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22 de julho de 2021

Vaga para PD com bolsa FAPESP em química inorgânica com ênfase em cristalografia

O Laboratório Multiusuário de Cristalografia Estrutural -LaMuCrEs – do IFSC/USP está com uma vaga para pós-doutorado, com bolsa FAPESP, em Química Inorgânica com Ênfase em Cristalografia. O projeto tem como objetivo o desenvolvimento de compostos de coordenação de interesse biológico, com ênfase na caracterização de estruturas por meio da técnica de difração de raios X de monocristal.

Os interessados em preencher esta vaga deverão possuir:

– Doutorado em química, subárea de química inorgânica, com ênfase em química de coordenação e cristalografia, preferência para os que defenderam tese de doutorado recentemente (obrigatório).

– Experiência em gerenciamento de laboratório de cristalografia (obrigatório);

– Experiência em operação de difratômetro de raios X de monocristal, e na elucidação de estruturas cristalinas de moléculas pequenas (obrigatório).

– Experiência em síntese de complexos de metais do bloco d e caracterização por meio de técnicas espectroscópicas (FT-IR, RMN, UV-Vis, Massas etc) (altamente recomendado).

– Experiência em ensaios biológicos (desejado).

– Proficiência em inglês (obrigatório).

– Ótimos desempenho acadêmico e produção científica.

– Motivação, liderança, organização e perseverança.

Os candidatos devem enviar o currículo, carta de interesse, duas cartas de recomendação e históricos acadêmicos (mestrado e/ou doutorado) para o pesquisador Javier Ellena (javiere@ifsc.usp.br).

Para obter mais informações, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

22 de julho de 2021

Empresa de São Carlos desenvolve e exporta DNA polimerases

A empresa “Cellco Biotec”, sediada em São Carlos, desenvolveu um processo inédito para produzir, pela primeira vez no Brasil, DNA polimerases com altos padrões de qualidade, em escala compatível para a comercialização. O empreendimento, que teve apoio do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), da FAPESP, foi tão bem-sucedido que, além de oferecer ao mercado brasileiro enzimas com qualidade comparável às importadas – e com preço mais atrativo –, permitiu à empresa assinar seu primeiro contrato de exportação para a Europa.

A pesquisadora responsável pelo projeto, Amanda Bernardes Muniz, explica que as DNA polimerases são enzimas amplamente utilizadas para a manipulação in vitro do DNA em clonagem, sequenciamento e mutagêneses de DNA, entre outras técnicas, com aplicação, por exemplo, em diagnósticos médicos e análises forenses com base em material genético.

“Apesar de ser um insumo de uso rotineiro em meio laboratorial, o Brasil não tinha uma produção da enzima dentro de padrões rigorosos de qualidade que viabilizasse sua comercialização. Nosso objetivo era produzir, no país, uma enzima com padrões comparáveis aos das que já são comercializadas”, diz Muniz ao Pesquisa para Inovação.

Segundo a pesquisadora, que tem formação em física e atua na área de biofísica molecular, os processos de controle de qualidade foram desenvolvidos pela empresa com o apoio da companhia alemã “Jena Bioscience”, que é uma das financiadoras da “Cellco”.

“A enzima é produzida em bactérias e, se houver qualquer outro DNA contaminante proveniente da produção, o resultado que se busca com a polimerase fica comprometido. Por isso o controle de qualidade rigoroso é fundamental para a comercialização”, afirma Muniz.

“Éramos usuários do produto e sentíamos as dificuldades da dependência em relação à importação”, conta a bióloga Maria Amélia Dotta, que atuava na indústria farmacêutica antes de se tornar uma das fundadoras da “Cellco”, em 2014.

“As variações de preços, sujeitas a reviravoltas cambiais, causavam problemas para a programação dos projetos e prazos de entrega”, diz Dotta. “Essa experiência no nosso trabalho com biologia molecular nos mostrava que havia ali uma oportunidade de desenvolvimento de um produto – e começamos a explorar isso como um projeto e optamos por submeter à FAPESP”, afirma.

A bióloga e a física se conheceram durante o doutorado, no Instituto de Física de São Carlos (IFSC), da Universidade de São Paulo (USP), onde ambas já haviam se aprofundado na pesquisa sobre proteínas recombinantes. Muniz começou a atuar na empresa em 2016 e o projeto foi aprovado pelo PIPE-FAPESP no mesmo ano.

Em 2018, com o processo de produção da enzima já desenvolvido, a empresa obteve novo apoio do PIPE-FAPESP para a fase 2, para que fosse possível ganhar escala comercial. “Mesmo antes do fim do projeto o produto já estava no mercado, graças ao aprimoramento da enzima que conseguimos obter no projeto da Amanda”, diz Dotta.

Muniz explica que, com o emprego de engenharia genética, o processo de produção permitiu a obtenção de propriedades melhoradas da enzima – que é especificamente uma DNA polimerase da bactéria Thermus aquaticus (Taq DNA polimerase), uma das mais utilizadas, com crescente aplicação nas áreas de genotipagem e diagnóstica.

“Adicionando certos domínios proteicos [partes independentes da cadeia polipeptídica] nessa molécula, conseguimos produzir uma enzima capaz de fazer polimerases mais processivas, isto é, obtivemos uma enzima mais rápida que a Taq normal”, explica Muniz.

Segundo Dotta, o aprimoramento da produção obtido graças à pesquisa garantiu uma excelente resposta do mercado. “Desenvolvemos um produto de qualidade muito alta. Isso nos dá tranquilidade para oferecer um produto que foi exaustivamente estudado e testado”, afirma.

Para garantir a qualidade da enzima, é preciso evitar a presença de DNA microbiano e inibidores da reação de PCR em seu processo de preparação – um dos principais desafios para sua produção comercial e habilitação para qualquer emprego tecnológico.

A fim de desenvolver um controle de qualidade capaz de garantir a produção de uma enzima com alto rendimento e pureza, a “Cellco” utilizou como guia os processos de sua parceira alemã, a Jena Bioscience, que passou a comprar o produto brasileiro.

“Como em todos os produtos da “Cellco”, desenvolvemos todo o controle de qualidade com base nas exigências aplicadas pela Jena na compra de enzimas de outras empresas. Todos os nossos processos passam pelo controle de qualidade da Jena, que é muito rígido e nos dá segurança”, afirma Muniz.

De acordo com Dotta, desde 2018 a “Cellco” passou a exportar sua enzima para a Alemanha e se tornou o principal fornecedor da parceira “Jena Bioscience”. A empresa alemã, fundada em 1998, produz e fornece reagentes para laboratórios de pesquisa e indústrias farmacêuticas de vários países.

“Eles investiram na nossa empresa desde o início, possivelmente já projetando que nos tornássemos fornecedores. Eles viam no Brasil um mercado promissor para ciências da vida, em especial para reagentes”, diz a bióloga.

O mercado de DNA polimerases na América Latina, de acordo com as pesquisadoras, estava estimado em R$ 1 bilhão em 2020, com previsão de crescimento de 6,7% anuais até 2025, quando chegará a R$ 1,38 bilhão.

Além das duas fases do projeto de desenvolvimento da enzima – concluído em fevereiro de 2021–, a “Cellco” também obteve apoio de um projeto PIPE-FAPESP, ainda vigente, para o desenvolvimento de um kit de diagnóstico de Covid-19 por RT-qPCR (transcrição reversa seguida de reação em cadeia da polimerase quantitativa, na sigla em inglês) pelo método multiplex, o que barateia o produto.

A empresa já havia desenvolvido, em outro projeto PIPE-FAPESP, um processo produtivo de dNTPs (desoxirribonucleotídeos fosfatados), utilizados na técnica de PCR.

