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25 de agosto de 2022

Antonio Carlos Quinto e Tabita Said estarão à frente da nova editoria de Diversidade e Inclusão do Jornal da USP

Desde que a USP passou a adotar as cotas como política afirmativa em 2016 – antes, em 2006, colocou em prática o **Inclusp – muita coisa aqui pelos lados da Cidade Universitária, no campus Butantã, mudou. Neste 2022, mais notadamente, é possível perceber os efeitos de uma mudança que se faz necessária… sempre se fez, aliás! É um caminho sem volta… sem retrocessos. É o trajeto para um futuro esperançoso de autoafirmações aos que, até então, sentiam-se impedidos, esquecidos, excluídos. É o caminho para uma sociedade mais justa.

A empreitada em direção à maior inclusão das diversidades nesta Universidade exige que todas e todos se dispam de velhos estereótipos e reconheçam que o momento é ímpar. A atual administração da USP, com o reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior e a vice-reitora Maria Arminda do Nascimento Arruda, parte de forma determinada nesta direção, com a criação da Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento (PRIP), em maio deste ano, para centralizar e coordenar as ações da USP voltadas para as políticas afirmativas e de permanência, agregando-as às atividades de ensino, pesquisa e extensão. No mesmo passo e ritmo, a Superintendência de Comunicação Social inaugura no Jornal da USP – que veicula diariamente pela internet as principais informações desta Universidade – a editoria de Diversidade e Inclusão, que passa a integrar a publicação junto às outras editorias já estabelecidas: CiênciasCulturaAtualidades, Universidade e Institucional.

A missão desta nova editoria é dar espaço à diversidade, de uma forma ampla, seguindo a linha editorial deste jornal, que foi fundado em 1985. Pretendemos mostrar ao leitor os quadros fiéis dos principais movimentos desta iniciativa… que é sem volta! Que é sem retrocesso! Nada é mais motivador no exercício jornalístico que o desafio, seja ele qual for. E será um desafio e um aprendizado diário acompanhar as mudanças de paradigmas que já acontecem neste cotidiano, de forma tão rápida, mas para o qual pretendemos estar atentos e de olhos bem abertos. Afinal, será um aprendizado. Assim consideramos que seja o jornalismo em sua essência: reportar os fatos e trocar experiências e aprendizados!

Quer observar? Pois faça uma de suas refeições – café da manhã, almoço ou jantar – num dos restaurantes universitários aqui do campus Butantã, na capital. Verás o que sempre viu: estudantes, funcionários e visitantes, por vezes. Mas há algo de novo, como a maior presença negra entre os frequentadores, um dos aspectos que mostram o quanto a USP vem se diversificando.

São novos ares que respiramos por aqui. O que mudou? Sendo também um reflexo da sociedade, a Universidade que outrora se estendia a uma elite paulistana e brasileira, agora abre suas portas para todas, todos e todes. E podemos dizer que é extensivo a todos os campi da USP. Com estes “novos ares”, os modos vão se modificando e os semblantes vão tomando formas e cores que, para muitos, eram até então desconhecidos. É perceptível também a mudança dos comportamentos, inclusive, nos objetos e autores das pesquisas recentes aqui desenvolvidas. Pesquisa que sustenta o desenvolvimento, a inovação, a produção e a reprodução do conhecimento para melhorar a vida dos brasileiros. Enfim, não haverá retrocesso! Não caberá retrocesso! Não há como pensar em retrocesso!

Mas sabemos que ainda é necessário muito mais. Ampliar o acesso, fortalecer a permanência e criar um ambiente de troca e resistências, para que a Universidade possa oferecer à sociedade os frutos de uma pesquisa científica que responda à diversidade da sociedade brasileira. O lugar de negro – espaço ocupado por Lélia Gonzalez e ocultado a tantas outras mulheres pretas -, o lugar de mulher – ainda inacessível e duramente percorrido – o lugar das pessoas com deficiência, das pessoas periféricas, das LGBTQIA+ e de estudantes da escola pública será a Universidade. Como sempre foi, como sempre deveria ter sido.

A nova editoria tratará de temas relacionados às diversidades, inclusão social e questões étnico-raciais.

Acompanhe AQUI ou pelo e-mail: ediversi@usp.br

** Pelo Programa de Inclusão Social da USP (Inclusp), os candidatos ao vestibular de escolas públicas recebiam bônus (aumento) na nota da primeira fase e na nota final do vestibular da Fuvest. A porcentagem de bônus podia chegar a 25%, dependendo do grupo em que o candidato se inseria. Embora tenha sido a última Universidade estadual paulista a aderir às cotas, em 2021 a USP registrou o índice de 51,7% de alunos matriculados oriundos de escolas públicas em seus cursos de graduação e, dentre eles, 44,1% autodeclarados pretos, pardos e indígenas (PPI). Com a implementação da Comissão de Heteroidentificação no vestibular, a Universidade começará, já a partir do vestibular 2023, a apurar e agir sobre os casos de fraudes racial e socioeconômica na autodeclaração de pertencimento ao grupo PPI. 

Os editores

Antônio Carlos Quinto é jornalista

Nascido em São Paulo, graduado em Comunicação Social pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) em 1983, será o editor da nova seção. Seu trabalho como jornalista na USP começa em 1995, na Coordenadoria de Comunicação Social (CCS) – hoje Superintendência de Comunicação Social (SCS) -, quando foi designado a atuar na então recém-criada Agência USP de Notícias. Lá exerceu a função de repórter, até se tornar diretor da mídia em 2000. Em paralelo à direção da Agência, produziu para a Rádio USP os informativos No Ar, Agência USP de Notícias, boletins com três minutos de duração contendo os resumos das pesquisas veiculadas na mídia. Na Agência USP de Notícias permaneceu como diretor até a sua incorporação ao Jornal da USP, em 2 de maio de 2016. Desde janeiro de 2018, o jornalista produz e apresenta, na Rádio USP, junto com sua colega e também jornalista Roxane Ré, o podcast Os Novos Cientistas, com entrevistas de novos pesquisadores da USP sobre os resultados de suas pesquisas.

Tabita Said é jornalista

Nascida na periferia da zona leste de São Paulo, graduada em Jornalismo pela Universidade Bandeirante de São Paulo (2008), especializada em Mídia, Informação e Cultura pelo Centro de Estudos Latino-Americanos sobre Cultura e Comunicação da ECA/USP (2013), será a subeditora da nova seção. Foi assessora de comunicação na Secretaria de Segurança Pública do Estado e na Secretaria de Estado da Educação, ambas na capital paulista. Na Universidade há 11 anos, trabalhou na comunicação da Prefeitura do Campus da Capital e no Núcleo de Divulgação Científica. Lá, participou da criação das mídias do Ciência USP e do Canal da USP no Youtube, exercendo a função de repórter de ciências. Atuando na reportagem multimídia, produziu vídeos, podcasts e conteúdo para o público e para a mídia especializada. Participou da equipe audiovisual do Jornal da USP e atualmente tem produzido reportagens sobre projetos, coletivos e pesquisas da Universidade.

(In: “Jornal da USP” / Imagens: “People Matters” / Marcos Santos – USP Imagens)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

24 de agosto de 2022

Reitoria restringe o uso de máscara nos campi da Universidade

A Reitoria divulgou ontem, dia 23 de agosto, um comunicado à comunidade universitária sobre a não obrigatoriedade do uso de máscara nos ambientes fechados da Universidade. De acordo com o texto, o uso fica restrito apenas ao transporte coletivo e aos serviços de saúde dos campi.

Leia, a seguir, a íntegra do comunicado assinado pelo reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior.

Comunicado da Reitoria sobre uso de máscara nos campi – 23/08/2022

Considerando:

– a evolução favorável da pandemia da covid-19 no Estado de São Paulo, com redução sustentada do número de casos, hospitalizações e óbitos pela doença nas últimas semanas;

– a redução do número de afastamentos pela covid-19 entre membros da comunidade universitária;

E ouvida a Comissão Assessora de Saúde, a Reitoria da USP estabelece que, a partir do dia 24 de agosto, o uso obrigatório de máscaras em ambientes fechados da Universidade fica restrito apenas ao transporte coletivo e aos serviços de saúde dos campi.

Reforçamos a exigência de comprovação das doses adicionais da vacina contra o coronavírus para acesso às dependências da Universidade como medida eficaz de proteção individual e coletiva contra a infecção.

A Reitoria agradece e parabeniza a comunidade acadêmica da USP pela adesão ao uso de máscaras e ao esquema vacinal completo no período da pandemia da covid-19.

São Paulo, 23 de agosto de 2022.

Carlos Gilberto Carlotti Junior

Reitor da USP

(In: Jornal da USP)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

23 de agosto de 2022

Sobre o campo magnético criado pela Terra, pelo homem e pelas estrelas

 

Figura 2 – (a) O polo norte geográfico está situado sobre o gelo, no Oceano Ártico. Como o gelo se move rapidamente, não existe uma estação permanente que marque a posição exata do polo norte geográfico verdadeiro. (b) O polo sul geográfico está situado sobre o gelo que cobre a superfície do continente. Como esse gelo se move apenas alguns metros por ano, os EUA construíram um marco (a estação Amudsen-Scott) que indica a posição verdadeira do polo sul geográfico (Crédito: [1]Por: Prof. Roberto N. Onody *

Por: Prof. Roberto Onody

 

Todo planeta tem um par de polos norte e sul geográficos (que estão contidos ao longo do eixo de rotação do planeta) mas, nem todo planeta tem um par de polos norte e sul magnéticos. Veja por exemplo, o planeta Vênus. Como a Terra, Vênus tem também um núcleo metálico e líquido (composto, basicamente, por ferro), mas, sua velocidade de rotação em torno do seu eixo é tão baixa (1 dia venusiano corresponde a 243 dias terrestres!) que inviabiliza a geração de corrente elétrica e, consequentemente, a criação de um campo magnético.

 

Os polos norte e sul geográficos correspondem aos dois pontos onde todos os meridianos terrestres se encontram.  O polo norte geográfico está em pleno Oceano Ártico e o polo sul geográfico se localiza em pleno continente Antártico (Figura 2). Os 12 países que assinaram o Tratado Antártico de 1959 “dividem” o continente Antártico (o Brasil está incluído). O continente é aberto aos pesquisadores científicos. Até 2022, somente 10 pessoas tinham nascido na Antártica [1]!

 

 

Por outro lado, os polos norte e sul magnéticos da Terra são criados pela combinação dos efeitos da sua rotação, composição química e temperatura do seu núcleo.

Como sabemos, a estrutura da Terra é formada por 4 camadas. A primeira, a crosta, tem espessura entre 30 e 70 km. Ela está dividida em placas tectônicas que se movimentam sobre a camada superior do manto.

O manto tem espessura de cerca de 3.000 km. Ele é composto, principalmente, por ferro, silício e magnésio. É denso e quente. A camada superior do manto (astenosfera) está a uma profundidade de cerca de 100 a 200 km da superfície terrestre e sua temperatura é alta o suficiente para derreter as rochas, formando o magma. Esse magma pode chegar à superfície terrestre por meio dos vulcões.

A terceira camada é o núcleo exterior. Ele tem cerca de 2.000 km de espessura (com profundidade de cerca de 3.000 a 5.000 km). É composto por Níquel e Ferro no estado líquido.  Esse líquido em alta temperatura é muito turbulento, com fortes correntes de convecção. Essas correntes de convecção produzem cargas elétricas que, ao rotacionarem junto com a Terra, geram o campo magnético terrestre. A Terra é (quase) um grande imã!

Figura 3 – As posições dos polos norte e sul magnéticos mudam com o tempo. O polo norte magnético migra de 20 a 40 km por ano, no sentido noroeste. Os polos magnéticos nem sequer são antípodas – eles não estão ligados por uma reta que passa pelo centro da Terra. Em 2020, as latitudes e longitudes dos polos norte e sul magnéticos eram (86,5 N; 162,9 L) e (64,1 S; 135,9 L), respectivamente (Crédito: [2])

Finalmente, na última camada, temos o núcleo interior. Com forma esférica e raio de cerca de 1.300 km, ele é composto por Ferro e Níquel no estado sólido. A pressão aí é altíssima – milhões de vezes a pressão atmosférica na superfície terrestre. A temperatura é de aproximadamente 5.400 oC, similar à da superfície do Sol.

Como o campo magnético terrestre é gestado no turbulento núcleo da Terra, as posições dos polos norte e sul magnéticos não são fixas, elas variam com o tempo (Figura 3) [2]. Hoje, o polo norte magnético se encontra a cerca de 500 km de distância e ao sul do polo norte geográfico. Uma bússola colocada no polo norte geográfico indicaria, incorretamente, a direção sul.   É importante observar que os polos norte e sul magnéticos, não são antípodas, isto é, eles não estão em posições diametralmente opostas.

Hoje sabemos, que os polos norte e sul magnéticos se alternam de tempos em tempos – O polo norte vira polo sul e vice-versa. É a chamada reversão temporal. Estima-se que a última reversão ocorreu há cerca de 770.000 anos atrás.

No mundo em que vivemos, os polos magnéticos norte e sul sempre aparecem aos pares, juntos e inseparáveis. Mas, nas equações de Maxwell, a imposição de uma dualidade eletromagnética, propõe a existência de monopolos magnéticos – cargas magnéticas livres.

Paul Dirac demonstrou (no contexto da eletrodinâmica quântica) que se os monopolos magnéticos realmente existirem, então, as partículas elementares terão cargas elétricas que serão múltiplos inteiros da carga “e” do próton e do elétron. Por outro lado, no Modelo Padrão, essas cargas podem ser fracionárias, “+2e/3” e “-e/3” (carga dos quarks).

As massas previstas para os monopolos magnéticos são muito altas, de dezenas a centenas de Teraeletronvolts (Tev). Talvez, os monopolos magnéticos tenham existido logo após o Big Bang. No acelerador de partículas do CERN, o LHC (que comprovou, há 10 anos atrás, a existência do bóson de Higgs), a busca pelos monopolos magnéticos continua. Outra vertente experimental, tenta encontrar os monopolos magnéticos através do mecanismo de Schwinger, onde campos magnéticos muito intensos podem criar monopolos magnéticos [4]. Até agora, também não obteve sucesso.

Certamente, do ponto de vista linguístico, podemos chamar o campo magnético da Terra de, simplesmente, campo geomagnético.  Mas, é necessário um certo cuidado, pois o termo geomagnético é também utilizado num outro contexto. Muitas vezes, o termo campo geomagnético, se refere a um modelo teórico que aproxima o campo magnético terrestre por um imã (dipolo magnético) situado no centro da Terra. Claro, neste caso, os polos norte e sul geomagnéticos são antípodas. Em grandes altitudes, este campo geomagnético coincide com o verdadeiro campo magnético.

Figura 4 – Imagem artística das duas camadas do cinturão de Van Allen. Elas têm a forma toroidal (rosca). A mais interna, oscila entre 1.600 e 13.000 km acima da superfície terrestre e a mais externa, entre 19.000 e 40.000 km atingindo, portanto, as órbitas dos satélites geoestacionários (do GPS, por exemplo) (Crédito: Karl Tate/Space.com)

O campo magnético terrestre envolve continuamente a Terra (interior e exterior) e se estende por todo espaço. Ele forma um manto protetor (a magnetosfera) que blinda e preserva a vida de plantas e animais contra os efeitos nocivos do vento solar (prótons e elétrons ejetados pelo Sol) e raios cósmicos (prótons e núcleos atômicos extremamente energéticos, oriundos de fora do sistema solar e de outras galáxias). Juntos, a atmosfera e o campo magnético terrestre, formam uma bolha, um escudo que permite a vida em nosso planeta.

Figura 5 – Aurora Austral em tons de rosa e amarelo, na Baía Nublada, Tasmânia (Crédito: Shutterstock)

Em 1958, a espaçonave norte-americana Explorer 1, foi lançada ao espaço tendo a bordo um detector Geiger-Müller de radiação. Foi a primeira observação do cinturão de radiação de Van Allen (Figura 4) [3]. Ele é composto por prótons e elétrons de alta energia, que são armadilhados pelo campo magnético terrestre. O cinturão de Van Allen é composto por, basicamente, duas camadas. A primeira, mais exterior, nos protege das partículas vindas do Sol; a segunda, mais interior, nos protege das

Figura 1 – A intensidade do campo magnético terrestre varia de um ponto a outro na superfície da Terra (e também no tempo). A América do Sul tem, hoje, o campo magnético mais fraco. No mapa, a escala utilizada é de nanotesla (0,00001 gauss). O campo magnético médio na superfície da Terra é de cerca de 0,5 gauss. À guisa de comparação, o campo magnético médio do Sol não é muito maior, cerca de 1 gauss (chegando a 3.000 gauss próximo das manchas solares) (Crédito: ESA/DTU/Space)

partículas (muito energéticas) dos raios cósmicos.

Os efeitos produzidos por essas partículas altamente energéticas podem ser, simultaneamente, feéricos e nefastos.  Nas altas latitudes dos hemisférios norte e sul, ao colidirem com átomos da atmosfera (ionizando-os), irradiam luzes multicoloridas que formam o fabuloso espetáculo das auroras boreal e austral (Figura 5). Porém, quando aumenta a atividade do Sol (com ejeções de massa coronal), a Terra é atingida por uma enorme onda de partículas carregadas, que alteram e ondulam o cinturão de Van Allen.  Os prejuízos tecnológicos, causados por correntes elétricas e grandes variações nos campos magnéticos, não são pequenos.

As tempestades solares provocam, na Terra, enormes tempestades geomagnéticas. Recentemente, em fevereiro de 2022, elas destruíram 40 satélites da Starlink, um prejuízo de quase 50 milhões de dólares. Erupções solares ocorridas em 1989, originaram tempestades geomagnéticas que danificaram usinas hidrelétricas na região de Quebec, deixando-a sem energia elétrica por 9 horas. Em 2003, foi a vez da Suécia ter blecaute. Em 2006, outra tempestade geomagnética interrompeu os sinais de rádio de GPS por 10 minutos. A mais antiga tempestade geomagnética conhecida, foi registrada pelo astrônomo Richard Carrington, em 1859. Ele detectou um enorme movimento das manchas solares, seguido da perda de sinais telegráficos. Carrington recebeu também informações de que a aurora boreal tinha sido observada muito mais ao sul, na região do Caribe.

A intensidade do campo magnético (mais rigorosamente, do fluxo magnético) medido na superfície da Terra, não é uniforme (veja Figura 1). Ela oscila entre 0,25 e 0,65 Gauss e foi medida pela primeira vez em 1832, por Carl Friedrich Gauss. Nesses quase 200 anos, a intensidade média do campo magnético terrestre diminuiu cerca de 10%. Localmente, o valor do campo magnético terrestre é muito influenciado pela presença, na vizinhança, de rochas contendo materiais magnéticos.

Figura 6 – Hoje em dia, a liga de neodímio-ferro-boro é o imã permanente mais forte disponível. Ele é utilizado em larga escala industrial. O fluxo magnético gira em torno de 1 a 1,3 Tesla (10.000 a 13.000 gauss) (Crédito: Science Photo Library)

Os melhores e mais utilizados materiais magnéticos para produzir imãs comerciais são as terras raras (grupo dos lantanídeos, na tabela periódica). O adjetivo “raras” se deve ao fato de ser um material de difícil extração e purificação. O neodímio e o samário são os metais preferidos para produzir imãs. A China é o maior produtor mundial de terras raras. O Brasil, que talvez tenha a maior reserva mundial, é apenas décimo produtor devido aos custos de extração e separação industrial.

Pensando em imãs permanentes comerciais, devemos nos referir ao fluxo magnético, que nos indica o quão magnético um determinado material é, ou poderá vir a ser. O máximo da densidade de energia armazenada num imã (medida em gauss–oersted; 1 GOe = 0,0079 joule/metro cúbico), é uma boa medida do poder desse imã – quanto maior, melhor.

Até o início da década de 1980, o imã permanente mais utilizado comercialmente, era a liga de samário-cobalto (densidade magnética máxima igual a 28 milhões de GOe´s). Nessa época, o cientista japonês Masato Sagawa formulou uma nova liga ainda mais forte, composta de neodímio-ferro-boro (densidade magnética máxima igual a 42 milhões de GOe´s). Por esse seu trabalho, ele foi laureado, em 2022, com o prêmio Rainha Elizabeth para Engenheiros. O imã de neodímio-ferro-boro é largamente utilizado e fundamental em carros elétricos, telefones celulares, tomografia por ressonância magnética, discos duros de computadores, aviões, turbinas eólicas etc. (Figura 6).

Para se obter campos magnéticos ainda mais forte, utilizam-se os eletroímãs (bobinas) com fios supercondutores. Até agora (2022), o recorde para campos magnéticos gerados em laboratório, foi de 45,5 Tesla (455.000 gauss) [5].  Embora este valor seja um milhão de vezes maior do que o campo magnético na superfície da Terra, ele é irrisório quando comparado aos campos magnéticos gerados pelas estrelas de nêutron.

Figura 7 – Imagem feita (no comprimento de raios-x) pelo telescópio espacial Chandra em diferentes épocas. No zoom à esquerda, o buraco negro supermassivo da nossa Via-Láctea com o magnetar SGR 1745-2900 quiescente (2005-2008). No zoom à direita, a mesma região do espaço em 2013, com o magnetar ativo (Crédito: NASA)

Quando explode uma supernova, dependendo da massa da estrela em colapso, poderá se formar um buraco negro ou uma estrela de nêutrons. As estrelas de nêutrons são objetos pequenos, com diâmetro girando em torno de 10 a 20 km, mas, extremamente densos. Um cubo, com aresta de 1 cm, pesaria mais do que todos os 8 bilhões de seres humanos existentes na Terra! O campo magnético típico de uma estrela de nêutron é de cerca de 100 milhões de Tesla (mais de um milhão de vezes o maior campo magnético já criado pelo homem).

Na nossa galáxia, foram detectadas e confirmadas (até agora), pouco mais 3.000 estrelas de nêutrons, mas, acredita-se que existam milhões de estrelas de nêutrons na Via-Láctea. Uma estrela de nêutrons, que gira muito rapidamente (centenas de voltas por segundo!), é chamada de pulsar. Um pulsar emite ondas eletromagnéticas de rádio que emergem dos seus polos magnéticos. Um verdadeiro farol espacial! A maior parte das estrelas de nêutrons conhecidas são pulsares.

Estrelas de nêutrons que giram mais lentamente (algo em torno de uma volta a cada 2 a 10 segundos), mas que têm campos magnéticos absurdos de 100 bilhões de Tesla, são chamadas de magnetar (Figura 7). São os maiores monstros magnéticos do universo. Até julho de 2021, eram conhecidos um total de 24 magnetares (e uma dezena mais, esperando confirmação) [6]. Um magnetar passa por explosões de atividade com intensa emissão de raios-x e raios gama. Em 2004, uma dessas explosões gerou um pulso de energia que derrubou, por um décimo de segundo, as comunicações com satélites e aviões. O magnetar responsável foi localizado a 50.000 anos-luz de distância da Terra.

*Físico, Professor Sênior do IFSC – USP

e-mail: onody@ifsc.usp.br

 

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(Agradecimento: ao Sr. Rui Sintra da Assessoria de Comunicação)

Referências:

[1] Antarctica Map and Satellite Imagery [Free] (gisgeography.com)

[2] Magnetic North vs Geographic (True) North Pole – GIS Geography

[3] Van Allen Probes | NASA

[4] Search for magnetic monopoles produced via the Schwinger mechanism | Nature

[5] 45.5-tesla direct-current magnetic field generated with a high-temperature superconducting magnet | Nature

[6] Magnetar – Wikipedia

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

23 de agosto de 2022

“Festa do Livro da USP São Carlos – 2022” – Uma festa da literatura e muito mais

Iniciou-se hoje (23/08), no Campus USP de São Carlos, a sétima edição da “Festa do Livro da USP São Carlos”, um evento gratuito, aberto a toda a comunidade, e que irá ocorrer até quinta-feira (25).

Além da habitual feira de livros para todos os gostos, o evento apresenta palestras, apresentações culturais, mesas redondas com grandes nomes da literatura, sendo que no primeiro dia do evento o destaque foi para a presença de Eduardo Suplicy, economista, professor universitário, administrador de empresas e político brasileiro, que dissertou, no final da manhã, sobre as consequências sociais da pandemia, entre outros assuntos da atualidade.

A elevação do grau da justiça no Brasil

Eduardo Suplicy

Através de uma breve conversa com a Assessoria de Comunicação do IFSC/USP antes de sua palestra, Eduardo Suplicy sublinhou que era um prazer enorme estar presente em um evento universitário que considerou de alto nível, principalmente em uma época bastante difícil. “Alguns setores incitam ao ódio, quando na verdade todos deveríamos incitar ao amor nas suas mais diversas formas, entre elas o amor aos livros, à literatura nas suas mais diversas formas, como estamos vendo aqui. Então, eu me sinto feliz de ter sido convidado pela USP de São Carlos para participar neste bonito evento e poder falar de várias coisas. De como podemos enfrentar os problemas do povo brasileiro, principalmente a desigualdade e a pobreza crescente, mas também falar do desenvolvimento da política econômica e das ferramentas que possam colaborar para a elevação do grau da justiça brasileira”, sublinhou nosso entrevistado. A educação foi outro tema destacado por Eduardo Suplicy, não só em termos da educação tradicional para os jovens, mas também aquela que é destinada aos adultos, principalmente para aqueles que não tiveram oportunidades de frequentar uma escola, tendo recordado a figura e os ensinamentos do Professor Paulo Freire. “Outro tema que irei abordar será a saúde, já que, no meu ponto de vista, devemos apostar nela não só para os que trabalham nas cidades, mas também para os que labutam no campo”. O estímulo às diversas formas de economia solidária, de cooperativas, foram assuntos que Suplicy abordou em nossa conversa, elevando dessa forma a imagem e o pensamento do professor e escritor brasileiro, Paulo Singer, colocando-os no mesmo grau de importância sobre aquilo que considera ser as vantagens enormes de como a renda básica poderá, igualmente, elevar a dignidade e a liberdade real para todos, na sociedade.

Cinquenta e seis editoras estão presentes neste evento, aberto ao público diariamente entre as 10h00 e as 20h00, apresenta obras de autores da cidade de São Carlos.

Veja abaixo a programação estipulada para os próximos dois dias:

24 de agosto – quarta-feira
13h00 – Apresentação artística: Casa Aura Flamenca – Flamenco para todos – a bailar por ai!
14h00 – Bate-papo: Reinaldo José Lopes – Uma história da violência no Brasil
17h00 – Bate-papo: Ana Paula Simioni – Mulheres na Semana de Arte Moderna
20h00 – Apresentação musical: USP Filarmônica – Bossa Nova

 

25 de agosto – quinta-feira
13h15 – Apresentação musical: Coral USP São Carlos – Repertório brasileiro
14h00 – Bate-papo: Felipe Iszlaji, Carolinne Pinheiro e Ana Lis Soares – A inteligência artificial vai escrever literatura e música?
16h00 – Bate-papo: Guilherme Infante, Shun Izumi e Talles Rodrigues – Crítica em tirinhas na internet
18h00 – Apresentação musical: Quarteto Brasileiro – Música brasileira
20h00 – Mesa redonda nobre: Julián Fuks – Lembremos do futuro: crônicas do tempo e da morte do tempo.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

18 de agosto de 2022

A beleza e os desafios de ensinar e aprender matemática são temas de evento on-line

Evento promovido pelo Instituto de Estudos Avançados da USP São Carlos terá participação de especialistas da Universidade e representantes de escolas estaduais da cidade

Uma pesquisa feita pelo governo de São Paulo, realizada no início de 2021 com mais de 20 mil alunos da rede estadual, apontou que o desempenho em matemática dos estudantes no 5º ano do ensino fundamental e no 3º ano do ensino médio despencou com a pandemia. Os dados foram divulgados em abril do mesmo ano pela Secretaria Estadual da Educação.

Para falar dos desafios de se ensinar e aprender matemática e como atuar num contexto de defasagem do ensino da disciplina na escola pública, o Instituto de Estudos Avançados (IEA) Polo São Carlos vai promover o evento A Matemática Está em Tudo!, com a participação de especialistas da USP e representantes de escolas estaduais da cidade. O evento, nos dias 22 e 31 de agosto e 5 e 12 de setembro, é aberto a todos os interessados e será transmitido pelo canal do YouTube do IEA Polo São Carlos.

“O evento tem como foco a matemática devido à sua relevância na formação educacional. As escolas estaduais que participarão do encontro possuem direção e equipe docente com muito protagonismo e dedicação à educação dos seus alunos”, disse um dos organizadores do evento, o professor José Marcos Alves, da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC). Ele destaca a participação ativa das instituições no evento. “O campus da USP em São Carlos tem uma relação muito produtiva e longínqua com a Direção Regional de Ensino.”

Coordenado pelo Polo de Ações Sociais do Campus e o Grupo de Estudos de Ações Sociais em São Carlos, o evento terá programação on-line e um dia presencial. No dia 12 de setembro, das 8 às 17h30, haverá visita ao Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) no campus da USP da cidade com bate-papo sobre a importância e a beleza da matemática e palestras sobre como funcionam as olimpíadas científicas de informática e matemática, sobre a área de robótica, empoderamento feminino e sobre o relógio mais pontual do mundo. A programação será a seguinte:

Mulheres na matemática
Dia 22/8, às 10 horas
Palestrante: Maria Aparecida Soares Ruas (ICMC)

Desafios de se ensinar e aprender matemática na escola pública
Dia 31/8, às 10 horas
Palestrantes: Edna Maura Zuffi e Renata Cristina Geromel Meneghetti (ICMC)

O legado da pandemia e os desafios da escola pública: ensinar e aprender num contexto de defasagens e de emoções à flor da pele
Dia 5/9, às 10 horas
Palestrantes: Débora Gonzales Costa Blanco (Diretoria Regional de Ensino da Região de São Carlos), Lucinei Aparecida Tavoni Bueno (Escola Estadual Sebastião de Oliveira Rocha), Juliana Maria Gastaldi de Almeida e Priscila Galvan (Escola Estadual João Batista Gasparin)

Visita à USP
Dia 12/9, a partir das 8 horas

“A Matemática está em tudo”: um bate-papo sobre a sua beleza e importância
Palestrantes: Hildebrando Munhoz Rodrigues e Tiago Pereira da Silva (ICMC USP)

Olimpíada Brasileira de Informática, Empoderamento Feminino, Laboratório de Matemática e Robótica
Palestrantes: Kalinka Castelo Branco, Edna Maura Zuffo e Roseli Aparecida Francelin Romero (ICMC USP)

Visita à Sala do Conhecimento do Instituto de Física de São Carlos e Palestra “O Relógio mais Pontual do Mundo”
Palestrantes: Herbert Alexandre João (IFSC USP) e Daniel Varela Magalhães (EESC USP).

Para acompanhar o evento on-line acesse o canal do YouTube do IEA Polo São Carlos (AQUI).

(Texto “Jornal da USP” / Imagem: Marcos Santos-USP)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

18 de agosto de 2022

Professores da rede pública de ensino de São Carlos são homenageados por desempenho na CUCO-2022 (USP)

Professores homenageados

A sala “Vem Saber”, localizada no Centro de Apoio Didático (CAD) situado na Área-2 do Campus USP de São Carlos, recebeu na última sexta-feira (12/08) uma homenagem aos professores da rede pública de ensino e à Diretoria de Ensino de São Carlos alusiva ao desempenho destacado que os mesmos tiveram na promoção do programa Competição Universitária de Conhecimento (CUCo – USP), que ocorreu no primeiro semestre deste ano. A homenagem foi coordenada pelo idealizador do projeto, que ocorre desde 2016, o docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Antonio Carlos Hernandes. A CUCo, que é um projeto gratuito, consiste em um desafio que é colocado aos estudantes do ensino médio das escolas públicas localizadas no Estado de São Paulo, buscando formá-los e incentivá-los a ingressar em instituições de ensino superior públicas, sendo dedicada a todos os estudantes das 1ª, 2ª, 3ª séries do ensino médio (EM) regular, EJA e CEEJA, regularmente matriculados nas escolas públicas do Estado de São Paulo.

Prof. Antonio Carlos Hernandes

Encontrando-se em tratativas para que, em face do manifesto sucesso alcançado, o projeto siga em frente, Antonio Carlos Hernandes mostra-se confiante dado o desejo já manifestado pelos professores e por todas as diretorias de ensino do Estado de São Paulo, atendendo a que as expectativas dos alunos aumentaram exponencialmente, haja visto, por exemplo, o número de alunos que participou no decurso das seis edições da CUCo – 500 mil. Para o docente do IFSC/USP, a principal meta atingida foi a impressionante mudança cultural que aconteceu em todo o Estado de São Paulo devido às informações pormenorizadas que foram passadas pelos professores aos alunos sobre o acesso ao ensino superior, e principalmente sobre o acesso à própria USP que, até há seis anos a esta parte, era considerado elitista, quando, afinal, o processo é muito simples… Basta querer e saber como fazer. “Antes, ninguém falava da USP, como ingressar nela ou em qualquer outra universidade, não se falava em vestibular da FUVEST, nada! Passados seis anos do início do programa CUCO, os alunos e professores estão motivados para atingirem essa meta”, enfatiza o docente.

A motivação dos professores

Premiação individual

A CUCo foi – e é – um trabalho de continuidade em prol da educação, que começa exatamente pelos professores. Para eles, a motivação tem a ver com o desejo de que cada aluno possa olhar para mais longe, buscando um futuro com mais oportunidades de vida. Por outro lado, Antonio Carlos Hernandes sublinha que o interesse dos alunos em cursar o ensino superior simplifica o trabalho dos professores em sala de aula, já que os jovens “sentem” que podem vencer e, por isso, se mostram muito mais interessados e colaborativos. “Quando a CUCo iniciou o programa em todo o Estado de São Paulo, e principalmente nas regiões onde a USP tem seus campi – quase desconhecidos, até então -, as informações sobre como ter acesso a um curso superior eram praticamente inexistentes, sendo que houve casos em que professores alegaram que seus alunos nunca conseguiriam atingir esse fim. Contudo, quando você leva as informações certas aos professores, fazendo com que eles se sintam seguros na disseminação delas entre os jovens, o conhecimento dos jovens aumenta exponencialmente e você vê resultados impressionantes através do entusiasmo deles. Ao longo destes seis anos da CUCo ingressaram nos diversos cursos da USP quatro mil alunos, não contando os muitos outros que entraram em outras instituições de ensino”, relata o docente, acrescentando que “quando você tem um impacto como esse na Universidade, imagine o impacto que tem na escola, dentro da sala de aula”.

Onze mil professores trabalham para o sucesso dos alunos

Noutra vertente, para o coordenador da CUCo, o trabalho feito pelas Diretorias de Ensino, de uma forma geral, estruturas essas que fazem o meio de campo entre os professores que lecionam nas cerca de quatro mil escolas que participam do programa e os seus alunos, o panorama mudou, fazendo com que fosse implementada uma cultura pró-ativa em benefício do acesso dos alunos ao ensino superior, sendo que, inevitavelmente, a USP está nos sonhos de muitos deles. Não sendo uma competição igual às das olimpíadas, a CUCo caracteriza-se por ser um processo de formação que transmite e ensina ao aluno que ele tem todas as chances de entrar em uma universidade e ganhar a sua independência. “O aluno que estava fora desse processo e dessa informação, ele entrou para a CUCo para compreender tudo e para enxergar o caminho que tem pela frente e isso irá fazer uma enorme diferença não só para ele, como para sua família e sociedade como um todo”, salienta o Prof. Hernandes, que cita, como exemplo, o fato de antes da implantação das cotas na USP haver cerca de 75% dos alunos oriundos das escolas particulares, com pouca diversidade, em contraponto com o momento atual, onde mais de 50% dos alunos são oriundos das escolas públicas, contribuindo com uma diversidade enorme. “Todo este processo da CUCo está voltado para a escola pública, que é o retrato do país”, argumenta o docente.

A cerimônia de premiação dos professores das escolas públicas da cidade de São Carlos e da respectiva Diretoria de Ensino reuniu cerca de trinta docentes e, segundo o coordenador da CUCo, tratou-se de reconhecer, de forma singela, o trabalho individual de cada um deles em prol dos alunos poderem ingressar em um curso superior, tendo em consideração que todo o esforço desenvolvido não passa pela quantidade de alunos, mas sim para aumentar a oportunidade deles para que tenham uma opção de vida melhor. “Desde 2017, temos onze mil professores que trabalham diariamente e na mesma direção para que seus alunos possam enxergar as portas que lhes darão acesso a uma nova vida”, destacou Hernandes em seu breve discurso perante os homenageados.

Herbert João Alexandre e a experiência de vida

Prof. Herbert João compartilha sua experiência de vida

Bastantes alunos do ensino médio são oriundos de famílias que não possuem qualquer histórico de passagem pelo ensino superior e esse fato parece contribuir para grande parte desses jovens não vislumbrem as oportunidades e se resignem a uma espécie de “destino. O Prof. Herbert João Alexandre, docente do IFSC/USP,  que em parceria com o Prof. Antonio Carlos Hernandes tem desenvolvido ativamente o programa CUCo, entre outras iniciativas similares, é um exemplo extraído da realidade acima citada, mas que conseguiu reverter o caminho graças à sua própria força de vontade e à oportunidade que o fez enxergar mais longe, tendo relatado sumariamente sua história perante os homenageados. “De fato, o que a CUCo quer mostrar, comprovadamente, é que os jovens alunos podem ser os primeiros a conquistar essa meta dentro de suas famílias, algo que é uma vitória imensa para todos. Eu próprio vivi uma história similar, da mesma forma que o Prof. Hernandes. Nascido e criado em São Carlos, vindo de família humilde, sem qualquer histórico relativo a ensino superior, minha educação foi toda feita em São Carlos, cidade de onde nunca tinha saído. Na então 8ª série do ensino médio me atrevi a participar de uma olimpíada de matemática e fui classificado para disputar a final na cidade de São Paulo, algo que para mim seria impossível, atendendo a que meus pais não tinham condições econômicas para cobrir os custos da viagem”, relatou Herbert. Enfrentando esse problema, os pais de Herbert decidiram falar com os professores de sua escola e com a Diretoria de Ensino, naquela época, e juntos conseguiram que um vendedor conhecido na região desse uma carona para São Paulo, para que o jovem Herbert João pudesse participar do evento acadêmico. “Fiquei extasiado quando entrei na cidade, quando olhei em redor, e quando descobri que havia um mundo além de São Carlos, de onde eu nunca tinha saído, só aí percebi que seria através da educação que eu poderia abrir a minha porta para o futuro. Agora sou professor… Essa é a missão da CUCo – abrir as portas dos jovens estudantes para o futuro e ajudá-los a alcançar suas metas”, sublinhou Herbert.

Já na parte final da cerimônia, a Dirigente de Ensino, Profª Débora Costa Blanco, teve a oportunidade de agradecer aos Profs. Hernandes e Herbert João o fato deles acreditarem na escola pública ao continuarem promovendo e realizando a CUCo. “Incentivaram-nos e aos nossos alunos a entender que a universidade é de todos. Por isso, queremos que nossos alunos ocupem as vagas disponíveis na USP. Nós temos excelentes alunos e podemos ajudar a transformar a vida deles, encaminhando-os para um projeto que lhes faculte um futuro brilhante. Nós, em São Carlos, temos duas das mais prestigiadas universidades do país e temos que mostrar esse caminho para nossos alunos, ou seja, que eles podem conquistar aquilo que quiserem. Parabéns para vocês, professores, parabéns aos alunos e às suas famílias”, concluiu a Dirigente Regional de Ensino.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

16 de agosto de 2022

“Pyladies São Carlos”: o mundo da programação para meninas e mulheres

Realiza-se no dia 19 do corrente mês, às 12h00, no vão da Biblioteca do ICMC/USP, uma reunião de apresentação do “Pyladies São Carlos”, uma iniciativa sem fins lucrativos cujo objetivo é incluir meninas e mulheres na tecnologia a partir de uma das linguagens de programação mais populares e usadas no mundo – Python.

O “Pyladies” é uma comunidade mundial que tem o objetivo de incentivar as mulheres a entrarem e explorarem o mundo das ciências da computação, contrariando, assim, o domínio dos homens nessa área. Criado em 2011, em Los Angeles (EUA), o “Pyladies” foi concebido por sete jovens que tinham uma paixão comum: as ciências da computação. As fundadoras tinham perfis distintos, algumas com formação em cursos diretamente ligados à computação e atuantes no mercado de desenvolvimento de programas de computador, enquanto outras arriscavam os primeiros passos na área de programação.

A ideia de criar o “Pyladies”, que adquiriu um formato mundial, surgiu quando esse grupo de jovens decidiu organizar um workshop de “Django” –  um framework que utiliza o sistema “Python”, que é uma das linguagens mais amigáveis para novatos em computação. Esta linguagem é não só utilizada na Academia, principalmente nas áreas de biologia, astrofísica e mecânica quântica, como também no mercado de trabalho, em ciências de dados, que englobam procedimentos de pesquisa de mercado, organização de bases de dados, perfil do consumo de clientes, controle de estoques e  inteligência artificial, entre outros.

O “Pyladies São Carlos” está, assim, chamando todas as meninas e mulheres que tenham interesse em computação e que queiram desenvolver atividades de treinamentos, capacitações, estudos, minicursos e palestras.

Algumas perguntas que normalmente são feitas:

1) Eu preciso saber programação ou Python para entrar no Pyladies?

R: Não! Todas que querem aprender ou aprimorar seu conhecimento em Python são bem vindas! Se você é expert, sua participação será fundamental para ajudar no desenvolvimento do grupo e da comunidade. Se você quer aprender, você terá todo apoio para seguir do básico ao avançado.

2) Qual a idade necessária?
R: A sua! Para ser Pyladie não há idade ideal.

3) Sou não-binárie ou homem trans, posso participar?
R: Sim! Entendemos que o propósito do Pyladies e o da causa LGBTQIA+ dialogam em diversos sentidos, portanto aguardamos ansiosamente sua entrada.

4) Sou homem cis, posso participar?
R: Não! Somos um grupo que vem transcendendo as barreiras do incentivo e inserção de mulheres nas carreiras tecnológicas, oferecendo acolhimento e entendimento exclusivo para mulheres de diversas origens, idades e situações de vida.
Todavia, entendemos que sua contribuição é importante e ela pode acontecer de forma indireta: incentivando suas amigas, colegas e mulheres de seu círculo social a aderirem a iniciativas como as “PyLadies São Carlos. Caso queira participar da comunidade Python, recomendamos o Grupy-Sanca, que está de portas abertas para iniciativas com nosso mesmo propósito e dialogam com nossos ideais.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

16 de agosto de 2022

“4º Encontro do Grupo de Trabalho em Fotônica do BRICS” – IFSC/USP marca presença

A cidade de Recife (PE) recebeu entre os dias 03 e 05 deste mês o “4º Encontro do Grupo de Trabalho de Fotônica do BRICS – WG Photonics”, uma iniciativa da Coordenação-Geral de Tecnologias Habilitadoras – CGTH do MCTI – Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações, representada por Sandra Pacheco Renz, Helyne Gomes de Paiva e Felipe Silva Bellucci; em colaboração com a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), representada pelos pesquisadores Anderson S. Leonidas Gomes e Joaquim Ferreira Martins Filho. O IFSC/USP esteve presente com pelos pesquisadores Prof. Vanderlei Salvador Bagnato e Sebastião Pratavieira.

Este encontro, que ocorre anualmente desde 2017, teve como principal objetivo intensificar a cooperação dos pesquisadores do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que trabalham nesta área do conhecimento. “Os avanços na pesquisa, inovação e no desenvolvimento de novas tecnologias na área de fotônica foram temas dominantes deste encontro, como, por exemplo, a fotônica integrada, sensores fotônicos, óptica não-linear, óptica quântica, biofotônica, entre outros. Todos estes temas, bem como notícias diversas, aulas online, oportunidades e estratégias de colaboração são devidamente divulgadas no “BRICS Virtual Institute of Photonics” (VER AQUI), salienta o Prof. Pratavieira.

Por outro lado, este evento também acolheu o “3ª Webinário do Sisfóton-MCTI”, o Sistema Nacional de Laboratórios de Fotônica (Sisfóton) que é uma das principais ações estratégicas e estruturantes da Iniciativa Brasileira de Fotônica (IBFóton) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), realizada com o apoio do CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, sendo uma rede nacional de laboratórios dedicados à fotônica, onde a USP está presente com o Laboratório de Apoio à Inovação e ao Empreendedorismo em Tecnologias Fotônicas – SisFóton-USP (VER AQUI).

O Prof. Sebastião destaca que diversos laboratórios da USP, em especial do IFSC/USP, estão inseridos nessa plataforma, dedicada a todos quantos desenvolvem suas atividades na área.  Estando à total disposição de todos os pesquisadores oriundos de instituições públicas e privadas que estejam interessados em utilizar as técnicas e os equipamentos disponíveis.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

16 de agosto de 2022

A Festa do Livro da USP São Carlos está de volta – 23, 24 e 25 de agosto

A USP São Carlos anuncia o retorno presencial de um dos eventos mais aguardados do ano: a Festa do Livro da USP – FLUSP! Ela chega à sua sétima edição nos dias 23, 24 e 25 de agosto, das 10h às 20h, no vão livre do prédio E1, na Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), área 1 do campus da USP, bem no centro da cidade.

Organizada anualmente pela Editora da USP – Edusp, a Festa do Livro é tradicional também em outras unidades da universidade por aproximar editoras e leitores. Em São Carlos, é realizada em parceria com as bibliotecas do campus, Centro Cultural, Grupo Coordenador das Atividades de Cultura e Extensão Universitária do Campus de São Carlos e com o apoio da EESC. Neste ano, o evento está sob a coordenação da Biblioteca Achille Bassi, do ICMC.

Mais de trinta e seis editoras já confirmaram presença, trazendo milhares de títulos dos mais variados assuntos e o melhor de tudo: com descontos especiais! A FLUSP em São Carlos é ainda reconhecida pela programação literária e artística, incluindo apresentações musicais, mesas-redondas e bate-papos com renomados escritores e artistas. Participará da abertura, o ex-senador Eduardo Suplicy, para uma conversa sobre as consequências sociais da pandemia, os desafios de projetar futuros para o Brasil e a importância da informação e do conhecimento nesse contexto.

Eduardo Suplicy (crédito: Fernando Mazzola)

A referência temática da Festa neste ano é o Ciclo22 da USP, tendo na sigla o primeiro movimento de relação: FLUSP22. A Festa definiu como tema “Brasilidades”, direcionando sua programação de forma a contemplar os quatro marcos definidos pelo Ciclo22 para o Brasil: 1822, 1922, 2022 e 2122.

Já estão confirmados doze escritores, cinco apresentações musicais e uma de dança. Refletindo o passado, haverá um bate-papo sobre a história da violência no Brasil, histórias negras nunca contadas e o protagonismo das mulheres na Semana de Arte Moderna. Olhando para o presente, o evento trará a evolução dos debates políticos na internet e os sinais de movimentos antidemocráticos, bem como uma mesa-redonda sobre a ameaça aos povos indígenas, à Amazônia e ao meio ambiente, com Daniel Munduruku e Nicodemos Sena. Focando em um futuro próximo, a abertura com Suplicy trará os desafios futuros para o Brasil e, para a literatura um grupo de profissionais de Inteligência Artificial trará suas experiências e perspectivas sobre essa tecnologia na produção literária e de música, com a presença de uma autora contrabalanceando a tecnologia. Está confirmado também o escritor e cartunista Guilherme Infante, que falará sobre o uso de tirinhas na web, quadrinhos e ilustrações como linguagem e formato para a crítica social e o entretenimento.

Guilherme Infante (criador do personagem “O Capirotinho”) e Daniel Munduruku já confirmaram presença. (crédito: divulgação)

No último evento presencial, em 2019, houve recorde de vendas, atrações e público. A expectativa da organização é de um evento ainda mais participativo em 2022, uma vez que está sendo bastante aguardado como o primeiro evento presencial após o período crítico da pandemia.

“A FLUSP vem crescendo ano a ano e se tornando um marco para o campus e para a cidade de São Carlos. Alguns de seus objetivos são reunir ações de incentivo ao livro e à leitura, proporcionar atividades culturais que expandam as experiências da comunidade universitária e agreguem na formação acadêmica dos seus indivíduos. De forma semelhante, tais objetivos também impactam positivamente os cidadãos são-carlenses”, comentou a chefe técnica da Biblioteca do ICMC, Juliana Moraes.

A música é outro marco do evento. “Teremos uma linha do tempo das músicas brasileiras, do estilo popular ao erudito, que passará pelo samba, MPB e bossa nova. Está imperdível!  Lembrando que todas as atividades são gratuitas e não é preciso fazer nenhuma inscrição prévia. Basta vir pra USP nos dias e horários desejados, e que podem ser conferidos no site do evento. Essa é uma Festa dedicada a toda comunidade universitária e da cidade”.

Confira a programação:

23 DE AGOSTO (TERÇA-FEIRA)

12:00 – Abertura

Convidado de honra Eduardo Suplicy, que falará sobre as consequências sociais da pandemia, os desafios de projetar futuros para o Brasil e a importância da informação e do conhecimento neste cenário.

13:00 – Apresentação musical: Maria Butcher e André de Souza cantam a MPB.

14:00 – Bate-papo com o tema “A política na internet”.

Convidados: Rodrigo Vianna, autor, entre outros, do livro “De Lula a Bolsonaro”, publicado pela Kotter Editorial (2022), e Leandro Schenk, autor, entre outros, do livro “Os antidemocratas anônimos”, da editora Scienza (2022). Mediador Prof. Guilherme Sipahi – IFSC/USP.

16:00 – Mesa-redonda com o tema Territórios negros.

Convidados: Isabella Santos (Sampa Negra) e Joana D’Arc (IAU/USP).

18:00 – Apresentação musical: Conversa de Botequim apresenta linha do tempo dos compositores do samba.

20:00 – Mesa-redonda nobre com o tema “Povos indígenas, Amazônia e meio ambiente”.

Convidados: Daniel Munduruku, é escritor e professor, formado em Filosofia, História e Psicologia, pertence à etnia indígena Munduruku, é autor de 54 obras, sendo muitas premiadas no Brasil e no exterior, e o jornalista e escritor Nicodemos Sena, com vivência com os povos indígenas do Pará e Amazonas, e uma produção literária também premiada. Mediador Prof. Ruy Sardinha Lopes – IAU/USP.

24 DE AGOSTO (QUARTA-FEIRA)

12:30 – Apresentação artística: Flamenco – patrimônio imaterial da humanidade.

14:00 – Bate-papo com o tema “A história da violência no Brasil”.

Convidado: Reinaldo Lopes, autor, entre outros, do livro “Homo Ferox: as origens da violência humana e o que fazer para derrotá-la”, publicado pela editora HarperCollins (2021).

17:00 – Bate-papo com o tema “Mulheres na Semana de Arte Moderna”.

Convidada: Ana Paula Cavalcanti Simioni, autora, entre outros, do livro “Mulheres Modernistas: estratégias de consagração na arte brasileira”, publicado pela editora Edusp (2022). Mediadora: Prof.ª Amanda Ruggiero – IAU/USP.

20:00 – Apresentação musical: Num programa com canções de Tom Jobim, a cantora Luana Liaw, estudante de graduação do Curso de Música da FFCLRP-USP se apresenta acompanhada pelo maestro Rubens Russomanno Ricciardi (piano) e pelos bolsistas da USP Filarmônica, Alexandre Girio (contrabaixo) e Matheus Luís de Andrade (percussão).

25 DE AGOSTO (QUINTA-FEIRA)

12:30 – Apresentação musical: Coral USP São Carlos canta música brasileira.

14:00 – Mesa redonda: A inteligência artificial vai escrever literatura e música?

36 editoras já estão confirmadas, 12 escritores, 05 grupos de músicos e um grupo de dança. (crédito: Reinaldo Mizutani)

Pesquisadores e profissionais em IA Felipe Iszlaji (Dicionário Criativo e Clarice.ai), Carolinne Pinheiro (aplicativo Vinder) e a jornalista e escritora Ana Lis Soares, autora do livro “Domingo”, da editora Instante (2021).

16:00 – Bate-papo com o tema “Tirinhas, quadrinhos e ilustrações: crítica e entretenimento no papel e na web”.

Convidados:  Guilherme Infante, escritor e cartunista, criador do personagem “O Capirotinho” e autor do recém-lançado “Manifesto Proletário”, que satiriza pequenas situações do mundo corporativo; Shun Izumi,outro grande ilustrador, animador, quadrinista e designer de personagem, autor de “Sonhonauta”, da editora Conrad (2021); e também Talles Rodrigues, jornalista, ilustrador e quadrinista, com várias publicações de sucesso e premiadas como “Cortabundas” e “Mayara & Annabelle”, da editora Conrad.

18:00 – Apresentação musical: Quarteto Brasileiro. Formado e produzido pelo guitarrista Paulo Aggio, Gabi Milino na voz, Tinho Pereira no baixo e Alan Ramos na bateria. O repertório é um passeio pela música popular brasileira, com diversos compositores, intérpretes e estilos.

(Texto: Raquel Vieira)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

14 de agosto de 2022

Estudantes de Minas Gerais concluem atividades de intercâmbio no IFSC/USP – A paixão pela laserterapia

Dr. Antonio de Aquino Junior entre as alunas da FACSETE

Concluiu-se no final de julho último mais um conjunto de atividades académico-científicas ao abrigo de um acordo de intercâmbio mantido entre o Grupo de Óptica do IFSC/USP e a Faculdade de Sete Lagoas (FACSETE-MG), com a permanência, entre os dias 25 e 29 desse mês, de quatro alunas dos cursos de odontologia e fisioterapia daquela faculdade, que acompanharam os protocolos dos tratamentos Pós-Covid idealizados e realizados em nosso Instituto.

Periodicamente, os pesquisadores do IFSC/USP realizam palestras e demonstrações na FACSETE, transmitindo aos alunos os últimos desenvolvimentos científicos desenvolvidos no IFSC/USP para a área da saúde, sendo que a partir dessas atividades são selecionados estudantes que visitam o nosso Instituto e aqui permanecem durante uma semana, com atividades intensas.

O Dr. Eduardo Aquino Junior, cuja missão é acompanhar os alunos visitantes, destaca que as atividades se concentram nas áreas clínica e acadêmica. “Este grupo teve a oportunidade de acompanhar o desenvolvimento dos protocolos em pacientes pós-Covid, nas áreas de odontologia, nomeadamente na recuperação de paladar e olfato, e no tratamento de zumbido no ouvido e mucosite. Já na área de fisioterapia, as alunas acompanharam os tratamentos de pacientes para estabilização de feridas, bem como na recuperação de força muscular e dificuldades respiratórias, entre outros casos”, pontua o pesquisador. Além desses acompanhamentos, o grupo  desenvolveu e concluiu a produção de um artigo científico cujo foco foi igualmente o relato de situações de pacientes com sequelas pós-Covid. “As alunas destacaram quatro casos nessas duas áreas de tratamento. Na área odontológica, olfato e paladar, por um lado, e na área fisioterápica, dores musculares e articulares, parestesia (formigamento, principalmente nos membros superiores e inferiores), falta de equilíbrio, ausência de senso de direção, problemas respiratórios e falta de memória, sendo que neste último caso foi relatado o caso da reabilitação de memória de três pacientes, bem como outro caso, onde uma paciente que era obrigada a usar oxigênio diariamente, por dezoito horas, devido a uma Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), deixou de ser sujeita a esse procedimento após o tratamento”, acrescenta o pesquisador.

A paixão pela laserterapia

Jessica Altíssimo (27) e Alana Kohl (28), são alunas finalistas do curso de odontologia na FACSETE e ambas relataram que essa foi uma excelente oportunidade para se aproximarem mais das pesquisas que são feitas no Grupo de Óptica do IFSC/USP. “Já com uma formação complementar em física médica, antes de entrar na FCSETE, este intercâmbio vai me ajudar a abrir muitas portas no meu futuro profissional, já que pretendo seguir a área de bucomaxilofacial e certamente prosseguir meus estudos, fazendo mestrado e doutorado”, pontua Jessica. Por sua vez, Alana sublinha que sua experiência neste intercâmbio revelou uma paixão pela laserterapia. “Já com formação complementar em engenharia elétrica, na Alemanha, aqui tive a oportunidade de me confrontar com novas abordagens, principalmente no tratamento da disfunção temporomandibular e em casos de parestesia através da ação do laser, algo que irá contribuir para que eu possa, na minha profissão, melhorar a qualidade de vida das pessoas”, relata Alana, que pretende inicialmente fazer uma prática clínica em implantodontia e próteses, seguindo-se uma especialização em laserterapia para seguir a vida acadêmica.

Jacqueline Ferreira Guimarães (30), no seu último período do curso de fisioterapia, e Vitória Gomes (23), no 8º período, também reconhecem os benefícios deste intercâmbio. “Foi realmente muito bom, muito proveitosa esta semana aqui no IFSC/USP. Adquiri bastantes conhecimentos, já que o foco estava nos pacientes com sequelas pós-Covid e como utilizar os novos equipamentos desenvolvidos aqui no Instituto. Ou seja, entender como a inovação, como as novas tecnologias podem fazer a diferença no tratamento de pacientes. Meu interesse foi mesmo para os problemas de falta de ar, fraqueza muscular e falta de memória recente, tudo causado pela Covid”, sublinha Jacqueline, que pretende se especializar primeiro em fisioterapia ortopédica, para depois avançar com o seu mestrado. No que concerne a Vitória, este intercâmbio despertou seu interesse na área de insuficiência respiratória em pacientes com sequelas pós-Covid. “Foi algo que também me motivou muito a escrever o artigo científico, pois meu interesse é saber de que forma o Covid atua nesse comprometimento respiratório. E, o que vi é que as novas tecnologias desenvolvidas aqui no IFSC/USP atenuam muito esse mesmo comprometimento. Contudo, pretendo saber é como tudo isso funciona”, conclui a aluna.

Em breve, um novo grupo de estudantes da FACSETE marcará presença no nosso Instituto para mais uma etapa deste intercâmbio de sucesso.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

10 de agosto de 2022

Tratamento do IFSC/USP comprova eficácia de novas tecnologias – Olfato e paladar recuperados

Prof. Vitor Hugo Panhóca

A continuidade dos tratamentos realizados a pacientes com sequelas odontológicas provocadas pelo COVID-19, principalmente nas áreas de perda de paladar e olfato, tem trazido aos pesquisadores do IFSC/USP um número elevado de indicações do sucesso desses protocolos, trazidos por inúmeros resultados.

O mais recente resultado foi constatado pelo tratamento que foi feito a Luiza Helena (60), moradora em Ribeirão Preto, que testou positivo para COVID-19 em abril de 2020, sendo que desde então apresentava confusão e/ou alteração no olfato e paladar.

Com a continuação prolongada desses sintomas, Luiza decidiu, no dia 1º de junho de 2022, submeter-se a uma avaliação na Unidade de Terapia Fotodinâmica, na Santa Casa da Misericórdia de São Carlos, tendo os pesquisadores do IFSC/USP diagnosticado  Parosmia (distorção dos odores) e Parageusia (distorção dos sabores) como sequelas do COVID-19. Na avaliação inicial feita pelos pesquisadores, a paciente relatou ter apenas uma sensibilidade de cerca de 1% em relação ao olfato e de 2% em relação ao paladar, tendo sido decidido aplicar 15 sessões do tratamento, sob a coordenação do pesquisador do IFSC/USP, Prof. Vitor Hugo Panhóca.

“Ao final da 4º sessão, Luiza Helena relatou estar com 60% em relação a melhoras do paladar e 40% em relação ao olfato, enquanto que poucos dias depois, na 8º sessão, a sensibilidade em relação ao olfato chegou aos 70%, enquanto que em relação ao paladar a paciente relatou 80%. Já na 15ª e última sessão, a paciente relatou a completa recuperação de olfato e paladar (100%), confirmando-se esse diagnóstico sete dias após a conclusão dos tratamentos, durante a reavaliação que foi feita”, comemora o pesquisador responsável pelos tratamentos.

Este é mais um resultado que confirma a eficácia deste tratamento que utiliza a laserterapia internasal e intrabucal  (no dorso e na lateral da língua) para a recuperação de olfato e paladar.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

10 de agosto de 2022

Produção científica do IFSC/USP em julho de 2022

Para ter acesso às atualizações da Produção Científica cadastradas no mês de julho de 2022,  clique AQUI, ou acesse o Repositório da Produção USP (AQUI).

A figura ilustrativa foi extraída do artigo publicado recentemente, por pesquisador do IFSC, no periódico “Chaos, Solitons & Fractals” (VER AQUI).

 

 

 

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

10 de agosto de 2022

Hidrogênio verde: Brasil pode assumir lugar de destaque na produção de novo combustível

Numa reportagem publicada recentemente pelo G1, o docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Renato Vitalino Gonçalves, explanou a importância que se reveste o designado “hidrogênio verde” como a alternativa mais viável para a redução do uso de fontes não renováveis com carbono, consideradas como as mais prejudiciais para o efeito efeito estufa e do aquecimento global do planeta.

Para o Prof. Renato Vitalino Gonçalves, que coordena os projetos do Centro de Pesquisa para a Inovação em Gases de Efeito Estufa (RGCI) a designação “verde” implica dizer que o hidrogênio é produzido a partir de fontes renováveis com baixíssima emissão de carbono – ou praticamente nenhuma emissão. Embora a ideia ainda esteja em embrião no Brasil, o certo é que o nosso país poderá assumir a linha da frente na produção daquele que é considerado o combustível do futuro, um tema que será destaque na na maior feira de bioenergia do mundo – a FENASUCRO -, que ocorrerá na cidade de Sertãozinho (SP) entre os dias 16 e 19 deste mês de agosto. O “hidrogêneao verde” é sustentável, podendo ser obtido a partir da água residual da indústria da cana-de-açúcar e da quebra das moléculas de etanol,

O hidrogênio é o elemento químico mais abundante do planeta e só existe em combinação com outros, como a água, junto ao oxigênio, além de se combinar com o carbono para formar hidrocarbonetos como gás, carvão e petróleo. Por isso, para que possa ser usado como combustível, precisa ser separado de outras moléculas. O hidrogênio verde é obtido a partir da quebra de moléculas que contenham H2 na composição, mas difere do chamado hidrogênio cinza, já muito usado na indústria petroquímica e na produção de fertilizantes à base de amônia, que utiliza fontes fósseis, principalmente o gás natural.

Contextualização

Na modalidade sustentável, o produto tem matérias-primas renováveis como por exemplo o etanol, o biogás e a vinhaça – um dos resíduos das usinas canavieiras. O maior benefício, no entanto, seria a possibilidade de extração a partir da água, de acordo com Juliano Bonacin, professor do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Nesse sentido, o setor sucroenergético poderia aproveitar a água residual de suas atividades, como a usada na lavagem da cana.

Prof. Renato Vitalino Gonçalves

“A gente tem percebido que a questão ambiental não é um modismo. Veio para ficar. Todo mundo está precisando repensar os processos, buscar alternativas mais sustentáveis, que vão gerar certificações e impactos no faturamento das empresas no futuro”, diz. A expansão do hidrogênio verde permitiria novos direcionamentos na indústria e na vida cotidiana, como a produção de um aço sustentável, o chamado aço verde, a substituição de parte do gás de cozinha e o abastecimento de carros, caminhões e outros veículos. Bonacin afirma que, apesar de um cenário ainda futurista, já existem pesquisas em andamento para viabilizar o produto até em ambientes domésticos, com o uso de eletrolisadores pequenos, obtidos por meio de impressão 3D. Nesse caso, a água seria convertida durante o dia, a partir de placas solares, em hidrogênio – que, por meio de células de combustível, poderia ser usado como fonte de energia à noite.

Estima-se que de 2% a 5% do hidrogênio produzido no mundo seja verde, mas no Brasil essa tecnologia é muito nova. O que existem, por ora, são plantas-piloto, geralmente conduzidas de forma experimental em parcerias público-privadas. A maioria está no Nordeste por causa da existência de parques de energia eólica e solar, em que são ligados eletrolisadores. Em setembro de 2021, o Governo do Ceará anunciou um investimento de R$ 42 milhões pela companhia EDP do Brasil, em uma usina de hidrogênio verde que deve começar a operar em dezembro deste ano.

Outro empreendimento é da Unigel, que fabrica produtos químicos usados em diversos segmentos industriais e fertilizantes. Em Camaçari (BA), a empresa está construindo uma fábrica de hidrogênio verde e outra para conversão em um derivado, a amônia verde – que é bastante utilizada por vários tipos de indústria, inclusive na própria Unigel. A expectativa é terminar as obras até o final de 2023 e começar as operações, em larga escala, no início de 2024. A primeira fase prevê um investimento de US$ 120 milhões (R$ 620 milhões), para uma produção de dez mil toneladas de hidrogênio, que serão convertidas em 60 mil toneladas de amônia. Mas a empresa já busca parceiros pensando em quadruplicar esse volume até 2025. Segundo o diretor executivo Luiz Felipe Fustaino, a principal aposta é no mercado doméstico. “Se o mercado interno, por algum motivo, demorar para vingar, o que não acreditamos que vá acontecer, vamos apostar nos canais de exportação.” Para Fustaino, as mudanças climáticas são uma emergência e precisam de atenção. Por isso, as matérias-primas com carbono zero são uma necessidade. “É uma transição que o mundo está fazendo. E estamos apostando no Brasil, que pode virar um polo global de hidrogênio e amônia verde. O país tem potencial para ser uma liderança.”

Com extensas plantações de cana-de-açúcar e usinas sucroenergéticas, regiões como a de Ribeirão Preto (SP) também têm potencial de se tornar grandes polos de produção de hidrogênio (H2) verde nos próximos anos, segundo especialistas. “Nossa região tem a tecnologia que o planeta vem buscar. Não tem como você falar em uma usina de cana-de-açúcar ou de quem planta cana-de-açúcar sem falar de Sertãozinho, sem falar da região de Ribeirão Preto”, afirma Paulo Montabone, diretor da Fenasucro, que anualmente reúne tecnologias bioenergéticas no interior de São Paulo. Segundo ele, o hidrogênio verde, além de ser uma solução sustentável, se apresenta como uma alternativa de emprego e renda para as usinas. “Cada vez que se espreme a cana, ela traz uma solução nova. Lá atrás, era o engenho de pinga. Depois, veio o açúcar, o etanol, a cogeração de energia elétrica, além de outros subprodutos, como o etanol de segunda geração, o biogás, o diesel de etanol e o hidrogênio verde.” Para ele, a região de Ribeirão Preto pode ser protagonista na distribuição de hidrogênio verde para outras partes do país e também para o exterior, sobretudo países da Europa. “Na região de Ribeirão, encontram-se polos industriais, entre eles usinas de produção de açúcar e álcool. A implementação de tecnologias em larga escala para utilização de etanol na produção de H2 verde faria da região um grande centro de produção.”

Especialistas acreditam que, em cerca de dez anos, o Brasil terá uma posição de destaque nesse mercado. Para Juliano Bonacin, da Unicamp, porém, em um período entre dois e quatro anos, o país já será capaz de gerar uma produção significativa de hidrogênio verde. Na região de Campinas (SP), por exemplo, empresas que já trabalham com hidrogênio começam a mudar procedimentos para a versão sustentável do combustível. Um dos desafios é a redução de custos, já que sua obtenção é quatro vezes mais cara que a do hidrogênio convencional. “Segundo a Agência Internacional de Energia, nos próximos 30 anos, temos que atingir uma meta: igualar os preços. E aí está o grande desafio tecnológico e dos grandes investimentos, que devem passar dos trilhões de dólares no mundo inteiro”, afirma.

Um caminho interessante para a produção no Brasil, segundo Tamar Roitman, gerente executiva da Associação Brasileira de Biogás (Abiogás), é a partir do biometano, proveniente do biogás, mistura de gases resultante de decomposição de materiais orgânicos, como lixo, fezes animais, palhas e restos de vegetais, como o bagaço. Isso permitiria aproveitar o potencial das usinas sucroenergéticas, que têm plantas em várias regiões do país, para a produção de biogás a partir de materiais como a vinhaça e do tratamento de esgoto. “Como a maior forma de produção de hidrogênio hoje é o gás natural, quando você substituir esse gás pelo renovável, que é o biometano, poderia produzir esse hidrogênio de forma totalmente renovável usando a mesma rota tecnológica, já que os processos e a infraestrutura são os mesmos. Então, essa é uma possibilidade bastante real e que já está bastante estabelecida.”

(Com informações do G1 e Flávia Andrade/Impacto)

Brevemente, o IFSC/USP publicará uma entrevista exclusiva sobre este tema com o Prof. Renato Vitalino Gonçalves.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

9 de agosto de 2022

Oportunidade de bolsa PUB no Grupo de Óptica do IFSC/USP

O Grupo de Biofotônica do Grupo de Óptica do IFSC/USP oferece uma vaga de bolsa PUB disponível  na área de “Auto-Interações das Nanopartículas de Poluição em Diferentes Ambientes: Um Estudo das Características Ópticas e suas Consequências.”

A proposta desta pesquisa se dá como continuação do projeto “Caracterização de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos e seus agregados em particulados de poluição da cidade de São Paulo e seus efeitos fotossensibilizadores e na fotoinativação viral”.

Neste, o material particulado (PM) gerado pela combustão em veículos automotores é coletado, a fim de determinar sua morfologia e comportamento, e como as interações são governadas pelas condições físico-químicas do meio.

A compreensão sobre como as micropartículas de poluição se comportam e como podem afetar diferentes meios é uma importante área para se estudar e, assim, procurar formas para reduzir estes impactos.

Por isso, o projeto atual busca compreender o comportamento das nanopartículas em diferentes regiões de coleta na natureza.

Este projeto será desenvolvido no âmbito do Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CEPOF, Project Nr. 2017 / 10910-5) do IFSC/USP, em colaboração com pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e com a Universidade de Toulon – Laboratório MIO (França).

As inscrições deverão ser feitas diretamente no sistema Juno, da USP, pelo link – https://uspdigital.usp.br/juno

Para mais informações, contatar o Prof. Francisco Eduardo Gontijo Guimarães pelo email guimaraes@ifsc.usp.br

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

7 de agosto de 2022

IFSC/USP lança Projeto “Vem Saber” e inaugura nova “Sala do Conhecimento”

Alunos da cidade de Bauru na nova “Sala do Conhecimento”

São quatro os projetos de pesquisa e extensão universitária que estarão disponíveis para alunos do ensino médio das escolas sediadas no Estado de São Paulo, integrados no projeto “Vem Saber”, um programa criado pelo docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Antonio Carlos Hernandes, ex-vice-reitor da USP, e que foi lançado oficialmente no passado dia 03 de agosto. Localizado na Sala-10 do Centro de Apoio Didático (CAD), na Área-2 do Campus USP de São Carlos, um desses projetos diz respeito a um novo espaço físico que foi inaugurado nesse mesmo dia – “Sala do Conhecimento” -, onde os alunos interagem com os professores entre experimentos dos mais variados tipos. Somente em agosto esse espaço irá acolher 600 estudantes, estando inscritos para o segundo semestre 1.600 alunos de 32 escolas oriundas de dezoito cidades do Estado de São Paulo, atividades que sempre estarão sendo coordenadas pelo Prof. Herbert Alexandre João (IFSC/USP), que desde há largos anos tem trabalhado em projetos similares com alunos do ensino médio.

Prof. Antonio Carlos Hernandes

O objetivo central deste projeto é receber, em cada semestre, um contingente de aproximadamente cinco mil alunos do ensino médio oriundos das escolas de todo o Estado de São Paulo.“Este é o momento de podermos iniciar um movimento que leve as atividades que são desenvolvidas no Campus USP de São Carlos para além da região administrativa de nossa cidade, atraindo, dessa forma, os jovens alunos do ensino médio de todo o Estado”, sublinhou o Prof. Antonio Carlos Hernandes durante a sessão que marcou o início do projeto. Além desses alunos poderem ter a oportunidade de viverem um dia inteiro no ambiente universitário, eles poderão colher informações importantes sobre como entrar na USP, quais os cursos disponíveis no Campus USP de São Carlos e quais são os mais concorridos, tendo em vistas alcançar uma carreira de sucesso. “Integrada a este projeto “Vem Saber” tem também a criação da “Sala do Conhecimento”, um espaço bem descontraído e jovem onde os alunos poderão interagir com os professores na realização dos mais variados experimentos científicos, de forma descontraída, não só com o objetivo de reforçar tudo aquilo que aprendem na sala de aula, como também de os motivar para o estudo”, enfatiza o docente.

Já com as atividades a ocorrerem na “Sala do Conhecimento” com alunos do ensino médio de Bauru, a sessão de apresentação do projeto “Vem Saber” contou com a presença de vários docentes e pesquisadores convidados: Osvaldo Novais de Oliveira Junior, diretor do IFSC/USP; Elson Longo, diretor do CEPID Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF); Glaucius Oliva, docente e pesquisador do IFSC/USP, ex-presidente do CNPq e coordenador do CEPID Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e Fármacos (CIBFar), alocado no IFSC/USP; Luis Fernando Costa Alberto, Prefeito do Campus USP de São Carlos; Débora Gonzalez Costa Blanco, Diretora de Ensino da Região de São Carlos; José Roberto Garbin, Diretor da FATEC de São Carlos, pertencente ao Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, Arcádio Tato, representante do Santander Tecnologia e Inovação, Guilherme Sipahi, do Grupo Coordenador das Atividades de Cultura e Extensão Universitária do Campus USP de São Carlos; e Nelma Bossolan, diretora do Centro de Divulgação Científica e Cultural da USP (CDCC), entre outros.

A união entre USP, UFSCar e Embrapas em prol de um futuro para os jovens estudantes

Prof. Osvaldo Novais de Oliveira Junior

Para o diretor do (IFSC/USP), Prof. Osvaldo Novais de Oliveira Junior, todas as infraestruturas e recursos humanos estarão disponíveis para este projeto que é voltado para o bem estar da sociedade. “Todos nós temos uma fábrica de sonhos, sendo que todos eles estão voltados para a melhoria das condições de vida da nossa população, através da educação de nossos jovens. É muito significativo o surgimento deste projeto, já que ele significa uma missão altruísta e cuja única recompensa é a satisfação de se poder contribuir para o bem estar da sociedade. Esta é uma iniciativa que une todos os institutos da USP e departamentos da UFSCar e das várias unidades da EMBRAPA, em prol da educação pública da cidade, da região e do Estado, uma iniciativa transformadora e de abertura de portas para os jovens estudantes. Obrigado, Prof. Hernandes, pelo seu sacrifício em defesa da educação ao longo de mais de duas décadas na difusão da educação e do conhecimento para os jovens, um trabalho a que se tem dedicado incansavelmente”, pontua o docente.

O projeto “Vem Saber” é, na opinião do Prof. Luis Fernando Costa Alberto, a abertura de portas para as comunidades externas, sendo papel da USP levar o conhecimento aos jovens alunos do ensino médio, incentivando-os a avançar na vida através de cursos superiores. “São atividades que devem ser valorizadas e difundidas pela Universidade”, sublinha o Prefeito do Campus USP de São Carlos.

Finalmente, para o Prof. Elson Longo “Este é um projeto que dá continuidade às sementes lançadas pelos Profs. Sérgio Mascarenhas e Yvonne Primerano Mascarenhas, que está dando oportunidades para melhorar a vida das pessoas, além de prover a difusão do conhecimento para os jovens. “Essas sementes foram e continuam sendo regadas pelos Profs. Glaucius Oliva,  Antonio Carlos Hernandes e Osvaldo Novais de Oliveira Junior, entre muitos outros, enaltece o diretor do CDMF.

Como participar do “Vem Saber”

A inscrição para o projeto “Vem Saber” é feito pela escola, cabendo a ela escolher um professor para viabilizar o contato. Aí, o docente escolhido acessa o site do IFSC/USP para navegar pelo ícone “Sala do Conhecimento”, que fica na aba Divulgação Científica e Cultural (VER AQUI).

Dentro do site é feito o agendamento para o programa “Universitário por um dia”, onde são escolhidas data e horário para a visitação. Os grupos deverão ser de, no máximo, 42 pessoas, incluindo professores que ficarão responsáveis pelo monitoramento dos alunos.

Ao receber a confirmação da inscrição, o professor deve enviar uma lista com os nomes completos dos alunos e CPF dos visitantes ao e-mail saladoconhecimento@ifsc.usp.br. Todos devem apresentar o comprovante de vacinação completa contra a Covid-19.

Guilherme Sipahi, Grupo Coordenador das Atividades de Cultura e Extensão Universitária do Campus USP de São Carlos – Débora Gonzalez Costa Blanco, Diretora de Ensino da Região de São Carlos – Luis Fernando Costa Alberto, Prefeito do Campus USP de São Carlos – Osvaldo Novais de Oliveira Junior, diretor do IFSC/USP – Antonio Carlos Hernandes, idealizador do projeto – Elson Longo, diretor do CDMF – Glaucius Oliva, coordenador do CIBFar – Nelma Bossolan, diretora do CDCC

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

5 de agosto de 2022

Da descontaminação de alimentos ao desenvolvimento do paladar do café – Inovação marca trajetória de ex-aluno do IFSC/USP

Instalações do Grupo de Óptica do IFSC/USP, onde houve a oportunidade de trabalhar e desenvolver a carreira científica do ex-aluno, com o Prof. Vanderlei Bagnato

A irradiação ultravioleta (UV), como técnica de processamento não térmico para descontaminação microbiana de alimentos (MDF), foi um dos grandes destaques após a inclusão da luz UV como alternativa, com sua utilização não só em alimentos, como também em água e produtos farmacêuticos.

Em dezembro de 2019, meses antes da declaração de pandemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o pesquisador do IFSC/USP, Bruno Pereira de Oliveira*, e seus colegas Shirlei Lara, Daniel Chianfrone, Kate Cristina Blanco e o Prof. Vanderlei Salvador Bagnato, criaram um novo tipo de reator, onde os emissores de UV foram parametricamente distribuídos para descontaminar produtos vegetais para consumo humano, no caso concreto, brócolis frescos, sendo que o equipamento demonstrou sua capacidade de inativar os microrganismos presentes, principalmente na água destinada a lavar esses alimentos. Com essa pesquisa, que foi tema de sua defesa de doutorado, o agora ex-aluno do IFSC/USP viu a possibilidade, junto com o Prof. Vanderlei Bagnato, do Grupo de Óptica do mesmo Instituto, de desenvolver novas técnicas, novos métodos e equipamentos que pudessem agregar um maior valor à Engenharia de Alimentos, aumentando exponencialmente a eficiência e eficácia na área, e diminuindo, por sua vez, a utilização de químicos e, consequentemente, oferecendo uma maior segurança alimentar, algo que impacta na qualidade da saúde pública.

Apresentação de parte dos resultados do doutorado no IUFost – um dos mais importantes congressos de alimentos do mundo -, único brasileiro na seção de novas tecnologias. Congresso realizado na Índia e destinado a discussão da capacidade produtiva das fábricas no mundo e a problemática da fome

Já fora da Academia e com o doutorado concluído, mas mantendo contatos constantes com os diversos grupos de pesquisa, a sequência de estudos realizados por Bruno Pereira de Oliveira e seus pares, já em plena pandemia (2020), abriram portas para novos desenvolvimentos científicos, como, por exemplo, equipamentos para descontaminação de ar em ambientes fechados e descontaminação de objetos e superfícies, entre outros. Ou seja, embora de forma indireta, seu doutorado na área de alimentos foi uma das bases para auxiliar os profissionais de saúde no combate à COVID-19. Embora com plena noção de que as consequências da pandemia poderiam deitar tudo por terra, Bruno arriscou o caminho do empreendedorismo e lançou-se no desenvolvimento de um modelo de negócio relacionado com o desenvolvimento de paladar de uma nova marca de café na região de Fernandópolis (SP).

“Tudo começou nas minhas participações em congressos e workshops internacionais sobre engenharia de alimentos, onde tive a oportunidade de dialogar com altos dirigentes de grandes empresas de produção e transformação de café. Foi a partir daí que analisei toda a conjuntura e com base na ciência de dados simulei de que forma o mercado se iria comportar com a introdução de tecnologias e procedimentos inovadores para incrementar o sabor do café, sabendo que existem dois mercados de café: o primeiro, consubstanciado em commodities e o segundo marcado, por um lado, pelo café tradicional de baixo preço, e do outro lado um café super-especial. E eu entrei no meio dessas duas realidades, num nicho novo, trabalhando para conseguir um produto de excelente qualidade e com uma garantia de segurança, como os processos de descontaminação utilizando a minha formação no IFSC/USP”, pontua o pesquisador.

Segundo o ex-aluno, a maior dificuldade que sentiu assim que entrou no mercado foi o seu total desconhecimento da área empresarial, tendo, por isso, utilizado todas as ferramentas da área de inovação que adquiriu ao longo do tempo: ciências de dados, matemática, estatística, etc., aplicando-as de forma a traçar estratégias e pensando no que o consumidor queria e como ele olhava o diferencial desse produto – café -, através de um aroma e sabor mais intensos e agradáveis, para a promoção de uma diferenciação no mercado. Prestes a concluir sua segunda Graduação, desta vez no Instituto de Química de São Carlos (IQSC/USP), seu TCC foi dedicado ao desenvolvimento de um software que avalia a análise sensorial qualitativa do café intitulado “Aplicação de conceitos de ciências de dados na análise sensorial da bebida de cafés e suas correlações”.

Startup do processo industrial do projeto cápsula de café

Com a nova marca de café criada em Fernandópolis já presente em 27 estados brasileiros, graças a uma inovação na perspectiva do sabor padronizado e com muito menos contaminantes, o ex-aluno do IFSC/USP afirma que só se tem consciência da importância de um doutorado, em qualquer área do conhecimento, quando se mergulha no mercado. “Fui treinado na Universidade, saí, desenvolvi algo inovador e agora estou contribuindo para que a empresa reinvista em novas tecnologias para poder aprimorar essas conquistas. Este doutorado, feito no Grupo de Óptica do IFSC/USP e numa área específica de descontaminação de produtos alimentares, torna-se num reforço muito grande para a área da saúde. “Imagine um triângulo com os três lados iguais, sendo que o lateral esquerdo compreende a engenharia, o outro a física e o terceiro a química. No centro você encontra a inovação, ou no meu caso concreto, tudo aquilo que está relacionado com os produtos que garantam uma segurança alimentar. Desenvolver uma metodologia que pode contribuir para a segurança alimentar, padronização, ética na produção, transparência e confiança para o consumidor, principalmente para sua saúde e qualidade de vida. Foi esse o meu foco e trabalho”, conclui Bruno Pereira de Oliveira.

*Graduado no curso de Engenharia de Alimentos (FEF), durante sua graduação realizou 4 iniciações científicas (UNESP, FEF, ITA, USP). Mestre em física aplicada na IFSC/USP, solicitou 5 patentes, possui 7 artigos, 1 livro, 4 anais de congresso, 3 resumos em anais, 1 apresentação oral internacional e 1 Banca de TCC e revisor científico de revistas internacionais. Atualmente Membro da Sociedade Internacional de Engenharia de Alimentos, tendo como ápice a participação na publicação de um capitulo de livro da Academia de Ciências do Vaticano. Atualmente perfaz, simultaneamente, o Doutorado em Física (Concluído) em conjunto com a graduação em química, ambos pela USP São Carlos. Teve passagem como engenheiro de projetos na” NSF” e engenheiro de processos na área de polímeros e cerâmicos na empresa “Faber-Castell Brasil”. Participou da fundação do “Espressiata Café” e participou no startup de 2 empresas no setor de alimentos Na atualidade trabalha em 3 grandes frentes ligando vale da morte ao setor produtivo, sendo elas: Ciências de Dados, Indústria de Alimentos e Pesquisa e Desenvolvimento. Sua base é fundamentada em um triângulo de conhecimento em que cada vértice tem Física, Química e Engenharia.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

3 de agosto de 2022

IFSC/USP oferece vagas de estágio na área de Administração ou Ciências Contábeis

Estão abertas até o dia 26 de agosto do corrente ano as inscrições para duas vagas de estágio no Departamento de Física e Ciência Interdisciplinar do IFSC/USP.

Para se candidatarem, o(a)s candidato(a)s precisam estar matriculado(a)s nos cursos de Administração de Empresas ou Ciências Contábeis e que tenham completado o 2º semestre dos seus cursos.

As inscrições deverão ser realizadas exclusivamente pelo e-mail chefiafci@ifsc.usp.br.

O(a)s selecionado(a)s receberão uma bolsa no valor de R$ 1.212,00, com dedicação de 30 horas semanais, e o estágio terá duração inicial de 12 meses.

Para obter todas as informações sobre estas oportunidades, clique AQUI.

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

2 de agosto de 2022

A implementação de ações sociais em prol da sociedade: O exemplo do IEA – USP São Carlos

Conforme já divulgamos anteriormente, o Instituto de Estudos Avançados (IEA/USP) – Polo São Carlos, reativou em abril último as suas atividades com a realização da primeira reunião entre os coordenadores dos grupos de trabalho que irão desenvolver seus projetos.

O IEA – USP Polo São Carlos – coordenado pelo Prof. Valtencir Zucolotto (IFSC/USP) e pelo vice-coordenador, Prof. Frank Crespílho (IQSC/USP), conta atualmente com cinco grupos de trabalho que irão se debruçar sobre as seguintes temáticas: “Educação nas Escolas”, “Inclusão Social”, “Cidades Globais”, “Observatório da COVID-19 e “Estudos sobre os Aspectos Regulatórios e os Impactos Econômicos e Sociais da Nanotecnologia”, sendo que “Inclusão Social” será o tema em destaque nesta reportagem, um projeto cujo coordenador é o Prof. José Marcos Alves, docente do Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC – USP).

O objetivo principal deste grupo de trabalho, denominado “Grupo de Estudos de Ações Sociais do Campus USP São Carlos” (GEAS), é não só divulgar junto à sociedade as ações sociais que são realizadas por todas as Unidades do Campus USP de São Carlos, bem como atrair e trazer para o seu seio parceiros do mundo corporativo que possam subscrever projetos no sentido da Universidade apoiar de forma mais consistente as comunidades mais carentes de nossa cidade, indo ao encontro daquilo que é uma das prioridades da USP – se aproximar e apoiar o mais possível a sociedade.

