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17 de dezembro de 2019

Câncer de próstata é detectado precocemente com novo biossensor

Um biossensor que diagnostica a pré-disposição de desenvolver câncer de próstata muito antes do surgimento dos primeiros sintomas? E que detecte o câncer de próstata em apenas 1 hora, ao custo de R$4,00 por exame?

Isso pode se tornar realidade em muito curto prazo como resultado de uma pesquisa desenvolvida por pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Embrapa Instrumentação e Hospital de Amor de Barretos.

O câncer de próstata é o mais comum em homens e o segundo mais letal, superado apenas pelo câncer de pulmão. É responsável por 20% dos casos totais de câncer, com estimativa de incidência de 1.392.727 de novos casos em 2020 e taxa de mortalidade de 27%, segundo dados da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC). Neste cenário, o diagnóstico precoce é determinante para a sobrevivência do paciente. Contudo, os exames de custo elevado são oferecidos apenas na rede particular de saúde, limitando o acesso da população a tais exames de detecção precoce.

Andrey Coatrini Soares sublinha a grande parceria entre o IFSC/USP, a Embrapa Instrumentação e o Hospital de Amor de Barretos para concluir este trabalho importante

Pesquisadores do IFSC/USP, da Embrapa Instrumentação e do Hospital de Amor de Barretos, desenvolveram um biossensor que pode, num futuro próximo, ser empregado em exames – similares aos testes de glicose de farmácia – para detectar a pré-disposição do paciente em desenvolver o câncer de próstata. O exame não será invasivo, usando uma gota de sangue ou, preferencialmente, urina do paciente, com a detecção de um novo biomarcador (PCA3-Prostate Cancer Antigen 3).

Um exame com PCA3 poderá eliminar a necessidade de toque retal e de biópsias nos estágios iniciais de diagnóstico. Isso será possível porque o PCA3, diferentemente do PSA, indica somente a presença da pré-disposição para o desenvolvimento do câncer de próstata. Ou seja, ele não se altera com inflamações, como a prostatite, que hoje geram falsos positivos nos exames de PSA, ou seja, confundem-se com sinais de câncer.

O biossensor é composto por uma sonda de material genético, imobilizada em eletrodos de ouro, que detecta a presença do material genético complementar indicador do surgimento do câncer de próstata. Amostras de urina ou de sangue poderão ser gotejadas sobre o eletrodo e em cerca de uma hora é possível saber se o paciente possui aquele material genético em suas células. Desta forma, o paciente pode iniciar a prevenção da doença precocemente, anos antes de o câncer se manifestar, o que aumenta as chances de cura.

Um trabalho muito gratificante, sublinha a pesquisadora Juliana Coatrini Soares

Devido à sua simplicidade, rapidez do diagnóstico e de seu baixo custo, espera-se que este biossensor possa ser implantado no Sistema Único de Saúde no começo da cadeia de exames para diagnóstico do câncer de próstata. O biossensor está em processo de patenteamento pela Agência USP de Inovação e pela Agência de Inovação do Hospital de Amor de Barretos. A disponibilidade do teste para a população depende do interesse de empresas que licenciem a tecnologia, podendo demorar cerca de cinco anos para chegar ao mercado.

O aspecto mais inovador desta pesquisa foi a fabricação de um biossensor com princípios de detecção simples, ou seja, medidas elétricas ou eletroquímicas, que detecta um novo biomarcador de câncer de próstata (PCA3). A detecção foi possível porque a equipe do Hospital de Amor de Barretos desenhou uma sequência de DNA que se hibridiza com o biomarcador. Isso pôde ser demonstrado não apenas em amostras com o biomarcador em solução, como em células de pacientes com câncer de próstata. Com métodos de visualização de informação, por exemplo, foi possível distinguir células cancerosas de células sadias. O biossensor pode ser de baixo custo e o exame demora uma hora no máximo.

Destaque-se que o PCA3 é mais específico que o antígeno PSA, permitindo detectar a pré-disposição de homens ao câncer de próstata. Isso pode vir a dispensar o exame de toque retal e até mesmo a biópsia. A triagem com base no exame de PSA e de toque leva a cerca de dois terços de biópsias desnecessárias.

Este é um biossensor que detecta apenas o PCA3 e que não deixa qualquer dúvida, segundo a pesquisadora Valquiria Rodrigues

O biossensor desenvolvido pelas equipes do IFSC-USP, Embrapa Instrumentação e Hospital de Amor de Barretos, utiliza técnicas eletroquímicas e elétricas, e é inédito para a detecção de PCA3. Já há alguns poucos relatos na literatura de detecção de PCA3, mas sempre com técnicas sofisticadas e dispendiosas, como a PCR (polymerase chain reaction). Esta é a razão pela qual o exame com PCA3 ainda não está disponível nos sistemas de saúde, como o SUS.

O custo de cada unidade sensorial (biossensor) é de aproximadamente R$3,00 a R$4,00, com perspectiva de que cada exame possa custar muito menos do que as técnicas de PCR, cujo custo é muito elevado e pouco acessível pela população em geral.

Prof. Osvaldo Novais afirma que é possível fazer a detecção de PCA3 em células, a um custo potencialmente baixo

Andrey Coatrini Soares, Valquíria Rodrigues Barioto e Juliana Coatrini Soares, foram os pesquisadores responsáveis pelos trabalhos desenvolvidos no Grupo de Polímeros “Bernhard Gross” (IFSC/USP), liderado pelo Prof. Osvaldo Novais de Oliveira Junior, tendo manifestado sua satisfação pelos resultados alcançados. “Foi muito gratificante este trabalho de parceria, em que se detectou o biomarcador PCA3, um gene que só aparece em quem tem tendência para desenvolver câncer de próstata”, relata Juliana. Para Valquíria, este poderá ser um grande auxiliar para os médicos. “O biossensor, ao detectar o PCA3, não deixa qualquer dúvida – é sinal de pré-disposição para o câncer de próstata, já que ele não detecta outro tipo de câncer ou mesmo inflamações.

Andrey Coatrini Soares ressalta a parceria com os médicos e pesquisadores do Hospital de Amor de Barretos, já que foram eles que deram início a este trabalho. “Os médicos de Barretos constataram que houve um substancial aumento das ocorrências relacionadas com câncer de próstata. Como eles tinham em seu poder a sequência do PCA3 (sequência de DNA), o caminho ficou mais fácil para levarmos em frente esta pesquisa conjunta. Criamos, assim, um biossensor que fosse fiel na detecção precoce da doença, rápido na leitura dos resultados (60 minutos) e barato, tendo em vista sua futura utilização pela população, através do SUS”, acrescenta Andrey.

Para a equipe de pesquisadores e médicos do Hospital do Amor de Barretos, esta pesquisa abre novas portas para enfrentar a problemática do câncer de próstata.

O Prof. Osvaldo Novais ressalta que “o nosso trabalho demonstra ser possível fazer a detecção de PCA3 em células, a um custo potencialmente baixo. Ainda não se provou que a detecção ocorrerá em urina ou sangue, e nem que a detecção de PCA3 eliminará a necessidade de biópsias ou exames de toque retal. Demonstrar essas possibilidades, que podem ser revolucionárias para a detecção e tratamento de câncer de próstata, deve ser objetivo de pesquisas futuras, em nosso time de pesquisadores e em outros lugares do mundo a partir da divulgação do presente artigo.”

Figura. Esquema para a fabricação de um biossensor para detecção do PCA3, mostrando também o emparelhamento devido à hibridação na detecção de controles positivos.

Quanto tempo demora para chegar no mercado?