(Com informações da Agência Fapesp)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

19 de julho de 2021

Seleção para a Direção do Observatório Nacional (MCTI)

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações abriu o Edital de seleção para o cargo de Diretor do Observatório Nacional (ON), no Rio de Janeiro, uma de suas unidades de pesquisa.

O ON é uma instituição centenária, que atua nas áreas de Astronomia, Geofísica e Metrologia e que tem como missão realizar pesquisa e desenvolvimento em Astronomia, Geofísica e Metrologia em Tempo e Frequência, formar pesquisadores em seus cursos de pós-graduação, capacitar profissionais, coordenar projetos e atividades nessas áreas e gerar, manter e disseminar a Hora Legal Brasileira.

Os candidatos interessados deverão enviar o seu currículo completo e um projeto de gestão alinhado com a visão estratégica do ON, conforme definido pelo Edital da chamada (VER AQUI).

O Comitê poderá fornecer mais detalhes sobre o processo seletivo através de seu Presidente, o Prof. Reinhardt Fuck (reinhardt@unb.br).

Comitê de Busca

Reinhardt Fuck (Presidente), Vanderlei Bagnato, Kepler de Souza Oliveira, Miriani Pastoriza, Ricardo Trindade.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

19 de julho de 2021

Diretor do IFSC/USP conquista “Prêmio CBMM de Ciência e Tecnologia”

Prof. Vanderlei Bagnato torna-se o cientista brasileiro mais premiado no Brasil

O docente, pesquisador e atual Diretor do IFSC/USP acaba de conquistar o “Prêmio CBMM de Ciência e Tecnologia”, na categoria “Ciência”, tornando-se, possivelmente, o cientista brasileiro mais premiado.

Com o valor de R$500,000.00, este prêmio, instituído em 2019 pela Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) nas categorias “Ciência” e “Tecnologia”, está já consolidado como a maior premiação científica do Brasil, destacando cientistas que dedicam suas vidas à ciência e tecnologia, beneficiando a sociedade e ajudando a evoluir o mundo, sendo especialmente dedicado  a pesquisadores que colocaram nosso país em destaque no cenário científico mundial.

Na chamada de destaque deste prêmio na categoria “Ciência” pode-se ler o seguinte: “Vanderlei Salvador Bagnato: o físico que usou a luz para controlar os átomos e salvar vidas. Se um feixe de luz pudesse transformar o futuro da humanidade? Essa pergunta tem movido os trabalhos de Vanderlei Bagnato, que há mais de três décadas realiza pesquisas nas áreas de Óptica e Fotônica e contribui significativamente para as aplicações da fotodinâmica e da fototerapia nas áreas da Saúde”.

A partir de seus estudos, o físico demonstrou a eficácia da ação fotodinâmica para o controle de infecções, descontaminação de órgãos para transplante e tratamento de doenças como pneumonia, Parkinson e vários tipos de câncer. Essas técnicas foram adotadas por importantes associações brasileiras ligadas à saúde e têm se difundido por mais de 9 países da América Latina.

Antes de suas contribuições para a medicina, Bagnato já havia conquistado notoriedade internacional por suas pesquisas em Física Atômica, sendo um dos pioneiros nos estudos dos átomos frios e da turbulência quântica e o criador do primeiro relógio atômico do Brasil”.

Na categoria “Tecnologia”, o vencedor foi o Dr. Júlio César Fernandes, doutor em Engenharia Elétrica pela Unicamp e CEO da “Idea! Electronic Systems”.

Confira o anúncio do prêmio AQUI.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

19 de julho de 2021

Estrutura de um complexo de septinas humanas é desvendada através de criomicroscopia eletrônica

O estudo dedicado às proteínas denominadas “septinas”, que há mais de quinze anos tem sido realizado pelo atualmente designado Grupo de Biofísica e Biologia Estrutural do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), sob a coordenação do pesquisador, Prof. Richard Garratt, conseguiu recentemente uma enorme evolução ao utilizar a técnica de criomicroscopia eletrônica em vez da tradicional  difração de raios-x, que necessita que seja formado um cristal da proteína para depois se realizar o experimento que irá determinar sua estrutura.

A nova técnica apresenta algumas vantagens, já que nela é realizado o estudo da molécula em solução, congelando a mesma de forma rápida em uma fina camada de gelo e permitindo, dessa forma, que se observem as posições atômicas e todos os pormenores em alta resolução.

Considerando que septinas são proteínas essenciais para a divisão celular e que atuam no estágio final desse processo, torna-se bastante importante entender toda sua estrutura e principalmente as consequências de  algumas de suas mutações, que são associadas com doenças específicas, como a infertilidade masculina. Conhecer a estrutura tridimensional também pode auxiliar a desvendar anomalias causadas por diversas outras doenças, como, por exemplo, o mal de Alzheimer, Parkinson e algumas formas de câncer, bem como a relação do Zika vírus com a microcefalia.

Pesquisadora do IFSC/USP – Deborah Cezar Mendonça

A aluna de doutorado em Física Biomolecular do IFSC/USP, Deborah Cezar Mendonça (27), orientada pelo Prof. Richard Garratt, foi a responsável por este estudo realizado no IFSC/USP e no Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano/CNPEM) – estrutura localizada em Campinas e detentora do único microscópio existente no Brasil e na América Latina que é capaz de executar esse trabalho -,  contribuindo para que nosso país integre agora o lote das mais avançadas pesquisas que adotaram há cerca de cinco anos esse tipo de metodologia no mundo.

Para o Prof. Garratt, ter executado este trabalho acarreta um sentimento de orgulho muito grande, principalmente porque este estudo foi feito integralmente no Brasil, por uma equipe multidisciplinar: “Para que este tipo de trabalho pudesse dar certo, o primeiro quesito foi ter uma equipe de bioquímicos e de biologistas moleculares capazes de produzir uma amostra de qualidade, uma outra equipe de pessoal especializado em microscopia para realizar as medidas nas condições otimizadas, bem como conhecimento sobre processamento dos dados e sua interpretação. Por último, você tem que ter, na ponta final, um lote de profissionais especializados em estruturas de septinas que apresentem as conclusões inerentes a todo o trabalho”, explica o pesquisador, que sublinha o extraordinário trabalho de parceria realizado pelo físico Rodrigo Portugal, do Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano) e pelo biofísico holandês, residente no Brasil, Marin van Heel.

Uma revolução na área da biologia estrutural

Tema relativo ao Prêmio Nobel de Química no ano de 2017, atribuído aos cientistas Richard Henderson (UK), Joachim Frank (EUA) e Jacques Dubochet (Suíça), a criomicroscopia eletrônica foi consagrada por permitir enxergar a estrutura atômica tridimensional de moléculas biológicas, sendo que um dos destaques destas pesquisas vencedoras do Prêmio Nobel coube a Henderson, que foi o primeiro a obter uma imagem tridimensional com resolução atômica usando criomicroscopia, em 1990. Até então, o método que permitia obter imagens mais detalhadas era a cristalografia, mas nem sempre funcionava, atendendo a que muitas estruturas em biologia eram resistentes ao próprio processo de cristalização.

Prof. Richard Garratt – IFSC/USP

A pesquisadora Deborah Mendonça (IFSC/USP), autora deste importante trabalho, afirma que a técnica é bastante importante quando se pensa e projeta o desenvolvimento de novos fármacos: “As septinas são importantes em diversos processos celulares e têm relação com algumas doenças, só que ainda é muito cedo para sabermos exatamente quais são os mecanismos que relacionam essa proteína com algumas das principais doenças. Para entender a função dessas proteínas, você tem que entender a estrutura delas. Dessa forma, podemos compreender como elas se polimerizam, bem como todos os detalhes intermoleculares, para só depois entender a função e, quem sabe, no futuro poder descobrir se existe alguma relação direta com as enfermidades no sentido de entrar em um caminho de aplicação”, sublinha a pesquisadora.

