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14 de abril de 2023

COVID-19 – Comprovada a eficácia da fotobiomodulação no tratamento da perda de olfato e paladar

Resultados do estudo conjunto feito pelo IFSC/USP e King’s College Hospital (Londres)

Um estudo/piloto clínico desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e do Department of Oral Surgery, do King’s College Hospital (NHS Foundation Trust), de Londres, publicado neste último mês de março, na revista científica internacional de grande impacto na área da saúde, “Journal of Biophotonics”, mostrando que a terapia através de fotobiomodelação atua como um imunomodulador no combate à anosmia (perda de olfato) e à ageusia (perda de paladar), promovendo, em doze sessões, a recuperação total do olfato e paladar, sentidos que foram comprometidos pela COVID-19.

Este estudo realizado pelo Laboratório de Biofotônica do IFSC/USP, que contou com a participação dos pesquisadores Dr. Vitor Hugo Panhóca e Prof. Vanderlei Bagnato em parceria com a renomada cientista Reem Hanna(PhD), do Department of Oral Surgery, do King’s College Hospital (NHS Foundation Trust), de Londres, teve como ponto inicial o fato da fotobiomodulação ter surgido como uma possível terapia eficaz na restauração da funcionalidade do paladar e olfato, criando assim uma alternativa aos tradicionais tratamentos com base em fármacos e  cuja eficácia já foi questionada. Assim, a terapia por fotobiomodulação emergiu como uma modalidade alternativa de tratamento fotobioenergético, não invasivo, no alívio da dor, reduzindo a inflamação e a cicatrização dos tecidos lesionados.

Este estudo contou com a participação de vinte pacientes voluntários diagnosticados com anosmia e ageusia causadas pela COVID-19, que se submeteram a doze sessões de tratamento com administrações intranasal e intraoral por fotobiomodulação, cujos resultados mostraram uma melhora significativa da funcionalidade olfativa e gustativa.

Os objetivos do estudo foram:

*Avaliar a porcentagem de recuperação completa e o tempo de prognóstico;

*Introduzir uma dosimetria a laser preliminar padronizada e protocolos de tratamento;

*Compreender os atuais mecanismos moleculares da fotobiomodulação na restauração da funcionalidade do olfato e paladar;

Este estudo piloto/clínico mostrou que esta terapia de fotobiomodulação pode promover a recuperação total do olfato e paladar.

Para acessar o artigo científico, clique AQUI.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

13 de abril de 2023

Atualização da produção científica do IFSC/USP – março 2023

Para ter acesso às atualizações da Produção Científica cadastradas no mês de março  de 2023, clique AQUI ou acesse o Repositório da Produção USP (AQUI) .

As atualizações também podem ser conferidas no Totem “Conecta Biblio” em frente à biblioteca.

A figura ilustrativa foi extraída do artigo publicado recentemente, por pesquisador do IFSC, no periódico – “International Journal of Biological Macromolecules” (VER AQUI).

 

 

 

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

11 de abril de 2023

Dos laboratórios para a sala de aula – “Está na hora de retribuir os investimentos que foram feitos em mim”

Trabalho intenso no laboratório

Depois de termos dado destaque ao ex-aluno do IFSC/USP, Leonardo Miziara Barboza Ferreira, sobre a sua decisão de engrossar o contingente de professores universitários no Brasil, a série de três entrevistas continua se dedicando aos jovens pesquisadores do Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia (GNano) – grupo que integra nosso Instituto -, que decidiram vestir a camisa da Educação.

Há já alguns anos que conhecemos Laís Canniatti Brazaca (31), natural de Piracicaba. Diariamente nos encontrávamos com ela nos corredores e laboratórios do IFSC/USP e não foram raras as vezes que com ela dividimos seus projetos, seus estudos, suas pesquisas, que foram vertidas não só no site do IFSC/USP, ou no Facebook, ou ainda no canal de TV do CEPOF, em forma de divulgação científica. Sempre ficávamos extasiados perante seus olhos inquietos, inquiridores, numa ânsia enorme de explicar o que tinha descoberto, o que tinha vivenciado e quanto tudo isso era importante para sua vida e para o desenvolvimento científico do país. Laís Brazaca confessa que sempre foi igual a qualquer criança no ensino fundamental, e assim que concluiu o ensino médio prestou provas para entrar na UFSCar e na USP de São Carlos.

A importância do curso de Ciências Físicas e Biomoleculares da USP

Embora desde muito cedo se tenha sentido apaixonada pela área de Exatas, principalmente pelas disciplinas de Física, Química e Biologia, o certo é que Laís Brazaca não sabia precisamente o rumo que deveria tomar nessa imensa área do conhecimento. “Eu sempre tive – e ainda tenho – muitas dificuldades com disciplinas relacionadas à área de Humanas, ao contrário das Exatas que me instigavam a estudar, questionar, investigar. Já no ensino médio eu sabia muito bem que queria combinar as Ciências Exatas e Biológicas, e foi a partir daí que pensei em Engenharia Ambiental. Pensei em Biotecnologia, mas, de repente, ao ler aquele livrinho da Fuvest, me deparei com Ciências Físicas e Biomoleculares, a combinação certa daquilo que eu mais gostava no ensino médio e fui aprender mais sobre esse curso que acabava tendo mais Física do que a maioria das pessoas imaginam. Em 2009 prestei vestibular para o curso de Biotecnologia, na UFSCAR, e para o curso de Ciências Físicas e Biomoleculares na USP de São Carlos. Dei sorte, pois passei em ambos, tendo optado, então, por ingressar no Instituto de Física de São Carlos (USP), nesse curso”, recorda Laís.

Foram quatro anos de um curso cujo conteúdo era, segundo Laís Brazaca “exatamente como eu tinha pensado”, indo plenamente ao encontro daquilo que ela procurava desde o início. O curso de Ciências Físicas e Biomoleculares foi a base que Laís necessitava para toda a pesquisa que iria desenvolver nos anos seguintes e que abriria portas rumo a diversos destinos científicos. “Desse curso extraí a base da minha área de pesquisa atual. Na realidade, os alunos que cursam Ciências Físicas e Biomoleculares recebem uma base ampla, que possibilita a escolha de diversos caminhos”.

Pesquisando biossensores

Pós-doutorado em San Diego (EUA)

Seu interesse aumentou exponencialmente quando assistiu a uma palestra ministrada pelo Prof. Valtencir Zucolotto sobre biossensores. “Foi devido a essa palestra, que aconteceu ainda no primeiro semestre do 1º ano do curso, que decidi começar a fazer iniciação científica com o Prof. Zucolotto, no grupo que agora se chama GNano, e por ali me mantive ao longo de toda a graduação, nunca imaginando que minha vida acadêmica continuaria por muitos dos anos seguintes naquele Grupo que me abriu as portas do conhecimento”, salienta Laís Brazaca.

A graduação de Laís terminou em finais de 2012 e ela não teve qualquer dúvida em iniciar seu mestrado no GNano, que, segundo ela, foi um processo natural. “Foi nesse período que desenvolvi um biossensor para detecção de um hormônio que se chama adiponectina, explorando seu uso para o auxílio do diagnóstico preditivo de Diabetes tipo-2. Foi um trabalho muito interessante, que me introduziu na área do desenvolvimento de biossensores, área que eu continuei no meu doutorado, também no GNano, entre 2015 e 2019”, pontua a pesquisadora. Já o destaque no doutorado de Laís Brazaca foi o desenvolvimento de um dispositivo em papel para auxiliar no diagnóstico da Doença de Alzheimer, um trabalho que rendeu bastantes elogios à pesquisadora.

A experiência no exterior

No desenvolvimento de seu doutorado, Laís Brazaca teve a oportunidade de fazer dois estágios no exterior: um em Oviedo, na Espanha, durante dois meses, e outro em San Diego (EUA), por um período de nove meses, onde trabalhou no desenvolvimento de sensores vestíveis, experiências que foram essenciais para seu desenvolvimento científico.

Depois de muitos anos ligada ao GNano, Laís Brazaca decidiu fazer seu pós-doutorado no Instituto de Química de São Carlos (IQSC/USP), igualmente na área de biossensores, sob a coordenação do Prof. Emanuel Carrilho. Ao longo dos anos de 2019 e 2020, nossa entrevistada prosseguiu seus estudos e pesquisas, até que em 2021 foi contratada como professora-colaboradora no IQSC/USP, algo que  abriria uma porta à pesquisadora e que anteriormente apenas se configurava como um sonho – ser professora. “Sempre tive muito claro que queria ser professora na USP, até porque minha mãe foi professora na ESALQ/USP e eu sempre tive esse espelho, sempre quis seguir esses passos”, sublinha Laís.

Em 2022, Laís Brazaca decide fazer um novo pós-doutorado  no exterior e parte para a Universidade de Harvard (EUA), onde durante um ano desenvolve suas pesquisas, tendo regressado agora, em 2023. “Foi uma experiência muito interessante, não só no que diz respeito à área de pesquisa, como também em relação a aprender mais sobre como lidar com pessoas e a gerenciar um grupo de cientistas. E, em Harvard, o ambiente é muito rico, tem uma diversidade cultural muito grande, com eventos a acontecerem o tempo inteiro sobre assuntos diferenciados e com grandes especialistas. Foi fantástico, mas, contudo, eu queria voltar para o Brasil”, pontua a pesquisadora.

Profissão – Professora

Um novo ciclo ciomeça – Laís Brazaca em sua nova sala – Instituto de Química de São Carlos (IQSC/USP)

E esse regresso de Laís Brazaca ao Brasil foi devido à sua intenção de concorrer a uma posição de professora no IQSC/USP. “A minha vontade sempre foi ficar no Brasil por muitos motivos. Principalmente porque toda a minha carreira científica foi feita aqui e sinto que agora, que estou pronta para produzir artigos com uma qualidade superior, está na hora de retribuir o investimento que meu país fez em mim. A USP foi central na minha formação acadêmica e agora tenho o desejo de formar novos alunos aqui”, salienta a pesquisadora.

Desde o início do semestre letivo, Laís Brazaca integra o quadro de professores do BioMicS (Grupo de Bioanalítica, Microfabricação e Separações) e tem dado aulas na área de química analítica.  Nessa nova vertente profissional, como professora, a pesquisadora entende que o melhor caminho será dar atenção ao aluno, estimulá-lo, sempre dar o melhor nas aulas “Para que eles possam ir mais longe do que nós fomos. Deixá-los curiosos, mais interessados. Acredito que se você deixar o aluno curioso e permitir que ele busque o seu próprio caminho, que desvende os mistérios que se colocam na sua frente, é uma das melhores coisas que podemos fazer por ele. Porque aí não depende mais tanto de você, não é? A pessoa começa a ter um pouco mais de iniciativa, começa a se estimular”, comenta Laís.

A importância do GNano

Quanto ao GNano, Laís Brazaca salienta que o grupo teve uma importância muito grande em sua trajetória, em sua formação. “Estive inserida por mais de dez anos no GNano, que é um grupo muito completo. Foi realmente muito importante para a minha formação porque, devido às várias áreas de pesquisa que ali se desenvolvem, você consegue aprender bastante, não só sobre um tópico, mas sobre várias coisas; você tem a possibilidade de explorar ali várias coisas diferentes, num espaço extremamente bem equipado e que também tem uma parte muito forte em escrita científica, algo que é a base da nossa comunicação. Então, eu acho que foi muito importante, especialmente para o meu início de carreira, aprender a como escrever bem, a como me comunicar. Eu vejo bastante espaço para uma colaboração futura entre os  Institutos de Química e Física de São Carlos, não só com o Prof. Valtencir Zucolotto, como também com outros colegas que saíram do grupo e seguiram suas vidas acadêmicas”, conclui a Prof. Laís Brazaca.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

10 de abril de 2023

Docente do IFSC/USP ocupa em 2023 o cargo de Presidente da IUMRS

O docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Osvaldo Novais de Oliveira Junior, foi empossado, em janeiro deste ano, presidente da International Union of Materials Research Societies (IUMRS), órgão internacional fundado em 1991 e que congrega as sociedades de pesquisa em Materiais do todos os continentes, sendo o primeiro pesquisador da América Latina que ocupa esse cargo.

Segundo o novo presidente da IUMRS, a principal meta a atingir em seu mandato é trabalhar para consolidar a atuação multilateral do órgão, atendendo a que, atualmente, entidades internacionais multilaterais são essenciais para enfrentar com os problemas complexos que a humanidade enfrenta, como, por exemplo, as mudanças climáticas, energia e segurança alimentar.

“Esses problemas estão intimamente relacionados com a área de materiais e esta união das sociedades que se dedicam a esses estudos e pesquisas representa cerca de 70% de todas as publicações científicas que são geradas no mundo. Ao consolidar o caráter multilateral da IUMRS pretendo, também, que possamos evoluir para uma instituição de caráter global, que possa ter integração de todas as sociedades que são membros desta instituição”, sublinhou o Prof. Osvaldo.

Nos últimos anos foram criados escritórios regionais da IUMRS em Xangai (Ásia), Estrasburgo (Europa) e em Gaborone (África).

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

6 de abril de 2023

Empresa inova em apoio a atletas de CrossFit – Um projeto EMBRAPII – Unidade IFSC/USP – São Carlos

Dispositivo inovador

Um projeto inovador, integrado na EMBRAPII – Unidade do IFSC/USP, visa, com o auxílio de Inteligência Artificial (IA), o desenvolvimento de um dispositivo destinado a avaliar, em tempo real, a telemetria de atletas de CrossFit. Num futuro próximo, a intenção é que esse dispositivo possa ser incorporado em um modelo vestível e para todos os esportes.

Com um laboratório integrado no ONOVOLAB, em São Carlos, a empresa Biotrônica foi contemplada com um fomento (investimento não reembolsável) de R$ 720.000 da EMBRAPII – Unidade do IFSC/USP – São Carlos, visando o desenvolvimento de uma tecnologia dedicada a telemetria esportiva por intermédio de IA. Embora trabalhe em diversos fronts, como, por exemplo, agronegócio, indústria e logística, esta nova aposta consolida o diferencial da empresa na criação de dispositivos inteligentes dentro da área da “Internet das Coisas” com a implementação de tecnologias emergentes relacionadas à conectividade em telecomunicações.

Haroldo Vieira Neto, que é o responsável máximo pela Biotrônica, salienta que hoje existem dispositivos sensoriais que realizam múltiplas funções na indústria, porém, são produtos importados, caros e de difícil implementação, pelo que sua empresa optou por desenvolver os próprios produtos, com instalação simplificada, baixo custo de investimento e manutenção.

Telemetria esportiva

O dispositivo de telemetria esportiva desenvolvido pela Biotrônica utiliza a IA para que ele “aprenda”, armazene e informe aos atletas os seus padrões de movimentos e esforços. “Esse dispositivo, que se encontra conectado a um aplicativo que é baixado no celular, é fixado no equipamento esportivo, ou no próprio atleta, e o sistema “aprende” todas as fases do treinamento, entregando ao atleta, em tempo real, vários parâmetros”, pontua Haroldo, acrescentando que a primeira meta a ser alcançada pelo produto está sendo direcionada para o mercado de CrossFit, que, segundo ele, está em franco crescimento, com a integração de novas tecnologias.

Haroldo Neto em seu laboratório no “Onovolab” – São Carlos

O sensor é composto por uma espécie de presilha para anilhas de levantamento de peso que é colocada na barra olímpica do CrossFit e ela avisa o atleta sobre os pormenores da série de movimentos que ele está executando, sendo que, em tempo real, o utilizador é informado de como está ocorrendo seu treinamento. Assim, por cada movimento ou ação, o dispositivo informa, por exemplo, a velocidade, potência, aceleração e tempo gasto entre repetições, estruturando, dessa forma, a performance do atleta, indicando erros e dando informações sobre as correções que deverão ser realizadas em relação, por exemplo, à cadência, qualidade do movimento, número de repetições validadas, entre outros fatores. Ou seja, o dispositivo funciona como se fosse um técnico esportivo humano.

“Vamos avançando para o futuro”

Das informações que são disponibilizadas ao atleta, entre elas, análise de postura corporal em cada movimento, em cada estágio, ficam registradas no sistema para que, no próximo treino, o utilizador possa refazer o gerenciamento físico de seu progresso.

Haroldo Neto enfatiza que embora esteja neste momento voltado para o CrossFit, este dispositivo foi concebido para trabalhar com qualquer modalidade esportiva, inclusive… balé. “A versatilidade e a fidelidade deste dispositivo ficam comprovadas em termos de telemetria, atendendo a que, por exemplo, o CrossFit é tão “pesado” quanto o balé, sendo que ambas as modalidades apresentam movimentos de isometria, com o mesmo desgaste físico, por incrível que isso possa parecer”.

Futuramente, a empresa irá adequar este dispositivo em um modelo vestível, por forma a que seja colocado no corpo do atleta, sendo que ele irá “ensinar” o dispositivo sobre as particularidades dos exercícios que está fazendo. Com esse “aprendizado”, o praticante da atividade física poderá compartilhar a sua telemetria com um outro atleta “Tomando como um exemplo: você utiliza a telemetria de um campeão mundial de atletismo para compartilhá-la com outro atleta, de forma a que este siga os mesmos procedimentos de treino do campeão”, conclui Haroldo Neto.

Todos os desenvolvimentos tecnológicos deste inovador projeto irão continuar sob os auspícios da EMBRAPII – Unidade do IFSC/USP, em São Carlos.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

5 de abril de 2023

IFSC/USP divulga editais de ingresso na Pós-Graduação

O Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) informa que estão abertos os processos seletivos de ingresso e de concessão de bolsas de estudo no seu Programa de Pós-Graduação em Física (PPGF) nas áreas abaixo informadas:

Física Biomolecular (VER AQUI)
Física Teórica e Experimental (VER AQUI)
Física Computacional (VER AQUI)

 

 

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

4 de abril de 2023

As pessoas com deficiência e o esporte adaptado – Programa “Ciência às 19 Horas” recebeu a Profª Mey de Abreu van Munster

Profa. Dra. Mey de Abreu van Munster

O Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) recebeu no dia 28 de março último, a primeira palestra da edição de 2023 do programa “Ciência às 19h00”, onde o destaque foi o esporte adaptado e o seu impacto na vida das pessoas com deficiência. Tendo como palestrante convidada a Profa. Dra. Mey de Abreu van Munster, ali foram desenvolvidos vários temas, como o papel da universidade e da ciência no desenvolvimento do Paradesporto e como projetos nessas áreas podem promover oportunidades de formação, recreação, reabilitação e desempenho/alto rendimento às pessoas com deficiências.

A experiência da Profª Mey nesta área é vastíssima, tal como confirma o seu currículo. Pós-doutora pelo Kinesiology, Sports Studies and Physical Education Department, da Universidade Estadual de Nova Iorque (SUNY – College at Brockport); doutora, mestre e especialista em Atividade Física e Adaptação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); professora associada junto ao Departamento de Educação Física e Motricidade Humana (DEFMH) e credenciada no Programa de Pós-Graduação em Educação Especial (PPGEEs) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar); professora visitante no Department of Kinesiology, da Universidade de New Hampshire (UNH) e professora convidada no Programa Erasmus Mundus Master in Adapted Physical Activity (EMMAPA), na Universidade Católica de Leuven – Bélgica e Coordenadora do Núcleo de Estudos em Atividade Física Adaptada (NEAFA) e do Projeto de Extensão Atividades Físicas, Esportivas e de Lazer Adaptadas (PROAFA) da UFSCar. Mey van Munster é ainda Membro da Associação Brasileira de Atividade Motora Adaptada (SOBAMA), representante da América do Sul junto à International Federation of Adapted Physical Activity (IFAPA), fundadora e vice-presidente da Federación Sudamericana de Actividad Física Adaptada (FeSAFA). Autora e coordenadora do livro “Educação Física e Esportes Adaptados: programas de ensino e subsídios para inclusão” pela Editora Manole.

Mey van Munster sempre se identificou como professora, já que todo seu processo de formação foi no sentido de trabalhar com educação e a opção pela educação física surgiu de forma natural, seguindo os passos profissionais de sua mãe. Desde cedo se interessou em trabalhar com pessoas com deficiência, motivo que a levou a entrar na UNICAMP, uma universidade que é muito forte quando o tema é a deficiência. “A UNICAMP foi a primeira universidade a incorporar em sua estrutura curricular disciplinas na área da atividade física adaptada. A partir daí, tive a oportunidade de participar em projetos de extensão voltados para essa área específica e comecei a conviver com pessoas com deficiência, me apaixonei completamente por esse tema e nunca mais saí dele”, relata a docente.

A experiência em Nova Iorque

Hoje, segundo a docente, a atividade física adaptada compreende tanto a parte de educação física escolar, como a dos esportes adaptados. Embora o esporte tenha bastantes incentivos – financeiros e legislativos – o certo é que a educação física escolar acabou sendo deixada de lado e isso me levou a me credenciar no Programa de Pós-Graduação em Educação Especial e aos estudos da educação física e inclusão de estudantes com deficiência. Para isso, precisava sair um pouco do Brasil para buscar esse “norte” com os autores norte-americanos que sempre constituíram uma referência para os meus estudos. Foi assim que decidi ir para Nova Iorque (EUA) e foi aí que eu tive a oportunidade de ver acontecer a verdadeira inclusão de estudantes com deficiência”, sublinha a Profª Mey, acrescentando que desde esse momento tem tentado estudar algumas possibilidades inspiradas nessa experiência internacional, porém muito baseadas na realidade do Brasil, algo que, para ela, tem sido muito gratificante.

Quanto às oportunidades de acesso ao esporte por pessoas com deficiência, Mey van Munster confessa que ainda há muito para fazer. “Aqui, em São Carlos, temos a participação de Mitcho Bianchi, técnico que trabalha com natação, na parte de rendimento, e temos um ex-aluno meu (Maradona) que trabalha na área do atletismo, mas isto é muito pouco, faltam outras iniciativas. Por isso, nosso projeto de extensão na UFSCar (PROAFA) acaba tendo muita repercussão, fato que tem contribuído para a chegada de atletas de Descalvado, Ibaté, Itirapina até nós, porque na região não existem atividades semelhantes. Faltam oportunidades”, pontua a docente, argumentando, por exemplo, que em alguns municípios, como Jundiaí (SP), por exemplo, existem projetos lançados pelas secretarias municipais de esporte e que são referência internacional.

Não é necessário existirem programas específicos para pessoas com deficiência

“Caso pretenda desenvolver alguma modalidade esportiva, acho que o primeiro passo que uma pessoa com deficiência deverá dar é verificar se no município onde mora existe alguma iniciativa do poder público municipal em relação ao apoio que deverá ser dado para esse fim. Aqui, em São Carlos, temos um grande parceiro –  SESC São Carlos – , que desenvolve muitas atividades pensando na acessibilidade de pessoas com deficiência. Por outro lado, nem sempre as pessoas com deficiência necessitam se vincular a programas específicos para elas. No caso do SESC, as portas estão abertas e as atividades são abertas para todas as pessoas e, por isso, cabe às pessoas com deficiência ocuparem esses espaços, reivindicando-os”, sublinha a professora.

No âmbito deste evento inserido no programa “Ciência às 19h00, a Profª Mey van Munster aproveitou o ensejo para apresentar o livro intitulado “Educação Física e Esportes Adaptados”, uma publicação que, segundo ela, é fruto de um trabalho que foi feito com muitas mãos. “Foram muitas pessoas que colaboraram, principalmente muitos estudantes do PPGEE-UFSCar, e que tiveram a oportunidade de desenvolver pesquisas muito atuais, inéditas, partilhando essas experiências” finaliza a docente. O livro pode ser adquirido através da Amazon, ou no site da Editora Manole, sendo que em breve também estará disponível em versão online.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

3 de abril de 2023

Paciente sem indícios de fibromialgia durante quarenta e dois meses – Tratamentos do IFSC/USP continuam a surpreender

(Créditos – LUSA/HN)

Um estudo de caso publicado neste mês de março, no “Journal of Novel Physiotherapies”, de autoria de pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), relata o caso de uma paciente fibromiálgica, com 59 anos de idade, residente em São Paulo, que após ter sido submetida, em 2018, ao já conhecido tratamento desenvolvido pelo Grupo de Óptica do Instituto, atingiu a marca de 42 meses sem qualquer novo indício da doença.

Segundo o autor principal do citado artigo, Dr. Antonio Eduardo de Aquino Junior, Joana D’arc Ventura (identificação com autorização da paciente) teve, em 2006, o diagnóstico de fibromialgia – confirmado através da exclusão de outras doenças -, e cujos sintomas já vinham sendo percebidos pela paciente desde 1989. Dores nos membros superiores e inferiores, no troco, fadiga, progressiva diminuição da força, má qualidade do sono, dores de cabeça, intestino irritável, estresse, depressão, dificuldade de concentração e de memória; estes foram os sintomas que a paciente relatou ter quando começou a fazer o tratamento desenvolvido pelo IFSC/USP, e que estavam sendo amenizados através de diversos medicamentos.

Sujeita, em 2018, a dez sessões de tratamento e acompanhada de seis em seis meses pelos pesquisadores responsáveis pelo tratamento, Joana foi avaliada nesses períodos nos seguintes parâmetros:

*Consequências Fibromialgia;

Joana D’arc Ventura

*Escala de dor (0/10);

*Qualidade do sono segundo o método de Petersburg (0/21);

*Avaliação de ansiedade por método de Hads;

*Avaliação de depressão segundo o método de Beck;

Quarenta e dois meses após o tratamento realizado em 2018, os resultados foram os seguintes:

*Consequências da fibromialgia – melhoria em 95,2%;

*Qualidade de vida – melhoria em 99%;

*Escala de dor – 0;

*Qualidade do sono – 19 (máximo 21);

*Avaliação de ansiedade por método de Hads – melhoria 95,2%

*Avaliação de depressão segundo o método de Beck – melhoria de 98%

Joana D’arc não tem mais problemas relacionados com concentração ou perda de memória, estando atualmente cursando o 2º ano de fisioterapia em uma universidade na cidade de São Paulo.

Para conferir toda a informação relativa a este caso e publicada no artigo científico acima indicado, clique AQUI.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

29 de março de 2023

IEA-USP Polo de São Carlos tem nova coordenação

O Instituto de Estudos Avançados da USP (IEA-USP) – Polo de São Carlos tem uma nova coordenadora, a Profa. Dra. Elisabete Moreira Assaf, docente e presidente da Comissão de Inclusão e Pertencimento (CIP) do Instituto de Química de São Carlos (IQSC/USP), que irá cumprir um mandato de quatro anos.

A Profª Elisabete Assaf substitui, no cargo, o docente do (IFSC/USP) Prof. Valtencir Zucolotto, que entretanto terminou seu mandato.

A designação ocorreu através de Portaria do Reitor da USP, datada de 24 de março do corrente ano.

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

27 de março de 2023

“Shell Brasil” visita infraestruturas do IFSC/USP no âmbito de parcerias estabelecidas

Liane Rossi, Renato Vitalino Gonçalves e Camila Farias

Uma delegação de quadros superiores da Shell Brasil, incluindo sua diretoria, acompanhados por representantes do Research Centre for Greenhouse Gas Innovation (RCGI-Poli/USP), visitaram no dia 22 de março o Campus da USP de São Carlos onde se inteiraram dos projetos que se encontram em curso no âmbito de parcerias estabelecidas entre essa multinacional e a Universidade de São Paulo.

Coube à Drª Camila Farias, da Shell, e à Prof. Liane Rossi, Coordenadora do Programa CCU-RCGI visitarem a infraestrutura localizada na Área-2 do Campus USP de São Carlos, coordenada pelo docente e pesquisador Prof. Renato Vitalino Gonçalves, cujo seu grupo de trabalho se dedica, entre outras linhas de pesquisa, a fotossíntese artificial, geração de energia renovável e geração de hidrogênio fotocatalítico

Prof. Renato Vitalino Gonçalves

Para o pesquisador, essa foi uma visita que se insere em projeto que ele coordena (VER AQUI), que envolve a produção de hidrogênio verde e a conversão de CO2 em produtos de elevado valor agregado , como etanol, metanol, CH4, CO, etc.. Resumidamente, trata-se de processos que convertem as moléculas de CO2 em produtos de interesse comercial. “Este é um projeto que temos em parceria com a Shell e que está sendo executado há cerca de um ano e meio; esta visita vem no sentido de se analisarem as possibilidades de se poderem acrescentar mais valias, ou seja, ver se é possível estender os estudos para outras vertentes”, sublinha o pesquisador, cuja expectativa é grande devido aos avanços que foram feitos por seu grupo de pesquisa em relação aos resultados obtidos.

“Evoluímos muito em relação à conversão da molécula de CO2 em etano, metano e etanol, cujos resultados obtidos recentemente são muito promissores”, comemora Renato Gonçalves. Estes resultados estão sendo compilados  para serem divulgados ainda no decurso deste primeiro semestre de 2023, através de um artigo científico que está sendo finalizado por uma aluna de mestrado do grupo do Prof. Renato Gonçalves, cuja bolsa de estudo da aluna está sendo integralmente paga pela Shell, com valor igual ao das tradicionais bolsas atribuídas pela FAPESP.

Além do trabalho desenvolvido no âmbito do CO2, o grupo de pesquisa do Prof. Renato Gonçalves também está desenvolvendo pesquisas relacionadas à geração de hidrogênio verde, algo que está consolidado. “Estamos também com uma parceria com a Shell nesse projeto que tem duas vertentes. A primeira é a produção de hidrogênio verde a partir da fotocatálise, e a segunda é a utilização do CO2 como reagente para produtos de alto valor”, pontua o pesquisador, dando como exemplo a grande quantidade de usinas de cana existentes no Estado de São Paulo. “Devido a essa grande quantidade de usinas, em seu processo de fermentação do caldo de cana com o intuito de gerar etanol, para cada molécula gerada é igualmente gerada uma molécula de CO2 que em termos gerais se perde na atmosfera. Se conseguirmos converter em etanol esses 10% de CO2 que é perdido, será possível aumentar enormemente a produtividade de todas essas usinas”, conclui o pesquisador.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

24 de março de 2023

Prof. Ricardo Galvão visita IFSC/USP – O papel do CNPq no Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia

Auditório “Prof. Sérgio Mascarenhas” (IFSC/USP) completamente lotado na manhã do dia 24 de março de 2023 para ouvir e interagir com o recém-empossado presidente do CNPq, Prof. Ricardo Galvão, que, em um colóquio memorável, cujo título foi “O papel do CNPq no Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia”, falou do trabalho desenvolvido anteriormente pelo órgão, os problemas relacionados com a atribuição e valores das bolsas, e, ainda, os projetos que serão desenvolvidos no futuro.

Simples, direto, bem disposto, afável, ciente de suas responsabilidades e com um olhar muito atento às necessidades do país, principalmente no que concerne à ciência e tecnologia. Esse é Ricardo Galvão, que, igual a si mesmo e independente do cargo que ocupa, se mantém como um dos cientistas mais valorosos do nosso País, agora comandando os destinos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e encarando de frente os novos desafios colocados ao órgão.

Atribuição e valor das bolsas

Em parceria com a Rádio UFSCar, a Assessoria de Comunicação do IFSC/USP manteve uma salutar conversa com o Prof. Ricardo Galvão, mesmo antes de apresentar seu colóquio e, claro, o tema se centrou numa espécie de retrospectiva da missão do CNPQ nos últimos anos e os caminhos que deverão ser percorridos no futuro, começando pelos reajustes das bolsas. Contudo, Ricardo Galvão começou por sublinhar que nos últimos três anos o volume de bolsistas de mestrado e doutorado caiu substancialmente, principalmente pelo fato de ter havido uma redução na procura. “Nós acreditamos que parte dessa redução foi devido à pandemia e isso é um fato. Contudo, outra parte desse índice de redução foi devida ao valor das bolsas. Um aluno que se forma numa boa graduação e que tem possibilidades de ingressar no mercado de trabalho, não vai olhar para trás, mesmo que goste muito de ciência, já que começar sua vida profissional com uma bolsa de R$1.500,00 será muito difícil para ele. Então, isso está causando uma diáspora muito grande, com excelentes alunos a rumarem para fora do país, ou não optando pela ciência, pela carreira científica, indo ocupar outras áreas do mercado de trabalho”, lamenta Ricardo Galvão.

Ao ter identificado, de forma clara, a necessidade de um aumento emergencial no valor das bolsas nos primeiros cem dias de governo, a equipe de transição do atual governo abriu caminho para a concretização desse objetivo através da designada PEC da Transição. “Foi devido a ela que conseguimos obter esse aumento, através do Congresso Nacional, tendo em consideração que parte desses recursos foram para o CNPq e para a CAPES, o que permitiu dar essa valorização das bolsas. Espero que agora possamos atrair muitos mais alunos para a carreira científica”, pontua o presidente do CNPq.

Em relação às recentes declarações da Ministra de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos, de que ao longo de 2023 poderão ser implementadas mais de dez mil  novas bolsas, o Prof. Ricardo Galvão salientou que ainda está sendo realizado um estudo orçamentário detalhado. Como o atual aumento do valor das bolsas foi feito através da PEC da Transição – só para o CNPq foram disponibilizados cerca de R$406 milhões -, e esse recursos entraram no orçamento deste ano, não se sabe ao certo, ainda, o que vai acontecer em 2024. “Nós temos que desenvolver ações junto do Ministério do Planejamento para garantir a continuidade desses recursos para bolsas de doutorado (4 anos) e de mestrado (2 anos). Se distribuirmos tudo agora, qual será a garantia de como iremos mantê-las? Estamos num processo de um estudo muito detalhado, inclusive porque várias bolsas não vêm só de recursos do CNPq, mas também através de outros parceiros”, enfatiza o Prof. Ricardo Galvão.

Investimentos para projetos de pesquisa

Uma das primeiras ações para o futuro será a execução do Plano Plurianual da União (PPA), já que ele é essencial para o CNPq, por forma a que o órgão possa contar com mais recursos para investimentos em projetos de pesquisa, algo que, para Ricardo Galvão, ainda é um gargalo que deverá ser resolvido. “A situação atual não é a que nós gostaríamos que fosse, atendendo a que o CNPq está gastando 90% de seu orçamento na atribuição de bolsas e apenas 10% em investimentos para projetos de pesquisa. Então, o que adianta ter bolsistas se eles não têm laboratórios ou outras instalações para poderem trabalhar? Queremos inverter essa situação e ter mais recursos para investimento”, pontua o Prof. Ricardo Galvão, acrescentando que, por outro lado, já iniciou a elaboração de um plano cujos detalhes serão conhecidos nos próximos meses, para atrair os doutores que estão no exterior. “O objetivo é trazê-los de volta para o país, não através da concessão de bolsas, mas na possibilidade de podermos oferecer contratos de trabalho temporário de quatro anos. Estamos trabalhando profundamente nisso, bem como em uma melhoria no relacionamento e interação com as fundações de amparo à pesquisa estaduais e com os órgãos no exterior.

Ciência é fundamental para o futuro do Brasil

E, se a ciência é, comprovadamente, uma área fundamental para o desenvolvimento de qualquer nação, o Brasil pode ser um dos países que pode assumir essa relevância. Para Ricardo Galvão, o exemplo mais marcante foi a resposta que a ciência mundial deu, num curto espaço de tempo, para combater a pandemia. Contudo, para o presidente do CNPq ainda existem ameaças latentes. “Nós temos, certamente, ameaças muito grandes não só para o nosso país, como para o resto do mundo: o aquecimento global, as mudanças climáticas e uma preocupação muito grande com um desenvolvimento sustentável, e a ciência é fundamental para enfrentar e resolver essas ameaças”, sublinha Ricardo Galvão.

“Resumidamente, nós não vamos ter um desenvolvimento no país que seja sustentável ou socialmente justo sem que hajam políticas públicas que estejam fortemente alicerçadas na ciência e tecnologia”, conclui nosso entrevistado.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

24 de março de 2023

Células-Tronco e a Medicina Regenerativa (Parte I) – Por: Prof. Roberto N. Onody

Figura 1 – Imagem gerada no computador pelo sistema de inteligência artificial DALL*E 2, da OpenAI, com o comando: “3D render large and connected stem cells in Digital Art, high resolution”.

Por: Prof. Roberto N. Onody *

Caro leitor,

Iniciamos o ano de 2023, abordando o tema “Células-Tronco e Medicina Regenerativa” que será dividido em 3 partes. Devido às suas inúmeras aplicações no tratamento e, alguns casos, até da cura de doenças graves, a importância das células tronco (Figura 1) cresce dia a dia. Juntos, o transplante de células tronco e a terapia genética, representam hoje a vanguarda da medicina regenerativa.

Também já está no ar a newsletter “Ciência em Panorama”. Abaixo, um sumário da edição no. 2

Tecnologia

1-ChatGPT – a Inteligência Artificial para o bem e para o mal

2-Drones Anfíbios

3-Tela de Vidro Háptica

Saúde

1-Atrofia Muscular Espinhal (AME) tipo1

2-Hemofilia B

Física

1-Para-raios a laser?

2-Fibra ótica no ar

Para Relaxar

1-O lápis mais velho do mundo

2-A magia do cubo mágico

Astronomia

Adeus, cometa verde!

A newsletter pode ser subscrita por qualquer pessoa, alunos, docentes, funcionários etc.

Para receber as edições basta enviar um e-mail para onody@ifsc.usp.br colocando o seu nome e o seu e-mail.             

Boa leitura!

Introdução

Clinicamente, podemos considerar como a primeira forma de terapia celular a transfusão de sangue. Pioneiramente efetuada pelo ginecologista britânico James Blundell em 1818 ao cuidar, com sucesso, de uma hemorragia pós-parto. Hoje sabemos que o final feliz dessa transfusão foi pura sorte, já que a descoberta dos grupos sanguíneos ABO e o fator Rh (VER AQUI) só ocorreram em 1900 e 1939, respectivamente!

Já a terapia de órgãos parcialmente comprometidos, começou com o enxerto de peles realizado pela primeira vez (de maneira comprovada) pelo cirurgião suíço J.L. Reverdin em 1869. Em seguida, veio o transplante de tecidos, com o oftalmologista austríaco E. Zirm realizando, em 1905, o primeiro transplante de córnea.

O rim foi o primeiro órgão completo a ser transplantado. Um jovem de 22 anos foi dispensado da Guarda Costeira dos EUA com nefrite crônica. Para sua sorte, ele tinha um irmão gêmeo. Em 1954, J. Murray fez o transplante de um rim do seu irmão. Foi um sucesso. Em seguida, vieram outros transplantes de órgãos como fígado, coração, pulmão etc.

O transplante de órgãos é um dos maiores sucessos da Medicina, tendo salvado a vida de milhões de pessoas em todo o mundo. O Brasil é o segundo país no mundo com maior número de transplantes anuais (o primeiro é os EUA). Apesar das frequentes campanhas incentivando a doação de órgãos, a fila de espera é grande. Os pacientes aguardam o transplante em lista única, controlada pelo Sistema Nacional de Transplantes que é coordenado pelo Ministério da Saúde.

Figura 2- Células-tronco embrionárias (no interior da linha vermelha) sendo extraídas do blastocisto (Crédito: IPCT – Instituto de Pesquisa com Células-Tronco)

Vejamos agora as células-tronco. As células-tronco têm duas características formidáveis: elas se autorrenovam, reproduzindo-se e gerando células idênticas e elas podem ser programadas para se transformarem em qualquer tipo de célula do corpo.

Após a união do espermatozóide com o óvulo, a célula resultante – o zigoto, começa a se dividir através da clivagem. Após o 3º. ou o 4º. dia da fecundação, o ovo atinge a chamada fase de mórula (pré-embrionária) que é formada por células-tronco totipotentes, isto é, por células que podem se transformar em qualquer outra célula, seja ela de um órgão específico ou um tecido qualquer. Podem tanto gerar as células do embrião quanto as dos tecidos extraembrionários (como a placenta e o cordão umbilical).

Do 5º. ao 8º. dia após a fecundação, o embrião já tem centenas de células e está na fase chamada blastocisto. Na fertilização in vitro, é nessa fase que é feita a transferência do embrião para o útero. É no blastocisto que se encontram as células-tronco embrionárias ou pluripotentes. A diferenciação funcional das células ainda não ocorreu (Figura 2).

A obtenção de células-tronco a partir de embriões humanos ocasionou, em termos mundiais, uma grande discussão ética que freou essa linha de pesquisa. As células-tronco pluripotentes podem ser encontradas, em maior ou menor quantidade, em todos os órgãos humanos, com destaque para a medula óssea e o cordão umbilical. Nas últimas décadas, surgiram várias empresas especializadas em congelar células-tronco do cordão umbilical dos bebês (para um possível uso no futuro)Em casos de leucemia um transplante de medula óssea é um procedimento bastante eficiente e vem sendo realizado desde a década de 1950!

O corpo humano tem aproximadamente 37 trilhões de células e cerca de 216 tipos de células diferentes. Até 2006, a pesquisa cientifica utilizava células-tronco que eram coletadas no embrião, no cordão umbilical ou na medula óssea. Porém, o transplante dessas células-tronco naturais, de um paciente para outro, pode gerar problemas de histocompatibilidade e uma resposta agressiva do sistema imunológico.

Em 2007, Yamanaka e colaboradores, conseguiram obter células-tronco induzidas a partir de células (já diferenciadas) da pele humana. As células da pele foram reprogramadas para voltarem à sua forma original. Por esse trabalho notável, Yamanaka recebeu o prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina de 2012. Mas, produzir células-tronco induzidas foi um longo caminho que precisou passar por três etapas: a clonagem celular, a descoberta dos fatores de transcrição e a capacidade de cultivo celular.

A primeira clonagem de um animal vertebrado foi feita há 26 anos atrás com a ovelha Dolly. Ela foi gerada a partir da inserção do núcleo das células da glândula mamária em óvulos sem núcleo.

Fatores de transcrição são proteínas que controlam a informação genética transmitida do DNA para o RNA mensageiro. Eles regulam, ativando ou não, a expressão de genes nas células. O papel desses fatores de transcrição no desenvolvimento de órgãos e membros foi primeiro esclarecido na mosca das frutas (Drosophila melanogaster). De fato, a manipulação genética dessas moscas, permitiu substituir suas antenas por um par de patas.

Finalmente, foi necessário se desenvolver a capacidade do cultivo de células-tronco em laboratório. Iniciada em 1981, com o cultivo das células-tronco de camundongos, foi somente em 1998 que se conseguiu manter células-tronco humanas em laboratório sem que elas perdessem sua capacidade pluripotente.

Em 2007, Yamanaka e seu grupo conseguiram reprogramar células da pele do rosto de uma mulher de 36 anos, transformando-as em células-tronco pluripotentes. Para isso, introduziram retrovírus (vírus cujo genoma é de RNA) contendo quatro fatores de transcrição humanos – Oct4, Sox2, c-Myc e Klf4, na cultura celular da pele. Seguindo um determinado protocolo, eles otimizaram a porcentagem de transdução viral, isto é, maximizaram a fração das células receptoras (da cultura celular) que tiveram os 4 fatores de transcrição incorporados. Foram as primeiras células-tronco pluripotentes induzidas.

Como o processo para a obtenção dessas células é complexo, delicado e bastante trabalhoso, se pesquisa de maneira alternativa a produção de células-tronco multipotentes induzidas, as quais não se diferenciam em qualquer outro tipo de célula, mas tão somente em um grupo específico de células (veja mais adiante na secção Células-tronco neurais).

Figura 3 – As incríveis aplicações das células-tronco (Crédito: Wikipedia)

Na medicina, as possibilidades de aplicações das células-troncos induzidas são enormes (Figura 3)

Células-tronco neurais

Nosso cérebro é composto por cerca de 86 bilhões de neurônios e, aproximadamente, um mesmo número de células gliais (glia é o termo grego para ´cola´).  Os neurônios se comunicam entre si por meio de sinapses. Estima-se que na região mais externa do cérebro – o córtex cerebral (ou massa cinzenta) de um indivíduo adulto, há uma média de 7.000 sinapses por neurônio (e o dobro disso para uma criança de 3 anos).

A massa cinzenta é o centro de processamento em que se formam os nossos pensamentos, personalidade, sentimentos e linguagem. Sua massa corresponde à metade do peso do nosso cérebro. Na outra metade e em sua região mais interna e profunda, está a massa branca que é percorrida por bilhões de axônios responsáveis pelo transporte de informações entre diferentes regiões da massa cinzenta. Nosso cérebro, apesar de corresponder somente a 2% do nosso peso, contém 20% do volume do nosso sangue e consome 20% da nossa energia!

Foi o médico espanhol S. R. Cajal que, utilizando marcadores de nitrato de prata, diferenciou os neurônios de outras células, estabelecendo sua estrutura e conexões. Por esse trabalho, ele recebeu o Prêmio Nobel de Fisiologia de 1906.

Durante décadas se acreditou que essa rede de neurônios era fixa. Caso os neurônios se deteriorassem com o tempo, eles jamais poderiam se regenerar (como as células do fígado e da pele). A criação de novos neurônios (neurogênese), seria impossível pois não conseguiriam se integrar ao nosso complexo sistema neurológico.

Somente em 1998 foi comprovada a ocorrência de neurogênese no hipocampo de seres humanos. As células-tronco ali encontradas não são pluripotentes, mas, somente multipotentes podendo apenas se diferenciar em neurônios e células gliais. Mais tarde elas também foram encontradas nos bulbos olfatórios e no septo. O hipocampo (que tem esse nome devido à sua forma de um cavalo marinho) se situa no ´epicentro´ do cérebro. Embora nos refiramos a ele no singular, nós temos na verdade 2 hipocampos, um embaixo de cada hemisfério (Figura 4).

Figura 4 – Os 2 hipocampos são os corpos mostrados em amarelo na imagem. O hipocampo fica logo acima da orelha, entrando 3,8 cm dentro da cabeça – Fonte: hipocampo-2.jpg (800×400)

O hipocampo tem 2 funções importantes. Uma delas é controlar e mediar a nossa memória explícita (ou declarativa). Por exemplo, lembrar de datas, nomes ou evocar imagens de nossa infância ou do dia da nossa formatura. Memórias não explícitas, estão ligadas a hábitos e talentos (como caminhar e tocar piano) que são reguladas pelo cerebelo e o gânglio basal. Outra função importante do hipocampo diz respeito ao posicionamento do nosso corpo em relação ao seu entorno. Ele mapeia o ambiente ao nosso redor, dando nossa localização espacial.

O hipocampo recebe sinais do nosso sistema neurotransmissor que produz importantes moléculas como a serotonina (regula o humor, o apetite, o sono e a temperatura do corpo), dopamina (um dos hormônios da felicidade provoca sensação de prazer, diminui o estresse e estimula a memória) e acetilcolina (envolvida no processo de contração muscular, nos batimentos cardíacos e dilatação pulmonar, bem como na consolidação da memória e na aprendizagem).

As células gliais têm mesmo progenitor que os neurônios. Elas regulam a concentração de íons, nutrientes e mensageiros químicos próximos aos neurônios. Há 3 tipos principais: astrócitos – que auxiliam a comunicação entre neurônios; oligodendrócitos – que aumentam a velocidade de transmissão da informação emitida pelos neurônios e micróglias – responsáveis pelas atividades fagocitárias de limpeza do sistema nervoso central e processos inflamatórios.

As micróglias (menores células da glia) são as protetoras do nosso cérebro. A morte celular programada – a apoptose, é um processo essencial no desenvolvimento dos seres vivos. Quando isso não acontece teremos o desenvolvimento de tumores cancerígenos. No caso da morte de um neurônio, uma micróglia o envolve e o metaboliza enquanto astrócitos removem as ramificações do neurônio morto. Em 2020, esse processo foi filmado in vivo em cérebros de ratos por uma equipe da Universidade de Yale (veja vídeo).

Com o envelhecimento, a não remoção de neurônios mortos leva ao surgimento de doenças neurodegenerativas.

(Continua na parte 2 – em breve)

*Físico, Professor Sênior do IFSC – USP

e-mail: onody@ifsc.usp.br

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(Agradecimento: ao Sr. Rui Sintra da Assessoria de Comunicação)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

24 de março de 2023

Abertas as inscrições para o Processo Seletivo de novos/as integrantes do NEU São Carlos

O Núcleo de Empreendedorismo da USP-São Carlos e UFSCar (NEU-SC) é um grupo extracurricular apoiado pelo Centro Avançado EESC para Apoio à Inovação, o EESCin, focado em apoiar e difundir projetos de inovação e empreendedorismo na USP São Carlos.

Os novos membros trabalharão lado a lado com estudantes de graduação e de pós-graduação, professores, investidores, empresas e instituições nacionais e internacionais para o fortalecimento do ecossistema de startups digitais, sociais e de base científico-tecnológica (deeptechs) na USP São Carlos.

O principal projeto é o Innostart (programa de pré-aceleração e educação empreendedora para professores, estudantes de IC e de pós-graduação, com o objetivo de aproximar suas pesquisas do mercado por meio de soluções inovadoras e com potencial de se tornar startups de relevância global). Também são parceiros chave na criação de eventos do ecossistema de São Carlos, como o Sancathon.

O processo é aberto a veteranos/as ou calouros/as, de graduação ou pós-graduação, de todas as unidades da USP São Carlos (EESC, IAU, ICMC, IFSC e IQSC).

Se você se interessou pelos projetos clique AQUI para preencher o formulário do processo seletivo, lembrando que não há necessidade de qualquer conhecimento prévio sobre startups e empreendedorismo, nem de ideias para startups para participar do processo seletivo.

Mais informações: neu@eesc.usp.br

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

24 de março de 2023

Veja como foi: Colóquio do IFSC/USP: Prof. Ricardo Galvão fala sobre o papel do CNPq no Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia

O Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) recebeu no dia 24 deste mês, às 10h30, no Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas”, o recém-empossado presidente do CNPq, Prof. Ricardo Galvão.

Em sua visita ao nosso Instituto, Ricardo Galvão foi o palestrante do primeiro colóquio neste ano, subordinado ao tema “O papel do CNPq no Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia”, onde foram apresentadas, com detalhes, as ações e programas do CNPq, o histórico de sua contribuição nos últimos anos, bem como o recente aumento no valor da bolsas e perspectivas futuras.

Clique AQUI para rever este evento.

 

 

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

24 de março de 2023

Concurso Livre-Docência: Prof. Dr. João Renato Carvalho Muniz – Agenda de trabalhos / Resultado do concurso – Quadro de notas

Comunicamos que as provas do concurso para obtenção do título de livre-docente no qual se encontra inscrito o Prof. Dr. João Renato Carvalho Muniz de Oliveira Soares Pinto, terá início no dia 21 de março de 2023, às 8h00, de forma remota.

Informações do concurso encontram-se disponibilizadas abaixo:

Agenda dos trabalhos

Ponto sorteado prova didática

Ponto sorteado prova escrita

Resultado do concurso – quadro de notas

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

21 de março de 2023

Destaques da produção científica do IFSC/USP (novembro/dezembro 2022)

A Biblioteca do IFSC apresenta os artigos científicos produzidos pelos seus docentes e pesquisadores que foram identificados como interessantes no bimestre de Nov./Dez. de 2022 pela Essential Science Indicators, um dos produtos de citação da agência Clarivate Analytics/Thomson Reuters. Lembramos que o acesso ao texto completo é liberado para comunidade USP ou quem tem acesso ao Portal CAPES.

Para mais informações: sbiprod@ifsc.usp.br

ÁREA:   Agricultural Sciences

Development of cellulose-based bactericidal nanocomposites containing silver nanoparticles and their use as active food packaging

ÁREA:   Biology & Biochemistry

Decyl esters production from soybean-based oils catalyzed by lipase immobilized on differently functionalized rice husk silica and their characterization as potential biolubricants

ÁREA:   Chemistry

A review on chemiresistive room temperature gas sensors based on metal oxide nanostructures, graphene and 2D transition metal dichalcogenides

Carbon-based materials in photodynamic and photothermal therapies applied to tumor destruction 

Electrochemical immunosensors using electrodeposited gold nanostructures for detecting the S proteins from SARS-CoV and SARS-CoV-2

Emergence of complexity inhierarchically organized chiral particles

Folding of xylan onto cellulose fibrils in plant cell walls revealed by solid-state NMR

Molecular docking and structure-based drug design strategies

The past and the future of Langmuir and Langmuir-Blodgett films  

Plasmonic biosensing: focus review

Wearable sensors made with solution-blow spinning poly(lactic acid) for non-enzymatic pesticide detection in agriculture and food safety

ÁREA:   Clinical Medicine

Features of third generation photosensitizers used in anticancer photodynamic therapy: Review

ÁREA:   Computer Science

Clustering algorithms: a comparative approach

ÁREA:   Materials Science

A non-volatile organic electrochemical device as a low-voltage artificial synapse for neuromorphic computing

ÁREA:   Neuroscience & Behavior

Mechanosensing is critical for axon growth in the developing brain

ÁREA:   Pharmacology & Toxicology  

ADMET modeling approaches in drug discovery

Approaches to advance drug discovery for neglected tropical diseases

ÁREA:   Physics

Antiproton flux, antiproton-to-proton flux ratio, and properties of elementary particle fluxes in primary cosmic rays measured with the Alpha Magnetic Spectrometer on the International Space Station

Boosting the sensitivity of Nd3+-based luminescent nanothermometers

Bose-Einstein condensation: twenty years after

Generalized geometric quantum speed limits   

Observation of new properties of secondary cosmic rays lithium, beryllium, and boron by the alpha magnetic spectrometer on the International Space Station

Observation of the Identical Rigidity Dependence of He, C, and O Cosmic Rays at High Rigidities by the Alpha Magnetic Spectrometer on the International Space Station

Precision measurement of the boron to carbon flux ratio in cosmic rays from 1.9 GV to 2.6 TV with the Alpha Magnetic Spectrometer on the International Space Station

Precision measurement of the helium flux in primary cosmic rays of rigidities 1.9 GV to 3 TV with the Alpha Magnetic Spectrometer on the International Space Station

Precision measurement of the proton flux in primary cosmic rays from rigidity 1 GV to 1.8 TV with the Alpha Magnetic Spectrometer on the International Space Station

Revisiting the optical bandgap of semiconductors and the proposal of a unified methodology to its determination

The Kuramoto model in complex networks

The Pierre Auger Cosmic Ray Observatory

Towards understanding the origin of cosmic-ray positrons

ÁREA:   Space Science

Introducing the CTA concept

Multi-messenger observations of a binary neutron star merger

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

20 de março de 2023

Pesquisadores do IFSC/USP testam com sucesso tratamento para neuralgia do trigêmeo

Prof. Vitor Hugo Panhóca

Esta é uma das dores faciais mais graves e comuns

Pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), em parceria com o pesquisador Dr Marcelo Saito Nogueira, da Tyndall National Institute (Ireland) e Universidade College Cork (Ireland), testaram uma terapia com laser de baixa potência como tratamento alternativo ou complementar à utilização de terapias medicamentosas para o tratamento da neuralgia do trigêmeo, tendo obtido resultados muito positivos.

Um estudo foi apresentado pelos pesquisadores em janeiro deste ano (VER AQUI) no decurso do Congresso da SPIE WEST, ocorrido no Vale do Silicio, na Califórnia (EUA). A SPIE é a maior associação mundial para pesquisa em fotônica.

A neuralgia do trigêmeo é considerada uma das dores faciais mais graves e comuns e é caracterizada por uma dor paroxística semelhante a um choque elétrico, ou dor aguda, restrita a um ou mais ramos do nervo trigêmeo.

(Créditos -Jacksonville Orthopaedic Institute)

A neuralgia do trigêmeo pode se desenvolver a partir de causas idiopáticas e/ou pode estar relacionada a outras condições, como neoplasias, esclerose múltipla, compressão da raiz do nervo trigêmeo e outros comprometimentos nervosos, sendo que os tratamentos mais utilizados são terapias medicamentosas em altas doses ou cirúrgicas, que, no entanto, podem causar efeitos colaterais.

Um potencial tratamento alternativo ou complementar da  neuralgia do trigêmeo é a terapia a laser de baixa potência, que é conhecida por controlar diferentes tipos de dor, procedimento esse que foi testado por pesquisadores do IFSC/USP como adjuvante à terapia medicamentosa e que mostrou resultados positivos. “Nosso trabalho avaliou os resultados obtidos no tratamento medicamentoso associado à terapia a laser, com base em um relato de caso clínico de um paciente com neuralgia do trigêmeo, sendo que os resultados foram avaliados a cada sessão, quanto à evolução do paciente.”, esclarece o Dr. Vitor Hugo Panhóca, especialista em Dor Orofacial pela EPM-UNIFESP e pesquisador do IFSC/USP, que é coordenador desse estudo juntamente com o Prof. Dr. Vanderlei Bagnato, realizado com os  demais coautores deste estudo.

Para este procedimento foram utilizados dois dos aparelhos que aplicam laser e que foram desenvolvidos no IFSC/USP e que já estão sendo comercializados, com aplicações na região dos ramos do nervo trigêmeo, três vezes por semana, conforme protocolo desenvolvido pelos pesquisadores. O resultado clínico observado foi excelente, resultando em redução das dores e administração da dose medicamentosa entre 50 a 100% .

“Em nossa opinião, estes resultados ocorreram devido aos efeitos da fotobiomodulação, proporcionando por meio de vias anti-inflamatórias e analgésicas, alívio da dor neurálgica e promoção também da homeostase celular necessária para o restabelecimento da função tecidual”, conclui Vitor Panhóca.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

20 de março de 2023

Startup “Blatron Tecnologia” oferece oportunidades de bolsas FAPESP

A empresa startup “Blatron Tecnologia”, gerada a partir de pesquisas realizadas no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e na Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP), está oferecendo oportunidades de bolsas.

Veja abaixo:

Bolsista FAPESP – Treinamento Técnico IV – (TT-4) – Computação

Valor – R$ 3.570,80 / mês;

Requisitos:

*Graduação Completa em curso relacionado a Computação;
*Mínimo de 2 (dois) anos de experiência, ou Mestrado concluído, em área relacionada;
–*Compromisso de 6 meses (extensão até 2 anos);

Assuntos Abordados:

*Desenvolvimento de Interface Gráfica;
*Comunicação Serial com Microcontroladores;
*Cálculo automático de Curvas de Calibração;
*Integração de software para cálculo de Circuitos Equivalentes;
*Integração de software para projeção com Visualização de Informações (InfoViz);
*Classificação de dados através de Aprendizado de Máquina;
*Processamento de Dados de Biossensores;
*Testes com Usuários Reais;
*Desenvolvimento de Aplicativo para Smartphone;

Bolsista FAPESP – Treinamento Técnico I – (TT-1) Eletrônica

Valor – R$ 505,60 / mês;

Requisitos :

*Cursando Graduação, sem reprovações, em curso relacionado a Eletrônica;
*Dedicação de 15 horas semanais;
*Residente em São Carlos – SP;
*Compromisso de 6 meses (extensão até 2 anos);

Assuntos Abordados:

*Comunicação Serial com Smartphone;
*Alimentação Portátil;
*Circuitos de Ajuste DC;
*Aquisição em Frequência;
*Circuitos de Calibração;
*Análise Dinâmica de Impedância;
*Análise de Semicondutores;
*Análise de Matrizes;
*Miniaturização de Circuitos;
*Testes de Reprodutibilidade;
*Fabricação em Escala;

Para mais informações, entrar em contato:
lorenzo.buscaglia@blatron.com
(16) 99760-9251

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

20 de março de 2023

Quando jovens pesquisadores do IFSC/USP decidem ser professores universitários

Na Califórnia

Do Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia para a sala de aula

Numa série de entrevistas dividida em três partes, iremos aqui relatar as experiências e a vida acadêmica de três jovens pesquisadores pertencentes ao Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia (GNano) do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP).

Para todos eles, foram anos de estudos, pesquisas nas mais diversas frentes, sendo que, em determinado momento, trocaram os laboratórios pelas salas de aulas na universidade. São três histórias que se cruzam, mas cujo final é similar, embora com características diferentes.

Hoje, iremos abordar o percurso de Leonardo Miziara Barboza Ferreira (36), um jovem pesquisador – agora professor – que confessa ter sido, desde o ensino fundamental, muito curioso por tudo o que se passava à sua volta e que o motivou a buscar respostas científicas em relação ao mundo que o rodeava. Contudo, foi no ensino médio que ele desenvolveu um interesse especial por química e biologia e a partir daí decidiu que, quando chegasse o momento, iria prestar provas para o curso de  Farmácia. Entretanto, acabou por não concretizar seus objetivos por dois motivos.

Indústria ou Academia/Pesquisa?

“O primeiro curso que prestei foi medicina (2003-2004), até por questões ligadas à família, para continuar um percurso profissional familiar. Prestei prova, mas não passei (adorei esse fato!) e aí comecei a fazer um curso de Fisioterapia que durou apenas um semestre na Universidade de Uberaba. Era um curso muito parecido com o de medicina: era legal? Era!… Mas também era algo que não me atraía fazer para o resto da vida”, recorda Leonardo, que no fundo sentia falta de se dedicar na área de exatas. Foi aí que em 2006 o nosso entrevistado finalmente prestou provas para o curso de Farmácia, fato que, segundo ele, conseguia equilibrar os seus velhos interesses por biologia e ciências exatas.

“Fiz o curso com duas iniciações científicas na área de química analítica e, no final fiz o tão aguardado e temido estágio obrigatório, onde me foi dada a hipótese de escolher dois caminhos: indústria ou Academia/Pesquisa. Meu estágio final foi no Instituto de Química da UNESP de Araraquara (2016) ao longo de cerca de seis meses, e assim que finalizei o estágio prestei provas para o mestrado em três universidades – UNESP, USP e UNICAMP, igualmente em química. Passei nas três universidades, mas optei por ficar em Araraquara, na UNESP, já que morava lá e gostava muito do grupo. Fiz dois anos de mestrado trabalhando em análise térmica, embora tenha trabalhado também no desenvolvimento de novos materiais, com cristais líquidos como potenciais carreadores de fármacos para “drug-delivery”, que era algo que tinha a ver com a minha formação inicial em Farmácia”, pontua o pesquisador.

Silicon Valley

No final de seu mestrado, Leonardo tinha a absoluta convicção de que seu próximo caminho seria a carreira acadêmica, rumo a prestar algum concurso para trabalhar com pesquisa. Mas não o fez… “Optei por não fazer doutorado na área de química porque os editais são muito limitantes, obrigando você a ter a mesma titulação de doutorado que a sua área de formação inicial. Por isso fui buscar um doutorado na área de Ciências Farmacêuticas, na UNESP de Araraquara, cujo foco era o desenvolvimento de sistemas de liberação de fármacos e nanotecnologia. O meu trabalho específico foi o desenvolvimento de formulações para biofármacos – anticorpos monoclonais. Nessa época (2012)  comecei a desenvolver, simultaneamente, alguns trabalhos na área de química supramolecular como reforço para a área de sistemas de liberação de fármacos. Esta construção de uma visão mais “físico-química” para o planejamento e desenvolvimento de medicamentos é algo que permite não apenas a compreensão da tecnologia em si, mas também os seus efeitos biológicos. Durante o doutorado viajei para os EUA onde passei cerca de um ano trabalhando em um centro de especialidade em tumores cerebrais, infraestrutura que pertence ainda hoje à Universidade da Califórnia – São Francisco”, recorda o pesquisador.

Deslumbrado com inovação e empreendedorismo

Um sorriso de esperança rumo a um novo horizonte

Leonardo Ferreira confessa que essa experiência no exterior foi muito importante, não só pelos trabalhos que desenvolveu nos laboratórios da Universidade da Califórnia, mas também pelo local e pela região, que são imensamente ricos em termos de inovação e empreendedorismo, onde se incentivam as relações entre universidade e empresas, comprovando a fama que tem “Silicon Valley”. “Retornei ao Brasil para defender meu doutorado (2016) e através de uma bolsa oferecida por uma indústria farmacêutica consegui desenvolver alguns trabalhos ao longo de três meses. Foi um período que eu queria ficar um pouco longe da Academia e concentrar o foco nos trabalhos para a indústria, devido à visão que eu tinha trazido dos EUA”. O jovem pesquisador começou a enviar currículos para várias indústrias e acabou sendo chamado por uma grande indústria farmacêutica nacional, tendo sido contratado como pesquisador pré-clínico, onde passou a desenvolver estudos para avaliação biológica de medicamentos, o que lhe facultou uma série de contatos com professores universitários dentro dessa área de conhecimento. Assim, mesmo estando dentro da indústria, o seu trabalho tinha muita relação com a Academia.

“O que eu vivi na indústria me fez ver o quanto é discrepante o ensino que nos é dado no curso de Ciências Farmacêuticas, já que a realidade da indústria e a velocidade que ela imprime para o desenvolvimento de medicamentos é vertiginosa e de fato há um gap muito grande entre a Academia e a indústria. Na indústria, eu tinha que gerenciar múltiplos projetos, algo que é bem diferente na Academia, onde eu estava responsável unicamente pela minha tese de doutorado. Necessitei entender o que eu próprio estava fazendo na indústria e assim decidi fazer uma especialização em gestão de projetos, algo que realizei na ESALQ (2018), através de um MBA, simultaneamente com o início do meu pós-doutorado e de mais um MBA em gestão de pessoas, até porque senti que necessitava disso também. Em resumo, estes dois cursos me deram as bases para lidar com ambientes multiprojetos e integração de times transdiciplinares”, pondera nosso entrevistado.

Contratado como Professor

O primeiro pós-doutorado de Leonardo Ferreira foi feito em 2019, no Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia (GNano) do IFSC/USP, com o Prof. Valtencir Zucolotto, tendo trabalhado, em um primeiro momento, com membranas do endotélio vascular que se relacionavam com processos patológicos característicos de doenças inflamatórias intestinais, até que, de repente, surgiu a pandemia em 2020. Foi a partir daí que iniciou o seu segundo pós-doutorado, exclusivamente dedicado ao desenvolvimento de nanopartículas para liberação pulmonar de fármacos anti-SARS-COV2, sendo esse o projeto que ainda continua trabalhando e cuja conclusão será no próximo mês de abril.

“Entretanto, neste período prestei dois concursos para professor: um na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis, e outro na UNESP de Araraquara, na Faculdade de Farmácia, Disciplina de Análise e Controle de Medicamentos, onde fui admitido. Assim, no próximo mês de abril finalizarei meu pós-doutorado no GNano, que me deixa enormes saudades, para assumir o cargo de professor. A vivência no grupo liderado pelo professor Valtencir Zucolotto me permitiu compreender que pesquisas fundamentais e aplicadas podem de fato estar integradas dentro de um grupo de pesquisa. Aliás, esta integração é salutar, uma vez que muitas invenções podem surgir a partir da fronteira do conhecimento. A experiência que adquiri na indústria foi fundamental para todo o meu aprendizado e para a tomada de decisões de carreira, especialmente sobre questões que envolvem “gestão”. Quanto a ser professor, tenho muitas expectativas em poder repassar as experiências da Academia e da indústria para uma melhor formação de meus alunos, para que eles consigam enxergar as oportunidades que existem nesta interface Universidade-indústria, o que se revela um verdadeiro desafio. Meu foco estará na formação de pessoal altamente qualificado e capaz de usar a força criativa juntamente com o pensamento crítico e racional para resolverem problemas. E o caminho, esse vasto caminho está aberto para o futuro deles e é nossa obrigação mostrar esses cenários”, sublinha o Prof. Leonardo.

Para o nosso entrevistado, não é fácil e não será fácil num futuro próximo responder às demandas pontuadas tanto pela Academia como pela indústria, até porque esse diálogo, essa interação precisam ser constantemente trabalhados. “O que se passou na pandemia é algo que fica como exemplo. Precisávamos de um produto com urgência, com emergência mundial, uma tecnologia que combatesse o vírus e a doença, só que a pergunta era: como desenvolver uma tecnologia sem conhecimento científico apropriado para essa emergência? E esse foi um momento em que a Academia e a indústria se uniram com uma única voz e com a mesma velocidade de resposta. Acho que a partir desse exemplo o diálogo entre ambas as partes poderá ser eficaz em muitas situações que se venham a colocar.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

19 de março de 2023

Oportunidade de Bolsa de Pós-Doutorado no GNano-IFSC/USP

O Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia da USP (GNano), pertencente ao Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), sob a  coordenação do Prof. Dr. Valtencir Zucolotto, está selecionando dois pós-doutorandos para atuar em um projeto de pesquisa relacionado ao “Desenvolvimento de nanoformulações para aplicações em medicina e agronegócio”, com Bolsas DTI-1A CNPQ. É desejável que a(o) candidata(o) tenha experiência na  síntese ecaracterização de nanossistemas e nanoformulações.

Interessados podem enviar Curriculum Vitae para gnano@ifsc.usp.br, A/C Simone.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP