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16 de outubro de 2019

Eduardo Gomes da Silva

Graduação: EESC – Engenharia Elétrica
Mestrado: IFSC – Programa de Pós-Graduação em Física / Área: Física Aplicada
Atividade Profissional atual: Gerente comercial na Toshiba

O engenheiro Eduardo Gomes da Silva graduou-se na Escola de Engenharia de São Carlos – USP e em seguida realizou seu mestrado, em física, no IFSC, para seguidamente se estabelecer em São Paulo, onde iniciou sua carreira profissional numa empresa de segurança, aos vinte e sete anos. Após atuar na empresa paulista, percebeu que tinha um diferencial, consubstanciado no conhecimento na área de física médica, o que o fez procurar uma colocação nas grandes empresas do setor de equipamentos de radiologia. Atuou por dois anos na área de manutenção de equipamentos de raios-X e ressonância magnética na Toshiba Medical e, posteriormente, mudou seu rumo para a área de marketing na Phillips Medical, atuando em raios-X e ultrassom, por mais dois anos. Seguidamente, Eduardo trabalhou por treze anos na empresa GE Healthcare, onde atuou como gerente de produto de ressonância magnética, gerente comercial regional e, finalmente, ao longo de cinco anos, ocupou o cargo de diretor comercial responsável pela América Latina em ressonância magnética, onde foi responsável pelo faturamento anual de USD 120 milhões; em 2013, regressou à Toshiba, onde hoje responde pela gerência comercial no Brasil, para todas as linhas de produto.

De forma bem-humorada, o ex-aluno do IFSC não esconde a verdade quando conta o real motivo pelo qual escolheu a área técnico/comercial: “Foi por causa da maior remuneração e pelas melhores oportunidades de carreira”, comenta nosso entrevistado. Para ele, um engenheiro que está começando na área profissional para trabalhar com manutenção, por exemplo, pode auferir de quatro a cinco mil reais, enquanto que, se escolher a área comercial, além desse salário, ainda recebe uma comissão. Para Eduardo, o físico deve procurar opções fora da academia, uma vez que há diversas áreas que podem ser exploradas dentro da física. Na área da medicina, por exemplo, um especialista pode atuar no controle de qualidade de diversos equipamentos e de todos os processos inerentes a raios-X, tomografia ou medicina nuclear, PET, além da radioterapia. No sul do Brasil existe uma grande tradição na área da física médica, em clínicas radiológicas e hospitais. Nessa parte do país existem físicos que cuidam das partes relativas a imagens, para que os técnicos possam usar os equipamentos de raios-X da melhor forma, para que hajam menos prejuízos para os pacientes, para que melhorem a durabilidade dos tubos de raios-X, mantendo, também, uma melhor qualidade de imagem para o diagnóstico. Esse modelo está começando a ser adotado também em São Paulo e nos demais estados, sendo um mercado profissional em crescimento, com muitas oportunidades.

Segundo Gomes, na medida em que o físico aprofunda seus conhecimentos, começa a ser visto como alguém que entende de tecnologia e que é capaz de opinar, com segurança, na hora da aquisição desses equipamentos, com capacidade técnica para fazer comparações de performances e descobrir as melhores tecnologias para as necessidades da clínica /hospital, otimizando o investimento inicialmente programado por ela. Ainda usando o sul do país como exemplo, existem muitas empresas criadas por físicos que prestam consultorias às clínicas e hospitais, não só no momento da aquisição dos equipamentos, como também para manter/melhorar o padrão de qualidade da radiação, processamento das imagens e revelação dos filmes, motivo pelo qual a física médica já se estabeleceu fortemente. Contudo, segundo o ex-aluno do IFSC, resta ampliar essa vertente pelo Brasil todo: “É um trabalho de alto valor, reconhecido principalmente no sul do Brasil, onde os físicos têm mais tradição em atuar e são bastante reconhecidos, mas a tendência que esse trabalho cresça cada vez mais em todo o país”, diz Eduardo Gomes. Por outro lado, existem diversos produtos novos no exterior e, para aqueles que se aventurarem na carreira de física médica, existe a possibilidade de trazerem esses produtos para serem comercializados no Brasil e ganhar dinheiro, sendo, por isso, um mercado totalmente aberto.

Atualmente, Eduardo pensa em ter uma vida mais tranquila, mudar-se para o interior do estado de São Paulo, fazer um doutorado e até se dedicar a algum serviço próprio, como montar uma empresa: “Eu não sei se esse sonho vai ser realizado brevemente, ou não. Neste momento, estou ajudando a Toshiba com a experiência que possuo, meu plano mais imediato é trazer um bom resultado para a Toshiba nos próximos vinte e quatro meses e depois disso logo verei o que vou fazer”, revela o nosso entrevistado. Para ter sucesso na vida profissional, Eduardo afirma que dominar o idioma inglês foi fundamental para sua carreira: “Fez toda a diferença. Se eu não soubesse inglês, não teria conseguido os meus primeiros empregos na área comercial, por exemplo. Então, isso básico. Se foi fundamental para mim, há dezesseis anos, hoje é ainda muito mais importante, com a abertura do mercado globalizado”, enfatiza Eduardo.

Algo que contribuiu e que também fez muita diferença em sua carreira foi o fato de Eduardo ter sido voluntário do Centro de Valorização da Vida (CVV), serviço onde os colaboradores conversam com pessoas que passam por momentos difíceis, como fases de depressão. “Durante um ano eu fui voluntário do CVV, em São Carlos. Isso me deu uma vantagem profissional na área comercial, porque um bom profissional da área de vendas tem que ser capaz de escutar muito bem o cliente e entender como ele se sente na hora de fazer uma compra, como ele pensa, o que valoriza; saber escutar bem e conseguir colocar-se no lugar do cliente (empatia) é um grande diferencial”, explica Eduardo Gomes.

Para os alunos do IFSC, Eduardo adverte que todos têm que aproveitar ao máximo o aprendizado, olhando sempre para onde o mercado exterior se move, além de terem a necessidade de conquistar uma habilidade prática: “Isso dará a eles um diferencial muito grande, porque os alunos terão um conhecimento profundo de um tema importante que pouca gente domina. Foi isso o que aconteceu comigo: eu tinha conhecimento profundo em ressonância, área que estava começando a despontar no Brasil e que ninguém sabia o que era. Além disso, eu tinha habilidade comercial e muito boa capacidade de escutar o cliente e entendê-lo. Isso fez de mim uma pessoa muito diferenciada no mercado de trabalho e hoje sou muito reconhecido por isso”, finaliza.

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