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14 de maio de 2019

Aluno do IFSC/USP em projeto de pesquisa nos EUA

General Atomics – San Diego (EUA) (foto General Atomics)

Yuri Peres Asnis (22) é aluno do Curso de Bacharelado em Física, no nosso Instituto (IFSC/USP) e ano passado, em pleno terceiro ano de graduação, foi notificado de que tinha sido selecionado para uma bolsa da Universidade para realizar trabalhos de pesquisa na conceituada empresa General Atomics, especializada em projetos de defesa. Através dessa bolsa de empreendedorismo disponibilizada pela Agência USP de Inovação (AUSPIN), os alunos de graduação da Universidade ficam incentivados a desenvolverem projetos nas mais variadas áreas do conhecimento, sendo que o período de intercâmbio pode variar de dois a seis meses. Ao todo, a Auspin disponibiliza R$ 1 milhão para os auxílios. O diferencial é que essa bolsa tem como premissa a independência do aluno nas escolhas. É de sua responsabilidade definir o projeto e a instituição de destino (centro de pesquisa, empresa preferencialmente com base tecnológica, universidades etc.), sendo que foi assim que Yuri chegou à General Atomics.

A empresa é filiada ao Departamento de Energia americano e está sediada em San Diego, Califórnia. O estudante do IFSC/USP chegou aos Estados Unidos no dia 25 de janeiro e desde então desenvolve sua pesquisa no setor nuclear. Morando a 20 Km da General Atomics, ele contou para o “Jornal da USP” (em matéria da responsabilidade de Maria Paula Andrade) que a rotina é tranquila, mas o estudo do projeto está sendo bem difícil. Ele quer contribuir no avanço da fusão termonuclear como um recurso energético adicional, já que ela é uma potencial fonte de energia segura, sem emissão de carbono e ilimitada.
Segundo Yuri, diferentemente dos reatores de fissão nuclear, como o de Chernobyl, que utiliza elementos radioativos e o remanescente pode ser perigoso para o meio ambiente e saúde, caso seja exposto, a fusão nuclear tem como subproduto o hélio, um gás que não reage quimicamente com outra substância e não polui.

Outro benefício da fusão termonuclear é liberar cerca de quatro milhões de vezes mais energia do que em reações químicas, como a queima de carvão, petróleo ou gás, e quatro vezes mais energia que a fissão nuclear. “Mas é difícil fazer fusão nuclear porque precisa de uma pressão e temperatura muito grandes dentro do reator. Como não conseguimos reproduzir tamanha pressão, aumentamos a temperatura, que é a chave para fazer fusão”, explica o estudante de Física.
Dentro dos reatores de fusão nuclear, são observadas instabilidades. “Quando isso acontece, o campo magnético carrega energia e a libera para o plasma. Isso acaba esquentando o plasma – o que é bom. Só que ninguém sabe o porquê disso acontecer.” O projeto dele quer descobrir a natureza que fica por trás dessas instabilidades. “Sabendo o motivo, você pode aprimorá-las.”

Ainda na graduação, mas já um cientista

A experiência o fez sentir na pele as dificuldades de ser um cientista. “Estou aprendendo como é trabalhar em uma área acadêmica, tendo que lidar com frustrações e cálculos errados.” No entanto, a pesquisa caminha para o progresso e o quase físico acredita que a experiência abrirá muitas portas em um futuro próximo.

Yuri conheceu seu orientador, Gustavo Paganini Canal, professor do Instituto de Física (IF) da USP, em São Paulo, lendo um artigo sobre fusão nuclear. Como no IFSC ainda não há essa área de pesquisa, resolveu entrar em contato com o professor da capital. “Quando estava fazendo a iniciação científica, descobri sobre a bolsa de empreendedorismo e sugeri para o meu orientador. Ele falou que a General Atomics seria o melhor lugar para aplicar.”

Ele conta que a empresa admite diversos estrangeiros de todo o mundo. “Estou morando com dois suecos e dois finlandeses, o que está sendo uma experiência muito boa.”

A diferença mais perceptível, para ele, é em relação à infraestrutura. “A pesquisa no Brasil é muito boa, mas a estrutura aqui é diferenciada”, destaca. A General Atomics fica localizada em um grande parque científico, com várias empresas das mais diversas áreas tecnológicas. A qualidade de trabalho é um diferencial para o andamento da sua pesquisa.

Yuri Asnis nos laboratórios da General Atomics (foto arquivo pessoal)

“Eu recebi o dinheiro da Auspin para fazer a pesquisa aqui. Pelo edital, não posso receber nenhum dinheiro externo. Mas a bolsa está sendo o suficiente”, afirma o estudante de Física.

Já seu orientador no Brasil, Gustavo Paganini Canal, fez o caminho inverso de Yuri. Recentemente, foi contratado como professor da USP depois de ficar dez anos fora do País fazendo seu doutorado e pós-doutorado. Voltou para estimular o desenvolvimento de pesquisas na área de fusão nuclear no Brasil.

No Instituto de Física, há o Laboratório de Física de Plasmas TCABR, um dos laboratórios que impulsionaram a criação do Departamento de Física Aplicada na USP e importante para o desenvolvimento da área no Brasil.

Yuri volta dia 27 de junho ao Brasil para terminar os estudos e se formar, mas conta que tem projetos para um futuro próximo. “Meu orientador, de São Paulo já me ofereceu uma bolsa de doutorado direto para fazer aqui.” Mas essa não é sua única opção, Yuri também fala da possibilidade de receber um convite direto da General Atomics para desenvolver mais pesquisas por lá, depois de se formar. O certo é que ele pretende voltar para San Diego “de algum modo ou de outro”. Por enquanto, ele continua desenvolvendo sua pesquisa em um dos mais renomados centros de energia nuclear do mundo.

(Com informações de Jornal da USP / Maria Paula Andrade)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

13 de maio de 2019

Seminário NaCa: “Gas sensors based on rGO-ZnO nanocomposites”

O Pós-doutorando na área de Física da Matéria Condensada, Dr. Bruno Sanches de Lima (IFSC/USP), foi o convidado do último Seminário do Grupo de Pesquisa em Nanomateriais e Cerâmicas Avançadas – NaCa, que trouxe o tema Gas sensors based on rGO-ZnO nanocomposites.

O palestrante demonstrou um caminho mais ecologicamente correto e barato para produzir filmes finos deste nanocompósito baseado em rGO e ZnO e também o desempenho de detecção de gás deste nanocompósito que foi avaliado em relação à detecção de ozônio.

Lima explicou quais os materiais nanocompósitos à base de óxido de grafeno reduzido (rGO) e óxido metálico de semicondutores (SMOx) têm atraído a atenção da comunidade científica, principalmente devido à grande variedade de propriedades físicas e potenciais aplicações, como materiais de células solares, supercapacitores, materiais fotocatalíticos e produtos químicos sensores.

Lima ressaltou que diferentes procedimentos de síntese têm sido empregados para produzir materiais com propriedades reguláveis e com homogeneidade microestrutural. Neste contexto, o aluno relatou vários métodos baseados em laser que têm sido apontados como uma maneira “mais verde” e eficiente para reduzir o óxido de grafeno, tendo explanado sobre a redução de filmes de óxido de grafeno pela irradiação desses filmes com laser Nd: YAG de nanossegundos com comprimento de onda ajustado em 266 nm. Ele afirmou, por último, que as nanopartículas de ZnO foram depositadas sobre a camada de rGO por meio de pulverização com magnetron RF.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

13 de maio de 2019

Como as florestas brasileiras foram construídas pelos índios

Como as florestas brasileiras foram construídas pelos índios: exemplos do sudoeste da Amazônia é o título da próxima palestra inserida no programa Ciência às 19 Horas, que ocorrerá no próximo dia 15 de maio, a partir das 19 horas, no Auditório “Prof. Sérgio Mascarenhas” (IFSC/USP) e que será apresentada pelo Prof. Eduardo Góes Neves, pesquisador do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE/USP).

Esta palestra trará dados arqueológicos e históricos que mostram como o sudoeste da Amazônia vem sendo ocupado por povos indígenas há cerca de dez mil anos. Novos dados indicam que houve uma grande atividade humana, a tal ponto de tornar impossível separar as paisagens da história dos povos indígenas e de outros povos da floresta que lá viveram. Tais paisagens milenares estão atualmente ameaçadas pelo desmatamento descontrolado, que não apenas leva à perda da biodiversidade local, como, também, ameaça o patrimônio cultural da região.

As palestras do programa Ciência às 19 Horas, que ocorrem mensalmente no IFSC/USP, têm entrada gratuita e são abertas à comunidade, contando com transmissão ao vivo pela IPTV.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

10 de maio de 2019

“Finding Needles In The Quantum Haystack With The LHC”

No último dia 10, o Colloquium Diei trouxe o Prof. André Lessa, da UFABC, como convidado do programa do IFSC/USP para sua palestra Finding Needles In The Quantum Haystack With The LHC.

O palestrante explicou como o Grande Colisor de Hádrons (LHC) está atualmente colidindo prótons nas mais altas energias já produzidas em laboratório. Ele afirmou que durante os últimos anos, o LHC coletou uma quantidade impressionante de dados, o que permite investigar a natureza do mundo quântico de alta energia.

Em seu colóquio, o palestrante trouxe uma discussão geral sobre como LHC permite sondar novos estados quânticos que estavam presentes apenas na origem do Universo. Também foram discutidas algumas das ferramentas computacionais que foram desenvolvidas nos últimos anos para lidar com a enorme quantidade de dados gerados pelo LHC.

O convidado ressaltou que o desenvolvimento dessas ferramentas tornou-se essencial para permitir confrontar um amplo espectro de novos modelos de física com os dados do LHC.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

10 de maio de 2019

CEPOF/IFSC-USP comemora os 150 anos da Tabela Periódica

O CEPOF – Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica do IFSC/USP, dentro de suas várias atividades de difusão, lançou recentemente uma programação especial na TV/USP de São Carlos e no Canal Youtube em homenagem às comemorações dos 150 anos da primeira organização da Tabela Periódica feita pelo químico russo  Dmitri Ivanovic Mendeleiev e publicada em 1869.

Uma sequência de vídeos já está sendo exibida no Canal 10 da Net de São Carlos (TV USP) que contextualizam a importância da “Tabela Periódica”, retratando sua história, significados e exemplificando como ela foi organizada.

Da mesma forma, uma série de episódios mais curtos explicarão cada um dos mais de 120 elementos nela contidos, elucidando como cada um deles ele foi descoberto, onde ele se encontra na natureza, a sua importância e onde ele é utilizado.

Os vídeos estão disponíveis no Canal do Youtube do CEPOF, através de uma playlist, sendo que para ter acesso a essa programação basta se inscrever no Canal e deixar seus comentários.

Esta é uma iniciativa do Diretor do IFSC/USP, Profº Dr. Vandelei Bagnato, e do docente e pesquisador de nosso Instituto, Prof. Sebastião Pratavieira, que contaram com a colaboração da equipe do Prove – Produção de Vídeos Educacionais da TV USP – na produção e edição desta série para comemorar este grande evento da história dos elementos químicos.

Ficha Técnica:

Adaptação texto e Ilustrações: Viviani Marchi e Marcel Eduardo Firmino

Filmagem e Edição: Brás José Muniz.

Edição Final: Marcel Eduardo Firmino

Abertura e Cenário: Anderson Muniz

Idealização e Supervisão Geral: Vanderlei Salvador Bagnato

Apresentação: Vanderlei Salvador Bagnato e Sebastião Pratavieira

Para acessar a playlist no Youtube, clique na imagem acima

 

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

 

9 de maio de 2019

“IFSCão” – 2ª Dog Therapy” invade USP de São Carlos

Luis Gustavo Marcassa

A Área-1 do Campus da USP – São Carlos é inegavelmente movimentado pelos alunos e funcionários que ocupam o dia-a-dia da instituição. Entretanto, o dia primeiro do corrente mês foi marcado por presenças atípicas: fora o fato do feriado do “Dia do Trabalho”, cães e seus donos invadiram o gramado do edifício E1 da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP), localizado em frente ao prédio administrativo do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), para a realização da 2ª edição do IFSCão – Dog Therapy.

Iniciativa da Comissão de Graduação do IFSC/USP, o “IFSCão” surgiu com o intuito de trazer ao corpo acadêmico um ambiente universitário mais acolhedor e dinâmico. Segundo o idealizador do projeto, o presidente da Comissão de Graduação do IFSC/USP, Prof. Luis Gustavo Marcassa, embora já ciente dos resultados da dog therapy em universidades do exterior, a experiência e a ideia de aplicá-la ao IFSC/USP ocorreu quando aguardava seu voo em um aeroporto americano. “Outro dia eu estava aguardando meu voo em um aeroporto, nos Estados Unidos, e lá eles tinham um cachorro para dog therapy. O objetivo daquele cachorro como “funcionário” era acalmar as pessoas naquele ambiente”, menciona Marcassa. “Achei muito interessante e surgiu a ideia! Parece que os participantes gostaram muito e nessa edição trouxeram seus cachorros”, comemora.

A adestradora, Daniela Ribeiro, também deu seu parecer sobre o evento. “Muitos donos acreditam que o cachorro não possa se socializar, que tenha medo e possa ser mordido, mas em um evento deste porte, com supervisão e muita responsabilidade, eu acho de extrema importância, tanto para saúde do animal quanto para a do dono”, ressalta Daniela. “Até mesmo um cachorro que não tem o hábito de sair e se relacionar com outros cães, pode vir para um evento como este. Cada dono sabe os limites do temperamento do próprio cão, então é uma opção mantê-lo afastado do grupo inicial e tentar uma aproximação assistida com um dos cães mais dóceis e sociáveis, como o Paçoca, que é amigo de todo mundo”, refere-se Daniela ao participante mais interativo do “IFSCão”.

Daniela – adestradora

Quanto aos benefícios da dog therapy, Daniela afirma que esses surtem efeitos tanto para os cães quanto para os donos. “Os benefícios da dog therapy são para ambos, mas principalmente para o cachorro. No geral, os cães não têm tanto acesso a uma área verde como esta aqui, na USP, e isso é muito importante para eles. Cheiros novos, conhecer os cães, fazer essa socialização, são fatores importantes para o desenvolvimento do cão. Já para as pessoas, manter um relacionamento com o animal é de extrema importância, porque eles exercem uma função de fio terra, na qual basta o contato para descarregar nossas energias”, diz a profissional, ressalvando sua fala no IFSCão anterior. “É claro que manter um relacionamento com um bichinho não é o único meio de descarregar essa energia. Na minha fala anterior, eu disse que uma pessoa que não gosta de cachorros não é uma pessoa normal, mas isso é uma visão minha. Não quis dizer que é um indício de algum problema clínico, apenas que não consigo imaginar alguém que não goste de cães”, retifica.

Sobre o público, o “IFSCão – 2ª edição” foi marcado pela presença tanto por alunos e funcionários do IFSC/USP, quanto por amantes de animais de dentro e fora do meio uspiano. Aluna do curso de Sistemas da Informação do Instituto de Ciências Matemáticas e da Computação (ICMC/USP), Marina não hesitou em levar “Amora”, de apenas um ano, para interagir com outros cães. “Eu gosto muito de cachorros e como a “Amora” é muito nova eu resolvi trazê-la para socializar com outros cães, porque ela é muito medrosa”, explica. “Achei uma iniciativa muito boa, porque além de promover uma interação entre os animais, o projeto une pessoas com interesses comuns. Pretendo voltar na próxima edição”, afirma.

Samuel e família

O evento também contou com a presença de familiares de funcionários do IFSC/USP. O servidor Samuel compareceu ao evento na companhia da esposa, Jaqueline e de sua filha, e os três cachorros, “Pipoca”, “Malu” e “Nutella”. “Nós todos gostamos muito de animais, especialmente cachorros, então, quando o meu marido recebeu o comunicado sobre o “IFSCão” ficamos muito interessados”, diz Jaqueline. “Eu gostei muito da iniciativa e acredito que projetos como esse tragam muitos benefícios, tanto para nós quanto para os cachorros. Isso reúne as pessoas e provoca uma troca de experiências quanto a uma paixão em comum”, completa.

Como bom evento do IFSC/USP, a presença dos alunos de graduação e pós-graduação foi fundamental. As alunas de Física Computacional e Ciências Físicas e Biomoleculares, Karen e Carol, compareceram a segunda edição do “IFSCão”  com “Babi”, a cachorrinha de Carol. “Nós recebemos o comunicado da realização do evento e ficamos muito interessadas. Nós sempre passeamos juntas, com a “Babi” e com o “Toby”, que é o cachorro da Karen. Como iria ocorrer o evento, nós só resolvemos trocar o horário do passeio”, fala Carol. “É uma iniciativa muito legal, especialmente para nós que não somos da cidade. Entrar em contato com outros donos e trocar dicas, contatos de veterinários da cidade, por exemplo, é muito interessante. Já para os cachorros, é bem legal eles entrarem em contato com outros, porque no caso da “Babi”, ela só via o “Toby”, completa. Mas afinal, porque o “Toby” não veio? “O “Toby” ultrapassa o sociável”, comenta Karen, bem humorada. “Ele gosta muito da companhia de outros cães e ficaria muito agitado. Às vezes tenho dificuldades para controlá-lo, então achei melhor deixá-lo em casa”, finaliza.

Vela AQUI algumas fotos do evento.

(Carolina Falvo: Estag. Jornal. / Superv. Rui Sintra)

 

 

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

8 de maio de 2019

Número recorde de inscritos na Escola de Física Contemporânea (EFC-2019)

O número de alunos interessados em frequentar a Escola de Física Contemporânea (EFC) – edição de 2019 – bateu todos os recordes, com 367 inscritos, sendo 234 oriundos do estado de São Paulo e 133 dos restantes estados do País.

A EFC-2019 realiza-se entre os dias 30 de Junho e 06 de julho próximos, sendo uma atividade de extensão que ocorre anualmente e tendo como público alvo alunos talentosos do ensino médio (2º e 3º anos) que apresentam interesse particular pela área de Física.

Os alunos agora selecionados para participar da escola serão informados até o dia 20 de maio e terão a oportunidade de assistir a aulas ministradas por professores da USP, de conviver com cientistas de um dos maiores centros de pesquisa multidisciplinar da América Latina, de visitar laboratórios de pesquisa do mais alto nível e de conhecer indústrias de tecnologia de ponta que nasceram dentro dos laboratórios de pesquisa do IFSC/USP.

A partir de agora, a comissão organizadora da EFC-2019 terá a dura missão de selecionar os 30 alunos que irão efetivamente participar da Escola, em regime de internato no IFSC/USP, durante uma semana inteira, com direito a alimentação, hospedagem em hotel com a presença de monitores e todo o restante apoio logístico, por forma a que os objetivos da Escola sejam atingidos.

Após a devida informação aos alunos selecionados, divulgaremos neste website sua procedência.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

7 de maio de 2019

Biofotônica: do controle microbiológico ao câncer – novas perspectivas

O Programa de Pós-Graduação em Física da Universidade Federal de São Carlos (PPGF-UFSCar) realiza no próximo dia 09 de do corrente mês, a partir das 16h30, na Sala de Seminários “Swieca Nova”, mais um seminário, desta vez com a participação do Prof. Vanderlei Bagnato, Diretor do IFSC/USP, que dissertará sobre o tema Biofotônica: Do controle microbiológico ao Câncer – novas perspectivas.

Nesta apresentação, Bagnato mostrará os desafios atuais em temas relacionados com as ciências da vida e de como a física pode contribuir para vencê-los. Em especial, apresentará diversos problemas ligados ao controle de micro-organismos  e tratamento do câncer.

Além destes temas, o palestrante abordará o problema de segurança microbiológica em alimentos, além de detalhes relativos de como as ciências básicas podem contribuir para a resolução desses e de outros problemas.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

3 de maio de 2019

Pró-Reitor de Graduação da USP faz visita-surpresa ao IFSC

O Pró-Reitor de Graduação da USP, Prof. Edmund Chada Baracat e a Pró-Reitora Ajunta, Profª Maria Vitória Lopes Bentley, fizeram uma visita-surpresa ao nosso Instituto, tendo mantido uma reunião rápida com o Presidente da Comissão de Graduação do IFSC/USP, Prof. Luís Gustavo Marcassa e os coordenadores dos cursos de nosso Instituto, onde foram discutidos o apoio da Pró-Reitoria de Graduação na reforma de algumas salas de aula, bem como novas formas de ingresso na USP e, em particular no nosso Instituto, através das Olimpíadas de Física.

Coordenador do Curso de Bacharelado em Física, Prof. José Fabian Schneider, Pró-Reitor de Graduação, Prof. Edmund Baracat, Presidente da Comissão de Graduação, Prof. Luís Marcassa, Pró-Reitora Adjunta de Graduação, Profª Maria Vitória Bentley, Coordenadora do Curso de Bacharelado em Física Computacional, Profª Tereza Mendes, Coordenadora do Curso de Licenciatura Interunidades em Ciências Exatas, Profª Cibelle Celestino Silva, e o Coordenador do Curso de Bacharelado em Ciências Físicas e Biomoleculares, Prof. Alessandro Nascimento

Com um excelente humor, na saída da reunião o Prof. Baracat reafirmou que o IFSC/USP, de forma geral, é uma Unidade de excelência dentro da USP, com excelentes atuações na Graduação, Pesquisa e Pós-Graduação “(…)E também em ações de Extensão, como é o caso da “Dog Therapy”, brilhantemente lançada pelo Prof. Luís Marcassa(…)”.

(Foto: Ricardo Rehder Cardoso)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

3 de maio de 2019

Serrapilheira lança nova chamada pública de Divulgação Científica

O Instituto Serrapilheira lançou no passado dia 02 de maio a sua segunda chamada pública de Divulgação Científica, para a seleção de trinta e cinco iniciativas para participar do Camp Serrapilheira, um grande evento com workshops, palestras e debates sobre os desafios atuais da divulgação científica, realizado no segundo semestre, no Rio de Janeiro.

As inscrições para a chamada pública vão até 07 de junho.

São bem-vindas iniciativas de formatos variados: arte, ciência cidadã, educação, jornalismo impresso ou digital, mídias digitais, museus, eventos, programas, rádio e televisão. Também buscamos projetos que não se enquadrem no sentido clássico de divulgação científica, bem como as multidisciplinares.

No Camp Serrapilheira, a ideia é reunir pessoas de todo Brasil com interesse por novas formas de comunicar a ciência em um ambiente criativo e estimulante. No encontro de quatro dias, os divulgadores têm contato com referências internacionais na área, formam redes de colaboração e concorrem a recursos financeiros do Instituto para realizar projetos voltados à promoção do pensamento científico.

Após participar do Camp, os trinta e cinco selecionados serão convidados a elaborar e apresentar projetos de divulgação científica ao Serrapilheira. Na segunda etapa, até catorze iniciativas serão contempladas com um apoio de até R$ 100 mil, cada, para investir na viabilização do projeto selecionado.

Alguns exemplos dos 14 projetos que já conquistaram este apoio em 2018 e compõem a primeira turma de grantees da Divulgação Científica do Serrapilheira, são o Computação Sem Caô (uma série de vídeos na internet que usa assuntos do dia a dia para explicar conceitos de ciência da computação);  o 37 graus (podcast que conta histórias com um pé na ciência); a BORI (agência que fará a ponte entre cientistas brasileiros e jornalistas para divulgar a pesquisa produzida no país); o Cientista Beta (que leva a iniciação científica ao Ensino Médio e incentiva que alunos se tornem pesquisadores); e o Silo – Arte e Latitude Rural (que vai promover um laboratório de experimentação e inovação cidadã em comunidades da Serrinha do Alambari – RJ).

“Um dos principais objetivos do Camp Serrapilheira é mapear iniciativas de divulgação científica que trazem novas formas de falar sobre o papel da ciência na construção da nossa história e do nosso pensamento”, explica a diretora de Divulgação Científica, Natasha Felizi. “Queremos chamar a atenção do público e da própria comunidade de cientistas para a importância de extrapolar os limites acadêmicos ao abordar temas científicos, como fazem os divulgadores e divulgadoras apoiados pelo Instituto Serrapilheira”.

Criado em 2017, o Instituto Serrapilheira é a primeira instituição privada, sem fins lucrativos, de fomento à ciência no Brasil. Foi criado para valorizar o conhecimento científico e aumentar sua visibilidade, contribuindo para a construção de uma cultura de ciência no país.

O Instituto atua em duas frentes: Ciência e Divulgação Científica. Nesta última, além de mapear o cenário da área no Brasil, o Serrapilheira também sugere novas estratégias e propõe espaços formativos e colaborativos entre os divulgadores brasileiros.

Para consultar esta chamada, clique na imagem acima.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

3 de maio de 2019

Heitor Shimizu fala sobre Agência FAPESP de Divulgação Científica

No último dia 03 do corrente mês, o programa semanal Colloquium Diei do IFSC/USP apresentou o tema: “A Agência FAPESP e a divulgação em uma Agência de Fomento à Pesquisa” com o coordenador do Setor Online da FAPESP, Heitor Shimizu.

O palestrante trouxe um pouco da história da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), tendo começado por fazer uma breve súmula quando a FAPESP teve suas primeiras ações de divulgação científica, em 1992 e quando em 1995 foi lançado o boletim Notícias FAPESP, o qual se tornaria a revista Pesquisa FAPESP quatro anos depois.

Em 2003 foi lançada a Agência FAPESP, hoje com mais de 110 mil assinantes de seu boletim diário em português e semanal em inglês e espanhol.

Shimizu salientou o fato de, atualmente, a divulgação da FAPESP contar com diversos outros veículos, como o programa Ciência Aberta, o Boletim Pesquisa para Inovação e mais de uma dezena de sites.

Em sua apresentação, Heitor também discorreu sobre a importância e os desafios de divulgar para vários públicos (cientistas, estudantes, jornalistas, políticos e o público geral) as ações de uma agência pública de fomento à pesquisa.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

3 de maio de 2019

IFSC/USP: Seminário sobre oportunidades de pesquisa na Alemanha

Universidade Humboldt – Alemanha

O Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) realiza no próximo dia 16 de maio, a partir das 14 horas, no Auditório “Prof. Sérgio Mascarenhas”, o seminário “Oportunidades de Pesquisa na Alemanha”, com a participação de pesquisadores que mantém vínculos e projetos colaborativos com diversas universidades e centros de pesquisa na Alemanha, como, por exemplo, Universidade Técnica de Munique, Universidade de Münster, Universidade de Berlim, Fundação Humboldt e o Centro Alemão de Ciência e Inovação.

No âmbito deste evento, diversos ex-bolsistas brasileiros darão depoimentos de suas experiências vividas na Alemanha, bem como as condições e vantagens de fazer pesquisa naquele país europeu.

As inscrições (gratuitas) para este seminário encerram dia 10 de maio.

Para se inscrever, clique na imagem abaixo.

Participe!!! Esta pode ser a sua chance de ter uma experiência científica e acadêmica fantástica!

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

2 de maio de 2019

No IFSC/USP: extrato de açafrão mata larvas do Aedes Aegypti

Um extrato bem concentrado, designado “curcumina”, que resulta a partir do açafrão da terra (cúrcuma), colocado em contato com a luz do sol, mostrou-se eficaz no combate à larva do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue e de outras doenças, conseguindo matar essa larva entre 3 e 48 horas. O estudo e pesquisa foram realizados por pesquisadores do Grupo de Óptica de nosso Instituto, que conseguiram que a substância (curcumina) seja “amiga” do meio ambiente (não poluente), sendo, inclusive, mais eficaz que os tradicionais larvicidas.

Segundo a pesquisadora Drª Natália Inada, em declarações ao “G-1” “Após as larvas comerem a curcumina, em contato com o oxigênio presente no ambiente e com uma iluminação, ocorre uma reação de dentro para fora, destruindo essas mesmas larvas”.

O extrato tem aplicação simples. É só misturar o pó com um pouco de água e aplicar nos locais que podem servir de criadouro do mosquito, como pratos de plantas e/ou pneus. Os testes foram feitos em quintais de seis casas de São Carlos por três meses.

A pesquisa teve financiamento do Ministério da Saúde, que aguarda a sua finalização para avaliar a possibilidade de liberar a substância para o controle da dengue.

Os pesquisadores estão reunindo documentos pra encaminhar, ainda no primeiro semestre, para os órgãos competentes, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para a aprovação do uso da substância no sistema público de saúde.

Segundo também declarações ao “G-1”, o Prof. Vanderlei Bagnato, do Grupo de Óptica do IFSC/USP, seu grupo de pesquisa está trabalhando em um convênio com empresas para produzir essa substância em alta quantidade, atendendo a que os métodos tradicionais utilizados não estão sendo capazes de resolver os problemas causados pelo Aedes aegypti.

Estes resultados dão sequência a uma série de estudos e pesquisas realizadas pelo IFSC/USP desde há alguns anos sobre esta temática e outras relacionadas, como o vírus Zika, como abaixo se exemplifica.

As redes do IFSC contra o zika vírus – https://www2.ifsc.usp.br/portal-ifsc/as-redes-do-ifsc-contra-o-zika-virus/

Estrutura de proteína crucial à replicação do vírus Zika é elucidada – https://www2.ifsc.usp.br/portal-ifsc/estrutura-de-proteina-crucial-a-replicacao-do-virus-zika-e-elucidada/

Processo que mata larvas do Aedes aegypti é elucidado https://www2.ifsc.usp.br/portal-ifsc/processo-que-mata-larvas-do-aedes-aegypti-e-elucidado/

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

2 de maio de 2019

“EFC-2018” impulsionou jovem a ingressar no IFSC/USP

O que é necessário para formar um bom cientista? O questionamento inicia uma longa lista de respostas – longa demais para apenas alguns parágrafos – mas que para o ingressante do Curso de Bacharelado em Física, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP), Vinícius Pereira Pinto (18 anos), a curiosidade corresponde à síntese ideal.

Natural de Itaú de Minas (MG), Vinícius nunca escondeu a paixão pelo universo científico que, intensificada pela curiosidade irrefreável do garoto, ganhou ainda mais espaço após o primeiro contato com a disciplina de Física, no primeiro ano do Ensino Médio. “Logo de cara eu percebi que aquela era uma área que se eu tivesse a oportunidade de me aprofundar na graduação aprenderia muito mais e seria feliz profissionalmente”, relata Vinícius. “Com autoconhecimento, percebi que me tornaria um bom pesquisador e que escolher Física como graduação me proporcionaria uma ótima oportunidade para isso”.

Mesmo já tendencioso quanto ao futuro ensino superior, as dúvidas ainda assombravam o estudante. Como uma resposta dos céus – ou da internet -, foi navegando no Facebook que o atual ifscano ficou ciente de um evento já tradicional deste Instituto: a Escola de Física Contemporânea do ano de 2018 já estava com as inscrições abertas. “Eu estava no Facebook vendo as últimas publicações de conhecidos quando de repente surgiu um link de inscrição para a EFC. A publicação não era de ninguém muito próximo – talvez de um amigo de amigos em comum – que deu a sorte de aparecer na minha página inicial. Eu fiquei curioso e resolvi pesquisar mais para entender do que se tratava: era a minha cara. Fiz a inscrição sem nem mesmo consultar meus pais, mas depois sentamos todos juntos e decidi pagar os custos da Escola com o dinheiro que tinha guardado da minha bolsa de Iniciação Científica”, comenta Vinícius. “Depois dessa experiência, decidi sempre divulgar para antigos colegas de escola. Até mesmo quem não quer seguir Física como graduação acaba se interessando pela Escola. É uma experiência muito bacana!”, complementa.

Turma de alunos selecionados para a Escola de Física Contemporânea 2018 (EFC-2018) – Vinicius é o sétimo na primeira linha de estudantes

Sobre a Escola de Física Contemporânea, Vinícius ainda menciona a importância do contato prévio com a estrutura e funcionamento do Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP) para decidir de vez entre o interior são-carlense e a capital paulista no momento de inscrição dos vestibulares. “Quando tomamos uma decisão importante é natural querer o melhor, e eu sabia que, independentemente do curso, a Universidade de São Paulo (USP) é a melhor. Eu pretendia prestar Física, mas não fazia ideia que a Universidade tinha dois campi com o mesmo curso: eu acreditava que existisse apenas em São Paulo”, admite. “A EFC me fez perceber que São Carlos também era alternativa; bastava escolher. Vir para São Carlos e viver uma parcela do que a cidade, a estrutura e o funcionamento do Instituto proporcionam bastou para escolher o polo do interior. Ambos os Institutos têm alta qualidade de ensino e oportunidade de pesquisa, mas o fato de São Carlos ser mais próxima da minha cidade e menor que São Paulo, pesou na hora de escolher”.

O impacto das escolhas também atingiu Vinícius durante a decisão do curso. Segundo o estudante, o apoio dos pais e a base sólida de ensino proporcionado pelos profissionais do Instituto Federal do Sul de Minas (IFSULDEMINAS – Campus Passos), onde fez o Ensino Médio, foi imprescindível para o jovem ter alcançado a concorrida vaga na universidade. “Eu sempre tive muito claro que queria morar fora de casa, fazer faculdade fora. Fui gradualmente mostrando o que queria fazer da minha vida e por mais que meus pais talvez preferissem cursos mais bem pagos, nunca me impediram de cursar o que eu tinha vontade. Eu estava convencido e eles sabiam que não me fariam mudar de ideia: tudo na base de muito apoio e respeito”, menciona. “Também muito importante para eu estar onde estou hoje foi a educação que recebi no Instituto Federal. Lá, eu adquiri muita bagagem, tanto para minha vida pessoal, quanto acadêmica: me tornei mais preparado, decidido, e sei que tudo foi graças aos bons professores que tive, onde eu estudei”.

Sobre a preparação para o vestibular e estudos no geral, Vinícius aponta seus erros e acertos e compara os ritmos de estudo no ensino médio e curso superior. “A preparação para o vestibular foi complicada para mim, porque eu não tinha um ritmo regular de estudo. Apesar disso, minha dedicação era máxima em sala de aula e é a isso que eu devo a minha aprovação. Foi graças a minha bagagem”, relata. “Agora, na universidade, eu estou empenhado a organizar meus horários de estudo. Embora tenha menos aulas do que tinha no ensino médio, a exigência da graduação é muito maior e o meu nível de dedicação deve ser rigoroso. Agora, é ainda mais importante aprender a estudar”, constata Vinícius.

Vinicius e colegas de grupo na apresentação final da EFC-2018

Agora ingressante do Bacharelado em Física, o mineiro não falta em expectativas quanto ao curso e a experiência universitária e ainda revela o interesse por atividades extracurriculares. “Quero aproveitar o curso e a universidade o melhor possível, não apenas quanto a oportunidades de aprendizado. Assim como o desenvolvimento intelectual, a chance de sair de casa e estudar com pessoas diferentes possibilita a construção de novas amizades e amadurecimento. Acredito que tudo será oferecido”, relata. “Sobre interesses ‘desvinculados’ a graduação, estou tentando não me comprometer com tanta coisa agora no início do curso. Eu sou muito envolvido em atividades extras, mas não quero me comprometer muito agora no início do curso. Por enquanto, estou participando do Clube de Astronomia, que se reúne semanalmente em atividades organizadas pelos próprios alunos; mas também pretendo entrar para o FoCA – o grupo de fotografia do CAASO. A fotografia foi meu hobby durante cerca de seis anos e, honestamente, estava com medo de não ter um grupo como este”, comenta Vinicius, bem humorado. “Como é um campus onde predominam as ciências exatas, ter um grupo de fotografia foi uma surpresa boa”.

Quanto a construção da carreira após a graduação, Vinícius tem ideia sólida sobre o próprio destino profissional. “Eu considero continuar na Academia: fazer pós-graduação e me tornar pesquisador em Física Teórica – área que eu tenho maior interesse. O que eu ainda não tenho certeza é se quero exercer a pesquisa dentro ou fora do país, porque além de depender muito das minhas futuras oportunidades na graduação e pós-graduação, para ser pesquisador no Brasil é necessário ser também docente, o que não me agrada”, diz. “Ser um bom professor requer muita didática e paixão por ensinar, a ponto de inspirar seus alunos a serem professores. Não acho que tenho didática para ser docente e, no momento, lecionar não é o meu objetivo de carreira, então quero achar uma maneira de conciliar essas duas vontades”.

Afinal, o que é formar um bom cientista? Para Vinícius, a resposta da questão vem acompanhada de mensagem simples, mas verdadeira: reconhecer-se como cientista antes de tudo. “Escolher o curso é muito importante, é claro, mas não é preciso ter pressa. Feita a escolha, é necessário lutar por ela e não apenas “passar por passar” no vestibular. Além disso, entrar na universidade e não absorver nada – seja como físico ou como pessoa – não vale nada; é preciso dar o seu melhor naquilo que você faz para não se tornar um adulto frustrado. Seja físico por prazer, não por obrigação, porque o que te faz um bom cientista é se sentir completo com aquilo que você escolheu”.

(Carolina Falvo – Estag Jornalismo /Superv. Rui Sintra)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

2 de maio de 2019

Tadas Pyragious fala sobre “A Voigt Effect 3d Vector Magnetometer”

O Dr. Tadas Pyragious, estudante de doutorado da Universidade de Nottingham, atuando no Grupo de Matterwave and Quantum Optics, foi o palestrante convidado em mais um seminário do Grupo de Óptica do IFSC/USP realizado no dia 02 de maio, subordinado ao tema “A Voigt Effect 3d Vector Magnetometer”

O palestrante começou por demonstrar e sublinhar que o magnetismo desempenha um papel fundamental na natureza, existindo em quase todos os domínios concebíveis do mundo físico, desde as estrelas e planetas até nossos cérebros e corações.

Alguns fenômenos magnéticos são fáceis de observar e medir, enquanto outros são muito pequenos e sutis, tornando-se quase impossível detetá-los. A evolução da magnetometria de precisão, utilizando a natureza quântica dos átomos, permitiu o acesso à compreensão de sinais no cérebro e no coração, além de ampliar as fronteiras do conhecimento das forças fundamentais da natureza.

Nesta palestra, Tadas descreveu um método para detetar dispersivamente todos os três componentes do vetor de um campo magnético externo, usando átomos alcalinos cobertos de radiofrequência, com base no efeito Voigt.

Para conseguir isso, mediu-se a birrefringência linear do meio atômico em radiofrequência, via homodonização por polarização. Isto dá origem a sinais de polarização modulados na primeira e segunda harmônicas da frequência de dressagem. Os componentes vetoriais do campo magnético externo são mapeados nas quadraturas desses harmônicos. Esse esquema tem uma geometria de feixe de eixo único simples, tornando-se vantajoso para sensores de campo magnético em miniatura.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

30 de abril de 2019

Seminário na UFSCar apresenta o “Torneio Internacional dos Físicos”

No próximo dia 2 de maio,  quinta-feira,  às 16h30, na Sala de Seminários ”Swieca Nova” (UFSCar), o Programa de Pós-Graduação em Física daquela Universidade apresenta o oolóquio subordinado ao tema “O Torneio Internacional dos Físicos que será ministrado pelo Prof. Dr. Antonio Alvaro Ranha Neves, da Universidade Federal do ABC

Nos últimos anos, 18 equipes formadas por alunos de graduação e mestrado de várias universidades no mundo, competiram para discutir alguns dos 17 problemas em aberto. Os problemas foram e continuam, sendo complexos, envolvendo vários conceitos de física, sendo que a equipe precisou tentar solucioná-los através de experimentos e/ou simulações.

Esta atividade promove o conhecimento adquirido na graduação, além de trabalhar os “soft-skills” para a futura carreira de físicos.

O palestrante discutirá a experiência vivida com a equipe brasileira nos torneios de 2017 e 2018, além da primeira seletiva nacional promovida pela UFABC.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

30 de abril de 2019

Jovem cientista brasileira participa de primeira imagem de buraco negro

A pesquisadora brasileira Lia Medeiros, do Steward Observatory, da University of Arizona, nos E.U.A, participou da equipe do EHT (Event Horizon Telescope) que fez  a primeira imagem de um buraco negro situado na galáxia M87.

A entrevista que segue foi conduzida por José Clóvis de Medeiros, da Assessoria de Comunicação do Instituto de Física da USP (IFUSP)

Onde você nasceu? Onde estudou antes de ir para os E.U.A? Conte um pouco sobre sua família, que formação tem/tinham seus pais? Fale um pouco sobre sua origem, formação inicial, etc.

“(…) Eu nunca morei mais do que 4 anos em um mesmo lugar.”

Eu nasci no Rio de Janeiro, fui para a Inglaterra com 2 anos, voltei para o Rio com 5 anos, morei em São Carlos por 6 meses, e morei em Belo Horizonte entre os 06 e os 10 anos de idade. Fui para a Califórnia, nos E.U.A., com 10 anos e morei em 4 cidades diferentes na Califórnia durante 14 anos. Eu nunca morei mais do que 4 anos em um mesmo lugar.

Fiz graduação em Berkeley e estudei física e astrofísica. Fiz doutorado na Universidade da Califórnia em Santa Bárbara onde eu obtive uma bolsa da NSF (National Science Foundation). Com essa bolsa eu pude passar alguns anos em outras universidades durante meu doutorado. Nos E.U.A. doutorados em física/astrofísica duram de 5 a 6 anos e incluem também o mestrado. Passei os dois primeiros anos em Santa Bárbara; o terceiro, na Universidade do Arizona; o quarto, em Harvard, o quinto e o sexto anos, na Universidade do Arizona. A supervisora da minha tese é professora na Universidade do Arizona.

Meu pai é professor da USP, em São Carlos, e eu acho que a experiência de crescer perto de pesquisa teve um grande impacto em mim. Meu pai sempre incentivou minha curiosidade científica. Minha mãe fez faculdade em psicologia.

Como foi a decisão de estudar no exterior? Por que Física? O que a motivou a pesquisar o Cosmos?

“(…) Percebi desde pequena que a matemática era universal (…)”.

Para mim não foi uma escolha estudar no exterior. Eu já estava morando nos E.U.A. e era até mais fácil ir para uma universidade no mesmo sistema escolar e na mesma língua em que eu já estava estudando. Eu me mudei muito quando era pequena e troquei de língua entre o inglês e o português 3 vezes até os 10 anos. Percebi desde pequena que a matemática era universal, e se eu focasse na matemática isso seria útil em qualquer lugar.

Quando eu estudei Cálculo, Física e Astronomia ao mesmo tempo no ensino médio, eu fiquei maravilhada em descobrir como a matemática pode ser usada para explicar, e até fazer previsões sobre o universo. Buracos negros e a relatividade geral me fascinaram ainda mais, especialmente o fato de que velocidades altas e campos gravitacionais podem dilatar o tempo. Lembro-me de perguntar para um professor qual matéria que eu deveria cursar na universidade se eu quisesse estudar buracos negros e relatividade. Ele disse que física ou astrofísica seriam boas opções, então eu estudei as duas.

No contexto dos seus estudos/trabalho como você avalia a formação obtida no Brasil?

“(…) Só estudei no Brasil até os 10 anos, e quando cheguei nos E.U.A. estava bem avançada em comparação com meus colegas (…)”.

Isso é um pouco difícil de responder para mim porque eu não tenho um bom conhecimento sobre a formação obtida no Brasil. Só estudei no Brasil até os 10 anos, e quando cheguei nos E.U.A.  estava bem avançada em comparação com meus colegas, mas não sei como comparar o ensino superior que obtive nos E.U.A. com o ensino no Brasil.

Quais são os principais temas de pesquisas/estudos que você está realizando atualmente? Onde?

“(…) Já fiz mais de 12.000 simulações de buracos negros diferentes, e calculei o que o EHT (Event Horizon Telescope) iria ver se olhasse para um buraco negro como cada um destes (…)”

https://eventhorizontelescope.org/

Créditos: Lia Medeiros e E C. K. Chan – University of Arizona (USA)

Atualmente estou fazendo simulações de buracos negros que são diferentes do que esperamos baseado na teoria da relatividade geral. Estou usando teoria de perturbação para adicionar perturbações à geometria de Kerr (a solução das equações de Einstein que esperamos que descreva buracos negros reais). Já fiz mais de 12.000 simulações de buracos negros diferentes, e calculei o que o EHT (Event Horizon Telescope) iria ver se olhasse para um buraco negro como cada um destes. https://eventhorizontelescope.org/

Estou usando Análise de Componentes Principais (“Principal Components Analysis – (PCA)”), um algoritmo que determina uma autobase para uma base de dados. A autobase é escolhida de forma que o menor número de autovetores seja necessário para descrever grande parte da variabilidade que existe na base de dados original. Descobri que é possível reconstruir todas as 12.000 imagens de buracos negros diferentes usando apenas 4 ou 6 autovetores dependendo do nível de precisão necessário. Atualmente, eu estou pesquisando na Universidade do Arizona e esse projeto foi realizado aqui, mas vou começar um postdoc no Instituto de Estudos Avançados (Institute for Advanced Study – IAS), no primeiro dia de junho deste ano.     

Há colaboração entre a instituição em que está atuando e a USP? Se sim, por favor, descreva.

“(…) Eu acho que ser exposta à pesquisa desde criança (na USP) ajudou a despertar em mim a curiosidade científica.”

Acho que não, mas a USP teve um impacto significativo na minha vida, pois eu ficava muito tempo na USP quando visitava meu pai. Eu acho que ser exposta à pesquisa desde criança ajudou a despertar em mim a curiosidade científica.

Quais são os seus projetos para 2020? E na área em que você atua quais são as inovações que você consegue antever?

“(…) O foco principal da minha tese foi usar simulações de buracos negros e seus discos de acreção turbulentos para entender melhor como a variabilidade da fonte, que vem do fluxo de acreção turbulento, afetaria os observáveis do EHT (…)”

Foto: NASA

O EHT (Event Horizon Telescope) tem dois alvos principais, o buraco negro da galáxia M87 e o buraco negro no centro da nossa galáxia, Sgr A*. Até agora só divulgamos uma imagem do buraco negro em M87. Sgr A* é uma fonte significativamente mais difícil de imagear, já que é cerca de 1.000 vezes menor do que o buraco negro em M87. Como está também cerca de 1.000 vezes mais perto de nós, parece ser do mesmo tamanho no céu, mas o menor tamanho estabelece uma escala de tempo de Sgr A* 1.000 vezes menor que a de M87. Isso significa que a estrutura de emissão do Sgr A* pode mudar ao longo do tempo que se leva para obter a imagem, e esta variabilidade torna esse problema muito mais complexo. O foco principal da minha tese foi usar simulações de buracos negros e seus discos de acreção turbulentos para entender melhor como a variabilidade da fonte, que vem do fluxo de acreção turbulento, afetaria os observáveis do EHT. Mostrei que a variabilidade esperada afetaria significativamente nossa capacidade de criar uma imagem usando métodos convencionais e propus um novo algoritmo baseado na Análise de Componentes Principais para resolver esse problema. Atualmente estou trabalhando na finalização deste algoritmo e aplicando-o aos dados do Sgr A*. Espero poder reconstruir uma série temporal de imagens para o Sgr A*.

O número de telescópios envolvidos no projeto EHT já aumentou dos 8 telescópios que foram usados para fazer as observações de abril de 2017 que resultaram na imagem M87 publicada na semana passada. Hoje, 11 telescópios estão prontos para participar das próximas observações do EHT. Esperamos continuar a expandir este projeto e até mesmo consideramos a possibilidade de lançar uma antena no espaço para participar das observações do EHT.

Avaliando a sua experiência quais são as vantagens e desvantagens de trabalhar e realizar pesquisas no exterior?

“(…) Eu acho que a disponibilidade de financiamento científico para projetos dessa magnitude é uma vantagem significativa na realização de pesquisas científicas nos Estados Unidos.”

O EHT recebeu 28 milhões de dólares de financiamento ao longo de vários anos para tornar possível este recente resultado. Eu acho que a disponibilidade de financiamento científico para projetos dessa magnitude é uma vantagem significativa na realização de pesquisas científicas nos estados Unidos.

Pretende voltar e continuar a realizar suas pesquisas no Brasil? Se sim, por quê?

“(…) Eu tenho muito orgulho de ser brasileira (…)”.

Eu gosto muito do Brasil, me sinto mais em casa no Brasil do que nos E.U.A., e tenho muito orgulho de ser brasileira. Atualmente não tenho nenhum plano específico de voltar, mas já pensei muito sobre isso em várias etapas da minha vida. Eu já estou fora do Brasil há bastante tempo e, portanto, eu estou meio sem prática em português, o que dificulta um pouco voltar a fazer pesquisa no Brasil.

(Entrevista conduzida por José Clóvis de Medeiros – Instituto de Física da USP)

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

 

30 de abril de 2019

Aula especial para ingressantes do Curso de Engenharia Aeronáutica

A chegada de novas alunas e novos alunos em nossas Unidades de Ensino e Pesquisa é sempre um momento muito especial para a Universidade de São Paulo. Após êxito no vestibular, elas e eles se apresentam aos cursos da USP com enorme orgulho e muita motivação, sendo responsabilidade dos docentes atuar de forma profissional, didática e acolhedora nas salas de aula, com destaque para as disciplinas que são oferecidas para outras Unidades. Este é o caso dos cursos de física oferecidos pelo IFSC/USP para as alunas e aos alunos da EESC/USP.

No caso específico do Laboratório de Física Geral I, os temas das primeiras práticas desta disciplina, caso não sejam bem explorados, podem trazer monotonia às aulas, desmotivando os alunos logo nos primeiros dias na USP.

Com o intuito de motivar alunas e alunos de Engenharia Aeronáutica do Curso de Laboratório de Física Geral I, foi oferecida uma aula especial no dia 22 de abril de 2019.

Entre as práticas já realizadas, foi abundantemente discutido o tema “Medidas Físicas”. Ciente da importância deste tema para a Aeronáutica, o docente deste curso, Prof. Tito J. Bonagamba (IFSC/USP), convidou o Prof. Jorge Henrique Bidinotto, do Departamento de Engenharia Aeronáutica (EESC/USP), para proferir uma palestra sobre “Medidas Físicas em Aviões”. O título escolhido para a palestra foi “Unidades de Medida”.

Durante agradáveis duas horas, o Prof. Bidinotto, de forma bastante integrada com as aulas que as alunas e os alunos tiveram com o Prof. Bonagamba, discorreu didaticamente e de forma abundante sobre vários tópicos associados a medidas físicas na aviação. Foi um momento de grande importância para as alunas e os alunos, pois puderam ouvir de um docente experiente da área a relevância dos tópicos apresentados no Curso de Laboratório Geral de Física I, que são usados em sistemas de controle de voo de aeronaves modernas.

A experiência foi um sucesso, pois o Prof. Bidinotto foi muito aplaudido.

Para o sucesso da atividade, o Prof. Bonagamba contou com o apoio do técnico Carlos Nazareth Gonçalves e do monitor Adriano Fernandes. Também prestigiou a aula especial o Prof. Jean Claude M’Peko, do IFSC/USP.

Para o Prof. Jorge Henrique Bidinotto “O contato do aluno com áreas mais específicas da engenharia já nos primeiros meses do curso é fundamental para o amadurecimento do estudante e uma melhor formação acadêmica, expondo-o a atividades mais próximas àquelas que ele vai encarar nos últimos anos do curso e na própria vida profissional. Iniciativas como essa podem ajudar ainda na redução da evasão, que é um grave problema em todos os cursos de engenharia na atualidade”.

O Prof. Bonagamba lembra que este tipo de atividade já foi realizado duas vezes no semestre passado, com o mesmo êxito (confira AQUI e AQUI).

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

29 de abril de 2019

Após sucesso da primeira edição: vem aí o “IFSCão – 2nd. Dog Therapy”

Depois do sucesso obtido no “IFSCÃO – 1ª Dog Therapy, ocorrido no passado dia 30 de março, nas instalações do IFSC/USP, onde a interação com cães selecionados permitiu avaliar a sensibilidade e o estado de espírito das pessoas que conviveram de perto com os animais, a Comissão de Graduação do IFSC/USP vai organizar o segundo encontro, marcado para o dia 01º de maio, a partir das 16 horas, no gramado do Edifício E-1 da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) – defronte ao Edifício Administrativo do IFSC/USP (entrada pela portaria lateral – R. Miguel Petroni).

Em contraste com a primeira edição, este “IFSCÃO 2nd. Dog Therapyvai acolher todos aqueles que queiram levar seus cachorros – desde que sejam sociáveis – para que a troca de experiências possa ser mais lata e benéfica para todos, contando-se novamente com a participação da psicóloga que se encontra ao serviço do IFSC/USP, Drª Bárbara Kolstock, que uma vez mais elaborou um questionário que será entregue a cada participante, no final do evento. Esta edição contará também com a presença de uma adestradora, que terá a missão de “acalmar” os cachorros mais nervosos, ensinando alguns truques a seus donos.

Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

29 de abril de 2019

Da infância “rebelde” à posição de pesquisador de alto nível

Blurring the boundaries between topological and non-topological physical phenomena dots foi o título da defesa de doutorado realizada no final de 2018, assinada por Denis Ricardo Candido, aluno de pós-graduação de nosso Instituto, baseado no trabalho da autoria do próprio (VER AQUI), conjuntamente com Michael E. Flatté, e José Carlos Egues de Menezes, docente e pesquisador do IFSC/USP, seu orientador, e que mereceu destaque especial em noticia publicada pela Sociedade Brasileira de Física – clique AQUI para conferir.

Entre os anos de 2005 e 2007 foram descobertos os denominados isolantes topológicos, que possuem uma característica muito interessante: embora sejam isolantes, eles são metálicos na superfície, diferentes dos isolantes normais, ou seja, eles conduzem corrente na superfície. Para destacar a importância desse novo ramo da Física, o Prêmio Nobel de Física de 2016 foi dado recentemente aos pioneiros teóricos que iniciaram em meados de 1980 toda a base para esse novo campo de estudo. O que torna esses materiais tão especiais, a ponto de se distinguirem dos restantes, é o fato dos elétrons da superfície transportarem corrente sem resistência, sem perda de energia. Tal perda de energia gera como consequência um aumento da temperatura em semicondutores, o que por sua vez limita os avanços de microprocessadores. Neste trabalho, Denis além de ter estudado pequenos pedaços desses materiais, também estudou pequenos pedaços dos semicondutores usuais: “Descobrimos que para pequenas porções de materiais – como pontos quânticos – não existe nenhuma diferença entre estes tão distintos tipos de semicondutores. Essa é a razão do ‘Blurring the Boundary’: descobrimos que para sistemas pequenos, a diferença entre esses tipos de materiais pode não existir! Foi basicamente essa a ideia do nosso trabalho. Existe uma afirmação expressa na literatura que isolantes topológicos são muito diferentes de isolantes ordinários, e o que demonstramos é que para sistemas pequenos, como pontos quânticos, isso não corresponde à verdade, uma vez que nos diversos materiais que estudamos nós encontramos as mesmas similaridades”, pontua Denis.

O nome “topológico” já agradava a Denis, que sabia antecipadamente que haveria muita matemática envolvida – como conceito de topologia e cálculos de invariantes topológicos. “Como um amante de matemática e física, fui para esse campo porque envolvia duas coisas que eu gosto muito, especificamente o tema desse trabalho, já que em meados de 2013, no doutorado, comecei a estudar isolantes topológicos de forma geral. Nessa época, um projeto do Prof. Carlos Egues (IFSC/USP) foi aceito pela Sociedade Americana de Física (American Physical Society), em conjunto com a Sociedade Brasileira de Física, ao abrigo do programa Brazil-U.S. Exchange Program. Isso resultou na visita do Prof. Michael Flatté para ministrar palestras e mini-cursos durante uma semana no nosso Instituto – ver notícia AQUI.

Em um desses eventos, o Prof. Flatté apresentou um trabalho envolvendo Quantum Dots. Durante essa palestra, eu pensei ‘porque não tentar resolver os postos quânticos para os isolantes topológicos?’, material esse que já estávamos estudando há bastante tempo? E isso foi onde tudo começou. Hoje trabalho com o Prof. Prof. Flatté, em Chicago (EUA). A conclusão que eu tiro disso é a importância de eu ter entrado em um grupo internacional, com importantes colaborações e contatos ao redor do mundo. Muito provavelmente, se o Prof. Egues não conhecesse o Prof. Flatté, essa colaboração talvez nunca tivesse surgido e eu não estaria em Chicago, neste momento”, sublinha Denis. Esse “network” é muito importante no meio da Física. É difícil se manter atualizado perante todos os novos estudos se você está isolado. E como consequência, é ainda mais difícil fazer ciência “nova” sem tudo isso, como explica Denis. “Nesse sentido, acho que a visão do Prof. Egues é muito boa. Enfim, eu conheci o prof. Flatté nessa instância. Após isso, comecei a gerar resultados a partir da minha ideia, discuti e interagi muito com o Prof. Egues e achamos os resultados interessantes. Posteriormente, mostramos e discutimos os resultados com o Prof. Flatté, isso gerou uma colaboração e publicamos no “PRL”. Depois da publicação e no final do meu doutorado ele me propôs um pós-doutorado nos Estados Unidos e eu aceitei”.

A cidade de Chicago (EUA)

Denis enfatiza o quanto se sentiu feliz e orgulhoso ao publicar seu trabalho de doutorado na revista de física de prestigio Physical Review Letters (PRL). “PRL é uma das revistas de maior tradição na Física e muito dos trabalhos premiados pelo Nobel de Física foram (continuam sendo) publicados nela. É uma revista que leva em conta a originalidade e o  impacto dos resultados para a Física. Então, eu sinto muito orgulho do trabalho que fizemos, fiquei realmente muito feliz. Vale enfatizar também que uma grande parte dos trabalhos enviados para essa revista são rejeitados, então eu tenho a certeza de que fizemos realmente um trabalho diferenciado”, pontua nosso entrevistado.

Um garoto “bagunceiro”

Denis tem 29 anos, nasceu na cidade de Leme, interior do estado de São Paulo, onde fez seu ensino fundamental e médio, confessando que sempre foi um jovem “agitado”. “Tive muita dificuldade na escola, principalmente em termos de comportamento – desatento, de alguma forma indisciplinado – e não foram raras as vezes em que fui mandado para fora da sala de aula. Foi difícil porque, inclusive, quando cheguei à sétima série os professores praticamente me odiavam. Para complicar ainda mais as coisas, minha mãe era professora na escola em que eu estudava, então para ela era terrível. Para o meu pai, menos, mas era ruim também. Eu levava muita bronca, eles não reagiam bem – e com razão -, porque eu não apresentava nenhum interesse pelo ensino. Contudo, entre a sétima e a oitava série algo aconteceu comigo. Parece que houve um clique na minha cabeça e eu comecei a melhorar na escola: acho que tive consciência que queria ser alguém na vida: não ser taxado de “bagunceiro” para sempre, recorda Denis.

Esta súbita inversão de comportamento, segundo Denis, deu-se a partir da sétima série, principalmente por ele ter começado a se relacionar com mais pessoas, a entender mais o mundo adulto. “Comecei a reparar nas diferenças que haviam entre as pessoas: aquelas que eram, digamos, minimamente escolarizadas, com outras que, infelizmente, não conseguiam ter uma vida equilibrada. Foi quando a “ficha caiu” e acabei decidindo que era a hora de estudar porque queria ter uma vida saudável, uma vida boa, ser um exemplo e orgulho para os meus pais, para meus futuros filhos, amigos, esposa e para meu país. Eu vi que precisava fazer diferente”, comenta nosso entrevistado, acrescentando que seu súbito interesse pela ciência teve algo a ver com a “falta” de espiritualidade. “É importante acrescentar que eu sempre tive um problema com a palavra e a figura de Deus. Quando isso acontece, você é obrigado a achar uma alternativa para explicar as coisas e esse foi outro motivo para ter buscado a ciência como uma melhor amiga, entender realmente o que está por trás do mundo, sem simplesmente colocar a palavra “Deus” para tentar explicar tudo. Acho que vale acrescentar que, independente de meu péssimo comportamento até à sétima série, o meu gosto pela matemática talvez venha de berço, porque minha mãe é professora de matemática”.

Eis que, de repente, Denis se vê dentro de uma Universidade (USP). Segundo nosso entrevistado, durante os primeiros meses de faculdade ele já sentia que era aquilo mesmo que queria, dentro de um curso apaixonante. “Você realmente investiga tudo que tem por trás do mundo, tentando entender as leis que regem tudo. Então foi, para mim muito bom. Eu fiquei maravilhado, realmente apaixonado quando entrei na faculdade”, esclarece Denis, que acrescenta que sua escolha pelo IFSC/USP se deu de forma natural, primeiro porque a Universidade de São Paulo é uma das melhores universidades do país, e segundo porque o Instituto de Física de São Carlos estava sediado em uma cidade pequena e muito perto de sua residência. No que concerne às dificuldades encontradas durante seu bacharelado, Denis comenta que graças ao ensino de base muito forte que teve na sua escola Coopel, em Leme, sua base ficou formada. “O mais difícil foi a falta de maturidade que eu tinha para entender e interpretar todos os resultados, leis e consequências das leis físicas. A matemática era mais fácil, mas a interpretação da parte física ainda era difícil, porque dependendo do campo que você segue, a física é muito abstrata. Você precisa ter um poder de abstração muito apurado para poder interpretar e lidar com todos os resultados, então, acho que a maturidade para ter isso foi uma das coisas mais difíceis para mim”, sublinha Denis.

A decisão pela Física e seu gabarito com pesquisador

Denis já tinha decidido qual seria a trilha que seguiria rumo ao seu futuro profissional – a Academia -, pois segundo nosso entrevistado ele nunca gostou do meio corporativo. “Eu acredito em um lugar melhor, em fazer a diferença na educação, então porque não melhorar a ciência e a pesquisa de base no Brasil? Isso eu não conseguirei fazer se estiver no meio corporativo; então, me enquadro melhor na Academia, pois é um lugar que eu sei que posso fazer a diferença”.

Depois de ter ultrapassado a graduação, Denis não parou mais e lançou-se no mestrado no IFSC/USP. Durante esse período, Denis conta que teve suas primeiras experiências internacionais. “A primeira vez que viajei para fora do Brasil foi para fazer Física!”, ressalta Denis. “A convite do Prof. Egues, fomos para a Universidade de Basel, na Suíça, passar um mês no grupo do Daniel Loss, fazendo colaborações, contatos e atualizando sobre os mais recentes avanços no nosso campo”, comenta. Depois disso, Denis conta que a experiência internacional só aumentou durante seu Doutorado, também realizado no IFSC/USP. “A participação em conferências internacionais é uma coisa muito visada pelo Prof. Egues, e sempre se dava um jeito para que um número máximo de participantes do grupo conseguisse atender a um evento internacional”.

Denis tem participações em 16 conferências internacionais, acumulando 11 palestras e 11 posters apresentados nas mesmas. Além de todas essas experiências, Denis foi pesquisador visitante duas vezes na Universidade de Basel, no grupo dos Prof. Daniel Loss e Dominik Zumbühl. Sob o financiamento da Prof. Ewelina Hankiewicz e do projeto FAPESP-BAYLAT, Denis foi pesquisador visitante na Universidade de Wurzburg (Alemanha), instituição que realizou pela primeira vez a confirmação experimental dos Isolantes Topológicos. Durante esta estadia, um outro trabalho envolvendo Isolantes Topológicos foi publicado como sugestão do Editor na Revista Physical Review B (leia AQUI).

Denis conta que dentre todas suas experiências internacionais nunca se sentiu inferior aos estudantes locais e, por consequência, nunca teve timidez em levantar perguntas e discussões durante todas suas viagens, não só pela forte educação recebida no IFSC/USP, como também pela dinâmica do grupo de pesquisa o qual entrou. “Eu tive muita “sorte” de entrar em um grupo como o do Prof. Egues. Durante os primeiros anos já era claro que os trabalhos do grupo tinham níveis internacionais. E quando os trabalhos tem esse nível, as discussões que circulam no grupo também são de alto nível, com temas novos e relevantes para o cenário da física atual. Lembro, também, que a ideia do grupo não era só gerar e entender resultados, mas também entender de fato todos os fundamentos por trás das teorias abordadas. Enquanto tudo não era entendido, o trabalho não era publicado. Isso pode parecer chato a princípio, mas o resultado dessa prática foi fundamental para criar no grupo um conhecimento sólido e profundo sobre os tópicos, gerando assim a habilidade de conseguir questionar e discutir de igual para igual com os principais grupos do exterior”, salienta Denis.

No entanto, Denis encarou alguns desafios, como o sistema que se encontra implementado nas universidades: “Não posso deixar de fazer uma crítica ao sistema das universidades, como um todo. Em minha opinião, nós estudamos muito conteúdo, mas quando você vira um físico pesquisador – no mestrado e doutorado – a gente começa a participar de um meio que gira em torno da pesquisa e isso é uma coisa que, infelizmente, a gente não tem bem estruturado no curso de graduação, mestrado e doutorado. Eu posso dizer que saí Físico de um curso de graduação, sem ter sabido o que é uma pesquisa de verdade. Aprendemos a resolver problemas, mas isso não resume a pesquisa: é achar e criar um problema interessante e só depois resolvê-lo. Nas matérias de graduação, mestrado e doutorado, a gente só aprende a entender e resolver os problemas, mas nunca criar. Essa foi a minha maior dificuldade durante minha vida de pesquisador; como pesquisador, você não só precisa saber resolver o problema, mas criar um para ser resolvido. Em qualquer matéria, o professor passa o conteúdo, nós treinamos com exercícios em casa e depois tem a prova. Tudo que a gente aprende a fazer é resolver exercícios (problemas), mas quando a gente pesquisa, você tem que criar o próprio problema para ser resolvido, tem que ver o que vai atacar. A decisão de qual problema atacar é algo que eu tive de aprender “sozinho”, no mestrado e doutorado, porque não tive a base para isso”, comenta Denis.

O testemunho do Mestre

Prof. Dr. José Carlos Egues de Menezes

Já devidamente estabilizado em Chicago, com um contrato de dois anos – renovável -, Denis afirma que sua vida como pesquisador é completamente diferente daquela que se vive no Brasil. “A primeira coisa é que o incentivo que se vê aqui é impressionante; são em média dois seminários diferentes por semana. Fica muito mais fácil se manter atualizado, pois além do contato com o trabalho, você também pode ter contato com os autores. Ao meu ver, isso acaba estimulando muito meu trabalho. Você acaba tendo mais ideias e mais criatividade.” Denis acrescenta: “Aqui, a gente também trabalha em projetos interessantes e de alta relevância no cenário internacional, então isso tem me deixado bastante feliz. Estamos trabalhando com bastantes grupos experimentais, o que está sendo uma experiência nova e muito interessante. Hoje, vejo que essa proximidade teoria-experimento é uma coisa que infelizmente parece estar em falta no Brasil. Uma coisa importante de mencionar é que estou aqui com a minha esposa, então é tudo mais fácil, pois tenho uma pessoa em quem confio, com a qual converso, peço opiniões e divido experiência, então isso acaba facilitando tudo. Embora seja tudo diferente, sou bastante feliz, pois é tudo novo, gostoso: estamos ainda no momento eufórico”, enfatiza Denis, manifestando desejo de fazer outros pós-doutorados com a finalidade de aprender outras coisas, acrescentar mais bagagem para quando voltar para o Brasil ter uma “musculatura” legal para prosseguir sua vida como pesquisador. “Eu gostaria muito de fazer pós-doutorado na Suíça, na Universidade de Basel. A ideia é tentar passar um tempo lá, aprendendo algo novo e também me especializando”. Denis também expressa preocupações com o cenário da política atual, uma vez que o descaso com a educação, pesquisa e ciência só tem aumentado.

O Prof. Dr. José Carlos Egues de Menezes, docente e pesquisador do IFSC/USP – e orientador de Denis – é a principal testemunha do amadurecimento científico de nosso entrevistado. “Durante os anos de mestrado e doutorado, testemunhei o amadurecimento científico (e pessoal  arrisco dizer) de Denis. O mesmo se tornou um pesquisador independente, extremamente crítico e capaz de produzir trabalhos sólidos de alto nível – características que tentamos despertar/estimular nos alunos do meu grupo de pesquisa. Nosso grupo sempre foi – e continua sendo – um ambiente de muita discussão e onde promovemos/estimulamos/encorajamos o entendimento profundo de ideias e conceitos e não apenas o rigor matemático/teórico, “tem que entender a física” eu sempre enfatizo. Foi dentro deste espírito que Denis foi “educado” durante o seu mestrado e doutorado, tornando-se um ávido e lúcido questionador e promotor de “discórdia” – no bom sentido.  Este estágio pós-doutoral em um grupo de excelência nos EUA que ora Denis realiza, sem dúvida deverá contribuir para que ele expanda ainda mais os seus (já amplos) horizontes científicos e de vida.  Tenho certeza que ele terá grande êxito como pesquisador/professor ou em qualquer outra atividade profissional futura.  Desejo-lhe muito sucesso, Denis!”, conclui o docente.

Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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Instituto de Física de São Carlos - IFSC Universidade de São Paulo - USP
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