A tecnologia já está em processo de patente pela Agência USP de Inovação, com a colaboração do Escritório de Inovação do Hospital de Amor de Barretos. Para chegar ao mercado, é necessário testar o biossensor em fluidos biológicos, como o sangue, e desenvolver protótipos que sejam reprodutíveis em testes de grande escala, sem falsos positivos ou negativos. Estima-se que se uma empresa estiver interessada em licenciar a tecnologia, o exame de PCA3 pode estar no mercado em alguns anos.

Os três jovens pesquisadores do IFSC/USP

O artigo científico deste trabalho foi assinado por Juliana  Coatrini Soares, Andrey Coatrini Soares, Valquíria Cruz Rodrigues, Matias Eliseo Melendez, Alexandre Cesar Santos, Eliney Ferreira Faria, Rui M. Reis, André Lopes Carvalho e Osvaldo Novais de Oliveira Junior.

Para acessar o artigo científico desta pesquisa, clique AQUI.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

16 de dezembro de 2019

Oferta de posições no CIERMag – Desenvolvimento tecnológico

O Centro de Imagens e Espectroscopia in vivo por Ressonância Magnética (CIERMag), sediado no IFSC/USP, está oferecendo posições para as seguintes vertentes:

1) Pessoal com conhecimento técnico em montagens de circuitos eletrônicos, utilizando conceitos modernos de prototipagem;

É necessária a comprovação de experiência na montagem de circuitos com componentes SMD.

2) Pesquisadores para desenvolvimento de software;

São necessários conhecimentos de linguagens de programação estruturada e orientada a objeto (tais como e na ordem de prioridade, Python, C++, C, VB.NET etc.);

3) Projeto, análise e roteamento de circuitos de alta velocidade utilizando plataforma da Cadence (Allegro, Orcad);

Será necessária experiência comprovada em projetos que envolvam a utilização de FPGAs de médio volume de recursos bem como de seus periféricos.

– Os conhecimentos de conceitos de Linguagem de Descrição de Hardware (VHDL ou Verilog) são altamente desejáveis, mas não obrigatórios;

– Os conhecimentos de princípios de Ressonância Magnética são altamente desejáveis, mas não obrigatórios;

Os interessados deverão entrar em contato com Prof. Alberto Tannús através do e-mail secretaria_emoh@ifsc.usp.br ou pelos telefones 55 (16) 3373 9836 ou 55 (16) 3373 6665 em horário comercial, mencionando “Projeto Espectrômetro Digital”.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

12 de dezembro de 2019

Maratona Nação USP Empreendedora – Um sucesso!

Os dias 07 e 08 de dezembro marcaram a realização da última etapa da Maratona Nação USP Empreendedora, um evento que ocorreu no Campus USP de São Carlos (CEFER).

Com o tema Você teve uma ideia para melhorar a USP que ninguém pensou?, a Maratona Nação USP Empreendedora foi aberta à participação de alunos, professores e funcionários da USP, que se organizaram em equipes e que apresentaram projetos inovadores em todas as áreas, exatamente para melhorar a vida na USP como um todo. Com um prêmio de dez mil reais para o projeto vencedor, concorreram sessenta e oito projetos, envolvendo 207 participantes, tendo sido selecionados 18 projetos, com um número total de 55 participantes.

Os objetivos da Maratona foram muito claros, segundo explicou Adriele Fonseca, aluna da EESC/USP e membro da Comissão Organizadora. CLIQUE NA IMAGEM ACIMA PARA CONFERIR A ENTREVISTA.

A abertura do evento contou com a presença da Pró-Reitora de Cultura e Extensão Universitária da USP, Profª Maria Aparecida Machado, que usou da palavra após após uma breve introdução do Prof. Vanderlei Bagnato, coordenador da organização e diretor do IFSC/USP.

CONFIRA, CLICANDO NA IMAGEM ABAIXO, AS PALAVRAS DOS DOIS DIRIGENTES.

Seria praticamente impossível dar destaque a todos os dezoito projetos que concorreram nesta Maratona, mas só para se ter uma noção da diversidade de ideias, deixamos aqui a descrição de três delas, na voz de seus idealizadores.

CLIQUE NA IMAGEM ABAIXO

Ao longo da Maratona de dois dias, os participantes foram finalizando seus projetos. Para o Prof. Henrique Rosenfeld, docente da Escola de Engenharia (EESC/USP), “Este é um evento sensacional, com nossa comunidade se envolvendo em tentar resolver nossos próprios problemas. Sensacional!”

CLIQUE NA IMAGEM ABAIXO PARA CONFERIR AS DECLARAÇÕES DO PROF. ROSENFELD

Finalmente, perto das 18 horas do dia 08 de novembro (domingo), o júri da Maratona USP Empreendedora deu por terminado seu trabalho, anunciando os três primeiros classificados:

1° LUGAR
Projeto: UniStore
Descrição: Plataforma marketplace que irá unificar, regularizar e garantir a qualidade do pedido de produtos universitários que são oferecido pelas organizações extracurriculares, secretarias acadêmicas e atléticas.
Participantes: Alexandre Batistella, Bruno Rosa, Felipe Moreira, Murilo Pratavieira
Campus: São Carlos

2° LUGAR
Projeto: COPA
Descrição: Atitude consciente nos RU’s – campanhas de conscientização, e substituição dos copos descartáveis por um pequeno copo dobrável, que possui o chip da USP e pode ser usada para liberar a entrada no restaurante universitário. Sistema de gameficação para incentivar o uso do copo USP.
Participantes: Andre Junior Youn, Iara Domingues Carneiro, Lais Sayuri Kavano, Marina Naomi Utsunomiya, Profa.Dra Rosana Aparecida Vasques
Campus: São Paulo

3° LUGAR

Projeto: Yoga na USP
Descrição: Oferecimento de yoga nos fins de semana e bonificação para os estudantes que participarem das atividades. Estímulo e suporte à saude mental dos participantes.
Participantes: Caroline Stivanelli, Cauê Moreno Costa, Jessica Tanuri, Yan Watanabe Falchetti
Campus: Ribeirão

Ficam as imagens registradas no vídeo abaixo, com a chamada dos três primeiros classificados, o balanço do evento na voz do Prof.Vanderlei Bagnato, e, claro as palavras eufóricas da equipe vencedora

CLIQUE NA IMAGEM ABAIXO

Aguardam@s a todos para a edição Maratona Nação USP Empreendedora – 2020. Até lá, recordemos alguns dos momentos da edição de 2019.

Clique AQUI para acessar o álbum de fotos.

Todas as fotos deste evento estarão publicadas brevemente no Facebook do IFSC/USP – https://www.facebook.com/ifscusp/

(Texto e edição: Rui Sintra / Edição Vídeo: Ricardo Rehder Cardoso / Fotos: Maria Zilda)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

11 de dezembro de 2019

Produção cientifica do IFSC/USP no mês de novembro de 2019

Para ter acesso às atualizações da Produção Científica, cadastradas no mês de novembro de 2019, clique aqui ou acesse o quadro em destaque (em movimento), no final da página principal do IFSC/USP.

A figura ilustrativa foi extraída do artigo publicado recentemente, por pesquisador do IFSC, no periódico:

Lasers in Medical Science

Confira a produção científica de nosso Instituto.

 

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

10 de dezembro de 2019

11º workshop do Clube de Ciências do Espaço Interativo de Ciências (EIC)

Realizou-se no dia 03 do corrente mês, no Espaço de Convivência Prof. Horácio Panepucci, junto aos laboratórios de ensino do IFSC/USP, o 11o workshop do Clube de Ciências do Espaço Interativo de Ciências (EIC), uma das atividades de Educação Científica do Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e Fármacos (CIBFar/CEPID/FAPESP).

