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28 de setembro de 2011

IV Panorama da Óptica

Já estão abertas as inscrições para o “IV Panorama da Óptica”, uma iniciativa do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), através do Grupo de Fotônica.

O evento, que será em 6 de outubro, contará com palestras, que serão ministradas por docentes de diversas universidades, incluindo internacionais.

Segue, abaixo, a programação:

Horário Palestra Docente

8h30

Geração de terceiro harmônico com pulsos ultracurtos: influência da banda espectral e das interfaces Lino Misoguti (IFSC)
10h00 Integração de microspias e manipulações fotônicas para estudo de processos celulares Carlos Lenz Cesar (Unicamp)
13h30 Tecnologia a laser Niklaus Ursus Wetter (IPEN)
15h00 Vidros ópticos para geração de luz branca inteligente e para o desenvolvimento de lasers no infravermelho médio Mauro Luciano Baesso (UEM)
17h00 Advances in speed and resolution in nonlinear and fluorescent optical microscopies Randy A. Bartels (Colorado State University)

O Panorama conta com o apoio institucional das pró-reitorias da Universidade de São Paulo (USP), programa de pós-graduação em Ciência e Engenharia dos Materiais, OSA, Lynx e do próprio IFSC.

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no endereço eletrônico www.osa.ifsc.usp.br

Assessoria de Comunicação

27 de setembro de 2011

Projeto internacional de sustentabilidade na USP tem website

Você sabia que, desde 2009, a USP desenvolve um projeto de cooperação internacional de apoio à sustentabilidade com a Universidade Autônoma de Madri (UAM), na Espanha?

Com o objetivo de fortalecer as áreas de gestão, educação e participação ambiental em ambas as instituições, e procurando incorporar medidas sustentáveis nos procedimentos de cada uma, o programa USP Recicla, da Agência USP de Inovação, e a Equipe de Investigação em Comunicação, Educação e Participação Ambiental do Departamento de Ecologia da UAM decidiram fazer uma pesquisa para identificar e caracterizar as estruturas ambientais das duas universidades. O projeto se chama “Fortalecimento e Cooperação entre a Oficina Ecocampus (UAM) e o Programa USP Recicla” e, apoiados financeiramente pela Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID), a comissão do projeto realizou atividades de diagnóstico que julgou melhor se adequar a cada contexto, para aprofundar a caracterização da relação entre as duas estruturas ambientais identificadas.

sustentavelDesta pesquisa originou-se uma publicação que recebeu o título “No Caminho para a Sustentabilidade: desafios e aprendizagens compartilhados entre a USP e a UAM”, contendo os resultados das atividades, as conclusões e as perspectivas.

No ano seguinte, as instituições decidiram dar continuidade a esta empreitada, promovendo eventos, fazendo pesquisas e, sobretudo, difundindo informações sobre a ambientalização universitária.

Para atender estes objetivos, a equipe do projeto idealizou uma plataforma online que aliasse informação, sensibilização, avaliação e interatividade entre as comunidades latino-americanas que compartilham a causa da sustentabilidade. E este projeto já se concretizou, dando origem à plataforma “Informação, Sensibilização e Avaliação da Sustentabilidade na Universidade”.

Nesta plataforma, os usuários têm disponível uma biblioteca virtual com diversas informações sobre o tema, como documentos, links úteis, revistas e periódicos, vídeos etc, além de uma listagem de boas práticas que os usuários cadastrados podem inserir suas ações ou conhecer as medidas tomadas pelas instituições envolvidas, e um fórum de discussões. Neste ano de 2011, a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), por meio da Cátedra Anísio Teixeira IPEA/CAPES.

Conheça o site do projeto, participe e opine sobre as práticas sustentáveis do campus da USP-São Carlos. Você as conhece? O que pensa sobre elas? O que mais pode ser feito para tornar os processos do campus mais sustentáveis?

Acesse a plataforma em http://www.projetosustentabilidade.sc.usp.br

Para saber mais sobre o projeto USP Recicla, acesse http://www.inovacao.usp.br/recicla/

Assessoria de Comunicação

27 de setembro de 2011

Pesquisador do IQSC palestra sobre dinâmica não linear

A edição do Journal Club desta terça-feira, 27 de setembro, trouxe um pesquisador do nosso próprio campus de São Carlos para discutir sua área de pesquisa. Docente do Instituto de Química de São Carlos, Hamilton Varela é especialista em sistemas não lineares, e expôs para os colegas presentes o quadro geral e os resultados mais recentes da sua pesquisa intitulada “Fenômenos não lineares na interface sólido/líquido eletrificada”.

Varela tem um vasto currículo e grande experiência em áreas da Físico-Química como sistemas complexos, dinâmica não linear e eletroquímica. Entre amigos de longa data e alguns colegas de trabalho que têm contato com seu laboratório, Varela falou em português, ao contrário do que é comum no Journal Club, promovendo um ambiente íntimo e com bastante abertura a perguntas, dúvidas e sugestões, conforme o objetivo do ciclo de palestras. A interação entre os pesquisadores presentes foi bastante alta desde o princípio e durante os 50 minutos de exposição.

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Vale lembrar que nesta quinta-feira, dia 29, excepcionalmente, não haverá Journal Club. Na próxima semana, a programação volta ao normal.

Assessoria de Comunicação

26 de setembro de 2011

Exposição itinerante tem início no LEF

A partir de 26 de setembro, estão sendo expostas, nas dependências do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), as fotografias dos participantes do “II Concurso de Fotos do IFSC”.

De 26 a 28 de setembro, elas estarão expostas nos Laboratórios de Ensino de Física (LEF), no Espaço de Vivência “Prof. Horácio Panepucci”, nos dois primeiros dias das 8 às 22 horas, e no último das 8 às 12 horas.

De 28 a 30 de setembro, a exposição vai para Hall da Biblioteca do IFSC (prédio da Administração, piso térreo), no primeiro dia das 15 às 22 horas e nos outros dois dias das 12 às 22 horas.

Todos os servidores do Instituto poderão votar nas fotos expostas. A votação irá ocorrer todos os dias, das 13h30 às 17h30.

O divulgação das fotografias vencedoras e o nome dos fotógrafos serão divulgados na página do “IFSC com arte”, em outubro, em data a ser definida e previamente comunicada, através do “Comunicados IFSC” e “Informe USP São Carlos”.

Assessoria de Comunicação

23 de setembro de 2011

Aluno do IFSC realiza sonho de pós-graduação no exterior

O aluno do curso de Ciências Físicas e Biomoleculares do IFSC enxergou nos laboratórios internacionais uma ótima oportunidade de desenvolver sua pesquisa em uma área ainda pouco difundida no mundo e, mesmo sem apoio financeiro das agências de fomento nacionais, engrenou um doutorado na Holanda com todos os custos pagos pela própria instituição

Com um mercado de trabalho cada vez mais exigente na seleção de profissionais especializados nas mais diversas áreas, as pessoas tem buscado mais conhecimento e uma melhor fomação profissional antes de começar suas carreiras. O intercâmbio tem sido uma das escolhas mais procuradas neste sentido, e o número de alunos que viajam para o exterior para complementar seus estudos e suas experiências de vida cresce exponencialmente. A pós-graduação no exterior certamente é também um meio importantíssimo de conseguir um avanço na vida profissional, proporcionando o contato com diferentes técnicas de trabalho, bem como a formação de uma rede internacional de contatos profissionais e a convivência com cultura e língua diferentes. É claro que estas vantagens atraem um alto número de interessados, o que causa grande concorrência e inspira muita preparação por parte dos candidatos.

Muitas universidades nacionais oferecem, atualmente, programas de intercâmbio e incentivo à pós-graduação internacional, o que facilita a relação com dificuldades como o financiamento das viagens e a escolha da universidade e do curso mais adequado. Contudo, a maior vantagem para lidar com estes problemas vem do próprio aluno. A segurança, a determinação e a dedicação são os instrumentos mais eficazes para engrenar uma carreira internacional.

O aluno Victor Caldas, do curso de Ciências Físicas e Biomoleculares, sonhou durante anos em cursar sua pós-graduação no exterior. Neste ano, finalmente, ele conseguiu ingressar na Universidade de Groningen, na Holanda, instituição que financiará todos os custos do seu doutorado. Conheça a história acadêmica de Victor e entenda mais intimamente quais são os percursos de um candidato a cursos no exterior.

 

Victor prestou o vestibular da Fuvest no ano de 2005, e no ano seguinte já estava cursando Ciências Físicas e Biomoleculares, o curso que mais se encaixava em seus interesses de pesquisa. “Apesar disso, eu não sabia o que me esperava”, disse ele.

Na verdade, a maioria da comunidade do IFSC não sabia o que esperar, já que o ano de 2006 foi o primeiro ano deste curso. Porém, já no primeiro semestre do curso, Victor se esforçava para se integrar aos laboratórios do grupo de Cristalografia do Instituto, contatando professores e procurando estágios disponíveis. Foi através do contato com o professor Otávio Thiemann que ele iniciou a sua pesquisa com um projeto de análise metagenômica, no qual avaliava a biodiversidade bacteriana presente em diferentes amostras de solo. “Já no início desta pesquisa, Victor mostrou ser habilidoso no laboratório, e também era muito independente, no sentido de trazer idéias novas e solucionar problemas”, conta Thiemann.

Ainda, depois disso, Victor iniciou outro projeto, desta vez relacionado com o estudo de proteínas e técnicas relacionadas. Segundo ele, fazer Iniciação Científica na graduação abriu muitas portas na sua carreira profissional, pois além de possibilitar a participação em congressos e estreitar as relações com outros pesquisadores, ele adquiriu maturidade para escolher o que pesquisar na pós-graduação que pretendia cursar e também experiência da convivência e práticas de laboratório. Seu currículo também ganhou pontos a mais, já que durante toda a graduação ele recebeu o apoio da agência de fomento FAPESP.

Foi também pelo seu projeto de Iniciação Científica que Victor resolveu estagiar durante três meses nos Estados Unidos, na University of Illinois at Urbana-Champaign. Segundo Thiemann, esta Universidade é sede de um laboratório muito importante, já que trabalha com uma área de pesquisa bastante nova e que não se vê no Brasil, que é o rastreamento do movimento de Moléculas Únicas. “Nós não temos esta técnica no Brasil, e nosso laboratório não trabalha com isso, mas Victor estava entusiasmado e nós achamos que valeria a pena, então o Grupo de Cristalografia financiou seu estágio durante três meses, juntamente com a Universidade de lá”, lembra o docente. Essa foi uma experiência muito válida para o pesquisador, que pôde conhecer técnicas diferentes em um grande laboratório especializado em sua área. Também, a experiência de morar fora do país foi muito válida, conta ele, que afirma que essa experiência foi decisiva para que ele definisse como meta para sua vida fazer doutorado no exterior: “Foi a partir daí que fiquei realmente motivado a continuar os estudos fora do país”.

Já na pós-graduação, que ele deu continuidade no próprio IFSC, muito bem colocado no processo seletivo, Victor deu continuidade ao estudo de proteínas, orientado ainda pelo Professor Otávio. Sua dissertação, financiado pela CAPES, abordou a caracterização de uma proteína Schistosoma mansoni, um dos parasitas largamente estudados pelo Grupo de Cristalografia, além da modelagem e dinâmica molecular para o estudo do mecanismo catalítico. Este foi um projeto idealizado pelo próprio estudante, o que, segundo Thiemann, é bastante incomum. “Normalmente, o professor dá o projeto para o aluno, mas o Victor veio decidido com esta idéia de diagnóstico de doenças tropicais, e claro que nós levamos pra frente”, conta. Victor defendeu sua tese em 12 de agosto, com sucesso, e foi o primeiro formado no programa de pós-graduação das CFB.

Quando defendeu sua tese, Victor já estava participando de diversos processos seletivos para doutorado no exterior, viajando para fazer entrevistas e conhecer laboratórios. Durante meses, Victor se preocupou com a confecção de seu projeto, com a sua preparação para os testes de proficiência em língua estrangeira e com a preparação dos documentos necessários, como carta de motivação, cartas de recomendação, curriculum, histórico escolar… Por esse motivo, o professor Thiemann aconselha: “é preciso muito planejamento para tentar uma pós-graduação no exterior, é necessário se preparar com algum tempo de antecedência”.

Sobre sua preparação técnica, Victor disse que sua experiência no IFSC foi fundamental. “O IFSC contribuiu bastante pela estrutura dos laboratórios que é bem completa, tanto para a graduação quanto para o meu trabalho na pós, além do excelente suporte financeiro”, reflete ele, acrescentando: “A forma como as aulas são dadas exige que se desenvolva uma forma proativa e independente, o que eu acho importante para um doutorado”. Ele reforça, ainda, todo o incentivo que recebeu dos membros do Grupo de Cristalografia, especialmente o Prof. Thiemann, seu orientador. “Nós não queríamos que ele nos deixasse, mas se é o que o aluno quer, nós temos que incentivar”, afirma o docente.

Com este suporte, Victor se inscreveu em diversos processos seletivos, e foi selecionado em universidades norte-americanas, em Oxford (Inglaterra) e em Heidelberg (EMBL) e Munique (LMU) (Alemanha). Finalmente, a University of Groningen, na Holanda, entrou em contato com Victor para uma entrevista. Depois desta entrevista, o aluno viu seus esforços recompensados. A instituição holandesa não apenas o queria como seu pesquisador, como poderia financiar todos os custos do seu curso, que deve durar cerca de cinco anos. A notícia do financiamento foi crucial para a decisão final, já que as agências de fomento brasileira não aceitaram os pedidos de bolsa para o projeto de Victor.

groninguen1Victor chegou na Holanda nos primeiros dias deste mês de setembro, e diz estar aproveitando as primeiras semanas em que as aulas ainda não começaram para conhecer a cidade e os laboratórios da universidade e resolver algumas burocracias pendentes. “Tudo parece muito bom, com muita novidade. A língua ainda está sendo uma barreira, mas praticamente todo mundo fala um pouco de Inglês, e isso já ajuda bastante”, contou ele. E pelo pouco tempo que pôde conviver em um país tão distante e diferente do nosso, ele já se mostra empolgado e cheio de expectativas: “Além da parte de aprendizado da parte acadêmica, estou tendo a oportunidade de vivenciar uma cultura bastante diferente e uma língua nova pra mim”.

Segundo ele, há algumas diferenças entre os programas de pós-graduação no Brasil e na Europa que ele já pôde notar, mesmo tendo convivido por pouco tempo no ambiente universitário europeu. “A principal diferença é que eu sou, além de aluno de doutorado, empregado da faculdade. Por isso, semestralmente meu trabalho é avaliado por uma banca”, conta ele. Ainda, além disciplinas regulares, Victor diz ter se deparado com uma oferta muito maior de disciplinas voltadas para o desenvolvimento da carreira de pesquisador em si, o que é bastante interessante para ele. Os laboratórios da instituição desenvolvem a técnica que interessa a Victor há muito tempo. “Isso vai me possibilitar um aprendizado muito grande”, acrescenta.

Com essa estrutura, ele pretende focar sua pesquisa na área de Moléculas Únicas, mais especificamente no desenvolvimento e aplicação de técnicas de microscopia e fluorescência para entender melhor o que acontece durante a replicação do DNA. Sua investigação tem o intuito de entender detalhes da cinética de replicação e das interações entre proteínas, através do monitoramento das moléculas individualmente e in vivo.

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A história acadêmica de Victor mostra que determinação e perseverança podem levar pesquisadores ao sucesso acadêmico. Com seu esforço e dedicação, ele constituiu um objetivo, traçou seu plano e foi adiante com ele. Para aqueles que pretendem fazer uma pós-graduação no exterior, ele alerta e aconselha:

“Existe inúmeras oportunidades boas aparecendo o tempo todo, e quem tem essa vontade deve arriscar. Mas fazer uma pós-graduação fora exige um planejamento bastante antecipado e a escolha cuidadosa das Universidades e do laboratório. A proposta do curso de Ciências Físicas e Biomoleculares foi muito bem vista nos processos seletivos no exterior, e existe muitos lugares à procura de pessoas com nosso perfil. Só temos que procurar e arriscar.”

Assessoria de Comunicação

23 de setembro de 2011

Einstein vai cair?

No século XX, as teorias de Albert Einstein levaram a afirmação de que nenhum corpo ou partícula de nosso conhecimento poderia atingir maior velocidade do que a da luz. No século XXI, uma nova descoberta poderá revolucionar todas as teorias que deram vida à física moderna e que colocaram em evidência o mais famoso físico de todos os tempos

Luiz_Vitor-3Rota de aviões, GPS, computadores. A existência e, principalmente, o funcionamento perfeito de todos esses equipamentos só é possível graças a Teoria da Relatividade, através da qual se deduz a mais famosa equação da física moderna: E=m.c2. A famosa fórmula, criada por Albert Einstein, um dos cientistas mais notórios do mundo, corre o risco de ser reformulada e os responsáveis por isso podem ser seus vizinhos europeus.

No subterrâneo Laboratori Nazionali Del Gran Sasso, localizado na Itália, um experimento pode alterar, significativamente, toda teoria formulada pelo físico alemão: a de que a velocidade da luz, no vácuo (exatos 299.792.458 metros por segundo), pode ser superada pela velocidade de uma partícula descoberta em 1987, que recebeu o nome de neutrino. “A proposta da existência dessa partícula é antiga, mas só na década de 80 é que foram feitas as primeiras medidas, comprovando sua existência”, esclarece Luiz Vitor de Souza Filho, docente do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e pesquisador na área de astrofísica de partículas.

Mas, para entender melhor a importância e magnitude da descoberta, vamos ao seu início.

Quando o imensurável foi medido

O famoso Laboratório Europeu de Física de Partículas, mais conhecido por CERN (Conseil Européen pour La Recherche Nucléaire), é um dos locais onde prótons- partícula elementar do átomo- são produzidos, graças a um acelerador de partículas instalado no laboratório. A famosa ferramenta envia prótons por canais subterrâneos, onde estes, por sua vez, ao colidirem com alvos, propositalmente colocados no caminho, irão gerar novas partículas, entre elas e o neutrino.

Mas, diferente de sua ancestral ou irmãs, o neutrino, praticamente, não interage com a matéria e passa por esses alvos como se eles não existissem. “Depois de, mais ou menos, um quilômetro que o próton é gerado no acelerador, forma-se um feixe de neutrinos. Esse feixe está apontado na direção de alvos construídos no Laboratori Nazionali Del Gran Sasso. Ou seja, o feixe de neutrinos passa por baixo da terra, fazendo um caminho reto, sem se desviar.”, elucida Vitor.

Nesse momento, os cientistas italianos já estão preparados. Para conseguir medir a velocidade dos neutrinos, que chegam no feixe de luz originado no CERN, alvos de chumbo foram montados no laboratório italiano, seguidos por detectores de velocidade. “Esse feixe vêm do CERN com milhões de neutrinos e, a maioria, irá enfrentar os alvos de chumbo. Aqueles que não conseguirem atravessar esses alvos, irão colidir com os mesmos, dando a brecha necessária para os detectores, posicionados logo em seguida, medirem o momento da sua chegada”.

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Parece coisa de outro mundo, mas, exceto pelos sofisticadíssimos aparelhos de medição, a técnica é simples e mais comum do que pensamos. “É como medir a velocidade de um carro. Mede-se a distância percorrida pelo carro em um intervalo de tempo. A divisão da distância pelo tempo gasto é a velocidade”, compara Vitor.

Ao conseguirem, finalmente, medir a velocidade do neutrino, os cientistas perceberam que a partícula tinha uma velocidade maior do que a da luz, mesmo que a diferença fosse de meros 60 nanossegundos (10-9 segundos). Sendo assim, a afirmação, até então, irrefutável de Einstein abre espaço para novas teorias, fórmulas físicas e, sobretudo, novas maneiras de pensar sobre tudo que estamos acostumados a lidar, há mais de cem anos.

Os equipamentos para se chegar a essa medida abrigam tecnologia e precisão surpreendentes. “Para fazer essa medição, GPS e relógio atômico foram alguns dos instrumentos utilizados pelos cientistas, e eles garantem uma precisão de tempo com margem de erro de, no máximo, dois nanossegundos. Já no quesito distância, para os feixes atravessarem a terra, em linha reta, a margem de erro seria de, no máximo, 20 centímetros”, explica Vitor.

As consequências

O “OPERA”- nome com o qual foi batizado o mais revolucionário experimento-, embora esteja causando grande alvoroço no meio científico, ainda não tem seus resultados confirmados. “Essa descoberta é muito importante! Ela coloca em xeque os fundamentos da física moderna”, diz Vitor. “Quando Einstein propôs a Teoria da Relatividade, muitas contas foram feitas e todas puderam ser testadas e verificadas para comprovar essas hipóteses. O ‘OPERA’ abre possibilidades para explorar algo que desconhecemos, por isso todos estão muito cautelosos com essa nova informação”.

Na história, experimentos desse tipo já foram feitos e, posteriormente, desmentidos. Na década de 1980, o físico brasileiro, Cesar Lattes, tentou provar que a famosa afirmação de Einstein era equivocada e, mais recentemente, um experimento estadunidense, chamado “MINOS”, tentou provar o mesmo. “Os cientistas dos EUA publicaram um artigo descrevendo a velocidade superior do neutrino, porém a precisão da medida era baixa e o resultado não ganhou a confiança da comunidade científica. Agora, com o ‘OPERA’ a precisão é muito melhor, mas mesmo assim os envolvidos só ‘baterão o martelo’ depois que tiverem uma segunda confirmação da experiência, feita em algum outro local, envolvendo diferentes pessoas”.

Vitor afirma que, em princípio, não é possível arriscar mudanças que ocorrerão, caso essa experiência seja, definitivamente, confirmada. “A física teórica, que foi construída no início do século XX, trouxe consequências na vida das pessoas depois de 60 anos. Então, se essa nova descoberta for comprovada, teremos noções das mudanças que ela pode trazer num prazo mínimo de meio século”, afirma.

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Mas, mesmo com a novidade, as afirmações, postulados e teorias de Albert Einstein continuam sendo válidas. “O funcionamento de aviões, por exemplo, está baseado, diretamente, no postulado de Einstein. A medida do ‘OPERA’ pode abrir as portas para um novo mundo, e o que virá disso, certamente, terá influência em nossas vidas. Alguns cientistas afirmam que, se comprovada, ‘OPERA’ abrirá possibilidades de descrever o universo em dimensões extras, além do tempo e espaço. Mas, por enquanto, isso é só especulação”, conta Vitor.

Com o passar do tempo, novas perguntas serão feitas e novas respostas deverão ser buscadas. No passado, Albert Einstein refutou afirmações de Isaac Newton. Hoje as teorias deste primeiro são questionadas. O que importa a todos nós é saber que mesmo a ciência mais exata sofre modificações, o que não quer dizer que antigas teorias perdem sua importância e, sobretudo, validade. Sendo assim, mesmo ‘OPERA’ sendo 100% bem-sucedida, Einstein continua e continuará tendo sua reputação ilibada. Seus fãs podem continuar respirando aliviados. Ufa!

Assessoria de Comunicação

21 de setembro de 2011

Programa apresentará animação japonesa

Na próxima quinta-feira, 22 de setembro, o “Arena de Debates em Ficção Científica” dá continuidade à sua programação, com a exibição do filme “Ghost in the Shell”, animação japonesa dirigida por Mamoru Oshii. Leia, abaixo, a sinopse:

O filme transcorre no futuro, no ano de 2029, onde existe a capacidade técnica de manipular pessoas entrando em suas mentes (ciber-cerebros). Um hacker, conhecido como “Mestre das Marionetes”, é um especialista em computadores capaz de controlar a vontade dos outros, o qual é caçado por um grupo de elite do governo para operações anti-terroristas. A líder desse grupo, Major Motoko, foi tão modificada cibernéticamente que quase não é mais humana. De seu “eu” original, teria sobrado apenas um “fantasma”, que reside em seu corpo totalmente cibernético, uma “casca” (shell), razão do título da obra.

O convidado para o debate será o especialista em segurança, Lucas Fernando Vasconcelos de Arruda Amorim.

O evento tem início às 19 horas, no auditório do IFSC, “Prof. Sérgio Mascarenhas”.

A entrada é gratuita e todos estão convidados a participar.

Sobre o Arena

O projeto, uma iniciativa do Centro de Imagens e Espectroscopia in vivo por Ressonância Magnética (CIERMag), coordenado pelo aluno de pós-doutorado, Mário Gazziro, tem como principal objetivo promover debates sobre produções de ficção científica, envolvendo propostas de interação usuário-computador, segurança de informações e outros temas relacionados a tecnologias de computação, previstas nos filmes de ficção.

Assessoria de Comunicação

20 de setembro de 2011

Professor Eduardo Castellano é homenageado

Na última sexta-feira, 16 de setembro, a Congregação do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), órgão máximo da Unidade, esteve reunida na sala Celeste, para a 143ª Reunião Ordinária.

Na oportunidade, o diretor do IFSC, Antonio Carlos Hernandes, prestou uma homenagem ao professor, Eduardo Ernesto Castellano, que, por estar prestes a se aposentar, fez sua última participação na referida reunião. “O professor Castellano sempre contribuiu para o crescimento do IFSC e fez contribuições importantes para pesquisa, gestão da Unidade e para o ensino de graduação e pós-graduação. Continuaremos contando com toda sua experiência e dedicação ao Instituto”, elogiou Hernandes.

Durante a reunião, grande parte dos membros esteve presente e se despediu do professor com muitos aplausos, em reconhecimento à sua atuação no órgão e, sobretudo, no próprio Instituto.

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Sobre o docente

Eduardo Ernesto Castellano nasceu na Argentina e se graduou em Física pela Universidad Nacional de La Plata, em 1968. Recebeu o título de Doutor, pela mesma Universidade e, em 1970, o pós-doutorado pela University of Oxford.

Em 1978, recebeu o título de Livre-Docência pela Universidade de São Paulo (USP).

Atualmente, é professor titular do Instituto de Física de São Carlos, onde desenvolve trabalhos no Grupo de Cristalografia.

Para ter acesso ao CV Lattes do docente, clique aqui.

Assessoria de Comunicação

16 de setembro de 2011

Pesquisador do IFSC recebe duplo diploma de doutor

Na manhã do dia 16 de agosto, o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) recebeu dois pesquisadores internacionais para a defesa da tese de doutorado do aluno Gregório Couto Faria, orientado pelo Prof. Dr. Eduardo Azevedo, do Grupo de Ressonância Magnética do IFSC. Os pesquisadores alemães Lambert Alff e Heinz Von Seggern vieram da Technische Universität Darmstadt (ou Universidade Técnica de Darmstadt) para arguir a apresentação da pesquisa de Gregório, intitulada “Structure and dynamics of poly(9,9-dioctylfluoren-2,7-co-benzothiadiazole) (F8BT) and correlations with its electrical properties”, pois o trabalho foi realizado no âmbito do programa de duplo-diploma entre Brasil e Alemanha.

A defesa de Gregório teve início às 8h e foi finalizada aproximadamente às 12h30. Segundo Heinz von Seggern, um dos arguidores, o desempenho do aluno foi um sucesso.

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O programa de duplo-diploma é um convênio acordado entre países que tenham interesse em desenvolver mais fortemente seus trabalhos de cooperação internacional e em promover maior mobilidade de pesquisadores. Neste programa, o aluno pesquisador, que é selecionado a partir de seu desempenho acadêmico atestado no histórico, passa algum tempo desenvolvendo pesquisas na instituição parceira de seu país, onde além de desfrutar dos aspectos acadêmicos e profissionais, experiência um grande enriquecimento cultural.

Assessoria de Comunicação

16 de setembro de 2011

Dr. Aurélio Julião fala sobre “Aquela Doença: Câncer”

Em mais uma sessão do programa “Ciência às 19 Horas”, promovido pelo IFSC-USP, realizado no dia 13 de setembro, pelas 19 horas, no Auditório Sérgio Mascarenhas, foi a vez de se abordar um tema delicado e que ainda carrega, atualmente, algum desconforto, só de pronunciar seu nome: Câncer.

Coube ao palestrante, Dr. Aurélio Julião de Castro Monteiro, do INORP – Instituto de Oncologia de Ribeirão Preto, dissertar sobre “Aquela Doença: Câncer”, onde foram apresentados diversos aspectos relacionados com a doença.

CigarroAntes mesmo de sua palestra, Aurélio Julião referiu que a incidência do câncer está aumentando, em termos gerais, principalmente em tumores onde se consegue estabelecer uma correlação muito evidente entre agressões provenientes do meio-ambiente – incluindo o tabagismo -, como são os casos dos cânceres da boca, laringe, esófago, pâncreas e bexiga, entre outros. Contudo, segundo o clínico, existe algo que ainda não se conseguiu mensurar:

“Não conseguimos mensurar os efeitos das agressões do meio-ambiente, como a poluição direta – jogar dejetos gasosos, líquidos ou sólidos diretamente na natureza – e a indireta, que encontramos nas cadeias alimentares, tanto vegetais como animais, em virtude da existência de inseticidas e de medicamentos presentes, principalmente na agropecuária. Tudo isso está impactando a incidência do câncer, principalmente nos países (em desenvolvimento) onde o controlo é deficitário, onde sequer existe um combate ao tabagismo”.

No mundo aparecem, por ano, cerca de 8 milhões de novos casos de câncer e este número, segundo o palestrante, irá dobrar até 2020, sendo que 70% desse número ocorrerá principalmente na Índia, China e Rússia. Mas, o que é mais importante? Combater o tabagismo ou as agressões ao meio-ambiente?

“No tabagismo consegue-se mensurar melhor a eficácia das medidas adotadas. Por outro lado, combater as agressões que o homem faz ao meio-ambiente, e que entram nas cadeias alimentares, é mais difícil de quantificar. Além de ser uma questão política, esta última é também uma questão que está relacionada com interesses econômicos muito fortes que estão instalados nos países em desenvolvimento. É verdade que durante largas décadas a humanidade tem convivido com “Aquela Doença: Câncer” e a pesquisa não tem conseguido acompanhar a evolução da doença. De fato, consegue-se entender os passos metabólicos que provocam o aparecimento e desenvolvimento do câncer, mas o que não conseguimos é acompanhar a medida de combate aos passos metabólicos da doença, já que o câncer é uma proliferação desordenada de células, resultado de várias alterações a nível cromossômico e genético, que são aleatórias. Quando começamos a bloquear determinados espaços, ficamos impossibilitados de bloquear “todos” os espaços que levam ao desenvolvimento celular”.

AurlioO Dr. Aurélio Julião confirma que hoje existem algumas reações designadas de “reações em cascata”, que acontecem dentro das células e consegue-se identificar exatamente onde está o erro da célula quando ela desenvolve um câncer:

“Conseguimos desenvolver drogas que combatem exatamente aquele ponto específico, mas não conseguimos desenvolver drogas que combatam os “escapes” desse mesmo ponto, Podemos combater um determinado passo metabólico molecular, mas não conseguimos impedir que as outras moléculas se desenvolvam em cascata”.

O palestrante acredita que nos próximos vinte anos o câncer consiga superar, em números, as doenças cardiovasculares, já que, atualmente, uma em cada quatro pessoas, no mundo, irá morrer de câncer, principalmente nos países em desenvolvimento:

“É curioso observar que o câncer está regredindo nos países desenvolvidos. Por quê? Porque existe uma maior eficácia nas medidas públicas de combate à doença e de combate à poluição, incluindo o tabagismo, existe uma maior eficácia no tratamento dos pacientes e um aumento significativo na qualidade dos hospitais e na competência de todo o pessoal médico, paramédico, de enfermagem e auxiliar.”

Quando questionado se a luta contra o câncer passa necessariamente pela prevenção, o Dr. Aurélio Julião respondeu:

“Existem tumores malignos que conseguimos prevenir e existem tumores malignos que não conseguimos prevenir. Nós não conseguimos prevenir um linfoma ou um tumor cerebral, mas conseguimos evitar, por exemplo, um tumor pulmonar: como? Controlando o tabagismo e a poluição atmosférica. Podemos prevenir o câncer de pele através de uma menor exposição ao sol ou a aplicação de filtros solares. Podemos prevenir o câncer do colo uterino, fazendo com que as meninas se vacinem contra o HPV. Esses cânceres conseguimos prevenir… Os outros, não. Então, o cenário que enxergo para as próximas décadas é que o câncer vai continuar existindo e afetando as populações; mas ele vai chegar a um ponto em que se transformará em doença crônica, que nem a diabetes ou a hipertensão. Ele chegará a um estágio em que deixará de ser abordado e tratado como uma ameaça mortal, passando a ser visto como algo que o paciente terá que conviver até ao final de seus dias”.

Erradamente, muita gente pensa que o câncer é uma doença que apareceu no Século XX. Sobre essa argumentação, os relatos são extremos. Na verdade, quanto mais a população mundial foi adquirindo mais tempo de vida, mais se deu a oportunidade para que o câncer se desenvolvesse e aparecesse. Na época dos Faraós (só para dar um exemplo), qual era a expetativa de vida? Apenas trinta e cinco ou quarenta anos, uma margem de tempo que não dava para que o câncer aparecesse. Por exemplo, hoje, no Sudeste do Brasil, qual é a perspectiva de vida? Setenta e cinco anos. Claro que é uma margem de tempo que dá para a doença aparecer. Mas, como é que pode aparecer um câncer? O Dr. Aurélio Julião explica:

“Vou tentar explicar de forma simples. Uma pessoa entre os zero e os setenta anos desenvolve, normalmente, 6 ou 7 cânceres no seu organismo e o seu sistema imunitário consegue bloquear todos eles. Em algumas pessoas, o seu sistema imunitário não consegue bloquear todos eles e aí surge o tal “escape” que eu falei acima, traduzido em um tipo de câncer. Pode ter aparecido por um defeito inerente ao sistema imunitário dessa pessoa, que simplesmente falhou, ou pode ser resultado de uma interação com o meio ambiente, em que o sistema deixou “abrir uma porta” e a doença entrou. É complexo…”

Confrontado com a pergunta se o estado psíquico de uma pessoa poderá desencadear o aparecimento da doença, Aurélio Julião é categórico:

“Não acredito que estados psíquicos ou psicológicos desencadeiem alguma forma de câncer. O que acredito é que um estado de espírito positivo ajude enormemente a encarar essa doença cruel, a tolerar melhor o tratamento. Pessoas com esse estado de espírito conseguem ter uma melhor qualidade de vida durante o tempo em que combatem a doença”.

Assessoria de Comunicação

16 de setembro de 2011

Arma do futuro reconhecerá seu dono

Pensando no aumento da segurança, estudante criou projeto para nova arma de fogo, que só poderá ser ativada por seu proprietário. A principal novidade, no entanto, consiste em como isso será feito

Pesquisadores que se fazem de cobaia, para validar experiências, não é novidade no mundo científico. Basta lembrar-se do caso do médico britânico, Edward Jenner, que se contaminou com varíola para testar a eficácia da vacina que produziu contra a doença.

Mrio-3Em menores proporções, o pós-doutorando do Centro de Imagens e Espectroscopia in vivo por Ressonância Magnética (CIERMag) do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e docente do Instituto de Ciências Matemáticas e da Computação (ICMC/USP), Mário Gazziro, incorporou o papel de pesquisador e de “pesquisado”, com o intuito de legitimar uma experiência que, se integralmente bem-sucedida, poderá diminuir, expressivamente, os números da violência no Brasil e no mundo.

Em agosto do ano passado, Mário implantou um pequeno chip em sua mão esquerda, com a ideia de criar uma maneira mais eficiente e, principalmente, segura, para utilização de uma arma de fogo. “A inspiração veio do filme de ficção científica, ‘Distrito 9’, onde alienígenas invadiam a Terra e suas armas de combate não funcionavam nas mãos dos humanos. A trama central do filme era descobrir uma maneira de poder utilizar essas armas”, conta.

O projeto para criar a chamada “arma eletrônica” tomou forma quando Mário passou a trabalhar em uma empresa de consultoria que fabricava chips para animais silvestres. Já decidido a se tornar o próprio experimento, ganhou o menor chip que a empresa revendia (9mm por 1,2mm) e realizou o implante, com a ajuda de uma médica. “O chip vem dentro de um vidro, revestido por um material chamado ‘parylene C’, não rejeitado pelo organismo de animais e humanos. O local do implante foi escolhido, já se pensando em sua viabilidade para arma eletrônica”, conta.

MrioA ideia é, relativamente, simples e consiste no seguinte: o chip implantado conecta-se eletronicamente com uma bobina, montada no interior da arma. O chip será a única ferramenta capaz de destravar tal bobina, possibilitando o disparo imediato. Ou seja, só o portador do chip será capaz de destravá-la.

Ainda de acordo com o pós-doutorando, nos Estados Unidos, o acesso a essa tecnologia não só já existe como é, inclusive, liberado pela Food and Drug Administration (FDA), desde 2004. “Lá, a inserção do chip é feita entre o polegar e o indicador, onde há menos terminações nervosas. Em nosso caso, esse local para o implante não é válido, pois o chip ficaria muito distante da bobina da arma, não possibilitando seu destrave”, explica. “No laboratório, projetamos uma bobina e, depois disso, definimos a melhor localização para o chip ser inserido, no corpo”.

Além do chip, Mário e outros colaboradores, entre eles o especialista em eletrônica do IFSC, Lírio Onofre B. de Almeida, projetaram uma arma de brinquedo, do mesmo modelo de uma pistola Colt, onde, em seu interior, há espaço para inserir uma bobina e uma micro solenoide, peças fundamentais para destravar a arma, eletronicamente.

O que já foi e o que está por vir

O projeto, embora possa, em princípio, chocar e causar polêmica, visa propósitos totalmente benéficos. “Acidentes com armas de fogo e suicídios são a segunda causa de morte entre crianças e adolescentes. Só perde para traumatismos gerados por acidentes domésticos e veiculares”, conta Mário, que complementa a informação garantindo que a arma eletrônica só será capaz de efetuar o disparo pelas mãos do dono legítimo.

Quanto à eficácia, depois de identificar o chip, leva-se, em média, 5 milionésimos de segundo para que todo circuito seja acionado e ela seja destravada. “Como todo circuito eletrônico, ela deverá ser carregada para funcionar. Já estudamos montar um circuito que tenha capacidade para manter o funcionamento da arma por, no mínimo, uma semana, sem recarregá-la”, elucida.

Ele conta que outras questões também são estudadas, para aprimorar a segurança do novo equipamento. “O intuito final do projeto é uma arma que, no momento do disparo, já registre local, horário e autor do disparo, inclusive com orientação do tiro, informação que poderá ser fornecida se a arma possuir um giroscópio”, conta.

Até o momento, parte das etapas do projeto já foi concluída e bem-sucedida: implante do chip, construção de um receptor de rádio frequência tradicional e projeção de uma bobina compatível ao projeto. “Nossa primeira dúvida era se teríamos alguma bobina capaz de fazer a leitura do chip na mão, mesmo próximo da arma. Conseguimos passar essa etapa. Depois, conseguir uma micro solenoide que coubesse na arma. Vencemos essa etapa, também”.

Mrio-2

Pelos benefícios técnicos e, sobretudo, sociais da proposta, interessados já começaram a manifestar-se. No exterior, uma publicação com detalhes do projeto foi divulgada no “European Conference of Control”. No Brasil, investigadores da Polícia Civil de Minas Gerais já convidaram Mário para testes mais concretos. “No final do ano, pretendo ir à Belo Horizonte para fazer testes incluídos à parte mecânica da arma, já que a eletrônica, relacionada ao chip, já funciona perfeitamente”.

Em relação à definitiva concretização do projeto, ou seja, a comercialização das armas eletrônicas, Mário conta que uma etapa pode levar algum tempo para ser ultrapassada. “A última fase envolverá a esfera política, para aprovação de um projeto de lei que autorize o uso desse tipo de arma, levando-se em conta todas as suas consequências”.

É óbvio que outras questões, especialmente de cunho sociológico, deverão ser estudadas. Mas, com meio passo andado no que diz respeito à parte técnica do projeto, basta torcer pela rapidez e agilidade do restante dos processos- não menos importantes do que aquele, em princípio, idealizado e já concluído pelo pós-graduando.

Assessoria de Comunicação

15 de setembro de 2011

Uma maneira divertida, mas responsável, de ensinar

Há muitos anos, um cientista afirmou que “na Natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. O conceito tornou-se tão universal que, hoje, é aplicado nas mais diversas situações, inclusive na transmissão do conhecimento.

Com isso em mente, tornou-se preocupação de alguns professores da atualidade reaproveitar métodos de ensino que, ao mesmo tempo, se encaixem à realidade dos novos estudantes e mantenham excelência e seriedade, não perdendo de vista a transmissão dos antigos- e tão importantes- conceitos básicos de algumas ciências.

Fisica-1Pensando em uma maneira mais didática, lúdica e interessante para transmissão de tais conceitos em sala de aula, Luiz Antonio de Oliveira Nunes, docente do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), orientou sua, na época, aluna de mestrado, Alessandra Riposati, para confecção do livro paradidático, Física em Casa, que explica conceitos de física, exclusivamente relacionados à eletricidade.

O livro, lançado em 2006 e patrocinado pelo Instituto de Nanotecnologia para Marcadores Integrados (INCT-INAMI), do qual Luiz Antonio é coordenador, já foi distribuído a diversos professores do ensino médio e fundamental de escolas públicas de São Carlos. Além de seu formato impresso, é disponibilizado gratuitamente na internet, para download- que, até a data presente, já teve mais de 15 mil acessos.

A linguagem, acessível a qualquer tipo de público, explora teoria e prática, esta última através da descrição de experimentos simples, que esclarecem os mais conhecidos conceitos de eletricidade, ensinados, muitas vezes, de maneira rudimentar e incompreensível em salas de aula. “Quando confeccionamos esse livro, a ideia era de que os usuários vissem começo, meio e fim, ou seja, conhecessem os princípios básicos dos fenômenos, como eles ocorrem e aonde se aplicam”, conta Luiz Antonio.

Ainda de acordo com o docente, que já ministrou diversos cursos, no Brasil, sobre métodos para ensino de física, o maior problema nas escolas é, justamente, o educador não conseguir transmitir ao aluno a importância de tais conhecimentos básicos. “Nenhum conhecimento é gerado sem motivo. No primeiro capítulo do livro, partindo da elucidação de conceitos básicos de eletricidade, chegamos à explicação do funcionamento de uma máquina de Xerox, por exemplo”.

Embora direcionado especialmente a estudantes, Luiz Antonio afirma que, para qualquer cidadão que tenha interesse em aprender física, o livro é de grande valia. Ele conta que a metodologia utilizada não é inovadora, mas sim a maneira como foi empregada. Em formato de histórias narrativas, as experiências contadas no livro requerem materiais simples, como canudos, pilhas e papel higiênico, para serem testadas e comprovadas. “Qualquer pessoa pode fazer todos os experimentos descritos no livro, que foram testados e funcionam perfeitamente”, afirma.

A prática da teoria

Fisica-2Na prática, o resultado já é satisfatório. Gláucia Grüninger Gomes Costa, que ministra aulas para estudantes do terceiro ano do ensino médio na escola estadual “Professor José Juliano Netto”, conta que já utiliza o material desde que este foi lançado. “Quando a Alessandra fazia seu mestrado, eu a ajudei a fazer o piloto do livro. Percebi que os alunos se interessavam e vi que era uma forma agradável de aprender física”, conta. “Quando fazemos os experimentos, os alunos sentem, veem, observam, e conseguem captar, muito melhor, os conceitos do que se tivessem contato, apenas, com a teoria”.

Gláucia, que é mestra e doutora pelo IFSC, até hoje desenvolve trabalhos na universidade com vistas à aplicação em sala de aula. “Sou experimental e sempre fui. Acho que, quando você vivencia os conceitos e os fenômenos, você aprende muito mais”, afirma. “Os experimentos do Física em Casa não são revolucionários ou modernos, mas são simples e se utilizam de materiais de baixo custo”.

Moldando uma realidade mais próspera

Gláucia garante que sua preocupação primordial é a compreensão dos alunos em relação ao conteúdo das aulas. “A eletricidade está, diretamente ligada, ao cotidiano dos alunos, quando, por exemplo, mexem em seus iPods ou computadores. É importante que eles tenham embasamento sobre os conceitos básicos presentes nos aparelhos modernos”, afirma a professora.

Sobre a metodologia trabalhada no Física em Casa, Luiz Antonio conta o que lhe serviu de base para pensá-la. “As perguntas dos estudantes de hoje, certamente, são as mesmas que eu tinha quando aluno era aluno do colegial. Foi pensando nessas questões que montamos o livro”, conta o professor, que já tem planos para lançar material semelhante, desta vez trabalhando os conceitos básicos de ondulatória.

Para fazer o download do livro, acesse www.lla.if.sc.usp.br/ensino/livro.htm

Assessoria de Comunicação

15 de setembro de 2011

A melhor ferramenta para um ambiente de trabalho saudável

A saúde do corpo é uma preocupação constante. Dietas balanceadas e exercícios físicos assumem importância, em alguns casos extrema, na vida de muitas pessoas. Mas, quando se trata da saúde mental, essa preocupação também é vista de maneira relevante?

Diversas empresas e instituições têm dado atenção constante e progressiva ao cuidado com a saúde de seus funcionários, através de ações desenvolvidas para tornar o ambiente de trabalho mais produtivo, menos estressante e, consequentemente, mais saudável.

Qualidade-3Uma ferramenta que tem obtido enorme sucesso aqui e lá fora- onde se originou, inclusive- é a “5S”. Nascida no Japão, na década de 50, a ferramenta, enumerada em cinco tópicos, prega melhor organização e eficiência no trabalho cotidiano. As ações, inclusive, podem- e devem- ser aplicadas em qualquer ambiente, inclusive em casa.

Na Universidade de São Paulo (USP), especificamente no Instituto de Física de São Carlos (IFSC), a cultura da “5S” é levada a sério. Análises e números comprovam que o bom senso e os bons hábitos, principal filosofia da ferramenta, têm sido praticados pelos funcionários e docentes da Unidade.

Através dos resultados já obtidos, desde a implantação do programa no IFSC (que teve início em 2007) já é possível observar os benefícios, como combate ao desperdício, diminuição de custos e liberação de espaços.

Materiais de diversos tipos, como pilhas, vidros, resíduos químicos, papel etc. já tem destino certo para o reaproveitamento. Os bens, permanentes ou não, podem ser incluídos em um sistema intranet, onde outros usuários poderão visualizá-los, para futura utilização e reaproveitamento.

Qualidade-4No IFSC, a Comissão Gespública da Gestão da Qualidade e Produtividade do IFSC (CGQP) organizada para, entre outras ações, orientar os usuários para o cumprimento dos “5S”, realizam uma auditoria anual, para verificar a concretização das diretrizes que compõe a ferramenta.

Dessa forma, é possível medir, com mais exatidão, os resultados apresentados e concluir que, de fato, a nova ferramenta torna-se, gradativamente, uma atitude aderida por todos, tornando o ambiente de trabalho um local, mais do que nunca, propício à saúde mental, esta, por sua vez, tão importante para a saúde do corpo, quanto uma dieta balanceada.

Para acessar a apresentação mais detalhada sobre a utilização da ferramenta “5S” no IFSC e outras informações a respeito da auditoria para avaliação do uso da ferramenta, clique aqui.

Assessoria de Comunicação

14 de setembro de 2011

Inscrições prorrogadas para submissão de trabalhos

As inscrições para apresentação de trabalhos no Congresso dos Profissionais das Universidades Estaduais de São Paulo (CONPUESP) foram prorrogadas até 25 de setembro.

O evento, que será realizado nos dias 25 e 26 de outubro, no Memorial da América Latina (São Paulo, SP), foi idealizado para ser o espaço destinado à divulgação de trabalhos e troca de experiências entre os funcionários das instituições participantes.

Para mais informações a respeito do evento, submissão de trabalhos e programação, acesse www.conpuesp.com.br

Assessoria de Comunicação

14 de setembro de 2011

Ficção de Steven Spielberg será exibida

O “Arena de Debates em Ficção Científica” dá continuidade à programação em 15 Minority_Reportde setembro, com a exibição do longa-metragem “Minority Report- a nova lei”.

“Minority Report” passa-se no ano de 2054 onde uma divisão pré-crime da polícia é capaz de visualizar o futuro com a ajuda de paranormais, precogs, impedindo a conclusão de crimes. A polêmica gira em torno do seguinte: se alguém é preso antes de cometer o crime pode esta pessoa ser acusada de assassinato, já que aquilo que motivou sua prisão nunca aconteceu?

Lançada em 2002, a produção, protagonizada por Tom Cruise, tem 146 minutos de duração.

A sessão terá início às 19 horas e, após o termino do filme, como de costume, haverá um debate entre plateia e convidado que, nesta quinta-feira, será o professor do Instituto de Ciências Matemáticas e da Computação (ICMC/USP), Eduardo do Valle Simões.

O evento é aberto a toda comunidade. A entrada é gratuita.

Assessoria de Comunicação

13 de setembro de 2011

USP oferece curso a distância para funcionários e docentes

A Universidade de São Paulo (USP), através do Superintendente de Tecnologia da Informação, encaminhou ofício que trata de curso à distância oferecido aos funcionários e docentes da referida Universidade.

O curso “Gestão da Política Municipal de Educação”, terá duração de dois meses e desenvolverá, nesse tempo, conteúdos relativos a um corpo de diretrizes relativas à política educacional, fornecendo uma ampla visão sobre o tema em questão.

As inscrições tiveram início em 8 de setembro e vão até 5 de outubro.

Para ter acesso ao programa, na íntegra, e informações referentes à duração, formulário de inscrição etc., clique aqui.

Assessoria de Comunicação

 

13 de setembro de 2011

“Café com Física”

Comunicamos que, por problemas particulares, o professor Alberto Saa não poderá comparecer ao “Café com Física”, marcado para 13 de setembro (terça-feira).

Por essa razão, o programa desta terça-feira será adiado.

Assessoria de Comunicação

12 de setembro de 2011

Este mês, excepcionalmente, com duas palestras

Essa semana, o programa “Ciência às 19 horas”, uma iniciativa do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), vem em dose dupla.

Na terça-feira, 13 de setembro, haverá a palestra “Aquela doença: Câncer”, que será ministrada por Aurélio Julião de Castro Monteiro, do Instituto de Oncologia de Ribeirão Preto (INORP).

No dia seguinte, 14 de setembro (quarta-feira), nova palestra, intitulada “Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento do Brasil” será ministrada por Sérgio Rezende, professor do Departamento de Física da Universidade de São Paulo (IF/USP).

Ciencia

Os dois eventos têm início às 19 horas e serão realizados no auditório “Prof. Sérgio Mascarenhas”. A entrada é gratuita e toda comunidade está convidada a participar.

Auditório “Prof. Sérgio Mascarenhas”- Avenida do Trabalhador são-carlense, 400

Parque Arnold Schimidt

Assessoria de Comunicação

12 de setembro de 2011

Pesquisa busca aproveitamento sustentável de micro-organismos

A pesquisadora da Universidade Estadual do Amazonas (UEA), Maria Antonia Souza, topou fazer o longo trajeto até São Carlos, para enriquecer sua pesquisa. Desde dezembro de 2010, conta com a colaboração do docente do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Igor Polikarpov, para estudar a prospecção de cepas fúngicas da Amazônia, que produzem enzimas hidrolíticas.

Para entender o complicado tema da pesquisa, vai uma simples explicação: fungos e bactérias produzem tais enzimas que, por sua vez, podem ser utilizadas para biorremediação (aplicação de processos biodegradáveis no tratamento de resíduos para recuperação e regeneração de ambientes) e produção de bioetanol de segunda geração (menos poluente do que o de primeira geração).

Maria_AntoniaMaria Antonia que, na UEA, trabalha com genética humana e de micro-organismos, atualmente orienta alunos de pós-graduação da mesma universidade para utilização sustentável dos micro-organismos. “Eu e Igor já selecionamos cepas fúngicas, que produzem celuloses e outras enzimas de interesse, para produção do bioetanol e, no momento, estamos trabalhando no aprofundamento do trabalho, para elucidar as estruturas dessas enzimas”, conta a pesquisadora.

Maria Antonia revela que, desde o início de suas pesquisas relacionadas ao assunto descrito, o destaque vai para a construção de um protocolo, desenvolvido com vistas à produção de metabólicos secundários bioativos*, a partir de micro-organismos. “Esse protocolo foi construído a partir de minha dissertação de mestrado e, durante dois anos, foi o artigo mais consultado da América Latina, sobre o assunto”, conta.

Com um novo tópico em seus estudos, agora ela também trabalha com o metabolismo primário dos organismos, parte que envolve, inclusive, a produção de enzimas.

Sobre a conservação da Amazônia, no geral, e de micro-organismos que lá vivem e podem ser objeto de estudos para novas pesquisas, ela afirma que, embora muito já tenha sido devastado, alguns estados estão melhores do que outros. “O estado da Amazônia ainda tem a maior área de floresta natural reservada. Quando pensamos na salvação da natureza, não podemos deixar de pensar, também, na salvação do homem e preservação das pessoas que sobrevivem nessas regiões”, finaliza.

*Produto do metabolismo das mais diversas substâncias de organismos vivos. Os secundários são encontrados, somente, em grupos de organismos restritos, como plantas, micro-organismos e insetos

Assessoria de Comunicação

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