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23 de setembro de 2022

No IFSC/USP – Uma vaga com bolsa de Pós-Doutorado em Nanofotônica

(Créditos – Holger Kock / Fraunhofer IPM)

Encontram-se abertas até o dia 30 de outubro do corrente ano as inscrições para o preenchimento de uma vaga para pesquisador, com Bolsa de Pós-Doutorado, na área de Física da Matéria Condensada – Nanofotônica, no IFSC/USP, sob a coordenação do pesquisador, Prof. Dr. Euclydes Marega Jr..

O selecionado irá desenvolver seu trabalho no âmbito do projeto designado “Regime extremo da interação de luz-matéria em estruturas plasmônicas acopladas com materiais 2D”, com início no dia 01 de janeiro de 2023, como indicado no processo da FAPESP Nº 2021/03311-3 (VER AQUI).

Materiais bidimensionais na forma de camadas atomicamente finas como grafeno, MoS2 etc. estão sob intenso estudo devido à combinação única de propriedades fundamentais, dimensões da escala atômica e aplicações potencialmente interessantes e disruptivas em semicondutores ou indústria optoeletrônica. A forte interação luz-matéria em semicondutores 2D em uma geometria plana com uma espessura de escala atômica os tornam ideais para integração com nanoestruturas plasmônicas que podem ser usadas para aumentar ainda mais a absorção de luz, modificar a vida útil do éxciton ou controlar o transporte do éxciton.

Neste projeto, que envolve a colaboração entre equipes da USP e da EPFL (Escola Politécnica Federal de Lausanne – Suíça), pretende-se combinar as experiências do parceiro suíço na área de dispositivos optoeletrônicos, baseados em materiais 2D, com as dos parceiros brasileiros na área de nanoestruturas plasmônicas e nanocristais. A sinergia entre os plásmons e as propriedades intrínsecas do éxciton de materiais bidimensionais poderia ser usada para explorar a forte interação luz-matéria e novas aplicações de dispositivos. Eles poderiam ser usados para criar realce de fotoluminescência, emissão de luz coerente e manipulação e controle de éxcitons.

Esta vaga está aberta a brasileiros e estrangeiros.

O selecionado receberá Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP no valor de R$ 8.479,20 mensais e Reserva Técnica equivalente a 10% do valor anual da bolsa para atender a despesas imprevistas e diretamente relacionadas à atividade de pesquisa.

Email para inscrições: euclydes@ifsc.usp.br

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

21 de setembro de 2022

7º Congresso de Graduação da USP

Após um longo período de atividades remotas, quando os cursos de Graduação rapidamente adotaram soluções para a preservação da qualidade e eficácia do ensino, temos agora a oportunidade de compartilhar o que de melhor foi realizado e incorporá-lo à nossa prática docente.

O 7º Congresso de Graduação da USP (VER AQUI), de 12 a 14 de Outubro próximo, concretizará esse virtuoso Reencontro. Um reencontro de docentes com maior participação de nosso(a)s estudantes.

Um reencontro das boas práticas de ensino presencial com as aprendizagens decorrentes do período de isolamento social.

Com a convergência de temas como inclusão e permanência estudantil e o emprego de tecnologias digitais no processo pedagógico, buscamos qualificar o ensino de Graduação e a experiência vivida por todo(a)s no campus.

O Congresso será uma feliz oportunidade de nos reencontrarmos para continuar aprimorando a Graduação na USP.

Datas Importantes

Inscrições: 12 de setembro a 09 de outubro de 2022.

Inscrições nas oficinas: 14 de setembro a 09 de outubro de 2022.

Submissão de trabalhos: 14 de setembro a 30 de setembro de 2022.

Divulgação de trabalhos aceitos: 07 de outubro de 2022.

Inscrições minutos de cultura: 09 de setembro a 30 de setembro de 2022.

Resultado minutos de cultura: 07 de outubro de 2022.

Local:

Centro de Difusão Internacional – CDI

Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 310
Cidade Universitária, Butantã
São Paulo – SP

Para se inscrever clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

21 de setembro de 2022

USP seleciona estudantes e professores de licenciatura para bolsas de iniciação à docência e residência pedagógica

Estão abertas as inscrições para a seleção de bolsas para estudantes de Licenciatura em Matemática para participação no Programa Residência Pedagógica PRP e PIBID da CAPES.

Os editais oferecem 24 bolsas no PIBID e 10 bolsas no PRP para estudantes e 3 bolsas PIBID e 2 bolsas PRP para professores. As inscrições acontecem no período de 19 a 23 de setembro de 2022.

O PIBID tem como objetivos: incentivar a formação de docentes em nível superior para a educação básica; contribuir para a valorização do magistério; elevar a qualidade da formação inicial de professores/as nos cursos de licenciatura, promovendo a integração entre educação superior e educação básica. O público-alvo do PIBID são discentes que estejam na primeira metade do curso de licenciatura da USP.

O PRP tem como finalidade fomentar projetos institucionais de residência pedagógica implementados por Instituições de Ensino Superior, contribuindo para o aperfeiçoamento da formação inicial de professores da educação básica nos cursos de licenciatura.

O público-alvo deste edital são discentes que tenham cursado o mínimo de 50% do curso ou estar cursando a partir do 5º período do curso de Licenciatura em Matemática da USP/Butantã.

Ambos os programas também oferecem bolsas a professores.

O público-alvo são professores/as efetivos/as atuantes em unidades escolares escolas habilitadas junto à Capes para receber o subprojeto nas redes de ensino públicas: estadual e municipal.

Para conferir os editais, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

21 de setembro de 2022

Óleo essencial de espécie amazônica elimina pragas do cupuaçuzeiro

Edgar Aparecido Sanches (Arquivo pessoal)

Um artigo publicado há cerca de dois meses na prestigiada revista científica “Nanomaterials”, da autoria de pesquisadores de nove universidades do Brasil e do exterior, com o apoio da EMBRAPA, da FAPEAM e do IFSC/USP, reporta as últimas pesquisas desenvolvidas no sentido de controlar pragas que assolam árvores frutíferas típicas da Amazônia, neste caso concreto o cupuaçuzeiro, que tem um peso substancial na economia local.

O Prof. Edgar Aparecido Sanches (42), docente da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) é um dos autores desse artigo científico, conjuntamente com outros renomados cientistas, entre os quais se contam os pesquisadores do IFSC/USP, Profs. Vanderlei Salvador Bagnato e Francisco Eduardo Gontijo Guimarães, e a Drª Natália Inada. O objetivo da pesquisa foi desenvolver uma tecnologia com base no óleo essencial extraído da planta Lippia origanoides, conhecida no Amazonas como “Erva-de-Marajó”, uma espécie da família do orégano, seguindo-se o desenvolvimento de sistemas de partículas (sistemas poliméricos biodegradáveis) para encapsular esse óleo, transformando o conjunto em um biodefensivo contra duas pragas que atacam o cupuaçuzeiro – a “Vassoura de Bruxa” (Moniliophtora perniciosa) e um tipo de besouro chamado “Broca-do-Cupuaçu”  (Conotrachelus humeropictus).