Um dos exemplos mais contundentes descritos pelo Prof. Richard Garratt diz respeito ao recente surto de Zika vírus, que surgiu associado à incidência de microcefalia. “Mas como é que o vírus causa microcefalia? Não sabemos!! Mas, uma pista muito interessante foi encontrada há cerca de dois anos, quando se verificou que o mecanismo de replicação do vírus dentro da célula do hospedeiro causa um efeito inesperado nas septinas; ou seja, um componente desse vírus afeta determinados locais das septinas, fazendo com que as células neuroprogenitoras localizadas no cérebro não se dividam adequadamente. Com este trabalho, vamos poder, em termos estruturais, entender melhor essas anomalias e essas engrenagens”, pontua o pesquisador, acrescentando que, no mesmo sentido, esta nova tecnologia foi fundamental no combate à COVID-19, pois foi graças a ela que em pouco mais de dois meses se conseguiu a identificação do vírus e obter a estrutura completa devidamente resolvida. Com este avanço científico, cada vez que o vírus sofre uma mutação sabe-se exatamente onde ela acontece, permitindo assim que se tenha uma ideia se essa mutação escapa – ou não – à ação das vacinas atualmente disponíveis. “A biologia funciona porque macromoléculas biológicas sabem interagir entre si adequadamente”, conclui o Prof. Richard Garratt.

Este trabalho já foi publicado no Journal of Molecular Biology e pode ser acessado (AQUI) por tempo limitado.

Este avanço no estudo das septinas faz parte de um movimento atual que acontece em vários institutos do país, onde diversos grupos estão ativos na implementação do uso da criomicroscopia eletrônica para manter o nível de suas pesquisas em biologia estrutural na fronteira do conhecimento.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

18 de julho de 2021

Desvendando a estrutura molecular de proteínas do vírus SARS-CoV-2

Na sequência do trabalho desenvolvido pelos pesquisadores do IFSC/USP, André Godoy e Aline Nakamura, em setembro de 2020 (VER AQUI) no acelerador síncrotron (SIRIUS) do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), onde analisaram duas centenas de cristais de proteínas do vírus SARS-CoV-2 no sentido de desvendar a estrutura molecular dessas proteínas, os dois jovens pesquisadores viram agora seus estudos e resultados serem publicados na conceituada revista científica Journal of Molecular Biology.

Este trabalho é o primeiro com dados do SIRIUS, o novo acelerador de partículas brasileiro, e nele os pesquisadores descrevem o mecanismo molecular pelo qual a principal protease de SARS-CoV-2 se auto-processa para se tornar ativa, sendo que no final do artigo há uma animação que exemplifica todo o processo.

Para conferir este importante trabalho intitulado A Crystallographic Snapshot of SARS-CoV-2 Main Protease Maturation Process, clique na figura abaixo.

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

13 de julho de 2021

Prof. Eduardo Cesar Oswaldo Luiz Alves (UNICAMP) morreu sábado (10/07), aos 74 anos, vítima de infarto

Professor titular do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), onde fundou o Laboratório de Química do Estado Sólido, em 1985, Alves formou mais de 50 mestres e doutores, muitos dos quais são, hoje, líderes de pesquisa destacados no cenário nacional e internacional.

Ele foi um dos primeiros entre os pesquisadores brasileiros a desenvolver atividades na área de nanotecnologia, tendo coordenado o Laboratório de Síntese de Nanoestruturas e Interação com Biossistemas (NanoBioss/SisNano). Publicou mais de 200 artigos em periódicos científicos e teve depositadas 27 patentes de processos e aplicações, algumas internacionais, incluindo uma tecnologia voltada à remediação de efluentes de indústrias papeleiras e têxteis, que foi licenciada para o setor produtivo.

Alves era um dos pesquisadores do Projeto Temático FAPESP sobre Materiais Complexos Funcionais (Inomat), no âmbito dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs), e foi coordenador do projeto FAPESP que financiou a construção da primeira linha de EXAFS (XAS), no Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), em Campinas.

“O professor Oswaldo Alves foi um cientista exemplar que deixou sua marca na ciência brasileira e mundial. Acima de tudo um ser humano digno e ético que sempre valorizou a importância da ciência e da cultura na formação do ser humano. Nos últimos meses, teve participação ativa na organização da série Conferências FAPESP 60 anos. Deixará saudades e fará falta!”, disse Ronaldo Pilli, vice-presidente da FAPESP.

Alves foi membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC), entidade que presidiu entre 1998 e 2000, integrou o Conselho Científico do Instituto Serrapilheira e foi editor do boletim semanal de notícias LQES News – voltado ao desenvolvimento da ciência, tecnologia, inovação e nanotecnologias – e do Nano em Foco – editado em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial –, com uma linha editorial ligada a produtos comerciais, riscos e regulação da nanotecnologia.

“Ele foi um cientista brilhante com contribuições importantes não apenas como cientista, mas também como disseminador de ciência”, afirmou Luiz Eugênio Mello, diretor científico da FAPESP.

Por suas contribuições à comunidade química brasileira foi agraciado com a medalha Simão Mathias (2004) e o Prêmio de Inovação Tecnológica (2008), ambos conferidos pela Sociedade Brasileira de Química. Recebeu, ainda, a Comenda da Ordem Nacional do Mérito Científico (2002) e o prêmio Cientista do Ano (2016), conferido pela Nanocell, na modalidade de nanotecnologia.

Em nota, foi homenageado pela reitoria da Unicamp: “A perda desse ilustre professor e pesquisador deixa um grande vácuo no cenário da ciência brasileira. A reitoria da Unicamp, em nome da toda a comunidade, manifesta os seus sentimentos à família pela perda irreparável.”

Nascido em São Paulo, Alves formou-se em química industrial em 1967. Trabalhou por um curto período na Bayer do Brasil antes de concluir o bacharelado, a licenciatura e o doutorado em química na Unicamp. O pós-doutorado ele fez na França, no Laboratório de Espectroquímica de Infravermelho e Raman, no Centro Nacional de Pesquisa Científica (LASIR-CNRS).

O interesse pela ciência, no entanto, manifestou-se muito antes, quando ele ainda era aluno de escola pública e participava de clubes de ciências no bairro de Perdizes. “Tínhamos um pequeno laboratório com materiais doados por um dos bisnetos do cientista Vital Brazil, onde fizemos muitas experiências de química e biologia”, ele contou em entrevista à Sociedade Brasileira de Pesquisa em Materiais (SBPMat), em 2015.

Antes mesmo de cursar química industrial, Alves fez um estágio no Instituto Biológico, no qual trabalhou com espectroscopia no infravermelho e polarografia aplicadas à indústria. Quando ingressou na Unicamp, obteve uma bolsa de iniciação científica da FAPESP para pesquisa com compostos de terras-raras.

Concluída a graduação, foi contratado como docente aos 25 anos, ao mesmo tempo em que iniciava o doutorado direto, com uma pesquisa sobre aplicação da espectroscopia vibracional em complexos moleculares. Em 1979, na França, deixou-se “contaminar”, como ele dizia, pela química do estado sólido dentro da perspectiva de materiais. “Ao retornar ao Brasil vimos a oportunidade de fundar o LQES”, contou à SBPMat.

Ao logo de uma carreira considerada brilhante por seus pares, Alves desenvolveu pesquisas com vidros dopados com quantum dots  e vidros para óptica não linear, técnicas de síntese de vários materiais bidimensionais e sua química de intercalação, sistemas químicos, purificação de nanotubos de carbono, interação de novos carbonos com biossistemas e nanopartículas de sílica com funcionalização antagônica para drug delivery, entre outras.

“A carreira científica é fascinante, sobretudo nos tempos em que vivemos, onde a quebra de paradigmas ocorrem amiúde”, afirmou Alves na entrevista à SBPMat. E recomendou: “Sempre que possível, devemos procurar um equilíbrio entre atitudes de pesquisa paper oriented e knowledge oriented e, sobretudo, não nos esquecermos de fazer uma segunda leitura de nossos resultados de pesquisa buscando, assim, examinar sua possível conexão com as necessidades do cidadão brasileiro e do desenvolvimento nacional.”

(In: Agência FAPESP)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

13 de julho de 2021

Esfriando a Antimatéria

Figura 1 – Ilustração artística. O material mais caro do mundo – um grama de antihidrogênio custa 62,5 trilhões de dólares (Crédito: meteoramida)

Por: Prof. Roberto N. Onody *

A existência da antimatéria (Figura 1) foi prevista teoricamente por P. Dirac em 1928.  A equação de Dirac descreve a teoria quântica relativística do elétron e une a Relatividade Especial com a Mecânica Quântica. Na sua formulação, ela já traz incorporada o conceito de spin e prevê a existência de uma partícula que tem a mesma massa do elétron, mas com carga oposta – o pósitron ou antielétron.

Por volta de 1912, o físico austríaco V. Hess realizou experimentos para descobrir a causa da radiação ionizante na baixa atmosfera terrestre. Pensava-se, então, que o responsável fosse o Sol. Aproveitando um dia de eclipse solar, Hess ascendeu num balão a cerca de 5.000 metros de altura e constatou que a ionização permanecia praticamente a mesma antes, durante ou depois do eclipse. Concluiu que o responsável pela radiação ionizante vinha do espaço exterior e os chamou de raios cósmicos. Em 1932, C. Anderson, um físico do Instituto de Tecnologia da California, estudando os raios cósmicos em uma câmera de nuvem, descobriu uma partícula que tinha a mesma massa que o elétron mas, com carga oposta – o pósitron previsto por Dirac. Hess e Anderson receberam juntos o prêmio Nobel de Física de 1936.

Figura 2 – O Desacelerador de Antiprótons (Crédito: CERN – Conseil Européen pour la Recherche Nucléaire)

Quando um elétron e um pósitron se encontram, eles se aniquilam em 2 raios-gama (para pósitron e elétron com spins antiparalelos) ou 3 raios-gama (para spins paralelos). O processo de aniquilação com emissão de 2 raios-gama é muito mais provável do que o com 3 raios-gama. O raio gama emitido é uma radiação eletromagnética cem mil vezes mais energética do que a luz ultravioleta.

No interior de certos materiais, o pósitron e o elétron podem formar uma espécie de átomo – o positrônio, que decai em cerca de 10 – 9 s. No exame de Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET scan), injeta-se no paciente um material radioativo (em geral, fluorodeoxiglicose). Uma vez dentro do corpo, os órgãos e tecidos processam o material como se este fizesse parte normal do nosso metabolismo. Ao decair radioativamente, ele emite pósitrons que se aniquilam, produzindo raios-gama. Estes, por sua vez, são detectados e transformados em imagens por um computador. É a melhor tecnologia existente para distinguir um tumor benigno de um tumor maligno.

Em 1934 1, num esforço para detectar, experimentalmente, o antipróton, E. Lawrence projetou e patenteou o cíclotron. O aparelho podia acelerar partículas carregadas até energias da ordem de 106 eletronvolts.  O antipróton não foi encontrado, mas bombardeando alvos com partículas extremamente velozes, os átomos se desintegravam podendo formar novos elementos químicos (radioativos). Em 1954, Lawrence supervisionou a construção do bevatron, que acelerava prótons com energias acima de 109 eletronvolts.  O bevatron detectou o antipróton e o antinêutron em 1955 e 1956, respectivamente. A obtenção dessas antipartículas, juntamente com o antielétron (pósitron), deram início à busca dos antiátomos, mais precisamente, do antihidrogênio.

O hidrogênio é o elemento químico mais simples e abundante do universo, composto apenas, por um próton e um elétron. Em 1995, pesquisadores no CERN fizeram antiprótons colidirem com átomos de xenônio durante 3 semanas. Produziram apenas 9 átomos de antihidrogênio (formado por um antipróton e um pósitron). Eles se aniquilaram com a matéria ordinária em 40 bilionésimos de um segundo. Para se estudar o antihidrogênio, tinha que primeiro se aumentar a sua produção. Para isso, o CERN deu início à construção do Desacelerador de Antiprótons (Figura 2).

No estudo da antimatéria, para se conseguir bons resultados experimentais, é necessário primeiro esfriá-la. O vai e vem térmico de antiátomos faz com que, pelo efeito Doppler, a absorção e emissão de radiação fiquem mais largas, diminuindo a precisão da medida. Armadilhas magnéticas e aprisionamento de antiprótons no interior de átomos de hélio têm sido usados para confinar o antihidrogênio.

Figura 3 – O experimento ASACUSA (Atomic Spectroscopy And Collisions Using Slow Antiprotons) no CERN (Crédito: CERN)

O projeto ASACUSA (Figura 3) é um experimento em andamento no CERN, com parceria japonesa-europeia, para medir a massa do antipróton. Ao se manter juntos, átomos de hélio resfriados a 1,5 K e antiprótons, cerca de 3% dos átomos de hélio substituem um dos seus elétrons por um antipróton. Ajustando-se a frequência correta de um laser, pode-se excitar o hélio antiprotônico. Os resultados experimentais de 2011, provaram que próton e antipróton têm a mesma massa numa margem de erro de uma parte em um bilhão. Em 2015, essa precisão aumentou ainda mais, para sete partes em cem bilhões.

Outra maneira de se comparar a matéria com a antimatéria é pela análise do espectro de absorção. Cada elemento tem sua própria, característica e distinta, linhas de absorção. Será que o hidrogênio e o antihidrogênio têm espectro diferente? Para responder a essa pergunta, primeiro era necessário criar um número razoável de antihidrogênios e que eles permanecessem assim, por um bom tempo, sem serem aniquilados ao entrar em contacto com a matéria ordinária.

Em 2011, o experimento ALPHA (Figura 4) desenvolvido pelo CERN, conseguiu criar e armadilhar cerca de 300 antihidrogênios durante 1000 segundos!

Mais recentemente, em março de 2021 2, em artigo que foi capa da revista Nature, C. J. Baker et al. esfriaram átomos de antihidrogênios, presos numa armadilha magnética, utilizando um laser pulsado. Todo o experimento foi realizado no ALPHA 2, uma segunda geração do equipamento usado em 2011.

Figura 4 – O experimento ALPHA (Antihydrogen Laser PHysics Apparatus) (Crédito: CERN)

A energia cinética da nuvem de antihidrogênios é diminuída usando-se o fato de que a absorção de fótons depende da velocidade dos antiátomos. Antiátomos que têm direção e sentidos apostos à dos fótons incidentes são seletivamente excitados, sintonizando-se a frequência do fóton incidente um pouquinho abaixo da frequência de ressonância do átomo em repouso (efeito Doppler). Desenhando um perfil magnético apropriado, foi possível transformar esse esfriamento unidimensional em tridimensional. A redução da energia cinética ultrapassou uma ordem de magnitude.

Na armadilha magnética, cem mil antiprótons, vindos do desacelerador de antiprótons (Figura 2) foram misturados com três milhões de pósitrons vindos de um acumulador, produzindo cerca de mil antihidrogênios. O comprimento de onda do laser pulsado utilizado foi de 121,6 nanômetros (radiação Lyman-α), com os pulsos durando 15.10 – 9 s e repetidos a cada um décimo de segundo. Uma vez esfriados os antiátomos, os pesquisadores analisaram a transição 1S – 2S do antihidrogênio e constataram que o espectro, dentro da precisão experimental, em nada diferia do hidrogênio ordinário. Devido ao esfriamento a laser, a largura da linha diminuiu por um fator quatro.

O Modelo Padrão é o modelo teórico que melhor descreve (até agora) o mundo das partículas elementares. Tem tido muito sucesso e resistido a muitas comprovações experimentais. No Modelo padrão, para cada partícula existente há uma antipartícula correspondente com a mesma massa, spin e carga (em módulo, se houver). O Modelo Padrão (assim como, a Relatividade Geral e a Teoria Quântica de Campos) pressupõe simetria CPT, isto é, invariância das leis da Física por conjugação de Carga, Paridade e reversão Temporal. A violação da simetria CP (Carga e Paridade) foi encontrada no decaimento de mésons K (kaons) eletricamente neutros, por Cronin e Fitch em 1964. A invariância CPT implica que uma violação CP é sempre acompanhada de uma quebra da simetria por reversão temporal (T). No experimento, kaons se transformam em antikaons e vice-versa, mas não com a mesma probabilidade. Esse resultado, constitui um dos principais argumentos para explicar a primazia da matéria sobre antimatéria no universo em que vivemos.

Os experimentos aqui relatados, demonstram o esforço acadêmico para encontrar mínimas e sutis diferenças entre matéria e antimatéria. Representam um bom teste para possíveis violações de importantes simetrias fundamentais da natureza.

*Físico, Professor Sênior do IFSC – USP

(Agradecimento: ao Sr. Rui Sintra da Assessoria de Comunicação)

Referências:

1 Antimatter | CERN (home.cern)

https://home.cern/science/physics/antimatter

2 C. J. Baker et al., Nature, 592, 35-42 (2021)

https://doi.org/10.1038/s41586-021-03289-6

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

13 de julho de 2021

Pró-Reitoria de Pós-Graduação premiará melhores teses de 2019 e 2020

Novidade deste ano é a inclusão de três novas áreas voltadas para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Estão abertas, até o dia 18 de agosto, as inscrições para o Prêmio Tese Destaque USP, uma iniciativa da Pró-Reitoria de Pós-Graduação que tem como objetivo reconhecer e premiar as teses de doutorado de destaque defendidas nos Programas da USP, em todas as áreas do conhecimento, e estimular a constante busca pela excelência na pesquisa.

O autor da Tese Destaque USP receberá um prêmio no valor de R$ 10 mil e, seu orientador, R$ 5 mil. Também serão concedidas duas menções honrosas, que receberão diplomas de premiação assinados pelo reitor da Universidade.

São elegíveis as teses de doutorado defendidas na USP entre 1º de janeiro de 2019 e 31 de dezembro de 2020, em cada uma das nove grandes áreas do conhecimento: Ciências Agrárias; Ciências Biológicas; Ciências da Saúde; Ciências Exatas e da Terra; Ciências Humanas; Ciências Sociais Aplicadas; Engenharias; Letras, Linguística e Artes; e Multidisciplinar.

A novidade da edição deste ano é a inclusão de três áreas voltadas para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU): Sustentabilidade Ambiental, Sustentabilidade Econômica e Inclusão Social e Cultural.

“O modo de responder perguntas científicas relevantes tem sofrido aperfeiçoamentos, deixando de ser realizado sob a perspectiva de somente uma área de conhecimento para um modelo em que várias participam. Além deste fato, a ONU tem se esforçado para que as pesquisas, em todas as áreas, também se preocupem com o desenvolvimento sustentável em vários aspectos como uma maneira de melhorar a qualidade de vida na sociedade. A mudança no prêmio reflete essas mudanças, na qual todas as teses e áreas do conhecimento podem participar das três novas categorias baseadas nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Tenho certeza de que essas teses mostrarão para a sociedade e para a comunidade interna da Universidade a excelente qualidade da ciência e da formação de estudantes realizadas na USP”, destaca o pró-reitor de Pós-Graduação da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior.

Os trabalhos serão avaliados por 12 comissões julgadoras indicadas pela Pró-Reitoria, levando-se em conta critérios como originalidade da tese, relevância para o desenvolvimento científico, tecnológico, cultural, social e de inovação e valor agregado ao sistema educacional. O resultado será divulgado no dia 5 de outubro. A cerimônia de premiação será realizada no dia 20 de outubro.

As inscrições devem ser feitas, clicando AQUI.

Mais informações sobre as inscrições para o prêmio podem ser obtidas na página da Pró-Reitoria (VER AQUI).

O Prêmio Tese Destaque USP foi entregue pela primeira vez em 2011, para celebrar os 100 mil títulos da Pós-Graduação da Universidade e como uma forma de reconhecer a qualidade de seus alunos. Naquele ano, foram distribuídos 30 prêmios. Devido ao sucesso da iniciativa, o prêmio foi institucionalizado através da Resolução CoPGr 6423, de 27 de setembro de 2012, e já está em sua décima edição.

(Por: Adriana Cruz – Assessoria de Comunicação da USP)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

13 de julho de 2021

Estudos de Rochas Reservatório: permeabilidade ao petróleo e capacidade de armazenar CO2 – Uma parceria entre Academia e Indústria

O Laboratório de Espectroscopia de Alta Resolução por Ressonância Magnética Nuclear (LEAR), do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), tem, ao longo dos últimos anos, feito um grande esforço para identificar e estabelecer colaborações com setores externos à Academia, sempre fundamentadas em ciência básica.

Um dos resultados de destaque em 2021 nessa busca por colaborações com alto grau de complexidade, fora do ambiente acadêmico, foi o êxito do projeto desenvolvido em parceria com colaboradores da IBM Research e do Cenpes/Petrobras, dedicado à estimativa da permeabilidade de rochas reservatório de petróleo, um parâmetro fundamental para determinar a viabilidade econômica de um reservatório.

Para essa finalidade, foram geradas imagens tridimensionais de rochas reservatório através de Tomografia de Raios-X, que são processadas e analisadas por meio de softwares sofisticados desenvolvidos pelos membros da equipe.

Os resultados desse projeto foram apresentados em um artigo recentemente publicado na revista Nature Scientific Reports (VER AQUI).

É importante destacar neste projeto a fundamental participação de três pesquisadores formados no LEAR: Éverton Lucas de Oliveira, Mariane Barsi Andreeta e Willian Andrighetto Trevizan (Cenpes/Petrobras). Destacam-se também no projeto a participação de pesquisadores experientes no ambiente da IBM Research, Mathias Steiner, Rodrigo Neumann Barros Ferreira e Hugo Barbalho.

Como fruto deste trabalho, a IBM Research abriu uma nova perspectiva de utilizar a computação de alto desempenho para inovar em iniciativas para capturar e armazenar dióxido de carbono em poros de rochas reservatório de petróleo, questão fundamental para amenizar os impactos ambientais deste gás de efeito estufa, em nota recentemente publicada em seu blog (VER AQUI).

O docente do IFSC/USP e coordenador do LEAR, Prof. Tito José Bonagamba, um dos autores do artigo, sublinha a importância desses projetos de alto grau de complexidade em colaboração com empresas ou indústrias, fruto de grandes esforços realizados para que essas necessárias parcerias sejam estabelecidas e ocorram em prol, tanto da formação de recursos humanos qualificados em um real ambiente de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação, quanto do desenvolvimento socioeconômico do País, algo esperado para universidades de classe mundial que visam interagir eficientemente com a Sociedade.

Dentro desse processo de aproximação ao ambiente empresarial ou industrial, o Prof. Bonagamba agradece a receptividade e o apoio de duas lideranças, Vinicius de França Machado (Cenpes/Petrobras) e Ulisses Mello (IBM Research).

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

12 de julho de 2021

Pesquisadora do IFSC/USP ganha prêmio SBF de melhor tese de doutorado de 2019

A Pós-Doutoranda do Grupo de Física Computacional e Instrumentação Aplicada do IFSC/USP, Drª Clarissa Martins Siqueira, foi a vencedora do “Prêmio SBF de Tese de Doutorado de 2019” – Área de Física de Partículas – instituído pela Sociedade Brasileira de Física.

O título do trabalho da pesquisadora – “Complementaridade em análises de modelos de matéria escura” (VER AQUI), teve a orientação do  Prof.  Paulo S. Rodrigues da Silva (UFPB).

Os “Prêmios SBF de Tese de Doutorado” foram criados com o propósito de estimular e valorizar os trabalhos de excelência e padrão internacional nas diferentes áreas da Física,  por teses defendidas nos programas de pós-graduação em Física ou em Ensino de Física no Brasil reconhecidos pela CAPES.

Além dos Prêmios, também foram atribuídas Menções Honrosas.

Confira, AQUI, as teses premiadas por cada comissão deste prêmio, sendo que todas elas irão concorrer ao ”Prêmio José Leite Lopes de Melhor Tese de Doutoramento”, igualmente promovido pela SBF.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

12 de julho de 2021

Competição USP de Conhecimentos (CUCo) – Inscrições abertas até 18 de agosto

Estudantes do ensino médio de escolas públicas do estado de São Paulo podem se inscrever no desafio até 18 de agosto

A CUCo, uma das ações do programa “Vem pra USP!”, está com inscrições abertas até 18 de agosto. Trata-se de um desafio criado exclusivamente para os estudantes do ensino médio da rede pública do estado de São Paulo, para incentivá-los a melhorar seu desempenho e ingressar nos cursos de graduação da Universidade de São Paulo (USP).

A iniciativa é uma parceria da USP, Secretaria da Educação do Estado de São Paulo e a Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest). O programa também conta com a colaboração das Diretorias Regionais de Ensino, do Centro Paula Souza, que é responsável pelas Etecs.

Para participar, o estudante pode se inscrever gratuitamente pelo site (VER AQUI). No site também estão as informações sobre a competição – como calendário, data de prova e premiação para alunos, professores incentivadores e escolas.

Além de testar seus conhecimentos, os jovens que participam da CUCo concorrem com outros estudantes de sua escola e os melhores de cada ano do ensino médio são premiados com certificado de participação e acesso à plataforma on-line com material complementar de estudo, entre outros benefícios. Os premiados do terceiro ano também ganham a isenção da taxa de inscrição do vestibular da Fuvest.

Em 2021, 1.556 alunos do ensino médio das escolas públicas paulistas participantes da CUCo ingressaram nos cursos de graduação da USP. Em 2018, primeiro ano em que a competição foi implementada, esse número foi de 132.

O “Vem pra USP!” disponibiliza um canal virtual para auxiliar os estudantes, que pode ser acessado pela internet ou pelo aplicativo Telegram (AQUI), e mostra novidades dos vestibulares, informações sobre escolha profissional, aulas de conteúdos cobrados nas provas, entre outros. As informações também são amplamente divulgadas pelas mídias sociais do programa @vemprausp.

Em 2021, mais de 1,5 mil participantes da CUCo ingressaram na USP

O e-mail para contato, em caso de dúvidas, é atendimento.vemprausp@usp.br.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

11 de julho de 2021

Seminário internacional “Inteligência Artificial: Democracia e Impactos Sociais”

O Centro de Inteligência Artificial da USP (C4AI) realiza nos próximos dias 13 e 14 de dezembro, o seminário internacional “Inteligência Artificial: Democracia e Impactos Sociais”, voltado a docentes, pesquisadores, profissionais da indústria e estudantes, que possam apresentar e discutir artigos relacionados com a área de Inteligência Artificial e temas correlatos.

Neste sentido, o C4AI já está aceitando resumos expandidos na chamada de trabalhos, cujas principais datas, são:

22 de julho – prazo máximo para envio de resumos – veja AQUI as diretrizes para autores;

22 de agosto – Resultado dos resumos aprovados;

22 de novembro – prazo máximo para submissão dos artigos completos, sendo que os artigos aceitos e apresentados serão publicados nos anais do evento, em livro baseado no seminário, e em dossiê da Revista de Estudos Avançados da USP (VER AQUI).

Este seminário apresentará três Mesas, cujos temas poderão servir de inspiração para a elaboração dos artigos, a saber:

 

Mesa 1 – Democracia e inteligência artificial

Na última década, países de grande estabilidade política e forte compromisso com a liberdade de expressão viram seus debates públicos se degradarem como se tivessem caído no abismo. Nas plataformas sociais, técnicas anônimas e insidiosas de manipulação em massa corromperam o desenvolvimento da opinião pública. A democracia começou a produzir seu oposto, elegendo líderes que tentavam e ainda atentam contra o Estado Democrático de Direito. No centro da revolução global, as estratégias sombrias implementadas por algoritmos ultra complexos aprenderam como explorar os medos e desejos das multidões e de cada indivíduo para produzir fanatismo e irracionalidade. A política perdeu a conexão com o conhecimento da verdade factual, enquanto os líderes obscurantistas se dedicaram a atacar os direitos fundamentais, a ciência e a dignidade humana. A tecnologia pode ser usada para impulsionar a barbárie e destruir a civilização? Este ciclo selvagem tem limites? Há alguma saída? Como podemos superar a era da desinformação em que naufragamos? Dentre os temas de interesse desta mesa de conferência, destacam-se os seguintes:

-Uso de dados pessoais para fins de manipulação de indivíduos e grupos;

-Inteligência artificial dedicada à vigilância de comportamentos para impulsionar a publicidade;

-Legislação protetora: o dilema entre respeitar a liberdade de expressão e combater a fraude que viola o direito à informação;

-Como os serviços de mensagens privadas (como o WhatsApp) se tornaram motores de publicidade invasiva para fins partidários;

-Possíveis usos de blockchain e inteligência artificial para combater e conter a indústria de desinformação;

 

Mesa 2 – A inteligência artificial ética e a ética da inteligência artificial

A inteligência artificial já está em assistentes pessoais, vacinas, veículos autônomos, cirurgia assistida por computador, sistemas de negociação, ensino à distância, mídia digital, e-commerce e uma infinidade de outras aplicações. Algoritmos de alto desempenho e técnicas de aprendizado de máquina / deep learning são utilizados para facilitar a convivência, melhorar a qualidade de vida e reduzir a desigualdade entre classes, grupos sociais e países. No entanto, como as técnicas de IA nem sempre encontram suporte nos sistemas que regulam a vida das sociedades, uma vasta gama de problemas éticos e morais se manifestam intensamente neste campo. Dentre os temas de interesse desta mesa de conferência, destacam-se os seguintes:

-Ética e tomada de decisão nas interfaces tecnológicas;

-Dados pessoais e o direito à privacidade no mundo digital;

-Vigilância e discriminação algorítmica;

-Ética corporativa e políticas de diversidade na sociedade informatizada;

-Transparência e controle social sobre sistemas de inteligência artificial;

-Desigualdades e tecnologias de inteligência artificial;

-Biometria, leitura facial e viés de algoritmo;

-Explanabilidade e interpretabilidade;

 

Mesa 3 – Inteligência artificial e o futuro do trabalho

A inteligência artificial tem sido comparada à eletricidade pela sua tecnologia de uso geral, podendo ser aplicada em todos os setores de atividade. O impacto da Inteligência Artificial no trabalho é potencialmente universal, permitindo avanços na automação em todos os campos da economia, da indústria aos serviços de saúde, da agricultura às finanças, da mobilidade ao entretenimento. A inteligência artificial já penetra redutos antes considerados fora do alcance das máquinas, como pesquisas, procedimentos de avaliação, tomadas de decisão e até atividades consideradas criativas. O futuro do trabalho está em foco. A inteligência artificial substituirá o trabalho humano ou o tornará mais produtivo e recompensador? O que acontecerá com a força de trabalho deslocada pela tecnologia? Como formar e qualificar profissionais para esta nova era tecnológica? Como as leis trabalhistas se adaptarão ao trabalho em massa e outras novas fronteiras nas relações de trabalho? Como garantir transparência e equidade na gestão do trabalho? Dentre os temas de interesse desta mesa de conferência, destacam-se os seguintes:

-Impactos da inteligência artificial na criação e destruição de empregos;

-Relações trabalhistas na economia de plataforma;

-Legislação e regulamentação do trabalho sob demanda;

-Os sistemas de ensino e as novas demandas de qualificação profissional;

-Inteligência artificial e viés de seleção em plataformas de recrutamento profissional;

-O uso de inteligência artificial na promoção da diversidade nas empresas;

Em breve, informações sobre os palestrantes, que constarão da programação (VER AQUI).

Dúvidas: c4ai.human.seminar@usp.br

Caso deseje acompanhar novidades sobre o evento, acesse:
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Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

8 de julho de 2021

Em defesa da ciência e contra o negacionismo – ICB/USP aprova e divulga moção

Numa reação relativa ao posicionamento do país frente à pandemia de COVID-19, bem como às diversas informações vinda a público, nem sempre baseadas em evidências científicas, o Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB/USP) aprovou na sua 425ª reunião ordinária da Congregação, realizada no dia 30 de junho último, uma Moção em defesa da ciência e contra o negacionismo.

Acesse o documento, clicando AQUI.

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

8 de julho de 2021

Atualização da produção científica do IFSC/USP  em junho de 2021

Para ter acesso às atualizações da Produção Científica cadastradas no mês de junho de 2021, clique AQUI, ou acesse o Repositório da Produção USP (AQUI).

A figura ilustrativa foi extraída do artigo publicado recentemente, por pesquisador do IFSC/USP, no periódico Frontiers in Microbiology (VER AQUI).

 

 

 

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

8 de julho de 2021

Eleição de representantes discentes para órgãos colegiados do IFSC/USP

Estão abertas, até às 16h00 do próximo dia 27 de agosto do corrente ano, as inscrições para a eleição dos representantes discentes junto aos órgãos Colegiados do IFSC/USP, conforme disposto na PORTARIA IFSC-23/2021, em anexo.

A eleição acontecerá no dia 20.09.2021, das 08h às 17h, por meio de sistema eletrônico de votação e totalização de votos.

PORTARIA

INSCRIÇÃO DE CHAPA – GRADUAÇÃO

INSCRIÇÃO DE CHAPA – PÓS-GRADUAÇÃO

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

8 de julho de 2021

IFSC/USP oferece acolhimento e orientação psicológica

Você sabia que o IFSC oferece acolhimento e orientação psicológica para toda a sua comunidade interna?

Desde 2018 o Instituto de Física da USP de São Carlos, por considerar que a saúde mental é um fator decisivo para o sucesso e bom desenvolvimento de todos, conta com o projeto IFSC e o Bem Estar de sua Comunidade.

Este projeto tem como objetivo realizar ações de prevenção e promoção de saúde mental como: atendimentos para orientação e acolhimento psicológicos individuais e em grupos; palestras (que passaram a ser virtuais desde o início da pandemia); elaboração de diferentes tipos de materiais informativos; além de ações em parceria com as coordenações de cursos e professores buscando criar um ambiente a cada dia mais saudável dentro do instituto.

Este serviço é realizado de maneira totalmente sigilosa, por uma psicóloga com mais de 10 anos de experiência.

Portanto se você não estiver se sentindo bem, estiver passando por alguma dificuldade, precisando de ajuda, se quiser marcar uma conversa, saber mais sobre o projeto ou qualquer outra ajuda no campo psicológico, basta entrar em contato com a Bárbara pelo e-mail barbarakmpsico@gmail.com

A saúde mental é um fator que precisa ser preservado e levado a sério. Procure ajuda sempre que precisar! Este é um serviço totalmente gratuito e sigiloso para nossa comunidade interna.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

8 de julho de 2021

Pesquisadores da USP São Carlos e do Canadá criam novo conceito de calibração usando Inteligência Artificial

Em nosso dia a dia utilizamos instrumentos que fornecem medidas das mais diversas, representadas por valores numéricos.

São balanças, velocímetros, cronômetros, que precisam ser calibrados. Essa calibração é feita com uma série de medidas a partir das quais obtém-se uma curva de calibração, preferivelmente uma reta com a dependência linear entre a grandeza que está sendo medida e o fenômeno que lhe dá origem.

Num glicosímetro para monitorar o nível de glicose no sangue de uma pessoa com diabetes, por exemplo, a leitura da concentração depende da interação da glicose com uma enzima afixada na fita sobre a qual a amostra de sangue é colocada. O valor numérico para uma nova medida com sangue é inferido da curva de calibração, que dá ao instrumento a capacidade de predizer concentrações em amostras desconhecidas.

Apesar de sua onipresença em instrumentos, sensores e biossensores, curvas de calibração não são possíveis em muitas aplicações práticas. Isso ocorre principalmente quando a substância que se quer detectar está numa amostra complexa, com muitos outros componentes e afetada pelas condições ambientais. Pois pode não ser possível estabelecer uma dependência única entre a concentração dessa substância e uma variável da amostra. Além disso, numa medida com sensores como os de uma língua eletrônica, o trabalho é de classificação de diferentes tipos de amostras, como os de vinho e café. Não há uma substância específica a ser determinada. Com a língua eletrônica pretende-se distinguir líquidos semelhantes, quer seja para verificar diferenças de qualidade, contaminação, adulteração ou gosto.

Para essas últimas aplicações, hoje empregam-se técnicas estatísticas ou computacionais, como as que utilizam algoritmos de aprendizado de máquina, uma área da inteligência artificial (IA). O uso de IA para análise de dados de sensores não é novo, já tendo sido explorado por pesquisadores de muitos países, inclusive de São Carlos. Há cerca de 15 anos, pesquisadores da USP e da Embrapa criaram um sistema de IA para correlacionar medidas de uma língua eletrônica com a qualidade de café degustado por especialistas humanos. Independentemente da sofisticação dessas abordagens, e da utilidade das aplicações, não há um caráter preditivo ou explicativo. Não se pode, com tais abordagens, explicar como uma nova amostra será classificada.

Um trabalho recente assinado pesquisadores da USP de São Carlos – Institutos de Física, e de Ciências Matemáticas e de Computação -, e do Canadá, publicado na revista Bulletin of the Chemical Society of Japan, eliminou essa limitação. Utilizando algoritmos de aprendizado de máquina denominados árvores de decisão, os pesquisadores criaram um novo conceito, que eles denominaram espaço de calibração multidimensional. O espaço de calibração funciona como numa curva de calibração: os resultados de várias medidas de um tipo de amostras são usados para “ensinar” o sistema inteligente a fazer a classificação. Como o sistema inteligente é baseado em árvores de decisão são obtidas regras que explicam o porquê de cada classificação. Se for num sistema de diagnóstico médico automático, por exemplo, descobre-se se o paciente tem uma determinada doença e explicam-se os resultados que levaram a essa conclusão. É chamado de espaço multidimensional porque as regras que explicam a classificação podem depender de vários parâmetros ou variáveis – ao contrário de uma curva de calibração que depende de apenas um parâmetro.

Para explicar e exemplificar o novo conceito, os pesquisadores usaram no artigo dados da literatura de sensores, biossensores e línguas eletrônicas. Nesses exemplos, os dados são extraídos de medidas elétricas, mas o conceito pode ser aplicado a qualquer tipo de dado. Um espaço de calibração multidimensional serve, portanto, para qualquer tipo de classificação, como em sistemas de diagnóstico – médico ou de outra natureza.

Questionado sobre as implicações desse novo conceito de espaço de calibração, o Prof. Osvaldo (IFSC/USP), um dos autores do artigo, comentou: “Grande parte das tarefas que fazemos e que nos afetam é de classificação. Já foi mencionado o diagnóstico médico, mas isso vale para muitas outras áreas, como previsão do tempo, evolução do mercado financeiro, monitoramento do trânsito. O aprendizado de máquina é muito eficaz para tarefas de classificação, o que justifica o otimismo com Inteligência Artificial e as aplicações que já existem. Mas até agora não havia maneira de explicar como essa classificação se dava; com o conceito de espaço de calibração multidimensional será possível explicar com regras. Abre-se uma oportunidade de desenvolver sistemas inteligentes mais eficientes a partir desse conhecimento”.

Confira AQUI o artigo publicado.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

8 de julho de 2021

IFSC/USP cria descontaminador (UVC) portátil para autos

Na sequência dos diversos desenvolvimentos tecnológicos criados desde há cerca de um ano pela Unidade EMPRAPII “Biofotônica e Instrumentação” do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) (VER AQUI) e tendo como foco a prevenção e o combate à COVID-19, pesquisadores do Grupo de Óptica deste Instituto finalizaram o projeto de desenvolvimento e aprimoramento de um descontaminador de ar portátil para autos, em parceria com a empresa Triunfo Soluções em Engenharia Indústria e Comércio LTDA (VER AQUI).

Este novo equipamento, com base na tecnologia UVC, reforça o lote de outros já lançados anteriormente – muitos deles já disponíveis no mercado -, como são os casos dos rodos para pisos hospitalares e para pequenas superfícies e objetos, tubo endotraqueal, descontaminador de alimentos in natura, descontaminador de água e descontaminador rotativo de compras, entre outros.

O transporte de pessoas em carros, vans e ônibus muito contribuem para a propagação do SARS-COV2, sendo que o ideal é deixar o veículo sempre com os vidros abertos permitindo uma grande troca de ar. Contudo, em algumas situações, isso não é possível, pois pode haver muita poluição no exterior, desejando-se, assim, manter o conforto térmico e o ar descontaminado no interior do veículo.

Este novo sistema, colocado no interior de automóveis e/ou vans, com os vidros fechados, permite uma grande eliminação de microrganismos presentes no aerossol que existe nesses ambientes internos, sanitizando automaticamente o ar e, por consequência, destruindo todo o tipo de microrganismos, como bactérias e vírus.

Para o pesquisador e docente do IFSC/USP, Prof. Sebastião Pratavieira, este novo equipamento funciona em qualquer modelo de auto, atendendo a que é alimentado por uma tensão de 12 Volts, tendo em sua gênese um aperfeiçoamento em relação a anteriores sistemas com base na radiação de LED UVC (diodo emissor de luz na região do ultravioleta C), o que o torna inovador. “Uma das características deste equipamento, já testado com sucesso em nosso Instituto, é que poderá funcionar simultaneamente com o ar-condicionado do carro ligado e que, em vez das tradicionais lâmpadas de mercúrio, ele está equipado com LED’s UVC que apresentam uma maior durabilidade. Por outro lado, este descontaminador portátil apresenta um sistema eletrônico simples e de fácil manutenção ou substituição de componentes”, salienta.

O sistema também não exige nenhuma adaptação no veículo e funciona em qualquer marca e modelo, basta haver a tomada de 12V, o antigo acendedor de cigarro. A concepção e construção do protótipo foi de responsabilidade do engenheiro eletrônico Daniel José Chianfrone, do Laboratório de Apoio Tecnológico (LAT) do IFSC/USP, sendo que os testes de eficácia e caracterização foram realizados pela bióloga Thaila Quatrine Correa e pelo físico Dr. José Dirceu Vollet-Filho, respectivamente.

“Um fluxo de ar muito grande e em poucos minutos todo o ar do veículo passou pelo sistemas de LED’s UVC, sendo que, além disso, o sistema também permite o acoplamento de um filtro de carvão ativado e odorizador aromatizante” salienta, por sua vez, o pesquisador Vollet-Filho.

O lançamento oficial deste equipamento será dia 6 de julho às 10h00, através do canal do CePOF no Youtube.

Assista (AQUI).


Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

1 de julho de 2021

Produção científica do IFSC/USP na WOS – bimestre janeiro/fevereiro de 2021

A Biblioteca do IFSC apresenta os artigos científicos produzidos pelos seus docentes e pesquisadores que foram identificados como interessantes no bimestre de janeiro/fevereiro de 2021 pela Essential Science Indicators, um dos produtos de citação da agência Clarivate Analytics/Thomson Reuters.

Lembramos que o acesso ao texto completo é liberado para comunidade USP ou quem tem acesso ao Portal CAPES.

Para mais informações: sbiprod@ifsc.usp.br

 

 

ÁREA:   Agricultural Sciences

Development of cellulose-based bactericidal nanocomposites containing silver nanoparticles and their use as active food packaging

 

ÁREA:   Chemistry

A review on chemiresistive room temperature gas sensors based on metal oxide nanostructures, graphene and 2D transition metal dichalcogenides

Molecular docking and structure-based drug design strategies

Plasmonic biosensing: focus review

Yolk-shelled ZnCo2O4 microspheres: Surface properties and gas sensing application

 

ÁREA:   Clinical Medicine

Prevention of viral transmission during lung transplantation with hepatitis C-viraemic donors: an open-label, single-centre, pilot trial

 

ÁREA:   Materials Science

A non-volatile organic electrochemical device as a low-voltage artificial synapse for neuromorphic computing

 

ÁREA:   Molecular Biology & Genetics

Functional and evolutionary insights from the genomes of three parasitoid Nasonia species

 

ÁREA:   Pharmacology & Toxicology

ADMET modeling approaches in drug discovery   

 

ÁREA:   Physics

Analyzing and modeling real-world phenomena with complex networks: a survey of applications

Antiproton flux, antiproton-to-proton flux ratio, and properties of elementary particle fluxes in primary cosmic rays measured with the Alpha Magnetic Spectrometer on the International Space Station

Boosting the sensitivity of Nd3+-based luminescent nanothermometers

Bose-Einstein condensation: twenty years after

Observation of new properties of secondary cosmic rays lithium, beryllium, and boron by the alpha magnetic spectrometer on the International Space Station

Precision measurement of the boron to carbon flux ratio in cosmic rays from 1.9 GV to 2.6 TV with the Alpha Magnetic Spectrometer on the International Space Station

Precision measurement of the helium flux in primary cosmic rays of rigidities 1.9 GV to 3 TV with the Alpha Magnetic Spectrometer on the International Space Station

Precision measurement of the proton flux in primary cosmic rays from rigidity 1 GV to 1.8 TV with the Alpha Magnetic Spectrometer on the International Space Station

The Kuramoto model in complex networks

The Pierre Auger Cosmic Ray Observatory

Towards understanding the origin of cosmic-ray positrons

 

ÁREA:   Space Science

Design concepts for the Cherenkov Telescope Array CTA: an advanced facility for ground-based high-energy gamma-ray astronomy

Detection of variable VHE γ-ray emission from the extra-galactic γ-ray binary LMC P3

Introducing the CTA concept

Multi-messenger observations of a binary neutron star merger