Neste ano, houve a participação de cerca de 50 alunos, divididos em duas turmas de clubistas, oriundos do ensino médio das escolas públicas de São Carlos. O Clube teve encontros semanais durante o ano letivo, no qual os participantes realizaram experimentos seguindo critérios do método científico, ou seja, propuseram, desenvolveram, observaram, coletaram dados, analisaram, discutiram os resultados, organizaram pôsteres e os apresentaram no workshop.

Neste ano, os pôsteres foram avaliados por alunos pós-graduandos do IFSC/USP, pela Especialista em Laboratório Dra. Daniele S. Jacinto, pelos técnicos Antenor F. Petrilli Filho, Claudio Boense Bretas, dos Laboratório de Ensino de nosso Instituto, e pela Química do CDCC, Dra. Angelina Sofia Orlandi.

A organização e funcionamento do CC conta com a supervisão da Profa. Nelma R. S. Bossolan, da educadora do EIC, Gislaine C. dos Santos, de estudantes do Curso de Licenciatura em Ciências Exatas, bolsistas do projeto integrado de bolsas da USP, sob a coordenação geral da Profa. Sênior do IFSC/USP, Leila M. Beltramini.

Confira AQUI o álbum de fotos relativas ao evento

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

10 de dezembro de 2019

Aplicações de ressonância da rotação eletrônica de alta frequência

O IFSC/USP recebeu no dia 10 de dezembro, um colóquio extraordinário com a presença do Dr. Petr Neugebauer, do Instituto de Tecnologia da Europa Central, Universidade de Tecnologia de Brno, Brno, República Tcheca.

Após uma breve história do apresentador para ajudar o público a seguir suas etapas científicas no desenvolvimento da Espectroscopia de Ressonância Eletromagnética de Alta Freqüência (HFESR), o foco da apresentação foi o estado atual do HFESR e suas limitações, um método considerado uma ferramenta essencial no campo do magnetismo molecular, onde os sistemas moleculares são candidatos à produção de armazenamento de dados de alta densidade, bem como bits quânticos para avançar no campo da computação quântica.

Neugebauer ccomentou, ainda, as descobertas recentes de seu grupo, que demonstraram a valiosa contribuição do HFESR na avaliação da qualidade da produção em massa de materiais modernos de estado sólido, por exemplo, grafeno e outros compostos 2D.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

10 de dezembro de 2019

IFSC/USP e UFSCar unidas em mais uma pesquisa conjunta

O pesquisador Thales Rafael Machado, pós-doutorando na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e integrante do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), desenvolveu uma nova metodologia para realizar procedimentos de obtenção de imagens em fibroblastos dérmicos, células presentes na pele humana, em parceria com pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP e da Universitat Jaume I (UJI), em Castellón de la Plana, Espanha.

A imagem por fluorescência consiste em um dos métodos mais comuns em ciências biológicas para obter informações detalhadas de estruturas e eventos intracelulares de maneira específica e em alta resolução. No estudo publicado, propõe-se que as nanopartículas preparadas pelo grupo poderiam ser utilizadas como agente de contraste para a realização de procedimentos de bioimagem por fluorescência. Segundo os testes in vitro realizados utilizando como modelo culturas de fibroblastos dérmicos humanos neonatais (HDFn), as nanopartículas possuem alta capacidade de internalização na região citoplasmática sem que ocorram danos as células. Uma vez dentro das células, a hidroxiapatita emite fluorescência de cores azul, verde, amarelo e vermelho, evidenciando distintas estruturas celulares. Esta característica é fundamental para potenciais procedimentos biomédicos de obtenção de imagem multicor, sendo este um novo fenômeno observado para o material.

Os principais benefícios do uso das nanopartículas desenvolvidas para esta aplicação são a biocompatibilidade e fotoestabilidade em comparação com os biomarcadores usualmente empregados que sofrem uma rápida degradação. Além disso, o material foi otimizado com o fim de eliminar a necessidade de incorporação de elementos de terras raras – procedimento comum para melhorar as propriedades fluorescentes da hidroxiapatita. O estudo abre um leque de possibilidades para novas pesquisas em imagem intracelular e delimitação de estruturas celulares, visando o melhoramento de procedimentos de diagnóstico e terapia de doenças que afetam a população mundial.

A pesquisa é um dos resultados de uma intensa pesquisa interdisciplinar sobre ortofosfatos que o CDMF vem desenvolvendo nos últimos 5 anos. Basicamente, são materiais sintéticos cuja composição e estrutura se assemelham aos dos componentes minerais presentes em ossos e dentes humanos, possuindo assim elevada biocompatibilidade. Além disso, apresentam baixo custo, pois são obtidos por rotas sintéticas simples e são constituídos basicamente de cálcio e fósforo, dois elementos abundantes na natureza.

Esses materiais apresentam multifuncionalidades, tendo potenciais aplicações já demonstradas para, por exemplo, utilização em dispositivos ópticos, na restauração do patrimônio histórico-cultural, como fragmentos de marfim procedentes de presas de mamute, além da recuperação de fachadas de suporte pétreo.

Em busca da interdisciplinaridade que o estudo exigia, o CDMF, dirigido pelo Prof. Elson Longo, do Departamento de Química da UFSCar, buscou o estabelecimento de parcerias com o Centro de Pesquisas em Ótica e Fotônica (CEPOF), coordenado pelo Prof. Vanderlei Bagnato, do IFSC/USP, uma vez que o CEPOF possui profunda experiência na exploração de propriedades fotônicas de materiais para fins biomédicos com profissionais altamente qualificados.

O estudo, denominado “Designing biocompatible and multicolor fluorescent hydroxyapatite nanoparticles for cell-imaging applications” foi publicado na revista Materials Today Chemistry, da família Materials Today, da editora Elsevier. Além de Machado, o artigo tem como autores Ilaiáli Souza Leite, Natália Mayumi Inada, Máximo Siu Li, Jussara Soares da Silva, Juan Andrés, Héctor Beltrán-Mir, Eloisa Cordoncillo e Elson Longo.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

9 de dezembro de 2019

Desenvolvido novo equipamento para analisar solos

Um equipamento capaz de fazer análises de solo de maneira rápida, econômica e sustentável, é a novidade para o setor agrícola da empresa Agrorobótica Fotônica, em parceria com a EMBRAPII (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial).

A tecnologia adotada é praticamente a mesma utilizada no robô Curiosity, desenvolvida pela NASA, em missão exploratória de solo no planeta Marte.

O projeto foi desenvolvido em duas etapas. A primeira, teve início em 2015, com uma parceria com a Embrapa Instrumentação. A segunda segue em desenvolvimento com pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), por intermédio da Unidade EMBRAPII, sediada no Instituto, estando já em fase final.

Nesta fase, o equipamento vai medir a quantidade de nitrogênio, micronutrientes e contaminantes em amostras de solos, plantas e fertilizantes.

A tecnologia, denominada LIBS (Laser Induced Breakdown Spectroscopy), atua por meio de um laser de alta energia que focalizado sobre a superfície da amostra, gera um microplasma que fragmenta as moléculas possibilitando a análise detalhada dos elementos.

A inovação é pioneira para utilização agroambiental em larga escala para fins comerciais. A estimativa é que ela analise mais de 500 amostras por dia e ainda traz conceitos de sustentabilidade, pois não gera resíduos químicos. Para se ter uma ideia, um laudo completo de análise de amostra pode ser obtido em torno de 15 minutos, enquanto no método tradicional leva cerca de 15 dias.

O novo equipamento

Desta forma, o agricultor poderá elevar sua rentabilidade, pois 60% do aumento da produtividade corresponde a correta nutrição das plantas e 22% do custo-de-produção dos agricultores corresponde à corretivos e fertilizantes.

