Notícias

4 de outubro de 2014

Artigo científico do IFSC-USP é destaque

O artigo científico intitulado Optimization of photodynamic therapy using negative pressure, da autoria dos pesquisadores do IFSC-USP, Vanderlei Salvador Bagnato, PF Menezes e MB Requena, foi escolhido como destaque da edição de 01 de outubro da revista científica Global Medical Discovery, na área Key Clinical Research.

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Assessoria de Comunicação

3 de outubro de 2014

O fantástico computador quântico de dois q-Bits

Decorreu no dia 3 de outubro, pelas 10h30, no Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas, mais uma edição do programa Colloquium diei. Na ocasião, o Prof. Dr. Ivan dos Santos Oliveira Jr., do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), apresentou o seminário intitulado O fantástico computador quântico de dois q-Bits.

Ao longo dos últimos 20 anos, o processamento da informação quântica (PIQ) se Ivan1-300estabeleceu como uma nova e excitante área da Física. Muito mais do que uma promessa de novas tecnologias para computação e comunicação, estudos do PIQ levaram a uma enormidade de novos conceitos e aprofundaram a nossa compreensão sobre a própria Mecânica Quântica. O paradigma de processador utilizado em todo este desenvolvimento é o sistema mais simples possível: um computador quântico de apenas dois q-Bits. Neste colóquio, Ivan apresentou a versão deste computador na técnica da Ressonância Magnética Nuclear (RMN), e uma parte da incrível variedade de estudos realizados em tal sistema.

Bacharel em física pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, mestre em física pelo Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas e doutor, também em Física, pela Universidade de Oxford, Reino Unido, Ivan Ingressou como pesquisador no CBPF em 1996, tendo atingido a posição de pesquisador titular III em 2013. O docente possui experiência na área de Física, com ênfase em Materiais Magnéticos, Propriedades Magnéticas, Instrumentação para RMN, Computação Quântica por Ressonância Magnética Nuclear e Divulgação Científica.

Para conferir o perfil profissional completo do docente, clique AQUI

Assessoria de Comunicação

3 de outubro de 2014

Biblioteca realiza Oficina de Patentes

Durante toda tarde de quarta-feira, 1º de outubro, foi realizada a Oficina de Patentes, uma iniciativa conjunta da biblioteca do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e da Agência USP de Inovação.

Oficina_de_PatentesA Oficina foi inserida no programa Café & Informação, ação organizada pela biblioteca do IFSC desde 2012, e que tem como principal objetivo promover a integração entre diversos atores da comunidade USP envolvidos na transmissão de dados e informações diversas. “Nessa ação, procuramos sempre trazer temas e palestrantes que não fossem, somente, do interesse de bibliotecários, mas também do público geral”, explica a diretora da biblioteca do IFSC, Ana Mara Marques da Cunha Prado. “Já tivemos palestras que trataram de Script Lattes e e-books, por exemplo”.

Com a criação, em 2014, da Comissão de Inovação Científica e Tecnológica (CICT) do IFSC, fez-se necessário um grande levantamento de patentes e notou-se uma carência de informações a respeito do assunto, o que gerou a escolha do tema do Café & Informação deste ano e, consequentemente, a realização da Oficina de Patentes, que totalizou 39 inscritos advindos de todas as Unidades da USP São Carlos.

A Oficina foi ministrada por Daniel Dias, agente de inovação da Agência USP de Inovação. Daniel foi um dos responsáveis pela montagem de um tutorial no qual são descritos, passo a passo, os procedimentos necessários para o registro de patentes bem como o auxílio na busca de patentes já registradas, inclusive fora do país.

Baseado em um artigo do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), durante a Oficina, Daniel abordou pontos principais como pré-requisitos para registro de patentes, o resgate de informações tecnológicas, exploração de recursos, ferramentas disponíveis, organização de informações etc. “A ideia é que os participantes conheçam cada uma das interfaces disponíveis e que, através disso, seja possível disseminar-se a cultura de leitura de patentes”, explica Daniel.

Depois dessa explanação, ele utilizou como exemplo um registro de patente e fez uma análise detalhada do documento. “Tendo um bom conhecimento sobre o funcionamento do registro de patentes, pesquisadores podem criar filtros de busca mais interessantes, pesquisando os registros por área, por exemplo, e fazer até mesmo análises de produção tecnológica”, explica.

Mesmo que a temática abordada pela Oficina pareça relevante apenas a pesquisadores, muitos outros estão envolvidos no processo do registro de patentes direta e indiretamente, desde técnicos de laboratórios até secretárias de grupos de pesquisa. O fato de todas as vagas da Oficina terem sido preenchidas mostra que, mesmo que distante do ideal, a cultura do registro de patentes tem conquistado um espaço mais significativo no meio acadêmico.

Assessoria de Comunicação

3 de outubro de 2014

Comissão da União Europeia e secretário do MCTI visitam IFSC

Na última sexta-feira, 12, o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) recebeu, por intermédio de sua Comissão de Relações Internacionais (CRInt), quatro membros da NaNoREG, organização europeia responsável pela regulação e comercialização de nanomateriais no continente europeu, e o coordenador geral de micro e nanotecnologia do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Flávio Orlando Plentz Filho.

NaNoREG-3Durante a manhã, alguns membros expuseram seus trabalhos, conheceram parte das pesquisas desenvolvidas pelo Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia (GNaNo) do Instituto, e visitaram as dependências do laboratório em questão. Nas apresentações, estiveram presentes os docentes Tito José Bonagamba (também diretor do IFSC), Richard Charles Garratt e Euclydes Marega Jr., além de diversos alunos de pós-graduação e pós-doutorado que realizam- ou já realizaram- pesquisas no GNaNo.

O primeiro pesquisador a expor seu trabalho foi o espanhol Sergio Moya que, atualmente, trabalha na Nanosafety Cluster, organização europeia que, entre outras coisas, atua como facilitadora na formação de consensos sobre nanotecnologia, harmonização de métodos e busca por patrocinadores advindos tanto da indústria como de outros locais para o financiamento de projetos nessa área.

NaNoREG-1Em sua exposição, alguns tópicos entraram em destaque, como a predição de riscos no uso de nanotoxicologia, além da identificação e classificação de nanomateriais. Sergio também mostrou alguns projetos que já são desenvolvidos na Nanosafety Cluster, e o andamento de algumas pesquisas em desenvolvimento na empresa.

Logo depois, foi a vez de Steffi Friedrichs, diretora geral da Associação de Indústrias de Nanotecnologia (NIA, na sigla em inglês). Além de fazer uma rápida exposição sobre a NIA e NaNoREG, ela falou sobre a importância de parceria entre universidades e indústrias e também sobre a busca de políticas de regulação para fabricação e venda de produtos que têm como base a nanotecnologia. “A NaNoREG tem um papel muito importante nesse cenário, uma vez que reúne muitos membros da União Europeia”, frisou.

Steffi também falou sobre como funcionam as políticas de regulação para o uso de nanomateriais, como são feitos os testes e de que maneira o meio ambiente é afetado. Falou também sobre a avaliação de projetos, pré-requisitos necessários para aprovação e sobre parcerias público-privadas. “Na NaNoREG, já temos 13 países membros da União Europeia e, agora, buscamos parcerias com países de outros continentes, como Austrália, China, Coreia e Brasil”, afirmou.

Para encerrar as apresentações, a pós-doutoranda do GNaNo, Juliana Cancino, traçou um panorama geral sobre as pesquisas realizadas no grupo de pesquisa, ressaltando aquelas relacionadas à aplicação, síntese e caracterização de nanomateriais, principalmente dedicados à medicina. “A aplicação dessa pesquisa não é possível sem a preocupação toxicológica, por isso, temos quatro formas de investigar a toxidade desses materiais à saúde e meio ambiente: utilizando sistemas in vivo, com ratos e peixes, por exemplo, in vitro, através de membranas celulares reconstituídas e com simulação computacional (in silico)”, explicou a pesquisadora brasileira. Todas essas estratégias estão em andamento no GNano.

Por que é importante que o IFSC faça parte da NaNoREG?

A NaNoREG iniciou-se na Europa e ficou condicionada ao espaço europeu durante algum tempo. Graças ao aumento das relações globais e crescimento de pesquisas multilaterais, os europeus decidiram expandir esses conceitos, principalmente com o intuito de fazer uma regulamentação mundial, e não apenas regional, o que permitiu incluir o Brasil na lista de preferências, já que o país é um dos líderes em pesquisas em nanotecnologia na América Latina, inclusive através do GNaNo, criado em 2010 e coordenado, desde então, pelo docente do IFSC, Valtencir Zucolotto, que coordena uma das 6 redes em Nanotoxicologia implementadas nos País em 2012, através de uma iniciativa do MCTI.

A visita da delegação da União Europeia ao IFSC é considerada bastante importante, já que o GNano, como grupo coordenador de uma rede de Nanotoxicologia do MCTI pode, eventualmente, ser um dos grupos de apoio no sistema NaNoREG, e auxiliar na regulamentação de nanomateriais para o comércio.

NaNoREG-2Sobre uma eventual colaboração de pesquisa Brasil-Europa na regulação de nanotecnologia, Flávio Prentz afirma que os europeus possuem grandes projetos nessa área, bem avançados e organizados. Nesse sentido, tal parceria torna-se estratégica para o Brasil. “O NaNoREG visa, principalmente, dar suporte às agências reguladoras e governos do mundo todo e, para isso, fornece bases científicas. O Brasil entrará nesse consórcio de pesquisa tanto como participante ativo nas pesquisas que serão avaliadas como também terá acesso a tudo que é produzido no mundo”, relata. “Dessa forma, as agências reguladoras do país estarão providas de um enorme banco de dados validado e reconhecido internacionalmente, o que possibilitará tomada de decisões importantes no que se refere à nanotecnologia”.

Se fica óbvio dizer que os pesquisadores brasileiros estão ansiosos pela parceria, do lado europeu o entusiasmo também é latente. Steffi diz que já existe uma longa colaboração de pesquisa entre Europa e países da América Latina, incitando o alargamento das mesmas para outros tópicos. “Tenho vindo ao Brasil nos últimos quatro anos, pois já percebi que as indústrias brasileiras gostariam de ver uma representação como temos na Europa referente à regulação de tecnologia”, conta.

De acordo com ela, a motivação para conhecer o IFSC, especificamente, foram as palestras proferidas por Zucolotto, que Steffi já teve oportunidade de assistir mais de uma vez. “Eu pude perceber que Zucolotto já está bem familiarizado nessa área e que realiza pesquisas de alto nível no IFSC. O GNaNo foi o primeiro laboratório selecionado para visita”, conta Steffi que, posteriormente, demonstrou grande entusiasmo com as instalações do laboratório.

Caso a parceria realmente se concretize, o Brasil será representado pelo INMETRO e MCTI, que, inclusive, assinarão os acordos de cooperação entre as instituições brasileiras e europeias. Os pacotes de trabalho, no entanto, serão formatados incluindo outras instituições de pesquisa brasileiras.

Já para o IFSC, particularmente, o peso é ainda maior, pois é mais uma oportunidade para que o Instituto se destacar internacionalmente em mais uma área de grande importância científica e tecnológica.

Assessoria de Comunicação

2 de outubro de 2014

Cursos de física do IFSC – USP com alta adesão

Os dois cursos gratuitos de física – mecânica e eletromagnetismo – (MOOC – Cursos Abertos Intensivos Online), disponibilizados no site Veduca e ministrados pelo docente do IFSC – USP, Vanderlei Salvador Bagnato, atingiram um índice de participação verdadeiramente surpreendente, como se pode constatar nos relatórios recentemente disponibilizados.

Esta é a prova que, de fato, existem bastantes pessoas ávidas por aprender e que a estratégia de disponibilizar cursos gratuitos online está dando resultado.

Para acessar os relatórios dos citados cursos, clique AQUI e AQUI.

Assessoria de Comunicação

2 de outubro de 2014

Presidente do CNPQ ministra palestra no IQSC

Na próxima sexta-feira, 3, o Instituto de Química de São Carlos (IQSC/USP) promoverá palestras em suas dependências das quais duas serão ministradas por docentes do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP).

IQSC-logoA primeira delas, “Inovação curricular a partir da utilização de metodologias ativas de ensino: o caso do Peer Instruction” será ministrada pelo docente Marcelo Alves Barros às 10 horas no anfiteatro A do IQSC.

A segunda, “Cristalografia sem fronteiras”, será ministrada por Glaucius Oliva (também diretor do CNPQ) às 14 horas no anfiteatro térreo do IQSC.

Na mesma data também proferirá uma palestra o docente do National Renewable energy Laboratory (EUA), Su-Huai Wei. Esta acontece também às 14 horas no anfiteatro A do IQSC.

Todas as palestras são gratuitas, no entanto é necessário fazer inscrição previamente através do endereço eletrônico www5.iqsc.usp.br/eventos

Assessoria de Comunicação

2 de outubro de 2014

USP São Carlos realiza 1ª edição da Festa do Livro

Até a próxima sexta-feira, 3 de outubro, acontece a I Festa do Livro USP São Carlos, evento promovido pelo Grupo Coordenador de Cultura e Extensão Universitária da Universidade de São Paulo (USP) e da Editora da USP (Edusp).

Festa_do_Livro_2014No evento, que ocorre das 10 às 21 horas no Espaço Primavera da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP), é possível adquirir títulos das mais diversas áreas do conhecimento. O catálogo das editoras participantes (29, no total) inclui livros acadêmicos e universitários, obras de ficção, artes, infantis e juvenis e outros títulos de interesse geral.

Na Festa, também estão disponíveis para venda três livros de autoria de docentes do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP): A física em São Carlos, A física a serviço da sociedade e As linguagens do conhecimento.

A entrada para o evento é gratuita e diversos livros estarão sendo vendidos com descontos que variam de 30 a 50%.

O Espaço Primavera, que fica no prédio E-1, está localizado à Avenida Trabalhador Sancarlense, 400, Parque Arnold Schimidt.

Com informações da assessoria de comunicação da USP São Carlos

Assessoria de Comunicação

2 de outubro de 2014

Chamadas para o Newton Fund – Reino Unido

As Royal Society, British Academy, Academy of Medical Sciences e Royal Academy of Engineering, em colaboração com o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) e as fundações de amparo à pesquisa estaduais (FAPs), oferecem auxílios no âmbito do Newton Fund, fundo do governo britânico de apoio à pesquisa em ciência e inovação.

Os participantes na iniciativa, incluindo a FAPESP, concordaram em estabelecer inicialmente um programa de três anos, com o objetivo de desenvolver uma comunidade de pesquisa bem treinada e estabelecer conexões de longo prazo entre pesquisadores do Reino Unido e do Brasil.

O programa oferece três oportunidades: Newton Advanced Fellowships, Newton Mobility Grants e Newton International Fellowships.

A primeira chamada dos Newton Advanced Fellowships está aberta a pesquisadores sediados no Brasil para desenvolver projetos que permitam fortalecer a capacidade de pesquisa de seu grupo por meio de treinamento e colaboração com parceiro no Reino Unido.

Os auxílios serão concedidos para períodos de até dois anos para pesquisadores em ciências naturais (incluindo engenharia, pesquisa clínica ou orientada ao paciente), ciências sociais e ciências humanas. Os auxílios poderão ser de até £37 mil por ano. Os interessados devem ter concluído o pós-doutorado há menos de 15 anos e a submissão deve ser feita conjuntamente com o parceiro britânico.

Os Newton Mobility Grants financiam despesas de mobilidade dos pesquisadores brasileiros e parceiros britânicos, que atuem em projetos colaborativos. Os auxílios serão de até dois anos e destinados a apoiar pesquisadores em ciências naturais (até £12 mil), engenharias (até £24 mil) e ciências sociais e ciências humanas (até £10 mil).

A chamada para as Newton International Fellowships será aberta futuramente. A modalidade apoiará pesquisadores brasileiros com pós-doutorado e em início de carreira, que poderão permanecer por dois anos consecutivos em trabalhos de pesquisa e de treinamento em universidade ou instituto de pesquisa no Reino Unido.

As inscrições para as duas modalidades abertas vão até as 17h (horário britânico) do dia 22 de outubro. Para submissões na Royal Academy of Engineering, o prazo termina no dia 24 de outubro, às 16h (horário britânico).

Lançado em abril de 2014, o Newton Fund de fomento à pesquisa e inovação em países emergentes investirá cerca de £75 milhões (R$ 262 milhões) em diversos programas que contemplam mobilidade, pesquisa e capacitação em 15 países.

No Brasil, deverão ser investidos aproximadamente £27 milhões (R$ 94 milhões) até 2017.

Para mais informormações, clique AQUI.

As oportunidades no Reino Unido estão sendo oferecidas simultaneamente a uma chamada de proposta dos mesmos participantes para intercâmbio em pesquisa.

No Estado de São Paulo, a FAPESP selecionará propostas de pesquisadores de instituições de ensino superior e de pesquisa que queiram trazer pesquisadores visitantes do Reino Unido (visitas curtas, de 7 dias a 6 meses, ou de médio a longo prazo, de 6 meses a 36 meses) e de jovens pesquisadores do Reino Unido que queiram iniciar carreira em pesquisa em instituição no Estado de São Paulo.

Para mais informações, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação

2 de outubro de 2014

Reversibilidade microscópica em sistemas fora do equilíbrio

O Prof. Dr. Marcus V. S. Bonança, da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), foi o ministrante da palestra Reversibilidade microscópica em sistemas fora do equilíbrio, na mais recente edição do programa Café com Física, que ocorreu no dia 1º de outubro, pelas 16h30, na sala F210, do Instituto de Física de São Carlos.

Quando Marcus2-300um sistema, mantido fora do equilíbrio, alcança um estado estacionário, as flutuações da taxa de entropia produzida obedecem uma simetria muito bem definida chamada de Teorema Flutuação. Além de já ter sido verificada em laboratório para diversos tipos de sistemas, essa simetria é robusta em relação à modelagem da dinâmica microscópica do estado estacionário. Por ser um dos poucos resultados teóricos válidos em regimes arbitrariamente fora do equilíbrio, é de grande importância entender mais profundamente o Teorema, em particular as hipóteses necessárias para derivá-lo.

Uma dessas hipóteses se refere à reversibilidade microscópica fora do equilíbrio. Em sua palestra, Marcus discutiu a questão da reversibilidade e como abordá-la quando a dinâmica microscópica é considerada estocástica. O docente concluiu que a reversão temporal das trajetórias realizadas pelo sistema fora do equilíbrio estão condicionadas ao valor oposto da taxa típica de entropia produzida no estado estacionário.

Marcus realizou o bacharelado, a licenciatura e o doutorado em Física na UNICAMP, tendo obtido seu pós-doutorado na Universidade de Regensburg, Alemanha. Hoje ele é professor da Universidade Estadual de Campinas, e atua principalmente nos seguintes temas: física estatística fora do equilíbrio, dissipação quântica, dinâmica não-linear e caos e métodos semiclássicos.

Assessoria de Comunicação

1 de outubro de 2014

O Processo de Galileu – Herói ou Mártir?

Na mais recente edição do Journal Club, que ocorreu na manhã do dia 1º de outubro, no Anfiteatro Verde (IFSC-USP), o Prof. Dr. Rogério C. Trajano da Costa, docente do ROGERIO_TRAJANOnosso Instituto, ministrou a palestra O Processo de Galileu – Herói ou Mártir?.

Neste seminário, o Prof. Rogério discutiu o processo movido pela Igreja Católica contra Galileu Galilei, no século XVII. Além de ter descrito a situação da ciência e os avanços que motivaram a ação eclesiástica, ele criticou o processo propriamente dito e abordou a influência das personalidades dos participantes sobre o andamento e o resultado.

Docente aposentado do Grupo de Física Teórica, do Instituto de Física de São Carlos, Rogério Trajano é bacharel em física pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde também obteve seu doutorado em 1966, tendo feito seu estágio de pós-doutorado na Universidade de Rochester, Estados Unidos. Trajano também ministrou aulas no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) e na Universidade Católica do Rio de Janeiro.

Assessoria de Comunicação

1 de outubro de 2014

Trabalho de pesquisadores do IFSC é capa de publicação internacional

A capa da última edição do Journal of Polymer Physics/ Part B destacou o trabalho conjunto realizado por diversos pesquisadores brasileiros, figurando entre eles o pesquisador Daniel Correa, ex-aluno do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e pesquisador do Laboratório Nacional de Nanotecnologia para o Agronegócio (LNNA) da Embrapa Instrumentação, e os docentes do Grupo de Fotônica (GFO-IFSC/USP), Cleber Renato Mendonça e Leonardo Boni.

No trabalho em questão, cuja primeira autora é a estudante Aline Roque (LNNA), os pesquisadores demonstram a fabricação de nanofibras poliméricas contendo MEH-PPV, através de Electrospinning, técnica capaz de produzir nanofibras com diâmetro ajustável para aplicações desde biotecnologia até dispositivos fotônicos.

Para acessar o artigo completo, clique aqui .

Assessoria de Comunicação

30 de setembro de 2014

Mudanças poderão acontecer a partir da Fuvest – 2016

Em entrevista ao jornal Estado de São Paulo, de 30 setembro, o Pró-Reitor de Graduação da USP e docente do IFSC, Prof. Dr. Antonio Carlos Hernandes, afirmou que mudanças na forma de ingresso poderão acontecer já a partir da Fuvest – 2016, sendo que as unidades da Universidade de São Paulo já estão discutindo o assunto ao longo desta semana.

Segundo Hernandes, existem diversas ideias, sendo que uma delas é destinar parte das vagas de graduação através do ingresso via ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio, não estando excluída a hipótese de adotar outros modelos, como, por exemplo, através de olimpíadas escolares, mas sem descartar a Fuvest.

Contudo, as unidades da USP terão até novembro para apresentar suas propostas à Pró-Reitoria, que posteriormente serão encaminhadas à comissão de graduação e ao Conselho Universitário da USP, órgão máximo da instituição. Se as mudanças forem aprovadas até junho de 2015, elas poderão ser adotadas já para a Fuvest 2016, diz Hernandes na entrevista.

(Com informações do jornal “Estado de São Paulo”)

Assessoria de Comunicação

30 de setembro de 2014

Reflexões sobre a USP

O Núcleo de Pesquisa de Políticas Públicas (NUPPs) e o Grupo de Pesquisa Qualidade da Democracia do Instituto de Estudos Avançados (IEA) realizam o debate subordinado ao tema Reflexões sobre a Crise da USP, evento que ocorrerá no dia 2 de outubro, às 14 horas, na Sala de Eventos do IEA, em São Paulo.

Os debatedores serão Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP; José Arthur Giannotti, do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap); José Eduardo Krieger, da Faculdade de Medicina da USP; José Goldemberg, do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da USP; Elizabeth Balbachevsky e Eunice Durham, do Nupps; e Martin Grossmann, do IEA. José Álvaro Moisés, do Nupps e do IEA, será o moderador do debate.

O evento é gratuito e a participação exige inscrição pelo e-mail clauregi@usp.br.

A Sala de Eventos do IEA fica na rua Praça do Relógio, 109, Bloco K, 5º andar, Cidade Universitária, São Paulo.

Haverá transmissão ao vivo em www.iea.usp.br/aovivo

Assessoria de Comunicação

30 de setembro de 2014

Vanderlei Bagnato é homenageado pelo IFSC/USP

Devido ao seu intenso e reconhecido trabalho ao longo dos anos nas áreas de óptica e fotônica, que resultaram no desenvolvimento de diversos equipamentos, a maioria deles na área de saúde, com vasto reconhecimento por parte das comunidades científicas VB300nacionais e internacionais, que culminou, recentemente, com sua indicação como membro da Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano (2012) e da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos (2013), o Prof. Dr. Vanderlei Salvador Bagnato, do Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos, foi homenageado na tarde do dia 26 de setembro, no Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas, em uma cerimônia surpresa realizada pelo nosso Instituto.

A mesa de honra dessa cerimônia, que reuniu funcionários, alunos, docentes e colaboradores do IFSC, além de diversos dirigentes de Unidades do Campus – USP de São Carlos e de outros convidados, foi presidida pelo diretor do IFSC-USP, Prof. Tito José Bonagamba, tendo sido constituída pelos Profs. Drs. Vahan Agopyan (Vice-Reitor da USP), Vanderlei Bagnato, Monica Dahmouche (ex-aluna de Pós-Graduação do IFSC e atual vice-presidente científica da Fundação de Ciências e Educação Superior à Distância do Estado do Rio de Janeiro), José Guilherme Sabe (Contemporâneo de Graduação – Escola de Engenharia de São Carlos – USP) e Claudio Lenz Cesar (Físico da Universidade Federal do Rio de Janeiro).tb300

Durante a abertura oficial da cerimônia, o diretor do IFSC-USP destacou seu orgulho e satisfação em poder presidir a um evento tão especial quanto aquele, tendo sublinhado e agradecido a presença do vice-reitor da USP, Prof. Vahan Agopyan, bem como todos os nossos colegas das demais Unidades da Universidade de São Paulo. Em um discurso emocionante, a Profa. Monica Dahmouche ressaltou a honra em ter marcado presença na homenagem, tendo feito um retrospecto de sua vida acadêmica, desde quando conheceu o Prof. Vanderlei: Comecei a me questionar quais são os aspectos do Vanderlei que carrego comigo até hoje, não só na minha vida profissional, como também monica250na minha vida pessoal. Monica conheceu Vanderlei em junho de 1988, por ocasião da realização de uma escola de inverno de física e de uma visita ao IFSC – USP. A transparência no entusiasmo do docente pela física marcou Monica Dahmouche até os dias atuais. Quando terminei minha graduação, já sabia que iria escolher o Vanderlei como orientador de meu mestrado e doutorado, que foi uma vitória muito particular, onde pude superar as minhas limitações, tendo o Vanderlei como personalidade crucial para isso, revelou. Tendo atuado durante 13 anos em um grupo de pesquisa sob os auspícios de Vanderlei Bagnato, Monica ressaltou algumas particularidades do docente, tais como a excelência no seu trabalho, sua preocupação com cada estudante, seu esforço profissional, entre outros legados que marcaram a professora e diversos outros alunos e pesquisadores, que tiveram a chance de aprender com Bagnato.Sabe250

Seguidamente, o Prof. José Sabe sublinhou a solidariedade e o lado prestativo de Vanderlei Bagnato. Particularmente, quando um ex-aluno de uma instituição passa a ser docente dela mesma, além de integrar a lembrança e a história, ele se torna parte crucial do amor pelo departamento, disse. Ainda em seu discurso, Sabe destacou a simplicidade e competência inusitada de Vanderlei, pessoa que ele considera como irmão. Hoje me orgulho de ver que meu amigo leva o nome de nosso país ao exterior, de forma muito competente, finalizou.

Na sequência da cerimônia, o Prof. Dr. Claudio Lenz Cesar aproveitou a oportunidade para explicar, aos convidados, sobre as diversas ramificações do trabalho de Lenz250pesquisa que Vanderlei faz no Instituto. Após sua explicação, Claudio parabenizou Bagnato por incentivar e fomentar um belo programa experimental em Física Atômica, Molecular e Óptica no IFSC-USP, tendo também congratulado o docente pelos trabalhos acadêmicos, pelos kits didáticos disponibilizados aos alunos de escolas públicas, que, segundo ele são grandes investimentos na educação básica de nosso país, e também pelo próprio aniversário do docente, comemorado no dia 28 de setembro.

Em seguida, o vice-reitor da Universidade de São Paulo, Prof. Dr. Vahan Agopyan, saudou o docente homenageado, os diretores das demais Unidades, os integrantes da mesa de honra e todos os presentes. Na ocasião, Vahan sublinhou o orgulho e a felicidade que sente na pessoa de Vanderlei, devido aos seus sucessos obtidos. Vahan250De fato, para nós, da comunidade uspiana, é um orgulho termos um colega ocupando lugares de prestígio. Para a Universidade, o sucesso do Vanderlei é o sucesso da USP. De acordo com o vice-reitor, o homenageado é o exemplo de que fazer boa ciência não significa estar isolado da sociedade.

Quase no final da cerimônia, visivelmente emocionado, Vanderlei Bagnato agradeceu a homenagem. Todos sabem que faço tudo com muita paixão. Não há outra forma de fazermos as coisas, precisamos nos envolver com aquilo que fazemos, principalmente quando assumimos a profissão de educador. Obviamente, quando fui indicado à Academia do Vaticano, fiquei muito surpreso. Mas, independente da religião, é um VBTB325privilégio poder ir a um lugar como aquele, explicou. Em seu discurso, Bagnato fez questão de citar o apoio que sempre recebeu de sua família e de seus amigos, tendo sublinhado aqueles que trabalham e atuam ao seu lado e que fazem parte de seu trajeto profissional. Sucesso é algo muito relativo e eu não consigo enxergá-lo. Tudo o que fazemos é necessário, mas não é suficiente.

Antes do encerramento da cerimônia, o Diretor do IFSC- USP, Prof. Dr. Tito Bonagamba ofertou ao homenageado uma placa comemorativa do evento, confeccionada nas oficinas do próprio Instituto, tendo feito uma breve retrospectiva da carreira de Bagnato, sublinhando as diversas conquistas científicas e títulos do docente. Vanderlei, eu tenho orgulho de ser seu amigo acadêmico e de poder trabalhar em baixo do mesmo teto que você. Agradeço muito por você levar o nome do IFSC com os prêmios que tem alcançado em nível nacional e internacional, finalizou.

Professor Titular da Universidade de São Paulo e atuando na área de Física Atômica e Aplicações da Física nas Ciências da Saúde, o Prof. Dr. Vanderlei Bagnato concluiu, simultaneamente, o Bacharelado em Física na Universidade de São Paulo e Engenharia de Materiais na Universidade Federal de São Carlos, em 1981, tendo concluído seu doutorado em Física no MIT – Massachusetts Institute of Technology, em 1987. Atualmente, entre outras funções de significativa importância nas áreas acadêmica e científica, de âmbito estadual e nacional, o Prof. Dr. Vanderlei Salvador Bagnato ocupa o cargo de Coordenador da Agência USP de Inovação, possuindo em seu currículo um extenso lote de prêmios e distinções.

Assessoria de Comunicação

29 de setembro de 2014

Biblioteca do IFSC-USP: Café & Informação

A Biblioteca do Instituto de Física de São Carlos organiza no dia 1º de outubro, entre as 14 e as 17 horas, no Laboratório de Computação do IFSC – USP (Sala-206), situado no edifício do LEF (Laboratórios de Ensino de Física), uma Oficina de Patentes ministrada por Daniel Dias, da Agência de Inovação/USP.

O conteúdo programático desta oficina abordará o conceito de patente, a importância e aplicação do sistema de patentes, bem como a estrutura de um pedido de patente/documento de patente, como se faz a pesquisa patentes, classificação Internacional de patentes e bases de patentes (BRASPAT/INPI, USPTO, Google Patents, Esp@cenet, Derwent Innovations Index), análise de informações de patentes e disponibilização de informação por meio de relatórios e citações de documentos de patentes.

Esta oficina destina-se a docentes, pós-graduandos, funcionários, especialistas e técnicos de laboratório, sendo que as inscrições poderão ser feitas até dia 30 de setembro, através do site http://www.biblioteca.ifsc.usp.br/

Este evento realiza-se em parceria com a Comissão de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação Científica e Tecnológica – CICT e em comemoração ao 20º Aniversário do Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP) e ao 80º Aniversário da USP.

Assessoria de comunicação

29 de setembro de 2014

Um problema global

Para quem não sabe, a quantidade de água no nosso planeta sempre foi a mesma, tendo um ciclo permanente a que chamamos de “hidrológico”, no qual a água se encontra nas três fases: sólida, líquida e gasosa. Contudo, o grande problema que se coloca nesse tema é que a presença do homem, no planeta, se incompatibilizou com o precioso líquido, ao colocar demandas e pressões de todos os gêneros sobre as reservas aquíferas, especialmente nas águas interiores, doces, superficiais e subterrâneas, que correspondem, aproximadamente, a 2,5% de toda a água que existe no planeta que, como se sabe, é composto por grandes oceanos onde reside a maior parte da água.

O professor e especialista José Galizia Tundisi*, do Instituto Internacional da Água, afirma que existem grandes problemas relativos à quantidade de água no planeta, devido à incidência das atividades humanas e aos usos competitivos da Foz-Do-Iguau-375água, diretamente ligados às águas doces e interiores, tanto superficiais, quanto subterrâneas, mas também há um problema muito sério de qualidade do líquido, que se traduz no conjunto de substâncias químicas e especificações que constituem todo o processo natural, pelos quais a composição química da água ocorre.

Na palestra ocorrida no dia 24 de setembro, no Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas (IFSC-USP), no já conceituado programa “Ciência às 19 horas”, Tundisi manifestou sua preocupação em face à deterioração progressiva da água, ocorrida principalmente a partir dos últimos cento e cinquenta anos, especialmente relacionada à existência de metais pesados, substâncias radioativas e tóxicas em geral: com isso, a ameaça é séria quando se fala que a disponibilidade de água está cada vez menor, uma vez que esta qualidade deteriorada implica em custos mais elevados no tratamento, ou até na acessibilidade ao precioso líquido.

Por outro lado, segundo Tundisi, as águas deterioradas têm impactos na saúde humana e, consequentemente, isso também se tem agravado ao longo dos anos. Em face de uma situação muito complexa, já que, adicionadas a essas problemáticas, existem também as mudanças globais que têm produzido desequilíbrios ecológicos, pode-se afirmar que o ciclo já não é o mesmo do passado, com profundas alterações detectadas em algumas regiões em que chovia normalmente, como no caso das nossas, no Brasil, onde tínhamos 1500 milímetros por ano, comparando, por exemplo, com este ano de 2014, em que tivemos, até agora, 1200 milímetros. Existe, de fato, um desequilíbrio ecológico, com grandes volumes de água de precipitação em algumas regiões, e secas severas em outras. Então, todo esse conjunto nos leva a uma situação de extrema vulnerabilidade da espécie humana, com relação à água, explica Tundisi.

Todavia, ainda existe outra componente que não está muito bem clara, quer para os economistas quer para a população, que é a questão de se saber qual é a quantidade de água que é necessária para manter o planeta funcionando, sem que se leve em conta os usos múltiplos da água pelo homem – a água necessária para manter os ecossistemas, para manter as plantas, para as atividades humanas, enfim, para manter todos os ciclos. É uma questão importantíssima ainda não respondida, até porque isso é o que mantém o fluxo da vida e dos nutrientes, o que agrava o sentimento de preocupação dos especialistas. A situação é bastante preocupante e é preciso que se tomem providências muito rápidas, no sentido de conservar mais água e, além disso, utilizar menos água nos volumes diários e em todas as atividades da água, sua reciclagem e reutilização. São medidas que devem ser tomadas de forma muito rápida, para que essa situação não se agrave, alerta nosso entrevistado.

Com o planeta sendo agredido dessa forma, o Brasil acaba por sofrer consequências diretas graves, já que, como já dissemos acima, o país possui áreas onde chove muito e outras onde não chove absolutamente nada, causando impactos negativos à sociedade e à economia. Será que essa disparidade poderá ser atenuada ou resolvida, politicamente? Para Tundisi, a resposta é afirmativa, desde que a diminuição ou resolução do problema passe por um processo de gerenciamento de alto nível, que envolva atividades e projetos estratégicos para o país. A solução do problema está além de qualquer ideologia política. É um projeto estratégico nacional do qual depende muito o futuro do país. Repare nas consequências desta seca de 2014, que ainda não são conhecidas em todos os seus contornos e em todas as suas diferentes rotas. Por exemplo, a falta de água levou a hidrovia do Tietê a ficar paralisada e isso teve como consequência um corte de cinco mil postos de

TUNDISI500

trabalho, já para não falar nos imensos transtornos logísticos e aumento dos custos causados pela falta de transporte de milhões de toneladas de grãos que eram transportados por essa hidrovia e que hoje são transportados por terra, sendo necessários dez mil caminhões para deslocar esse mesmo volume de grãos. Ou seja, há um complexo problema de economia, poluição e contaminação e, portando, os efeitos diretos e indiretos de todo esse conjunto problemático não são conhecidos, complementa o pesquisador. Grave, também, é o fato da população ainda não ter compreendido a complexidade de todo esse problema, resumindo a questão à falta água nas casas, quando o assunto mais sério é a saúde pública, entre outros fatores relacionados com a qualidade de vida.

Tomando o exemplo de Israel, que conseguiu implantar medidas efetivas de gerenciamento de água através de grandes investimentos, de ciência e tecnologia de ponta, o Brasil também já poderia ter alcançado meta semelhante, segundo nosso entrevistado, se tivesse investido mais. Por exemplo, Israel investiu muito na dessalinização da água do mar e na construção de dutos para transporte e circulação de água, medidas essas que resolveram os sérios problemas que existiam, por exemplo, para o cultivo de plantas em áreas áridas. Inclusive, Israel tem tanques-rede de peixes em pleno deserto, com água dessalinizada, ou seja, há um investimento em tecnologia, que é preciso ser pensado para o Brasil, focando em duas vertentes importantes: a primeira é o investimento em tecnologias, em novas formas de tratamento de água e outros mecanismos, e, a segunda, a perspectiva de investimento em hard-science referente à água, como, por exemplo, a dessalinização, aplicando nanotecnologia ou outras novas tecnologias que permitam baixar os custos da dessalinização, não estando descartada a transposição (bem feita) de águas entre bacias, algo que é muito comum em países como China e Índia. Isso tem ajudado a minimizar os impactos da escassez, pontua Tundisi.

Na opinião do pesquisador, o Brasil tem que investir pesadamente em ciência e tecnologias voltadas à água, não só para conhecer os sistemas aquáticos e todos os seus funcionamentos, mas principalmente para resolver e solucionar problemas de abastecimento, de usos competitivos etc. Contudo, Tundisi admite o sucesso alcançado pelo Brasil no que diz respeito à governança da água. Nós temos uma lei avançada relativa aos recursos hídricos, aprovada em 1997, que tem um papel importante, porque ela deserto350sinaliza claramente a gestão por bacias hidrográficas e isso tem estimulado os comitês de bacias, fazendo com que a governança da água tenha melhorado bastante, mas mesmo assim é preciso que esses comitês sejam instrumentalizados por bases tecnológicas e científicas, de tal forma que eles possam, a partir daí, fazer um planejamento estratégico para cada bacia. O ideal é que estivesse bem clara e definida a disponibilidade, a demanda presente, demanda futura e os usos múltiplos de cada bacia hidrográfica, tendo em vistas as populações que cada uma delas serve, no sentido de se fazer um planejamento de longo prazo, incluindo todo esse conjunto de usos múltiplos, mudanças globais e escassez, para que se pudesse realmente ter uma gestão das águas, de uma forma mais adequada, completa o entrevistado, acrescentando que se existe uma crise de água no planeta e uma crise de governança, será necessário conciliar as duas, por forma a se atingir patamares mais adequados de disponibilidade de água.

Quanto ao processo de dessalinização, o professor Tundisi alega que, se ele fosse implementado no Brasil, resolveria, por exemplo, a problemática existente em todo o litoral nacional e, com isso, haveria água suficiente para abastecer o interior. Embora as preocupações sejam latentes, o certo é que ainda existe esperança. Temos água suficiente no Brasil, só que essa água não está bem distribuída. Enquanto na Amazônia tem um rio que descarga 225 mil metros cúbicos de água por segundo, diretamente no Oceano Atlântico, com uma população escassa, o sudeste tem uma população muito maior e muito mais atividade econômica e muito menos água disponível.

*José Galizia Tundisi é, atualmente, professor titular aposentado da Universidade de São Paulo e atua na pós-graduação da Universidade Federal de São Carlos, orientando mestres e doutores. É presidente da Associação Instituto Internacional de Ecologia e Gerenciamento Ambiental (IIEGA) e pesquisador do Instituto Internacional de Ecologia (IIE). É professor convidado do Instituto de Estudos Avançados da USP e professor titular da Universidade Feevale (Novo Hamburgo RGS), atuando no curso de pós-graduação em Qualidade Ambiental. É membro titular da Academia Brasileira de Ciências e do “staff” do Ecology Institute- Excellence in Ecology ( Alemanha). É especialista em Ecologia, Limnologia, com ênfase em Gerenciamento Recuperação de Ecossistemas Aquáticos. Atuou como consultor em 40 países nas áreas de Limnologia, gerenciamento de recursos hídricos, recuperação de lagos e reservatórios e planejamento e otimização de usos múltiplos de represas. Atualmente, dirige programa internacional mundial de formação de gestores de recursos hídricos para o IAP (InterAcademy Panne l- que representa 100 Academias de Ciências), sendo consultor de vários Projetos de Gestão de Recursos Hídricos a cargo do Instituto Internacional de Ecologia e de Gerenciamento Ambiental. Tem 30 livros publicados e 1 livro no prelo, foi presidente do CNPq – Brasil (1995-1999) e presidente do projeto Institutos do Milênio. Tem 320 trabalhos científicos publicados e prêmios no Brasil no exterior. Orientou 40 mestres e 35 doutores nas áreas de Ecologia, Limnologia, Oceanografia, Gestão de Recursos Hídricos e Gestão Ambiental. Foi assessor do Ministro de Ciência e Tecnologia, Ronaldo Sandenberg, de 1999 à 2001. Foi presidente do Programa Institutos do Milênio do Ministério de Ciência e Tecnologia. Em 1999, fundou a Secretaria Municipal de Ciência e Tecnologia e Desenvolvimento Econômico em São Carlos.

Assessoria de Comunicação

26 de setembro de 2014

Vagas abertas para mini cursos gratuitos

O Instituto de Química de São Carlos (IQSC/USP) está com inscrições abertas para dois mini cursos gratuitos que ocorrerão nas dependências da Unidade nos meses de setembro e outubro.

Mini curso “Método de Rietveld”

Ministrantes: Carlos de Oliveira Paiva Santos e Selma Gutierrez Antonio (Instituto de Química da Unesp)

Data: 30/09 e 01/10

Número de vagas: 30

Local para inscrição: setor de eventos da CCex do IQSC, mediante o preenchimento de ficha de inscrição

Para informações adicionais, clique aqui.

Mini curso “Introdução ao planejamento de experimentos”

Ministrante: Eduardo Bessa Azevedo (IQSC/USP)

Data: 29/09 a 03/10

Número de vagas: não informado

Local para inscrição: www5.iqsc.usp.br/eventos

Para informações adicionais, clique aqui.

Com informações da assessoria de comunicação do IQSC

Assessoria de Comunicação

26 de setembro de 2014

Indirect dark matter search with the AMS-02 experiment

Ocorreu no dia 26 de setembro, pelas 10h30, no Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas (IFSC-USP), mais uma edição do programa Colloquium diei, desta vez, com a palestra Indirect dark matter search with the AMS-02 experiment, ministrada pela Profa. Manuela Vecchi, do Instituto de Física de São Carlos.

No mês de setembro,manuela2-300 um dos mais renomados laboratórios de pesquisa do mundo, o European Organization for Nuclear Research – CERN apresentou um importante dado: Através do experimento AMS-02, os pesquisadores do laboratório mostraram que um possível sinal da matéria escura, nunca observada diretamente até o momento, pode estar ao alcance dos cientistas. Devido à importância desse estudo, a revista Physical Review Letters (PRL), da American Physical Society (APS), publicou um artigo referente à pesquisa.

De acordo com os pesquisadores, a matéria escura, um tipo de matéria que não absorve nem emite luz, pode ser cerca de cinco vezes mais prevalente do que a regular. Nesse contexto, a Profa. Manuela discutiu, de maneira didática, os resultados publicados na PRL.

Manuela Vecchi possui doutorado em física pela Università degli Studi di Roma La Sapienza, Itália, pós-doutorado pelo Laboratoire d’Annecy-le-Vieux de Physique des Particules, França, e pela National Central University, China.

Assessoria de Comunicação

26 de setembro de 2014

Desvendando as lesões orais pelo uso da fluorescência tecidual

Sérgio Araújo Andrade, especialista em fluorescência óptica para SERGIO250diagnóstico de lesões bucais, ministrou, no último dia 25 de setembro, pelas 17h, na sala de seminários do Grupo de Óptica do IFSC-USP, a mais recente palestra promovida pelo citado Grupo.

Em sua apresentação, intitulada Desvendando as lesões orais pelo uso da fluorescência tecidual, Sérgio discutiu os métodos atuais de diagnóstico de câncer bucal, em especial, alguns aspectos relacionados ao uso clínico da fluorescência na análise de lesões bucais.

Sérgio Araújo Andrade é cirurgião-dentista e especialista em prótese dentária pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.

Assessoria de Comunicação

26 de setembro de 2014

FAPESP seleciona projeto do IFSC

O projeto intitulado “Establishing of a joint X-ray crystallographic pipeline for structural analysis of membrane transporters”, que será coordenado pelos docentes do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) Igor Polikarpov e João Renato Carvalho Muniz, figura como um dos seis projetos aprovados pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) na chamada de trabalhos que teve como principal objetivo cooperação científica entre universidades brasileiras e britânicas. Para o desenvolvimento do projeto em questão, a universidade britânica que atuará como parceira será a University of Birmingham (Inglaterra), através do pesquisador Vassiliy Bavro.

Joao_Renato-_FAPESPEmbora com um título extenso e, para alguns, de difícil compreensão, o projeto apresenta uma proposta que tem como foco o aprimoramento e, inclusive, sustentabilidade na produção de etanol de 2ª geração. Seu principal alvo é a resolução das estruturas proteicas que compõem membranas de bactérias gram-negativas.

Certas proteínas de membranas das bactérias gram-negativas controlam a entrada e saída de quaisquer substâncias na bactéria, e algumas dessas proteínas, com formato de poro, têm capacidade de romper a celulose, principal constituinte das paredes celulares das plantas. “A celulose, quando degradada, gera grande quantidade de glicose. Após o emprego de alguns processos químicos realizados durante etapas de pré-tratamento da biomassa, naturalmente algumas bactérias e fungos são capazes de degradar a celulose que, posteriormente, pode ser transformada em etanol”, explica João Renato. “O cerne de nosso trabalho é, justamente, compreender esse processo de quebra da glicose por fungos e bactérias, porém do ponto de vista estrutural”.

Atualmente, para produção de etanol, usineiros aproveitam somente o suco extraído da cana de açúcar, enquanto o bagaço, que também oferece a matéria-prima desejada para produção do combustível, é jogado fora ou queimado. “As usinas produtoras de etanol de 2ª geração querem que sua produção seja baseada em biomassa, que pode ser convertida em açúcares fermentáveis”, elucida o docente. “A partir disso, não só o bagaço da cana entraria como matéria-prima, mas também restos de plantas, como folhas, galhos etc.”.

As chances de concretização

No projeto conjunto IFSC/Birmingham, a análise é trabalhosa e minuciosa. João Renato conta que a proposta reúne tecnologia do estado da arte e conhecimentos disponíveis no Instituto de Microbiologia e Infecção (IMI) e no Grupo de Biotecnologia Molecular do IFSC, do qual João Renato faz parte. “Com base na cooperação fortemente sinérgica, esse trabalho irá proporcionar novas descobertas na biologia estrutural no estudo de alvos de suma importância, como os de proteínas de membrana”, explica o docente, afirmando que os resultados conseguidos poderão revolucionar a maneira de se produzir etanol.

O prazo da FAPESP para apresentação de resultados é de dois anos. Durante esse tempo, a Fundação oferecerá apoio financeiro e de infraestrutura. Com esse cronograma relativamente apertado, João Renato diz que alguns alvos já foram selecionados. “Essa é uma pesquisa inédita no Brasil. Isso foi, inclusive, um dos grandes apelos do projeto: sediaremos o primeiro Centro dedicado ao estudo de proteínas de membranas”, comemora o docente.

Ele diz que a grande realização pelo projeto do IFSC ter sido selecionado pela FAPESP é que se trata de uma chamada com grandes chances de se tornar, num futuro próximo, um estudo grande e com muitos envolvidos, inclusive a nível mundial. “Nessa pré-chamada, a FAPESP selecionou os projetos que considera promissores. Depois de dois anos, aqueles que apresentarem resultados satisfatórios receberão um apoio ainda maior, inclusive financeiro. Faremos todo possível para permanecer entre os selecionados”, conclui João Renato.

Para conhecer os outros cinco projetos aprovados, clique aqui .

Assessoria de Comunicação