Notícias

9 de setembro de 2011

A ciência contra o crime

Esqueça (quase) tudo o que você viu em CSI ou Law and Order. Para entender a função exata de um perito, esclarecimentos podem reparar alguns equívocos apresentados nos famosos seriados investigativos. Mas, ainda mais curioso, é saber como uma ciência pura, especificamente a física, pode se tornar arma fundamental para resolver os mais diversos enigmas da esfera criminal

PolciaSe, na ficção científica, ele é destaque, na vida real poucos estão familiarizados com o cotidiano de um perito da polícia técnico-científica. Para se ter uma pequena ideia de sua importância, ele é o primeiro a ter acesso à intocada cena do crime e pode ser o primeiro, também, a solucionar ocorrências, dos mais diferentes níveis de gravidade e complexidade. “A polícia militar é a primeira a chegar ao local de um crime, mas sua função se limita, num primeiro momento, a preservá-lo intacto. Logo depois, vêm os peritos, para analisar a cena e buscar evidências objetivas, juntando o maior número de dados e provas. Dizemos que ‘o perito é o dono do local do crime’”, explica Fernando Crnkovic, mestre e doutor em Química pela Universidade de São Paulo (USP) e, atualmente, perito criminal oficial do Instituto de Criminalística da Superintendência da Polícia Técnico-Científica de São Paulo.

O que ainda menos pessoas sabem é que ciências básicas têm grande importância no trabalho desse profissional. Prova disso é que o saber nas áreas, exata e biológica, já se faz necessário antes mesmo da investidura no cargo. “A prova do concurso público para perito é cheia de questões de matemática, física e química, justamente pela importância que elas assumirão no cotidiano desse profissional”, conta Fernando.

Fernando e sua equipe, atualmente formada por oito peritos- físicos, químicos, farmacêuticos e engenheiros -atendem aos mais diversos delitos. Crimes contra pessoa ou patrimônio, ocultação de cadáver, mortes suspeitas, acidentes de trânsito e trabalho são algumas das ocorrências pelas quais os peritos são, frequentemente, acionados. “É a perícia que garante a perpetuação da cena do crime. Se há pessoas feridas no local, temos a obrigação de ajudá-las. Mas, se há mortos, impedimos a entrada de terceiros, para evitar que o local possa ser manipulado, atrapalhando nosso trabalho”.

E a física com isso?

Mas, seja qual for o delito, uma observação curiosa se faz presente em todos eles: ferramentas e conceitos de física são incorporados, frequentemente, para resolução das ocorrências e assumem papel fundamental e, sobretudo, catalisador na resolução dos casos.

Em julho de 2007, no acidente envolvendo o Air Bus da TAM, cálculo da velocidade de colisão, banda de rodagem do pneu e resgate de materiais biológicos por equipamentos de luz, infravermelho e ultravioleta, foram importantes conceitos e ferramentas utilizados pelos peritos do caso. “Força de atrito, desaceleração, energia etc., são conceitos populares, frequentemente aplicados em conjunto com outras ciências, como a química ou a biologia, nesses casos”, explica Daniel Augusto T. Vanzella, professor de Física Teórica, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP).

Em acidentes de trânsito comuns, por exemplo, a física-mecânica assume grande importância. “Podemos calcular a velocidade de colisão de um carro nos utilizando de conceitos fornecidos por essa área específica”, conta Fernando. O perito afirma que, muitas vezes, o levantamento de dados materiais, utilizando-se de tais técnicas, pode ser conclusivo. “Ângulo, distância percorrida, marcas de frenagem, tudo isso é levado em conta”.

No caso de homicídios, o cadáver encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML), sofrerá os chamados “exames invasivos” (abertura da calota craniana, região torácica e abdominal). “Esse exame, considerado o ‘beabá’ da necropsia, possibilitará a recuperação de projéteis”, elucida Fernando.

Nesse momento, a física poderá exercer importante papel. “Analisando-se o impacto de um projétil no corpo, pode ser possível calcular a distância de onde foi dado o tiro e saber se trata-se de um suicídio ou assassinato”, explica Daniel.

 

Até mesmo no roubo de aparelhos celulares, a física pode entrar como protagonista. “Celulares trocam informações através de antenas espalhadas. No caso do roubo desse equipamento, pela intensidade do sinal de recepção de cada uma das antenas, é possível determinar a localização ou distância que se encontra o aparelho”, exemplifica Daniel.

Instrumentos de análise

FernandoSe, em um primeiro momento, técnicas de física auxiliam os peritos na coleta de dados, alguns instrumentos tradicionais da área também têm importante papel. A microscopia eletrônica ou de força atômica trarão um diagnóstico detalhado e, muitas vezes, conclusivo para casos específicos. “Para um perito, como não há limite pela busca da verdade, já que devemos ser extremamente objetivos, algumas vezes é preciso recorrer às universidades e pesquisadores para nos auxiliar, emprestando-nos equipamentos e, inclusive, complementando nossas análises”, comenta Fernando.

Outra observação importante diz respeito aos princípios físicos, presentes em grande parte dos procedimentos e técnicas. A física, em conjunto com outras ciências, como a química ou a biologia, estará presente em quase 100% dos casos. “Nos seriados investigativos, é muito comum vermos os peritos se utilizarem de um aparelho que emite uma luz ultravioleta. Manchas de sangue, mesmo depois de lavadas, se tornam fluorescentes sob luz ultravioleta, depois de tratadas com uma substância química como o luminol. Isso nada mais é do que um fenômeno físico-químico”, explica Daniel.

Quando aspectos sociais entram no jogo

Em relação aos famosos e numerosos seriados e filmes que têm como enredo as mais diversas ocorrências policiais, Fernando afirma que “muito do que é retratado é real, mas um erro comum a quase todos é misturar a figura do investigador com a do perito. Trabalhamos, apenas, com provas objetivas e não levamos em consideração, por exemplo, se ‘fulano que morreu tinha rixa com o cicrano’. Esse tipo de informação só interessa ao investigador”, esclarece.

No que diz respeito à realidade desse profissional, ele conta que, há mais ou menos um mês, participou de um workshop ministrado por Joseph Blozis, investigador aposentado do Departamento de Polícia de Nova Iorque. “Joseph fez simulações e explicou, com detalhes, alguns procedimentos realizados na polícia de NI e vi que, em muitos casos, utilizamos métodos idênticos”, afirma.

Fernando conta que a principal diferença está relacionada à quantidade de profissionais disponível nos dois países. “Em São Paulo, para mais de 40 milhões de habitantes, somos em, mais ou menos, 1.200 peritos. Excluindo-se os cargos administrativos e burocráticos, restam, em média, 800 peritos para atender todo estado. O ideal, até de acordo com órgãos internacionais, seria em torno de 4.500, 5.000 peritos, para essa quantia da população”, conta Fernando. “Já nos EUA, só na cidade de Nova Iorque, já existem verbas disponíveis para contratar 400 peritos, apenas para trabalhar com análise de DNA”.

E a escassez não para por aí. Ainda em comparação aos peritos estadunidenses, as especialidades de cada um não se misturam. “Nos EUA, há especialistas para cada modalidade da polícia técnica: peritos em impressão digital, peritos para análise de DNA e assim por diante. Aqui, nós cuidamos de todas as modalidades, ao mesmo tempo”, conta.

Com tais informações em mente, não fica difícil concluir o caso: no Brasil, não é a tecnologia nem o profissional da polícia técnico-científica que deixam a desejar. Como quase tudo que diz respeito a aspectos sociais, a falta de recursos continua sendo o grande problema.

Porém, enquanto não se encontra solução para esse caso, é importante que fique muito bem esclarecido que, tanto na ficção quanto na realidade, a ciência, certamente, entra como grande aliada dos policiais, validando, mais do que nunca, o fato de que não existe crime perfeito.

Assessoria de Comunicação

8 de setembro de 2011

Como você pode ajudar a manter a excelência de nossa biblioteca

A biblioteca do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), assim como todas as outras bibliotecas da Universidade de São Paulo (USP), é depositária de toda produção científica, cultural e artística, gerada na universidade. Sendo assim, ela responde pelo processamento, armazenamento e disponibilização dessa produção no Banco Bibliográfico DEDALUS.

BibliotecaPara manter sua produção atualizada e disponível, a biblioteca realiza as seguintes ações:

-Levantamento e coleta semanal da produção científica através da Base de Dados Web of Science – ISI;

-Levantamento diário em fontes impressas não indexadas na referida base de dados;

-Levantamento de trabalhos apresentados em congressos, seminários etc., através de pedidos de afastamentos de docentes, enviados à biblioteca, pelas secretárias de departamentos;

-Recebimento de cópias de trabalhos publicados pelos grupos de pesquisa, através das secretárias ou docentes;

-Levantamentos específicos em eventos de Sociedades, Academias e Associações relativas à área de Física e afins;

-Envio de arquivos, contendo a produção científica cadastrada no DEDALUS para conferência do docente, normalmente no mês de novembro, visando à atualização da produção para o relatório Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

Apesar das ações acima, nem todos os artigos são recuperados pela Biblioteca, assim solicita-se a colaboração dos usuários para quando tiverem algum trabalho publicado, e não recuperável pelas fontes utilizadas pela Biblioteca, que envie uma cópia à mesma.

A biblioteca convida a todos para acompanhar o cadastramento da produção, através do sites do IFSC. Visite-a, também: ela é localizada no 1º andar do prédio da Administração do IFSC.

Assessoria de Comunicação

 

8 de setembro de 2011

Um novo formato cultural na universidade

A paixão pela arte e pela ciência resultou no projeto “Arena de Debates em Ficção Científica”, uma iniciativa do Centro de Imagens e Espectroscopia in vivo por Ressonância Magnética (CIERMag) do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), que tem como objetivo principal promover debates sobre produções científicas, envolvendo propostas de interação usuário-computador, manipulação genética, segurança de informações e outros temas relacionados a tecnologias de computação, previstas nos filmes de ficção.

O evento, coordenado pelo professor do Instituto de Ciências Matemáticas e Computação (ICMC/USP), e aluno de pós-graduação do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Mário Gazziro, tem atraído um grande número de estudantes de graduação ao auditório “Prof. Sérgio Mascarenhas” do IFSC, para assistir à exibição de clássicos do cinema, do gênero de ficção científica, como “2001: uma odisseia no espaço”, “Blade Runner, o caçador de androides”, assim como filmes mais recentes, com a mesma temática, como “Minority Report” e “Gattaca”.

“Desde que eu era estudante de graduação, mantínhamos a tradição de reunir em torno de 20 pessoas em alguma república, para assistir filmes e debatê-los, informalmente”, conta Mário. Depois dessa experiência bem-sucedida com os amigos, ele resolver oficializar a tradição e transformá-la num projeto que pudesse trazer cultura para universidade, assim como um contato mais próximo com a comunidade geral, já que o evento é gratuito e totalmente aberto ao público-externo. “No começo do ano, houve uma chamada da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura, da USP, incentivando os novos docentes a criarem atividades de extensão. Li o edital e comecei a pensar em como eu poderia contribuir com a cultura e, com a ajuda do professor, Alberto Tannús, selecionei alguns filmes para exibir aos alunos”.

Para complementar a proposta, Mário, tendo em mente a grande quantidade de especialistas da USP, resolveu inseri-los no projeto, convidando-os a participar de debates sobre os filmes. “A ideia de convidar os especialistas foi para tornar o projeto mais rebuscado e atrativo, aumentando as chances de ele ser aprovado pela Pró-Reitoria”.

A primeira exibição foi realizada no dia 18, com o filme “Os substitutos”. O número de participantes superou as expectativas de Mário. No segundo encontro, ocorrido uma semana depois, esse número aumentou. “Ficamos impressionados com o resultado, pois acreditávamos que os alunos viriam para assistir aos filmes, e iriam embora à hora do debate, mas todos têm ficado e participado, ativamente”.

O projeto foi bem visto, inclusive, pelo Centro de Divulgação Científica e Cultural (CDCC/USP) que pretende, no próximo ano, tornar o programa- atualmente de caráter temporário- fixo no Centro. “No CDCC, eles já têm o Cineclube, mas nele não são realizados debates”, conta Mário.

Programação

arena

 

Até o dia 13 de outubro, todas as quintas-feiras, das 19 às 22 horas, serão realizadas sessões de filmes, seguidas por debates, que duram em torno de 45 minutos. A cada encontro, um especialista é convidado a participar da discussão.

A entrada para o evento é gratuita e toda comunidade são-carlense está convidada a participar. Para ter acesso à programação do “Arena”, acesse o link “eventos” do site do IFSC.

O auditório “Prof. Sérgio Mascarenhas” fica na Avenida do Trabalhador são-carlense, 400. Mais informações pelo telefone (16) 3373-9770.

Assessoria de Comunicação

6 de setembro de 2011

Revista internacional publica reportagem sobre a pesquisa no Brasil

A revista “Physics Today”, umas das mais notórias publicações mundiais sobre física, publicou matéria intitulada “Brazil aims for its science to have greater impact” (Brasil almeja que sua ciência tenha um maior impacto).

A reportagem, que discorre sobre o fato de o Brasil ter, nos últimos anos, investido mais na qualidade do que na quantidade de pesquisas, tem o professor do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Vanderlei Salvador Bagnato, como uma das fontes da matéria. Para lê-la, na íntegra, clique aqui.

Assessoria de Comunicação

5 de setembro de 2011

Educadores dos ensinos fundamental e médio tiveram grande participação

Em 31 de agosto, o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), através do “Colóquio da Licenciatura em Ciências Exatas”, recebeu o professor de filosofia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Mário Sérgio Cortella, para proferir a palestra “Docência, Discência e Decência. E isso com a Ciência?”.

Citando John Locke, Francis Bacon, entre outros importantes nomes do mundo filosófico, assim como outros da esfera educacional, como Paulo Freire- por quem Cortella foi, inclusive, orientado em seu mestrado e doutorado- o professor falou para um público em torno de 150 pessoas, entre eles alunos e professores do Instituto, assim como grande quantidade de educadores, dos ensinos fundamental e médio.

Cortella

 

O mote principal girou em torno da discussão de como a ciência passou a ser privilégio, enquanto deveria ser partilha. “Quantas pessoas têm, não o acesso, mas, sobretudo, o interesse pela ciência, cultura, conhecimento?”, questionou o professor à plateia.

Além de discutir educação e cultura, no Brasil, Cortella levantou tópicos sobre a própria ciência, afirmando que a ideia que significativa parte da população tem dela é aquela passada pelos veículos de comunicação. “O conceito que se tem de ciência é aquele conectado à mídia, que sempre passa uma impressão de algo exótico ou bizarro”.

Sobre os métodos de ensino, nas escolas, ele afirma: “Nossos alunos são do século XXI, os docentes do século XX e os métodos de ensino do século XIX”.

A discussão durou, exatamente, uma hora. Depois disso, os participantes tiveram a oportunidade de fazer questionamentos ao palestrante, que defendeu, enfaticamente, novas formas para educar os alunos, especialmente aqueles do ensino fundamental. “A decência inclui o fato de fazermos as pessoas crescerem, e não as diminuirmos. Só será um bom ‘ensinante’ aquele que for um bom ‘aprendente’”, conclui Cortella.

Sobre o programa

O “Colóquio da Licenciatura em Ciências Exatas” é um ciclo de palestras que acontece uma vez ao mês, com dias e horários fixos: quartas-feiras, às 17 horas.

O público-alvo são, especialmente, professores e alunos de licenciatura em ciências. Porém, o evento é aberto ao público e todos são convidados a participar. A entrada é gratuita.

Para mais informações, acesse http://www.coloquiolce.blogspot.com/

Assessoria de Comunicação

5 de setembro de 2011

Aluno é premiado em evento internacional

O aluno de doutorado do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Gregório Couto Faria, orientando do docente, Eduardo Ribeiro de Azevêdo, foi premiado no 14º International Symposium on Electrets (ISE), evento realizado em Montpellier (França), entre os dias 28 e 31 de agosto.

Na conferência, o aluno recebeu o prêmio “Dilip Das-Gupta”, pelo melhor trabalho oral, apresentado entre jovens cientistas (pesquisadores com menos de 35 anos de idade).

Gregorio

 

Sobre a conferência

O International Symposium on Electrets (ISE) é uma conferência promovida pela IEEE, maior associação profissional mundial dedicada ao avanço da tecnologia.

A IEEE e seus membros estão altamente envolvidos em programas técnicos de numerosos eventos, incluindo eventos comerciais, oficinas de capacitação, feiras de profissões etc.

Para mais informações à respeito da Instituição, clique aqui.

Assessoria de Comunicação

30 de agosto de 2011

Prazo para cadastro se encerra em 31 de agosto

Funcionários, alunos e docentes tem até o dia 31 de agosto (quarta-feira) para cadastrar seus equipamentos de informática.

Aqueles que ainda não o fizeram, podem acessar o link http://www.ifsc.usp.br/sistemas/censo2/ e realizar o cadastro. Tal tarefa leva apenas alguns minutos e, em caso de dúvidas, basta entrar em contato com a Seção Técnica de Informática (ScInfor), através dos telefones 3373-8814/ 9759/ 9789/ 9790.

É importante lembrar que, a partir de 1º de setembro, só terão acesso à internet as máquinas com números de I.P. cujo cadastro tenha sido realizado.

Assessoria de Comunicação

30 de agosto de 2011

Novo sensor traz técnica menos invasiva para medir a pressão do crânio

SergioO professor e pesquisador do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Sérgio Mascarenhas, apresentou, na 26ª Reunião Anual da Federação de Sociedades de Biologia Experimental (Fesbe), um equipamento que mede a pressão dentro do crânio, sem a necessidade de perfurá-lo.

Para comercialização, Marcarenhas aguarda, primeiramente, a autorização do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Já em relação ao preço, o pesquisador calcula o custo de R$350,00, muito abaixo daqueles já comercializados , que variam entre R$2,5mil e R$5mil.

 

Assessoria de Comunicação

30 de agosto de 2011

Docente comenta como pesquisas básicas podem auxiliar no desenvolvimento brasileiro

A popularidade do termo “nano” está em seu auge. Mas, muito antes do termo e da própria tecnologia tornar-se parte de nosso cotidiano, pesquisas básicas são desenvolvidas, para, continuamente, aprimorar o que já se tem e desenvolver o que ainda não existe.

Euclydes Marega Júnior, docente do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e estudioso do assunto há 20 anos, diferencia a nanociência das outras ciências básicas. “Física atômica estuda os átomos, física dos materiais estuda os materiais macroscópicos, aqueles que conseguimos tocar, enxergar. No que se refere à grandeza e propriedades, os nanomateriais ficam entre o atômico e o macroscópico”, elucida.

Para tornar o entendimento mais palpável, algumas medidas podem ajudar: a escala atômica é da ordem de 10-10m, escala nanométrica 10-9m e a micrométrica, que se refere, também, a pequenos materiais, mas já com propriedades volumétricas, são da escala de 10-6m. “Todos eles possuem propriedades eletrônicas diferentes. A cor emitida por um grupo de átomos será diferente daquela emitida por um cristal”, explica o docente. “Assim, torna-se possível construir materiais que não existem na natureza”.

A produção de elementos artificiais inclui os nanomateriais, que podem carregar propriedades de semicondutores ou metálicos. Os semicondutores, extremamente úteis para a eletrônica, em razão de seu nível de condutividade, têm suas propriedades físicas afetadas pela variação de temperatura, exposição à luz e acréscimos de impurezas. Trazendo um exemplo prático, basta lembrar que o silício, um material semicondutor, é a matéria-prima de chips de computadores e atuais aparelhos de televisão. Um material semicondutor tem propriedades intermediárias entre condutores e isolantes com a vantagem de que suas propriedades de condução podem ser modificadas, tornando-o quase um metal ou mesmo um isolante. ”Logo que iniciei minhas pesquisas, existia uma corrente que argumentava que a tecnologia do silício estava chegando ao seu final e que novos materiais deveriam substituí-lo. A história não foi bem esta. A tecnologia de nanofabricação teve um papel fundamental e, hoje, quase que 100% dos equipamentos eletrônicos são baseados na tecnologia desse material. Na empresa ‘Optoeletrônica’, os semicondutores do grupo III-V, onde se incluem os LEDs brancos, estão se tornando a solução para a iluminação num futuro próximo”.

Euclydes-1O docente traz mais argumentos. “Um exemplo claro de como a nanofabricação mudou nossa forma de viver são os dispositivos portáteis, como celulares, tablets, vídeo-games etc. Hoje, qualquer pessoa pode ter um iPod com 64Gb de memória, que pesa 100 g. Há 30 anos, os computadores, com muito menos capacidade de processamento, pesavam da ordem de 1 tonelada e estavam restritos somente a pesquisadores em Universdades e Centros de Pesquisa”.

Os estudos de Euclydes estão relacionados, especialmente, às técnicas de fabricação de materiais nanométricos semicondutores. Um artigo científico, publicado pelo pesquisador em 1996, teve grande impacto na área, com 215 citações no “Institute for Scientific Information (ISI)”. “Este trabalho foi, sem dúvidas, um marco na área, sendo totalmente realizado no IFSC, desde a concepção e amostras até resultados e análises”.

No momento, seu grupo de pesquisa não faz estudos voltados para tecnologia, mas para pesquisa básica, que servem de alicerce aos físicos formados para desenvolvimento de novas tecnologias. “No mundo, as pesquisas tecnológicas para nanomateriais já são bem desenvolvidas, mas, no Brasil, infelizmente, ainda não temos indústrias que consigam transformar ciência em tecnologia”, conta. Ele dá o exemplo dos telefones celulares que, embora sejam montados no Brasil, têm todas as peças que os compõe importadas. “A pesquisa tecnológica consiste na busca pela produção de certos dispositivos, que agreguem propriedades dos materiais, úteis para alguma coisa. O LED é um exemplo”, esclarece. “Se conseguirmos formar bons estudantes em pesquisas básicas, eles poderão se inserir no ramo de microeletrônica e nanofabricação, caso indústrias desse tipo se estabeleçam no país, e produzir a tecnologia da qual necessitamos para não ter mais que importar peça de celular, computador e televisão”.

Embora não ganhem atenção devida, as pesquisas básicas podem solucionar dois problemas brasileiros: desenvolvimento de produtos e qualificação de mão-de-obra. “O principal problema, hoje, na área de nanoestruturas semicondutoras ou nanofabricação, no Brasil é, justamente, esse. A Foxconn, empresa chinesa que vem para o Brasil, para produção de tablets, em princípio, não poderá contar com a mão-de-obra brasileira”, exemplifica o docente.

Sobre o papel do IFSC e, nesse caso, especificamente, do grupo de Euclydes, para a solução dos problemas mencionados, ele aponta o estudo pioneiro de pontos quânticos semicondutores. “Muitos trabalhos que desenvolvemos aqui tem alto impacto na ciência, nessa área de pesquisa, e são reconhecidos internacionalmente”.

Sobre a aplicação dos estudos desenvolvidos, Euclydes afirma que, num primeiro momento, a intenção principal é formar pessoas capacitadas a trabalhar em grandes empresas de tecnologia. “No momento, o Brasil não tem a condições de montar uma grande empresa tecnológica. Portanto, o primeiro passo é formar pessoas qualificadas. Essas pessoas terão um papel fundamental para mercados tecnológicos que venham a surgir no Brasil”, finaliza.

Assessoria de Comunicação

26 de agosto de 2011

Jornalista palestra sobre a importância da fotografia nas descobertas de Física

O IFSC viu sua agenda de eventos lotada nesta semana. Desde segunda-feira, palestras, colóquios, defesas de teses e seminários atraíram alunos de graduação, pós-graduação e docentes ao longo destes cinco dias.

pino01Na quinta-feira, o tradicional Journal Club, direcionado mais especificamente aos alunos de pós-graduação, agregou em um ambiente mais íntimo alguns mestrandos, doutorandos e docentes para discutir tópicos de Física da Matéria Condensada. Quem ministrou a “aula” foi o pesquisador Gerardo Martínez, do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Muito experiente na área, ele expôs seu recente projeto de pesquisa intitulado “Estudos da magnetização de clusters bimetálicos finitos usando cálculos de primeiros princípios”, uma parceria internacional com o Chile, coordenada por ele, que tem como principal objetivo empreender cálculos de primeiros princípios usando DFT e pacotes dedicados, como VASP, de materiais magnéticos nanoestruturados, como nanoclusters de CoCu e cálculos teóricos de campo médio em sistemas eletrônicos fortemente correlacionados, aplicados a manganitas e férmions pesados.

Já na manhã desta sexta-feira (26), outro tradicional ciclo de palestras – o Colóquio IFSC – apresentou o pesquisador Cássio Leite Vieira, do Instituto Ciência Hoje, um portal online de divulgação científica. O experiente jornalista apresentou um tema relacionado à sua tese de doutorado, que é a fotografia enquanto um importante instrumento que possibilitou uma série de descobertas importantes na área da Física no século XX. Sob o tema “Os Físicos e a fotografia: uma história da Física no século XX”, sua fala circundou um uso específico da fotografia, ou seja, a fotografia como detector. Mais especificamente, sua apresentou teve como foco um tipo de detector utilizado desde o início do século, um detector muito pequeno – diferentemente dos detectores gigantescos que se pode ver hoje no polêmico LHC, por exemplo –, que se utiliza da emulsão nuclear para funcionar.

 

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Segundo Vieira, este tipo de detector oferece inúmeras vantagens, como uma melhor resolução, portabilidade, custo, tamanho (permitindo vários tipos de arranjos experimentais), sensibilidade contínua (acumula dados), poder de freamento de partículas, não necessita de equipamento eletrônico, possibilita trabalho em conjunto com outros detectores e pede por apenas dois equipamentos periféricos: um microscópio óptico e algum reagente químico. Talvez justamente por essa razão tenha sido este pequeno detector um mecanismo fundamental em muitas descobertas relevantes do século passado, como por exemplo, o Pi positivo, o Pi negativo, as ações radioativas da zirconita de Poços de Caldas, os primeiros híperons, o quark charmoso, entre inúmeras outras.

E este foi apenas o começo da história de Vieira. Por aproximadamente duas horas, ele contou para um público bastante heterogêneo sobre os tipos de detectores e sobre os principais usos desse equipamento nos dias de hoje.

Fique atento à programação da próxima semana.

Assessoria de Comunicação

26 de agosto de 2011

Uma tendência rumo ao interior

Quando ouvimos por aí que os tempos são outros, a frase, que carrega uma dose de abstração e subjetividade, pode ser inserida em diversos contextos. No misto de economia e ciência, se em outros tempos empresas de bases tecnológicas concentravam-se, exclusivamente, nas grandes capitais, a tendência que, hoje, se observa é de uma migração, cada vez mais significativa, de grandes empresas para cidades menores (tanto no aspecto geográfico, como no populacional).

Um destaque vai para cidade de São Carlos, no interior do estado de São Paulo que, de acordo com o jornal “Valor Econômico”, em reportagem publicada no dia 17 de agosto, define o município com “uma economia local que mescla grandes e pequenas indústrias de várias atividades e setor de serviços diversificado”. Mas, o diferencial vai além: com duas notórias universidades públicas (USP e UFSCar) e um amplo centro de pesquisa (Embrapa), São Carlos cresce a passos largos, com realizações que ultrapassam promessas e expectativas, elevando o município à categoria de capital da tecnologia.

Exemplos podem ser demonstrados e alguns pesquisadores são modelos de uma prática, que se tem tornado cada dia mais comum e necessária: transferência de conhecimento adquirido na academia para empresas globais, nacionais e, atualmente, locais.

A academia no mercado

JarbasJarbas Caiado de Castro Neto, professor do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da Universidade de São Paulo (USP) desde 1976, ficou surpreso durante seu doutorado no Massachussetts Institute Of Technology (MIT), em 1981. “Enquanto no Brasil existia uma distância muito grande entre universidade e setor empresarial, percebi que nos EUA, ao contrário, existia uma enorme proximidade”, relembra o docente. “Mesmo na área de física, nos laboratórios em que trabalhei, eles [pesquisadores] não só faziam os trabalhos junto com empresas, como buscavam, fortemente, essa aproximação”, conta o Jarbas que cita a “Polaroid” como um dos resultados da interação, na época. “Depois do doutorado no MIT, continuei com minhas pesquisas em óptica não-linear, mas procurei uma maneira de interagir com o setor produtivo e com a sociedade”.

De volta ao Brasil, Jarbas retornava não só com uma nova mentalidade, mas com uma ideia que resultou na fundação da empresa “Opto Eletrônica”, da qual é um dos fundadores e atual presidente. A empresa, no mercado há 25 anos, já é destaque internacional. “O ‘refletor odontológico’, produto desenvolvido por nós em 1990, teve grande sucesso no exterior, pois vendíamos por menos da metade do preço cobrado internacionalmente. Chegamos a ter mais de 50% do mercado mundial com esse produto”, conta Jarbas que, desde a fundação da empresa, já registrou mais de 40 patentes. “Nosso objetivo é registrar, ao menos, uma patente por mês e temos cumprido essa meta”.

Diversos alunos do IFSC são, inclusive, contratados na empresa. Jarbas destaca um diferencial no físico: “A partir do momento em que o país começa a se desenvolver, precisamos entender os fenômenos tecnológicos e o físico é muito importante para entender tais fenômenos, onde lhe cabe transformá-los em produtos”.

Da academia ao mercado

Vanderlei“Nossa preocupação principal é gerar conhecimento e investimos, muito, em projetos básicos, com vistas à aplicação”, conta Vanderlei Salvador Bagnato, que, atualmente, acumula as funções de vice-diretor do IFSC e coordenador da Agência USP de Inovação.

Docente do Instituto desde 1981, assim como Jarbas, fez seu doutorado em Física no MIT, o que auxiliou na formação da seguinte mentalidade: “O que gera riqueza, através da ciência, é a capacidade das pessoas usarem bons resultados científicos em prol da tecnologia e sua aplicação”. Tal filosofia é fortemente praticada em suas pesquisas. Prova disso é o registro de quase 50 patentes de produtos desenvolvidos pelo Grupo de Óptica do IFSC, do qual Vanderlei é coordenador, além de seu constante aconselhamento e auxílio prestado às diversas spin offs*, nascidas, inclusive, de projetos de pesquisa do Instituto. “A patente é algo importante, mas considero muito mais relevante as empresas que ajudamos a formar, pois elas estão gerando empregos, riqueza e soluções úteis à sociedade”, esclarece o pesquisador.

Seus estudos em óptica e fotônica, que objetivam o diagnóstico e tratamento de doenças, como alguns tipos de câncer, são reconhecidas mundialmente. Executivos da empresa japonesa, Nitto Denko Corporation, são os mais recentes interessados em firmar convênio com o IFSC, graças a essa pesquisa. “Vemos a relevância de nosso trabalho através da importância que as pessoas dão a ele”, diz Vanderlei.

O autêntico progresso da ciência

Para Jarbas, atualizar-se, constantemente, e buscar desenvolver novos produtos é de importância primordial. “Quando se trata de tecnologia, nunca devemos ‘deixar o burro na sombra’”. Na mesma linha de pensamento, Vanderlei defende que “nós, pesquisadores, temos a obrigação de levar o conhecimento para sociedade brasileira e não esconder ou guardar nosso potencial científico”.

Com essa mentalidade, eles e muitos outros pesquisadores dão uma contribuição significativa para tornar, cada vez mais, o município e, sobretudo, o próprio país, como referência tecnológica.

Porém, nos novos tempos, uma coisa é fato: o caminho promissório que se faz em direção a cidades interioranas trará muito crescimento e desenvolvimento a esses municípios. Mas, os frutos colhidos tendem a ir muito mais além, onde um número expressivo de pessoas, certamente, será beneficiado.

Assessoria de Comunicação

26 de agosto de 2011

Professores estrangeiros participam de banca de doutorado

Na manhã do dia 25 de agosto, o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) recebeu dois pesquisadores internacionais, para fazerem parte da banca avaliadora da apresentação do projeto de doutorado, “Study of Excitations in a Bose-Einstein Condensate”, apresentado pelo aluno, Jorge Amin Seman Harutinian.

O trabalho, orientado pelo docente, Vanderlei Salvador Bagnato, foi escrito e apresentado, integralmente, em inglês, em virtude dos estrangeiros , Giacomo Roati (University of Florence, Itália) e John Weiner (University of Maryland, EUA) que fizeram parte da comissão avaliadora.

Jorge

Além dos convidados citados, também participaram os docentes Mahir Saleh Hussein, do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF-USP) e Philippe Wilhelm Courteille, do IFSC. “Quando meu orientador pediu que eu escrevesse e apresentasse minha tese, em inglês, fiquei um pouco assustado”, confessa Jorge. “Mas, tive pessoas que me ajudaram e, no final, consegui montar tese inteligível”.

Bem sucedida, a apresentação teve início às 9 horas, finalizada somente às 12h30. “O professor Weiner está, no momento, como visitante em nosso Grupo, e o professor Giacomo já desenvolve, há algum tempo, trabalhos conosco. Por esse motivo, meu orientador achou que eles seriam excelentes membros da banca, e essa foi minha motivação para escrever a tese, em inglês”, conclui Jorge que, até dezembro deste ano, estará fazendo pós-doutorado no IFSC para, no início do próximo ano, começar um novo pós-doutorado na University of Florence.

Assessoria de Comunicação

26 de agosto de 2011

Docente é premiado em evento internacional

O docente do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Adriano Andricopulo, recebeu mais um prêmio internacional, desta vez “The International Einstein Award for Scientific Achievement 2011”, como reconhecimento por suas contribuições na área de planejamento de fármacos e pelo destaque alcançado na realização de ações com impacto científico e tecnológico.

O prêmio em questão é concedido pelo “International Biographical Centre” (Cambridge, Inglaterra), instituição fundada há 40 anos e líder em publicações biográficas.

Sobre o docente

Adriano-2

Adriano possui graduação em Química Industrial pela Universidade Federal de Santa Maria (1993), mestrado (1996) e doutorado (1999) em Química Orgânica pela Universidade de Santa Catarina, com estágio de “doutorado-sanduíche” em Química Medicinal pela University of Michigan (1998-1999). Possui pós-doutorado em Química Medicinal pela University of Michigan (1999-2002).

Atualmente é Professor Associado da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador do Laboratório de Química Medicinal e Computacional (LQMC) do IFSC.

Em 2011, recebeu também o prêmio “Young Talents in Science”, fornecido pela Sociedade Brasileira de Química (SBQ) junto à American Chemical Society (ACS), foi indicado ao prêmio “2000 Outstanding Intellectuals of 21st Century”, fornecido, também, pelo “International Biographical Centre” e eleito, pela revista Veja, como um dos cientistas mais influentes do século (leia a matéria).

Assessoria de Comunicação

26 de agosto de 2011

Programa tem grande participação do público

No dia 25 de agosto, quinta-feira, alunos do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e comunidade são-carlense encheram o auditório “Prof. Sérgio Mascarenhas” para assistir à exibição do longa-metragem, “Gattaca”, e, posteriormente, fazer discussões sobre o filme, junto ao convidado da noite, o docente do Instituto de Ciências Matemáticas e da Computação da Universidade de São Paulo (ICMC/USP), Dilvan de Abreu Moreira.

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A exibição faz parte do “Arena de Debates em Ficção Científica”, uma iniciativa do Centro de Imagens e Espectroscopia in vivo por Ressonância Magnética (CIERMag) do IFSC, coordenada pelo aluno de pós-graduação, Mário Gaziro.

Na quinta-feira, 1º de setembro, “Blade Runner”, um clássico do cinema hollywoodiano será exibido.

A entrada para o evento é gratuita e todos estão convidados a participar.

Assessoria de Comunicação

24 de agosto de 2011

Programação continua até outubro

Teve início a semana passada, no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), o “Arena de Debates em Ficção Científica”.

O projeto, uma iniciativa do Centro de Imagens e Espectroscopia in vivo por Ressonância Magnética (CIERMag), tem como principal objetivo promover debates sobre produções de ficção científica, envolvendo propostas de interação usuário-computador, segurança de informações e outros temas relacionados a tecnologias de computação, previstas nos filmes de ficção.

O programa apresentará, até outubro deste ano, diversos filmes com essa temática e, em todos os encontros, um especialista será convidado para debater, junto aos participantes, sobre o assunto principal tratado no filme exibido. “Misturar tecnologia com arte é sempre uma coisa legal, além de, nesse caso, aproximar aqueles que estão distantes de debates sobre ciência”, conta Lírio Onofre Batista de Almeida, primeiro convidado do Arena. “O local de realização do evento também é algo muito importante, pois, sendo aberto ao público, é uma maneira de quebrar a distância entre os participantes e Universidade”, comenta.

GattacaO próximo encontro, marcado para 25 de agosto, exibirá o longa-metragem, “Gatacca”. Segue, abaixo, sinopse:

Num futuro, no qual os seres humanos são criados geneticamente em laboratórios, as pessoas concebidas biologicamente são consideradas “inválidas”. Vincent Freeman (Ethan Hawke), um “inválido”, consegue um lugar de destaque em corporação, escondendo sua verdadeira origem. Mas um misterioso caso de assassinato pode expôr seu passado.

O convidado da semana é o professor do Instituto de Ciências Matemáticas e da Computação da Universidade de São Paulo (ICMC/USP), Dilvan de Abreu Moreira. O docente realizou seu doutorado em Engenharia Eletrônica, pela Universidade de Kent em Canterbury (Reino Unido) e seu pós-doutorado em Bio-informática em Stanford (EUA).

O “Arena” tem início às 19 horas, no auditório, “Prof. Sérgio Mascarenhas” do IFSC. A entrada é gratuita e todos estão convidados a participar.

Assessoria de Comunicação

 

 

 

24 de agosto de 2011

Programa recebe pesquisador alemão

No dia 23 de agosto, o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), através do programa “Café com Física”, recebeu o pesquisador internacional, Vladimir Rittenberg, docente da Universität Bonn (Alemanha).

Vladimir proferiu o seminário, “Shared information at criticality. Equilibrium and nonequilibrium stationary state”, e tratou de assuntos relacionados à estatística clássica, sistemas mecânicos e modelos estocásticos.

Vladimir

A próxima edição do programa, marcada para 13 de setembro, trará o docente de física-matemática da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Alberto Saa. O seminário terá início às 10h30.

Sobre o “Café com Física”

O projeto visa promover discussões científicas entre pesquisadores de diversas áreas da Física, através de seminários de pesquisa.

Os seminários são realizados quinzenalmente e a entrada é gratuita.

Para saber mais sobre programação, convidados e o projeto, acesse http://www.ifsc.usp.br/cafecomfisica/

Assessoria de Comunicação

23 de agosto de 2011

IFSC cria curso de inglês para alunos de graduação

Na carreira acadêmica, o domínio de uma segunda língua pode ser decisivo para desenvolver pesquisas, apresentar de trabalhos, publicar artigos, enviar de resumos para eventos, acompanhar apresentações de pesquisadores internacionais e até mesmo realizar intercâmbios. O inglês, a “língua mundial” da contemporaneidade, é praticamente considerado um tópico obrigatório no currículo de universitários de todas as áreas do conhecimento, e a fluência neste idioma pode abrir possibilidades novas para o desenvolvimento de suas pesquisas e suas habilidades.

Notando este quadro, o IFSC decidiu despender esforços na criação de um curso de língua inglesa para alunos dos cursos graduação, curso desenvolvido no âmbito do Programa de Incentivo à Graduação, criado pela Diretoria do Instituto, e coordenado por professores e pós-graduandos do Departamento de Letras da UFSCar. O Programa de Incentivo à Graduação já havia tomado iniciativas importantes no que diz respeito a elevar as habilidades e potencializar a capacidade de seus alunos, como promover acesso a programas de intercâmbio para o exterior, iniciativa que, aliás, indicou aos coordenadores a importância de oferecer suporte ao à aprendizagem e ao aprimoramento da língua inglesa. No final deste ano, está agendado um seminário com os alunos que recentemente participaram deste programa de intercâmbio, para fazer um balanço oficial dos resultados obtidos com esta experiência no exterior, expondo os aprendizados e dificuldades sentidos. Porém, o que se pode antecipar deste seminário é que, infelizmente, as escolas públicas não cumprem o papel de sanar a necessidade de fluência em uma segunda língua atualmente, e não é grande o número de alunos que tem a possibilidade de fazer cursos particulares, o que com certeza acaba refletindo algumas conseqüências negativas na graduação.

Assim, o IFSC decidiu aceitar o desafio de enfrentar os anos de precariedade de ensino público e, além de proporcionar uma ferramenta de extrema importância para os alunos da graduação, incentivá-los e motivá-los para o mundo acadêmico com novas oportunidades e acessibilidades. Esta é uma iniciativa inédita dentre cursos de Exatas na USP, pois nenhuma outra unidade nunca ofereceu estes cursos gratuitamente para seus alunos. “A mensagem que queremos passar é que nós podemos contribuir um pouco com alunos que demonstrem interesse e que se dediquem a obter empenho e bom aproveitamento em pesquisas de Iniciação Científica”, conta o Presidente da Comissão de Graduação do IFSC, o Professor Valmor Mastelaro.

O professor contou, ainda, que os alunos aos quais foi oferecida a chance de participar destas aulas foram selecionados com base em seu histórico escolar e em sua pesquisa de Iniciação Científica, etapa seguida de um teste que verifica o nível de língua em que esse aluno se encaixa. Estas etapas selecionaram quase sessenta alunos do segundo e terceiro ano dos cursos do IFSC, divididos em cinco turmas, do nível básico ao avançado, de cerca de doze alunos cada.

Valmor-1Para tornar o cursinho de inglês do IFSC ainda mais único, a estrutura do curso foi pensada pelas professoras da UFSCar de maneira especial para os alunos das Ciências Exatas, ou seja, os temas abordados serão intimamente relacionados aos temas com os quais os graduandos convivem todos os dias no ambiente universitário. O material que será trabalhado foi confeccionado especialmente para estas turmas de alunos. Desta forma, os alunos terão de resolver problemas, confeccionar textos e interpretar artigos que tratem de Física, tanto em aulas presenciais quanto em atividades online, expandindo, ainda, as possibilidades para aqueles alunos que não disponibilizam de tanto tempo livre.

O curso ainda estará, nesta primeira etapa, em fase de avaliação. O importante é verificar, nestes primeiros quatro meses, como os alunos demonstrarão empenho, freqüência e evolução. “A continuidade deste curso dependerá, em grande parte, da resposta dos alunos, pois eles têm uma grande responsabilidade pela frente”, explica o Mastelaro. As coordenadoras estão encarregadas de elaborar relatórios destas primeiras turmas para que a comissão organizadora analise o aproveitamento e a validade da continuidade deste curso. “Mas, com certeza, a idéia e a expectativa é de que ano que vem tenhamos outras turmas”, prevê ele.

Parte da avaliação do curso é, também, a ida de alguns destes alunos para o exterior nos programas de intercâmbio oferecidos pelo Instituto, o que apresentará resultados em um prazo mais longo, e a apresentação de trabalhos em congressos internacionais, o que dará um retorno mais imediato aos organizadores. “Nós, professores, junto aos alunos, temos um desafio pela frente, mas jamais faríamos um investimento deste porte se não tivéssemos uma grande certeza de que daria certo”, torce o docente.

Investimento

Esta iniciativa é uma proposta inovadora do IFSC, que já é reconhecido internacionalmente pela qualidade da sua pesquisa. As investidas do Instituto tem se voltado, nos últimos anos, a fazer esta qualidade atingir não apenas cursos de pós-graduação e docentes, mas também a base do ensino, que é a graduação. Dar acesso à língua mais utilizada na divulgação científica é um meio de integrar os graduandos mais rapidamente ao processo de pesquisa pelo qual o IFSC já é reconhecido, já que é o Instituto que mais tem publicações ao lado da IQSC. Ainda, integrando estes alunos mais efetivamente, o efeito é sentido também, a longo prazo, pela Pós-Graduação, já que os alunos ingressariam nestes cursos mais preparados e mais motivados. Desta forma, o grande investimento lançado neste curso terá resultados incalculáveis, não apenas para o IFSC, e não apenas para os alunos, mas sob uma perspectiva macroscópica, para o Estado de São Paulo e para o Brasil como um todo.

As aulas tiveram início nesta segunda-feira, dia 22, e serão realizadas todos os dias no Instituto. Fique atento aos resultados, se quiser se inscrever para a próxima etapa!

Assessoria de Comunicação

23 de agosto de 2011

Alunos obtém melhor resultado em trabalho apresentado em evento internacional

Uma ideia que casou matemática, física e biologia resultou num software para identificação de espécies de plantas. O software em questão, desenvolvido pelos físicos, Dalcimar Casanova e João Batista Florindo, alunos de pós-graduação do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), orientados pelo docente, Odemir Martinez Bruno, rendeu, aos alunos, o alcance do melhor resultado no “Imageclef”, evento internacional que reúne grupos de pesquisas que atuam na área de análises de imagens e inteligência artificial.

Sobre o trabalho

O objetivo do projeto desenvolvido pelos alunos consiste no diagnóstico de imagens de folhas de plantas. “O biólogo, quando faz a coleta de plantas, no campo, analisa três elementos: fruto, flor e folha. Porém, a folha é uma característica da planta que está presente o ano todo”, explica Dalcimar.

No entanto, apenas pela análise da folha, o biólogo não é capaz de definir de qual espécie pertence uma planta. Nesse momento, o software dos alunos vem como grande facilitador. “Atualmente, para que um biólogo consiga identificar uma espécie de planta, ele vai até um herbário e consulta muitos livros que contém folhas secas, catalogadas em papel cartão. Muitas vezes, isso pode levar até uma semana. Com nosso software, o problema será solucionado em minutos”, conta Dalcimar.

O funcionamento do programa se dá da seguinte forma: uma fotografia é tirada da folha da planta. A imagem é enviada ao computador e o software a analisa. “O programa traz informações sobre as prováveis espécies de que pode pertencer a folha fotografada”, explica o estudante.

Ainda em processo de finalização, o programa criado, sem data prevista para comercialização, busca aperfeiçoamento. Dividido em duas fases, a primeira, já concluída, consistiu na identificação de espécies de folhas muito parecidas. O segundo passo é conseguir identificar diferenças entre espécies da mesma planta, cultivadas em distintos estados brasileiros. “Um biólogo sabe que essas diferenças existem. Vamos verificar, agora, se nosso programa também consegue fazer isso”, explica Dalcimar.

O melhor resultado

DalcimarDurante o desenvolvimento do projeto, Dalcimar e João Batista, já tendo em mãos uma metodologia e resultados promissores, resolveram inscrever-se para o congresso. Chegando lá, depararam-se com o seguinte desafio, proposto na categoria “Plant Identification”: identificação de plantas, levando-se em conta, apenas, o aspecto “forma”. O cruzamento de informações feito pelo software dos alunos, baseado em conceitos matemáticos, como probabilidade e análise combinatória, permitiu que se fosse capaz identificar espécies com quase 50% de acertos, porcentagem superior à das outras instituições participantes, entre elas o Massachusetts Institute of Technology (MIT) e o Institut National de Recherche en Informatique et en automatique (INRIA, França).

O diferencial da pesquisa, levado em conta, inclusive pela comissão avaliadora do congresso, foi o fato de os pós-graduandos, além do desenvolvimento do programa, criaram, também, seu algoritmo (sequência de instruções) próprio para analisar as imagens. “É muito provável que os outros participantes utilizaram-se de algoritmos já existentes na literatura para compor um software, enquanto nós criamos uma metodologia. Já tínhamos um artigo publicado, sobre o método que criamos, mas nos perguntávamos se essa metodologia era, de fato, eficiente. Depois do resultado conseguido, comprovamos que ela, realmente, funciona”, festeja Dalcimar que, junto a João Batista e Odemir, irá para Amsterdã (Holanda), em setembro, para publicar, oficialmente, o trabalho desenvolvido.

Assessoria de Comunicação

 

 

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