EMBRAPII

O modelo de investimento adotado pela EMBRAPII permite rapidez, flexibilidade e risco reduzido no apoio a projetos inovadores. Empresas que possuem um projeto avaliado como inovador, devem se associar a uma das unidades credenciadas (atualmente há quarenta e duas distribuídas pelo País).

Caso o projeto seja aprovado, os gastos para seu desenvolvimento serão divididos em três partes, sendo que a EMBRAPII fica responsável por até um terço do investimento, o restante é dividido entre a Unidade – que disponibiliza mão de obra e equipamentos – e a empresa demandante.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

9 de dezembro de 2019

Inscrições abertas para “3ª Escola LACA de Pequenas Moléculas” (México)

Encontram-se já abertas as inscrições para a  Escola LACA de Pequenas moléculas, evento que ocorrerá entre os dias 23 e 29 de março de 2020, na Universidad Nacional Autónoma do México (UNAM).

Realizada a cada dois anos, esta escola nasceu como uma iniciativa conjunta de cristalográficos de vários países da América-Latina, com o intuito de dar um treinamento de nível internacional aos jovens latino-americanos de todas as áreas que, de uma forma ou de outra, tem na cristalografia de pequenas moléculas uma ferramenta fundamental na sua pesquisa.

A escola foi desenhada nos moldes das grandes escolas da área (tais como a organizada pela ACA, a BCA e a ECA), sendo um curso intensivo teórico-prático de tempo completo. Ela contará com uma turma avançada e outra iniciante, de maneira a poder contemplar uma ampla gama de alunos de todos os níveis e nacionalidades. Na parte prática, cada aluno terá acesso a um difratômetro, de maneira que poderá levar o seu próprio cristal o qual ele mesmo medirá, resolverá e refinará.

Cabe ressaltar que o comitê organizador realizou um enorme esforço (levando em conta principalmente o contexto socio-econômico atual) para arrecadar fundos de maneira a poder ajudar economicamente o maior número possível de alunos. Assim, contamos com a ajuda da IUCr que  apoiará a participação de alguns jovens cientistas com uma assistência financeira parcial através do Young Scientist Awards. Esta assistência cobre parte dos custos com alimentação e acomodação, assim como as despesas de viagem para frequentar a escola. A solicitação do Young Scientist Awards da IUCr deve ser enviada até 27 de janeiro de 2020 e os resultados serão anunciados em 5 de fevereiro de 2020.

Para obter mais informações sobre esta Escola, e/ou se inscrever, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

5 de dezembro de 2019

Concurso público para contratação de dois professores doutores

Estão abertas inscrições ao concurso público para provimento de 2 (dois) cargos de Professor Doutor para o Departamento de Acervo e Curadoria do Museu Paulista da Universidade de São Paulo, na área de Cultura Material, História do Brasil e Museus.

O período de inscrições vai até às 23h59 do dia  20 de fevereiro de 2020.

O salário corresponde ao MS-3, em Regime de RDIDP (Regime de Dedicação Integral à Docência e à Pesquisa), com o salário de R$11.069,17 (maio/2019), conforme edital anexo.

Mais informações como as normas pertinentes ao concurso, encontram-se à disposição dos interessados na Divisão de Apoio à Pesquisa, Ensino, Cultura e Extensão do Museu Paulista da USP, situado à Av. Nazaré, 258 – Ipiranga, SP, CEP 04262-000, telefone: (11) 2065-8075 – e-mail: acadmp@usp.br.

Para conferir o edital, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

5 de dezembro de 2019

Docente do IFSC/USP tem projeto aprovado em pesquisa de cooperação

O docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Renato Vitalino Gonçalves, participou e conquistou recentemente sua participação em uma chamada lançada conjuntamente pela FAPESP e FAPERGS (Rio Grande do Sul), tendo em vistas o desenvolvimento e cooperação em pesquisas promovidas nos dois estados em diversas áreas do conhecimento.

O projeto será realizado entre o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e o Instituto de de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IF/UFRGS), subordinado ao tema Integração das estratégias de síntese para melhorar o transporte de portadores de cargas e eficiência do BiVO4 aplicado na fotossíntese artificial sob luz solar.

Para conferir os projetos aprovados neste âmbito de colaboração científica, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

 

 

5 de dezembro de 2019

Escola São Paulo de Ciência Avançada em Fluidos Quânticos e Aplicações

O IFSC/USP recebe entre os dias 20 e 30 de abril de 2020 a Escola São Paulo de Ciência Avançada em Fluidos Quânticos e Aplicações, um evento que abordará tópicos relevantes sobre fluidos quânticos, a saber:

– Condensação de Bose-Einstein;
– Gases de Fermi degenerados;
– Fluidos quânticos fora do equilíbrio e turbulência;
– Armadilhas adiabáticas para átomos frios;
– Magnetismo quântico;
– Fenômenos quânticos macroscópicos;
– Simulação quântica;
– Universalidade;
– Supersólidos;

A escola visa proporcionar aos participantes uma compreensão da área de estudo, da ciência fundamental à aplicada, contando desde já com a presença de renomados palestrantes de todo o mundo, fazendo desta uma grande oportunidade para o intercâmbio de idéias científicas e avanços tecnológicos no campo. Os participantes terão a oportunidade de apresentar seus resultados de pesquisa em sessões de pôsteres.

A Escola de Ciência Avançada de São Paulo sobre Fluidos Quânticos e Aplicações será um evento com inscrição gratuita, tendo em consideração um número limitado de solicitações. Dessa forma, o objetivo é selecionar cerca de cem participantes (50 brasileiros e 50 estrangeiros), dando-se prioridade a candidatos atualmente matriculados em programas de pós-graduação (Mestrado / Mestrado e Doutorado / PhD), bem como para recém-formados e pós-graduandos.

Os interessados poderão solicitar o financiamento da viagem, sendo que a acomodação e as refeições serão financiadas para TODOS os pedidos de subsídios aceitos.

Este evento é coordenado pelo docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Vanderlei Bagnato, tendo como restantes membros do Comitê Organizador: Marcelo Takeshi Yamashita, (IFT-UNESP); Marcos Cesar de Oliveira (IFGW-UNICAMP); Philippe Wilhelm Courteille (IFSC-USP); Emanuel Alves de Lima Henn (IFSC-USP); Mônica Andrioli Caracanhas (IFSC-USP); Francisco Ednilson A. dos Santos (UFSCAR); Lucas Madeira (IFSC-USP), sendo que as inscrições poderão ser feitas até dia 31 de janeiro de 2020.

Para se inscrever, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

4 de dezembro de 2019

Em Londres: contribuição do IFSC/USP no estudo de terras raras

A manhã do dia 26 de novembro foi muito especial no Flett Lecture Theatre, do Natural History Museum de Londres. Em sua apresentação sobre o papel dos elementos terras na estrutura de novos minerais, o pesquisador do IFSC/USP, Dr. Marcelo Barbosa, abordou vários aspectos bastante desafiadores no trabalho de pesquisa nesta área.

O evento Critical raw materials and our green future foi organizado pela Camborne School of Mines, University of Exeter e pelo Natural History Museum, tendo reunido pesquisadores de diversas instituições de pesquisa e representantes do parlamento britânico, da comunidade econômica europeia e de diversas empresas. O evento teve suporte do Engineering and Physical Sciences Research Council (EPSRC), Natural Environment Research Council (NERC) e da FAPESP.

