Prof. Vanderlei Salvador Bagnato, diretor do IFSC no período de 20/02/2018 a 19/02/2022, fala sobre a excelência do IFSC

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Prof. Eric Andrade, docente do IFSC no período de 18/01/2016 a 21/07/2022, fala sobre o ambiente de pesquisa no IFSC

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Estudante Laureana Fontolan fala sobre sua pesquisa no IFSC

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Total de defesas: 2099 (100%)
Mestrado: 1183 (56.36%)
Doutorado: 916 (43.64%)

Willian Andrighetto Trevizan

Graduação: IFSC – Bacharelado em Física / Habilitação: Teórico-Experimental
Mestrado e Doutorado: IFSC – Programa de Pós-Graduação em Física / Área: Física Básica
Atividade profissional atual: Pesquisador no Cenpes/Petrobras

O motivo pelo qual escolheu a área da Física foi o interesse que sempre manifestou em entender como funcionam as coisas, como, por exemplo, as particularidades da Natureza, como um todo, algo que igualmente sempre esteve ligado ao sonho de poder vir a ser um cientista. Aprender… Entender… Aplicar.

Willian Andrighetto Trevizan tem 25 anos, nasceu em São José do Rio Preto (SP) e desenvolve sua atividade profissional no Centro de Pesquisas da Petrobras, Rio de Janeiro, no laboratório de ressonância magnética nuclear. Um dos maiores apoios que recebeu para seguir a área da Física foi através de seus pais, embora no início eles tenham mostrado algumas reticências. Hoje, sorri ao recordar o comentário que seu pai fez recentemente: “Nossa, quando você disse que ia fazer física eu fiquei meio preocupado”. Willian conta que nos seus tempos de estudante teve um professor de física que era meio estranho, tipo maluco, e logo relacionou a imagem do “tal” professor quando falou para seu pai que ia fazer física. Mas, o certo é que sempre recebeu o maior apoio de seus pais.

Foi com o foco de seguir a carreira acadêmica que Willian optou por fazer sua graduação no IFSC, em 2005, e essa ideia – quase obsessiva – acompanhou-o durante toda sua vida acadêmica: “É comum, na graduação de física, o pessoal ir desanimando e desistindo no meio. No meu caso, isso não aconteceu”, conta o nosso entrevistado. Embora ainda sem um foco específico solidificado em relação a seu futuro profissional, Willian continuou com aquele entusiasmo inicial, com uma preferência muito forte pela pesquisa teórica, mantendo sua ânsia de entender como as coisas funcionavam. Durante a graduação, fez uma iniciação científica na área de ressonância magnética, por seis meses, mas o mundo teórico continuava falando mais alto; era uma paixão, tendo levado em frente esse objetivo e concretizado o mestrado sob a supervisão do saudoso Prof. José Eduardo Martinho Hornos, na vertente de modelagem de sistemas biológicos.

Foi quando, de repente, o jovem Willian parou para pensar seriamente sobre o caminho que tinha pela frente, traduzido em um momento de reflexão no primeiro patamar da transição para adulto: de repente, a carreira acadêmica deixou de fazer sentido para o jovem: “Comecei a pensar que iria demorar bastante para alcançar uma estabilidade e um retorno econômico-financeiro, já que o que eu estava fazendo não dava garantia de aplicação: isso começou a me incomodar seriamente”, recorda Willian Trevizan, que admite que é exatamente no mestrado que começam a surgir elementos novos para o aluno, abrindo-se outras perspectivas. Lentamente, o sonho de ser cientista ficou para trás e Willian decidiu terminar o mestrado (teórico) e parar por aí. Embora tenha feito a prova de doutorado, com resultado positivo, o jovem estudante decidiu partir à procura de um rumo profissional na área produtiva: se não desse certo, então voltaria para a academia.

Quase como respondendo aos an-seios de Willian, a Petrobras abriu, nesse período, um concurso para admissão de físicos na área de geofísica e isso atraiu a atenção do jovem estudante: “Nesse concurso tinha provas para geofísicos, geólogos e físicos e eu resolvi arriscar. Simultaneamente, comecei a trocar impressões com o Prof. Tito Bonagamba, do IFSC-USP, já que ele tinha alguns projetos em parceria com a Petrobras, na área de ressonância magnética e foi ele que me convenceu a fazer o meu doutorado, até porque isso poderia ser um diferencial para o concurso que eu estava prestes a encarar”, explica Willian. E a estratégia acabou dando certo. Willian fez a prova da Petrobras, com tempo para fazer algumas matérias do doutorado e, quando saíram os resultados da avaliação, o jovem estudante ficou sabendo que das três vagas que estavam em disputa na empresa, ele tinha ficado com uma delas, classificado na segunda posição na área de Física, entre cerca de novecentos candidatos.

Willian Trevizan trabalha atualmente no Centro de Pesquisas da Petrobras, Rio de Janeiro, no laboratório de ressonância magnética nuclear e a missão profissional do jovem ex-aluno do IFSC está exatamente entre o momento em que se fura um poço para a prospecção de petróleo e quando se descem várias ferramentas que medem as propriedades das paredes desse poço. Isso explica a necessidade de um laboratório multidisciplinar de RMN dentro da empresa, que dá todo o apoio científico de interpretação de dados, tanto para o uso de informações para fins tradicionais, quanto para projetos de pesquisa a fim de explorar propriedades adicionais.

Quanto à questão financeira, Willian diz que valeu o esforço. De acordo com ele, o salário inicial é aproximadamente na faixa dos oito mil reais, no mínimo, e conforme o profissional vai adquirindo experiência e trilhando sua carreira, ele poderá passar a auferir aproximadamente vinte mil reais mensais, fora os benefícios que algumas empresas oferecem. Para Trevisan, o Brasil não tem formado tanta gente quanto deveria, até porque essa área é de interesse mundial. Conta, também que o Instituto de Física de São Carlos oferece um ensino muito bom nessa área, pelo que os alunos têm uma excelente base. Algo que foi muito importante na trajetória de Trevizan, foi a honestidade que ele teve consigo mesmo, não só em relação a sair da carreira acadêmica, já que existem muitos casos de sucesso de amigos seus que optaram por ficar nela. Quanto à formação profissional, Trevizan sublinha que não existe uma graduação formal na área de Petrofísica, que é de bastante interesse para a indústria do petróleo. Quanto à formação que o IFSC oferece, ela se refere à capacitação de se trabalhar com a área de Geofísica e com pesquisa em geral. Regressando à honestidade que Trevizan manteve com ele mesmo, o ex-aluno do IFSC-USP afirma que esse é um dos principais ingredientes que os estudantes precisam ter, ou seja, uma honestidade com eles mesmos naquilo que os move a seguir em frente: “Todas as pessoas que conheço e que se deram bem na carreira passaram por esse processo de decisão. É um ponto que deve ser abrangente”, finaliza.

Silvio Antonio Tonissi Junior

Graduação: EESC – Engenharia Elétrica – Ênfase: Eletrônica
Mestrado: IFQSC – Programa de Pós-Graduação em Ciências / Área: Física Aplicada
Atividade profissional atual: Sócio-Gerente e Diretor da Eyetech

Silvio Antonio Tonissi Junior, 51 anos, sempre gostou das ciências exatas, áreas em que sempre teve mais facilidade, tendo conseguido boas notas durante os anos em que estudou na E. E. Coronel Paulino Carlos. Após terminar o Ensino Médio no Colégio Diocesano, Silvio pretendia cursar Engenharia Química, porém, na época, esse curso só existia na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), onde o vestibular ocorria apenas no meio do ano. Assim, sem muitas expectativas, resolveu prestar a prova para fazer Engenharia Elétrica, na Escola de Engenharia de São Carlos (EESC-USP), tendo acabado se identificando com a área.

No ano de 1984,por influência de um amigo -um antigo técnico de nível superior do Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP) -, Silvio começou sua iniciação científica no Grupo de Óptica do IFSC, sob a orientação do Prof. Dr. Jarbas Caiado de Castro Neto. Pelo fato de se ter interessado pelo Instituto, após se formar na EESC deu início ao seu mestrado em Física. Depois que seu amigo largou a vaga de técnico, tendo ingressado como docente, Silvio conseguiu ocupar o lugar vago e começou a trabalhar com lasers, um dos campos em que atua até hoje prestando serviços, além de trabalhar na sua própria empresa.

Logo depois de concluir seu mestrado, Tonissi iniciou o doutorado, porém, nessa época, resolveu abrir em São Carlos,em parceria com alguns pesquisadores e ex-funcionários do Instituto, a empresa Eyetec, dedicada a suprir a demanda por equipamentos utilizados por médicos oftalmologistas que, até então, não eram fabricados no Brasil. Quando abriu a empresa, ele não sabia se ela renderia bons resultados: “A dificuldade era fazer com que a firma funcionasse. Na época, em cada dez empresas nascidas, apenas duas sobreviviam. Mas a Eyetec foi crescendo aos poucos e hoje ela congrega aproximadamente 50 funcionários”.

Para Silvio, criar uma empresa é um passo arriscado. “Com certeza, aqueles que pretenderem abrir uma terão que trabalhar bastante, lembrando que nada estará garantido. Você tem que estar sempre trabalhando para não perder para a concorrência”, explica. Os estudantes que almejarem seguir por este caminho, poderão auferir rendimentos superiores a R$ 15.000,00 por mês, de acordo com ele.

Em suma, Tonissi diz que é preciso fazer aquilo que realmente se gosta. Ele, por exemplo, era apaixonado pelas ciências exatas, mas não sabia exatamente em qual área gostaria de atuar e, aos poucos, através de suas próprias experiências e tentativas, encontrou exatamente o rumo que gostaria de seguir durante seu caminho profissional. “Os alunos devem fazer aquilo que eles gostam. Eles têm que estar sempre melhorando e, assim que aparecer alguma oportunidade, não podem ter medo de encarar. Eles devem se arriscar e, se não der certo, paciência: é tentar novamente”, finaliza.

Nicolau Beckmann

Graduação: IFQSC – Bacharelado em Física
Mestrado: IFQSC – Programa de Pós-Graduação em Ciências / Área: Física Aplicada
Atividade profissional atual: Pesquisador na Novartis na Suíça

Nicolau Beckmann, de 53 anos, nasceu na cidade de Joinville (SC), lugar onde completou os ensinos fundamental e médio, primeiro em uma escola católica, depois numa escola técnica. Cursou o último ano de colégio num estabelecimento que havia constituído a escola alemã até 1940. Durante o ensino fundamental, já gostava da área médica, de física e, principalmente devido à personalidade forte e muito profissional de uma de suas professoras, de matemática. Nicolau teve, também, um docente de física que o incentivou a seguir o caminho das ciências exatas. Foi no ensino médio que Nicolau começou a cogitar em fazer engenharia, devido ao seu gosto pela matemática e física; para ele, essas disciplinas eram “naturais”, principalmente por estar estudando numa escola técnica. No segundo ano do ensino médio começou a se interessar por astrofísica e teve a oportunidade de ler as obras do escritor e bioquímico Isaac Asimov. Ainda nessa época e durante as férias, realizou um estágio na empresa Consul, em Joinville, mas esse primeiro contato com o ambiente industrial não o agradou. Todavia, esse estágio foi de extrema importância para Nicolau, pois percebeu que o ambiente industrial não deveria ser o seu foco. Quando chegou a difícil época do vestibular, nosso entrevistado já havia se decidido por cursar física, só que a única questão era escolher o local onde iria estudar. Após uma conversa com alguns de seus professores do colegial, Nicolau viajou até São Carlos, onde conheceu o Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP), tendo gostado bastante do ambiente. “Nessa época, conversei com algumas pessoas e decidi que essa era a direção que eu queria”, afirma o ex-aluno do Instituto. Interessante foi o fato que, para o vestibular, a matéria que mais estudou foi biologia, por duas razões: primeiro porque não tinha base suficiente, pois essa disciplina não fazia parte do currículo da escola técnica, mas principalmente porque também a biologia o fascinava.

Quando iniciou a vida universitária, o então jovem estudante estava muito entusiasmado. Porém, alguns momentos tensos marcaram essa época, como, por exemplo, a greve ocorrida na USP, em 1979 – já que foi a primeira que ele acompanhou de perto. O entusiasmo pela física sofreu certa desilusão nesta fase inicial, até que ele descobriu a existência do campo da biofísica, uma das áreas fortes do Instituto, na época. Certo dia, o jovem teve a oportunidade de assistir a uma palestra do físico Mário Schenberg, onde o especialista proferiu uma frase que, segundo o nosso entrevistado, marcou a sua vida para sempre: “O futuro da física está na biologia”. Além disso, conversava ocasionalmente com o Prof. Sérgio Mascarenhas e outros membros do grupo de biofísica do IFSC. Assim, Nicolau decidiu que atuaria na área de física médica ou em biofísica, e este fato o levou a cursar o resto da graduação com grande motivação.

Após a graduação, Nicolau realizou seu mestrado em ressonância magnética (RM), sob orientação do Prof. Horácio C. Panepucci (IFSC-USP). O grupo de Horácio estava iniciando o trabalho no domínio de imagens e Nicolau sentiu que essa área seria um ótimo compromisso entre seus diferentes interesses científicos. Já durante o mestrado, começou a pensar seriamente como concretizar seu sonho de estudar no exterior, principalmente na Europa, pois desejava conhecer as raízes de sua família (Alemanha, Itália, França e Irlanda). Assim que terminou o mestrado, não perdeu tempo e pediu uma bolsa para o governo alemão. Quando preparava sua saída do Brasil, surgiu a oportunidade de dar aulas no IFSC-USP e Nicolau acabou por aceitar a proposta. Contudo, a vontade de sair do Brasil foi mais forte e mesmo tendo sido contratado como professor, o jovem deixou tudo para trás e rumou para a Alemanha em 1986, onde iniciou um estágio na empresa Siemens, que desenvolve equipamentos de RM para fins médicos. Naquela empresa, Nicolau conheceu Stefan Müller, um assistente de Joachim Seelig, do Biocentro da Universidade de Basiléia, na Suíça. Esse estágio na Siemens também tinha o propósito de poder trabalhar com o grupo de pesquisa local, que se preparava para adquirir um equipamento da citada firma. “Conversei com o Stefan e disse que estava procurando um lugar para fazer o doutorado, ao que ele respondeu que iria falar com seu professor sobre essa eventualidade de colocação. Ele fez o contato e fui apresentado ao professor Seelig, que logo me aceitou como doutorando”, pontua Nicolau. Depois de terminar seu estágio na Siemens, foi para Basiléia, na Suíça, onde em 1987 iniciou o seu trabalho com o professor Seelig, na área de biofísica, usando a técnica de RM para estudar o metabolismo de açúcares no cérebro e no fígado de humanos. O tema da tese era interdisciplinar, pois exigia a aquisição e combinação de conhecimentos de física, matemática, computação, eletrônica, biologia, química e medicina.

Alguns meses antes da defesa da tese de doutorado, ocorrida em maio de 1990, Nicolau iniciou os preparativos para sua partida para os Estados Unidos, onde havia sido aceito como pós-doutorando por Kâmil Uğurbil. Mas, em dezembro de 1989, Nicolau foi surpreendido por uma proposta do professor Seelig para continuar o pós-doutorado em seu grupo. “Seelig sabia que havia decidido ir aos Estados Unidos, pois ele mesmo escreveu uma carta de recomendação para mim. E havia-lhe comunicado a aceitação por Kâmil. Como era a época de Natal, resolvi ir à Itália, para pensar no assunto. Foi lá que decidi permanecer na Europa” recorda Nicolau. Durante o pós-doutorado, o físico até pensou em mudar de área e dedicar-se à investigação de estruturas de proteínas por RM. Após pleitear uma posição em Lausanne, igualmente na Suíça, no grupo de Geoffrey Bodenhausen, Nicolau teve uma importante conversa com aquele docente e percebeu que estava pretendendo entrar numa área que era mais voltada a químicos que a físicos. “Bodenhausen disse que me aceitaria em seu grupo, mas em sua opinião, seria melhor para o meu futuro que continuasse na área biomédica. Foi um choque para mim, mas refleti e aceitei seu conselho. Anos mais tarde, durante um congresso em Lausanne, agradeci-lhe o excelente conselho, que acabou tendo uma influência decisiva no meu desenvolvimento posterior”, conta Nicolau. Em 1993, Nicolau aceitou o convite de Markus Rudin para ingressar em seu grupo de RM na indústria farmacêutica, ainda na Basiléia. Um campo novo de atuação abria-se, voltado a aplicações na área biomédica e em farmacologia. Esta cidade é particular, pois apesar de ser pequena (aproximadamente 160.000 habitantes), oferece uma das maiores densidades de pesquisa biomédica no mundo. Além da pesquisa na Universidade, Basiléia prima pela pesquisa aplicada, realizada em seus laboratórios farmacêuticos. Vários laços unem as instituições acadêmicas e industriais, apesar de ambas guardarem suas autonomias. Dentro deste espírito, hoje Nicolau continua a trabalhar num laboratório farmacêutico, mas atua também como professor livre-docente no Biocentro da Universidade de Basiléia.

Como ex-aluno de uma universidade brasileira e docente de uma estrangeira, Nicolau diz que os doutorandos suíços trabalham de forma diferente, bastante organizada. Segundo ele, os estudantes suíços chegam ao instituto por volta das 9h, almoçam às 12h e vão embora às 16h. Depois de três ou quatro anos de estudos intensivos, eles defendem suas teses e publicam bem. “Eles são extremamente organizados e concentrados, só que a hora do lazer é sagrada. Sabem muito bem diferenciar uma coisa da outra. Quando estava em São Carlos, era frequente trabalharmos até tarde da noite e durante os fins de semana. Acho que éramos menos organizados, mas em compensação, mais sonhadores e talvez até mais entusiasmados pelo que fazíamos. Aprendi muito com os colegas na Suíça, mas mantive algumas das características do tempo de São Carlos – continuo a trabalhar longas horas, usar muito a intuição e meu entusiasmo pela pesquisa não diminuiu com as décadas”, comenta o ex-aluno. Quanto aos planos futuros, Nicolau revela que, se surgisse uma oportunidade, ele deixaria o setor produtivo e se focaria na área acadêmica novamente, uma vez que já está há vinte anos atuando na vertente industrial. De acordo com nosso entrevistado, a física é uma área que oferece uma base muito boa para diferentes tipos de atividades. Como exemplo, ele destaca profissionais que se formaram nessa área, mas que não atuam no campo acadêmico, mas sim em instituições industriais, bancárias e até na bolsa de valores da Suíça. “O caso mais interessante que soube foi de um assistente do Richard Ernst, em Zurique, que deixou a RM para dedicar-se à psicanálise. E hoje é um psicanalista de renome”, diz. Para ele, os jovens alunos pensam que há apenas um caminho para seguir, porém, no fundo há diversos rumos que eles podem tomar. Nicolau ainda diz que a física abre portas para diversas aplicações e o importante é que os estudantes procurem aquilo que realmente gostam e que não tenham medo de trilhar caminhos insólitos ou de buscar informações. Fazer o que se gosta, com dedicação, é fundamental em cada profissão e particularmente na pesquisa. Por fim, o ex-aluno do IFSC-USP relembra o conselho que recebeu de seu pai, que dizia que não abandonasse uma atividade escolhida no meio do caminho, sem a levar ao término. “Este conselho foi importante em diferentes fases de minha formação e continua sendo importante até hoje”, comenta. Além disso, Nicolau ressalta o apoio e exemplo recebidos de Horacio Panepucci, Joachim Seelig e Markus Rudin durante o seu desenvolvimento profissional. Sublinha as oportunidades que teve em trabalhar em lugares e ambientes diferentes, em Joinville, São Carlos, São Paulo, na Alemanha, na Suíça, e em Boston, onde há alguns anos realizou um sabático num dos hospitais de Harvard e o convite recebido de um professor de Tóquio para dar uma série de palestras no Japão, em 1996, onde acabou conhecendo a sua atual esposa: e a influência benéfica de conversas que teve com, entre outros, Sérgio Mascarenhas, Mário Schenberg, Geoffrey Bodenhausen, Kâmil Uğurbil, Floyd Bloom, e Richard Ernst.

João Luiz Bunoro Batista

Graduação: IFSC – Bacharelado em Física / Habilitação: Informática
Mestrado: IFSC – Programa de Pós-Graduação em Física / Área: Física Aplicada / Opção: Física Computacional
Atividade profissional atual: Coordenador de Risco de Crédito no Itaú/Unibanco

João Luiz Bunoro Batista, de 27 anos, fez sua graduação e mestrado em física computacional no Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP), exercendo atualmente a função de coordenador de risco de crédito, no Banco Itaú. Nascido em Cuiabá, Mato Grosso, ele veio para São Carlos exclusivamente para estudar no IFSC. Seu ensino fundamental foi realizado no CIEP e já nessa época começou a se interessar por astronomia e matemática. Porém, foi no colégio São Gonçalo que João Luiz encontrou grande apoio e incentivo de seus professores para atuar nas ciências exatas, já que, regularmente, se realizavam atividades extracurriculares que estimulavam o gosto de João pela física. No último ano do colegial, ele já tinha certeza de que cursaria física ou engenharia, tendo optado pelas melhores universidades do país. “Dei preferência às grandes universidades, como a USP, UNICAMP e UFSCar”. Ao pesquisar sobre o curso de física do IFSC, João se identificou ainda mais, não apenas com a grade curricular, quanto com a própria cidade que reunia as condições ideais, ou seja, a predominância da calma e segurança, ao contrário dos grandes centros urbanos. Assim que chegou a São Carlos e iniciou os estudos no IFSC-USP, uma das principais dificuldades de João foi se adaptar à nova vida, longe da família e dos amigos de infância, ter que sobreviver com o dinheiro – que não era muito – e se acostumar com sua nova autonomia. Quanto ao curso, ele diz que ficava quase o dia todo à disposição da física: “A minha rotina era muito baseada no curso. Começava na parte da manhã e se estendia até a noite”, explica.

Após quatro anos, João deu início ao seu mestrado que, segundo ele, ficou complicado quando conseguiu um emprego no Banco Itaú, através de um programa de atração, tendo encontrado dificuldades em conciliar essa atividade com a Universidade, motivo pelo qual a conclusão de seu mestrado demorou mais que o tempo previsto. A pretensão de nosso entrevistado atuar na área fora da Universidade se deveu à antevisão de um possível longo período que deveria dedicar à vida acadêmica e também pela perspectiva de um salário mais robusto. “Eu via as pessoas saindo da USP e tendo boas experiências no setor produtivo, então senti a necessidade de conhecer esse campo”, revela João Luiz. Hoje, como já dissemos, o ex-aluno do IFSC atua como coordenador de risco de crédito do Banco Itaú, onde supervisiona futuros analistas que avaliarão o risco de não pagamento em operações de crédito. Ou seja, quando alguma grande empresa solicita empréstimo, esses analistas estabelecem as regras para que a operação de crédito seja mais “robusta”, garantindo um retorno adequado do valor ao banco. João conta que quando entrou no Itaú, com aproximadamente 24 anos, sentiu bastante insegurança, já que não sabia quais os resultados que poderiam vir dessa função e com que tipo de pessoas iria trabalhar, mas, contrariando esse pessimismo inicial, o ex-aluno do IFSC-USP foi muito bem acolhido e recepcionado pelos colegas na empresa.

Para ele, um jovem estudante, já com mestrado e que ingresse na mesma carreira em que ele começou atuando, poderá ganhar aproximadamente R$ 6.000,00. João Luiz revela que está feliz com o seu trabalho, até porque ele traz desafios e bastante conhecimento. “Hoje, penso em investir muito na área em que estou. Minha expectativa é crescer, seja no Banco Itaú ou em outra empresa”. Além do desejo de crescer cada vez mais na empresa, João revela que ainda pretende realizar seu doutorado quando tiver mais tempo disponível para poder conciliá-lo com o trabalho. Aos novos ingressantes do IFSC-USP, o ex-aluno de nosso Instituto aconselha que eles agarrem todas as oportunidades que encontrarem dentro da própria Universidade e que aproveitem os professores e as ferramentas disponíveis no Instituto. Outra dica valiosa é que os estudantes utilizem o tempo disponível para estudarem e que não deixem o tempo da graduação simplesmente passar.

Gustavo Henrique Frigieri Vilela

Graduação: UNESP – Farmácia e Bioquímica
Doutorado Direto: IFSC – Programa de Pós-Graduação em Física / Área: Física Aplicada / Opção: Física Biomolecular
Atividade profissional atual: Pesquisador na Área Médica da start-up Braincare

O ex-aluno do Instituto de Física de São Carlos, Gustavo Frigieri Vilela, de 36 anos, é casado e nasceu em Araraquara (SP), cidade paulista também conhecida como “Morada do Sol”. No ensino fundamental, realizado na E. E. Lea de Freitas Monteiro, Gustavo já demonstrava interesse e facilidade nas disciplinas de ciências exatas e biológicas, mas, na sua transição para o ensino médio daquela escola pública para o ensino particular – Anglo -, sentiu certa dificuldade e um “choque de realidade”, principalmente nas disciplinas de exatas. Após estudar bastante para se recuperar dessa mudança, Gustavo acabou se apaixonando ainda mais pelos números. Já na difícil época do vestibular, Gustavo ainda tinha dúvidas quanto à área que deveria seguir – ciências exatas ou biológicas – tendo feito vestibulares tanto para farmácia bioquímica, quanto para computação. Devido ao seu esforço, foi aprovado em ambos os vestibulares, tendo optado por cursar farmácia bioquímica, na UNESP, em Araraquara. Após graduar-se em farmácia, Gustavo trabalhou em um hospital na cidade de Matão (SP), como analista clínico, tendo vindo posteriormente para São Carlos, onde trabalhou na Farmácia Rosário. Já desenvolvendo sua atividade profissional na citada farmácia, eis que recebeu uma ligação do Prof. Dr. Sérgio Mascarenhas (IFSC-USP), que procurava por um medicamento e, Gustavo, ao explicar toda a composição química do remédio, recebeu do Prof. Sérgio o convite para participar de uma reunião, que resultou na ida do ex-aluno da UNESP para o IFSC-USP para realizar seu mestrado em Física Biomolecular. “O Prof. Sérgio tem o dom de passar todo seu conhecimento e de contagiar seu interlocutor com um entusiasmo indescritível”, comenta Gustavo. Durante o mestrado em Física Biomolecular, sob orientação do Prof. Sérgio Mascarenhas, Gustavo enfrentou algumas dificuldades em certas disciplinas, como, por exemplo, em termodinâmica, uma vez que sua bagagem de conhecimento adquirida na área farmacêutica não exigia muito cálculo, ao contrário dessa e de outras disciplinas da física que exigem muita concentração e estudo. Após seis meses de mestrado, Gustavo iniciou seu doutorado direto, também em Física Biomolecular. Após a defesa de seu doutorado, em 2010, iniciou pós-doutorado, supervisionado pela Profa. Dra. Yvonne Mascarenhas. “Quando eu voltei à área de pesquisa, pretendia atuar na academia, mas pelo fato de alguns projetos se terem transformados em produtos, com o apoio da FAPESP, o meu foco ficou direcionado para o mercado”, explica o jovem. Para concluir o pós-doutorado, Gustavo deu seguimento a uma pesquisa que já tinha iniciado no IFSC-USP, consubstanciada no desenvolvimento de monitor minimamente não-invasivo para monitorar a pressão intracraniana, com apoio da Sapra Assessoria, empresa voltada a proteção radiológica. “Hoje, o projeto do monitor já está patenteado, em fase de início da produção e aguardando o registro na ANVISA para comercialização”, conta ele. Com o desenvolvimento do produto, Gustavo Vilela e o Prof. Sérgio Mascarenhas criaram a startup Braincare, em São Carlos, que desenvolve projetos no campo de instrumentação médica. Um profissional com perfil acadêmico similar ao de Gustavo, que já possua doutorado e que almeje ingressar em uma empresa na área de instrumentação médica, poderá receber entre três a quatro mil reais, um salário que poderá dobrar ou triplicar, conforme esse especialista adquira novas experiências profissionais. Atualmente, o objetivo de Gustavo Vilela é continuar atuando na Braincare e disponibilizar o seu produto no mercado. “Além disso, nós também estamos visando o desenvolvimento de novos sensores voltados à área médica, mas cujos projetos ainda não podemos divulgar”, conclui o ex-aluno do IFSC-USP. Para Gustavo, a Física Computacional é um curso bastante completo, que abrange um grande leque de saídas profissionais, fator que compensa o esforço e dedicação dos alunos que pretendam seguir por esse caminho.

Marcos Antonio da Silva

Graduação: IFQSC – Bacharelado em Física / Opção: Teórico-Experimental
Mestrado: IFSC – Programa de Pós-Graduação Interunidades em Ciência e Engenharia de Materiais
Atividade profissional atual: Gerente de projetos e Análise de Negócios na Samsung

Marcos Antonio da Silva, de 42 anos, sempre estudou em escola pública e conta que desde a infância sempre teve facilidade com os números e uma grande curiosidade sobre como as coisas funcionavam ao seu redor. Algo que contribuiu bastante para que Marcos seguisse o caminho da física foi uma visita que fez à UNICAMP (Programa Universidade Aberta), ainda durante o ensino médio. Ao conhecer os laboratórios e diversas experiências demonstrativas de física feitas durante o evento naquela universidade, ele teve certeza de que era aquilo que gostaria de fazer pelo resto de sua vida. Nessa época, aos 14 anos, Marcos já trabalhava: “Para a minha família, trabalhar durante a adolescência era um processo natural de todo o ser humano”. Marcos trabalhava durante o dia em um escritório de engenharia civil e cursava o ensino médio no período noturno. Apesar do trabalho, que ocupava grande parte de seu dia, Marcos não desistiu de tentar ingressar na universidade.

Assim que terminou o colegial, Marcos Antonio veio para São Carlos, onde ingressou no Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP). “Quando escolhi prestar o vestibular, estava encantado com a UNICAMP, inclusive pelo fato de ter visitado o campus durante o colegial. Mas, nesse período, um professor me aconselhou a prestar a FUVEST para ingressar na USP, mesmo eu estando concentrado na UNICAMP. Fiz a prova da FUVEST bem relaxado, sem nenhuma pressão e, por um erro na correção da minha redação no vestibular da UNICAMP, não passei onde eu queria. Quando saiu o resultado da FUVEST foi uma grande surpresa: eu havia passado e iria para São Carlos”. Logo que chegou a São Carlos, Marcos ficou muito satisfeito com a USP e com a cidade que o acolheria durante os anos de graduação e pós-graduação. Para ele, a transição para a nova cidade, com pessoas e rotina diferentes, foi um processo recheado de descobertas. O ritmo de estudos era completamente diferente, comparado ao do colégio, porque na Universidade ele ficava 16 horas dentro da sala de aula e outras 40 horas estudando ao longo da semana. Apesar das horas de estudo e dedicação, hoje, Marcos sente-se satisfeito com o resultado de seu esforço durante a vida acadêmica. Ele acredita que fez uma excelente graduação no IFSC-USP, que só lhe trouxe satisfação. Após concluir sua graduação, Marcos deu início ao seu mestrado, com o Prof. Dr. Tito J. Bonagamba, na área de ressonância magnética, até porque, anteriormente, já tinha realizado atividades de iniciação científica na mesma área, bem como algumas monitorias no Centro de Divulgação Científica e Cultural (CDCC), onde recebia algum dinheiro para pagar o aluguel da república onde residia. Em determinado período da graduação, no IFSC, Marcos ainda reservava alguns dias para dar aulas em Barra Bonita (SP), cidade onde sua família sempre morara.

Quando ingressou no nosso Instituto, Marcos pretendia seguir a carreira acadêmica. Porém devido à necessidade financeira durante o mestrado, começou a trabalhar num provedor de internet da cidade, o que veio a despertar o interesse pela indústria de TI. Em 1998, Marcos Antonio mudou-se para uma pequena cidade chamada Santa Rita do Sapucaí (MG), onde morou durante um ano, trabalhando em outra empresa voltada para a área de tecnologia de informação (TI) e telecomunicações. Em 1999 foi transferido daquela cidade para Campinas (SP) e com essa oportunidade conseguiu finalizar o seu mestrado no IFSC- USP no ano seguinte. Após esse período, Marcos foi contratado pelo Instituto de Pesquisas Eldorado, onde trabalhou no desenvolvimento de software. Devido ao seu excelente desempenho, foi promovido ao cargo de líder de projetos, tendo recebido diversos treinamentos na área de liderança e gestão projetos; em 2005, obteve uma certificação internacional – Project Management Professional (PMP). Nesse período, fez uma pós-graduação latu-sensu na PUC Campinas e um MBA em Negócios e Marketing na ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing). Após oito anos no Instituto Eldorado, o nosso entrevistado foi para o Rio de Janeiro trabalhar na empresa multinacional Accenture. Nela, Marcos gerenciou e participou de grandes projetos, como, por exemplo, da homologação do sistema de portabilidade numérica na telefonia (mudança de operadoras sem a necessidade de trocar o número telefônico). Posteriormente, Marcos foi chamado pela empresa Borland para trabalhar na área de consultoria e serviços de TI. Depois de terminado um projeto de seis meses, Marcos Antonio e um amigo abriram a empresa WCJ IT, voltada a consultoria e gestão de projetos. Após alguns sucessos obtidos com a empresa, os dois amigos enfrentaram alguns obstáculos que quase levaram ao fechamento da empresa.

Em 2012, a Samsung chamou Marcos para uma entrevista. Nela, um dos gerentes da empresa fez uma pergunta curiosa para o ex- aluno do IFSC: “Ele perguntou no que a física poderia contribuir para a empresa e porque ela deveria contratar um físico”. Surpreso, Marcos explicou que há diversas coisas que o físico enxerga de maneira diferente, fator que destaca os físicos dos outros profissionais. “Nós, físicos, sempre temos um questionamento natural sobre como as coisas funcionam e isso é um diferencial durante a análise de um problema e na proposição da solução”. Assim, Marcos foi contratado pela Samsung como gerente de projetos. Profissionalmente, Marcos também já integrou diversas empresas, onde atuou no setor produtivo. Durante sua trajetória, naturalmente surgiram diversos obstáculos, entre eles o de ser um físico na indústria de TI, segmento no qual a maior parte dos profissionais em exercício são graduados em cursos de ciências de computação, por exemplo. No entanto, dessa experiência, ele tirou a lição de que na física, os alunos “aprendem a aprender”, inclusive pelas dificuldades que a disciplina contém e assim os prepara para quase todas as situações. O mercado de TI está bem aquecido no Brasil há um bom tempo e ainda há muito espaço e excelente oportunidade para bons profissionais.

Há aproximadamente dez anos, Marcos trabalha com gestão de projetos e está se dedicando atualmente para obter uma nova certificação internacional em Análise de Negócios. Sua perspectiva para o futuro é crescer na vertente gerencial, porém sem se distanciar muito da área técnica, na qual ele pode contribuir com toda a experiência que adquiriu na Universidade e no mercado de trabalho. Ele acredita que em qualquer área que algum aluno da física desejar atuar, o importante é dedicar-se e seguir em frente. Os caminhos que um aluno pode escolher após a graduação são muito diversos e ricos. Para Marcos, isso é muito importante, já que o Brasil precisa de bons físicos, principalmente, na indústria. “Devido à capacidade de adaptação dos físicos, há uma grande demanda no mercado, mas é preciso, no entanto, que as graduações em física se aproximem mais da indústria”, afirma. Para o ex-aluno, a Universidade deve abrir mais as portas para o mercado e estreitar sua relação com as empresas, incluindo estágios e disciplinas que contribuam para que os estudantes terminem a fase acadêmica e estejam prontos para encararem tanto os laboratórios de pesquisa e as salas de aulas, quanto o setor produtivo. “Os alunos, durante a graduação, têm a chance de saber se realmente pretendem seguir aquele caminho ou se querem recomeçar noutra área”. Marcos Antonio ainda diz que, com a idade que a maioria dos jovens conclui a graduação, há bastante espaço para eles recomeçarem, além do que não devem ter medo de se arriscarem naquilo que gostam. Para Marcos, os alunos que optarem pelo mercado de trabalho precisarão ter paciência, calma e perseverança, pois irão enfrentar muitos obstáculos e grandes experiências até colherem os resultados. Todavia, deverão sempre procurar ingressar nas melhores empresas e tomar cuidado para não se encantarem apenas com os salários, já que muitas vezes a satisfação de trabalhar em uma prestigiada empresa e com projetos interessantes vale bem mais do que uma elevada remuneração. Marcos conta que durante os dois anos que integra a Samsung já teve a oportunidade de trabalhar com pessoas de culturas diversas e de colaborar em projetos desafiadores, além viajar para o exterior diversas vezes (para a Coreia do Sul com certa frequência), e que essa experiência e satisfação ele não poderia ter tido se não estivesse trabalhando em uma empresa multinacional de grande porte.

A Samsung Electronics – considerada a 8ª marca mais valiosa do mundo, segundo a consultoria Interbrand -, foi fundada em 1969 e emprega atualmente 286 mil funcionários em 80 países, sendo líder mundial na produção de TV’s digitais, chips de memória e aparelhos celulares. Os Investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento, em 2013, chegaram a US$ 13,6 bilhões e as vendas, superaram os US$ 216,7 bilhões. A Samsung tem 38 unidades fabris, 34 centros de Pesquisa e Desenvolvimento e 6 Design Centers espalhados pelos cinco continentes. Ao todo, 69,3 mil pessoas atuam em P&D para que a Samsung seja sinônimo de pioneirismo e novas tecnologias.