O início das pesquisas

Tudo começou em 2018 quando Edgar Sanches teve um projeto aprovado pela FAPEAM dedicado ao desenvolvimento de biodefensivos  para plantações frutíferas no Amazonas, tendo ao longo do tempo testado em várias pragas de frutas da região. Contudo, o foco acabou por ser o cupuaçuzeiro e as pragas que atacam essa árvore, partindo do princípio de que muitos óleos essenciais de plantas da própria região poderiam ser utilizados como biodefensivos. “O óleo que apresentou maior eficiência – e que acima está identificado – foi utilizado e, na sequência, desenvolvemos sistemas de partículas para encapsular esse óleo. Nossa pesquisa compreende duas vertentes: primeiro, é encontrar o princípio ativo, no caso nós encontramos  esse óleo essencial que é mencionado no artigo, e a segunda parte foi desenvolver sistemas de partículas que sejam  biodegradáveis e que  encapsulem esses óleos essenciais e os protejam do meio externo. Então, nós conseguimos desenvolver essas duas etapas. Tínhamos um sistema encapsulado com eficiência contra essas pragas do cupuaçuzeiro e foi a partir daí que o IFSC/USP teve um papel importante nesta pesquisa”, relata Edgar Sanches.

Edgar Aparecido Sanches (Arquivo pessoal)

Com seu ingresso no IFSC/USP, em 2022, para iniciar seu pós-doutorado, o Prof. Edgar Sanches trouxe com ele a sua pesquisa e a intenção de entender como a radiação poderia interagir com todo o sistema, que era a base de seus estudos. “Precisava entender a forma como a luz solar age sobre esses sistemas, se ela acelera o processo de  liberação, se ela degrada o sistema mais rapidamente do que a gente esperaria. Então, trouxe esse sistema aqui para o IFSC/USP, em parceria com o Prof. Bagnato e com todo seu grupo. Estamos tentando entender de que forma a luz interage nesse sistema, e esse é um ponto que ainda está em andamento. Um segundo ponto, que foi concretizado e que entrou neste trabalho, nesta publicação, foi a visualização do óleo essencial dentro da partícula. Então, aqui no IFSC/USP, através da Microscopia de Fluorescência Confocal, conseguimos visualizar o óleo essencial dentro dessas partículas e a maneira como ele está distribuído internamente. É muito importante entender como ocorre essa distribuição do óleo no interior da partícula, porque isso influencia no processo de liberação controlada”, explica o pesquisador.

Em termos gerais, esta pesquisa – ainda in vitro – prevê a utilização deste processo através de pulverização nas árvores frutíferas, não com o intuito de exterminar uma espécie,  como a dos besouros -, mas sim como agente de controle em um determinado ambiente. Estes estudos abrem portas para que sejam pesquisados outros óleos essenciais extraídos da flora brasileira que, também com a ação da luz, sejam liberados mais eficientemente do interior das partículas e possam controlar outras pragas sem que com isso hajam impactos negativos na flora, fauna e meio ambiente.

Os estudos e as pesquisas irão continuar por mais algum tempo, sendo que os pesquisadores nacionais esperam iniciar seus trabalhos no campo, obviamente com a manutenção dos apoios que se fazem necessários. “O apoio da FAPEAM está sendo fundamental, bem como o da EMBRAPA, do IFSC/USP e também dos alunos e bolsistas que estão envolvidos. Sem essas colaborações não teríamos avançado como avançamos. Assim, para quem faz o que gosta, para quem trabalha com o que gosta, é simplesmente um resultado interessante e eu fiquei muito feliz com o convite para esta pesquisa”, finaliza o pesquisador.

Para conferir o artigo científico, clique AQUI.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

19 de setembro de 2022

“Programa Vem Saber” realiza Escola de Física Aplicada “Marie Curie”

O “Programa Vem Saber”, coordenado pelo docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Antonio Carlos Hernandes, leva a efeito nos próximos dias 24 e 25 de setembro (sábado e domingo), no Campus USP de São Carlos, a Escola de Física Aplicada “Marie Curie, uma ação inserida no programa de difusão científica da USP dedicada a motivar os jovens estudantes do ensino médio a ingressarem no ensino superior e a aprofundarem seus conhecimentos no vastíssimo e apaixonante campo da física.

Nesta primeira edição do programa participarão 45 estudantes de vários estabelecimentos de ensino de São Carlos e região, contando-se com o apoio do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), e do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), um CEPID onde o Prof. Hernandes ocupa o cargo de coordenador de difusão. Em relação à programação desta Escola, ela contemplará áreas de física e outras com interface definidas em medicina, materiais e biotecnologia.

“Esta Escola é mais um evento de difusão científica que estamos proporcionando aos estudantes das escolas públicas de São Carlos e região, sendo que ela é focada em temas modernos de física e, ao mesmo tempo, prestando uma homenagem às mulheres. A denominação desta escola é exatamente um tributo merecido à cientista Marie Curie, que foi duas vezes vencedora do Prêmio Nobel”, salienta Hernandes.

As aulas serão ministradas por professores do IFSC/USP e uma professora convidada oriunda do Departamento de Engenharia de Materiais (DEMa) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

19 de setembro de 2022

“Innostart”: Como transformar sua pesquisa em uma Startup

O Núcleo de Empreendedorismo da USP São Carlos (NEU-SC) leva a efeito no próximo dia 21 do corrente mês, a partir das 20h00, em seu canal do Youtube, a live “Warm-up trajetória empreendedora” para o “Innostart”, o programa de pré-aceleração de startups científicas.

O ‘Warm-up:  será uma roda de conversa online com um alumni do “Innostart”, empreendedores em deeptechs e acadêmicos. Nessa roda de conversa será discutido como avaliar ideias para deeptechs, a relação e sinergia entre startups, universidades e inovação, como startups tem êxito e conselhos para startups acadêmicas.

Se você tiver interesse em empreender, não perca o Warm-up e se inscreva no Innostart 2022! Leve sua pesquisa do papel para a vida de milhões de pessoas!

Para se inscrever, clique AQUI.

Mais informações, clique AQUI.

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

19 de setembro de 2022

Seminário no IFSC/USP aborda tratamentos pós-Covid de olfato e paladar

Prof. Vitor Hugo Panhóca

O Grupo de Óptica do IFSC/USP, em parceria com a Santa Casa das Misericórdia de São Carlos e o CITESC INOVA, realizou no passado dia 17 do corrente mês um seminário interno dedicado a profissionais e estudantes da área de odontologia, cujo foco foi os tratamentos que estão sendo realizados em pacientes com alterações no olfato e paladar, resultados de sequelas pós-Covid.

Para o Prof. Vitor Hugo Panhóca, Pesquisador do IFSC/USP e coordenador desses tratamentos, que atua conjuntamente com o Prof. Vanderlei Salvador Bagnato e o Dr. Antonio de Aquino Junior, este seminário visou juntar técnicos e estudantes de odontologia para trocar ideias, protocolos e compartilhar casos clínicos, por forma a que o grupo possa trabalhar de forma padronizada. “Tivemos aqui um compartilhamento de material didático e experimental de grande valor, e a troca de experiências não só nos quesitos de olfato e paladar, mas também nos tratamentos de DTM, zumbido do ouvido e paralisia facial, tendo em vista podermos difundir estes resultados para toda a Universidade, com ênfase naquilo que se pode fazer com a aplicação de laser na área da saúde. Da Universidade, queremos que esse conhecimento possas ser divulgado para a população”, pontua o pesquisador.

Este seminário foi o primeiro de outros que serão realizados em um futuro próximo, não só para a disseminação do conhecimento, mas, também, para que se possa evoluir nos tratamentos e nas pesquisas. “O importante é que cada vez mais possamos fazer trabalhos de qualidade em prol da sociedade”, sublinha Panhóca.

Nos tratamentos de olfato e paladar, que ocorrem nos períodos de manhã e tarde nas instalações da Unidade de Terapia Fotodinâmica, na Santa Casa da Misericórdia de São Carlos, os pesquisadores já atenderam perto de 260 pacientes, sendo que outros 110 se encontram em lista de espera.

Técnicas e estudantes participantes do seminário

Recordamos que as alterações de olfato e paladar constituem uma das sequelas pós-Covid mais predominantes, atingindo cerca de 70% dos pacientes infectados com o vírus.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

19 de setembro de 2022

Forças Armadas dos Estados Unidos apoiam projetos de pesquisa básica no Brasil – IFSC/USP inserido nos projetos

Investimentos se concentram principalmente em áreas ligadas às chamadas tecnologias transversais, com potencial de atravessar e transformar diferentes setores produtivos nas próximas décadas.

Os Estados Unidos estão entre as nações que mais investem em ciência, criando pontes entre o trabalho acadêmico sem finalidade prática aparente e a busca por inovações tecnológicas – estima-se que quase 50% dos gastos públicos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) naquele país se dê no âmbito do Departamento de Defesa. Mas esses recursos não se restringem ao seu território. Há pelo menos 10 anos os Estados Unidos financiam projetos em instituições brasileiras por meio de escritórios de ciência e tecnologia (C&T) ligados às suas Forças Armadas.

Os investimentos se concentram principalmente nas áreas de inteligência artificial, robótica, biotecnologia, energia, materiais, nanotecnologia, optoeletrônica, entre outras, associadas às chamadas tecnologias transversais, com potencial de envolver e transformar diferentes setores produtivos nas próximas décadas (ver Pesquisa FAPESP nº 306). “O Brasil produz conhecimento científico de alta qualidade que pode complementar os esforços dos Estados Unidos em C&T”, diz Kyle Gustafson, representante no país do Escritório de Pesquisa Naval Global (ONR-G). “As colaborações, nesse sentido, podem ser mutuamente benéficas.”

O ONR-G e o Centro Internacional de Tecnologia do Comando de Desenvolvimento de Capacidades de Combate do Exército dos Estados Unidos (Devcom) já investiram pouco mais de US$ 5,3 milhões em projetos no país desde 2014. Em fevereiro de 2022, o Brasil também passou a contar com a presença do Escritório Sul de Pesquisa e Desenvolvimento Aeroespacial (Soard), braço do Laboratório Internacional de Pesquisa da Força Aérea (AFOSR), tornando-se uma das poucas nações a sediar escritórios das três Forças Armadas – o AFOSR financia trabalhos no Brasil há algum tempo, mas, até este ano, o fazia de sua filial em Santiago, no Chile.

O investimento em ciência básica é uma tradição antiga nos Estados Unidos. Segundo dados da National Science Foundation divulgados em junho, somente em 2019, o país aplicou US$ 102,9 bilhões em estudos que buscam expandir o conhecimento sem se preocupar em obter aplicações imediatas, dos quais US$ 33,7 bilhões (32,7%) vieram de empresas, sobretudo nas áreas farmacêutica e de medicamentos, e indústria da informação. Desde os anos 1940 eles também promovem a abertura de escritórios de C&T em nações parceiras, dando forma a uma espécie de força-tarefa científica internacional voltada a estudos em áreas de seu interesse.

No Brasil, os recursos concedidos ainda estão majoritariamente concentrados em universidades e instituições de São Paulo. Nos últimos 10 anos, dos US$ 4,5 milhões aportados apenas pelo ONR-G no país, US$ 1,7 milhão foi para instituições paulistas, sendo a Universidade de São Paulo (USP) a principal beneficiada. Um dos empreendimentos apoiados nesse período foi o de ventiladores pulmonares emergenciais de baixo custo, desenvolvidos pelos engenheiros Marcelo Zuffo e Raul Gonzalez Lima, da Escola Politécnica (Poli) da USP. Os US$ 200 mil do ONR-G, nesse caso, somaram-se a dotações de outros doadores, permitindo a produção de até 20 ventiladores por dia em um dos períodos mais críticos da pandemia.

Para os cientistas brasileiros, esse dinheiro tem ajudado a manter o andamento de pesquisas em um período de escassez de financiamento público. No caso do engenheiro Bojan Marinkovic, do Departamento de Engenharia Química e de Materiais da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), esses valores hoje constituem a principal fonte de fomento de seus laboratórios. Desde 2014 ele utiliza recursos do Devcom para desenvolver projetos na área de materiais cerâmicos com expansão térmica negativa ou nula. “Queremos entender como eles funcionam para, no futuro, incorporá-los na concepção de peças resistentes a mudanças bruscas de temperatura, inovação de grande interesse da indústria civil e militar”, destaca. O mesmo se aplica à física Isabel Cristina Carvalho, do Laboratório de Optoeletrônica do Departamento de Física também da PUC-RJ, que desde 2015 recebe financiamento da ONR-G para empreender projetos sobre ressonância de plasmon de superfície localizado, fenômeno óptico que ocorre quando a luz interage com nanopartículas metálicas, induzindo a uma excitação coletiva de elétrons, permitindo que determinados comprimentos de onda (cores) possam ser absorvidos.

 

Alexandre Affonso

No caso de Pierre-Louis de Assis, do Instituto de Física Gleb Wataghin da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), esses recursos têm sido empregados na compra de equipamentos e manutenção de bolsas de pós-doutorado. “Em fins de 2019, passamos a receber financiamento do Soard para estudar emissores de fótons únicos utilizando semicondutores bidimensionais, visando à sua integração em microchips de processamento de informação quântica”, esclarece.

Os representantes dos escritórios costumam se oferecer para visitar universidades e instituições científicas espalhadas pelo país e divulgar as oportunidades de fomento. Nesses encontros, os brasileiros têm alguns minutos para apresentar seus projetos e destacar sua relevância. “Também participamos de conferências e realizamos estudos independentes por meio de ferramentas de busca, como Web of Science, para identificar cientistas trabalhando em áreas de interesse”, esclarece Rosa Santoni, representante do Devcom no Brasil. “Quando algo nos chama a atenção, entramos em contato com o responsável e pedimos a ele que nos envie um resumo de sua proposta para que possamos avaliar seu potencial inovativo e verificar se ela se encaixa nas prioridades das Forças Armadas.” Se houver interesse, o pesquisador é autorizado a enviar a proposta completa, na qual especifica o quanto precisará para levar o trabalho adiante e quais os resultados esperados.

Os projetos aprovados, em geral, recebem de US$ 25 mil a US$ 140 mil por ano, mas esse valor pode ser maior, dependendo do interesse dos escritórios. Os brasileiros recebem ainda um adicional, que pode ser usado para custear sua participação em conferências nacionais e internacionais, promover seminários e workshops, visitar universidades e instituições dos Estados Unidos ou mesmo instalações científicas das Forças Armadas. Os proponentes têm liberdade para estudar o que quiserem e direcionar a aplicação dos recursos. O sucesso dos empreendimentos é medido pelos artigos publicados. “Incentivamos a divulgação dos resultados em acesso aberto em periódicos de alto impacto”, diz Santoni. Ela destaca que os cientistas e suas universidades ficam com os direitos de propriedade intelectual de inovações geradas no âmbito dos projetos apoiados. “Mas o contrato com o governo norte-americano autoriza os Estados Unidos a usá-las ou modificá-las sem restrições no futuro, de acordo com seus interesses”, afirma.

Esse esforço de investimento em pesquisas brasileiras em áreas consideradas estratégicas pode expandir o portfólio de inovações dos Estados Unidos – as quais, um dia, podem ser incorporadas às suas estratégias de segurança. “Essa também é uma forma de ele estreitar laços de cooperação e reforçar sua influência geopolítica na região, fazendo frente às investidas da China e de outras nações”, comenta Amâncio Jorge de Oliveira, coordenador-executivo da Escola de Diplomacia Científica e da Inovação e professor do Centro de Estudos das Negociações Internacionais do Instituto de Relações Internacionais da USP.

Oliveira lembra que os norte-americanos têm um histórico antigo de uso da ciência como braço da política externa. Nos anos 1970, lançaram mão da diplomacia científica para se aproximar da China. Mais recentemente, valeram-se dessa mesma estratégia para promover parcerias com cientistas cubanos em trabalhos sobre o câncer e a previsão de furacões. “Os Estados Unidos reconhecem a importância da colaboração internacional com parceiros confiáveis para resolver problemas futuros, explorar novas tecnologias e construir relacionamentos duradouros com cientistas estrangeiros”, destaca Gustafson. “Para isso, julgamos ser importante combinar recursos, difundir a disciplina de investigação científica e promover experiências e oportunidades.”

Prof. Luís Gustavo Marcassa

Para além da manutenção das atividades de pesquisa, uma das vantagens da parceria é a possibilidade de intercâmbio – em alguns casos, é possível ter acesso a instalações científicas militares nos Estados Unidos. “Enviamos recentemente uma estudante de mestrado para um laboratório do Exército em Maryland”, conta Marinkovic, da PUC-RJ. Também é comum as Forças Armadas daquele país promoverem eventos e convidarem brasileiros a falarem sobre seus estudos. “Nos próximos dias darei uma palestra no Laboratório Internacional de Pesquisa da Força Aérea dos Estados Unidos”, comenta Luís Gustavo Marcassa, professor do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP, que desenvolve trabalhos sobre átomos de Rydberg – com elétrons afastados do núcleo a distâncias até 10 mil vezes maiores que o normal –, com potencial de aplicação em computação quântica e sensores de micro-ondas mais precisos.

Segundo ele, os recursos oferecidos são bem-vindos, mas não são suficientes para manter todas as atividades. “Para nós, em São Paulo, o apoio da FAPESP continua fundamental, ainda que os valores concedidos pelos escritórios de C&T dos Estados Unidos representem um bom complemento ao orçamento do laboratório, sobretudo quando se trata de bolsas de mestrado, doutorado e estágio de pós-doutorado”, destaca. Amâncio Oliveira vai além. Na sua avaliação, o acesso a essas verbas permite que os cientistas produzam conhecimento de alto nível em temas globais. “Isso pode ser algo estratégico no sentido de favorecer a inserção do Brasil em redes internacionais de conhecimento e elevar sua posição na dinâmica global de produção científica.”

(Texto original de Rodrigo de Oliveira Andrade / Pesquisa Fapesp / Set 2022)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

13 de setembro de 2022

“Ciência às 19 Horas” apresenta “Dinossauros do Brasil – 170 milhões de anos de evolução”

O Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) recebe no próximo dia 20 do corrente mês, no Auditório “Prof. Sérgio Mascarenhas”, a partir das 19h00, mais uma edição do programa “Ciência às 19 Horas”, desta vez subordinada ao tema “Dinossauros do Brasil – 170 milhões de anos de evolução”, com a participação do Prof. Luís Eduardo Anelli* (IG/USP).

Em sua apresentação, que certamente despertará o interesse de alunos e professores dos ensinos fundamental e médio, o palestrante começará por indicar que os mais antigos esqueletos de dinossauros são conhecidos de rochas brasileiras com 233 milhões de anos de idade, sendo que naquele tempo, um supercontinente agrupava todas as terras emersas hoje conhecidas e apenas dois oceanos banhavam suas praias. Mamíferos e flores ainda não existiam e nem qualquer vertebrado havia aprendido a voar.

Em sua palestra, o Prof. Luís Anelli explicará que 170 milhões de anos mais tarde, após impactos de asteroides gigantes e vulcanismos que perduraram por milhões de anos, seis continentes rodeados por cinco oceanos estavam repletos com milhares de espécies de dinossauros. Eles disputavam os ares com répteis gigantes, devoravam pequenos mamíferos, se especializavam na captura de insetos que se multiplicavam em parceria com as plantas com flores.

Com tamanhos que variavam desde o de uma pequena rolinha, ao de causar espanto à baleia-azul, desafiaram as leis da física e da biologia.

Chamada de era dos dinossauros, a Era Mesozoica foi o mais intenso momento para a geologia e biologia em toda a história da Terra.

No Brasil as rochas de boa parte desse intervalo, bem como o trabalho de diversos paleontólogos, já nos deram cerca de 50 espécies de dinossauros, protagonistas de histórias que estamos começando aprender a explorar.

Este evento é gratuito e aberto a todos os interessados.

*O Prof. Luís Eduardo Anelli é biólogo, paleontólogo, escritor, professor do Instituto de Geociências da USP, tem cerca de 15 livros de divulgação científica publicados sobre a pré-história brasileira, em especial sobre a vida dos dinossauros. Em 2018 foi vencedor do prêmio Jabuti de literatura infanto-juvenil com o livro O Brasil dos Dinossauros. Luiz Eduardo Anelli oferece formação sobre dinossauros e a pré-história do Brasil para professoras e professores do ensino fundamental e médio. Foi curador da exposição Dinos na Oca – Parque Ibirapuera -, e é o atual curador da exposição Patagotitan – o maior do mundo, que estreia em setembro no Parque do Ibirapuera, São Paulo. Anelli é o atual diretor da Estação Ciência da USP.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

13 de setembro de 2022

A resistência bacteriana aos antibióticos pode ter os dias contados -Pesquisadores do IFSC/USP colocam essa possibilidade

A resistência das bactérias aos antibióticos está entre os problemas mais sérios enfrentados pela civilização moderna, acreditando-se que, possivelmente, uma nova pandemia poderá surgir causada por bactérias resistentes aos antibióticos. Os cientistas acreditam na possibilidade do mundo poder enfrentar uma nova pandemia devido à proliferação dessas bactérias resistentes aos antibióticos.

Diariamente, há notícias de doenças que anteriormente respondiam bem aos antibióticos e que agora não obtêm essa resposta, registrando-se, atualmente, um elevado número de óbitos provocados por infecções que não conseguem ser eliminadas. Esta situação desastrosa chegou a este ponto devido ao uso abusivo de antibióticos, fato que contribuiu para que as bactérias adquirissem mutações que se mostram resistentes aos mesmos.

A doença que se tem mostrado mais letal é a pneumonia resistente, que vitimou muita gente que contraiu a COVID-19 nos hospitais e que continua a causar preocupações, colocando aos cientistas de todo o mundo a questão de como quebrar essa resistência.

Através de trabalhos realizados no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), através do Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CEPOF) e de uma rede de pesquisadores internacionais, os cientistas conseguiram obter uma primeira resposta para quebrar a resistência bacteriana aos antibióticos, utilizando a ação fotodinâmica.

Produzindo um stress oxidativo nas bactérias, pela introdução de agentes fotossensíveis, grupos de cientistas chefiados pelo docente e pesquisador do IFSC/USP, que também exerce sua atividade na Texas A&M University (EUA), Prof. Vanderlei Salvador Bagnato, demonstraram que após este tratamento as bactérias voltaram a ser eliminadas pelo mesmo tipo de antibióticos que haviam anteriormente demonstrado resistência. O trabalho, envolvendo a Dra. Kate Blanco e a aluna Jennifer Machado, ambas do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), juntamente com colaboradores estrangeiros, acaba de ser publicado na prestigiosa revista “PNAS- Procedings of the National Academy of Science” (EUA). Outro trabalho sobre este tema está em fase de publicação em outra revista de grande prestígio internacional, sendo que estas abordagens científicas estão tendo uma grande repercussão internacional, devendo prover novas esperanças para o combate às bactérias resistentes.

Atualmente, a equipe do IFSC/USP está progredindo neste campo com o uso da técnica para o tratamento das faringotonsillities (infecções de garganta) e mesmo no tratamento da pneumonia.

Fique por dentro do trabalho desenvolvido, acessando o artigo científico AQUI.

Rui Sintra – Jornalista – IFSC/USP

12 de setembro de 2022

Na UFSCar – “Curso de Verão em Ciência de Dados”

A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), através do seu Programa de Pós-Graduação em Ciência, Tecnologia e Sociedade, está com inscrições abertas para o Curso de Extensão Universitária para Análise de Dados com Linguagem de Programação, Python e R.

O objetivo deste curso é democratizar o acesso a ferramentas computacionais para análise de dados em todas as áreas do conhecimento.

Para obter todas as informações sobre este curso, clique AQUI.

As vagas são limitadas e as inscrições poderão ser feitas clicando AQUI.

 

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

12 de setembro de 2022

“7º Congresso de Graduação da USP” – Chamada aberta para produções artísticas e culturais

O ”7º Congresso de Graduação” da Universidade de São Paulo (USP) irá ocorrer nos dias 13 e 14 de outubro do corrente ano, cuja temática será “É tempo de reencontro”.

A programação do evento envolve palestras, mesas redondas, oficinas, rodas de conversa e uma programação cultural, por meio de vídeos enviados pela Comunidade USP.

O objetivo desta chamada é convidar a comunidade USP a produzir vídeos curtos (de 1 a 3 minutos) que se relacionem com o tema do 7º Congresso, e que serão transmitidos ao longo da programação do evento.

Modalidades

Os vídeos, filmados e editados pelos/as participantes, deverão contemplar uma das seguintes modalidades:

1Momentos de cultura – Vídeos de até 3 minutos;

Vídeos contendo manifestações artísticas/culturais produzidas pelo autor e/ou grupo da Comunidade USP. Podem ser utilizadas as várias linguagens artísticas, como teatro, dança, música, poesia, artes visuais (desenho, pintura, fotografia, escultura), etc.

2-Eu no meu campus – Vídeos de até 1 minuto:

Vídeos gravados em um dos campi da USP, mostrando lugares e um breve relato sobre aquilo que o/a autor/a mais gosta nele, e aquilo que gostaria de mostrar para toda a comunidade uspiana.

Podem ser utilizadas montagens de fotos ou imagens contendo paisagens dos campi. Para a gravação, identifique de que câmpus você está falando. Dê preferência por filmar durante o dia.

3-Relatos na/da pandemia – Vídeos de até 2 minutos:

Vídeos contendo relatos autorais de superação e esperança sobre a Pandemia de COVID 19 durante a graduação na USP.

Como enviar a produção

1-As inscrições deverão ser feitas pelo formulário disponível (AQUI) https://forms.gle/Hrm55rCmb796GDK88

2-As inscrições estarão abertas do dia 09/09/2022 até às 23h59min do dia 30/09/2022.

Orientações para a gravação dos vídeos

1-Você pode pedir a ajuda de um amigo;

2-Grave de uma distância de mais ou menos 1 metro de você;

3-Utilize câmera ou celular na horizontal (deitado). Essa posição é melhor para exibição durante o 7º Congresso;

4-Resolução mínima dos vídeos: FULL HD, 1080p (1920×1080);

5-Atenção à qualidade do áudio (microfone, barulho ambiente etc);

6-Caso utilize músicas, imagens, vídeos de terceiros, atentar para os que possuam conteúdo aberto (royalty free).

Apreciação e seleção das produções

Os vídeos selecionados pela Comissão poderão ser veiculados na programação do 7º Congresso de Graduação da USP e/ou disponibilizados no site do Congresso.

Os/as autores devem pertencer à comunidade USP, podendo enviar até 3 vídeos, sendo um de cada categoria.

Não serão selecionados vídeos que desrespeitem qualquer forma de cultura, raça, etnia, gênero ou orientação sexual. Vídeos com manifestações político-partidárias também serão desclassificados. Vídeos com conteúdos considerados preconceituosos serão automaticamente excluídos e o autor não será autorizado a mandar novos vídeos.

Os vídeos devem ser condizentes com o tema do 7º Congresso.

Vídeos de qualidade reduzida (imagem ou áudio), que impossibilitam sua compreensão, não serão selecionados.

Produções fora das normas descritas serão desclassificados;

Divulgação dos resultados

Todas as produções enviadas serão analisadas exclusivamente pela Comissão Cultural, tomando-se como base os critérios anteriormente citados.

A relação dos vídeos selecionados será divulgada no site do Congresso até 07/10/2022.

Disposições gerais

Serão oferecidos certificados aos autores das atividades culturais exibidas no Congresso.

Em cada modalidade serão selecionados, para menção honrosa, até 2 (dois) vídeos que se destacarem em virtude de sua qualidade técnica e estética, originalidade e criatividade.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

12 de setembro de 2022

Tratamentos de capsulite adesiva e tendinopatias – Recuperação plena em cerca de trinta dias

Na sequência das pesquisas desenvolvidas no IFSC/USP e que foram anteriormente publicadas em revistas científicas, um novo artigo científico foi publicado em agosto último relatando a eficácia nos resultados dos tratamentos feitos com fotobiomodulação através de um novo equipamento desenvolvido no Instituto e já disponível em termos comerciais.

O “Laser Roller” – assim se designa o novo equipamento portátil -, foi utilizado nesta recente pesquisa com o intuito de avaliar sua eficácia em pacientes portadores de capsulite adesiva – enfermidade mais conhecida por “ombro-congelado”, e com outras tendinopatias que causam dor e impossibilidade parcial e/ou total dos movimentos. A pesquisa reuniu seis grupos de pacientes que foram sujeitos ao tratamento das duas enfermidades, sendo que, segundo a fisioterapeuta e pesquisadora do IFSC/USP, Ana Carolina Negrais Canelada, uma das autoras do artigo “O tempo médio para a recuperação de uma tendinopatia, com tratamento convencional, é de cerca de seis meses, sendo que a recuperação de uma capsulite adesiva, igualmente segundo os métodos convencionais, que podem incluir termoterapia, crioterapia eletroterapia, cinesioterapia e massagem direta, demora entre dois e três anos. Com a utilização do “Laser Roller”, nas duas situações, os pacientes se recuperaram totalmente em cerca de trinta dias, ao longo de dez sessões intercaladas”.

Ana Carolina Canelada e Antonio Eduardo de Aquino Junior

A capsulite adesiva (ombro congelado), que atinge a articulação do ombro, inflamando-a, pode aparecer através de lesões provocadas por traumatismo, fraqueza muscular, movimentos repetitivos e má postura corporal, entre outros fatores, causa na maior parte das vezes rigidez muscular e dores que podem comprometer, de forma parcial ou total, os movimentos. O “Laser Roller” tem a particularidade de atuar em dois campos simultaneamente. “Este equipamento é composto por duas esferas e um laser, que têm ações complementares quando aplicado nas áreas lesionadas. Os músculos são encapados por  membranas chamadas fáscias musculares e as lesões ocorrem quando essas fáscias se grudam nos músculos, impedindo que estes executem os movimentos, provocando uma incapacidade de movimentação. A ação das esferas, que é deslizante, provoca a liberação dessas fáscias, enquanto o laser tem uma ação analgésica, reparadora de tecidos e anti-inflamatória”, explica a pesquisadora. Já no que se refere às tendinopatias, que surgem em determinados tendões, as suas causas são variadas. Entre elas temos o encurtamento muscular, deficiências ósseas, movimentos repetitivos, má postura corporal, sendo mais comuns nos ombros, “Tendão de Aquiles”, tendão patelar e em cervicalgias”, completa o coordenador do projeto, Dr. Antonio Eduardo de Aquino Junior.

Este equipamento portátil já está sendo utilizado em diversas clínicas de fisioterapia, sendo que os pesquisadores irão fazer, brevemente, uma chamada para avaliação da ação deste equipamento em pessoas que passam longos períodos em pé.

Para conferir este artigo científico, clique AQUI.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

11 de setembro de 2022

Brasil conquista mais uma cadeira na Pontifícia Academia das Ciências do Vaticano

O físico brasileiro Prof. José Nelson Onuchic foi indicado para ocupar uma cadeira na Pontifícia Academia das Ciências do Vaticano, tendo recebido as insígnias diretamente das mãos do Papa Francisco no último dia 10 do corrente mês. A cerimônia ocorreu na Casina Pio IV, localizada nos Jardins do Vaticano, durante o debate do tema “Ciência básica para o desenvolvimento humano, a paz e a saúde planetária”, a primeira plenária presencial após a pandemia.

O Brasil passa, agora, a ter duas cadeiras na Academia de Ciências do Vaticano, sendo que Onuchic se junta ao cientista e também físico, Prof. Vanderlei Salvador Bagnato, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), o primeiro representante de nosso país a ter assento naquela congregação.

José Nelson Onuchic  é natural de São Paulo e atualmente é o co-diretor do Centro de Biologia-Física Teórica da Rice University, nos Estados Unidos.

Recordamos que o Prof. Onuchic foi agraciado pela Congregação do IFSC/USP em 12 de abril de 2019, com a outorga da Medalha de Honra e Diploma de Professor Honorário deste Instituto, em cerimônia que contou com a participação do reitor da USP, na ocasião, o Prof. Vahan Agopyan, entre muitos outros convidados.

(Com informações da Vatican News)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

9 de setembro de 2022

Hackaton LESChallenge: “Como aproximar as universidades de São Carlos da população não universitária”

As Universidades precisam deixar de ser um mundo particular!

Para quem de fato são feitas as pesquisas, tecnologias e inovações?

Grande parte dos estudantes de ensino médio de escolas públicas do município de São Carlos não sabem que o ensino superior ofertado pela USP e UFSCar são gratuitos.

Para incentivar essa discussão e criação de soluções tecnológicas para diversas problemáticas existentes na cidade, a Liga de Empreendedorismo de São Carlos está lançando o desafio “LESChallenge”, em formato de Hackaton,  intitulado “Como aproximar as universidades de São Carlos da população não universitária”, um evento marcado para os dias 24 e 25 de setembro, no ONOVOLAB, e cujas inscrições são gratuitas.

 

Haverá premiações:

– 1° lugar: R$1000
– 2° lugar: R$600
– 3° lugar: R$400

Para fazer sua inscrição, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

9 de setembro de 2022

Oportunidade para transformar projetos científicos em startups

“Construindo a nova geração de startups de biotecnologia” é o título da apresentação que acontece nesta segunda-feira, 12 de setembro, às 15 horas, no auditório Prof. Luiz Antonio Favaro do ICMC, na USP em São Carlos.

O evento tem por objetivo apresentar a docentes, alunos e egressos da USP oportunidades para transformar projetos científicos em startups, por meio de investimentos e capacitação.

A palestra será ministrada por Francisco Salvatelli, representante da GRIDX, venture capital como foco em empreendedorismo e inovação na área de biotech. A iniciativa conta com apoio da Agência USP de Inovação – Polo São Carlos, é gratuita e aberta ao público.

Para mais informações, clique AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

8 de setembro de 2022

Programa Alumni USP lança “Alumni USP Talks”

O Programa Alumni USP lança no próximo dia 19 de setembro, entre as 18h30 e as 21h30, mo Anfiteatro Camargo Guarnieri  (Rua do Anfiteatro, 109, Cidade Universitária), o primeiro evento do “Alumni USP Talks”, cujo objetivo é ampliar a comunicação da Universidade com a sociedade, possibilitando a egressos diplomados na USP discorrer sobre a importância da formação recebida na Universidade e suas trajetórias profissionais, considerando efetivas contribuições para a sociedade.

Nesta primeira edição, os temas abordados serão  sustentabilidade ambiental, empreendedorismo e inovação, contando-se com a participação dos  ilustres egressos Martina Mülle,r do Secretariado de Sustentabilidade Ambiental da ONU, Evandro Gussi,  CEO da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), João Paulo B. Gonçalves Ferreira,  CEO da Latin America da Natura & Co Holding AS, e André Felicíssimo,  presidente da P&G.

As vagas para este evento são limitadas assim, pelo que os interessados deverão confirmar sua presença até dia 14 de setembro, acessando AQUI.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

8 de setembro de 2022

Crise energética faz nascer o “Hidrogênio Verde” – IFSC/USP aposta em fotossíntese artificial para gerar combustível renovável

Laboratório no IFSC/USP

Em aproximadamente quarenta a sessenta anos, as reservas naturais conhecidas de combustíveis fósseis poderão ficar inviáveis para extração, uma questão que não é nova, já que ela vem sendo discutida há várias décadas. A procura crescente – mas lenta – por combustíveis alternativos e limpos tornou-se, recentemente, uma pauta quase emergencial.

Em causa está não só a preocupação pela escassez desse combustível, extraído principalmente através dos lençóis petrolíferos, como também a agressão constante ao meio ambiente com sua queima, conforme salienta o docente e pesquisador do Grupo de Nanomateriais e Cerâmicas Avançadas do IFSC/USP, Prof. Renato Vitalino Gonçalves. “De fato, a perspectiva é que as reduções das reservas de petróleo no mundo irão acontecer a cada década, o que abre a porta para a introdução de combustíveis renováveis, uma ação que irá combater e certamente atenuar os desequilíbrios ambientais que estamos sofrendo, por exemplo, com as temperaturas a atingirem valores nunca antes vistos devido à emissão de dióxido de carbono (CO2), principal ator na emissão de gases que provocam o chamado “efeito estufa”. A queima de combustíveis fósseis aumenta a densidade do CO2 e, por isso, os raios solares penetram nele, mas não conseguem sair – ou saem apenas em parte -, o que causa esse efeito global que coloca em risco o planeta”, relata o docente.

Alternativa: “Hidrogênio Verde”

Prof. Renato Vitalino Gonçalves

As alternativas para substituir os combustíveis fósseis já começaram há algum tempo, sendo que a introdução dos veículos movidos a energia elétrica terá sido a primeira delas, utilizando baterias para esse efeito, contudo, de alguma forma ineficaz. O pesquisador aponta que a utilização de baterias nos veículos automóveis tem um problema que é difícil de equacionar: o fato das baterias terem recarga bastante baixa, promovendo somente uma autonomia calculada entre 400 e 500 quilômetros para veículos de passeio, reduz a possibilidade de serem utilizadas em veículos de longo percurso, como caminhões, já para não falar dos trens e aviões. Aí, surgiu a hipótese de se desenvolver e utilizar o designado “hidrogênio verde”. “Os carros elétricos vieram para ficar, o que consubstancia o movimento global para substituir os combustíveis fósseis. Depois de se terem observado as limitações resultantes da utilização de baterias nos veículos automóveis, a ideia de se utilizarem células de combustível de hidrogênio ganhou força, um projeto que está sendo cada vez mais implementado, com exemplos claros nos Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul. Ao invés da bateria, os carros que hoje são movidos a hidrogênio, em lugar dos habituais tanques de combustível apresentam uma célula, existindo complementarmente um tanque de hidrogênio cujo manuseio é altamente seguro. O funcionamento das células a combustível baseia-se na divisão dos prótons do hidrogênio por uma membrana, gerando uma corrente elétrica que alimenta o motor elétrico do veículo. Como o hidrogênio tem baixa densidade no estado gasoso, é possível armazenar grandes quantidades num recipiente muito pequeno”, enfatiza o pesquisador.

Contudo, existe um “porém”, atendendo a que cerca de 95% do hidrogênio gerado vem de fontes fósseis, o que redireciona o problema para o estado inicial, ou seja, se os combustíveis fósseis reduzirem dramaticamente, o hidrogênio também reduzirá… E é aí que entra o projeto da criação do “hidrogênio verde”, que pode vir de diversas fontes renováveis e limpas, como a água e etanol. “A implementação de células de combustível com base em “hidrogênio verde” em veículos automóveis é de fato algo muito promissor. Um exemplo de sucesso vem do Ceará, onde está sendo introduzida a primeira planta-piloto de larga escala para a produção de “hidrogênio verde” a partir da eletrólise da água, onde a energia elétrica aplicada aos eletrolisadores será produzida a partir de painéis fotovoltaicos e turbinas aeólicas. Temos então aí o exemplo da utilização da luz solar e do vento para a geração desse gás “limpo”, através de energias renováveis”, pontua o Prof. Renato Gonçalves, sublinhando que após sua utilização na célula de combustível o “hidrogênio verde” se recombina com o oxigênio na atmosfera, voltando a ser água e completando o ciclo.

Usina de hidrogênio verde no Ceará (Créditos – “Fortescue” / Diário do Nordeste)

Hidrogênio verde – Fotossíntese artificial em laboratório

O “hidrogênio verde” é uma das alternativas aos combustíveis fósseis, contudo existe também outra opção muito viável – onde o Brasil pode ser pioneiro -, que é a utilização do etanol, já que o país é o segundo maior produtor do produto do mundo e o primeiro com utilização da cana de açúcar. Segundo nosso entrevistado, nosso país tem a possibilidade real de implementar uma tecnologia baseada em células de combustível a etanol, que não envolve a queima do combustível, mas sim convertê-lo em “hidrogênio verde”, já que o pouco de CO2 que é liberado na atmosfera é consumido pelas plantas. A partir do momento em que houver incentivos na indústria e nos governos, o custo vai ser muito baixo.

(Créditos – Helyogen)

“Esta metodologia foi descoberta há precisamente quarenta anos, cujo primeiro trabalho foi publicado no Japão e é o foco do trabalho que desenvolvo em meu laboratório aqui no IFSC/USP. Semicondutores, como óxido de ferro, óxido de titânio e outros, são materiais abundantes, principalmente no Brasil, onde existem grandes reservas. Esses semicondutores absorvem a luz solar e por isso geram elétrons em suas estruturas. Esses elétrons, em contato com a molécula da água, dependendo das condições ideais, podem quebrá-la, dividindo-a em hidrogênio e oxigênio.  Resumidamente, tenho apenas água, o semicondutor, que é estudado por nós e modificado em sua estrutura eletrônica para aumentar a atividade, e a luz solar, que no laboratório é artificial”, explica Renato Gonçalves. Sucintamente e como mero exemplo, se colocarmos numa garrafa PET esse semicondutor, em pó, mergulhado em água e sob a luz do sol natural, consegue-se gerar “hidrogênio verde”. “Este trabalho que faço no laboratório designa-se de fotossíntese artificial, onde procuramos entender e estudar os materiais baratos que se encontram na Natureza, utilizando-os para quebrar a molécula da água, sem que haja energia externa”, conclui o pesquisador.

O Prof. Renato destaca a importância das agências de fomento, como FAPESP, CNPq e o RCGI/USP-Shell, no suporte e apoio ao desenvolvimento dos projetos sob sua coordenação (VER RCGI) .

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

6 de setembro de 2022

Produção científica do IFSC/USP em agosto de 2022

Para ter acesso às atualizações da Produção Científica cadastradas no mês de agosto de 2022,  clique AQUI, ou acesse o Repositório da Produção USP (AQUI).

A figura ilustrativa foi extraída do artigo publicado recentemente, por pesquisador do IFSC, no periódico “Applied Catalysis B: Environmental” (VER AQUI).

 

 

 

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

6 de setembro de 2022

Com auxílio de iluminação artificial continuada – Vegetais ficam prontos para consumo em 30 dias –

Shirley Lara e Rafael Ferro confirmam pesquisa

Uma pesquisa em desenvolvimento no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), utilizando um sistema hidropônico artificial dentro de uma estufa “in-door” e iluminada artificialmente de forma controlada ao longo de trinta dias,  teve como resultado a obtenção de um crescimento exponencial em alfaces prontas para consumo.

Os pesquisadores Rafael Ferro, com seu mestrado em andamento na área de biotecnologia, e Shirley Lara, no 3º ano de doutorado no mesmo curso, ambos com trabalhos em curso nesta temática, são os responsáveis por esta pesquisa que esteve sob a coordenação do docente e pesquisador do Grupo de Óptica do IFSC/USP, Prof. Vanderlei Bagnato, com a participação da pesquisadora do mesmo Instituto, Drª Kate Blanco.

A pesquisa utilizou uma tradicional estufa “in-door”, ou seja, um ambiente fechado, protegido e controlado, onde foram colocadas sementes de alface exatamente no mesmo estilo que se utiliza na hidroponia de campo, com a introdução de soluções já preparadas. Nessa estufa, os pesquisadores instalaram placas de LED’s com três cores, compondo as luzes vermelha, azul e branca, que se mantiveram ligadas 24 horas ininterruptas ao longo de trinta dias, tendo resultado, no final desse período, o ciclo completo da produção desse vegetal, pronto para consumo ou comercialização.

Sobre a pesquisa, Rafael Ferro comenta que “O sistema hidropônico, por si só, é um sistema fechado que já traz uma economia no consumo de água em cerca de 70% quando comparado com o cultivo convencional. Com este sistema de estufa “in-door” a economia de água pode chegar a 90% no ciclo completo”.

Os resultados desta pesquisa e deste experimento foram alcançados após os pesquisadores terem testado três formas de incidência da luz, a saber: um foto-período de 12 horas com o sistema ligado, seguindo-se 12 horas desligado; 18 horas com o sistema ligado, e 6 horas com ele desligado; e, finalmente, o sistema ligado ininterruptamente durante 24 horas. “Fizemos uma adubação química, colocamos todos os nutrientes necessários e trabalhamos com um aumento de conectividade elétrica. Ao fim de trinta dias, esta alface atingiu o crescimento máximo em função do espaço disponível na estufa “on-door”, explica Shirley, destacando que através deste processo a planta consegue fazer mais fotossíntese do que o habitual, com a particularidade dele poder ser adotado em qualquer espécie vegetal. Em situação normal, o mesmo crescimento só seria atingido no dobro do tempo.

Em simultâneo, os pesquisadores fizeram um outro experimento, que foi a produção de mudas, tendo conseguido produzi-las em  metade do tempo convencional. “Comparamos com a muda convencional e a produção foi a mesma, sendo que neste momento estamos analisando a parte qualitativa. A parte quantitativa foi muito superior, já para não falar que a produção no campo obriga sempre a uma aplicação de fungicida ou inseticida por semana, e aqui não houve qualquer aplicação de defensivos. No campo teríamos que contar com 35 dias de muda e mais 30 ou 35 dias para a produção final. Aqui, em 30 dias já estamos colhendo o máximo que se consegue neste espaço da estufa”, ressalta Rafael.

Segundo o coordenador do projeto, esta linha de trabalho em biofotônica dá início à chamada “agro-fotônica”, onde controlando a forma de iluminação é possível  manter toda  a qualidade e otimizar a produção vegetal.

O IFSC/USP, através do seu Laboratório de Apoio Tecnológico (LAT), está já desenvolvendo o protótipo de uma nova estufa “in-door”, com cinco andares, o que viabilizará uma produção bem mais ampla. Quem sabe se em um futuro próximo os vegetais começarão a ser produzidos diretamente nos locais de venda.

Este projeto conta com o apoio da EMBRAPII.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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