Não há dúvida de que a terras raras desempenham um papel fundamental no desenvolvimento de materiais e dispositivos modernos de alta tecnologia. Como exemplo, Marcelo Barbosa citou alguns exemplos para o elemento ítrio, que pode ser utilizado em odontologia, lasers e supercondutores, como, por exemplo, o óxido de ítrio, bário e cobre. Na sequência, o pesquisador do IFSC/USP explicou os princípios básicos relativos à espectroscopia Raman e difração de Raios X. Assim, teve a oportunidade de descrever os equipamentos utilizados no Instituto de Física de São Carlos no trabalho de caracterização de espécies minerais.

Como exemplo de aplicação, descreveu o primeiro mineral-tipo amazônico brasileiro encontrado na mina Pitinga. A waimirita-Y é rica em ítrio e apresenta uma estrutura muito interessante, onde cada um dos cátions (Y) são coordenados por nove ânions (F).Marcelo também fez uma comparação com a segunda ocorrência deste mineral em Jabal Tawlah, na Arábia Saudita, e trabalho de colaboração científica envolvendo outros pesquisadores, como é o caso do Dr. Daniel Atencio e Artur C. Bastos Neto, do Brasil, e de outros sediados nos Estados Unidos, Rússia e Japão.

A parisita-La também foi mencionada devido a sua estrutura cristalina ser bastante complexa e sua ocorrência em Novo Horizonte, Bahia. A Parisita-La é especialmente rica em lantânio e neodímio, matéria prima estratégica para a fabricação de imãs utilizados nas turbinas eólicas instaladas no Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte. O Brasil é um dos países líderes na geração deste energia e tem recebido muitos investimentos na área (Ventos promissores a caminho).

Em seu último tópico, o pesquisador de nosso Instituto abordou a possibilidade de se investigar a estrutura de minerais mais complexos, utilizando a nova fonte de luz sincrotron brasileira – o Sirius. Como exemplo, abordou os minerais do grupo da eudialita de Poços de Caldas (MG), zirconosilicatos que contém elementos terras raras como o ítrio, neodímio, cério, lantânio e cujo estudo estrutural mais detalhado exige a utilização de radiação com feixes muito intensos. De acordo com Marcelo, é possível investigar como os elementos terras estão ligados a outros átomos na estrutura e otimizar o processamento e beneficiamento dos minerais analisados, utilizando técnicas de radiação síncrotron, como Extended X-ray Absorption Fine Structure (EXAFS) e X-ray Absorption Near Edge Structure (XANES).

Rui Sintra/Marcelo Barbosa – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

4 de dezembro de 2019

Prêmio para pesquisador do IFSC/USP em encontro sobre IA

Rastrear câncer de pele e fazer um pré-diagnóstico que seja capaz de distinguir lesões malignas das benignas.

Este é, sumariamente, o trabalho que o aluno de doutorado do Grupo de Óptica do IFSC/USP, Renan Arnon Romano, apresentou em formato de poster no KHIPU – Latin America Meeting in Artificial Intelligence, reunião científica ocorrida entre os dias 11 e 15 deste mês de novembro, em Montevideo (Uruguai). Para surpresa do próprio autor, o trabalho conquistou o Prêmio de Melhor Poster do evento.

Machine Learning based label-free lifetime fluorescence to distinguish skin lesion foi o titulo do trabalho conjunto assinado por Renan Romano, Ramon Rosa e Cristina Kurachi, todos do IFSC/USP, Ana Gabriela Salvio (Hospital Amaral Carvalho – Jaú), e Javier Jo (School of Electrical and Computer Engineering – University of Oklahoma – USA), trabalho esse que viria a ganhar o “Prêmio de Melhor Poster” do evento, só anunciado na festa de encerramento do evento.

“Foi uma total surpresa para mim, pois haviam muitos trabalhos de grande impacto nas áreas de desenvolvimento e aplicação de inteligência artificial.”, relata Renan, que foi patrocinado pela ANTEL para participar naquele que é considerado o maior evento de Inteligência Artificial da América Latina, sob os auspícios do Google, Facebook e Apple, entre outros patrocinadores de renome. O trabalho apresentado por Renan esteve entre os cerca de cento e cinquenta posteres exibidos ao longo de três dias de duração do evento, representando o trabalho de doutorado do aluno do IFSC/USP, focado no desenvolvimento de um equipamento dedicado a rastrear o câncer de pele e distinguir as lesões malignas das benignas.

“Existem algumas lesões na pele que são muito semelhantes entre si e fica muito difícil distinguir quais são as malignas. Nessas situações um médico que não seja especialista em câncer de pele pode facilmente errar o diagnóstico. Este equipamento, semi-portátil, tem a capacidade de fazer um pré-diagóstico da lesão, auxiliando esse mesmo médico a poder encaminhar o paciente para um médico especialista com a certeza de que a lesão é maligna. Além do mais, isso pode auxiliar enormemente a assistência médica em regiões mais remotas, que não possuem médicos especialistas, fazendo com que os pacientes com câncer de pele sejam rapidamente diagnosticados e encaminhados para tratamento”, enfatiza Renan.

O trabalho de Renan consistiu em fazer a validação e aplicação da técnica, sendo que anteriormente o mesmo equipamento já tinha sido alvo de uma outra pesquisa, onde foi concluída a instalação de um hardware e da devida calibração. O pré-diagnóstico é feito apenas com a luz de um laser pulsado, que incide diretamente na pele e não requer qualquer tipo de marcação. “A luz, em contato com a pele do paciente, lê o tempo de decaimento de fluorescência de moléculas endógenas (NADH, FAD e colágeno). Dessa forma, conforme o tempo, se detecta (ou não) o câncer de pele, cujas informações são armazenadas em um banco de dados. Com essas informações, o computador “aprende” a distinguir o que é câncer e o que não é: com o resultado dessa leitura, os médicos ficam cientes da possibilidade (ou não) de existência da doença. Esta máquina já tem catalogado mais de 300 lesões”, explica o aluno do IFSC/USP.

Pretendendo seguir os caminhos da Inteligência Artificial no futuro, Renan Romano está igualmente trabalhando para que o equipamento possa ter a vertente de pré-diagnosticar o câncer de boca.

 

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

2 de dezembro de 2019

Tratamento do câncer de pele está em consulta pública

O Sistema Único de Saúde (SUS) poderá dentro de pouco tempo implementar um novo procedimento que diagnostica e trata o câncer de pele não-melanoma, através de um dispositivo que foi criado por pesquisadores do Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CEPOF), do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), utilizando, para isso, uma fonte de luz de dispositivos a LED com uma determinada frequência, que incide sobre uma substância fotossensibilizadora (Terapia Fotodinâmica), provocando a morte das células cancerígenas num procedimento não invasivo, com mínimo incômodo ao paciente.

Neste sentido, a Comissão Nacional de Incorporação e Tecnologias (CONITEC) do SUS abriu uma consulta pública para que a população, cientistas e profissionais de saúde possam votar sobre a inclusão deste protocolo de tratamento, atendendo a que o Ministério da Saúde já confirmou não existirem diretrizes diagnósticas e terapêuticas no SUS para esse tipo de lesão na pele.

A consulta popular irá estender-se até dia 16 do próximo mês de dezembro.

Para a população votar, deverá acessar o link AQUI.

Para os profissionais de saúde e pesquisadores, a votação deverá ser feita AQUI.

Está, portanto, nas mãos da sociedade, escolher – ou não – este novo tratamento.

Para ficar por dentro de relatório do CONITEC sobre este protocolo, clique AQUI.

Clique AQUI para assistir à reportagem da EPTV sobre este assunto.

Clique na imagem abaixo para saber como votar.

(Foto principal acima: Gustavo Quagliato)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

2 de dezembro de 2019

Na Biblioteca do IFSC/USP: “Ciência e Soberania Nacional” em debate

A relação entre a pesquisa científica e a soberania nacional – um debate que reuniu  um economista – Prof. Joelson de Carvalho (UFSCar) -, um engenheiro – Prof. Marcelo Zaiat (EESC/USP) e um pesquisador em economia de trabalho e sindicalismo – Gabriel Colombo (ANPG).

Com participação de numeroso público, a iniciativa fez parte do ciclo “Coffee Talks”, promovida pela Biblioteca do IFSC/USP e realizada no dia 25 de novembro de 2019, no “Espaço 24 horas”.

Um início de noite muito animado no IFSC/USP, com vários pontos de vista e opiniões nem sempre convergentes. O público aderiu a esta iniciativa da Biblioteca do IFSC/USP, participando nas discussões, o que consolida o sucesso do “Coffee Talks” enquanto espaço de debates e de interação.

Clique na imagem abaixo para assistir ao debate.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

2 de dezembro de 2019

Projetos de Doutorado Acadêmico Industrial no IFSC/USP

Como é de conhecimento público, o IFSC/USP criou em junho de 2014, através da iniciativa do então Diretor da Unidade, Prof. Tito José Bonagamba, a designada Comissão de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação Científica e Tecnológica  (VER AQUI).

A CICT teve como objetivo, estimular, organizar e consolidar atividades de pesquisa básica teórica, experimental e aplicada realizadas na Unidade, estabelecendo diretrizes institucionais que estimulassem atividades que pudessem resultar em colaborações de alto nível com a Indústria, criando perspectivas de financiamento fora do sistema tradicional de fomento à pesquisa e, principalmente, de emprego aos egressos do IFSC/USP fora da academia.

Daí que os esforços nesse projeto se concentrassem no desenvolvimento e inovação científica e tecnológica, com a finalidade de permitir que essas atividades pudessem trazer novas perspectivas de pesquisa aos docentes do Instituto, em colaboração com a indústria, com a vital participação dos alunos de graduação, de preferência dentro de suas atividades de iniciação científica, trabalho de conclusão de curso ou estágio supervisionado, e de pós-graduação, envolvendo projetos de mestrado e doutorado.

Foi dentro desse escopo que a Diretoria do IFSC/USP (gestão 2014/2018) abraçou a criação do Doutorado Acadêmico Industrial (DAI), por sugestão do Prof. Glaucius Oliva, que apreciou a proposta de criação da CICT em uma de suas visitas oficiais ao IFSC/USP, na condição de Presidente do CNPq. O Programa DAI foi rapidamente instituído na Unidade, com o apoio do Prof. Otávio Thiemann, Presidente da Comissão de Pós-Graduação em Física do IFSC/USP, nesse período. A iniciativa abriu mais uma porta para que alunos do IFSC/USP tivessem acesso a temas de interesse do Setor Industrial, com perspectivas de realização de pesquisa de alto nível dedicadas ao desenvolvimento econômico do País.

Para se ter uma breve ideia do sucesso do projeto, o mesmo resultou nas seguintes teses de doutorado: “Modelagem físico-computacional da RMN em meios porosos – aplicações na indústria do petróleo” (projeto desenvolvido em parceria com colaboradores do Cenpes/Petrobras); “Desenvolvimento de biossensor para detecção de nematoides parasitas de plantas” (projeto desenvolvido em parceria com colaboradores da Bayer); e “Explorando as relações entre estrutura e função das hidrolases de glicosídeos das famílias 9, 48 e 74” (projeto desenvolvido em parceria com colaboradores do Centro de Tecnologia Canavieira – CTC). Nos três casos, as contribuições foram significativas para os setores de petróleo, química e alcooleiro, respectivamente.

CENPES/PETROBRAS

Na área da indústria do petróleo, foi desenvolvida uma ferramenta computacional que permite a simulação dos sinais obtidos por RMN no estudo de rochas reservatório. Ela emula informações associadas com dinâmica das moléculas dos fluidos imersos nas rochas reservatório, destacando a relaxatividade superficial, uma propriedade relacionada com a interação fluido/superfície e a permeabilidade das rochas reservatório, parâmetros de grande relevância para a perfilagem de reservatórios de petróleo.

No caso da indústria química, desenvolveu-se um biossensor para detecção de praga agrícola capaz de analisar amostras de solo de uma maneira rápida e simples. Através de medidas de capacitância elétrica e eletroquímica foi possível discriminar amostras infectadas pela praga agrícola de amostras não infectadas.

Já na indústria alcooleira, foram descritas as caracterizações funcional e estrutural de três novas enzimas bacterianas. Os resultados dos perfis hidrolíticos e sinergismo entre duas celulases bacterianas indicam que essas enzimas podem ser usadas em coquetéis enzimáticos voltados à produção de etanol celulósico, tendo em vista o alto grau de sinergismo (sinergismo maior que 7, até então nunca observado na literatura) e com liberação de mais de 90% de açúcares solúveis.

Contribuição do projeto para inovação de produtos

Nas contribuições para a indústria do petróleo, a ferramenta computacional desenvolvida é de extremo valor, tanto para a avaliação dos testemunhos obtidos em poços que estão tendo sua viabilidade econômica avaliada, quanto para a averiguação da empresa dos dados de permeabilidade dos reservatórios de petróleo fornecidos pelas empresas que realizam a perfilagem de poço.

Para a indústria química, o dispositivo desenvolvido permite que a praga agrícola seja detectada em estágio inicial, diminuindo a perda na produção e auxiliando na escolha da melhor estratégia de manejo a ser utilizada no controle.

Detecção de nematoides parasitas de plantas

No caso da indústria química, o dispositivo desenvolvido permite que a praga agrícola seja detectada em estágio inicial, diminuindo a perda na produção e auxiliando na escolha da melhor estratégia de manejo a ser utilizada no controle.

Na indústria alcooleira, foram realizados os estudos estruturais e funcionais de três novas enzimas bacterianas potentes na degradação de biomassa celulósica e hemicelulósica. A ocorrência do efeito sinérgico entre duas destas enzimas em celulose, junto à alta quantidade de açúcares solúveis, indica a potencialidade destas para a produção de biorrenováveis e bioetanol provenientes da biomassa lignocelulósica à base de coquetel de enzimas bacterianas, o que representa um grande avanço no barateamento e produção de enzimas celulolíticas para fins industriais.

Contribuição do projeto para formação de recursos humanos especializados

Nas contribuições para a indústria do petróleo, o projeto desenvolvido resultou na formação de um doutor apto a ser um dos líderes dos projetos que estão sendo elaborados no momento com o Cenpes/Petrobras para o estudo de rochas reservatório de petróleo, em condições de reservatório ou de laboratório.

No caso da indústria química, a interação empresa-universidade foi fundamental para a formação de uma doutora com visão empreendedora, capaz de liderar projetos que atuem no desenvolvimento de biossensores de grande potencial de mercado nas áreas de saúde e agricultura. Além disso, participaram do projeto outros 2 alunos de Iniciação científica.

Na indústria alcooleira, este projeto permitiu a aproximação entre o grupo do Prof. Igor Polikarpov e as linhas de pesquisa de biotecnologia industrial desenvolvidas pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) e a formação de um doutor em física com experiência em biofísica de proteínas e enzimologia, apto a liderar projetos na área. Recentemente foi contratado como pesquisador no Sirius-LNLS/CNPEM para ajudar na construção e comissionamento da linha de luz MANACÁ, a qual é dedicada à cristalografia de macromoléculas. Além disso, vai liderar os trabalhos no desenvolvimento de novas metodologias em cristalografia serial para a determinação de novas estruturas de proteínas com foco em reações enzimáticas resolvidas no tempo na linha de luz MANACÁ.

Contribuição do projeto para difusão e transferência do conhecimento

Na indústria do petróleo, o projeto desenvolvido está sendo aplicado no ambiente do Cenpes/Petrobras. Em função da relevância dos resultados alcançados, o conhecimento gerado permitiu uma colaboração adicional com a IBM, que consiste na comparação das ferramentas computacionais desenvolvidas para a estimativa de permeabilidade de poço. Finalmente, além de quatro artigos publicados em revistas indexadas, esses resultados foram apresentados e bem recebidos em dois eventos internacionais associados à indústria do petróleo: International Bologna Conference on Magnetic Resonance in Porous Media e Practical Applications of  NMR in Industry Conference.

Já na indústria química, o biossensor desenvolvido se mostrou uma ferramenta muito promissora para a agricultura, de maneira que será feito o seu pedido de patente para que ele possa ser produzido e comercializado pela indústria parceira.

Cana de Açúcar para a produção de álcool

No caso da indústria alcooleira, os resultados obtidos neste trabalho são os primeiros passos para a produção de um coquetel à base de enzimas bacterianas com potencial na produção de biorrenováveis e bioetanol, tendo sua continuidade sendo dada pelo grupo do Prof. Igor Polikarpov. Ao longo do período de pesquisa deste projeto de doutorado, o presente pesquisador publicou 6 artigos em revistas de alto impacto. Atualmente tem mais 3 manuscritos (como co-autor) em fase de revisão em jornais especializados da área e outros 3 manuscritos (primeiro autor) em fase de escrita e/ou submissão.

Avaliação dos bolsistas pelos respectivos orientadores

Aluno: Éverton Lucas de Oliveira / Orientador: Prof. Tito José Bonagamba

O bolsista Éverton Lucas de Oliveira desenvolveu seu projeto de Doutorado Acadêmico Industrial de forma competente e diligente, em colaboração intensa com seu supervisor e interlocutores do CENPES/Petrobras. Para essa finalidade, todos os passos do projeto eram discutidos com os colaboradores do CENPES/Petrobras, estando o bolsista presente no ambiente da empresa várias vezes ao longo do seu programa de doutorado. Deste modo, sua formação permitirá que ele atue com facilidade nos dois ambientes, acadêmico e industrial, tendo papel fundamental de liderança nos novos projetos que estão sendo propostos em parceria com colaboradores do CENPES/Petrobras. Como resultado do seu projeto de doutorado acadêmico industrial, contribuiu para a indústria do petróleo com sua ferramenta computacional, que foi empregada para o estudo de meios porosos, resultando em artigos publicados em revistas de impacto internacional.

Aluna: Isabella Sampaio / Orientador: Prof. Valtencir Zucolotto

A bolsista Isabella Sampaio teve um ótimo desempenho acadêmico e científico em seu doutoramento com bolsa CNPq/DAI, desenvolvendo um trabalho sistemático sobre a fabricação de sistemas de detecção para pragas agrícolas. Os maiores desafios do trabalho foram aqueles relacionados com a otimização dos parâmetros de detecção dos biossensores, que foram superados graças ao empenho da aluna. Os resultados foram muito satisfatórios, tanto do ponto de vista acadêmico, quanto aplicado ao problema original. Além do seu ótimo desempenho durante o trabalho, a aluna teve também um grande amadurecimento profissional, e dessa forma, gostaríamos de agradecer o apoio ao trabalho através dessa bolsa CNPQ/DAI.

Aluno: Evandro Ares de Araújo / Orientador: Prof. Igor Polikarpov

O bolsista Evandro Ares de Araújo trabalhou sob minha supervisão no projeto “Estudos das relações entre estrutura e função de Hidrolases de Glicosídeos com múltiplos domínios: em busca de enzimas mais eficientes na depolimerização de biomassa lignocelulósica”, conduzindo estudos sistemáticos da caracterização molecular de hidrolases de glicosídeos de famílias GH9, GH48, GH74. Neste projeto, o bolsista pôde desenvolver uma pesquisa que permitiu a ele um grande amadurecimento científico e ter a oportunidade de trabalhar em pesquisa de interface entre a academia e o setor industrial, como no caso da CTC. Isso permitiu a ele finalizar com sucesso esta etapa deste projeto e também ter obtido uma excelente produção acadêmico/científica. Todavia, isso não seria possível sem a bolsa oferecida pelo CNPQ/DAI junto ao IFSC/USP.

Concluindo esta matéria, o IFSC/USP agradece o inestimável apoio do CNPq, com a concessão de 3 bolsas de Doutorado Acadêmico Industrial, através do olhar visionário do Prof. Glaucius Oliva, e agradece o excelente trabalho desenvolvido pelos alunos de Doutorado e seus respectivos orientadores, confirmando o notório papel de longa data da Unidade na área de Ciência, Tecnologia e Inovação.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

29 de novembro de 2019

O papel da Física na avaliação de um reservatório de petróleo

A edição do Colloquium diei relativa ao dia 29 de novembro, organizado pelo IFSC/USP, trouxe como palestrante o Dr. Willian Andrighetto Trevizan, ex-aluno do IFSC/USP e cientista da Petrobras, que dissertou sobre o tema O papel da Física na avaliação de um reservatório de petróleo.

Trevizan abordou a forma como o processo exploratório e de desenvolvimento da produção de um campo de petróleo envolve a combinação de conhecimentos e técnicas provenientes de diversas áreas. Desde a modelagem geológica, que leva em conta macro processos na escala das dimensões da bacia e do tempo geológico, até o conhecimento detalhado de propriedades petrofísicas de amostras de rocha coletadas nos reservatórios.

De forma simples, o palestrante explicou a forma como durante a perfuração de um poço, diversas propriedades físicas são obtidas de maneira detalhada ao longo dos intervalos de interesse, sendo interpretadas para responder às seguintes questões: 1) Em quais intervalos há óleo e/ou gás? 2) Em qual quantidade? 3) Quais intervenções necessárias para produzi-lo? As respostas dependem de um estudo do comportamento dos meios porosos sob diversos estímulos (elétricos, magnéticos, acústicos, nucleares), reunidos em uma disciplina normalmente chamada de Petrofísica. Neste colóquio, percorreremos a aplicação dos conhecimentos de Física e Petrofísica ao longo da cadeia de Exploração e Produção, focada na etapa de avaliação dos reservatórios.

Neste colóquio, Trevizan mostrou a todos como é feita a avaliação de um reservatório de petróleo e como se chega ao cálculo de que um novo reservatório poderá gerar um milhão de barris. Vou explicar quais são as técnicas utilizadas para se localizar e avaliar um reservatório desse tipo, algo que tem muitas questões relacionadas com a área da Física.

Em conversa com a Assessoria de Comunicação do IFSC/USP, Trevizan explicou: “Quando fura um poço, você tem que ter a capacidade de identificar onde está o petróleo, qual a extensão do reservatório e quais são as dificuldades que irá encontrar para extrair o petróleo. Através da Ressonância Magnética Nuclear (RMN) você consegue ver não só a quantidade de poros que existem nas rochas, como também os espaços vazios que existem nelas, que é onde o petróleo certamente vai estar; além do mais, conseguimos dizer qual o tamanho que cada um desses poros tem”, enfatiza o cientista.

É com base nisso que se consegue saber se o óleo que está naquele local vai ser fácil ou difícil de ser extraído. Segundo Trevizan, se só existirem poros pequenos, terá que se vencer as forças capilares da parede para extrai-lo, o que quer dizer que a tarefa vai ser difícil. Se os poros forem grandes, o petróleo vai sair com mais facilidade. “Na minha área de atuação tem vários profissionais que fazem essa avaliação e usam essa técnica. Eu trabalho com a parte de pesquisa na técnica de RMN, então meu trabalho é desenvolver metodologias para melhorar essas avaliações, usando essa técnica”, elucida Trevizan.

Embora exista uma tendência grande para o desenvolvimento de outras fontes de energia – e é bom que se prossiga com esse desenvolvimento para bem do meio ambiente – o certo é que o petróleo ainda vai ser usado por um longo tempo. “A Petrobras segue seu ritmo, e seu interesse em fomentar e ajudar a desenvolver pesquisas não cessa. Existem vários desafios tecnológicos que precisam ser vencidos para dar mais um passo em frente nas pesquisas e eles são oportunidades de desenvolver ciência ainda mais avançada. Por mais que eu esteja focado nas aplicações, resultados e produtos que a empresa possa usar, existe sempre a possibilidade de encontrar algum tema novo que me impulsione a voltar para a Academia, para um pós-doc. Neste momento, estou trabalhando em interfaces com a RMN, que são os métodos acústicos, que têm dado resultados complementares valiosos”, finaliza Trevizan.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

29 de novembro de 2019

Reforçando o combate às doenças negligenciadas e malária

Um consórcio internacional voltado ao desenvolvimento de novos medicamentos para doenças negligenciadas e para a malária está sendo formado pela FAPESP, em parceria com a USP e Unicamp, e as organizações sem fins lucrativos Iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi) e Medicines for Malaria Venture (MMV).

O objetivo geral do consórcio é identificar candidatos pré-clínicos com chances de se tornarem novos compostos para o tratamento da leishmaniose visceral, doença de Chagas e malária.

Apoiada no âmbito do Programa de Apoio à Pesquisa em Parceria para Inovação Tecnológica (PITE), da FAPESP, esta parceria envolve o intenso trabalho desenvolvido pelo Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e Fármacos (CIBFar), um CEPID da FAPESP sediado no nosso Instituto, uma iniciativa que congrega projetos de pesquisa colaborativos, envolvendo o Laboratório de Química Medicinal e Computacional (LQMC) e Laboratório de Biofísica Molecular (IFSC/USP), o Núcleo de Bioensaios, Biossíntese e Ecofisiologia de Produtos Naturais (NUBBE/IQ-UNESP), os Laboratórios de Síntese Orgânica (IQ/UNICAMP), os Laboratórios de Produtos Naturais e Síntese Orgânica (DQ/UFSCar) e o Laboratório de Produtos Naturais (FCFRP/USP). Com esta parceria, que irá contar com mais recursos para pesquisas, o CIBFar poderá contar com a contratação futura de mais pós-docs e a aquisição de mais materiais de consumo, tudo no sentido de levar adiante todo o trabalho até agora desenvolvido pelos grupos de pesquisa liderados pelos Profs. Glaucius Oliva, Adriano Andricopulo e Rafael Guido.

Este consórcio internacional irá contar com um investimento global de R$ 43,5 milhões, pelo prazo de cinco anos, sendo que a FAPESP fará um aporte de R$ 7,8 milhões. Outros R$ 12,8 milhões serão investidos por DNDi e MMV. Unicamp e USP irão contribuir com R$ 22,9 milhões, particularmente em infraestrutura de pesquisa e custos de pessoal. O acordo será assinado no dia 28 deste mês, na sede da FAPESP.

No projeto feito em parceria com a MMV, o foco será identificar uma nova molécula para o tratamento da malária que possa matar rapidamente o parasita, evitando o desenvolvimento de resistência ao medicamento. Idealmente, a nova molécula deve ter o potencial quimioproteção em dose única, o que ajudaria a eliminar a malária em países como o Brasil e, eventualmente, em todo o mundo.

Já no projeto com a DNDi o objetivo é entregar um composto para o tratamento da doença de Chagas e leishmaniose pronto para desenvolvimento clínico. Busca-se, assim, seguir os perfis de produtos-alvo desenvolvidos pela DNDi e seus parceiros para garantir a entrega de um composto que satisfaça as necessidades dos pacientes.

“A colaboração da Unicamp e USP com MMV e DNDi, ao mesmo tempo em que traz para São Paulo o desafio de pesquisa de descoberta de moléculas que sejam boas candidatas clínicas no combate a doenças negligenciadas e à malária, também abre o acesso ao acervo das organizações parceiras e a sua experiência na análise de tais moléculas. Dessa forma, une pesquisa na fronteira do conhecimento e conectada a aplicações de enorme relevância social com formação de pesquisadores, importantes objetivos para o Estado de São Paulo”, salientou Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP.

As doenças negligenciadas e a malária afetam bilhões de pessoas ao redor do mundo, principalmente em áreas de extrema vulnerabilidade. Os poucos medicamentos que existem para tratá-las são caros, têm pouca eficácia ou têm efeitos colaterais indesejáveis. A ideia do projeto é, portanto, estimular o desenvolvimento de capacidades para a pesquisa de novos fármacos no Brasil por meio do intercâmbio das melhores práticas de conhecimento.

“A MMV está comprometida em descobrir os medicamentos que permitirão aos países endêmicos da malária, como o Brasil, eliminar a doença de dentro de suas fronteiras e apoiar a erradicação global”, disse Timothy Wells, diretor científico da entidade. “Estamos muito satisfeitos em poder contar com os conhecimentos especializados de cientistas brasileiros da Unicamp e da USP e combiná-los com a experiência da MMV em malária para desenvolver medicamentos antimaláricos para a população do Brasil e de outros países.”

“O grande diferencial deste consórcio é a criação de uma rede internacional, multidisciplinar, autossustentável e pensada a partir das necessidades das populações dos países endêmicos. Trata-se de um esforço conjunto pelo mesmo propósito: obter tratamentos seguros e eficazes para a doença de Chagas, leishmaniose e malária”, explicou Jadel Müller Kratz, gerente de Pesquisa & Desenvolvimento da DNDi.

A parceria também apoiará o treinamento de gerações futuras de especialistas em tratamento de doenças negligenciadas na Unicamp e na USP, ao mesmo tempo em que trará novas oportunidades de trabalho e investimentos em infraestrutura nessas instituições.

Luiz Carlos Dias, professor do Instituto de Química da Unicamp, é responsável pela coordenação geral do projeto. “O consórcio vai ultrapassar fronteiras internacionais e levar à consolidação de um modelo de parceria global que contribui com a inovação, o avanço do conhecimento na área de descoberta de novos medicamentos para doenças parasitárias tropicais, a aceleração dos cronogramas de pesquisa e o compartilhamento de dados”, disse.

(Com informações da Agência FAPESP)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

28 de novembro de 2019

HEP-Seminar: Marcus Rodrigues (IFSC/USP) profere seminário

O aluno do IFSC/USP, Marcus Rodrigues, proferiu um seminário no programa High Energy Physics, ocorrido no dia 28 de novembro, nas instalações de nosso Instituto.

Subordinado ao tema Liberdade assintótica na seção de choque elétron-pósitron em hádrons, Marcus pontuou que diversos aspectos da Cromodinâmica Quântica (QCD) são testados em uma análise quantitativa da seção de choque elétron-pósitron em
hádrons, a saber, a carga elétrica fracionária dos quarks, o número de cores e o acoplamento forte.

Por meio do teorema óptico, essa seção de choque pode ser expressa em termos da parte imaginária da função de polarização hadrônica do vácuo que, para energias suficientemente altas, pode ser calculada perturbativamente.

Ao longo de sua apresentação, Marcus explorou os cálculos em Next-to-Leading Order para a seção de choque e^+e^- em hádrons com o auxílio de integrais mestras para, no fim, realizar determinações para o acoplamento forte em diferentes regiões de energia, tendo justificado e comprovado a verificação da liberdade assintótica do acoplamento, conforme prevista pela função beta da QCD.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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