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Sobre Rui Sintra

26 de novembro de 2018

“Photocatalytic study of CuWO4 for the degradation of Rhodamine-B dye”

O Grupo de Pesquisa em Nanomateriais e Cverâmicas Avançadas (NaCA/IFSC), sediado no Campus – 2, realizou no dia 23 do corrente mês mais um seminário, apresentado pela doutoranda na área de Desenvolvimento, Caracterização e Aplicação de Materiais, Naiara Arantes Lima, subordinado ao tema Photocatalytic study of CuWO4 for the degradation of Rhodamine-B dye.

Em sua apresentação, Naiara começou por abordar como o atual processo da indústria têxtil de papel e curtume consome uma quantidade considerável de corantes orgânicos, como Rodamina-B, que são altamente tóxicos, carcinogênicos e teratogênicos.

Em sua palestra, Naiara pontuou como estes corantes são produtos economicamente vantajosos devido à boa fixação e estabilidade térmica / química, que mantém a cor por um longo período de tempo, sendo que, e por outro lado, como subproduto do processo de tingimento, há uma grande quantidade de água contaminada com Rodamina-B, que é descartada no ambiente sem tratamento adequado para a remoção / degradação das moléculas de corante.

Conhecendo este problema e com o objetivo de resolvê-lo, são necessários novos materiais capazes de degradar esses corantes, devolvendo a água tratada ao meio ambiente. Para ser factível, este material deve ter três características principais: alta eficiência, baixo custo e síntese simples. Na visão destes requisitos, a palestrante evidenciou como alguns óxidos semicondutores nanoparticulados foram estudados devido a sua eficiência como fotocatalisadores na degradação destes corantes. Principalmente por serem fotoativados com radiação na faixa visível do espectro eletromagnético.

Para a palestrante, é possível degradar Rodamina-B usando uma fonte limpa, barata, segura e abundante, que é a luz do sol. Entretanto, os mecanismos responsáveis pela fotoatividade ainda não estão totalmente elucidados. Por esta razão, a atividade fotocatalítica e a mecânica envolvida na degradação da Rodamina-B foram estudadas usando CuWO4 como catalisador e H2O2 como o agente sacrificial na reação.

O catalisador escolhido foi sintetizado pelos métodos Coprecipitation (CM), Hydrothermal (HM) e modificado por precursores poliméricos (MPP). Estes catalisadores foram estudados por termogravimetria, difração de raios X, microscopia eletrônica de varredura, análise de área superficial por BET e UV-Vis. CuWO4 com e sem adição do agente de sacrifício, para ter a melhor eficiência na fotodegradação de Rodamina-B, usando radiação visível.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

23 de novembro de 2018

“Biofotônica: onde os fotóns e a vida se encontram”

Realizou-se no dia 23 deste mês, a partir das 10h30, no Auditório “Prof. Sérgio Mascarenhas (IFSC/USP), mais uma edição do programa Colloquium diei, desta vez com a palestra subordinada ao tema Biofotônica: onde os fotóns e a vida se encontram, apresentada pelo Prof. Sebastião Pratavieira, docente e pesquisador do Instituto de Física de São Carlos (IFSC)
A biofotônica investiga, especialmente, os fenômenos envolvidos na interação da luz (fotóns) com sistemas biológicos (vida).

Dentre as várias possibilidades dessa área, destaca-se seu uso como ferramenta para o entendimento de fenômenos básicos em biologia molecular e celular, mas, contudo, sua maior aplicação está em técnicas de diagnóstico precoce e tratamento de diversas patologias.

Um dos principais benefícios do uso de técnicas ópticas que compõem a Biofotônica é que elas preservam a integridade dos tecidos e células biológicas examinadas. Neste colóquio, o palestrante apresentou alguns fenômenos fundamentais importantes que ocorrem quando a luz interage com moléculas do nosso corpo, tendo seguidamente apresentado as técnicas ópticas de espectroscopia e imagem (macroscópica e microscópica), a instrumentação que seu grupo desenvolve para realizá-las, como elas são analisadas e como essas tecnologias podem ser usadas para caracterizar células e tecidos.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

23 de novembro de 2018

Vanderlei Bagnato e William Phillips em palestra na Universidade de Maryland

O Departamento de Física da Universidade de Maryland (EUA) recebe no próximo dia 1º de dezembro, entre as 19 e as 20h30, uma palestra/apresentação pública coordenada pelos professores William Daniel Phillips (laureado com o Prêmio Nobel de Física em 1997) e Vanderlei Salvador Bagnato (Diretor do IFSC/USP), subordinada ao tema From Platinum Cylinder to Planck’s Constant: The biggest revolution in measurement since the French Revolution.

Os palestrantes realizarão, conjuntamente, demonstrações sobre os princípios físicos envolvidos na metrologia, incluindo uma demonstração ao vivo do novo conceito do quilograma, tendo como base o fato de que, por mais de 200 anos, o quilograma – a unidade de massa – foi definido como a massa de um objeto específico correspondente a um cilindro de platina mantido sob fortes medidas de segurança em Paris.

Essa definição antiga do quilograma já não é suficiente para a medição moderna, sendo que em março de 2019 ela será substituída por uma outra, mais sutil e definida, que envolve fixar o valor de uma constante fundamental da natureza – Constante de Planck -, que relaciona a energia de um fóton (uma partícula de luz) com a frequência da luz.

Este será um evento extraordinário que animará alunos, docentes e pesquisadores da Universidade de Maryland, nomeadamente para que todos possam ficar por dentro da história que antecede essa mudança histórica e como a fixação de uma constante fundamental da natureza pode ser usada para definir a unidade de massa, entre outros fatores.

Vanderlei Bagnato e William Phillips são ambos membros da Academia Nacional de Ciências dos EUA e são os últimos Presidente e Vice-Presidente da Comissão C2 da União Internacional de Física Pura e Aplicada, que é responsável pelas Unidades de Medição e Constantes Fundamentais da Natureza .

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

22 de novembro de 2018

Colóquio no IFUSP apresenta “Universidade, USP, etc…”

Realiza-se no dia 29 do corrente mês, a partir das 16 horas, no Auditório Abrahão de Moraes (IFUSP), o colóquio intitulado Universidade, USP, etc…, com a participação do Prof. Dr. Luiz Bevilacqua – (IEA-USP).

A velocidade com que avança o conhecimento científico e as tecnologias derivadas não para de crescer. Mais que a era do conhecimento estamos vivendo a era do choque cultural. A Universidade, porém, persiste prisioneira nas celas das especializações departamentais.

A educação pretende formar profissionais para um mundo que entrou em um estado crítico de instabilidade. Os currículos olham para trás. A universidade se vê em um espelho.

Na realidade, a universidade entrou em um estado de grave de esquizofrenia. A pesquisa e a pós-graduação seguem a trajetória de redução da entropia do conhecimento, mas a graduação permanece na trajetória de acelerado decaimento para o zero absoluto.

A Universidade, como a concebemos tradicionalmente, está se tornando supérflua na nossa sociedade. Tende a ser provedora de diplomas e não de competências para o novo mundo que nos atropela, etc…

A entrada para este evento é franca, sem necessidade de inscrição prévia.

Transmissão online: www.iptv.usp.br

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

22 de novembro de 2018

O Espectro de Fraunhofer no “Canal Oficiência” – TV/USP-CEPOF

O espectro de Fraunhofer – ou Linhas de Fraunhofer –, nas áreas de Física e Óptica, são um conjunto de linhas espectrais associadas originalmente a faixas escuras existentes no espectro solar, e que foram catalogadas pelo físico alemão Joseph von Fraunhofer (1787–1826).

As Linhas de Fraunhofer são de suma importância para a pesquisa da composição de corpos celestes que emitem energia eletromagnética. O fenômeno ocorre porque os fótons podem ser absorvidos por um átomo, causando o salto de um elétron de um orbital atômico para outro. Cada salto, chamado também de excitação, é associado com um comprimento de onda específico. Através do estudo de absorções do espectro eletromagnético luminoso visível podemos ver nas regiões ou camadas frias do exterior da superfície solar a evidência de átomos de muitos elementos.

Na TV/USP-CEPOF e também no Youtube, em seu canal Oficiência, o Prof. Luiz Antônio de Oliveira Nunes explica tudo sobre o tema e “mete a mão na massa”, exemplificando através de experimentos.

Clique na imagem para assistir a esta interessante aula.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

22 de novembro de 2018

Vaga para docente na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Encontram-se abertas, até meados de janeiro, as inscrições para concurso público para preenchimento de uma vaga para professor adjunto em Física Teórica no Departamento de Física da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

O regime de trabalho é de quarenta horas semanais, em tempo integral, com dedicação exclusiva.

Para consultar o edital do concurso, clique AQUI.

Para acessar os formulários e outras informações, clique AQUI.

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

21 de novembro de 2018

“Café com Física”: Denis Cândido apresenta seminário

Em uma apresentação baseada em sua tese de doutorado defendida recentemente, o pesquisador Dr. Denis Cândido (IFSC/USP) foi o palestrante convidado em mais uma edição da iniciativa Café com Física, subordinada ao tema Blurring the boundaries between topological and non-topological physical phenomena in dots.

Em sua apresentação, Denis elucidou como foi investigada a estrutura eletrônica e as propriedades de transporte de pontos quânticos cilíndricos topologicamente triviais e não-triviais, definidos por confinamento de poços quânticos (QWs) InAs1-xBix/AlSb, e, ainda pontos quânticos cilíndricos definidos a partir de confinamento desses poços contendo Bi, em ambos os regimes trivial (d < dc) e não-trivial (d > dc).

Como resultado dessas pesquisa, descobriiu-se que os pontos quânticos topologicamente triviais e não triviais têm propriedades de transporte semelhantes, algo que apresenta grande contraste com as suas versões semi-infinitas, como por exemplo uma fita.

Mais especificamente, através de cálculos detalhados, que envolvem uma solução analítica do problema de autovalores dos pontos quânticos, demonstrou-se que pontos quânticos cilíndricos triviais e não-triviais possuem estados de borda semelhantes, isto é, estados quânticos helicoidais protegidos contra espalhamento elástico não magnético.

Curiosamente, esses mesmos pontos quânticos triviais exibem estados helicoidais geometricamente robustos, similarmente aos pontos quânticos topologicamente não-triviais, em uma ampla faixa de parâmetros do sistema, como por exemplo, o raio do ponto quântico.

O tema deste Café com Física está descrito nos artigos, destacados abaixo, sendo que um deles foi aceito na prestigiada Physical Review Letters e o outro também como uma “Rapid Communication” e “Editors’ Suggestion”, no tradicional Physical Review B.

[1] D. R. Candido, M. E. Flatté and J. C. Egues, Phys. Rev. Lett., to appear; arXiv:1803.02936.

[2] D. R. Candido, M. Kharitonov, J. C. Egues, and E. Hankiewicz, Phys. Rev. B 98, 161111(R) (2018), (Editors’ Suggestion).

Denis defendeu seu doutorado dia 29 de junho de 2018 e deverá seguir para um pós-doutorado nos Estados Unidos (Chicago e Iowa), em Janeiro de 2019, tendo sido um doutorado de grande sucesso, tendo em vista as publicações de altíssimo nível.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

21 de novembro de 2018

Entre 14 e 24 de novembro – “Escola de Cristalografia Molecular – 2018”

O IFSC organiza, em suas instalações, entre os dias 14 e 24 do corrente mês, a Escola de Cristalografia Molecular – 2018, subordinada ao tema Do processamento de dados à estrutura refinada, um evento destinado a pós-doutorandos e a jovens cientistas.

Tendo como tópicos principais o processamento de dados de difração, faseamento e determinação de estrutura e refinamento e validação de modelos, esta escola tem como organizadores locais os docentes e pesquisadores do IFSC/USP, João Renato Muniz, Richard Garratt e Glaucius Oliva, contando ainda com um Comitê Internacional composto pelos pesquisadores Kyle Stevenson e Ronan Keegan, ambos pertencentes ao Grupo CCP4, Laboratório STFC Rutherford Appleton, Reino Unido.

A sessão de abertura do evento realiza-se no dia 14, às 08h30, na Sala F-210 do IFSC, enquanto as aulas ocorrerão no Anfiteatro Novo de nosso Instituto

Para conferir a programação da Escola de Cristalografia Molecular, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

21 de novembro de 2018

No IFSC/USP: Workshop “Ciência do Petróleo: Meios Porosos”

Fundamental para o desenvolvimento da indústria petrolífera, a Ciência do Petróleo oferece conhecimento, não apenas para a exploração desse produto, como também para seu uso de forma ambientalmente segura e economicamente viável.

Para aproximar essa indústria e grupos que desenvolvem pesquisa na área dentro da Universidade, o Laboratório de Espectroscopia de Alta Resolução por Ressonância Magnética Nuclear (LEAR), do Instituto de Física de São Carlos – USP, e o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), da Petrobras, promovem, nos dias 26 e 27 de novembro, no Espaço de Eventos do Instituto de Estudos Avançados Polo Ribeirão Preto (IEA-RP) da USP, o Workshop “Ciência do Petróleo – Meios Porosos”.

No evento, especialistas ligados à USP, Unicamp, Unesp, Unifesp, UFPA, Cenpes/Petrobras, IBM, Wikki Brasil, Bruker do Brasil e Oxiteno, entre outras instituições e empresas, discutirão temas científicos de relevo nas áreas de Geologia, Geofísica, Física, Matemática, Química, Engenharia, Biologia e Computação para a Indústria do Petróleo, com destaque para Rochas Reservatório e Meios Porosos em geral.

Serão também abordados tópicos relacionados com a história e a importância das Indústrias do Petróleo e Petroquímica no Brasil, a presença da Petrobrás na USP, bem como os benefícios da pesquisa já desenvolvida para outras áreas, como Engenharia Civil, Odontologia e Medicina.

Na abertura do Workshop, será proposta a realização de uma Conferência USP/Petrobras, com o intuito de estimular um movimento de colaboração multidisciplinar entre as duas instituições, através da integração dos Grupos de Pesquisa da USP e Gerências do Cenpes. Será destacada a importância dos recursos da Petrobras/ANP que são investidos na USP para estudos de interesse da empresa, envolvendo estruturação do parque de instrumentos científicos, consolidação de infraestrutura e realização de construções, que afetam a Universidade como um todo, incluindo linhas de pesquisa não diretamente ligadas à Indústria do Petróleo.

O Workshop será coordenado pelo professor Tito J. Bonagamba (Instituto de Física de São Carlos – USP).

Apoio: IEARP/USP, IFSC/USP, FFCLRP/USP, SUPERA Parque, Bruker do Brasil e AUREMN.

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas clicando AQUI.

Mais informações: iearp@usp.br ou (16) 3315 0368.

Confira, abaixo, o cartaz com a programação do evento.

(Com informações de J.Henriques – IEA Polo de Ribeirão Preto)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

20 de novembro de 2018

Saindo do IFSC/USP e entrando no imenso mundo da óptica

Após se formar em engenharia mecânica aeronáutica e também em eletrônica, pela Escola de Engenharia de São Carlos (EESC-USP), Mario Antonio Stefani (54) sentiu falta de adquirir ainda mais conhecimento básico na área. Foi nesse momento, na década de oitenta, que este egresso da Universidade de São Paulo decidiu fazer seu mestrado e doutorado em física no IFSC-USP, na área de óptica/laser, um campo que estava começando a se desenvolver no Brasil.

Como era final da década de 80 e o Brasil acabava de sair de uma ditadura e de uma crise econômica, Mario enxergou grandes oportunidades numa área em que se utilizava laser. Para ele, até os dias de hoje, há muito que fazer no Brasil, o que torna o país um local com grandes oportunidades para os futuros profissionais que tenham vocação empreendedora. Mario conta, ainda, que naquela época os alunos que estudavam na Física já se deslumbravam com a área de lasers, um campo com diversas opções de atuação e novas soluções tecnológicas: fato que mexeu com a mente do engenheiro e o trouxe para o Instituto de Física de São Carlos.

“O caminho é sempre esse, da tecnologia básica para a aplicada. A física era tecnologia básica e conhecimento científico e eu tinha background de engenheiro, ou seja, já sabia transformar uma coisa em outra. Hoje, se você ingressar na Física, irá se deparar com diversas pesquisas, tecnologias básicas e várias oportunidades de futuras aplicações no mercado”, explica o profissional.

Satélite CBERS

Durante seu mestrado e doutorado, Mario já trabalhava na Opto, empresa de tecnologia optoeletrônica sediada em São Carlos e criada por um grupo de pesquisadores oriundos do próprio IFSC-USP. Assim, todos os seus trabalhos de mestrado e doutorado foram realizados dentro da própria empresa, onde acabou por ser o responsável pelo departamento de novos produtos da firma. Segundo ele, foi uma grande oportunidade que apareceu em seu caminho profissional: “Eu tive o apoio de alguns professores que enxergavam a importância de se fazer o mestrado e doutorado, trabalhando com aquilo que você aprendeu e criou na indústria, uma quebra de paradigma na época”, diz Mario Stefani.

Durante seu mestrado, ele desenvolveu um princípio de impressora a laser, um trabalho complexo que gerou várias outras tecnologias, além da forma de controle dessas máquinas. Essa base tecnológica deu origem a diversos outros produtos para a empresa, como lasers para aplicações médicas na retina, câmeras para o fundo do olho, bem como sistemas de monitoramento agroambientais. Posteriormente, já em seu doutorado, Mario criou um medidor de distância a laser, que rendeu diversas aplicações, tanto industriais quanto na área de defesa e espaço. Essa bagagem permitiu que a Opto – empresa na qual Mario se tornou sócio há vinte e nove anos – participasse de uma série de programas estratégicos na área de defesa e espaço. A Opto, por exemplo, desenvolveu as câmaras de sensoriamento remoto brasileiras para os satélites CBERS, numa parceria do Brasil com a China. Ou seja, todo esse conhecimento em óptica e laser adquiridos por Mario na engenharia e na física, desde a graduação até o doutorado, foi fundamental para a criação de todos os produtos que desenvolveu.

Durante essas quase três décadas em que se dedica à Opto, Mario revela que sempre passou por altos e baixos, sendo essa a primeira lição que aprendeu. Desde quando participou da fundação da Opto, em 1986, ele acompanhou diversas crises, principalmente, durante a criação dos primeiros produtos desenvolvidos pela empresa, numa época em que Mario ainda não tinha noções de qualidade, processo, legislação fiscal e trabalhista e normas de segurança, tópicos que para ele eram totalmente estranhos para um físico. “Foi a primeira pancada que a gente levou”.

Um ano após a fundação da firma, o Prof. Dr. Milton, um dos sócios fundadores que havia dado aulas para ele no IFSC/USP, conseguiu convencer um banco a investir na empresa e deu certo. A primeira mudança durante essa nova fase da companhia foi exatamente substituir os artigos científicos pela busca e criação de aplicações que dessem retorno financeiro. Foi assim que ele e sua equipe acabaram desenvolvendo uma série de produtos para a área industrial e, posteriormente, para a área médica. Para ele, no começo foi muito difícil encontrar os produtos em que a Opto pudesse competir no mercado e ganhar dinheiro, mas, depois de muitas tentativas e erros, a equipe acabou por encontrar o caminho. Um desses produtos, um modelo de refletor de luz fria, foi o “ganha pão” da firma por longo tempo e chegou a ter participação de quarenta e sete por cento do mercado mundial para a Opto.
Mario lembra, porém, que depois de quase vinte anos neste mercado, produtos destinados ao segmento odontológico, os chineses conseguiram entrar com produtos de baixa qualidade e extremamente baratos e acabaram por expulsar a empresa deste segmento. “Essa é uma das lições mais importantes. A solução de hoje pode não ser a de amanhã. De uma hora para outra as coisas mudam, pois além do risco de ruptura tecnológica, que é inerente à nossa atividade, existem riscos de mercado, de gestão e de legislação fiscal entre outros”.

Para os alunos que estão cursando Física na USP, Mario sugere que eles se aproximem dos empresários para que possam adquirir as experiências desses profissionais, já que muitos estão atuando há trinta ou quarenta anos e têm muitas histórias para contar. “Essas histórias são reais, vivências muito importantes, principalmente porque o Brasil só vai melhorar enquanto essa experiência não for perdida, quando os erros poderem ser evitados: as lições têm que ser aprendidas”, finaliza nosso entrevistado.

(Entrevista publicada no livro intitulado “Egressos do IFSC/USP que atuam fora da academia” – por: Prof. Tito José Bonagamba e Rui Sintra-jornalista)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

19 de novembro de 2018

USP Filarmônica em concerto comemorativo ao “Dia da Consciência Negra”

No próximo dia 20 de novembro, terça-feira, às 20h30, no Theatro Pedro II, em Ribeirão Preto, e no dia 21 de novembro, quarta-feira, às 20h30, no Teatro Universitário Florestan Fernandes da UFSCar, em São Carlos, em ambos os casos com entrada franca, a USP-Filarmônica apresenta concerto especial comemorativo ao Dia da Consciência Negra, efeméride da morte de Zumbi dos Palmares, líder quilombola que lutou contra a escravidão no Nordeste, no século XVII.

O concerto contará com a participação especial do tenor Jean William Silva, nascido em Sertãozinho e criado em Barrinha, formado pela USP de Ribeirão Preto, já com sólida carreira internacional. Outros solistas de destaque são a violinista venezuelana, radicada no Rio de Janeiro, Carla Rincon, e os professores da FFCLRP-USP, Gustavo Silveira Costa (violão) e Fátima Graça Monteiro Corvisier (piano).

A regência é de Rubens Russomanno Ricciardi, maestro titular da USP-Filarmônica e Professor Titular da USP.

A discussão sobre a inclusão e papel dos descendentes de africanos na sociedade, bem como a dívida histórica do Brasil para com os negros em razão da escravatura, também tem sua representação crítica em arte. Para tanto, foi selecionada, como ponto alto do concerto, a obra musical de diáspora negra, Navio Negreiro, para tenor e violino solistas, do compositor paulistano, professor emérito da USP, Olivier Toni (1926-2017), com trechos do famoso poema de Castro Alves (1847-1871), relatando o sofrimento dos africanos, retirados à força de seu continente pelos portugueses e trazidos ao Brasil, por conta do tráfico negreiro.

Esta obra foi composta em 2016 e estreada pela própria USP-Filarmônica, naquele mesmo ano. Outra composição musical, também com poema do poeta dos escravos, Amar e Ser Amado (2014), de autoria de Rubens Russomanno Ricciardi, contará, do mesmo modo, com o tenor Jean William Silva e a violinista Carla Rincon como solistas. O repertório comemorativo à Consciência Negra homenageia ainda o compositor carioca José Maurício Nunes Garcia (1767-1830), filho de escrava que se tornou mestre-de-capela da Real Câmara e Capela de João VI, com apresentação de sua Sinfonia Fúnebre (Rio de Janeiro, 1790), aqui em edição crítica inédita pelo Núcleo de Pesquisa em Ciências da Performance em Música (NAP-CIPEM) da USP de Ribeirão Preto.

Constam do concerto sinfônico ainda obras consagradas da literatura universal, tais como o Concerto em Fá menor nº 5 para piano e orquestra BWV 1056, de Johann Sebastian Bach, e o famoso Concierto de Aranjuez, para violão e orquestra, de Joaquín Rodrigo.

Este é o 110º concerto da USP-Filarmônica, pela sua séria mensal Concertos USP / Theatro Pedro II, bem como seu 111º concerto, pela sua série mensal Concertos USP / São Carlos.

A entrada, em ambos os concertos, é livre e gratuita, sem impressão de ingressos, visando sempre o mais amplo acesso, numa prestação de serviços à comunidade, parte do projeto de extensão universitária da Universidade de São Paulo, sempre atrelado ao ensino e à pesquisa, aqui numa ação conjunta com a UFSCar.

PROGRAMA (sem intervalo)

José Maurício Nunes Garcia (Rio de Janeiro, 1767-1830)

Sinfonia Fúnebre (Rio de Janeiro, 1790) – Pesquisa e edição do NAP-CIPEM da FFCLRP-USP

Olivier Toni (São Paulo, 1926-2017)

Navio Negreiro (São Paulo, 2016), poema de Castro Alves (São Paulo, 18 de abril de 1868)

Rubens Russomanno Ricciardi (*Ribeirão Preto, 1964)

Amar e ser amado (Ribeirão Preto, 2014), poema de Castro Alves (s.d.)

Johann Sebastian Bach (Eisenach, 1685 – Leipzig, 1750)

Concerto em Fá menor nº 5 para piano e orquestra BWV 1056 (Leipzig, 1734-1739)

I) Allegro

II) Largo

III) Presto

Joaquín Rodrigo Vidre (Sagunto, 1901 – Madrid, 1999)

Concierto de Aranjuez para violão e orquestra (Paris, 1939)

I) Allegro con spirito

II) Adagio

III) Allegro gentile

 

Apoios USP: Reitoria da USP / Vice-Reitoria da USP / Pró-Reitoria de Graduação / Pró-Reitoria de Pós-Graduação / Pró-Reitoria de Pesquisa / Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária / Grupo Coordenador das Atividades de Cultura e Extensão Universitária do Campus de São Carlos da Universidade de São Paulo (GCACEx) / Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) 65 anos / Faculdade de Filosofia, Ciência e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) / Departamento de Música da FFCLRP / Núcleo de Pesquisa em Ciências da Peformance em Música (NAP-CIPEM) da FFCLRP;

Apoios UFSCar: Reitoria da UFSCar/ Pró-Reitoria de Extensão / Coordenadoria de Cultura;

(Foto: André Estevão)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

14 de novembro de 2018

Ordem magnética resultante de uma desordem química

O Prof. Armando Paduan Filho, docente e pesquisador do Instituto de Física da USP (IFUSP), trabalhando em colaboração com pesquisadores de Grenoble, publicou recentemente um trabalho na revista Physical Review Letters, em que descreve a existência de uma fase magnética ordenada como o resultado de uma desordem introduzida artificialmente em um material paramagnético. Medidas de magnetização foram realizadas no IFUSP.

O entendimento de efeitos sutis de impurezas e desordem em sistemas quânticos motivou recentes atividades experimentais e teóricas. Em especial, o assunto de localização em problemas de muitos corpos surgiu como uma possibilidade de reanálise dos fundamentos da estatística quântica. Entretanto, apesar de importantes realizações teóricas, a física experimental de sistemas desordenados permaneceu escassa.

Neste contesto o sistema magnético NiCl2-4SC(NH2)2 , cloreto de níquel com tiureia (DTN), um material que apresenta uma condensação de Bose-Einstein em condições especiais de temperatura e campo magnético, mostrou-se como um sistema em que a desordem provocada pelas impurezas leva a uma nova ordem magnética. Esta fase do tipo “ordem por desordem”, recentemente sugerida em um trabalho teórico, foi detectada através de medidas de ressonância magnética nuclear por um grupo composto por Armando Paduan Filho e colaboradores em Grenoble.

A desordem no DTN foi introduzida pela substituição parcial de cloro por bromo, que, quando adicionada em pequenas proporções, dá origem a nova fase em temperaturas da ordem de miliKelvin e campos de 13 Tesla.

Trabalho publicado em 25/10/2018, em Phys. Rev. Lett. 121, 177202 (2018).

Para conferir o trabalho, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

14 de novembro de 2018

Docente do IFSC/USP assume cargo na “Journal of Alloys and Compounds”

O docente e pesquisador de nosso Instituto, Prof. Valmor Mastelaro, acaba de assumir o cargo de editor associado do Journal of Alloys and Compounds, uma das mais importantes revistas interdisciplinares, neste caso dedicada à Ciência dos Materiais, Química e Física do Estado Sólido.

Esta revista, de conceito internacional, é revisada por especialistas para a publicação de trabalhos sobre materiais que compreendem compostos e ligas. Seu grande destaque reside na diversidade de disciplinas que abrange, reunindo resultados da ciência dos materiais, metalurgia física, química e física do estado sólido.

A natureza interdisciplinar da revista é predominante em muitas áreas temáticas, com abordagens experimentais e teóricas para problemas de materiais que requerem uma interação ativa entre uma variedade de disciplinas científicas tradicionais e novas.

A comunidade do IFSC/USP congratula o Prof. Valmor Mastelaro por esta importante indicação.

Para consultar a revista, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP