 2021

CePOF-IFSC/USP oferece bolsas de jornalismo científico

O Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF), sediado no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), oferece bolsas de Jornalismo Científico de níveis 2, 3 e 4 (JC-II, JC-III, JC-IV) para profissionais  interessados em fazer parte da equipe de difusão científica desse CePID de excelência da FAPESP.

O CePOF é um centro internacional de pesquisa, inovação e difusão sediado na Universidade de São Paulo e financiado pela FAPESP. O centro tem como objetivo desenvolver ciência básica e aplicada de fronteira e promover avanços tecnológicos na área de óptica e fotônica.

Para mais informações sobre esse Centro, clique AQUI.

Os bolsistas integrarão uma equipe formada por profissionais de várias áreas e terão que interagir com pesquisadores, cientistas e colaboradores do CePOF espalhados ao redor do mundo.

O objetivo dessa Bolsa de Jornalismo Científico consiste no desenvolvimento de várias atividades para otimizar a divulgação científica do CePOF nas redes sociais, como Facebook, Instagram e Youtube, e na mídia em geral, com vistas à elaboração de material de divulgação, notícias e reportagens capazes de aumentar o conhecimento da população sobre ciência e ressaltar a importância das pesquisas feita pelo CePOF. Para isso, os bolsistas precisarão produzir conteúdo inédito, com o objetivo de tornar os canais mais ativos e atrair mais público.

Além disso, o bolsista deverá planejar atividades e trazer novas ideias para melhorar todas as atividades de difusão já realizadas pelo nosso Centro.

Projeto: Para obter o financiamento, o bolsista deve apresentar um projeto, necessariamente de interesse do CePOF. Para facilitar a candidatura, haverá a oportunidade de uma reunião prévia do candidato com os coordenadores  de difusão do CePOF para discutir um pré-projeto. Para isso, é necessário escrever um correio eletrônico.

Bolsa e Obrigações:  A bolsa a ser concedida segue estritamente as exigências e requisitos do Programa José Reis de Incentivo ao Jornalismo Científico (Mídia Ciência), da FAPESP (VER AQUI). As obrigações do solicitante, de acordo com o edital da FAPESP, estão descritas na seção 10.

A avaliação da solicitação será inicialmente realizada pelos coordenadores  de difusão do CePOF e numa segunda etapa, pela FAPESP. Não serão consideradas solicitações que não atendam todas essas condições, estipuladas formalmente no edital publicado pela FAPESP (AQUI).

Duração: A duração da bolsa é de seis meses, renováveis por mais seis meses.

Local de trabalho: sede CePOF, IFSC/USP – São Carlos, SP

Os interessados em se candidatar à vaga devem marcar a reunião e enviar o projeto para euclydes@ifsc.usp.br  e  prata@ifsc.usp.br  até 15 de julho de 2021.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

8 de junho de 2021

Comprimindo o exoesqueleto do besouro diabólico

O besouro diabólico (Phloeodes diabolicus) – Crédito: Jesus Rivera/Kisailus Biomimetics and Nanostructured Materials Lab/University of California

Tecidos de várias espécies de animais e plantas desenvolveram estratégias eficientes para sintetizar e construir estruturas e compostos com propriedades mecânicas excepcionais.

Um exemplo impressionante é o exoesqueleto da asa dianteira do besouro diabólico (adjetivo inspirado por ele ter a cor e a forma do tinhoso, veja Figura). Essa asa, chamada de élitro, recobre e protege a parte posterior do seu corpo.  É extremamente dura. Um alfinete de aço não consegue penetrá-la 1 e nem um carro, passando por cima do besouro, consegue esmagá-lo 2.

O besouro diabólico vive no deserto e se alimenta do fungo que cresce na casca do carvalho. Há mais de 350.000 espécies de besouros terrestres, aquáticos e voadores. Muito embora o Phloeodes diabolicus tenha evoluído a partir de ancestrais voadores, hoje em dia eles não possuem mais essa capacidade.

Para se proteger de predadores, desenvolveram um élitro super-resistente, uma verdadeira armadura que recobre todo o seu corpo. Para se ter uma idéia, a densidade do exoesqueleto do besouro voador Trypoxylus dichotomus é de 0,51 g/cm3, cerca de metade da densidade de 0,97 g/cm3 do besouro terrestre Phloeodes diabolicus. Confiante na resistência dessa sua carapaça, o besouro diabólico, quando atacado, se finge de morto (tanatose).

Utilizando espectroscopia, microscopia e testes mecânicos in situ1, identificou-se, no exoesqueleto do besouro diabólico, uma estrutura em multiescala, com geometria elipsoidal e microestrutura laminada. Essa estrutura biológica torna o élitro do besouro extremamente robusto e resistente, com uma tensão crítica de 150 Newtons! Este valor é cerca de 4 vezes a força máxima que um homem adulto consegue fazer ao comprimir o dedo polegar contra o indicador.

Os dois élitros do besouro diabólico têm uma sutura medial permanente que consiste em uma série de lâminas entrelaçadas, que o tornam resistente ao esmagamento, mas que o impedem de voar. Essa sutura é uma junta mecânica muito robusta, geometricamente semelhante àquelas utilizadas em turbinas e em estruturas aeroespaciais (como as juntas Hi-Lok, que unem compostos de alumínio e carbono).

Os autores compararam as propriedades dessas juntas Hi-Lok com as do besouro diabólico. Os resultados demonstraram que a junta do besouro é melhor pois suporta pressões maiores. Além disso, a tensão é distribuída de maneira uniforme, o que evita uma eventual e repentina ruptura. É a natureza servindo de guia e inspirando a engenharia de materiais.

Referências:

1 J. Rivera et al.  Nature, volume 586, pag. 543 (2020)

https://doi.org/10.1038/s41586-020-2813-8

2 E. Pennisi

https://doi.org/10.1126/science.abf3519

*Físico, Professor Sênior do IFSC – USP

(Agradecimento: Sr. Rui Sintra da Assessoria de Comunicação)

Assessoria de Comunicação -IFSC/USP

6 de junho de 2021

Produção científica do IFSC/USP no mês de maio de 2021

Para ter acesso às atualizações da Produção Científica cadastradas no mês de maio de 2021, clique AQUI, ou acesse o Repositório da Produção USP (AQUI).

A figura ilustrativa foi extraída do artigo publicado recentemente, por pesquisador do IFSC, no periódico Applied Physics Reviews (VER AQUI).

 

 

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

 

2 de junho de 2021

Oportunidade de bolsa de pós-doutorado na USP-São Carlos

Encontra-se disponível uma vaga de pós-doutorado para pesquisador(a) nas áreas de ciências da computação, química, física ou farmácia, com bolsa INCT/CAPES.

A bolsa, com início imediato e vigência de 12 meses, tem valor mensal de R$ 4.100,00.

O projeto tem como foco diversas atividades de programação e implementação de ferramentas computacionais para estudos com bases de dados de química medicinal e produtos naturais (VER AQUI) , e envolve uma colaboração entre os grupos coordenados pela Profa. Dra. Vanderlan S. Bolzani, do Instituto de Química da UNESP-Ar, e o Prof. Dr. Adriano D. Andricopulo, do Instituto de Física de São Carlos da USP.

Os candidatos devem possuir o título de Doutor e experiência em quimioinformática e linguagens de programação, além de ótima capacidade para trabalhar em equipes interdisciplinares.

Os interessados devem enviar uma breve carta de motivação e o link do Currículo Lattes para o e-mail: mariliava@gmail.com.

As inscrições permanecerão abertas até que a vaga seja preenchida.

As atividades do projeto serão desenvolvidas no Laboratório de Química Medicinal e Computacional (LQMC) do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC/USP).

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

2 de junho de 2021

Programa de pré-aceleração de startups de base científico-tecnológica

O Núcleo de Empreendedorismo da USP São Carlos (NEU-SC) está promovendo seu primeiro programa de pré-aceleração de startups de base científico-tecnológica (deeptechs) da Universidade de São Paulo.

Gratuito e com certificação, o programa ensina metodologias de validação de problema, solução, modelo de negócios e mercado, auxiliando na investigação de problemas existentes e sua solução por meio do conhecimento aplicado e expertise de laboratório.

Os participantes terão a oportunidade de aprender conteúdos introdutórios sobre inovação, descoberta de clientes, dimensionamento e estimativa de mercados potenciais, propriedade intelectual, transferência de tecnologia, princípios de vendas e de marketing, pitching, estratégia corporativa, governança e cultura, finanças para startups, aspectos legais e jurídicos de abertura de empresas, mecanismos de fomento e de levantamento de capital, além de fundamentos de negociação.

As inscrições podem ser feitas até dia 6 de junho, pelo formulário disponível AQUI.

Para obter mais informações (@neusaocarlos), clique AQUI.

Conheça um pouco mais sobre as origens do Vale do Silício, sua forte relação com a ciência/P&D e o trabalho do Núcleo, clicando AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

 

2 de junho de 2021

Prof. Vanderlei Bagnato é o novo editor-chefe das revistas “Laser Physics” e “Laser Physics Letters”

O docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Vanderlei Salvador Bagnato, foi recentemente indicado para assumir as funções de editor-chefe das revistas científicas internacionais “Laser Physics” e “Laser Physics Letters”, através de proposta das respectivas mesas diretoras editoriais daquelas publicações.

As duas revistas são publicações científicas mensais, revisadas por pares, apresentando comunicações curtas e rápidas nas áreas de óptica fundamental e física de laser, e aplicação de lasers em ciências inter-relacionadas.

O Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) parabeniza o docente por suas novas funções.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

2 de junho de 2021

Ciência brasileira de luto: IFSC Se despede de seu fundador “Prof. Sérgio Mascarenhas”

Estamos em profunda tristeza, perdemos um de nossos membros mais expressivos e responsável por grandes avanços da física brasileira. Não exageramos em dizer que foi um dos grandes responsáveis pelo crescimento científico de São Carlos e de muitos outros ao redor do Brasil.

Fundador do Instituto de Física de São Carlos, da unidade Embrapa de instrumentação, mentor sempre motivado e motivando, grande conhecedor das necessidades científicas do país, usou todos os momentos de sua vida para ser útil. Incansável e desbravador, propôs ideias e elevou a ciência brasileira através de seus feitos e relacionamentos com o exterior. Formou inúmeras pessoas que acabaram sendo fundamentais no desenvolvimento do país. Foi inovador desde o início, mesmo antes de falarmos sobre isto, já usava o conhecimento científico como ferramenta essencial para o desenvolvimento. Fundamental em propostas a nível nacional, sempre foi admirado e nunca mediu esforços para mudar o panorama brasileiro. Inconformado com a grande desigualdade social no Brasil, lutou sempre para que a ciência fosse o veículo da mudança deste quadro.

Tristes, temos que continuar a caminhada traçada pelo Prof. Sergio Mascarenhas, esta é a forma de tornarmos imortal este grande cientista.

(Vanderlei S. Bagnato , diretor do IFSC – que só existe devido a este grande cientista)

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Sérgio Mascarenhas de Oliveira (Rio de Janeiro, 2 de maio de 1928 — Ribeirão Preto, 31 de maio de 2021) foi um físico-químico brasileiro que, além de ter pesquisas relevantes em diversas áreas, como na medicina, foi o responsável por trazer um grande desenvolvimento social, científico e tecnológico para o Brasil. Recebeu diversos prêmios como a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico(2002). Foi professor visitante de algumas das principais universidades do mundo, como Princeton, Harvard e MIT, entre outras.

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O corpo será velado entre as 13h30 e as 15h30 de hoje (01/06), no “Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas”, do IFSC/USP, com rápida passagem em fluxo contínuo, seguindo todos os protocolos de biossegurança, com acesso pelas portas externas.

O enterro está marcado para as 16h00, no Cemitério Nossa Senhora do Carmo, em São Carlos.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

2 de junho de 2021

Bolsa de pós-doutorado CAPES em França – “Átomos, fótons e suas interações”

A CAPES está lançando oportunidade para um candidato que esteja interessado e motivado para realizar um estágio de pós-doutoramento no grupo de Mathilde Hugbart e Robin Kaiser http://www.kaiserlux.de/coldatoms  em Nice (França), para trabalhar na detecção e análise de correlações na luz espalhada por átomos frios.

Correlações quânticas fornecerão informações sobre características não clássicas induzidas por acoplamento dipolo-dipolo, abrindo caminho para novos estudos de sistemas quânticos abertos. As flutuações clássicas serão exploradas para encontrar assinaturas experimentais de localização de Anderson de luz por átomos frios, como atualmente explorado no grupo por um projeto financiado ERC, usando átomos de itérbio resfriados a laser.

A duração da estadia em Nice será de 12 meses, e o candidato seleccionado beneficiará de uma bolsa CAPES no valor de 2.100 euros / mês, bolsa de instalação e despesas de deslocação, no âmbito de um projecto STIC-AmSud.

O candidato pode ser experimentalista ou teórico, e a experiência em física ou óptica atômica é uma vantagem.

De acordo com as regras da CAPES, o candidato deve ser brasileiro, ou ter visto permanente no Brasil.

Prazo para inscrições: 01/08/2021

Início da internação pós-doutoral: Entre 01/11/2021 e 01/04/2022.

Os candidatos interessados deverão enviar seu currículo para bachelard.romain@gmail.com

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

2 de junho de 2021

No IFSC/USP: Oportunidade de Pós-doutoramento com Bolsa Fapesp

O IFSC/USP procura candidatos  interessados em realizar pós-doutorado, junto ao Projeto Temático “Filamentos de septinas: estrutura, polimerização e atuação em patologias”, desenvolvendo um dos seguintes projetos:

Pós-doutorado em Microscopia Eletrônica de septinas: com foco em estudos estruturais buscando a melhor resolução para um heterocomplexo de septinas usando crio-ME como principal técnica. Microscopia eletrônica por contrastação negativa, MALS e SAXS, também poderão ser utilizados na determinação do estado de oligomerização, forma e homogeneidade dos complexos.

Pós-doutorado em Cristalografia de septinas: esta proposta visa resolver estruturas cristalográficas de diversas combinações de septinas, humanas e de diferentes espécies, para contribuir com detalhes de seletividade específica entre pares de septinas e complexos compostos por 3 ou 4 subunidades.

Os candidatos devem possuir título de Doutor obtido há no máximo 7 anos e experiência comprovada em Biologia Estrutural. Esta oportunidade está aberta a candidatos de qualquer nacionalidade. Os interessados deverão enviar, até 19/06/2021, para o coordenador do projeto, Richard C. Garratt (richard@ifsc.usp.br), os seguintes documentos para inscrição:

– Carta apresentando seu interesse, destacando em qual das vagas tem interesse;

– Um CV resumido, apresentando a formação acadêmica, publicações, e informações que comprovem a sua experiência científica na área do projeto;

– Carta de recomendação.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

2 de junho de 2021

Aluna do IFSC/USP conquista prêmio na área de Ciências Biológicas

“Nunca me passou pela cabeça ganhar este prêmio, mas fiquei muito feliz. Ele é para mim um grande estímulo para seguir em frente com meus estudos e pesquisas, principalmente na área de Biofotônica”

A aluna Maria Júlia de Arruda Mazzotti Marques (25), aluna de mestrado em Física Biomolecular do IFSC/USP, foi a vencedora do prêmio na área de Ciências Biológicas – modalidade “Flash Talks”/Internacional  – promovido pela Pró-Reitoria de Pesquisa da USP durante o “28º Simpósio Internacional de Iniciação Científica e Tecnológica da USP (SIICUSP). Este trabalho foi eleito por uma comissão formada por docentes escolhidos pela própria Pró-Reitoria de Pesquisa da Universidade de São Paulo.

Maria Júlia escreveu seu trabalho de Iniciação Científica para o SIICUSP em 2020, depois de ter finalizado seu curso de bacharelado em Ciências Físicas e Biomoleculares em nosso Instituto e ingressar em seu mestrado, em Física Biomolecular no Grupo de Biofotônica do IFSC/USP. “Após ter apresentado esse trabalho no SIICUSP, ele foi escolhido para a fase posterior da competição – internacional -, tendo a oportunidade de participar na modalidade “Flash Talks”. Esta modalidade é composta por vídeos curtos (90 segundos) produzidos pelos próprios participantes do evento e têm o objetivo de explicar, com linguagem acessível para um público leigo, os trabalhos de Iniciação Científica dos alunos indicados para essa etapa internacional”, salienta Maria Júlia.

Maria Júlia apresentando seu trabalho na UNICAMP (2019)

O trabalho premiado, subordinado ao título Avaliação da resposta da terapia fotodinâmica em modelos 3D de tumor de mama empregando a espectroscopia Raman, consiste em usar tumores 3D feitos em laboratório de cultura de células, com nanopartículas, usando células de câncer de mama. Aí, Maria Júlia e restante equipe fez sessões de Terapia Fotodinâmica, cujos resultados foram avaliados posteriormente com Espectroscopia Raman. “ Nosso foco foi observar o que estava acontecendo em termos de mudanças bioquímicas. Aí, recolhemos os dados e fizemos as necessárias comparações com o que está mencionado na literatura. Foi um trabalho árduo que fizemos entre os anos de 2018 e 2020 – período que correspondeu ao meu projeto de Iniciação Científica, durante meu curso de bacharelado em Ciências Físicas e Biomoleculares”, enfatiza Maria Júlia, que pretende continuar suas pesquisas no futuro, mas em outra área igualmente na saúde. “Acho que agora é hora de entrar em outra vertente, igualmente com a utilização da Terapia Fotodinâmica, para agora estudar sua aplicação para tratar osteorradionecrose – uma infeção que usualmente aparece no tecido ósseo da boca, sendo resultante de efeitos colaterais do uso de radioterapia em câncer de cabeça e pescoço. Nesses casos, ainda sem cura, trata-se de uma doença na qual o osso irradiado torna-se desvitalizado e exposto através da perda da integridade da pele e da mucosa, persistindo sem cicatrização. Nosso intuito é estudar o uso da Terapia Fotodinâmica para tratar essas lesões em modelo animal, para uma possível aplicação clínica no futuro e aí futuramente restituir a qualidade de vida aos pacientes”, conclui Maria Júlia.

Confira AQUI o trabalho apresentado pela aluna no formato “Flash Talks”.

Para conferir o trabalho publicado, clique AQUI.

Sobre o SIICUSP:

O Simpósio Internacional de Iniciação Científica e Tecnológica da USP – SIICUSP é um evento anual, que tem como objetivo divulgar os resultados dos projetos de iniciação à pesquisa científica e tecnológica realizados por alunos de graduação da USP, bem como de outras instituições nacionais e internacionais.

Visa, também, contribuir para o desenvolvimento de competências necessárias à pesquisa acadêmica, promovendo a oportunidade de interação entre pesquisadores de todos os níveis e áreas, e fomentando a colaboração e a pesquisa multidisciplinar na Universidade de São Paulo.

Desde 2014, o SIICUSP é composto de duas fases. Na primeira, cada Unidade, ou grupo de Unidades, organiza seu próprio  evento, com trabalhos de sua área específica. Os estudantes apresentam seus projetos para uma comissão avaliadora, que indica os que forem melhor avaliados para a segunda fase, denominada “Etapa internacional”. Nessa fase, os estudantes selecionados têm a oportunidade de apresentar seus trabalhos novamente, em evento com participação de todas as áreas do conhecimento, na Cidade Universitária – São Paulo.

A programação do evento é aberta a todos os estudantes, docentes, pesquisadores e público geral interessado. Estudantes de universidades estrangeiras também participam, apresentando seus projetos, selecionados por comitês de sua instituição.

Para obter mais informações sobre o SIICUSP, clique AQUI.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

30 de maio de 2021

Pesquisador do IFSC/USP é homenageado pelo “The Journal of Physical Chemistry C”

O docente e pesquisador de nosso Instituto, Prof. Hellmut Eckert, foi homenageado no passado dia 06 de maio numa edição especial do “The Journal of Physical Chemistry C” (“Festschrift”), relativamente às comemorações do seu 65º aniversário e ao conjunto de sua obra ao longo de quarenta e cinco anos de atividade científica.

Nesta edição especial, “The Journal of Physical Chemistry C” reuniu cinquenta e três artigos científicos da autoria de nosso pesquisador, na área de Ressonância Magnética, um reconhecimento importante dado pela comunidade internacional da área de Materiais.

O Professor Eckert formou-se (Diplomchemiker, 1978) e obteve seu PhD (Dr. rer. Nat., 1982) em Físico-Química na Westfälische Wilhelms Universität Münster (WWU).

Foi professor de Química na Universidade da Califórnia, Santa Bárbara (1987-1996), antes de aceitar uma cadeira (C-4) em Físico-Química na WWU Münster. Ele é o fundador e presidente da NRW Graduate School of Chemistry, estabelecida na WWU em 2001.

Publicou mais de 500 artigos na área de desenvolvimento de técnicas de NMR de estado sólido e aplicações em Ciências de Materiais e levou cerca de 70 alunos de pós-graduação a seus doutorados em Físico-Química.

Atualmente, orienta um grupo de 6 alunos de graduação e pós-doutorandos que realizam pesquisas nesta área. Ele é um dos editores fundadores da Ressonância Magnética Nuclear de Estado Sólido do Elsevier-Journal e atuou como Editor-Chefe de 2010 a 2017. Foi Editor Associado do periódico Chemistry of Materials da ACS de 1998-2011.

Desde 2006, é membro da Northrhine Westphalian Academy of Sciences. Atua nos comitês de seleção do programa de pós-doutorado Georg-Forster e do prêmio Georg-Forster da Fundação Alexander-von-Humboldt e do programa de pós-doutorado conjunto Humboldt / CAPES.

Em 2011 tornou-se docente do Instituto de Física de São Carlos, IFSC/USP.

Em 2016, recebeu o Prêmio George Morey da American Ceramic Society.

Para conferir a publicação, clique na figura abaixo.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

30 de maio de 2021

Momento atual e o futuro do fomento a projetos e Pós-Graduação em SP

No dia 31 de maio, entre as 10h00 e 12h00, a FAPESP realiza, em colaboração com  as Universidades Públicas Paulistas,u m importante encontro remoto onde se discutirá o momento atual e o futuro do fomento a projetos e pós-graduação em SP, com a participação do Prof. Luiz Eugênio e assessores adjuntos da FAPESP.

O evento destaca a importância do trabalho  em conjunto – agências financiadoras e universidades -, neste momento atípico de pandemia, para que se possam otimizar a pesquisa e a formação de pós-graduandas(os) em São Paulo.

Para participar neste evento, clique AQUI.

27 de maio de 2021

Grupo promove integração e permanência de alunas nos cursos de ciências exatas

A probabilidade de mulheres concluírem o bacharelado na área de ciências é de 18% de acordo com uma pesquisa divulgada pela Organização das Nações Unidas (ONU). Quando se trata de mestrado e doutorado, este número cai para menos de 10%. A baixa incidência do público feminino nas carreiras científicas pode ser explicada, segundo a organização internacional, por fatores históricos e culturais — os mesmos que explicam salários mais baixos em relação aos homens e a falta de representatividade em cargos altos dentro de empresas.

Também, acredita-se que os dados refletem a falta de apoio familiar, de amigos e até das próprias instituições de ensino, o que fez a ONU definir como uma das metas da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável a busca pelo acesso e participação feminina de forma igualitária na ciência.

Maria Julia Marques

Quando Maria Julia Marques começou a graduação em Ciências Físicas e Biomoleculares no Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP, percebeu que a proporção total de alunos homens era muito maior que a de mulheres. A estudante, que hoje é mestranda em Física Biomolecular, concorda que a predominância masculina dentro dos cursos de ciências exatas pode afetar o desempenho das meninas. “Eu presenciei alguns casos de machismo durante a graduação. Também cheguei a ver desistência dentro dos cursos, acredito que pela falta de acolhimento e de apoio para essas meninas. A predominância masculina é até no corpo docente, temos muito mais professores homens do que mulheres.”

A experiência de Maria Julia faz parte desse quadro mundial, pois na USP a situação não é diferente. O Anuário Estatístico de 2020 aponta que as mulheres representam menos de 30% do total de alunos matriculados nos cursos de ciências exatas ou nas carreiras relacionadas ao STEM – sigla em inglês para ciência, tecnologia, engenharia e matemática.

Foi pensando em ampliar a permanência das mulheres nos cursos de graduação em ciências exatas que alunas, pesquisadoras e professoras voluntárias do IFSC idealizaram o grupo Minas do IFSC, no início deste ano. A ideia é construir um espaço de inclusão, apoio e acolhimento para alunas recém-chegadas, num espaço onde possam compartilhar dúvidas, experiências e ideias com outras alunas da graduação e da pós-graduação.

Profª Tereza Cristina da Rocha Mendes

“Dentro de um espaço majoritariamente masculino, queremos ajudar meninas que estão chegando na graduação a terem confiança de que estão no lugar certo”, destaca a professora Tereza Cristina da Rocha Mendes, coordenadora do projeto Minas do IFSC. “Não é um canal para divulgar a ciência feita por mulheres, mas sim um espaço para unir as graduandas — principalmente as calouras, ainda mais agora na pandemia — que estão inseguras com a escolha do curso. Com as palestras, vamos apresentar cientistas e pesquisadoras inspiradoras a essas jovens.”

O grupo também funciona como um “fórum virtual”, por meio do Discord — plataforma de comunicação instantânea, que troca mensagens de texto, áudio e vídeo. É por lá que as mulheres se reúnem para bate-papos e enviam comunicados sobre as atividades e encontros. As alunas também promovem eventos como palestras com pesquisadoras e cientistas, que são transmitidas pelo Youtube, sessões de cinema — chamadas CineMinas — e debates.

As participantes do projeto também promovem o “amadrinhamento” das calouras, em que alunas mais velhas se conectam com as recém-chegadas. A intenção é que esse contato possibilite maior apoio e acolhimento e fortaleça a relação entre as estudantes.

“Quando eu entrei no IFSC, em 2015, senti a necessidade de ter um grupo de apoio às meninas recém-chegadas. Um lugar em que a gente possa compartilhar histórias e conversar tanto sobre a graduação, quanto sobre a vida”, lembra Maria Julia, acrescentando que ficou muito feliz quando convidada a participar do grupo Minas do IFSC. “Fiquei muito honrada e feliz com o convite! Aceitei na hora. Estou amando ter contato com outras alunas da graduação e da pós-graduação, que eu ainda não conhecia, além de poder conhecer outras pesquisadoras do País.”

Para participar do grupo, basta entrar em contato com as alunas por meio da página do  Facebook, Instagram (@minasdoifsc), ou canal do Discord. Mais informações podem ser encontradas na plataforma do projeto em: www.ifsc.usp.br/~lattice/minas.

(Victoria Borges – Jornal da USP / Imagens Jornal da USP)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

26 de maio de 2021

A história do vidro contada em “Mulheres na Ciência” – Profª Andréa de Camargo (IFSC/USP)

Uma abordagem sobre a história do vidro é contada em um interessante vídeo publicado no canal “Mulheres na Ciência” (Youtube), através da docente e pesquisadora do IFSC/USP, Profª Andréa de Camargo.

Vale a pena assistir a este vídeo, como também vale a pena se inscrever no canal “Mulheres na Ciência”.

Clique na imagem abaixo para acompanhar a história do vidro.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

26 de maio de 2021

Aluna e docente do IFSC/USP são premiados internacionalmente pela SPIE

A aluna de nosso Instituto, Natália Portes de Oliveira, foi distinguida recentemente com uma bolsa de estudos no valor aproximado de (USD) 3.000,00 pela Associação Internacional em Óptica e Fotônica (SPIE), sediada em Washington (EUA), sendo a única brasileira dentre os cerca de outros setenta estudantes selecionados em todo o mundo.

Segundo os responsáveis pela SPIE, esta bolsa de estudos é uma forma de incentivar a jovem aluna a continuar seus estudos, atendendo à contribuição que a jovem tem dado até agora, de forma destacada, para os estudos e pesquisas nas áreas de óptica, fotônica e áreas correlatas.

Docente distinguido

Por outro lado, também o docente e pesquisador de nosso Instituto, Prof. Sebastião Pratavieira, foi distinguido pela SPIE com a atribuição do título “Campeão da Comunidade SPIE”, uma distinção internacional que é atribuída a pesquisadores da área de óptica e fotônica, em início de carreira, que tenham já contribuído de forma destacada com trabalhos junto à associação.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

25 de maio de 2021

Vidro – impressão 3D e miniaturização

Por: Prof. Roberto N. Onody *

Sabe-se que o vidro já era conhecido no Egito e na Mesopotâmia cerca de 3.500 anos A.C. É, portanto, um dos materiais mais antigos usados pela humanidade. Seu componente químico preponderante é o dióxido de silício, ou sílica, que se funde à temperatura aproximada de 2.000 oC (para silicatos, a temperatura de fusão é menor, cerca de 1.500 oC). Ao longo do tempo, várias técnicas foram desenvolvidas que permitem dar diferentes formas ao vidro – da forma utilitária à forma artística.

No mundo, são produzidos, anualmente, mais do que 120 milhões de toneladas métricas de vidro. Fabricando desde garrafas e fibras óticas, até as telas touchscreens de smartphones. Muito embora o vidro tenha ótimas propriedades óticas, térmicas e mecânicas, sua grande desvantagem econômica, está na necessidade de altas temperaturas para sua confecção. Daí a preferência de utilização de polímeros termoplásticos na produção, por exemplo, de microlentes e de modernos instrumentos biomédicos.

Uma outra vantagem dos produtos manufaturados com polímeros, é a possibilidade de sua produção em larga escala industrial, utilizando a técnica da moldagem por injeção, que é rápida e econômica. Para polímeros termoplásticos, essa técnica requer temperaturas moderadas de cerca de 200 a 250 oC.

Em 2017, um grupo de pesquisadores da Universidade de Friburgo 1 adaptou uma impressora 3D para imprimir vidro, em vez de metais ou plásticos. Utilizando um polímero misturado a nanopartículas de sílica, eles imprimiram a mistura em várias formas e com tamanhos variando de 100 a 200 micrômetros (Figura 1). Depois de curar o polímero com luz ultravioleta, eles aqueceram o sistema a cerca de 800 oC, eliminando o polímero e fundindo a sílica para a obtenção do vidro.

Figura-1: a) Micro estereolitografia do portão de um castelo (barra de escala = 270 µm). b) Micro litografia de um chip microfluídico (barra de escala na inserção = 200 µm). c) Microestrutura de difração ótica. Embaixo – padrão de projeção quando ela é iluminada com luz laser verde (barra de escala = 100 µm). d) Microlentes fabricadas usando litografia cinza (barra de escala na inserção = 100 µm). 1 µm = 1 micrômetro = 10 – 6 m (Crédito: Kotz F. et al.1)

As peças de vidro assim obtidas, tinham um valor muito baixo do coeficiente de expansão térmica (da ordem de 5,2 10 -7/oC, para temperaturas entre 20 e 600 oC). Em outras palavras, tinham alta resistência a choques térmicos. Além disso, nenhuma delas apresentou qualquer alteração das suas propriedades óticas, quando atacadas quimicamente por ácidos, álcool, etc.

Muito embora, a miniaturização, a complexidade e a qualidade das peças tenham despertado a atenção da indústria, a necessidade de fazer individualmente cada peça, tornava a técnica pouco atrativa.

Seguindo essa mesma linha de usar impressoras 3D para fabricar vidro, Nguyen et al. 2 adaptaram uma técnica chamada DIW (Direct Ink Writing). Ela consiste em acrescentar, camada sobre camada, a tinta que é extrudada por um bico sobre a superfície de Teflon (Figura 2). A tinta é uma mistura de nanopartículas de sílica com o líquido tetraglime (tetraetileno glicol dimetil éter). Muito sensível é a escolha da proporção dessa mistura, pois ela deve permitir que a tinta mantenha a sua forma, após a deposição, e que ela seque, sem trincar.

 

Figura-2: Processo de impressão 3D do vidro: a) A tinta sílica-tetraglime é extrudada com a resolução desejada (barra de escala = 500 µm). b) A tinta é impressa, com a geometria escolhida, sobre uma malha de Teflon (barra de escala = 5 mm). c) A tinta é secada, deixando sobre o Teflon, uma forma compacta e porosa de sílica e substâncias orgânicas. d) Tratamento térmico de 600oC elimina os resíduos orgânicos e de 1.500oC sinteriza um vidro transparente e de alta qualidade (Crédito: Nguyen T et al.2)

Em 2018, Kotz et al. 3 investigaram a utilização de Glassomer, um nano composto de sílica que é solido à temperatura ambiente. Esse material pode ser utilizado em moldes de polímeros (que já existem em escala industrial) e com técnicas de manufaturas subtrativas (Figura 3).

 

Figura-3: Manufatura subtrativa utilizando Glassomer: a) Esculpindo a forma desejada, manualmente. b) Separação térmica a 600 oC, deixando apenas sílica que é, então, fundida a 1.300 oC (barra de escala = 1,3 cm) (Crédito: Kotz F. et al.3)

Muito embora as técnicas descritas acima permitam produzir vidros miniaturizados de alta qualidade e com várias geometrias, a sua manufatura é individual e lenta. A indústria anseia produzir vidro em grande escala e com baixo custo. No mundo dos plásticos, esses objetivos são atingidos utilizando-se a técnica de moldagem por injeção.

Figura-4: A e B – Mais de 200 peças (~brancas) feitas por moldagem por injeção. Elas foram produzidas a uma velocidade de 1 peça a cada 5 segundos. Após sinterizadas, elas se tornam vidros transparentes. C, D e E – exemplos de estruturas macroscópicas complexas construídas pelo processo de moldagem por injeção (barras de escala – 10 mm) (Crédito: Mader M. et al. 4)

Em abril de 2021, Mader M. et al.4 , utilizaram nanopartículas de sílica misturadas com polietileno glicol (PEG) e polivinil butiral (PVB). A proporção dos componentes faz com que a mistura tenha a consistência de uma pasta de dente. Esta pasta é então, injetada em moldes com a geometria desejada. Toda essa parte é feita à temperatura ambiente (Figura 4).

Em seguida, usa-se água para retirar o PEG. Isso deve ser feito cautelosamente, para não trincar o material. Para queimar e eliminar o PVB, eleva-se a temperatura para 600 oC e finalmente, para fundir a sílica, eleva-se a temperatura para 1.300 oC. O resultado é um vidro transparente e de alta qualidade. Segundo os autores, esse processo traz uma economia de 60% na produção de vidros.

*Físico, Professor Sênior do IFSC – USP

(Agradecimento: ao Sr. Rui Sintra da Assessoria de Comunicação)

Referências:

1 Kotz F. et al. Nature volume 544, 337–339(2017)

https://doi.org/10.1038/nature22061 

2 Nguyen T et al. Adv. Mater. 29, 1701181 (2017)

https://doi.org/10.1002/adma.201701181

3 Kotz F. et al., Adv. Mater. 30, 1707100 (2018) 

https://doi.org/10.1002/adma.201707100

4 Mader M. et al.  Science, Vol. 372, Issue 6538, 182-186 (2021)

https://doi.org/10.1126/science.abf1537

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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