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21 de setembro de 2023

Doutoranda do IFSC/USP à conquista da dupla titulação -Destino: Universidade de Bolonha (Itália)

Pollyana Firmino

Completamente mergulhada no trabalho, seus olhos estavam vidrados na tela do computador. Foi só no momento em que perguntamos “Você é Pollyana?”, que ela levantou o olhar e respondeu “sim”, com um largo sorriso. Pollyana Pereira Firmino tem 28 anos, nasceu em Nova Esperança do Piriá, no Pará, e seu destino a levou até à USP e ao nosso Instituto, onde se encontra no 2º ano de doutorado sob a orientação do Prof. Javier Ellena. Aluna brilhante desde o seu ensino fundamental e sempre em escola pública, a jovem doutoranda do IFSC/USP decidiu recentemente avançar na conquista de uma dupla titulação através de um edital do PRINT/CAPES – Programa Institucional de Internacionalização. Dessa forma, Pollyana está disposta a conquistar uma dupla titulação – USP e Universidade de Bolonha (Itália) -, tendo como grande incentivador e apoiador o seu próprio orientador.

Embora tenha nascido no Pará, Pollyana cresceu e estudou em Anápolis (GO) e ali fez o ensino fundamental em uma escola próxima de sua residência – escola de bairro -, tendo feito, posteriormente, o seu ensino médio e entrado na universidade, em Goiás. “Fiz seis meses do curso de Engenharia Florestal na Universidade Estadual de Goiás (UEG), em Ipameri, mas não me adaptei à cidade e ao curso e voltei para a cidade onde residia, tendo optado por fazer um curso em engenharia elétrica numa escola particular com auxílio da bolsa ProUni (100%). Com 22 anos de idade completei a graduação em engenharia elétrica e uma vez mais descobri que esse curso não era para mim. Depois disso tudo, fui fazer outra graduação, dessa vez em física (licenciatura), na UEG de Anápolis. Enquanto eu fazia essa graduação, decidi tentar o mestrado em ciências moleculares, também na UEG, e fiz a graduação de física junto com o mestrado, tendo completado as duas em 2021. Nesse meio tempo, fiz uma pós-graduação online em estatística aplicada. De fato, eu estava sedenta por estudar mais e ainda não tinha encontrado o meu caminho”, relata a jovem pesquisadora.

Encontrando o caminho

Assinando os documentos para consolidar sua conquista

Pollyana continuou o seu caminho tentando encontrar o rumo certo, sempre com o apoio de sua mãe e irmã, daí ter começado a fazer provas para o Exame Unificado de Física (EUF). Foi nesse momento que a jovem se apercebeu do histórico dos melhores professores da UEG de Goiás. “Vi que a maioria desses professores era originária do IFSC/USP, o que me despertou imediatamente o interesse em vir para cá. Fiz a prova e aqui estou eu no meu 2º ano de doutorado em Física Biomolecular, trabalhando para melhorar as propriedades físico-químicas de fármacos. Para quem não está por dentro dessa vertente científica, o fato é que existem diversos fármacos no mercado, onde uma grande parte deles apresenta algum problema, principalmente em termos de estabilidade ou de solubilidade, e o foco é fazer com que esses fármacos fiquem melhores, sem retirar os seus efeitos benéficos. Agora, surgiu a possibilidade de ir para a Itália com o intuito de obter a dupla titulação, ou seja, ser formada na USP e na Universidade de Bolonha”, salienta Pollyana.

Depois de ter concluído a obrigatória prova de inglês para se preparar para a viagem e estada em Itália, ela e seu orientador – Prof. Javier Ellena –  dialogaram com os docentes da Universidade de Bolonha para que os trabalhos de pesquisa de Pollyana possam continuar. “Eles abriram as portas da Universidade, escolhemos o laboratório de lá em função dos trabalhos que fazemos aqui e está tudo organizado para eu ir. Então, a Universidade de Bolonha dá uma oportunidade para avançar no que eu já faço aqui, dando, por isso, sequência à minha pesquisa e trazendo igualmente para o IFSC/USP todos os avanços científicos na minha área que estão sendo desenvolvidos lá”, comemora Pollyana.

Embora possa existir alguma hipótese de aceitar uma posição fora do país, a expectativa de Pollyana é voltar para o Brasil e se estabelecer a longo prazo: fazer um pós-doutorado, lecionar, abrir uma empresa, tudo está em aberto. “Eu gosto de ensinar, não importa o formato. Se eu tiver como disseminar o que eu sei e passar para as pessoas, para mim isso já me deixa satisfeita. Quanto a oportunidades no exterior, é algo para pensar. Contudo, o meu sonho não é ir para ficar em algum lugar de forma definitiva. Se eu precisar me ausentar para fora do país será sempre de forma temporária, em função de aprender mais e ajudar a sociedade, mas não é um sonho, não é uma prioridade, mas sim desenvolver a minha pesquisa em prol dos outros”, conclui a jovem pesquisadora.

Os benefícios de conquistar uma dupla titulação

Ter uma dupla titulação acadêmica/científica pode ser uma escolha valiosa, dependendo dos objetivos de carreira e das oportunidades disponíveis, sendo que as vantagens são enormes, exigindo, por outro lado, uma entrega quase total aos estudos e pesquisas. Poderemos enumerar dezenas de benefícios resultantes dessa entrega total de quem consegue trilhar e vencer os caminhos de uma dupla titulação, contudo, pode-se resumir alguns deles, começando pela ampliação de conhecimentos, onde existe a possibilidade de adquirir conhecimento em duas áreas diferentes, ou complementar e consolidar apenas uma delas, combinando habilidades e conhecimentos de diferentes disciplinas na carreira.

Universidade de Bolonha

Outro benefício é a vantagem competitiva, já que em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo, ter uma dupla titulação pode destacar o aluno na concorrência, que hoje é desenfreada, tendo mais chances de atrair a atenção de empregadores que buscam candidatos versáteis e com conhecimentos interdisciplinares. Outro aspecto positivo é a internacionalização, já que se uma das titulações for obtida em um país estrangeiro, isso pode aumentar a experiência internacional do aluno e torná-lo preferencial para empregadores com uma perspectiva global. Por outro lado, se o foco for em uma carreira acadêmica, uma dupla titulação pode fornecer uma base sólida em duas áreas de estudo, o que pode ser benéfico na busca por oportunidades de pesquisa e bolsas. Por último, obter uma dupla titulação é, sem sombra de dúvidas, uma realização pessoal, na maioria das vezes uma forma de desafiar a si mesmo intelectualmente e alcançar metas acadêmicas significativas.

A Universidade de Bolonha

A Universidade de Bolonha é considerada uma das universidades mais antigas do mundo, tendo sido fundada em Bolonha, na Itália, em 1088. Constantemente é classificada entre as melhores do mundo, figurando entre as Universidades de elite mundial segundo indicadores como o ARWU, QS World, THE e US News.

 

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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