Contextualizando o projeto

Prof. José Marcos Alves

Neste contexto, vale a pena recordar as ações e o comprometimento da Universidade de São Paulo em termos de ações sociais. Em julho de 2019 ocorreu, no exterior, a terceira edição do denominado “Conselho Global de Líderes de Universidades”, um evento onde esteve presente o ex-reitor da USP, Prof. Vahan Agopyan, um encontro que esteve relacionado com um estudo feito pela Universidade de Oslo (Noruega), apontando que as universidades têm se afastado das necessidades e dos problemas da sociedade, criando assim um vácuo. Foram 45 as universidades presentes nesse evento, representando 25 países, tendo sido elaborada no final dos trabalhos a declaração “Reconstruindo a Universidade e as Relações com a Sociedade” (VER AQUI).

Nesse mesmo ano, os três reitores das universidades paulistas – USP, UNICAMP e UNESP – reuniram-se no evento “USP Talks – Conectando a Universidade e a Sociedade”, igualmente relacionado com o problema relatado pela Universidade de Oslo, onde o Prof. Vahan Agopyan salientou que se fala muito do número de artigos científicos publicados e de sua importância para a ciência como dois indicativos da importância que as universidades têm. No entanto, o dirigente sublinhou que o que a sociedade espera é que as universidades tenham mais ações em prol de um benefício direto e imediato junto a ela, resolvendo inúmeros problemas que vão surgindo. Um outro evento, promovido e realizado pela USP, marcou o ano de 2020, reforçando a temática discutida anteriormente: tratou-se do encontro subordinado ao tema “Conselho Consultivo da USP discute o social e a valorização da educação básica”, o que demonstra, de fato, a preocupação dos gestores da USP em interagir cada vez mais com a sociedade, algo que tem sido quase que uma constante através da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária (PRCEU), tendo como exemplos os programas “USP e a Comunidade”, desdobrado nos programas “USP Aproximação-Ação”, criado em 1998, e mais recentemente o programa “USP Aproxima Escola”.

As ações sociais no IEA – USP Polo São Carlos

Sobre as ações sociais inseridas no Campus USP de São Carlos, o Prof. Alves salienta, em primeiro lugar, o“Projeto Pequeno Cidadão” (VER AQUI), criado em 1996 e com resultados surpreendentes, coordenado pela Prefeitura do Campus. “É um projeto com vinte e seis anos de atuação com resultados sociais extremamente importantes e com uma parceria muito sólida com a empresa internacional KPMG”, salientando que, em sua opinião, esse projeto foi o primeiro passo dado pelo Campus USP de São Carlos para se aproximar das populações com baixa renda. Os alunos que participam desse programa são selecionados e permanecem no Campus de São Carlos ao longo de quatro anos, quatro horas por dia nos períodos da manhã ou tarde, executando atividades educacionais, esportivas e recreativas, com direito a transporte e alimentação e utilizando a infraestrutura do CEFER – Centro de Educação Física, Esportes e Recreação do Campus USP de São Carlos. Tem sido um projeto de grande sucesso e alguns desses alunos saem daqui com um desejo enorme de ingressar em um curso superior. É um projeto muito importante, voltado para a sociedade, idealizado e implementado pelo Prof. Dagoberto Dario Mori, docente aposentado da EESC”, sublinha nosso entrevistado.

Feira de Ciências Cultura e Artes – Projeto Pequeno Cidadão 2019 (Créditos: USP São Carlos)

É fato que as cinco Unidades do Campus de São Carlos – Instituto de Arquitetura e Urbanismo, Instituto de Química, Instituto de Física, Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação, e Escola de Engenharia, a que se lhes junta a Prefeitura do Campus e o Centro de Divulgação Científica e Cultural, já têm um histórico muito grande no que diz respeito à realização de ações sociais, o que incentivou a criação no final de 2020 do Polo de Ações Sociais USP São Carlos (PAS) no sentido de se congregar, fortalecer e divulgar todos os projetos, iniciativas e ações que sejam relevantes para a sociedade e que se transformem em um legado permanente.

Os principais objetivos do GEAS, no Instituto de Estudos Avançados – USP – Polo São Carlos, estão divididos em três frentes, a saber:

1- Interagir com as comunidades bastante carentes e com problemas sociais graves que residem no entorno norte da Área 2 do Campus USP de São Carlos;

2 – Reforçar o relacionamento da USP com as escolas públicas de São Carlos e região, beneficiando os projetos e ações já realizadas anteriormente e em conjunto com a Diretoria Regional de Ensino, com resultados muito positivos;

3 – Trazer empresas da cidade para conhecerem as atividades da USP em termos de ações sociais e estabelecer parcerias para a criação de novos programas;

Área-2 – Campus USP de São Carlos

Sobre estes objetivos, o Prof. Alves comenta: “O Instituto de Arquitetura e Urbanismo da USP Campus de São Carlos (IAU – USP) desenvolve projetos para as populações carentes que vivem no entorno da Área 2 do Campus USP de São Carlos, mas é necessário expandir estes projetos. É importante construir infraestrutura desportivas, incentivo ao uso de espaços verdes, e a criação de programas para jovens e adultos residentes naquela área, valorizando a população local. A criação de um projeto na Área 2 com perfil semelhante ao “Projeto Pequeno Cidadão” da Área 1 seria um enorme benefício a esta população.   Quanto ao objetivo de estabelecer parcerias com empresas da cidade, com foco em ações sociais, saliento o projeto “Formação de Profissionais em Tecnologia da Informação” (VER AQUI) inaugurado há cerca de três meses com o objetivo de iniciar a formação de alunos do ensino médio profissionalizante na área de TI, com o envolvimento da UFSCar e patrocínio da empresa “Tapetes São Carlos”. É um projeto extremamente importante, que conta com alunos da Escola Técnica Estadual Paulino Botelho, uma ETEC do Centro Paula Souza, e profissionais da Tapetes São Carlos. A proposta é capacitar jovens alunos e profissionais para trabalharem em uma área de alta demanda e cujo futuro se mantém muito promissor”, destaca o Prof. Alves.

A Universidade em total interação com a sociedade ! … Esta é a motivação das ações do “Grupo de Estudos de Ações Sociais” do Campus USP de São Carlos (GEAS), cujo trabalho é desenvolvido no IEA – USP Polo São Carlos.

Rui Sintra – Jornalista/Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

26 de julho de 2022

Artigos do IFSC/USP mais citados no Essential Science Indicators – Bimestre março e abril de 2022

A Biblioteca do IFSC apresenta os artigos científicos produzidos pelos seus docentes e pesquisadores que foram identificados como interessantes no bimestre de mar/abr de 2022 pela Essential Science Indicators, um dos produtos de citação da agência Clarivate Analytics/Thomson Reuters. Lembramos que o acesso ao texto completo é liberado para comunidade USP ou quem tem acesso ao Portal CAPES.

Para mais informações: sbiprod@ifsc.usp.br

 

ÁREA:   Agricultural Sciences

Development of cellulose-based bactericidal nanocomposites containing silver nanoparticles and their use as active food packaging

 

ÁREA:   Chemistry

A review on chemiresistive room temperature gas sensors based on metal oxide nanostructures, graphene and 2D transition metal dichalcogenides

Emergence of complexity inhierarchically organized chiral particles

Folding of xylan onto cellulose fibrils in plant cell walls revealed by solid-state NMR

Molecular docking and structure-based drug design strategies

Plasmonic biosensing: focus review

Yolk-shelled ZnCo2O4 microspheres: Surface properties and gas sensing application

 

ÁREA:   Clinical Medicine

Features of third generation photosensitizers used in anticancer photodynamic therapy: Review

 

ÁREA:   Computer Science

Clustering algorithms: A comparative approach

 

ÁREA:   Materials Science

A non-volatile organic electrochemical device as a low-voltage artificial synapse for neuromorphic computing

 

ÁREA:   Molecular Biology & Genetics

Functional and evolutionary insights from the genomes of three parasitoid Nasonia species

 

ÁREA: Pharmacology & Toxicology  

 

ADMET modeling approaches in drug discovery

 

ÁREA:   Physics

Antiproton flux, antiproton-to-proton flux ratio, and properties of elementary particle fluxes in primary cosmic rays measured with the Alpha Magnetic Spectrometer on the International Space Station

Boosting the sensitivity of Nd3+-based luminescent nanothermometers

Bose-Einstein condensation: twenty years after

Generalized Geometric Quantum Speed Limits   

Observation of the Identical Rigidity Dependence of He, C, and O Cosmic Rays at High Rigidities by the Alpha Magnetic Spectrometer on the International Space Station

Observation of new properties of secondary cosmic rays lithium, beryllium, and boron by the alpha magnetic spectrometer on the International Space Station

Precision measurement of the boron to carbon flux ratio in cosmic rays from 1.9 GV to 2.6 TV with the Alpha Magnetic Spectrometer on the International Space Station

Precision measurement of the helium flux in primary cosmic rays of rigidities 1.9 GV to 3 TV with the Alpha Magnetic Spectrometer on the International Space Station

Precision measurement of the proton flux in primary cosmic rays from rigidity 1 GV to 1.8 TV with the Alpha Magnetic Spectrometer on the International Space Station

Revisiting the optical bandgap of semiconductors and the proposal of a unified methodology to its determination

The Kuramoto model in complex networks

The Pierre Auger Cosmic Ray Observatory

Towards understanding the origin of cosmic-ray positrons

 

ÁREA:   Space Science

Detection of variable VHE γ-ray emission from the extra-galactic γ-ray binary LMC P3

Introducing the CTA concept

Multi-messenger observations of a binary neutron star merger

Observation of a large-scale anisotropy in the arrival directions of cosmic rays above 8 x 1018 eV

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

26 de julho de 2022

Potencial terapêutico na luta contra a Doença de Alzheimer – Pesquisadores analisam ação do ácido ascórbico

Uma das características da Doença de Alzheimer (DA), que atinge principalmente pessoas idosas, é o fato dela comprometer a memória do paciente, diminuindo de forma lenta a capacidade cognitiva. Com a expectativa de vida significativamente aumentada devido ao avanço da ciência, a Doença de Alzheimer se tornou mais incidente ao longo das últimas décadas, acometendo um número elevado de pessoas, quase se assemelhando a uma endemia. Até o presente momento incurável, os medicamentos existentes apenas atenuam os sintomas, enquanto diversas terapias alternativas fracassaram ao longo dos anos.

Em face a este cenário, pesquisadores do Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia e do Grupo de Biotecnologia Molecular do IFSC/USP realizaram um trabalho teórico-experimental com o intuito de investigar mais profundamente como o ácido ascórbico (Vitamina C) afeta a formação de placas da beta-amilóide, uma pequena proteína existente no sistema nervoso central. A acumulação dessas placas ao redor dos neurônios é indicada como a principal causa da Doença de Alzheimer. Os pesquisadores descobriram que, em escala laboratorial, o ácido ascórbico é capaz de impedir a agregação dessas proteínas e formação das placas, se mostrando promissor para ser usado no tratamento da Doença.

Como explica o Prof. Valtencir Zucolotto, Coordenador do Grupo de Nanomedicina da USP (GNano), “o trabalho combina estudos experimentais e teóricos, além de utilizar técnicas avançadas de microscopia, como a microscopia de força atômica (AFM), mostrando o efeito do ácido ascórbico sobre o processo de agregação da beta-amilóide”.

Para a Dra. Isabella Sampaio, autora do trabalho, “os resultados são muito interessantes porque mostram que o ácido ascórbico, uma molécula comum na dieta humana e de baixo custo, atua como um possível inibidor do processo de agregação da beta-amilóide”, o que pode ter impacto não só na prevenção da doença como impedir o avanço dela e as perdas cognitivas do paciente.

Segundo o Prof. Alessandro Nascimento, co-autor do trabalho, “estes achados avançam no conhecimento de fatores que podem estar diretamente ligados ao desenvolvimento da doença”. Estudos passados já indicavam que a vitamina E, que também é um antioxidante, tem um papel interessante reduzindo a velocidade de progressão da doença.

Para uma maior compreensão, o ácido ascórbico é uma molécula antioxidante extremamente importante no nosso organismo. Ele promove uma série de respostas de âmbito imunológico, além de manter a integridade endotelial, ou seja, a preservação do endotélio, que é a camada fina de tecido epitelial que reveste a parede interna de todos os vasos sanguíneos, sendo reconhecido por desempenhar múltiplas funções, entre as quais a regulação da pressão arterial e protegendo, inclusive, as células neuronais de danos oxidativos, como os provocados pelas placas na beta-amilóide.

Graças a este estudo, os pesquisadores abrem uma porta para investigar o potencial terapêutico do ácido ascórbico no combate à Doença de Alzheimer.

Assinam este artigo, publicado na revista “Biochimie”, os pesquisadores Isabella Sampaio, Felipe Domingues Quatroni, Paula Maria Pincela Lins, Alessandro Nascimento e Valtencir Zucolotto.

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Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP