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23 de setembro de 2020

Prof. João Steiner (IAG/USP) – A morte de um Mestre… O luto de uma Universidade

Faleceu, no dia 10 do corrente mês, aos 70 anos, o Prof. João Steiner, professor titular do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP e um dos maiores vultos na área da astrofísica brasileira. Steiner graduou-se em Física na USP, fez mestrado e doutorado em astronomia no IAG, onde era professor desde 1977, sendo  um especialista em astronomia de raios X e núcleos ativos de galáxias e grande estudioso dos buracos negros.

O Prof. João Steiner foi o principal defensor e incentivador da participação do estado de São Paulo no projeto GMT, um supertelescópio de 24,5 metros em construção no Chile, que deve inaugurar uma nova era de observações do Universo. Apaixonado pela divulgação científica, o Prof. Steiner deixou como um de seus legados seus cursos em vídeo sobre astronomia, dedicados aos alunos ingressantes no bacharelado em astrofísica da USP, bem como sua participação periódica na Rádio USP.

O falecimento do Prof. Steiner causou um sentimento de grande perda para a USP, manifestado por inúmeras mensagens de pesar não só por parte da reitoria, como também por praticamente todas as Unidades, ao que o IFSC/USP, naturalmente, se associa, curvando-se em memória do eterno Mestre.

 

João Steiner uma das pedras fundamentais sob a qual uma nova geração de cientistas se formou

Para o docente e pesquisador do IFSC/USP – Grupo de Física Computacional e Instrumentação Aplicada, Prof. Luiz Vitor de Souza Filho, a contribuição do Prof. Steiner fica gravada para sempre na Universidade de São Paulo.

“A primeira vez que ouvi sobre o Prof. João Steiner foi em 2000 quando era aluno de doutorado na UNICAMP. Naquele momento, Steiner liderava a participação brasileira no Observatório SOAR enquanto que na UNICAMP eu começava a colaborar com a construção do Observatório Pierre Auger liderada pelo Prof. Carlos Escobar. Ambos os projetos eram muito ousados dentro do cenário científico brasileiro e com muitos paralelos que tornavam o trabalho do Steiner uma referência contínua.

A construção de grandes observatórios impõem desafios técnicos, científicos e organizacionais inimagináveis pra quem não tem contato com esta área de pesquisa. Antes do SOAR e do Observatório Pierre Auger, a participação brasileira nestes empreendimentos internacionais se dava raramente por iniciativas individuais e através de associação à instituições estrangeiras. SOAR e Auger abriram as portas para a formação de uma comunidade nacional, comprometida com a indústria local e com a formação de estudantes brasileiros no mais alto nível internacional.

João Steiner foi uma das pedras fundamentais sob a qual essa nova perspectiva de descobertas científicas se instalou e sob a qual uma nova geração de cientistas se formou. SOAR e Auger abriram as portas do sucesso para seus sucessores: Gemini, GMT e CTA.

Em 2004, comecei meu primeiro pós-doc no IAG e tive a oportunidade de acompanhar mais de perto o trabalho do Steiner. Minha primeira imagem dele como competente construtor de telescópios foi aos poucos sendo sobreposta com outras camadas. Pude então ver seminários dele e de membros do seu grupo sobre a análise das observações feitas pelos observatórios que ele ajudara a construir. Chamava-me atenção a busca que ele promovia por técnicas inovadoras de análise dos dados.
Em 2011, convidei ele pra dar um seminário de pesquisa no IFSC que ele aceitou prontamente. João foi um orador excepcional. Sabia entender as expectativas da audiência, se aprofundando quando possível e criando analogias fantásticas quando falava para um público menos especializado. Em 2011 ele escolheu o título “Como observar buracos negros super-massivos de baixa luminosidade ?” tema no qual ele fez várias publicações importantes nos últimos anos. Seu seminário encantou mais uma vez a plateia que não deixava ele ir embora mesmo depois do final do seminário.

Steiner tinha uma presença marcante, a figura nítida de um líder. Preenchia o espaço à sua volta o que muitas vezes o colocou em rotas de conflito com outras lideranças nacionais. Apesar de nunca ter trabalhado diretamente com ele, Steiner sempre me inspirou por ser um pesquisador completo e um líder por exemplo. Atuava na instrumentação e nos resultados finais de importantes descobertas científicas. Sua liderança era percebida nas suas realizações concretas, o que o destacava dos falsos líderes só de retórica.

No começo do ano, encontrei o João em uma reunião na FAPESP. Ele foi a primeira pessoa que se recusou a me dar um aperto de mão para me cumprimentar se justificando amistosamente que era parte do grupo de risco para o então novo Coronavírus. Os novos costumes de relacionamento social ainda não estavam implantados e estávamos todos nos adaptando. Era a primeira vez que eu participava de um reunião importante junto com o Steiner.

Sentei-me ao lado dele e fiquei observando-o, tentando mais uma vez aprender com sua experiência naquele novo contexto. Foram várias horas de reunião, saímos juntos da FAPESP e eu perguntei se ele podia me receber no IAG nos próximos meses porque eu precisava de uns conselhos dele sobre meus projetos. Ele disse que sim e pediu pra eu escrever um e-mail que marcaríamos um café. A pandemia se instaurou logo em seguida e eu não tive a oportunidade de voltar a vê-lo. Fiquei sem os importantes conselhos que ele certamente me daria. Ficamos todos sem uma das principais liderança da astrofísica brasileira das últimas décadas.

Espero que neste momento de múltiplo luto, saibamos nos inspirar nas conquistas do Prof. João Steiner para continuar traçando nossas vidas e os rumos da ciência brasileira”.

 

Cabe a nós, agora órfãos de João Steiner, valorizar e fazer crescer sua herança

O Prof. Luiz Nunes de Oliveira, igualmente docente e pesquisador do IFSC/USP – Grupo de Física Teórica -, recorda o grande amigo que foi João Steiner.

“Conheci o João, de verdade, há 25 anos. Na época, ele tinha um sonho. Queria inserir a ciência brasileira na idade de ouro da astronomia, a era dos grandes telescópios, que começava a iluminar o céu. Reconhecemos, hoje, que o sonho se concretizou e que isso somente foi possível porque Steiner pôs seu  entusiasmo e suas liderança, enorme disposição para o trabalho e capacidade incomum de comunicação a serviço da comunidade. João ofereceu o combustível que propeliu nossa astrofísica para a frente e para o alto.

Encontrei nele um grande amigo, numa dessas amizades que crescem desproporcionalmente ao número de oportunidades para convívio. Ele em São Paulo e eu em São Carlos, encontrávamo-nos esporadicamente. Bancas de concurso, reuniões de trabalho. O tempo para outras discussões era sempre curto, mas como não ser cativado por alguém que gostava de tudo o que estimula o pensamento.

Algumas as vezes, a conversa era sobre astrofísica. Uma nova ideia, a descrição inspirada de uma foto do céu ou a explicação para alguma questões que me intrigavam.

O que seria mais importante para a comunidade brasileira: resolução ou campo visual?

Existe um buraco negro no centro da galáxia? Ou falávamos sobre aspectos humanos da astronomia. Como se sente alguém numa elevação da cordilheira dos Andes quando o Sol se põe e o manto estrelado cobre a terra. Como foi feito o vídeo sobre a construção do SOAR. A emoção que as crianças iriam sentir ao ver o céu pelas lentes e espelhos de um telescópio a milhares de quilômetros.

João tinha ideias claras sobre as estruturas acadêmicas, e não lhe faltavam exemplos. Numa conversa de cantina, entre um gole de café e outro, enunciou um destilado do que aprendera em sua experiência com os institutos do CNPq: “Os elementos de que depende o sucesso de uma instituição são dois: missão e liderança.” Não por acidente, sua atuação como Diretor do Instituto de Estudos Avançados da USP revigorou a instituição. Mais tarde, durante um período relativamente curto, ele pôde explorar suas ideias ao trabalhar visando à constituição de uma rede de parques tecnológicos no Estado; estamos colhendo agora alguns frutos das sementes plantadas na época.

Outra de suas paixões era a divulgação ciências e ideias. João escreveu regularmente para a Super Interessante. A escolha de temas era uma das marcas de suas matérias; o que mais brilhava, entretanto, era a perspectiva diferente que oferecia sobre cada assunto. Ao discorrer sobre o fenômeno “El Niño”, por exemplo, ele lembrou que o efeito das estações do ano sobre o clima foi reconhecido na pré-história. Já a segunda influência mais importante, o aquecimento das águas do Pacífico, somente atraiu o interesse da ciência na década de 1980. Mais recentemente, passou a falar na Rádio USP. Seu curso de astronomia faz enorme sucesso no Youtube.

Suas palestras eram memoráveis. No IFSC, ora discutia assuntos especializados, ora falava para o grande público. Em cada caso, o tempo foi sempre muito pequeno para tantas perguntas. Numa ocasião, falou sobre o futuro da Astrofísica para o Conselho de Pesquisa da USP. Ao final da sessão, alguns conselheiros correram para a frente, para pedir que ele repetisse a palestra em eventos nas suas unidades. À frente de todos, o mais entusiasmado era o representante da Faculdade de Filosofia Ciências, Letras e Humanidades, um jovem filósofo que, de imediato, apreciara a profundidade das ideias apresentadas por Steiner.

A família de João é ilustre na hierarquia católica. Dom Paulo e Dona Zilda fazem parte dela, assim como Leonardo Arns, Arcebispo de Manaus. Ele não era religioso, mas tenho para mim que e a amplitude de seus interesses e a combinação de firmeza de caráter com a generosidade de espírito tinham raízes na formação recebida na infância. Homem renascentista de nossos tempos, ele nos deixa um legado extraordinário. Uma fração foi gravada, em papel  e meio digital; outra se materializou em um observatório astronômico no Chile. A terceira fração, majoritária, também consiste de bens duráveis, se bem que intangíveis e incontáveis: a inspiração, a visão e a motivação que dele recebemos. Cabe a nós, agora órfãos, valorizar e fazer crescer essa herança. Temos a nossa frente um desafio à altura dos grandes enigmas cosmológicos”.

A última visita do Prof. João Steiner ao Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) aconteceu em junho de 2019, quando, de forma muito amistosa, concedeu uma entrevista à Assessoria de Comunicação, no âmbito de sua palestra intitulada “Conversa sobre Buracos Negros”, apresentada aos alunos da Escola Estadual Dr. Álvaro Guião, na cidade de São Carlos, e que abaixo recordamos.

Clique na imagem abaixo para recordar essa entrevista.

O IFSC/USP curva-se respeitosamente em memória do Prof. João Steiner.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

22 de setembro de 2020

Fórum Internacional – “Em direção ao novo normal: como o coronavirus está alcançando outras perspectivas de pesquisa e ensino Universitário”

Realiza-se no próximo dia 22 do corrente mês, às 14h00, através do Youtube (https://youtu.be/GECPkUUpYx8), o quarto evento referente ao “Fórum Internacional: em direção ao novo normal –  como o coronavírus está alcançando outras perspectivas de pesquisa e ensino universitário”.

Durante o Fórum poderemos conhecer os planos institucionais relacionados ao momento atual da Covid-19 e, sobretudo, sobre a era “pós-pandemia” a partir de um olhar de destacadas autoridades universitárias do Brasil e exterior.

Contaremos com a presença dos seguintes palestrantes:

-Prof. Dr. Robert C. Robbins, Presidente – Universidade do Arizona (EUA);

-Prof. Dr. Rui Vicente Oppermann, Reitor – UFRGS;

Mediador:  Prof. Dr. Carlos Gilberto Carlotti Jr., Pró-Reitor de Pós-Graduação – USP.

21 de setembro de 2020

Pró-Reitoria de Pós-Graduação (USP) divulga disciplina “A Crise das Pandemias”

A Pró-Reitoria de Pós-Graduação da USP está com pré-matrículas abertas até dia 29 de setembro para a disciplina DPG5005 – A Crise das Pandemias e as Oportunidades para a Construção de um Mundo mais Seguro, Menos Desigual e Sustentável, que será oferecida de não-presencialmente neste semestre pelo sistema e-disciplinas, entre 30 de setembro e 08 de dezembro do corrente ano.

A disciplina tem por objetivo fornecer aos participantes uma base científica para a compreensão da dinâmica das pandemias a partir do desenvolvimento e a COVID-19 no Brasil e no mundo. Fortemente ancorado em uma perspectiva comparada e multidisciplinar, este curso de pós-graduação será oferecido em duas fases de modo a expor e analisar o contexto atual, assim como as implicações futuras da pandemia, tanto na Saúde e na Economia, quanto na Ciência e Tecnologia, na Educação e no universo do Meio Ambiente e da Política.

No Módulo 1, com foco nos desdobramentos ainda em curso da crise, as aulas buscarão expor e construir o conhecimento sobre dimensões da pandemia, desde as características biológicas do vírus e os aspectos clínicos da doença, até as políticas públicas executadas no Brasil para proteção da população e da sociedade. Neste módulo, as aulas discutirão as origens da pandemia, o desenvolvimento global da Covid-19 e o peso das desigualdades sociais e regionais que marcam o globo e, em especial em países emergentes como o Brasil. Nessa fase, será analisada a evolução do mercado de trabalho (formal e informal), a eficácia da rede de proteção social, o sistema de saúde e as respostas do governo Federal e dos estados na contenção da crise. No mesmo sentido, o avanço dos ensaios clínicos, as estratégias de testagem e a modelagem epidemiológica receberão tratamento de especialistas da USP e de centros de renome internacional.

No Módulo 2, o curso estará orientado para a prospecção de temas que se apresentaram em toda a sua fragilidade ao longo do desenvolvimento da pandemia. Questões de governança mundial e nacional, a agricultura extensiva, as ameaças do clima, o desperdício da biodiversidade, a fragilidade da OMS e a cooperação internacional e a segurança alimentar comporão um panorama do que pode e precisa ser remodelado no mundo e no Brasil. Nesse novo ambiente, terá lugar especial o debate sobre o peso específico da pesquisa, da Inovação e da Educação na construção de um mundo melhor. Nesta segunda fase o curso contará com duas exposições de pesquisadores internacionais.

Os docentes responsáveis pela disciplina são: Glauco Arbix, Ester Cerdeira Sabino, Lorena G. Barberia, José Eduardo Krieger e João Paulo Cândia Veiga.

A pré-matrícula nesta disciplina poderá ser realizada pela Web no período de  21 a 29.09.2020 através do sítio https://uspdigital.usp.br/janus, da mesma maneira que as disciplinas habituais. Basta colocar o código da disciplina DPG5005 ou acessar pela área de concentração 110 – Pró-Reitoria de Pós-Graduação.

 

Informações da disciplina DPG5005:

Conteúdo – Módulo 1:

1-As Pandemias em Perspectiva Histórica;

2-Virologia da Sars-Cov-2;

3-Novas estratégias terapêuticas e vacinas;

4-Epidemiologia e Modelagem de Doenças Infecciosas;

5-Sistemas de Prevenção: a Epidemiologia e a Modelagem da Pandemia;

6-Sistemas e Serviços de Saúde na Assistência, Controle e Monitoramento da Pandemia;

7-As Respostas dos Governos de Contenção à Pandemia;

8-Desigualdade de Renda, Pobreza e a Nova Vulnerabilidade Social;

9-Impactos Psicológicos do Isolamento Social;

10-Pandemia e o Trabalho;

11-A Vida nas Cidades e as Pandemias;

12-Mudanças climáticas, eventos extremos e as pandemias;

13-Um Mundo pós-Covid-19;

 

Conteúdo – Módulo 2

1-As Pandemias em Perspectiva Histórica;

2-Desafios dos Sistemas de Saúde no mundo Globalizado;

3-Governança Global e Nacional para Enfrentamento de Pandemias;

4-Políticas Públicas baseadas em Evidências;

5-As Tensões na Geopolítica Mundial;

6-Os Impactos na Economia;

7-Novas Dimensões da (In)Segurança Alimentar;

8-Informação e Desinformação na Pandemia;

9-O Agronegócio e as Questões Socioambientais;

10-Mudanças na Natureza do Trabalho e no Emprego;

11-Educação e Formação de Profissionais na Pós-Pandemia;

12-Oportunidades para a construção de uma economia de baixo carbono, menos desigual e de um mundo mais seguro e sustentável;

13- Futuro;

 

Conteúdo (ementa em inglês):

Module 1

1-Pandemics in Historical Perspective;

2-Sars-Cov-2 Virology;

3-New therapeutic strategies and vaccines;

4-Epidemiology and Modeling of Infectious Diseases;

5-Prevention Systems: Epidemiology and Pandemic Modeling;

6-Health Systems and Services in Pandemic Treatment, Control and Monitoring;

7-The Containment Responses of Governments to the Pandemic;

8-Income Inequality, Poverty and the New Social Vulnerabilities;

9-Psychological Impacts of Social Isolation;

10-Pandemic and Work;

11-Life in Cities and Pandemics;

12-Climate Change, Extreme Events and Pandemics;

13-A Post-Covid-19 World;

Module 2

1-Pandemics in Historical Perspective;

2-Health System Challenges in a Globalized World;

3-Global and National Governance for Coping with Pandemics;

4-Evidence-based Public Policies;

5-Tensions in Geopolitics;

6-The Impacts on the Economy;

7-New Dimensions of Food (In) Security;

8-Information and Disinformation in the Pandemic;

9-Agribusiness and Socio-Environmental Issues;

10-Changes in the Nature of Work and Employment;

11-Education and Training of Professionals in the Post-Pandemic;

12-Opportunities for building a low-carbon, less unequal economy and a safer and more sustainable world;

13-The Future;

Forma de avaliação

-100% Trabalho Final;

-Um trabalho, a ser realizado em duplas, responderá por 100% da nota final. Os grupos e as duplas serão formados com alunos e alunas de áreas diferentes da Universidade. No trabalho final os alunos serão avaliados pela sua capacidade de redigir um trabalho que dê conta de pelo menos duas dimensões tratadas no decorrer do curso

Crédito – Esta disciplina atribuirá 4 créditos para o aluno.

Inscreva-se AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

18 de setembro de 2020

“Colloquium diei” com o pesquisador Matthias Vojta (TU Dresden)

O Instituto de física de São Carlos (IFSC/USP) realizou no passado dia 18 de setembro, a partir das 10h30, através do canal Youtube, mais um colóquio integrado no programa Colloquium diei, subordinado ao tema Strong correlations and quantum criticality: From spin liquids to high-temperature superconductivity, com a participação do pesquisador Matthias Vojta (TU Dresden – Germany).

Em sua apresentação, Vojta mostrou de que forma os sistemas quânticos de muitos corpos apresentam interações fortes, que se apresentam fundamentais tanto na busca por novos fenômenos, quanto no design de novos materiais.

A primeira parte da palestra descreveu aspectos gerais das transições de fase quântica, incluindo desenvolvimentos recentes de criticidade quântica, seguindo-se alguns exemplos de transições de fase quântica quando colocadas em contato com experimentos recentes.

Clique na imagem para assistir ao colóquio.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

17 de setembro de 2020

VI Congresso Internacional de Inovação e Tendências em Engenharia (Colômbia)

A Faculdade de Engenharia da Universidade Católica da Colômbia realiza entre os dias 30 de setembro e 02 de outubro do corrente ano, de forma virtual, através da plataforma Cisco Webex, a 6ª edição do Congresso Internacional de Inovação e Tendências em Engenharia.

Inserido na Semana da Engenharia 2020 da citada Universidade, este evento acadêmico irá proporcionar uma ampla interação com um importante grupo de palestrantes, pesquisadores, empresários e empresários nacionais e internacionais, especialistas especialistas na liderança de iniciativas de transformação em engenharia, considerada uma referência na implementação de soluções que gerem impacto econômico e social em ecossistemas de inovação.

Na sexta edição deste congresso, o país convidado é o Brasil, contando, desde já, com a participação dos seguintes palestrantes:

*Luis Carlos Hernández – Doutor e Mestre em Tecnologia Ambiental e Recursos Hídricos pela Universidade de Brasília (UnB);

*Reginaldo Teixeira – Ph.D. em Engenharia Mecânica pela School of Manufacturing and Mechanical Engineering da University of Birmingham (Reino Unido);

*Renato P. Cunha – Graduado em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ);

*Vanderlei Bagnato – Doutor pela Universidade de São Paulo com dupla graduação em Engenharia de Ciência dos Materiais pela Universidade Federal de São Carlos e Física pela Universidade de São Paulo.

Nestes três dias de congresso, os destaques vão para algumas das conferências que serão apresentadas, como, por exemplo:

– Exemplos recentes de soluções inovadoras e tecnológicas para reduzir e gerenciar a escassez de água;
– Marketing digital 360 °;
– WBAN-COVID19: Telemonitoramento de pacientes com COVID-19 em isolamento domiciliar;
– Telecomunicações: tendências e oportunidades de desenvolvimento;
– Narrativas interativas, aprendizado e inovação;
– Ética e inteligência artificial;
– Inovação na avaliação da aprendizagem com o uso de tecnologias;
– Inovação e criatividade: agora mais do que nunca;

Informações adicionais sobre este evento poderão ser obtidas (AQUI),  ou através do email ingenieria@ucatolica.edu.co.

Para se inscrever no evento, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

16 de setembro de 2020

As viagens no tempo – Ficção ou realidade em um futuro longínquo?

(In: Busybody)

Os filmes de ficção científica sempre nos inspiram a pensar que determinados equipamentos ou situações, atualmente impossíveis, podem virar realidade em um futuro.

E foi assim que, com viagens espaciais, a conquista da Lua, telefones sem fio, mundos quânticos, uma variedade de instrumentos que emitiam luz vermelha (atuais lasers) e carros voadores, a sétima arte nos empolgou ao longo das últimas décadas, principalmente no decurso do último século, sendo que alguns (muitos) dos artefatos criativamente inventados para divertir o público se tornaram reais e estão aí em pleno funcionamento.

As viagens no tempo sempre foram um “prato cheio” nos filmes de ficção científica: poder recuar no tempo para corrigir, alterar determinada situação ou acontecimento, ou avançar no tempo para ver o futuro. Com efeito, a ciência até pode nos fornecer alguma esperança (muito remota) em podermos viajar no tempo – claro, neste momento de forma meramente teórica.

No episódio-3 da série Mundo Mistério (Netflix), este tema das viagens no tempo foi elaborado com algum destaque por Felipe Castanhari, do Canal Nostalgia. Em entrevista ao Canaltech, Castanhari relata a visita que fez ao Campus USP de São Carlos e a conversa que manteve com o Prof. Daniel Varela Magalhães, pesquisador-colaborador no Grupo de Óptica do IFSC/USP e docente da EESC/USP, sobre esse assunto, onde os relógios atômicos têm um significado não só importante, como intrigante no tema abordado.

Confira a entrevista, clicando na imagem abaixo.

Relógio atômico – IFSC/USP

Rui – Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

16 de setembro de 2020

Até 10/10: CEPOF-IFSC/USP abre quatro vagas (doutores) para a área de Biofotônica

O CEPOF, Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica – um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) apoiados pela FAPESP, com sede no Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP) – está buscando candidatos (4 vagas), com forte experiência em BIOFOTÔNICA, em um ou mais tópicos listados a seguir:

– Terapia Fotodinâmica e ação fotônica antimicrobiana;
– Fotobiomodulação;
– Fotoimunoterapia para células-alvo;
– Novos fotossensibilizadores, síntese orgânica, reações fotocatalíticas;
– Agricultura digital, segurança alimentar e ambiental;
– Biofotônica quântica;
– Inteligência artificial;
– Instrumentação.

Os projetos visam investigar aspectos inovadores em Biofotônica. O candidato deve ter obtido título de Doutor em Física, Biologia, Engenharia, Química, Ciências Biomédicas, e áreas relacionadas, nos últimos 5 anos.

Documentos necessários (a serem enviados para cristina@ifsc.usp.br):

– Duas cartas de recomendação (informação de contato);
– CV com lista de publicações e expertise;
– Declaração de uma página sobre o interesse (deixar claro o(s) tópico(s) de interesse específico).

Inscrições até o dia 10 de Outubro de 2020. Previsão de início: Janeiro-Fevereiro de 2021.

A vaga está aberta a brasileiros e estrangeiros. O selecionado receberá Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP no valor de R$ 7.373,10 mensais e Reserva Técnica equivalente a 15% do valor anual da bolsa para atender a despesas imprevistas e diretamente relacionadas à atividade de pesquisa.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

15 de setembro de 2020

Alunos da Semana de Engenharia Civil homenageiam docente do IFSC/USP

Como tem sido habitual até o presente momento, a Secretaria Acadêmica da Engenharia Civil (SACivil) realizou, no final do semestre anterior, o projeto relativo a “Avaliação dos Professores”, no qual os alunos foram convidados a avaliar os seus docentes a fim de fornecer um retorno sobre as atividades.

Nesta iniciativa, além de um relatório individual, que já foi enviado, é sempre selecionado o professor que obtém melhor pontuação entre cada ano do curso para um Certificado de Excelência, reconhecendo os esforços ao longo do semestre.

Neste sentido, o docente do IFSC/USP, Prof. Valmor Mastelaro, do Grupo de Nanomateriais e Cerâmicas Avançadas, foi o escolhido pelos ingressantes de 2019, na disciplina Física III, com nota 4,74, tendo sido homenageado no dia 14 do corrente mês, de forma virtual, pela Comissão Organizadora da Semana da Engenharia Civil (SEC) e pela Secretaria Acadêmica da Engenharia Civil (SACivil).

O IFSC/USP parabeniza o Prof. Valmor Mastelaro pela homenagem recebida.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

 

14 de setembro de 2020

Pesquisador do IFSC/USP torna-se editor da “AVS Quantum Science”

O docente, pesquisador e atual diretor do IFSC/USP, Prof. Vanderlei Bagnato, foi indicado como Editor Associado do AVS Quantum Science, um jornal científico que reúne alguns dos maiores nomes da ciência internacional, como, por exemplo:

Xuzong Chen – Peking University (China);
Yong Chen – Purdue University (USA);
Kwek Chuan – Center for Quantm Technologies (Singapure);
Ivette Fuentes – Universoty of Notthingham (UK);
Philippe Bouyer (University of Bordeux (FR).

O AVS Quantum Science é um periódico interdisciplinar, que abrange uma ampla gama de áreas de pesquisa, desde Matéria Condensada e Física Atômica, Molecular e Óptica, Biologia, Química e Ciência dos Materiais, até Ciência da Computação e Engenharia, tudo através dos fundamentos da Ciência Quântica.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

12 de setembro de 2020

Participe no processo seletivo do Sintec-IFSC/USP – Empreendendo Física

Empreendimento e física são duas palavras que parecem não caminhar juntas, entretanto, elas podem ser grandes irmãs.

Quer conhecer mais sobre essa visão?

Venha para a Sintec-IFSC, a empresa júnior do nosso Instituto de Física de São Carlos.

Tem interesse em participar do processo seletivo?

Preencha o forms AQUI e em breve você será contactado.

Para mais informações, fique ligado nas redes sociais (Facebook e Instagram @sintec.ifsc).

Em caso de dúvidas, envie um e-mail para sintec@ifsc.usp.br

Participe!  Sintec-IFSC, juntos empreendendo física!

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

 

12 de setembro de 2020

Bolsa de pós-doutorado em sensores químicos para aplicação agroambiental

Estão abertas até dia 25 do corrente mês as inscrições para o Projeto Temático intitulado Rumo à convergência de tecnologias: de sensores e biossensores à visualização de informação e aprendizado de máquina para análise de dados em diagnóstico clínico (VER AQUI), com a oferta de uma oportunidade de pós-doutorado com bolsa da FAPESP.

O projeto, com sede no Instituto de Física de São Carlos, da Universidade de São Paulo (IFSC-USP), e atividades na Embrapa Instrumentação Agropecuária, em São Carlos, desenvolve sensores nanoestruturados empregando nanomateriais funcionais aplicados no reconhecimento de substâncias-alvo específicas de interesse agroambiental, como contaminantes em alimentos (metais pesados, pesticidas, antibióticos e patógenos) e doenças em plantas. A pesquisa permitirá a fabricação de plataformas de detecção de baixo custo, portáteis e versáteis.

Os candidatos devem possuir título de doutor obtido há menos de sete anos em uma das seguintes áreas: química, física, ciência e engenharia de materiais ou áreas afins.

Eles também devem ter experiência nas áreas de obtenção e caracterização de nanomateriais e no desenvolvimento e aplicação de sensores e biossensores. É desejável também terem experiência internacional de no mínimo três meses em instituição de fora do país, durante ou após o doutorado.

A inscrição pode ser feita pelo envio de e-mail para o pesquisador principal da vaga, Luiz Henrique Capparelli Mattoso (cnpdia.lnna@embrapa.br).

Consulte AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

12 de setembro de 2020

“Programa Experimental de Sanitização do Ar” no Hospital da Unimed São Carlos

O Hospital da Unimed São Carlos recebeu um Sanitizador de Ar, desenvolvido Grupo de Óptica do IFSC/USP, sob a supervisão do pesquisador Prof. Vanderlei Bagnato, contribuindo com o experimento do grupo sobre o equipamento que promove a descontaminação de partículas suspensas no ar. O experimento conta também com a Bióloga, Thaila Quatrini Corrêa, e a Biomédica, Kate Blanco, ambas do CEPOF – IFSC/USP.

Os circuladores de ar com reatores a luz UVC foram idealizados para descontaminar o ar de forma continua, até porque gotículas e aerossóis expelidos à medida que as pessoas falam, respiram ou tossem, estão carregados de microorganimos contidos na saliva e nas vias respiratórias. Em locais de alta circulação e de estadia de pessoas, estes equipamentos serão, certamente, indispensáveis. A princípio, o sistema opera com grande segurança e sem risco para as pessoas, podendo ser empregado em diversas situações.

Resultados

No Hospital da Unimed São Carlos, o equipamento foi alocado em diferentes ambientes: recepção do pronto atendimento 24 horas, sala de triagem e sala de medicação. Ao final, o grupo verificou que, em média, pode-se afirmar que os circuladores de ar com luz ultravioleta foram capazes de reduzir acima de 1 log (90%) de microrganismos presentes no ar do ambiente avaliado, correspondendo a uma grande melhora da situação microbiana do ambiente.

Como funciona o Sanitização do Ar?

O novo equipamento faz com que todo ar existente em um determinado recinto circule rapidamente por um sistema, que, usando radiação UVC interna, descontaminando o mesmo de forma rápida. Além disso, o sistema desenvolvido promove um gradiente de pressão, proporcionando a decantação mais rápida das partículas que, estando no chão, não chegam facilmente à área de respiração das pessoas. Em outras palavras, o sistema remove as partículas da área de respiração, sem causar poeiras, diminuindo as chances de contágio.

(In: UNIMED São Carlos)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

10 de setembro de 2020

“Colloquium diei” com Prof. Dr. Alberto Salleo (Stanford University)

Charge transport in conjugated polymers and the importance of order, from atomic to local to mesoscale foi o título do colóquio apresentado pelo IFSC/USP, no passado dia 04 de setembro de 2020, inserido na iniciativa Colloquium diei, com a participação do Prof. Dr. Alberto Salleo, docente e pesquisador da Stanford University (EUA).

Em sua apresentação, Salleo começou por informar que polímeros conjugados são uma família de semicondutores não convencionais que se prestam a técnicas de deposição de baixo custo, como impressão, sendo que eles têm sido usados ​​para uma série de aplicações, incluindo transistores, células solares e LED’s.

Em todos esses dispositivos, o transporte de carga é de suma importância. O transporte de carga é medido pela mobilidade da transportadora. A mobilidade do portador em polímeros conjugados continua a aumentar com relatórios recentes de mobilidades de efeito de campo excedendo 10 cm2 / V.s (para referência, silício amorfo, o semicondutor mais vendido no mundo, quando medido por área, tem uma mobilidade de 1 cm2 / V.s).

O transporte de carga é intrinsecamente dependente de processos que ocorrem em várias escalas de comprimento e é fortemente dependente da micro-estrutura dos materiais. Em seus trabalhos, o pesquisador tem usado XRD baseado em síncrotron para determinar o empacotamento de células unitárias e para demonstrar a importância da conectividade entre cristalitos de polímero.

Além disso, Salleo tem estudado a organização de mesoescala de polímeros, usando duas técnicas baseadas em microscopia eletrônica de transmissão, permitindo quantificar a ordem local e as correlações em centenas de nanômetros.

Esses estudos multiescala de microestrutura são fundamentais para orientar a compreensão do transporte de carga em polímeros conjugados.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

10 de setembro de 2020

Sirius recebe primeiro experimento de pesquisadores externos

André Godoy e Aline Nakamura posicionam cristal de proteína de SARS-CoV-2 para análise no Sirius

André Godoy e Aline Nakamura posicionam cristal de proteína de SARS-CoV-2 para análise no Sirius

Proteína pouco entendida do vírus SARS-Cov-2 é um dos alvos do estudo da equipe da Universidade de São Paulo (USP) no acelerador síncrotron do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM)

Em resposta à pandemia, o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), organização social do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), antecipou a abertura da primeira estação de pesquisa do Sirius para apoiar pesquisas relacionadas à Covid-19. Pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos, da USP, foram os primeiros usuários da maior e mais complexa infraestrutura científica do País.

Dois jovens pesquisadores do grupo de São Carlos chegaram ao CNPEM em 1º de setembro. Na bagagem, trouxeram mais de 200 cristais de proteínas do vírus SARS-CoV-2 para analisar na estação de pesquisa Manacá. Sirius vai ajudá-los a elucidar a estrutura molecular dessas proteínas, que são fundamentais para o ciclo de vida do vírus, além de permitir a identificação de moléculas que se ligam a essas proteínas e podem dar origem a novos medicamentos.

O trabalho dos pesquisadores da USP começou assim que a emergência sanitária mundial foi anunciada, no início do ano. Antes da abertura em caráter excepcional da primeira estação de pesquisa do Sirius, o grupo realizou experimentos em fontes de luz síncrotron da Inglaterra e da Suécia, de maneira remota.

“Para buscarmos ligantes que podem se conectar às proteínas do vírus, inibindo a sua atividade, precisamos de uma fonte de luz síncrotron. Neste sentido, o Sirius passa a ser um “salto quântico” para a comunidade de cristalografia brasileira”, explica o coordenador da pesquisa, Prof. Glaucius Oliva, um dos pioneiros da área no Brasil.

Oliva está em São Carlos, assim como a maior parte de seu grupo. No Sirius, os pesquisadores André Godoy e Aline Nakamura são os responsáveis pelas coletas de dados. Embora a estação de pesquisa Manacá esteja na chamada fase de comissionamento científico, na qual experimentos são realizados para testar a infraestrutura, a possibilidade de fazer os experimentos no País empolga os pesquisadores.

“O Sirius superou minhas expectativas. Ter uma máquina dessas aqui e fazer análises dessa complexidade é uma conquista para o País. “O que você conseguia fazer em horas [no antigo acelerador de eletróns do CNPEM], agora você faz em minutos. Isso torna a técnica escalonável do ponto de vista de quantas amostras você consegue analisar, e permite fazer novas técnicas”, celebra André Godoy, pesquisador com dez anos de experiência em análises realizadas em fontes de luz síncrotrons espalhadas pelo mundo.

Sirius: o começo de um futuro brilhante

Apesar dos primeiros experimentos com SARS-CoV-2, Sirius ainda é um projeto em andamento. “A Manacá é a primeira linha de luz a entrar em comissionamento científico, e que foi aberta antecipadamente em resposta emergencial à pandemia. Até o final deste ano, a expectativa é finalizarmos a montagem de mais cinco estações de pesquisa. A depender de recursos orçamentários, devemos entregar 14 linhas de luz até o final de 2021. Estamos diante de um marco importante do Projeto, atendendo os primeiros usuários, mas ainda há muito trabalho a ser feito. A própria Manacá receberá melhorias, como recursos de automação”, pondera Harry Westfahl Jr., Diretor do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), do CNPEM, e responsável pelo desenvolvimento e construção das linhas de luz do Sirius.

Embora a fase inicial do projeto contemple 14 linhas de luz, Sirius poderá comportar até 38 estações de pesquisa, otimizadas para experimentos diversos, que poderão ser realizados simultaneamente, para atender pesquisas nas mais diversas áreas, como saúde, energia, novos materiais, meio ambiente, dentre outras.

“Temos muito trabalho pela frente, mas cada avanço do Sirius reforça que temos competência para lançar a ciência e a tecnologia do País a um novo patamar. A comunidade científica brasileira faz um ótimo trabalho e nós atuamos para apoiá-la, oferecendo condições de pesquisa inéditas no País. Estamos montando uma máquina para ser competitiva internacionalmente, projetada por brasileiros e construída em parceria com a indústria nacional. Trabalhamos para que o Sirius seja motivo de orgulho para o País”, afirma Antonio José Roque da Silva, Diretor-Geral do CNPEM e do Projeto Sirius.

Ao saber do mais novo avanço do Sirius o Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes celebrou: “Sirius é um equipamento fantástico que todos deveriam conhecer. Admirável por cientistas e também por quem não é da área, o Projeto é um legado científico para o Brasil e para o planeta. Um ótimo exemplo da importância de termos equipes capacitadas no País para a produção de conhecimento”.

Trabalhos na quarentena

No início do ano, quando despontou a crise de saúde pública global, enquanto as equipes do CNPEM, com número reduzido de pessoas e jornadas especiais de trabalho, corriam para disponibilizar antecipadamente a linha de luz Manacá para pesquisas com SARS-Cov-2, o grupo do Instituto de Física de São Carlos conseguiu autorização para manter as atividades, enquanto a maioria dos laboratórios da USP estava fechada.

“Cristalizar proteínas é sempre um grande desafio. A técnica exige muitas etapas, todas limitantes. Trabalhar na pandemia é particularmente complexo. Mantivemos quatro pessoas trabalhando e elas assumiram uma vida totalmente espartana para se dedicar à pesquisa”, explica Glaucius Oliva, líder do Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e Fármacos e financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) em São Carlos.

Os esforçam renderam resultados. O grupo obteve mais de 200 cristais de proteínas do vírus para analisar no Sirius. Ao chegarem ao CNPEM, do lado de fora dos recipientes utilizados para transportar os cristais, os pesquisadores escalados para coletar os dados no Sirius exibiam as fotos dos colegas de trabalho que não vieram à Campinas.

Pesquisadores da USP na chegada ao Sirius exibem fotos dos colaboradores que ficaram em São Carlos

Embora não estejam no CNPEM, os demais integrantes do grupo têm bastante trabalho a fazer. “O pessoal que ficou em São Carlos não cansa de receber coisas, a gente está mandando dados pra eles começarem a trabalhar nas proteínas, pra adiantar o processo”, explica Godoy.

Estratégia ‘Fragment Screening’

O objetivo dos pesquisadores da USP é revelar detalhes da forma de proteínas não estruturais (NSP) do SARS-Cov-2 e compreender os mecanismos de ligação delas a substratos que podem inibir suas atividades, interferindo no ciclo de vida do vírus e dando origem a novos medicamentos antivirais de ação direta.

Uma das  estratégias do grupo é usar uma técnica conhecida como ‘fragment screening’ (triagem de fragmentos), onde se usa altas concentrações de pequenas partes de moléculas de fármacos para identificar, tanto pela forma quanto pelas propriedades químicas, novos potenciais pontos de ligação de alta afinididade na intrincada estrutura das proteínas.

Dentre as proteínas estudadas pela USP, uma delas, a endoribonuclease viral NSP-15, tem funções ainda não totalmente compreendidas pela ciência. Uma das hipóteses é que ela seja usada para driblar o sistema imune das células.

Outras proteínas de interesse na pesquisa são a NSP-3 e NSP-5, esta última também conhecida como a principal protease do SARS-Cov-2. Ambas têm importante papel na replicação e transcrição do material genético do vírus.

Os dados coletados no Sirius permitem identificar o posicionamento exato de cada átomo da proteína e assim verificar em quais pontos se ligaram os complexos de fragmentos. Os resultados apoiarão o desenvolvimento de novas moléculas que podem vir a ser um novo fármaco para a COVID-19.

Sobre o Sirius

Financiado pelo MCTI, o Sirius é uma das fontes de luz síncrotron mais avançadas do mundo. Este grande equipamento científico possui em seu núcleo um acelerador de elétrons de última geração, que gera um tipo de luz capaz de revelar a microestrutura de materiais orgânicos e inorgânicos. Essas análises são realizadas em estações de pesquisa, chamadas linhas de luz. O Sirius irá comportar diversas linhas de luz, otimizadas para experimentos diversos, e que funcionarão de forma independente entre si, permitindo que diversos grupos de pesquisadores trabalhem simultaneamente, em diferentes pesquisas nas mais diversas áreas, como saúde, energia, novos materiais, meio ambiente, dentre outras.

As diferentes técnicas experimentais disponíveis nas linhas de luz do Sirius permitirão observar aspectos microscópicos dos materiais, como os átomos e moléculas que os constituem, seus estados químicos e sua organização espacial, além de acompanhar a evolução no tempo de processos físicos, químicos e biológicos que ocorrem em frações de segundo. Em uma linha de luz é possível acompanhar também como essas características microscópicas são alteradas quando o material é submetido a diversas condições, como temperaturas elevadas, tensão mecânica, pressão, campos elétricos ou magnéticos, ambientes corrosivos, entre outras. Essa capacidade é uma das principais vantagens das fontes de luz síncrotron, quando comparadas a outras técnicas experimentais de alta resolução.

As linhas de luz do Sirius são instrumentos científicos avançados, projetados para solucionar problemas em áreas estratégicas para o desenvolvimento do País. Inicialmente, um conjunto de 14 linhas de luz foi planejado para cobrir uma grande variedade de programas científicos. Ao todo, Sirius poderá abrigar até 38 linhas de luz.

Sobre o CNPEM

Ambiente de pesquisa e desenvolvimento sofisticado e efervescente, único no País e presente em poucos polos científicos no mundo, o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) é uma organização social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações (MCTI). O Centro opera quatro Laboratórios Nacionais e é berço do mais complexo projeto da ciência brasileira – o Sirius – uma das mais avançadas fontes de luz síncrotron do mundo. O CNPEM reúne equipes multitemáticas altamente especializadas, infraestruturas laboratoriais mundialmente competitivas e abertas à comunidade científica, linhas de pesquisa em áreas estratégicas, projetos inovadores em parcerias com o setor produtivo e ações de treinamento para pesquisadores e estudantes. O Centro constitui um ambiente movido pela busca de soluções com impacto nas áreas de saúde, energia, meio ambiente, novos materiais, entre outras.   As competências singulares e complementares presentes no CNPEM impulsionam pesquisas e desenvolvimentos nas áreas de luz síncrotron; engenharia de aceleradores; descoberta de novos medicamentos, inclusive a partir de espécies vegetais da biodiversidade brasileira; mecanismos moleculares envolvidos no surgimento e na progressão do câncer, doenças cardíacas e do neurodesenvolvimento; nanopartículas funcionalizadas para combate de bactérias, vírus, câncer; novos sensores e dispositivos nanoestruturados para os setores de óleo e gás e saúde; soluções biotecnológicas para o desenvolvimento sustentável de biocombustíveis avançados, bioquímicos e biomateriais.

(Por: Maria Livia Conceição Gonçalves – CNPEM)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

9 de setembro de 2020

Atualização da produção científica do IFSC/USP em agosto de 2020

Para ter acesso às atualizações da Produção Científica cadastradas no mês de agosto de 2020, clique AQUI, ou acesse ou o Repositório da Produção UPS (AQUI).

A figura ilustrativa foi extraída do artigo publicado recentemente, por pesquisador do IFSC, no periódico Nature Neuroscience (VEJA AQUI).

 

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

9 de setembro de 2020

Iniciativas Mercado (USP) promove “Mercado Conecta”

Nos dias 15, 16 e 17 de setembro ocorrerá a primeira edição do evento Mercado Conecta, evento online e gratuito que contará com a presença de grandes empresas de diferentes ramos, com o propósito de ajudar no desenvolvimento pessoal e profissional de estudantes universitários.

O evento foi elaborado pelo Iniciativas Mercado, grupo de extensão da USP de São Carlos, que é referência em atividades alinhadas ao mercado de trabalho na cidade de São Carlos.

Por conta da pandemia e paralisação das atividades acadêmicas, o grupo sentiu a necessidade de se adaptar para continuar promovendo a aproximação entre estudantes e empresas. Com isso criaram esse novo formato de evento, em que a interação universitários-empresas será dada por meio de palestras e salas paralelas, para quem quiser mais informações sobre as companhias.

Grandes nomes participarão do evento, ao todo serão 9 empresas e sendo elas:

Ambev / A.T.Kearney / B2W / Magazine Luiza / McKinsey / Motorola / Movile / Onovolab / P&G.

Para participar do Mercado Conecta basta inscrever-se AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP