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18 de janeiro de 2023

Unidade EMBRAPII do IFSC/USP já contemplou mais de 60 projetos – Total de R$ 30 milhões em recursos

A Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII) é uma instituição governamental cujo foco é apoiar as instituições de pesquisa tecnológica, fomentando a inovação na indústria brasileira. Ao auxiliar a modernizar as empresas através de produtos e/ou processos, a ação da EMBRAPII tem como principal meta fazer com que as empresas sejam mais competitivas, trazendo para a sociedade brasileira as soluções para os seus problemas cotidianos.

Criada em julho de 2017, a Unidade EMBRAPII do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) dedica-se a transformar a ciência produzida em tecnologias nas áreas da óptica, robôtica, instrumentação e novos fármacos. Com mais de sessenta projetos executados e/ou em execução, contemplando um elevado número de empresas – desde as startups até às já consolidadas -, o principal foco da Unidade EMBRAPII do IFSC/USP está relacionada com a saúde humana, animal, vegetal e na defesa do meio ambiente. Os projetos já entregues (38) resultaram em diversos produtos e processos já presentes no mercado.

Coletor solar baseado na redução de perdas térmicas

Uma centena de empresas trabalha com tecnologias desenvolvidas no IFSC/USP

Pesquisador Prof. Vanderlei Bagnato testa sistema portátil para captação de veias para procedimentos intravenosos

Entre as empresas que têm projetos EMBRAPII, sediadas em todo o território nacional, e outras que nasceram no Instituto de Física de São Carlos – perto de quarenta -, existe cerca de uma centena que trabalha com tecnologias que foram desenvolvidas no próprio Grupo de Óptica do IFSC/USP e no Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CEPOF), um CEPID que se encontra alocado no Instituto, todas elas tendo em consideração as necessidades sociais. “Como a Unidade EMBRAPII do IFSC/USP trabalha com pequenas e médias empresas, é óbvio que o nosso foco seja desenvolver equipamentos que resolvam alguns dos principais problemas do país. Um dos exemplos é um equipamento desenvolvido em nossos laboratórios, que tem a missão de realizar exames do solo para determinar a sua qualidade, tendo em vista melhorar a produtividade”, sublinha o Prof. Vanderlei Bagnato, coordenador da Unidade EMBRAPII do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP). Contudo, as pesquisas realizadas pelo Grupo de Óptica do IFSC/USP e pelo CEPOF são bastante diversificadas, abrangendo outras áreas importantes, tendo sido desenvolvidos, até agora, outros equipamentos, principalmente na área médica – lasers terapêuticos, microscopia, análises clínicas e instrumentação cirúrgica, entre outros -, produtos que já estão disponíveis nas diversas necessidades do mercado, com a particularidade de serem de baixo custo.

Novos horizontes: colaboração internacional mais intensa e destaque para a saúde pública

Embora o sucesso da Unidade EMBRAPII do IFSC/USP seja claramente visível, a intenção do Prof. Vanderlei Bagnato é atingir uma nova etapa com a intensificação da colaboração internacional, atendendo ao sucesso alcançado até agora, sendo necessário ultrapassar as fronteiras nacionais e trazer recursos e empresas diretamente da Europa e dos Estados Unidos. Segundo Bagnato, já se encontram em curso ações no âmbito do programa europeu “Eureka” que deverão gerar parcerias entre empresas brasileiras e europeias não apenas determinando novas tecnologias para o mundo, como também contribuindo para a inserção do know-how brasileiro na Europa. “Além desse programa, a participação no projeto “Global Health” também se mostra de vital importância, já que ela deverá gerar produtos e processos relacionados com um dos tipos

Sistema portátil de captação de veias para procedimentos intravenosos

de câncer mais recorrente no mundo – câncer de colo de útero -, projeto que pretende melhorar os procedimentos para o tratamento das lesões colo-uterinas em países que necessitam de alta tecnologia com baixo custo. Como vê, temos projetos para produzir melhores medicamentos, para treinar profissionais e, principalmente, para preparar melhor as empresas a produzirem o máximo no país”, diz Bagnato. No IFSC e na EESC a Unidade EMBRAPII conta com mais de dez professores participando e cerca de quarenta bolsistas desenvolvendo os projetos. Uma característica importante é que a Unidade EMBRAPPI do IFSC/USP procura ter uma participação ativa das empresas parceiras em todos os projetos, sendo que isso simplifica e cria o compromisso para se alcançar ainda mais sucesso.

Trabalhar mais com startups, promover a formação de novas empresas e incentivando-as a apoiar as áreas mais deficitárias do país, é uma das apostas de Bagnato. “Um dos projetos mais importantes que temos em desenvolvimento é dedicado à área de descontaminação ambiental de espaços fechados, incluindo áreas hospitalares. Trata-se de um combate a fungos e bactérias, algo que se tornou recentemente um dos grandes desafios da saúde pública mundial”, enfatiza o pesquisador. Neste contexto e também na área da saúde pública está sendo desenvolvido, em parceria com uma empresa, um sistema portátil dedicado ao tratamento da pneumonia resistente a antibióticos, de forma não-invasiva e de baixo custo, equipamento que em um futuro próximo poderá estar disponível nos consultórios médicos, postos de saúde e hospitais.

Aplicação fotônica no tratamento da alopecia androgenética (calvicie feminina)

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

16 de janeiro de 2023

Chamada de voluntários para projeto que limita a seleção e a transmissão de resistência a antibióticos

Continua aberta a participação de voluntários para o projeto “Estratégias de intervenção da microbiota que limitam a seleção e a transmissão de resistência a antibióticos no domínio da saúde única (MISTAR)”, sob responsabilidade da Profa. Dra. Ilana Camargo do LEMiMo (IFSC-USP).

Esta chamada tem como objetivo estudar a ocorrência de bactérias resistentes aos antibióticos na comunidade, pelo que os pesquisadores se propõem avaliar a poeira existente nas casas e a microbiota de residentes (tutor e cão) antes e durante um período de purificação de ar do ambiente doméstico em diferentes grupos, a saber:

– casas sem cão;

– casas com cão que não tomou antibiótico nos últimos 3 meses;

– casas com cão que tomou antibiótico nos últimos 3 meses.

Para isso, o IFSC/USP busca voluntários que se enquadrem em um desses grupos para participarem do projeto.

Os interessados em participar podem enviar email para lemimo@ifsc.usp.br para que o grupo de pesquisa entre em contato.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

8 de janeiro de 2023

USP – Nota em defesa da Democracia Brasileira

08 de janeiro de 2023

“A Universidade de São Paulo não aceita, não tolera e não admite agressões à democracia.

Comprometida com a Constituição Cidadã de 1988 e com os Direitos Humanos, a USP repudia os atos criminosos e terroristas praticados por vândalos ridículos, que depredaram as sedes dos três poderes da República hoje em Brasília.

Os arruaceiros fanáticos mancharam de vergonha a capital federal na data de hoje.

Entidades do mundo todo, representantes de governos estrangeiros e instituições democráticas rechaçam a baderna e se solidarizam com o novo governo brasileiro, eleito e empossado legitimamente.

Pela presente nota, a USP vem se somar aos que defendem a nossa República e rechaçar os que promovem a destruição, movidos pelo ódio e pela ignorância.

A USP exige o esclarecimento imediado dos fatos e a punição dos responsáveis pelo terrorismo.

Ditadura nunca mais.

Democracia sempre.

Carlos Gilberto Carlotti

Reitor da USP

Maria Arminda do Nascimento Arruda

Vice-reitora da USP”

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

6 de janeiro de 2023

Pesquisadora do IFSC/USP lança livro: “Clô, a bactéria”

“Quando meu filho Valentin teve que tomar a última dose da vacina contra o tétano, ele não entendia a importância de se vacinar… Foi quando “Clô, a bactéria” surgiu na minha vida”, pontua a docente e pesquisadora do IFSC/USP, Profª Ilana Camargo, autora deste livro da “Editora Dialética”

Clostridium tetani é uma bactéria carinhosamente chamada de “Clô” nesta obra. O livro, dedicado às crianças e à família, conta como a Clô se multiplica, sobrevive no ambiente e de que forma causa o tétano… Por outro lado, Clô também sabe como a vacina contra o tétano funciona e conta tudo de forma didática, muito simples

“Clô, a bactéria” é uma forma de educar a família e conscientização para os adultos.

Clô dá dicas para as crianças se protegerem e ajuda a convencer os pequenos de que temos que nos vacinar!

O livro pode ser adquirido em sua forma de eBook em vários sites, dentre eles o Google livros (VER AQUI), ou na sua forma física em vários marketplaces, dentre eles o site da editora (CONFIRA AQUI).

 

Durante este mês de Janeiro, a iniciativa “Tarde de Férias do CDCC” irá dedicar um pouco de sua programação sobre a temática das bactérias e sobre a história da Clô.

Consulte a programação do CDCC.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

5 de janeiro de 2023

Pesquisadores da USP criam sensor que detecta metais pesados no suor

Imagem – Anderson M. de Campos

Metais pesados, como chumbo e cádmio, estão presentes em ambientes e itens utilizados no dia a dia, como baterias, produtos de beleza e até alimentos. Por serem tóxicos, seu efeito cumulativo no organismo pode causar uma série de problemas para a saúde. E para detectá-los em fluidos corporais são necessários instrumentos analíticos caros e ambiente controlado para testes. Como alternativa, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveram, com materiais simples, um sensor portátil capaz de verificar a presença desses elementos no suor, cuja amostra pode ser facilmente obtida.

O estudo, apoiado pela FAPESP, envolveu grupos dos institutos de Física (IFSC/USP) e de Química (IQSC/USP) de São Carlos, além de colaboradores da Universidade de Munique (Alemanha) e da Chalmers University of Technology (Suécia), sendo que os resultados foram divulgados na revista “Chemosensors”.

“Determinar a exposição a metais pesados pode oferecer informações importantes sobre a saúde de uma pessoa: altos níveis de cádmio podem levar a problemas fatais no trato respiratório, fígado e rins; enquanto a intoxicação por chumbo pode retardar o crescimento e o desenvolvimento, além de causar irritabilidade, aumento de comportamento violento, dificuldades de aprendizagem, fadiga, perda de memória e apetite, infertilidade, pressão alta, perda auditiva em crianças e declínio no funcionamento mental em adultos”, afirma Paulo Augusto Raymundo Pereira, idealizador do trabalho e pesquisador do IFSC-USP.

Segundo o pesquisador, esses metais são eliminados do organismo principalmente pelo suor e pela urina. A análise desses fluidos corporais, portanto, pode auxiliar em estudos toxicológicos e terapêuticos.

Pesquisador Paulo Augusto Raymundo Pereira (IFSC/USP)

“Dessa forma, o design e a fabricação de sensores flexíveis usando métodos de prototipagem fáceis, baratos e rápidos para produção em larga escala, como é o caso do nosso dispositivo, são fundamentais para o monitoramento e a detecção in loco do estado de saúde dos indivíduos, em análises descentralizadas.”

Ao contrário de outras técnicas padrão-ouro para detectar metais pesados em fluidos biológicos, todos os materiais e as etapas de produção do sensor da USP são simples.

“Feito sobre polietileno tereftalato [PET], o dispositivo utiliza uma fita adesiva condutora de cobre flexível e uma etiqueta de papelaria que contém o desenho dos sensores, além de esmalte de unhas ou spray como camada protetora. Para remover o cobre exposto, é realizada uma imersão em solução concentrada de cloreto férrico por 20 minutos, seguida de lavagem com água, o que promove a corrosão necessária. Tudo isso se traduz em maiores velocidade e escalabilidade, com baixos consumo de energia e custo”, detalha Robson R. da Silva, pesquisador da Chalmers University of Technology e coautor da pesquisa.

Depois de pronto, o dispositivo é conectado a um instrumento portátil chamado potenciostato, que executa a análise por meio de um potencial aplicado que produz uma corrente elétrica proporcional à concentração de cada metal. O resultado é obtido em um aplicativo, que pode ser instalado em equipamentos eletrônicos como notebooks, tablets ou smartphones.

Por sua simplicidade, pode ser manuseado tanto por analistas quanto por pessoas não especializadas ou treinadas, em ambientes de saúde como postos, hospitais e consultórios. Outra vantagem é que seu uso pode ser estendido para outras áreas, como a ambiental.

“Poços artesianos, por exemplo, são regulamentados e precisam passar por análise de metal. Nosso sensor poderia ser extremamente útil nesses casos”, afirma Anderson M. de Campos, pesquisador da Universidade de Munique e integrante da equipe.

Melhorias e possível patente

O desempenho do sensor na detecção de chumbo e cádmio foi avaliado em estudos feitos com amostras de suor artificial enriquecido sob condições experimentais ideais. Porém, ainda são necessárias adaptações para que o dispositivo possa ser patenteado.

“Até a finalização desta invenção, não encontramos nenhum relato sobre o uso de sensores flexíveis de cobre para detecção de metais tóxicos no suor, mas uma busca de anterioridade provavelmente deve encontrar algo semelhante, o que dificultaria nosso processo”, diz o pesquisador do IQSC-USP Marcelo L. Calegaro, coautor da pesquisa.

Para ultrapassar essa barreira, o cientista trabalha em melhorias e na expansão de aplicação. Uma das ideias é substituir a etapa de corrosão, que gera detritos e resíduos, pelo corte em uma máquina de papel. Outra é utilizar o mesmo desenho de sistema para detectar também pesticidas na água e em alimentos, por exemplo.

O artigo “Design and Fabrication of Flexible Copper Sensor Decorated with Bismuth Micro/Nanodentrites to Detect Lead and Cadmium in Noninvasive Samples of Sweat” pode ser lido AQUI.

(Por: Julia Moióli /Agência FAPESP)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

3 de janeiro de 2023

Produção científica do IFSC/USP no mês de dezembro de 2022

Para ter acesso às atualizações da produção científica do IFSC/USP cadastradas no mês de dezembro de 2022, clique AQUI, ou acesse o Repositório da Produção USP (AQUI).

As atualizações também podem ser conferidas no Totem “Conecta Biblio”, localizado em frente à entrada da Biblioteca do IFSC/USP.

A figura ilustrativa foi extraída do artigo publicado recentemente, por pesquisador do IFSC, no periódico “Biosensors and Bioelectronics” (VER AQUI).

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

2 de janeiro de 2023

Inscrições para o Fox International Fellowship Program, Yale University (Pós-Graduação)

Estão abertas até às 12h00 do dia 20 de janeiro de 2023,  as inscrições para o Edital 1636 – Fox International Fellowship Programa, da Yale University, nos Estados Unidos (vaga e bolsa), dirigido a estudantes de pós-graduação – mestrado e doutorado – de diversos cursos, desde que seus projetos se relacionem diretamente com as áreas descritas no citado edital.

As inscrições deverão ser realizadas exclusivamente via Internet, por intermédio do Sistema Mundus (na área de acesso público). Leia atentamente o edital e inscreva-se, sob o código 1636, em Editais > Alunos de Pós-Graduação  (VER AQUI) (não é necessário login no sistema).

Em caso de dúvidas, entre em contato com o escritório internacional da sua Unidade USP.

Para conferir o edital, clique AQUI.

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

22 de dezembro de 2022

FAPESP faz chamada para fixação de jovens doutores em São Paulo

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), torna pública a presente Chamada e convida os interessados a apresentarem propostas de projetos de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e de inovação para obtenção de apoio financeiro no âmbito do Programa de Apoio à Fixação de Jovens Doutores no Brasil, em conformidade com o Acordo de Cooperação Técnica FAPESP/CNPq, Processo SEI nº 01300.008822/2022-31.

Para acessar esta chamada, clique AQUI.

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

19 de dezembro de 2022

Cursinho Popular da Licenciatura em Ciências Exatas – Abertas as inscrições para processo seletivo de novos alunos

O Cursinho Popular da Licenciatura em Ciências Exatas (CPCEx) é um projeto fundado pela Secretaria Acadêmica da Licenciatura em Ciências Exatas (SACEx) da Universidade de São Paulo e mantém suas atividades desde 2007.

O CPCEx tem como principal objetivo democratizar o acesso à educação e promover preparação para os principais vestibulares.

No passado dia 06 do corrente mês, foram abertas as inscrições para o processo seletivo de novos alunos do cursinho. São um total de 40 vagas, sendo 50% reservadas a estudantes que estejam cursando ou tenham cursado o ensino médio integralmente em escola pública.

Existem duas formas de inscrição:

Inscrição virtual – Basta acessar o formulário (VER AQUI);

Inscrição presencial – Realizada no Centro de Divulgação Científica e Cultural (CDCC) – Endereço: Rua Nove de Julho, 1227, Centro – São Carlos – SP

Telefone: (16) 3373-9772

Email: cdcc@cdcc.usp.br

Horário de funcionamento:

Segunda-feira: das 14h às 18h

Terça-feira a Sexta-feira: das 8h às 18h

Sábados: das 9h às 12h

Para mais informações, acesse o edital AQUI.

As inscrições encerram-se dia 06/01/2023.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

19 de dezembro de 2022

Os 22 anos do Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CEPOF) – Ao serviço da Ciência e Sociedade

O Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CEPOF), sediado no Instituto de Física de São Carlos (USP) – ver AQUI, AQUI e AQUI –  e diretamente conectado com seu Grupo de Óptica, está comemorando o seu 22º aniversário mantendo os mesmos princípios que nortearam a criação deste CEPID da FAPESP no ano de 2000 e que o transformaram em um dos mais importantes centros de pesquisa do país.

E, à missão de desenvolver a ciência básica e aplicada, e de promover avanços tecnológicos na grande área de conhecimento, que é a Óptica, a vasta equipe do CEPOF soube adicionar com extrema eficiência uma ampla colaboração inter e multidisciplinar com universidades e outras instituições de pesquisa nacionais e estrangeiras, bem como com empresas e centros de pesquisas privados, além de uma intensa ação de difusão das ciências junto à sociedade, principalmente junto ao público mais jovem, nas escolas.

Feiras de ciências, criação de kits educacionais, workshops e simpósios, programas em colaboração com as diretorias de ensino, mostras e exposições públicas, bem como um canal de televisão próprio transmitindo vinte e quatro horas e onde são difundidas aulas e programas educativos, são alguns dos exemplos desse permanente “link” com a sociedade, tudo isso provocando impactos muito positivos de diversa ordem.

Prof. Vanderlei Salvador Bagnato

Com cerca de três centenas de colaboradores, entre pesquisadores, técnicos, pessoal administrativo e alunos de pós-graduação, um dos principais objetivos do CEPOF é o campo da inovação: ou seja, transformar o conhecimento gerado em protocolos, produtos e equipamentos que contribuam para a resolução dos diversos problemas que a sociedade enfrenta, principalmente na área da saúde, contribuindo, simultaneamente, para o avanço da economia do país.

Ao longo destes vinte e dois anos de trabalho, o CEPOF tem sido reconhecido pela sua competência, dinamismo e espírito inovador em desenvolver inúmeros projetos científicos importantes, contando até agora com mais de cem patentes concedidas e registradas, tendo-se destacado nacional e internacionalmente por sua atuação no combate à COVID-19 nos anos de 2020 e 2021, e em 2022 na recuperação de pacientes com sequelas provocadas pela doença, tudo através de protocolos e equipamentos desenvolvidos em seus próprios laboratórios.

Neste aniversário, falar do êxito do CEPOF é igualmente enaltecer os nomes de todos os pesquisadores* que fazem parte dessa vasta equipe coesa, liderada pelos pesquisadores, Vanderlei Salvador Bagnato, Euclydes Marega Junior e Jarbas Caiado Neto.

*Adriano Siqueira; Alessandra Rastelli; Ana Claudia Pavarina; Ben-Hur Borges; Carla Fontana; Clovis de Souza; Cristina Kurachi; Daniel Magalhães; Débora Pereira; Emanuel Henn; Ewweron Mima; Francisco Guimarães; Francisco Ednilson dos Santos; Glauco Caurin; Gustavo Telles; Hernane Barud; Juliana Ferreira-Strixino; Kilvia Farias; Kleber de Oliveira; Ladislau Neto; Lilian Moriyama; Luciano Bachmann; Marcelo Becker; Mônica Caracanhas Santarelli; Natália Inada; Patrícia Castilho; Paulino Villas Boas; Philippe Courteille; Raul Teixeira; Rodrigo Shiozaki; Romain Bachelard; Sebastião Pratavieira; Sérgio Muniz e Thiago Cunha.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

16 de dezembro de 2022

Experimento com ultrassom neutraliza o SARS-CoV-2 – Pesquisadores da USP de São Carlos e Ribeirão Preto inativam vírus “in vitro” com ressonância acústica

Imagine eliminar uma infecção viral causada pelo SARS-CoV-2, sem medicamentos ou qualquer procedimento invasivo, utilizando apenas ondas acústicas. O procedimento seria rápido, indolor e seguro, bastaria ao paciente colocar um equipamento similar a um colar em seu pescoço, e em poucos minutos os vírus presentes em sua corrente sanguínea estariam neutralizados. Isso lembra muito os tratamentos médicos de filmes de ficção científica, como “Jornada nas Estrelas”, nos quais uma medicina avançada era capaz de curar doenças com equipamentos não invasivos. Até há pouco tempo, técnicas como estas estariam presentes apenas na ficção, mas um experimento realizado por cientistas da USP abre caminho para esse novo horizonte.

Pesquisadores da USP de São Carlos (Instituto de Física – IFSC/USP) e USP de Ribeirão Preto (Faculdade de Medicina / Faculdade de Ciências Farmacêuticas), desenvolveram um trabalho experimental realizado “in vitro”, que confirma, pela primeira vez, a hipótese matemática coordenada pelo cientista do MIT (Massachussets Institute of Technology), Tomasz Wierzbicki, a qual sugere que o ultrassom poderia ser utilizado para neutralizar o SARS-CoV-2. O experimento brasileiro demonstrou que esta hipótese é verdadeira, ou seja, o ultrassom de fato é capaz de entrar em ressonância com a proteína spyke presente na casca envoltória do vírus e quebrá-la, o que inativa o patógeno.

O docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Odemir Bruno, co-autor do trabalho brasileiro, afirma que quando se deparou com esse trabalho teórico viu nele uma excelente alternativa para revolucionar o combate à pandemia do COVID-19 e de outras doenças causadas por vírus. Para tanto, estabeleceu uma parceria com a USP de Ribeirão Preto que permitiu que o experimento pudesse ser desenhado e realizado. A aposta dos pesquisadores foi testar inúmeros aparelhos de ultrassom cujas frequências pudessem penetrar a pele humana e encontrar “aquela” frequência que seria capaz de entrar em ressonância e quebrar o vírus – tal como a frequência única do som de uma corda de violino que é capaz de estilhaçar uma taça de cristal.

“Tivemos a sorte de encontrar um único equipamento hospitalar que emite essa exata frequência (5/10 MHz). Conseguimos demonstrar experimentalmente que a técnica funciona “in vitro” sendo muito eficaz na inativação do vírus e na redução drástica da carga viral. Vamos ter que realizar muitos procedimentos ainda para compreender melhor o fenômeno, mas o certo é que o ultrassom destrói o vírus e tem potencial para se tornar uma poderosa arma que a medicina poderá usar para combatê-lo”, afirma o pesquisador.

Odemir Bruno, juntamente com cientistas da Faculdade de Ciências Farmacêuticas e da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, desenharam todo o experimento que obedeceu a logísticas complicadas, sendo que o próximo passo é saber qual é precisamente o local da “casca” do vírus que se rompe devido à ação do ultrassom e que vantagens – ou desvantagens – existem para os pacientes com essa destruição. “O que sabemos com precisão, neste momento, é que o vírus pode ser inativado por ultrassom e através de aparelhos simples que já foram aprovados pela ANVISA e pelo FDA (EUA).

Uma revolução fantástica

Prof. Odemir Bruno

As pesquisas seguem com algum cuidado para que os pesquisadores possam ter em mãos todas as informações necessárias. Atualmente, experimentos “in vivo” com cobaias estão sendo conduzidos e, dependendo destes resultados, poderão ser realizados experimentos clínicos em humanos. Muitos pormenores terão que ser investigados e analisados, sendo que um deles é ver qual o tempo que será necessário para aplicar o ultrassom nos pacientes e qual será a intensidade e frequência para otimizar a ressonância que é capaz de destruir o vírus. “Com a frequência e intensidade precisas, em poucos segundos o vírus fica inativado na cadeia sanguínea”, enfatiza o Dr. Odemir Bruno. A estratégia de aplicação do ultrassom, segundo o pesquisador, será bastante simples. “Por exemplo, através de um colar, parecido com um colar cervical, que é colocado no paciente. É a partir dele que o ultrassom irá funcionar, incidindo sua ação durante determinado tempo em todas as principais artérias que passam pelo pescoço”, explica o pesquisador. Um processo que se afigura sem dor, sem invasão, sem contra-indicações e sem medicamentos.

Prof. Flavio Veras (Créditos – FMRP/USP)

Para o Prof. Odemir Bruno, este método, que poderia ser administrado contra outros vírus ou doenças, tem potencial para uma autêntica revolução na virologia. “O combate à pandemia reuniu esforços de cientistas no mundo todo e nas mais diversas áreas de conhecimento. O que se descobriu sobre virologia nos últimos três anos, devido ao COVID-19, supera tudo aquilo que foi feito nessa área ao longo dos
Último meio século. Devemos ter muitas novidades na medicina nos próximos anos”, conclui o pesquisador.

O Prof. Flavio Veras, co-autor do trabalho e pesquisador da USP de Ribeirão Preto, complementa, afirmando que, embora ainda haja muito trabalho a ser realizado, o caminho para que o novo tratamento chegue até os pacientes está traçado. “Tudo vai depender do sucesso da próxima fase, que é verificar a evolução clínica das cobaias infectadas com o COVID. Estamos realizando este experimento atualmente. Precisamos saber até onde o ultrassom é capaz de inativar o SARS-CoV-2, considerando a corrente sanguínea, o sistema respiratório e em outros órgãos que podem ser afetados pela COVID-19. Após a conclusão destes estágios, em caso de real sucesso da técnica, poderão ser inicializados os testes clínicos com humanos. Mas, salientamos, ninguém deve tentar utilizar o tratamento por ultrassom como terapia, já que é um trabalho científico experimental, em andamento, e pode ser prejudicial e danoso. Somente após a conclusão dos estudos é que terapias poderiam ser recomendadas.”, comenta o pesquisador. Os cientistas estão esperançosos e trabalhando intensamente para que concluídas todas estas etapas, equipamentos de tratamento clínico com ultrassom cheguem ao mercado e ajudem a salvar vidas.

Assinam este artigo científico os pesquisadores: Flavio Veras, Ronaldo Martins, Eurico Arruda, Fernando Q. Cunha e Odemir M. Bruno.

Para conferir o artigo científico, clique AQUI.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

14 de dezembro de 2022

Coordenadora de difusão do CEPOF-IFSC/USP recebe prêmio

A coordenadora de difusão do Centro de Pesquisas em Óptica e Fotônica (CEPOF), alocado no IFSC/USP, Drª Wilma Regina Barrionuevo, foi uma das personalidades distinguidas com o “Prêmio Personalidade da Tecnologia”, em sua 36ª edição realizada no passado dia 08 de dezembro e promovida pelo Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo (SEESP).

Criado em 1987 para celebrar o Dia do Engenheiro, cuja data oficial é 11 de dezembro, a iniciativa homenageou profissionais que se destacaram em suas áreas de atuação.

Além de Wilma Barrionuevo (Segurança Alimentar), foram premiados Guilherme de Oliveira Estrella (Energia), Carlos Afonso Nobre (Mudanças Climáticas), Vicente Abate (Reindustrialização), Markus Francke (Transporte Sustentável) e Ivani Contini Bramante (Valorização Profissional).

As categorias e nomes escolhidos para a edição 2022 “representam as urgências do momento e apontam caminhos para o futuro de avanços socioeconômicos com sustentabilidade e qualidade de vida”, destacou o presidente do SEESP, Murilo Pinheiro.

Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Londrina e em Gestão de Tecnologia da Informação pela Universidade Paulista, Wilma Barrionuevo tem mestrado e doutorado em Ecologia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e pela Universidade de Nevada (EUA). Tem ainda três pós-doutorados pela USP nas áreas de Engenharia Ambiental, de Química e Física Computacional.

Desenvolveu o projeto sobre automação de hortas verticais com uso de LED, visando a produção de hortaliças, leguminosas e ervas medicinais com a utilização de energia limpa. O objetivo é evitar o uso de pesticidas, de modo a proporcionar melhor qualidade de vida e segurança alimentar em classes sociais diversas, em todas as regiões brasileiras.

Atua no Instituto de Física de São Carlos da USP, sendo coordenadora de Difusão Científica do Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF), por meio do qual capacita professores e estudantes de escolas públicas e participa da formação de centenas de clubes de ciências.

É autora e coautora de obras nas áreas de ciências e saúde e também de inovação empresarial. Recebeu premiações como cientista emérita nas áreas de Tecnologia, Inovação e Educação.

Para conferir o CV dos premiados, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

12 de dezembro de 2022

Saliva indica a presença – ou não – do vírus COVID-19 – Novo biossensor detecta através de mudança de cor o vírus mesmo em início da contaminação

Pesquisadora Elsa Materón finalizando os testes no laboratório do IFSC/USP

Uma pessoa vai à farmácia, compra um pequeno tubo, abre a tampa e coloca um pouco de saliva no interior. Passados cinco minutos ela fica sabendo se contraiu – ou não – a COVID-19 graças a uma mudança de cor no interior do tubo.

Este poderá ser o cenário em um futuro muito próximo no que diz respeito a um novo e inovador teste para a COVID-19, que pode ser estendido para outros vírus, graças à criação de um novo biossensor desenvolvido por uma equipe de cientistas do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e de várias outras instituições. Parte dos resultados desses estudos foi publicada na “ACS Applied Materials & Interfaces”.

Tendo como principal autora da publicação científica a pesquisadora Elsa Materón (IFSC/USP), este novo biossensor é constituído por nanopartículas de ouro recobertas com um anticorpo. Ao entrarem em contato com a proteína espícula (Spike) do vírus SARS-CoV-2, responsável pela COVID-19, a dispersão com as nanopartículas muda de cor. Isso ocorre mesmo para concentrações baixas do vírus, ou seja, mesmo para os estágios iniciais da COVID-19, quando a carga viral ainda é pequena.

As alterações de cor

A mudança de cor acontece porque as nanopartículas recobertas com anticorpos se aglomeram em torno do vírus no tubo, obviamente se a saliva contiver o vírus. Para altas cargas virais, a mudança é facilmente visível, de vermelho para roxo, em apenas cinco minutos. Para pacientes com carga viral baixa, ou seja, que estejam no início da contaminação, a mudança de cor poderá ser quase imperceptível, podendo suscitar dúvidas devido à dificuldade de verificação. Essa dificuldade foi resolvida pelos pesquisadores, simplesmente fotografando o tubo com o biossensor usando um telefone celular. As fotos são processadas com um aplicativo (app) específico que permite determinar a carga viral, sendo que essa determinação é feita com uso de inteligência artificial para correlacionar imagens à carga viral.

Para o docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Osvaldo N. Oliveira Jr., que também assina o estudo: “Este método é inovador na medida em que permite diagnosticar a COVID-19 sem usar instrumentos (apenas um telefone celular). É possível facilmente estender o método para outros vírus, bastando alterar o anticorpo”, pontua o pesquisador.

Além de servir para o diagnóstico de COVID-19, o biossensor pode ser usado para verificar se há contaminação de águas com o vírus SARS-CoV-2. Nos testes publicados no artigo científico, comprovou-se a determinação da carga viral em águas colocadas diretamente no tubo contendo as nanopartículas (biossensor), sem necessidade de pré-tratamento. Assim, a tecnologia desenvolvida permite um monitoramento rápido de contaminação ambiental, sem necessitar instrumentos ou operadores especializados para as análises.

Prof. Osvaldo Novais de Oliveira Jr.

As pesquisas continuam com testes em voluntários em hospitais de Brasília, cujos resultados são excelentes. Numa bateria de testes, o diagnóstico com o biossensor de nanopartículas teve acerto de 100% em comparação ao padrão de PCR (teste molecular denominado polymerase chain reaction). Este trabalho foi feito no âmbito do projeto da Rede Nanoimunoteste, coordenada pelo Prof. Ricardo Bentes de Azevedo, da Universidade de Brasília (UnB), tendo recebido também os apoios da CAPES, CNPq e FAPESP.

Colaboraram neste estudo pesquisadores das seguintes instituições, cujos nomes se encontram mencionados no artigo científico (VER AQUI).

Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP); Instituto de Química de São Carlos (IQSC/USP); Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Bioanalítica (INCTBio – Campinas); Instituto de Física “Gleb Wataghin” (UNICAMP); Departamento de Química da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar); Laboratório Nacional de Nanotecnologia para a Agricultura (EMBRAPA – Instrumentação); Instituto de Biologia (UNICAMP); Instituto Nacional do Câncer (RJ); Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Brasília (UnB), e Departamento de Física da Universidade del Valle, na Colômbia.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

12 de dezembro de 2022

Novo imunossensor para diagnóstico do COVID-19 – Equipamento distingue SARS-CoV-2 de Dengue e Zika vírus

(Crédito – Christoph Burgstedt SPL / Getty Images)

Com a disseminação do COVID-19 ao longo do tempo, através de suas mais diversas variantes, pesquisadores do Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia do Instituto de Física de São Carlos (GNano-IFSC/USP) desenvolveram um novo imunossensor qualitativo baseado na detecção capacitiva das proteínas Spike do coronavírus, responsável pela síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV-2), o agente causador do COVID-19.

Para o Prof. Valtencir Zucolotto, coordenador do Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia do Instituto de Física de São Carlos (GNano-IFSC/USP) “Este imunossensor foi desenvolvido a partir de eletrodos interdigitados que requerem um sistema de medição com um circuito elétrico simples, que pode ser miniaturizado, oferecendo uma alternativa para um diagnóstico rápido, eficiente e barato de COVID-19, destacando-se nele a particularidade de poder distinguir esse vírus de outros, por exemplo, a Zika e a Dengue, que apresentam sintomas semelhantes em estágios iniciais”.

Prof. Valtencir Zucolotto

Como é do conhecimento público, a detecção precoce do COVID-19 tem sido essencial para controlar a disseminação do vírus, sendo que vários sensores já foram, entretanto, desenvolvidos, mas mostraram-se limitados com o aparecimento das variantes de SARS-CoV-2 que sofreram mutações na proteína Spike.

Sumariamente, este novo imunossensor apresenta-se capaz de realizar testes simples, rápidos, específicos e de baixo custo com a particularidade de distinguir entre SARS-CoV-2, Dengue virus (DenV) e Zika virus (ZikV).

O estudo sobre o desenvolvimento desse equipamento  foi divulgado na revista científica “Microelectronic Engineering”, tendo como autores os pesquisadores Isabella Sampaio (autora principal), Nayla Kusimoto Takeuti, Beatriz Gusson, Thales Rafael Machado, e coordenado pelo Prof. Valtencir Zucolotto.

Para conferir o artigo científico, clique AQUI.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

9 de dezembro de 2022

“Pensar nunca fez mal a nenhuma sociedade” (Yvonne Primerano Mascarenhas)

Créditos – Léo Ramos Chaves / Revista FAPESP

A edição Nº 322 da Revista Fapesp, relativa a este mês de dezembro,  traz em um de seus destaques uma entrevista com a docente e pesquisadora do IFSC/USP, Profª Yvonne Primerano Mascarenhas, tendo como retrospectiva a homenagem que o Instituto fez à docente no dia 16 de setembro do corrente ano.

Com 91 anos de idade e ainda bastante ativa em seus projetos e pesquisas, a Profª Yvonne reserva também uma boa parte de seu tempo na vertente de apoio à educação, ação que iniciou quando se aposentou de forma compulsiva, em 2001.

Sempre disponível para conversar sobre sua vida acadêmica de uma forma gentil, simples, despretensiosa, e a interagir de forma muito aberta com seus colegas (ver AQUI e AQUI), a Profª Yvonne Primerano Mascarenhas continua a ser a “jóia da coroa” da Ciência Nacional e da Universidade de São Paulo, mais uma vez irradiando intenso brilho nesta entrevista da Revista FAPESP, conduzida por Fabrício Marques, com a imagem reproduzida acima, da autoria de Léo Ramos Chaves.

Clique AQUI para acessar a entrevista.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

9 de dezembro de 2022

Um ´foie gras´ de Sódio – Artigo da autoria do Prof. Roberto N. Onody

Por: Prof. Roberto N. Onody *

Caro leitor,

Na sexta-feira, dia 25 de novembro, enviei a todo o corpo discente a primeira edição da newsletter “Ciência em Panorama”. A newsletter seguiu, em formato pdf, como anexo ao e-mail. O objetivo é divulgar Ciência e Tecnologia através de múltiplos canais de comunicação. O site “Notícias de Ciência e Tecnologia” no portal IFSC-USP continuará funcionando. Quero agradecer ao empenho e competência do Sr. Rui Sintra, nosso assessor de comunicação. É ele quem faz a diagramação dos textos que envio, posicionando as figuras (que, obrigatoriamente, vão separadas do texto) e me alertando sobre fórmulas matemáticas que não podem ser digitadas diretamente no Word. Eu vejo nosso portal como um meio importante para se atingir um público fora dos muros universitários.

A newsletter “Ciência em Panorama” deve ter periodicidade mensal.  Pode ser subscrita por qualquer pessoa, docentes, funcionários etc.

Para receber a newsletter, basta enviar um e-mail para onody@ifsc.usp.br com seu nome e seu e-mail.

Cada newsletter “Ciência em Panorama” possuirá um certo número de artigos. A partir deles, selecionarei um para ser adaptado e publicado no portal. O de hoje se intitula: Um ´foie gras´ de Sódio 

Dezembro/2022

Boa leitura!

Um ´foie gras´ de Sódio  

Figura 1 – O cíclotron do RIKEN Nishina Center for Accelerator-Based Science, no Japão. Ele pode acelerar núcleos desde o hidrogênio até o urânio! (Crédito: Riken Nishina Center for Accelerator-Based Science)

O foie gras (fígado gordo) é um alimento muito apreciado na culinária francesa. É produzido a partir de fígados de patos e gansos que são engordados e forçados a comer sem parar através de tubos enfiados até o esôfago. O resultado é um fígado com muita gordura e um volume dez vezes maior do que o normal. É um procedimento cruel. Países como Alemanha, Itália, Turquia, Polônia, Tchecoslováquia e Finlândia baniram sua produção.

A ciência também opera um ´foie gras´ nos núcleos dos elementos químicos, só que com objetivos muito mais nobres. Poderosos aceleradores forçam núcleos atômicos engolirem mais nêutrons, construindo novos isótopos. Isso permite estudar vários modelos teóricos e, em particular, testar limites de estabilidade nuclear. Além disso, novos elementos radioativos acabam sendo criados que poderão vir a ser utilizados pela medicina.

Em experimento recente, o RIKEN (Radioactive Isotope Beam Factory) Nishina Center criou o isótopo mais pesado do 39 Sódio, com 11 prótons 28 nêutrons (Figura 1).

O sódio é um elemento químico abundante e fundamental à vida dos animais. Na sua forma iônica, é um dos responsáveis pela transmissão dos impulsos nervosos e pelo balanço eletrolítico que influencia o crescimento, o apetite e o metabolismo de aminoácidos e de vitaminas.

Na sua forma composta de cloreto de sódio (NaCl), o sal é utilizado desde tempos imemoriais como tempero e na conservação de carnes. Uma pessoa de 50 kg possui cerca de 200 g de cloreto de sódio no seu corpo. Quando suamos nós perdemos sal que precisa então ser ingerido para ser reposto. A ingestão diária de sal deve estar entre 0,5 e 2 g. Nós, brasileiros, consumimos o dobro do recomendado.

O sódio foi separado quimicamente do cloro pelo inglês Humphry Davy, no começo do século XIX, utilizando eletricidade. Além do seu papel na manutenção química de nossas células, o sódio (quando associado ao Flúor) tem aplicações tecnológicas importantes como no diagnóstico de câncer através do PET (Tomografia por Emissão de Pósitrons). Lembramos também que, até uma década atrás, eram as lâmpadas de sódio que iluminavam a maioria das nossas ruas. Paulatinamente, elas vêm sendo substituídas pelas lâmpadas de LED, mais econômicas.

Uma curiosidade… em 1998, observando uma chuva de meteoritos, astrônomos detectaram uma cauda (invisível) de átomos de sódio deixados para trás pela Lua. Sem atmosfera, esses meteoritos impactaram a superfície da Lua, liberando átomos de sódio que foram, em seguida, carregados pelo vento solar.

O núcleo de um átomo é formado pela ligação de um número Z de prótons (que têm carga elétrica positiva) com um número N de nêutrons (carga nula). Como sobre os prótons age a repulsão eletrostática, o que mantém um núcleo coeso é a força nuclear atrativa (mediada por mésons Pi) entre próton-próton, nêutron-nêutron e próton-nêutron.

Figura 2 – Uma fábrica de isótopos – o acelerador do Facility for Rare Isotope Beams da Universidade de Michigan, EUA. Foi inaugurado em maio/2022 e custou 730 milhões de dólares (Crédito: domínio público)

Um núcleo é chamado de instável se sua composição (caracterizada por Z e N) muda com o tempo. Isso pode acontecer de várias maneiras: o núcleo decai emitindo uma partícula alfa (composta por 2 prótons e 2 nêutrons), um nêutron se transforma em um próton, emitindo um elétron e um antineutrino (decaimento beta), um próton se transforma em um nêutron, emitindo um neutrino e um pósitron (a antipartícula do elétron), um próton captura um elétron da órbita se transformando em um nêutron e emitindo um neutrino, etc.

O número de prótons Z define o elemento químico. Núcleos com o mesmo Z mas diferentes valores de N são chamados de isótopos (Figura 2).

Figura 3 – O Sódio é menos denso do que a água. Ele se funde a 97,8 oC e evapora a 882,9 oC. No estado metálico, ele pode ser cortado com uma faca (Crédito: Hackaday)

Em geral, para núcleos estáveis, N é maior ou igual a Z.  Só existem duas exceções: o Hidrogênio (1H, Z=1, N=0) e o Hélio-3 (3He, Z=2, N=1). Dos 118 elementos químicos conhecidos até agora, o que tem maior número de isótopos estáveis é o Estanho (Z=50), com 10 isótopos estáveis. O elemento mais pesado, que ainda tem isótopos estáveis, é o Chumbo (Z=82), com 4 isótopos estáveis.

Voltando ao Sódio (Z=11), ele é um sólido metálico a temperatura ambiente. Ele reage violentamente com a água e ácidos. É altamente corrosivo para os olhos, para a pele e mucosas (Figura 3).

Há 22 isótopos de Sódio, mas, somente um é estável, o 23Na (Z=11, N=12). O isótopo 22Na (Z=11, N=11) emite pósitrons e é utilizado no equipamento chamado PET (tomografia por emissão de pósitrons), para a análise de tumores.

O experimento realizado no laboratório RIKEN produziu o isótopo 39Na (Z=11, N=28), o núcleo de sódio mais pesado conhecido até agora. Nenhum modelo teórico do núcleo previa a sua existência.

Toshiyuki Kubo é um físico nuclear que trabalha com uma equipe de 26 colaboradores, no cíclotron RIKEN. Eles lançaram núcleos de cálcio, 48Ca, contra o Berílio (Z=4) e os fragmentos da colisão passaram por uma sequência de magnetos. Após dispararem 500 quatrilhões (5.1017) de núcleos de 48Ca, eles confirmaram a criação de 9 (isso mesmo, apenas nove) núcleos de 39Na.

*Físico, Professor Sênior do IFSC – USP

e-mail: onody@ifsc.usp.br

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(Agradecimento: ao Sr. Rui Sintra da Assessoria de Comunicação)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

8 de dezembro de 2022

14 de dezembro – Cerimônia de encerramento “Conferências FAPESP – 60 anos”

A FAPESP realiza no próximo dia 14 do corrente mês, a partir das 09h30, no auditório da Fundação, a cerimônia de encerramento do “Ciclo de Conferências FAPESP 60 Anos” e dos webinários “A ciência no desenvolvimento social” realizados nos anos de 20212 e 2022, em estreita parceria com a Academia de Ciências do Estado de São Paulo (ACIESP).

Esta cerimônia de encerramento, cuja sessão de abertura será feita pelos Presidente e Vice-Presidente da FAPESP, Profs. Marco Antonio Zago e Ronaldo Pilli,  terá como destaques a realização de uma conferência que irá debater o impacto do apoio da FAPESP às atividades de pesquisa e inovação e os desafios colocados para a pesquisa no Brasil, dois temas que terão a participação dos Profs. Hernan Chaimovich e Carlos Henrique de Brito Cruz. Seguidamente, será apresentado o livro da ACIESP que apresenta alguns dos temas que foram debatidos nos webinários, apresentação essa que estará a cargo do Diretor Científico da FAPESP, Prof. Luiz Eugênio Mello, e do Diretor Executivo da ACIESP, Prof. Adriano Andricopulo, com a presença da Profª Vanderlan Bolzani, Presidente da ACIESP.

Para participar deste evento e obter mais informações sobre o mesmo, acesse – https://60anos.fapesp.br

(O auditório da FAPESP está localizado na Rua Pio XI, 1500 – Alto da Lapa – CEP-05468-901 – São Paulo, SP)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

7 de dezembro de 2022

Exótica fase da matéria pode ser útil para desenvolver computadores quânticos

 A edição Nº 322 da Revista FAPESP, relativa a dezembro do corrente ano, apresentou em um de seus destaques o trabalho publicado na revista científica “Physical Review Letters” de julho deste ano, que aborda a utilização de um material magnético bidimensional que pode ser a base para uma nova forma da computação quântica.

Assinado pelo pesquisador do IFSC/USP, Prof. Eric de Castro e Andrade e pelo pesquisador Vitor Dantas, ex-aluno de mestrado, o conteúdo deste artigo científico pode levar a uma resposta para solucionar (parcial ou totalmente) algumas das  dificuldades que atualmente se apresentam para a construção dos computadores quânticos.

Eric de Castro e Andrade possui graduação (2004) e doutorado (2010) em Física pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Entre Outubro/2010 e Dezembro/2013 realizou um pós-doutorado na Technische Universität Dresden (TU Dresden – Alemanha). Entre Fevereiro/2014 e Janeiro/2016 desenvolveu um projeto de Jovens Pesquisadores FAPESP no Instituto de Física Teórica em São Paulo (IFT/Unesp).

Entre 2016 e 2022 foi professor no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), sendo atualmente professor associado no Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF/USP). Tem experiência em Física da Matéria Condensada, nas áreas de Sistemas Eletrônicos Fortemente Correlacionados, Sistemas Heterogêneos e Magnetismo Frustrados.

Para acessar o artigo publicado na Revista FAPESP, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

6 de dezembro de 2022

Produção científica do IFSC/USP em novembro de 2022

Para ter acesso às atualizações da Produção Científica cadastradas no mês de  novembro de 2022, clique AQUI,  ou acesse o Repositório da Produção USP (AQUI).

As atualizações também podem ser conferidas no Totem “Conecta Biblio”, em frente à Biblioteca do IFSC/USP.

A figura ilustrativa foi extraída do artigo publicado recentemente, por pesquisador do IFSC/USP, no periódico “Physical Review D” (VER AQUI)

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

6 de dezembro de 2022

Parâmetro universal obtido por pesquisador do IFSC/USP foi incluído no principal compêndio da física de partículas

Representação esquemática com todos os componentes do Modelo Padrão da Física de Partículas (crédito: Wikimedia Commons)

A interação forte é um ingrediente fundamental para a existência do Universo, tal como o conhecemos. É ela que aglutina os quarks para formar prótons e nêutrons. Estes, por sua vez, compõem os núcleos dos átomos. Recebe o nome de “forte” porque, na escala do núcleo, é de fato muito mais forte do que as outras três interações conhecidas: a gravitacional, a eletromagnética e a fraca. Por ser tão forte, é impossível encontrar quarks livres de forma estável na natureza.

O cálculo da força forte depende de um parâmetro que pode ser considerado uma das grandezas fundamentais da física: a constante de acoplamento forte, conhecida como “alpha_s”. Este é um número puro, adimensional, que vale, na média atual, 0,1179 ± 0,0009.

O valor da constante é estabelecido pela média das determinações consideradas mais confiáveis, feitas por diferentes grupos de pesquisa espalhados pelo mundo. Em colaboração com pesquisadores de quatro países diferentes, O Prof. Diogo Boito, (IFSC/USP), determinou recentemente o valor da constante de acoplamento forte alpha_s em quatro processos diferentes.

Os resultados obtidos por Boito e colaboradores foram publicados nos últimos anos na “Physical Review D” (em 2018 e 2021), na “Physics Letters B” e no “Journal of High Energy Physics”. A novidade é que esses resultados foram incorporados agora à média divulgada pela edição de 2022 da “Review of Particle Physics”, contribuindo ao valor recomendado atualmente 0,1179 ± 0,0009.

A “Review of Particle Physics” é uma espécie de compêndio, bastante extenso e altamente especializado, que sumariza os principais resultados da pesquisa em física de partículas e cosmologia. A edição de 2022 agrega 2.143 novas medições relativas às propriedades de quarks, léptons, bósons etc. A publicação é mantida pelo Particle Data Group (PDG), uma colaboração internacional que reúne pesquisadores de 172 instituições de 26 países. Sua coordenação principal está sediada no Lawrence Berkeley National Laboratory (LBNL), nos Estados Unidos.

“Quatro determinações nossas para alpha_s entraram na média mundial dessa constante feita pelo PDG”, disse Boito à Agência FAPESP. E acrescenta: “A teoria não permite prever o valor da constante de acoplamento forte. Por isso, para determiná-la, temos que combinar cálculos teóricos com dados experimentais”.

O pesquisador informa que, para extrair o valor da constante, ele e colaboradores calcularam diferentes processos, como decaimentos de partículas, espalhamentos em colisões etc., e compararam seus cálculos com resultados experimentais obtidos em grandes aceleradores de partículas, como o Large Hadron Collider (LHC), da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (Cern).

“Nossas determinações resultaram de cálculos teóricos de dois tipos de processos: decaimentos do lépton tau em partículas formadas por quarks, conhecidas como hádrons; e produção de hádrons na interação do elétron com sua antipartícula, o pósitron”, afirma Boito.

Aqui, é preciso abrir dois parágrafos explicativos.

O chamado “modelo padrão” enquadra todas as partículas conhecidas e consideradas elementares em três famílias: quarks, léptons e bósons. A família dos quarks possui seis integrantes (up, down, charm, strange, top e bottom). A família dos léptons também possui seis integrantes (elétron e neutrino do elétron, múon e neutrino do múon, tau e neutrino do tau). A família dos bósons possui quatro integrantes que medeiam as relações entre as outras partículas (fóton, glúon, Z e W) e mais o bóson de Higgs (H), que supostamente explica o fato de as partículas elementares possuírem massa.

Essa divisão pode sugerir a ideia de que os integrantes das diferentes famílias não se misturam, por assim dizer. Mas não é isso que acontece. Nas colisões, o que ocorre são reconfigurações da energia, que podem transformar quarks em léptons e léptons em quarks, com os bósons entrando nas contas. É a isso que Boito se refere quando fala do decaimento do tau, o lépton mais pesado, formando hádrons, constituídos por quarks; e na produção de hádrons devido à colisão de dois léptons leves, o elétron com sua antipartícula.

“Comparamos nossos cálculos teóricos com resultados experimentais obtidos em vários aceleradores de partículas pelo mundo, tais como os experimentos ALEPH e OPAL, do Cern (Suíça), BES (China), Belle (Japão), KEDR (Rússia), para citar apenas alguns”, prossegue Boito.

“Nossos trabalhos foram feitos no contexto de duas colaborações internacionais. Uma delas focada nos decaimentos do lépton tau, com a importante participação de nosso estudante de mestrado Marcus Rodrigues, bolsista da FAPESP, e dos professores Maarten Golterman [San Francisco State University], Kim Maltman [York University] e Santiago Peris [Universitat Autonoma de Barcelona]. A outra em parceria com o professor Vicent Mateu Barreda, da Universidad de Salamanca [Usal], na Espanha, com quem temos um projeto de pesquisa financiada por FAPESP e Usal no âmbito do programa SPRINT [São Paulo Researchers in International Collaboration].Todos os quatro trabalhos nossos acolhidos agora pelo PDG se deram sob o guarda-chuva de meu projeto de pesquisa ‘Determinação precisa de parâmetros fundamentais da QCD’, financiado por meio do programa Jovens Pesquisadores em Centros Emergentes [JP-FAPESP]”, relata Boito.

A edição de 2022 da “Review of Particle Physics” pode ser acessada AQUI.

(In: Agência FAPESP / José Tadeu Arantes)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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