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6 de setembro de 2012

Perfeito conforto nos ares

Se há alguns anos, viagens de avião eram luxo para poucos, elas hoje são tão ou mais comuns do que as realizadas por terra. E, com o barateamento das passagens aéreas, o número de usuários de aeronaves aumentou significativamente, tornando-se inevitável não pensar em melhorias e ajustes para esse meio de transporte.

Jurandir-1Com isso em mente, pesquisadores da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) deram-se conta de que, mais do que nunca, o conforto do usuário nas cabines precisava ser aprimorado; e, para tornar os voos dos passageiros (ainda) mais confortáveis, procuraram por especialistas no assunto, entre eles, o docente da Escola Politécnica da USP, Jurandir Itizo Yanagihara que, em 2008, deu início ao projeto de pesquisa “Conforto em cabines de aeronaves: desafios científicos e tecnológicos num projeto cooperativo multidisciplinar”, descrito com detalhes no último Colloquium diei ocorrido no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP).

Reunindo especialistas de diversas áreas de exatas e inclusive biológicas, Jurandir e sua equipe (composta por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), realizaram diversas simulações, com o foco voltado ao conforto do usuário, realizando testes ergonômicos, de pressão do ambiente, conforto visual, necessidades especiais e segurança, entre outros quesitos. “Com a popularização das viagens de avião, a preocupação com o conforto passou a ser mais importante do que nunca”, diz o docente.

Desde o seu início, a pesquisa utilizou algumas informações já conhecidas para basear os estudos, como, por exemplo, o fato de que o aumento de pressão no interior das cabines causa menos fadiga aos usuários durante o voo. “Hoje, existe uma tendência de se construir o avião de dentro para fora, começando pelas cabines”, informa o pesquisador. “Há, inclusive, o intuito de se fazer cabines parecidas com escritórios, para que o passageiro tenha a possibilidade de trabalhar enquanto viaja”.

Outro tópico já bastante explorado na pesquisa diz respeito ao conforto térmico. Alguns equipamentos foram construídos para fazer simulações relacionadas à temperatura nas cabines, culminando na construção de um modelo humano com sistema térmico para avaliar este tópico. “Nas simulações feitas com voluntários, viu-se que aqueles que tinham o controle sobre o ambiente térmico obtinham uma maior sensação de conforto”, conta Jurandir.

Conforto acústico também foi levado em consideração. De acordo com Jurandir, já foram feitas avaliações subjetivas de ruídos e vibrações com voluntários. Também foram feitos testes para se medir o efeito do campo visual, sempre se levando em conta o conforto do passageiro. “Já tínhamos dados de que corredores muito grandes, como os de supermercados, trazem desconforto visual a certas pessoas. Já existem, inclusive, aeronaves com divisórias entre certa quantidade de assentos, para resolver esse problema”, exemplifica Yanagihara.

Na equipe de Jurandir, da qual até psiquiatras fazem parte (abordando os aspectos psicofísicos da experiência de voo), os físicos não poderiam ficar de fora. Segundo o docente, o que diferencia a atuação de um engenheiro e de um físico na pesquisa em questão refere-se à parte aplicada. “O engenheiro, depois de fazer a análise dos fenômenos, pensa em como utilizá-los na prática, enquanto o físico pensa em como os fenômenos podem ser utilizados ainda na fase do projeto. Afinal, para fazermos um bom projeto, precisamos conhecer muito bem os fenômenos físicos envolvidos” afirma o pesquisador.

Jurandir-2Até o momento, mil voluntários já participaram da pesquisa. Todas as simulações são realizadas no Departamento de Engenharia Mecânica da Poli/USP, em São Paulo, onde foi criado um laboratório para tal propósito. Os resultados são avaliados através de questionários, respondidos pelos próprios voluntários, e o objetivo final da pesquisa, de acordo com Jurandir, é se criar uma equação geral de conforto.

O pesquisador afirma que o conhecimento que vem sendo produzido durante a pesquisa será usufruído, diretamente, pela sociedade. E alguns leitores podem estar se perguntando quanto tempo levará para que os preços de passagens em cabines tão confortáveis possam ser acessíveis a qualquer usuário disposto a fazer seus deslocamentos pelos ares.

Tal quesito ainda não foi levantado na pesquisa de Jurandir, mas, seguindo-se a tendência de popularização dos voos, pode ser que, num primeiro momento, o conforto total não esteja disponível a todos, mas em um futuro próximo talvez seja possível a qualquer passageiro acomodar-se numa poltrona de avião que seja mais confortável que sua própria cama.

Assessoria de Comunicação

5 de setembro de 2012

Um milhão e duzentos mil alunos participam da 1ª Fase

No dia 04 de setembro, um milhão e duzentos mil alunos fizeram a 1ª fase da Olimpíada Brasileira de Física das Escolas Públicas (OBFEP), sendo que é a primeira vez que a Olimpíada ocorre em todo território brasileiro; em 2010 e 2011, a OBFEP aconteceu de forma piloto em alguns estados, como uma atividade da OBF (Olimpíada Brasileira de Física).

Participam da OBFEP estudantes do Ensino Médio e do último ano do Ensino Fundamental de escolas Municipais, Estaduais e Federais.

A OBFEP ocorre em duas fases, sendo a 1ª uma prova teórica e a 2ª fase composta de uma parte teórica e uma prática. Na 2ª fase, que acontecerá em 10 de novembro para cerca de 50 mil estudantes, cada aluno, além da prova teórica, receberá um kit com o qual fará experimentos, compreendendo medidas e análise dos resultados. O objetivo do experimento é despertar no aluno seu talento criativo e inovador.

A OBFEP é organizada pela Sociedade Brasileira de Física (SBF), conta com financiamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), através do CNPq, e pode-se citar entre seus objetivos: contribuir para a melhoria da qualidade do ensino em ciências na educação básica; promover maior inclusão social por meio da difusão da ciência; ampliar o uso das tecnologias da informação e da comunicação com fins educacionais; ampliar canais de colaboração entre universidades, institutos, sociedades científicas e escolas públicas; fomentar a integração entre escola e comunidade.

Para mais informações, acesse o portal:  www.obfep.org.br

 

(Informações da Comissão da OBFEP – Sociedade Brasileira de Física)

4 de setembro de 2012

Uma nova visão sobre a arte de lecionar

Salários baixos, alunos ariscos, infraestrutura inadequada. Os motivos para se desistir de uma carreira docente são inúmeros, mas mesmo assim alguns decidem enfrentar os obstáculos e seguir em frente. Isso porque, diferente do que é visto corriqueiramente nos noticiários, ainda há boas notícias quando o assunto é “ser professor”.

Salete-2Com o intuito de avaliar o perfil de estudantes graduados pelo Curso de Licenciatura em Ciências Exatas do campus da USP-São Carlos, a aluna de doutorado da pós-graduação Interunidades em Ensino de Ciências, Ariane Baffa, realizou uma pesquisa, e através de questionários aplicados aos alunos já formados no Curso de Licenciatura em Ciências Exatas da USP-São Carlos, entre 1996 e 2011, identificou um perfil mais otimista para educação brasileira: mais da metade deles atua em sala de aula, grande parte no ensino público.

A notícia é animadora, uma vez que a melhora na qualidade do ensino fundamental e médio depende de professores bem formados. Mas, só isso já é suficiente?

De acordo com a docente do Instituto de Química de São Carlos (IQSC/USP) e coordenadora do Curso de Licenciatura em Ciências Exatas da USP-São Carlos, Salete Linhares Queiroz, apesar dos diversos contratempos com os quais professores do ensino fundamental e médio têm de lidar na atividade profissional, os alunos do curso de licenciatura da USP-São Carlos que alcançam o último ano de curso apresentam entusiasmo em lecionar. “A maioria dos licenciados tem muito interesse em atuar na sala de aula. Eles são motivados para isso! Boa parte deles preocupa-se em procurar atividades didáticas para oferecer aos alunos do ensino médio e fundamental”, afirma Salete, que também orientou a pesquisa conduzida por Ariane.

Para fugir do comum

Salete cita alguns exemplos de alunos e ex-alunos do curso de licenciatura que conseguiram implementar um ensino mais didático aos estudantes de ensino fundamental e médio. Alguns deles realizam frequentemente atividades em grupo ou visitas a Centros de Cultura do município.

Outro destaque vai para uma estratégia de ensino, que consiste na elaboração de estudos de casos de caráter científico e sociocientífico, para aplicação no ensino médio e superior. Em disciplina ministrada no IQSC, alunos de pós-graduação do campus escrevem casos, no formato de narrativas, sobre problemas reais do cotidiano e todos são convidados a propor soluções. O material produzido (casos e respectivas soluções) é de acesso público, o que possibilita que estudantes de outros cursos de licenciatura, bem como professores já efetivos, tenham acesso a ele pela internet*. “É muito interessante ver que alunos que não estão envolvidos diretamente com a área de ensino, como os de pós-graduação em química e engenharia, por exemplo, têm essa preocupação”, afirma a docente.

Os diferenciais na licenciatura na USP de São Carlos

Em todo país, educadores discutem e propõem novas diretrizes ao ensino médio e fundamental, inclusive no que se refere à renovação das grades curriculares. Mas, quando a revisão é voltada à grade curricular de cursos de licenciatura, pouco se fala sobre o assunto.

No caso da licenciatura oferecida na USP-São Carlos, em 2010 houve uma reestruturação que consistiu, entre outros tópicos, em inserir um maior número de disciplinas voltadas à educação.

O curso possui características que o tornam diferenciado: os alunos que o completam estão aptos a ministrar aulas no ensino fundamental e médio (flexibilidade que outros cursos de licenciatura geralmente não oferecem) e podem, ao concluir a graduação, retornar ao curso e fazer habilitação em outras disciplinas de exatas (matemática, física ou química).

Durante o curso, eles podem ainda receber bolsas de iniciação científica, participar de atividades didáticas e de divulgação científica no Centro de Divulgação Científica e Cultural (CDCC/USP), receber bolsas para realização de intercâmbio internacional e, finalmente, atuar no cursinho popular do campus (fundado, inclusive, por turmas anteriores).

Ariane-2

Para uma educação melhor, melhores condições

Infelizmente, os diferenciais citados acima não são uma realidade no país e a falta de professores em praticamente todas as disciplinas ministradas a alunos do ensino fundamental e médio prova que ainda se encontra distante uma solução efetiva para essa problemática.

Na opinião de Salete, novas políticas públicas devem ser pensadas para melhora da educação brasileira, mas em alguns casos os resultados só poderão ser vistos num futuro mais distante. “O professor tem que ministrar aulas numa escola onde se sinta confortável, onde não se sinta ameaçado. Gostaríamos que esse problema fosse resolvido amanhã, mas essa é uma solução de longo prazo. Os alunos formados na licenciatura saem daqui sabendo que deveriam realizar atividades nas quais o aluno fosse o centro do processo de aprendizagem, mas como ele [professor] fará isso em uma turma lotada, ou em alguma turma em que metade dos alunos não tem interesse em aprender?”, diz Salete.

Salete-3Ela salienta soluções imediatas e destaca algumas já sabidas e comuns, como melhores salários e melhor formação do futuro professor durante a graduação. No caso da licenciatura da USP-São Carlos, Salete diz que é preciso haver maior integração entre os grupos de pesquisa que trabalham com ensino de química, física e matemática. “Deve haver uma aproximação maior entre esses grupos e a escola, inclusive. Muitas vezes, há pouco contato entre os futuros professores e os professores já na ativa”.

A grande questão, no entanto, diz respeito à formação do docente. Nos cursos de licenciatura, as aulas ministradas na universidade reproduzem metodologias de ensino já ultrapassadas, que não prezam pela interatividade e por um contato maior e mais participativo entre professores e alunos do ensino básico e médio, em sala de aula. “Grande parte dos docentes que ministra aulas na universidade não costuma, por exemplo, propor atividades de trabalho em grupo aos seus alunos. Na cabeça deles, isso é ‘enrolação’, enquanto as novas diretrizes não veem tais atividades dessa forma. Os docentes do ensino superior que trabalham na área pedagógica têm mais conhecimento sobre as novas diretrizes do que aqueles que trabalham com conhecimentos específicos”.

Apesar do “quadro negro” no qual se escrevem os desafios dos futuros docentes da área de exatas, ações positivas também devem ser comentadas. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), atualmente exige que alunos de pós-graduação tenham algum tipo de formação pedagógica “Discussões pedagógicas não existiam antigamente neste nível de ensino”, comenta Salete. “Elas existirem agora é uma evolução”.

A esperança é que os diferenciais tornem-se comuns e que as evoluções sejam corriqueiras. Essas amplas ações – atualmente exclusivas da Licenciatura da USP-São Carlos – podem e devem ser espalhadas. Afinal, só o conhecimento democratizado pode ser efetivo.

*o material pode ser encontrado no endereço eletrônico www.gpeqsc.com.br

Assessoria de Comunicação

4 de setembro de 2012

USP em primeiro lugar

O jornal Folha de São Paulo divulgou no dia 3 de agosto o primeiro “Ranking Universitário Folha” (RUF), que classifica as 191 universidades brasileiras, juntamente com os 41 centros universitários e faculdades.

Nessa classificação, que compreende quatro quesitos importantes – ensino, pesquisa, reputação no mercado de trabalho e inovação -, a USP ocupa a primeira posição em praticamente todos os itens considerados, com exceção da área da inovação, que aparece liderada pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Na classificação geral, as Federais de Minas Gerais (UFMG) e do Rio de Janeiro (UFRJ), aparecem em segundo e terceiro lugares, respectivamente.

O RUF foi composto por oito meses de dados de produções acadêmicas levantados pelo jornal Folha de S. Paulo, e também pela opinião de centenas de cientistas e profissionais de Recursos Humanos, ouvidos através do Instituto Datafolha.

A metodologia do RUF foi criada pelo grupo liderado pelo cienciometrista (ciência que estuda a produção científica) da USP, Rogério Meneghini, em conjunto com a Redação da Folha.

Apesar de países como Estados Unidos, China e Alemanha já montarem seus rankings nacionais, o Brasil dependia de classificações globais ou, no máximo, continentais, que citam poucas instituições brasileiras e desconsideram características nacionais.

Não havia, até agora, um indicador que abrangesse a visão do mercado de trabalho e a produção científica das instituições.

(Assessoria de Comunicação com informações da USP Online)

31 de agosto de 2012

IFSC ganha mais um destaque em competição internacional

Criado em 2003, o Imageclef é um evento internacional que lança desafios, anualmente, para a comunidade mundial envolvida com a área de reconhecimento de padrões.

ImageclefNa edição de 2011, o docente do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Odemir Martinez Bruno, e sua equipe de pesquisadores, conseguiram alcançar a primeira colocação na categoria de reconhecimento de plantas – inaugurada em 2010, no evento.

Em 2012, a boa classificação da equipe se repetiu. Na classificação geral, na qual mais de 20 equipes internacionais foram classificadas, a equipe de Odemir ficou em 3º lugar, mas no modo de identificação através de fotografias manteve a primeira colocação, já alcançada no ano passado. “Nossa equipe trabalha mais em microscopia ou escâner. Não trabalhamos com fotografia diretamente, pois não é nossa especialidade, mas decidimos investir um pouco nisso, somente para poder participar da competição”, explica o docente, referindo-se à participação de sua equipe no Imageclef, em 2011, quando alcançaram o 1º lugar na classificação geral.

A equipe de Odemir, composta pelos doutorandos Dalcimar Casanova, Wesley Nunes Gonçalves e João Batista Florindo, desenvolveu métodos específicos para análise de imagens fotográficas. A base de dados foi gerada por botânicos europeus, na maior parte da sociedade francesa de botânica, fazendo-se o registro fotográfico por câmeras de celular, fotografando as folhas de plantas. “Isso é algo completamente diferente do que fazemos na pesquisa, pois a fotografia não traz precisão nem extrai informações necessárias para identificação de uma espécie. Portanto, precisamos dedicar muito tempo e energia a essa atividade, inédita para nossa equipe”, conta o docente.

No entanto, Odemir faz questão de ressaltar que tal atividade acabou fazendo com que a equipe trabalhasse sobre uma nova possibilidade. “Isso pode abrir horizontes para novos projetos”.

De 17 a 20 de setembro deste ano haverá uma conferência do Imageclef, em Roma (Itália), da qual um dos integrantes da equipe de Odemir – Wesley Gonçalvez – participará. De acordo com a descrição enunciada no site da conferência (…) esta será uma oportunidade de discutir uma ampla gama de questões em áreas de avaliação multilíngue e multimodal de acesso à informação, e um conjunto de laboratórios e workshops serão destinados a testar diferentes aspectos em outras linguagens de sistemas de recuperação de informação(…).

A conferência reunirá alguns participantes do Imageclef para apresentar seus trabalhos e trocar ideias. Para Odemir, as perspectivas são boas.

Para saber mais sobre o Imageclef e sobre a premiação da equipe de Odemir Bruno, clique aqui.

Assessoria de Comunicação

30 de agosto de 2012

Saiba mais sobre nanomedicina e nanotecnologia

O docente do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) e coordenador do Laboratório de Nanomedicina e Nanotecnologia (LNN) do Instituto, Valtencir Zucolotto, participou, neste mês, do programa da TV Brasil, “Sem censura”, no qual falou sobre os novos avanços nas pesquisas em nanomedicina e nanotecnologia atingidos em seu laboratório de pesquisa.

Ainda sobre o mesmo assunto, o docente concedeu entrevista à revista “Quanta”, publicação impressa com forte enfoque nos estudos e experiências brasileiros.

Para ter acesso às duas entrevistas, clique nos links abaixo:

Ofício da Transformação– revista “Quanta”;

Programa “Sem censura”– TV Brasil.

Assessoria de Comunicação

28 de agosto de 2012

O futuro docente das ciências exatas

Dizer que a educação no país tem deixado a desejar não é novidade nem surpresa. Os números fornecidos pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) no Brasil, na semana compreendida entre os dias 12 e 18 de agosto do corrente ano, mostram melhoras simbólicas no desempenho das redes de ensino, mas ainda muito distantes do ideal. E, quando o assunto é ensino médio, os resultados são igualmente inaceitáveis.

SeLic-3Com essa preocupação em mente, alunos do curso de Licenciatura em Ciências Exatas do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), conscientes da problemática educacional existente no país, especialmente em disciplinas da área de ciências exatas (química, física e matemática), organizaram a 7ª edição da “Semana da Licenciatura em Ciências Exatas (SeLic)”, sediada no próprio IFSC, para trazer discussões em torno do seguinte tema: “Futuro da profissão docente numa sociedade em transformação”. “Durante a SeLic, nosso foco foi, como sugere o tema, clarear a mente dos participantes no que diz respeito à profissão ‘professor’, mostrar as possibilidades da carreira e motivá-los a seguí-la”, explica a docente do IFSC e orientadora da SeLic, Cibelle Celestino Silva.

Mas, o que há para ser discutido com os futuros professores (tendo em vista que o público-alvo da SeLic são alunos da licenciatura)? Para esse importante debate e reflexão, docentes renomados na área de ensino estiveram presentes no evento para proferir palestras e, com otimismo, tocar os participantes para seguir a carreira docente e reverter o quadro educacional do país.

De acordo com o Governo Federal, na educação básica, dos quase 60 mil professores de física espalhados pelo país, nem 10 mil possuem diploma de graduação. No que diz respeito ao ensino de química, o quadro também é preocupante: dos quase 54 mil docentes, nem 15 mil são diplomados. “As causas disso são muito amplas e complexas. Uma delas, certamente, é a formação dos professores”, afirma a docente do Instituto de Física (IF/USP), Maria Regina D. Kawamura, umas das palestrantes convidadas da Semana.

A desvalorização do professor, somada à falta de investimento em sua qualificação, coloca não só o docente, mas, principalmente, o aluno numa situação prejudicial, mostrando que a educação no país caminha em círculos viciosos, tendo sua qualidade comprometida.

Para o docente da Faculdade de Educação (FE/USP), Maurício Pietrocola P. de Oliveira, uma maneira imediata de amenizar o problema seria, justamente, oferecer maiores salários aos professores. “Como em qualquer profissão, existem professores muito bem remunerados, mas é uma minoria. Portanto, dobrar o salário dos professores seria uma primeira ação de estímulo imediato. Depois, teríamos que esperar para ver os resultados”.

SeLic-2No entanto, quando o assunto é Química ou Física, a situação é mais complicada. Primeiramente, pela escassez de professores nessas disciplinas, como já citado anteriormente. Além disso, o excesso de conteúdo teórico excede, expressivamente, aulas com conteúdo prático que, por sua vez, poderiam tornar as disciplinas mais didáticas e inteligíveis ao estudante. “Certamente, os professores já graduados possuem estratégias necessárias para envolver os alunos. Mas, por uma leitura macro, que nos mostra que a maioria dos professores não tem formação superior, existem estudantes que não foram preparados para serem professores. Então, a estratégia destes é reproduzir as do ensino que tiveram quando alunos”, explica Maurício.

A isso, complementa o docente, no caso específico da disciplina de física, soma-se a desvalorização social da profissão, a falta do diploma, além da pressuposição do modelo curricular antigo, no qual a necessidade de alunos proficientes em ciências sempre foi pequena. “A realidade, hoje, mostra outro quadro: dobrou-se o número de vagas nas universidades federais e, ao mesmo tempo, não se consegue ter o dobro de profissionais formados”.

Ou seja, uma infraestrutura decente apararia algumas arestas, mas concentrar esforços na capacitação e qualidade de formação dos futuros docentes deve ser prioridade. Maurício cita o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) como uma das ações implementadas para melhorar esse quadro. “Trata-se de um programa que tem um objetivo muito simplório, mas que tem tido um impacto muito grande. Através dele, você tenta aproximar os alunos da licenciatura à arte de ser professor. A taxa de evasão nos cursos de licenciatura diminuiu muito depois do lançamento desse programa”, conta.

Maria Regina traz um cenário mais otimista. Embora o quadro macro se apresente desanimador, ela afirma que há muitas escolas e professores que sabem como trabalhar o conteúdo em sala de aula. Mas faz uma ressalva. “Muitas ações, como, por exemplo, a formação continuada de professores, acaba sendo uma gota no oceano. Há pouco espaço para ver os frutos dessas ações, especialmente no estado de São Paulo, com sua enorme diversidade e tamanho da rede de ensino”.

Na opinião de Cibelle, no que se refere à educação nas disciplinas de ciências exatas, já se chegou ao “fundo do poço” e a tendência, a partir de agora, é a melhora, mesmo que de forma lenta e gradual. Para ela, iniciativas como a SeLic podem trazer esclarecimentos aos alunos, estimulando-os a finalizar o curso de licenciatura e seguir a carreira docente. “A SeLic priorizou o tema do futuro da carreira docente, pois esse é um tema que incomoda, mas de maneira positiva, pois incita reflexão por parte dos alunos”.

SeLic-1Na SeLic, que será encerrada em 24 de agosto, tanto Maria Regina quanto Maurício proferiram palestras. Com o foco de suas pesquisas voltado ao ensino, o lema foi motivar os ouvintes das referidas palestras. Porém, o verdadeiro desafio posto aos docentes brasileiros, além de prender a atenção do aluno em sala de aula, é conseguir recompor sua valorização. Como isso pode ser feito?

Não há ainda uma resposta concreta para tal pergunta. Maria Regina diz que é preciso “pensar novo”. Maurício, citando ideias do filósofo francês, Gaston Bachelard, acredita que a criação, imaginação e racionalidade se combinam para trazer a capacidade de aprendizado no mundo atual.

Mas, independente de quaisquer ações, novas ou antigas, os professores precisam ainda vencer muitos desafios. Recompor a valorização dos docentes pode ser o primeiro passo para que a educação do país saia do “fundo do poço” e chegue a um nível aceitável. E, com isso em prática, pode ser que as próximas gerações de educadores tenham motivação e estímulo suficiente para pintar um cenário ideal para educação brasileira.

Assessoria de Comunicação

28 de agosto de 2012

USP é primeira ibero-americana

O Scimago Lab divulgou a terceira edição do Ranking Ibero-Americano SIR, onde constam 1.401 instituições de ensino superior que publicaram pelo menos um artigo científico indexado na base de dados Scopu,s no período de 2006 a 2010.

Universidades brasileiras são destaque no ranking, ocupando quatro posições entre as dez primeiras. A Universidade de São Paulo (USP) é a número 1, com um índice de 44.610 no indicador de Produção Científica, que mede o número de documentos publicados por cada instituição. A Universidad Nacional Autónoma de México vem em segundo lugar, com 18.350.

A terceira posição, entre os países ibero-americanos, ficou com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com 16.154 de Produção Científica, seguida pela Universitat de Barcelona (15.290), Universidade Estadual Paulista, Unesp (15.047) e Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ (13.560).

Completam a lista das dez primeiras, quatro universidades da Espanha: Universitat Autònoma de Barcelona, Universidad Complutense de Madrid, Universitat de Valencia e Universitat Politècnica de Catalunya.

A Universidade do Porto é a primeira portuguesa, em 11º, e a Universidad de Buenos Aires a primeira argentina, em 14º.

Das 100 instituições de ensino superior com melhor colocação no SCImago Institutions Rankings, 29 são do Brasil – o México vem na segunda posição, com 14. Entre as 100 instituições da América Latina, o Brasil responde com quase metade – 48.

O Ranking SIR apresenta quatro indicadores que retratam a investigação das instituições e oferecem um meio de análise para avaliar o rendimento científico. Além da Produção Científica, utiliza taxa de Colaboração Internacional, a Qualidade Científica Média e a taxa de Publicação em Revistas de Prestígio, que indicam, respectivamente, o grau de internacionalização, a visibilidade científica e a capacidade que têm as instituições de ensino superior para publicar nas revistas com mais prestígio.

No SIR World Report 2012, que avalia 3.290 instituições, a USP está atrás apenas da Universidade Harvard (Estados Unidos), do Instituto Max Planck (Alemanha) e das universidades de Tóquio (Japão), Toronto (Canadá) e Tsinghua (China) entre as institituições de ensino superior – não considerando as academias de ciência e centros nacionais de pesquisa.

O SCImago Institutions Rankings é um projeto de avaliação da investigação científica em universidades e instituições de pesquisa desenvolvido pelo grupo SCImago a partir da base de dados Scopus da Elsevier, resultado do acordo de colaboração entre as entidades.

Mais informações sobre este assunto poderão ser encontradas no site www.scimagoir.com

 

Assessoria de Comunicação, com informações da Agência FAPESP

28 de agosto de 2012

Rede SIBRATEC (EMOH)

A Rede SIBRATEC de Equipamentos Médicos, Odontológicos e Hospitalares (Rede EMOH) abriu as seguintes posições de trabalho:

Técnico para assuntos administrativos (1, período integral):

São exigências para o desempenho da Categoria Profissional: Possuir 18 anos completos; Ensino Médio completo, no mínimo; Conhecimento de Informática; Conhecimento de inglês falado e escrito; Experiência de três anos na área; Estar em dia com as obrigações da legislação eleitoral e, se do sexo masculino, do Serviço Militar;

Atividades gerais: Executar atividades de apoio técnico em nível médio, que exigem treinamento e/ou formação específicos na área de atuação, observando instruções e regulamentação próprias, podendo atuar nas áreas administrativa, de ensino, pesquisa, extensão, saúde e serviços.

Atribuição Sumária: Executar trabalhos de apoio técnico relacionados às áreas administrativa, jurídica, financeira, recursos humanos, de documentação e informação, envolvendo o controle e registro das atividades, a análise e classificação de documentos, o levantamento de dados e informações para elaboração de relatórios, observando-se os dispositivos legais e normas.

Assessor Técnico Jurídico (1, período integral): Assessor Técnico Jurídico para acompanhamento de convênios.

Exigências para o desempenho da Categoria Profissional: Possuir Ensino Superior completo; Conhecimento de Informática; Conhecimento de inglês falado e escrito. Experiência de cinco anos na área; Estar em dia com as obrigações da legislação eleitoral e, se do sexo masculino, do Serviço Militar;

Atividades gerais: Executar atividades de apoio técnico jurídico para os acordos de cooperação entre os Centros de Inovação e empresas.

Atribuição Sumária: Executar trabalhos de apoio técnico jurídico ao Núcleo de Coordenação da Rede EMOH, Centros de Inovação e Empresas na elaboração de minutas de contratos, convênios, arranjos de colaboração e etc., que exijam formação específica na área de atuação, observando os regulamentos jurídicos das instituições envolvidas. Deverá ter familiaridade com as áreas administrativa, pesquisa, extensão e inovação. Deverá desempenhar tarefas relacionadas às áreas administrativa, jurídica, financeira, recursos humanos, de documentação e informação, envolvendo o controle e registro das atividades, a análise e classificação de documentos, o levantamento de dados e informações para elaboração de relatórios, observando-se os dispositivos legais e normas.

Especialista para assuntos administrativos (1, período integral). Assessor Administrativo para Gerência da Rede EMOH.

São exigências para o desempenho da Categoria Profissional: Possuir Ensino Superior Completo; Conhecimento de Informática; Conhecimento de inglês falado e escrito; Experiência de cinco anos na área; Estar em dia com as obrigações da legislação eleitoral e, se do sexo masculino, do Serviço Militar;

Atividades gerais: Executar atividades de apoio administrativo na gestão e operação da rede EMOH, que exigem treinamento e/ou formação específicos na área de atuação, observando instruções e regulamentação próprias, podendo atuar nas áreas administrativa, de ensino, pesquisa, extensão, saúde e serviços.

Atribuição Sumária: Executar trabalhos de apoio ao Núcleo de Coordenação da Rede EMOH na sua gestão e operação, relacionados às áreas administrativa, jurídica, financeira, recursos humanos, de documentação e informação, envolvendo o controle e registro das atividades, a análise e classificação de documentos, o levantamento de dados e informações para elaboração de relatórios, observando-se os dispositivos legais e normas.

Especialista em Informática (Período integral). Especificação, acompanhamento do desenvolvimento e gerencia de conteúdo do portal da Rede EMOH.

São exigências para o desempenho da Categoria Profissional: Possuir Ensino Superior Completo; Conhecimento de Informática; Especialização em cursos de eletrônica ou computação, web design e informática também serão considerados na avaliação; Conhecimento de inglês falado e escrito; Experiência de pelo menos 3 anos na área; Estar em dia com as obrigações resultantes da legislação eleitoral e, se do sexo masculino, do Serviço Militar.

Atividades gerais: Executar atividades de apoio técnico em informática à rede EMOH de centros de inovações.

Atribuição Sumária: Prestar suporte técnico em informática a rede EMOH, definir juntamente com fornecedores / provedores de serviços o sistema de informação da rede (portal e bases de dados); Verificar o funcionamento dos hardwares e softwares, contratando serviços de manutenção, visando atender as necessidades da rede com a máxima agilidade; Realizar backup (cópia de segurança) dos sistemas existentes e controlar o arquivamento dos mesmos, visando resguardar os dados e informações da Rede; Poderá atuar nas áreas de documentação e informação, envolvendo o controle e registro das atividades do portal, a definição de formulários para cadastro de instituições e empresas, a análise e classificação de documentos recebidos, o levantamento de dados e informações para elaboração de relatórios, observando-se os dispositivos legais e normas.

Consulte no link abaixo o documento original e não esquecer de identificar no campo Assunto a posição de trabalho pretendida.

Contatos: jorge.sampaio.gm@gmail.com ou goiano@if.sc.usp.br

SIBRATEC

27 de agosto de 2012

Pesquisadora da FFCLRP/USP realiza pesquisa para compreender formação do físico

Sob coordenação do docente da Faculdade de Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP/USP), Marcelo Mulato, a doutoranda do Departamento de Física da referida faculdade, Shirlei Dezidério, está realizando uma pesquisa para compreender como se dá a formação do físico nas universidades e instituições de ensino brasileiras.

Aqueles que optarem por colaborar com a pesquisa (que podem ser tanto estudantes de cursos de licenciatura ou bacharelado em física, estudantes de pós-graduação em cursos de física ou professores de física que ministram aulas em instituição de ensino superior), devem acessar o endereço eletrônico http://dcm.ffclrp.usp.br/famb/pesquisa/index.php e responder a um dos três questionários postados na página (que estão separados em diferentes categorias).

A pesquisa, registrada e aprovada pelo comitê de ética em pesquisa vinculada à USP por meio da FFCLRP/USP, foi autorizada previamente pela direção da instituição e o questionário leva apenas alguns minutos para ser respondido.

Em caso de dúvidas ou sugestões, basta enviar e-mail para shirleind@pg.ffclrp.usp.br

Assessoria de Comunicação

 

27 de agosto de 2012

Processo seletivo da Paris Tech abre inscrições

O Institut des Sciences et Technologies do Paris Institute of Technology está com inscrições abertas até o dia 1º de outubro para o processo seletivo de programas master de centros franceses de pós-graduação em engenharia, direcionados a estudantes de ciências e tecnologia.

Para candidatar-se ao processo seletivo, os interessados devem contatar a coordenação internacional de sua referida universidade, que organizará uma pré-seleção dos candidatos, bem como o apoio ao processo local de seleção.

Mais detalhes e informações podem ser conseguidos através do endereço eletrônico

http://www.paristech.org/index.php/fre/Admissions/Etudiants-internationaux/Programme-de-recrutement-Bresil.

Assessoria de Comunicação

27 de agosto de 2012

Curso de informática básica para funcionários do IFSC

O comitê de Treinamento e Desenvolvimento (T&D) do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) informa que estão abertas as inscrições para o curso de informática básica, que será oferecido exclusivamente aos funcionários do Instituto, de nível básico ou técnico, com pouca experiência em uso do microcomputador.

O curso tem como objetivo mostrar algumas ferramentas essenciais para o uso do microcomputador, para facilitar tarefas cotidianas do trabalho.

O curso será ministrado pelo técnico em informática do IFSC, Savério Daniel L. Salvagni e será realizado de 24,25 e 26 de setembro e 1º e 2 de outubro, no prédio dos Laboratórios de Ensino de Física (LEF), das 8 às 10 horas.

Os interessados em participar devem entrar em contato com a secretária do Comitê de T&D, Nilzelí Aparecida Nery, pelo ramal 739876.

Assessoria de Comunicação

27 de agosto de 2012

O biochip que recuperará movimentos perdidos

A complexidade das ações que gerem nosso corpo é algo conhecido por muitos, tanto por pesquisadores da área de saúde, até os mais leigos. E, a maneira como o corpo humano tem conseguido acompanhar tal evolução tecnológica vem a ressaltar sua complexidade e inteligência.

Exemplo disso é como o organismo é capaz de absorver substâncias estranhas a ele e incorporá-las, como se dele fizessem parte. Os implantes de titânio, elemento químico da família dos metais, revolucionaram os tratamentos dentários há quinze anos. Os polímeros, usados também há algum tempo para encapsular diversos medicamentos que ingerimos, já foram aceitos pelo nosso corpo sem nenhuma rejeição ou efeito colateral.

Mas, no século XXI, esses materiais e procedimentos parecem ser da idade da pedra se comparados com a ambição de um time de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) que, em conjunto com colegas de outras universidades, pretendem, nada menos, que implantar um chip no cérebro, capaz de enviar sinais do córtex motor* para um dispositivo fora do corpo, gerando a possibilidade de devolver os movimentos a membros do corpo humano sem funcionamento ou, até mesmo, inexistentes. Tal chip será integrado a uma antena e a alguns eletrodos, se configurando num dispositivo nomeado Interface Neural Implantável que, metaforicamente, é como se fosse um bluetooth do cérebro.

O material eleito para a criação dessa interface é o carbeto de silício (SiC), em princípio totalmente compatível com o corpo humano, que carrega propriedades semicondutoras e, ao mesmo tempo, cerâmicas, sendo três vezes mais flexivel e resistente do que o silício. Uma vez implantado no cérebro, enviará sinais deste para o membro que deve se mover: braço ou perna.

Através dessa tecnologia revolucionária, mesmo aqueles que perderam algum membro terão de volta o movimento perdido. Nesses casos, entrará em cena um exoesqueleto, que vem sendo confeccionado na Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP) sob a coordenação do docente Adriano Almeida G. Siqueira. Dessa forma, sinais elétricos do cérebro serão enviados ao chip que, por sua vez, enviarão o comando ao exoesqueleto, permitindo que o movimento seja feito.

No entanto, antes de se chegar ao carbeto de silício, o docente da University of South Florida (USA) e professor-visitante do Instituto de Ciências Matemáticas e da Computação (ICMC/USP), Stephen E. Saddow, um dos participantes da pesquisa em questão, testou outros materiais que, num curto período de tempo, mostraram-se incompatíveis com o corpo humano. Entre os candidatos, o silício foi um deles, que só conseguiu permanecer no organismo por alguns meses. A segunda tentativa foi encapsular o silício com cerâmica, mas, alguns anos depois, a rejeição das células humanas ao material levou ao insucesso da experiência. “Pessoas não podem fazer cirurgias no cérebro a cada cinco anos. Primeiro, porque, a cada cirurgia, tecidos do cérebro são mortos e danificados. Segundo, porque elas não terão condições de arcar com esse custo”, justifica Stephen sobre o curto prazo de validade dos maInterface-2teriais testados até o momento.

Mas, com o SiC, o cenário é outro. Experiências em seres humanos ainda não foram feitas, mas nos testes in vitro – feitos com células de seres humanos, analisadas em placas de Petri-, os resultados com o carbeto são animadores. “Até o momento, não houve reação ao SiC. Se você comparar com o tempo de resposta dos outros materiais testados, como o silicone, a rejeição química das células humanas ocorreu em alguns dias. A experiência com o SiC foi feita há um mês e até o momento não houve nenhuma reação química às células”, comemora Stephen. “Mesmo que um mês não sejam 15 anos, essa primeira resposta é muito promissora”.

Da ficção para realidade

O experimento é algo novo na história da ciência, isso porque, além do ineditismo do local onde se pretende fazer o implante, trata-se de um ambiente inóspito, com corrente sanguínea e reações químicas ocorrendo constantemente e todo cuidado é pouco. Portanto, em conjunto com Stephen, o docente do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Valtencir Zucolotto, oficializará uma colaboração na qual, utilizando seus conhecimentos em nanotoxicologia, estudará a toxicidade e biocompatibilidade dos novos materiais que estarão no cérebro humano. “Colocaremos os materiais em contato com células humanas neuronais. Os testes serão in vitro, em princípio, e posteriormente pretende-se avançar para testes in vivo, com roedores”, esclarece Zucolotto.

No ICMC, o docente, Mário Alexandre Gazziro trabalha com a otimização de consumo de energia na Interface Neural Implantável que será criada, além de um equipamento (já construído) capaz de fazer um mapeamento tridimensional do corpo humano. “O consumo é um fator critico no desenvolvimento da interface cerebral sem fios, pois quanto maior é a quantidade de eletrodos, melhor a precisão do movimentos realizados; porém, mais eletrodos representam maior consumo. Vamos começar com três eletrodos, possibilitando movimentos com poucos graus de liberdade. O ideal seriam 100 eletrodos para diversos graus de liberdade. Porém, com 1000 eletrodos é possível reproduzir os graus de movimento complexos de uma mão com todas as articulações dos dedos. Logo, redução do consumo de energia permite a inclusão de mais eletrodos, sendo que esse será sempre um fator a otimizar na interface proposta”, explica Gazziro.

Interface-4Ainda dentro do projeto, o docente do IFSC, Cléber Renato Mendonça, é atualmente responsável pela microfabricação a laser. Para completar o time, o docente da Universidade Federal do ABC (UFABC), Carlos Alberto dos Reis Filho, desenvolverá a parte de eletrônica analógica do chip e supervisionará o projeto da antena.

Até o momento, os resultados oferecidos pela pesquisa básica têm trazido entusiasmo aos pesquisadores. Sua aplicação, no entanto, caminha a passos cautelosos. “Para que os Interfaces Neurais Implantáveis estejam no mercado, a previsão mais realista é de dez a vinte anos. A conclusão dos estudos, no entanto, deve ser feita em cinco anos”, conta Stephen. “Minha esperança é que consigamos fechar os testes com humanos em seis anos. Se atingirmos essa meta, o chip irá para o mercado mais rapidamente”.

O SiC já vem sendo utilizado em interfaces musculares, ou seja, no sistema nervoso periférico. Nesse novo projeto, inicia-se seu uso no sistema nervoso central, sendo que as respostas imunológicas do organismo, nesse último, são completamente diferentes. Daí o longo prazo para validação clínica do sistema (estimado em três anos para testes em ratos e 15 anos para testes com humanos), ou seja, para que esse produto efetivamente chegue ao mercado.

Entretanto, para aqueles que até hoje só puderam acompanhar, na ficção, a recuperação de movimentos, em princípio irreversíveis, já podem comemorar. Ao que tudo indica, a espera valerá a pena.

*região do cérebro responsável pelo controle das atividades motoras

Assessoria de Comunicação

27 de agosto de 2012

Balanço de um curso noturno e gratuito que forma professores

Chegou ao fim a VII SELIC – Semana da Licenciatura em Ciências Exatas, um evento que decorreu entre os dias 20 e 24 de agosto, no Instituto de Física de São Carlos, e que esteve subordinado ao tema O Futuro da Profissão Docente numa Sociedade em Transformação.

Organizado por uma comissão formada por alunos do Curso de Licenciatura do IFSC, com a coordenação da Profa. Dra. Cibelle Celestino Silva, este evento apresentou palestras, mini-cursos e oficinas, com destaque para a programação do último dia (24), onde a Profa. Dra. Salete Linhares Queiroz apresentou uma interessante palestra em foi mostrada a evolução do Curso de Licenciatura em Ciências Exatas, desde sua origem, em 1992, até ao presente momento.salete

O Curso de Licenciatura em Ciências Exatas decorre no período noturno – portanto, pós-laboral -, é gratuito, e visa formar professores na área de ciências exatas (matemática, física e química) para os ensinos fundamental e médio, sendo que os alunos podem se candidatar a bolsas de estudo.

Com um apelo forte à participação de interessados residentes na cidade de São Carlos e região, por forma a que, no futuro, desenvolvam sua atividade profissional nesses mesmos lugares, um dos dados apresentados na palestra da Profa. Dra. Salete Queiroz mostrou o resultado de um questionário que foi feito aos 297 egressos que concluíram este curso, sendo que responderam 138. Deste número, chegou-se à conclusão que 73 são professores em São Carlos, enquanto que 59 desenvolvem sua atividade no Estado de São Paulo, 5 em outros estados do país, e 1 no exterior: por outro lado, 47 deles já concluíram uma pós-graduação e 41 estão prestes a concluir, o que motiva os responsáveis pelo curso a continuar em frente, cada vez com mais entusiasmo.

Como já referimos acima, este curso dá acesso a uma atuação direta nos Ensinos Fundamental e Médio, cursinhos, bem como no desenvolvimento de trabalhos em grupos de pesquisa na área de ciências.

Assessoria de Comunicação

23 de agosto de 2012

Alunos do ensino médio visitam IFSC

Cerca de 120 alunos do ensino médio, oriundos de escolas das cidades de Araraquara, Rio Claro e Taiaçu (SP), visitaram o IFSC na manhã do dia 23 de agosto, no âmbito do programa intitulado A Universidade e as Profissões. IFSC2Os jovens tiveram a oportunidade de receber informações sobre os cursos da USP, com especial incidência para os quatro existentes no Instituto de Física de São Carlos, as principais saídas profissionais, apoios concedidos pela universidade aos jovens estudantes, bem como as particularidades da própria cidade de São Carlos, enquanto Capital Nacional da Tecnologia.

A restante programação incluiu um show de física, visitas aos laboratórios do IFSC e a todo o Campus I da USP, por forma a que os alunos ficassem com um conhecimento mais profundo sobre o que esta universidade lhes pode oferecer.

O programa A USP e as Profissões é uma iniciativa da Pró-Reitoria de IFSC1Cultura e Extensão Universitária da USP, tendo como objetivo principal fornecer subsídios aos estudantes para que, com a ajuda de professores e familiares, eles possam se orientar na escolha de uma carreira profissional de ponta.

Este evento foi coordenado pelo Prof. Dr. Luiz Agostinho Ferreira, Presidente da Comissão de Cultura e Extensão do IFSC, que esteve acompanhado por Herbert Alexandre João (Educador-IFSC) e Cláudio Boense Bretas (Técnico de Laboratório), ambos responsáveis pela recepção e palestras ministradas aos alunos.

Assessoria de Comunicação

21 de agosto de 2012

Aluno arrecada dois prêmios em jornada de RMN

Tem 21 anos, é natural de Poços de Caldas (MG), cidade onde sua família reside, está no último ano de Graduação, no IFSC, e já decidiu o rumo do seu futuro: quer seguir a pesquisa na academia, ser um cientista.

Ítalo Augusto Cavini pertence ao seleto grupo de jovens estudantes brasileiros que escolheu a ciência para fazer parte de sua vida. Aluno brilhante, desde muito cedo que Ítalo se sentiu atraído pela área das ciências exatas e eis que sua escolha recaiu no IFSC, para seguir a via científica: está concluindo seu 4º ano (último da Graduação) do curso de Ciências Físicas e Biomoleculares do IFSC, e sua sede pelo conhecimento é insaciável.

No início desta sua caminhada pelo ensino superior, Ítalo teve o privilégio de encontrar alguém que o tem acompanhado no seu despontar para a ciência, alguém que, com ele, estabeleceu algo que poderemos chamar de uma parceria feliz: a docente e pesquisadora do IFSC, Profa. Dra. Claudia Munte, há três anos no Instituto, tem observado, acompanhado e orientado o trabalho deste jovem, que, segundo ela, “é um viciado em pesquisa”.

O entusiasmo de Ítalo, sua entrega total ao trabalho e ao estudo, bem como suas ambições futuras, derivam também, de alguma forma, de sua participação no MIGra, um programa de Mobilidade Internacional para Alunos de Graduação do IFSC, institucionalizado pela Diretoria do Instituto, cujo objetivo é promover a realização de estágios em instituições de pesquisa no exterior, com foco para alunos que se destaquem pelo seu rendimento na Graduação, com ênfase em trabalhos que estejam inseridos em projetos de iniciação científica.

italo400Ítalo participou, durante o primeiro mês deste ano, do Programa MIGra, juntamente com sua colega Erika Chang de Azevedo (outra estudante brilhante), na Universidade de Regensburg, localizada perto de Munique, Alemanha, beneficiando de projetos e de colaborações várias que existem entre o Prof. Dr. Dr. Hans Robert Kalbitzer, pesquisador dessa instituição, e a Profa. Munte. Aí, e pela primeira vez na sua vida, Ítalo passou um mês fora do Brasil, dedicando-se a fazer espectros de RMN (Ressonância Magnética Nuclear), e segundo ele, a experiência foi fantástica:

Foi absolutamente fantástico, não só porque tive a oportunidade de fazer diversos trabalhos laboratoriais, como também observar e beneficiar de toda a incrível infraestrutura dessa universidade. Foram portas que se abriram na minha cabeça e isso contribuiu também para eu apostar no trabalho que viria seguidamente, refere o jovem estudante.

E o que viria a seguir foi a sua participação na XII Jornada Brasileira de Ressonância Magnética, realizada entre os dias 31 de julho e 03 de agosto último, no IFSC, promovida pela AUREMN – Associação de Usuários de Ressonância Magnética Nuclear (AUREMN), com o apoio do Instituto de Física de São Carlos/USP.

No evento, que teve carácter interdisciplinar, Ítalo Cavini apresentou, perante empresários, alunos e renomados cientistas da área, dois trabalhos – um oral, que foi avaliado pelos membros da AUREMN, e outro em forma de pôster, que foi avaliado pelos membros da indústria presentes no evento -, ambos subordinados ao mesmo título: Investigação do Equilíbrio Monômero-Dímero da Canacistatina-1 por Ressonância Magnética Nuclear de Alta Resolução. O trabalho de Ítalo foi baseado em resultados de espectros de RMN que estão sendo feitos na Alemanha, desde 2010, em especial as medidas de alta pressão por ele realizadas em janeiro desse ano, graças ao apoio financeiro do MIGra, causando reações muito positivas no decurso do evento. Ítalo ganhou o primeiro lugar entre as apresentações orais, traduzido em uma inscrição e estada no Royal Tulip Rio de Janeiro Hotel para o congresso ISMAR, que se realizará no Rio de Janeiro, em 2013. Seu trabalho também recebeu a premiação como melhor pôster, traduzido em um cheque de R$ 350,00:

Estava à espera de um bom resultado na apresentação deste trabalho, tanto no aspecto oral, como no pôster, mas nunca pensei em conquistar dois prêmios, refere Ítalo, com humildade.claudia380

A Profa. Claudia Munte sente uma enorme felicidade por ver seu aluno singrar na trilha académico-científica: Eu dei muita sorte. Ter alunos deste calibre é uma verdadeira felicidade, principalmente porque faz apenas três anos que estou no IFSC como professora. Agora, quero que ele vá mais longe; espero que ele faça, após seu mestrado aqui no IFSC, um doutorado completo no exterior, talvez nos Estados Unidos ou na Grã-Bretanha, até para que ele tenha possibilidade de dominar o idioma, refere Munte.

Para Ítalo Cavini, o rumo está definido: Vou seguir em frente na pesquisa acadêmica, na área de biofísica, principalmente no uso de RMN, tendo em vista o desenvolvimento e a determinação de estruturas que possam abrir portas para o tratamento de diversas doenças, conclui o jovem.

Se este jovem estudante é motivo de satisfação e de reconhecimento para seus familiares e professores, com certeza ele é, também, um motivo de orgulho para a toda a comunidade do Instituto de Física de São Carlos, que vê assim este jovem aluno despontar para o desenvolvimento da ciência brasileira.

Assessoria de Comunicação

21 de agosto de 2012

VII SELIC – Semana da Licenciatura em Ciências Exatas

Decorreu no dia 21 de agosto, no Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas, com início pelas 19 horas, a abertura oficial da VII SELIC – Semana da Licenciatura em Ciências Exatas, um evento que se prolongará até dia 24 de agosto.

Subordinado ao tema Futuro da Profissão Docente numa Sociedade em Transformação, o primeiro dia de trabalhos contou com a presença do Prof. Maurício Pietrocola Pinto de Oliveira (FEUSP), que proferiu a palestra de abertura, tendo-se seguido a intervenção da Profa. Maria Regina Dubeux Kawamura, que dissertou sobre o tema Educação em transição: qual o lugar do professor.MESA

No dia 21 – segundo dia do evento – , a partir das 19 horas, Marcos Michel Souza, doutorando da USP, coordenará a oficina de confecção de materiais instrucionais: Educação Especial no Ensino de Ciências.

A sessão de abertura da VII SELIC foi presidida pelo Diretor do IFSC, Prof. Dr. Antonio Carlos Hernandes, acompanhado por representantes das restantes Unidades do Campos USP de São Carlos e pela docente coordenadora do evento, Profa. Dra. Cibelle Celestino Silva.

Assessoria de Comunicação

20 de agosto de 2012

Concurso de Fotografias do IFSC prorroga inscrições

Foram prorrogadas as inscrições da 3ª edição do “Concurso de Fotografias do IFSC”. Os participantes têm até o final da semana, 24 de agosto, para se inscrever no concurso.

O concurso, uma iniciativa comandada pela Comissão Gespública de Gestão da Qualidade e Produtividade do IFSC/USP, tem por objetivo atualizar o banco de dados de fotos artísticas do Instituto. 

As fotos entregues nessa edição, no entanto, devem se ater ao tema proposto pelo CGQP: Pesquisa e Inovação no IFSC.

As três fotos mais votadas receberão prêmios: o 1º lugar será premiado com uma TV 40″ Samsung LED, o 2º com um Tablet Samsung e o 3º com um iPhone 3GS.

Para acesso ao regulamento do concurso, acesse a página do “IFSC com Arte”.

Assessoria de Comunicação

20 de agosto de 2012

Programa recebeu docente da Unicamp

O docente do Instituto de Matemática, Estatística e Ciência da Computação da Unicamp, Alberto Saa, esteve no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), no dia 16 de agosto, pelas 16h30, onde falou sobre os Problemas multiparamétricos de autovalores e o espectro Laplaciano.

O evento fez parte do Café com Física, programa que visa promover discussões científicas entre pesquisadores das mais diversas áreas de física, através de seminários de pesquisa.

Para mais informações sobre o Café com Física, acesse

http://www.ifsc.usp.br/~cafecomfisica/

Assessoria de Comunicação